Guia Do a 2010

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DIRETORIA EXECUTIVA 2009-2011 Presidente Carlos Renato Almeida Melo (RS) Vice-Presidente p/ Assuntos Acadmicos Albina M. A. Milani Altemani (SP) Vice-Presidente p/ Assuntos Profissionais Carlos Alberto Fernandes Ramos (PB) Secretria Geral Sueli Aparecida Maeda Pereira (SP) Secretrio Adjunto Mnica Blaya de Azevedo (RS) Tesoureiro Joo Norberto Stvale (SP) Tesoureiro Adjunto Jos Carlos Corra (MG) DIRETORIAS Comunicao Social Andra Rodrigues Cordovil Pires (RJ) Especialidades Marco Antnio Dias Filho (MG) Cientfica Emlio Marcelo Pereira (SP) Ensino Myriam Dumas Hahn (RJ) Informtica Giovana Moutinho Vilela (MG) Defesa Profissional Alcides Gilberto Moraes (SP) Controle de Qualidade Beatriz Honburg (SC) Relaes Internacionais Marcello Fabiano de Franco (SP) CONSELHO FISCAL: SUPLENTE: CONSELHO CONSULTIVO: ASSESSORIAS ESPECIAIS Maria Salete Trigueiro de Arajo (PB);Albino Verosa de Magalhes (DF); Carlos Jos Serapio (SC). Romualdo Correia Lins Filho (PE). Celso Rubens Vieira e Silva (BA); Gil Pena (MG); Luiz Martins Collao (PR). - AMB: Lus Vitor de Lima Salomo (SP) - PLANEJAMENTO EM INFORMTICA: Paulo Srgio Zoppi (SP) - ENSINO: Thais Mauad (SP) - COMUNICAO SOCIAL: Nathalie Henriques Silva Canedo (RJ) - CNRM: Alexandre Cavalca Tavares (DF) - CNA: Ester Nei Aparecida Martins Coletta (SP) - CFM: Jos Carlos Segura (DF) - NCLEO EXECUTIVO: Nathanael Pinheiro (SP)

JORNAL BRASILEIRO DE PATOLOGIA: EDITOR: Alfredo Jos Afonso Barbosa (MG) COMISSO DE TTULO DE ESPECIALISTA: Joo Norberto Stvale (SP); Marcello Fabiano de Franco (SP); Carmen Lcia Penteado Lancellotti (SP); Maria Irma Seixas Duarte (SP). COMISSO DE DEFESA PROFISSIONAL E TICA: Rgia Maria do Socorro V. Patrocnio (CE); Jerso Menegassi (SC); Alexandre de Oliveira Sales (RN); Djalma Silva Jnior (SP) COMISSO DO PICQ: Carlos Alberto Ribeiro (MG); Emlio Marcelo Pereira (SP); Jos Carlos Corra (MG); Sueli Aparecida Maeda (SP), Albina Messias A. Milani Altemani (SP); Gustavo Rubino de Azevedo Focchi (SP); Maringela Esther Alencar Marques(SP) PRESIDENTE DO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA: Henrique de Oliveira Costa (AL).

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Elaborao, distribuio e informaes: Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) Rua Ambrosina de Macedo, 79 Vila Mariana CEP 04013-030 [email protected] www.sbp.org.br So Paulo - SP

Ficha CatalogrficaR175p Ramos, Carlos Alberto Fernandes. Patologia brasileira: tica, normas, direitos, deveres dos mdicos patologistas / Carlos Alberto Fernandes Ramos, Ivani Pereira Baptista Santos, Ana Cerenina P. Pinho Ramos. - So Paulo : Sociedade Brasileira de Patologia, 2010. 148 p. ; 15 cm larg. x 21 cm Alt. Inclui bibliografia 1. Patologia. 2. tica. 3. Direito. 4. Brasil. 5. Processos educa- tivos. I. Santos, Ivani Pereira Baptista. II. Ramos, Ana Cerenina P. Pinho. III. Ttulo. CDD 174.2

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PATOLOGIA BRASILEIRA tica, Normas, Direitos, Deveres dos Mdicos Patologistas

Carlos Alberto Fernandes Ramos Ivani Pereira Baptista Santos Ana Cerenina P. Pinho Ramos

Sociedade Brasileira de Patologia So Paulo, 2010

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Apresentao

Na sociedade moderna, moldada pelos interesses capitalistas, os riscos da atividade mdica devem ser cuidadosamente gerenciados, porque eventuais reclamaes podero ter conseqncias imprevisveis nas esferas tica ou jurdica. Aes contra patologistas j no podem ser catalogadas como infreqentes. Em vrios casos, o constrangimento ocorreu porque riscos desnecessrios foram assumidos. Notas de advertncia em laudo, termos de consentimento, informaes adequadas, enfim, o seguimento de normas so agora instrumentos necessrios para a atuao responsvel, sem os quais ficam muito vulnerveis o patologista e o seu laboratrio. Sabemos que as relaes mdico-paciente tm sido transformadas em relaes prestador-consumidor. Nesse contexto, acrescida precariedade da formao tica, no surpreendente que as preocupaes profissionais estejam voltadas para o mercado de trabalho - para as pessoas que pagam pelos servios. Os nossos pacientes so essas pessoas, que esto prontas para exigir seus direitos. Infelizmente, assistimos o declnio da medicina hipocrtica, virtuosa, com seus valores tradicionais trocados pela panacia de truques da sociedade globalizada. O nosso espao laborativo transformou-se nesse mercado, onde os procedimentos esto embrulhados em pacotes, enquanto a figura do mdico recebe, sem a menor cerimnia, o apelido de prestador de servio. H alguns anos, iniciamos uma longa jornada institucional, impulsionados pela vontade de contribuirmos com o fortalecimento da estrutura profissional que norteia o exerccio da Patologia Brasileira. Trabalhamos junto s entidades mdicas para a valorizao do nosso trabalho e reconhecimento da Patologia, como uma das especialidades mais importantes da Medicina. Desses esforos surgiram a Resoluo CFM 1823/2007, a incluso de novos procedimentos na CBHPM e no rol da ANS, a defesa explcita da especialidade dentro do projeto de lei de Regulamentao da Medicina e numerosos pareceres institucionais, s vezes norteando a defesa de alguns colegas, acionados na justia comum. Participamos ativamente do processo de reconstruo do Cdigo de tica Mdica, como tambm representamos a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) em diversas reunies tcnicas ou deliberativas junto ao Conselho Federal de Medicina ou Associao Mdica Brasileira. No trabalho que agora entregamos aos patologistas brasileiros, procuramos responder as dvidas e os questionamentos mais freqentes em nossa atividade profissional. Trata-se de um guia prtico, respaldado em normas ticas e jurdicas vigentes, escrito em linguagem simples e direta. Neste livro, sobretudo defendemos o que acreditamos ser justo e necessrio para aprimoramento do exerccio profissional do mdico, em benefcio do ser humano, com a certeza de que a conscincia tica um valor que no pode ser relativizado, segundo interesses individuais e comerciais. Carlos Alberto Fernandes Ramos6 - Sociedade Brasileira de Patologia

Introduo

O presente trabalho discute questes relacionadas com as atividades do mdico patologista brasileiro e o seu laboratrio. As respostas nem sempre so simples porque so escassas as normas especificamente direcionadas para as atividades profissionais em servios de Anatomia Patolgica ou Citopatologia. Mas, os problemas existem e so muitos. As solues no podem simplesmente refletir opinies ou experincias particulares, que pecam pela pessoalidade e improviso. Assim, para formular as respostas apresentadas neste livro, a legislao sobre o assunto foi intensamente explorada nos campos tico, administrativo e jurdico. Advertimos que diversos assuntos motivaram intensos debates entre os diretores da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), nas quatro ltimas gestes, posteriormente analisados pela assessoria jurdica. O consenso nem sempre foi alcanado facilmente, de forma que no podemos afastar a possibilidade de polmica em torno de muitos desses temas. Ademais, a legislao dinmica. A letra da lei admite interpretaes por vezes divergentes. Resolues so constantemente alteradas, enquanto frequentemente assistimos novas edies de normas sanitrias, trabalhistas, previdencirias e outras. A facilidade com que mudam determinadas regras torna rdua a tarefa de responder de forma definitiva os vrios questionamentos profissionais. Entretanto, estamos certos de que reunimos neste lugar as referncias necessrias para nortear o exerccio profissional do mdico patologista brasileiro, nas esferas administrativa, tica e legal, no obstante a complexidade das relaes que se estabelecem no mundo jurdico Carlos Alberto Fernandes Ramos Mdico Patologista Professor Adjunto ( Anatomia Patolgica) do Centro de Cincias Mdicas da UFPB Vice-Presidente para Assuntos Profissionais da SBP (gesto 2009-2011) Ivani Pereira Baptista Santos Advogada Assessoria Jurdica da SBP Ana Carenina P. Pinho Ramos AdvogadaSociedade Brasileira de Patologia - 7

AbreviaturasABRALAPAC Associao Brasileira de Laboratrios de Anatomia Patolgica e Citopatologia AMB ANVISA ANS ASO BAAR BO CA CAT CBHPM CBO CCB CEM CISH CFF CFM CH CLT CNA CNES CNS CPB CSSL CTPN CRM DJ DRT EPC EPI FISH Associao Mdica Brasileira Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Agncia Nacional de Sade Atestado de Sade Ocupacional Bacilos lcool-cido Resistentes Boletim de Ocorrncias Certificado de Aprovao Comunicao de Acidente de Trabalho Classificao Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Mdicos Classificao Brasileira de Ocupaes Cdigo Civil Brasileiro Cdigo de tica Mdica Chromogenic In Situ Hybridization (CISH): Conselho Federal de Farmcia Conselho Federal de Medicina Coeficiente de Honorrios Consolidao das Leis do Trabalho Comisso Nacional de Acreditao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade Conselho Nacional de Sade Cdigo Penal Brasileiro Contribuio Social sobre Lucros Comisso Tripartite Nacional (da NR-32) Conselho Regional de Medicina Dirio da Justia Delegacia Regional do Trabalho Equipamento de Proteo Coletiva Equipamento de Proteo Individual Fluorescence In Situ Hybridization FUNAI HIV IRPJ IARC LTIP MEC MS MTE NR OSHA PAAF PEP PPRA PCMSO PAS PEP PL PPM RDC RN RTU SADT SBC SBP STJ SIA SUS SVO TCLE TJ TISS TRT TST TUSS UTI Fundao Nacional do ndio Vrus da Imunodeficincia Adquirida Imposto de Renda de Pessoa Jurdica Agncia Internacional de Pesquisa em Cncer Laudo Tcnico de Insalubridade e Periculosidade Ministrio da Educao e Cultura Ministrio da Sade Ministrio do Trabalho e Emprego Norma Regulamentadora Associao de Sade e Segurana Ocupacional (dos Estados Unidos) Puno Aspirativa com Agulha Fina Processo tico profissional Programa de Preveno de Riscos Ambientais Programa do Controle Mdico de Sade Ocupacional Periodic Acid Schiff Processo tico-Profissional Projeto de Lei Partes por Milho Resoluo de Diretoria Colegiada Resoluo Normativa Resseco Transuretral Servios Auxiliares de Diagnstico e Tratamento Sociedade Brasileira de Citopatologia Sociedade Brasileira de Patologia Superior Tribunal de Justia Sistema de Informao Ambulatorial Sistema nico de Sade Servio de Verificao de bitos Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tribunal de Justia Troca de Informaes em Sade Suplementar Tribunal Regional do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho Tabela Unificada dos Servios de Sade Unidade de Terapia Intensiva

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CREMESP Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo

CREMEPE Conselho Regional de Medicina de Pernambuco

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NDICECaptulo I Captulo II Captulo III Captulo IV Captulo V Captulo VI Captulo VII Captulo VIII Captulo IX Captulo X Captulo XI Captulo XII Captulo XIII Captulo XIV Captulo XV Captulo XVI Captulo XVII Captulo XVIII Captulo XIX Captulo XX Captulo XXI Captulo XXII Captulo XXIII Captulo XXIV Captulo XXV Captulo XXVI Captulo XXVII Captulo XXVIII Captulo XXIX Captulo XXX Anexo I Anexo II Anexo III Arquivos mdicos Bipsia de congelao Biossegurana Concorrncia desleal Contratualizao (com planos de sade) e ANS Ensino, especializao Erro diagnstico Exames citopatolgicos, citoescrutnio Exerccio ilegal da Patologia Gesto laboratorial Imunoistoqumica Necropsias, SVO NR-32 Pesquisa Planos de sade (convnios mdicos, contratualizaes) Princpios ticos fundamentais Procedimento anatomopatolgico (exames e laudos) Questes trabalhistas Regulamentao da Medicina (ato mdico e Patologia) Regulamentao da Medicina (ato mdico e Citopatologia) Relao com outros mdicos (corresponsabilidade) Remunerao Responsabilidade civil do patologista Responsabilidade tica do patologista Responsabilidade objetiva dos laboratrios Responsabilidade tcnica (diretor tcnico ou clnico) Segunda opinio e revises diagnsticas Servio pblico, SUS Sigilo profissional Terceirizaes Cdigo de tica Mdica Resoluo CFM n. 1823/2007 Outras Resolues, Decretos e Leis 10 14 18 27 30 32 38 42 45 47 58 60 63 68 72 75 77 80 83 87 90 96 104 108 110 115 117 120 124 126 131 145 147

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Captulo I - Arquivos Mdicos

CAPTULO I ARQUIVOS MDICOSO tempo mnimo exigido para a guarda de material biolgico (lminas, blocos histolgicos) nos arquivos de um laboratrio de Patologia de cinco anos? SIM. Para arquivamento de material biolgico (blocos, lminas) cinco anos o tempo mnimo, de acordo com o Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC). Esse prazo superior ao previsto para as reparaes cveis no Cdigo Civil Brasileiro CCB/2002 (trs anos). Uma vez que a prescrio s se inicia quando do conhecimento dos fatos, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) recomenda pelo menos a duplicao do prazo estipulado pelo CDC, estendendo para dez anos o tempo mnimo de guarda de material biolgico, o que tambm satisfaz ao CCB/2002. Os arquivos gerados antes de 11 de janeiro de 1993 ainda precisam atender o prazo prescricional vintenrio do CCB/1916. A partir deste ano (2010), cessa a responsabilidade legal sobre os casos arquivados antes de 10 de janeiro de 1990 que, assim, podem ser desprezados.

Leia mais: Pareceres SBP 33 e SBP 100/2010 (www.sbp.org.br) Existe recomendao do CFM determinando o arquivamento de lminas histolgicas e respectivos blocos por no mnimo cinco anos, nos laboratrios de Patologia? SIM. O prazo de arquivamento de lminas histolgicas est determinado na Resoluo CFM n 1472/97 e, no estado de So Paulo, tambm no Decreto n 12479/1978 da Secretaria de Sade do Estado de10 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo I - Arquivos Mdicos

So Paulo. O Parecer CFM n 27/94 recomenda esse mesmo prazo para lminas e blocos histolgicos. Ressalvando-se que parecer institucional resposta a uma consulta e no documento impositivo, inexiste legislao especfica para arquivamento de blocos histolgicos. Conforme a resposta da questo precedente (pgina anterior), a guarda de todo o material de arquivo deve submeter-se s condies de responsabilidade fixadas no Cdigo Civil Brasileiro (trs anos) e no CDC (cinco anos), mas a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) recomenda considerar o prazo mnimo de dez anos. Entretanto, o prazo de vinte anos estabelecido para o material arquivado antes de 10 de janeiro de 1993 (vide questo a seguir). O material biolgico (lminas, blocos histolgicos) de exames anteriores a 10 de janeiro de 1993 devem ser arquivados por vinte anos, a partir da data do laudo anatomopatolgico correspondente? SIM. Os arquivos mdicos gerados antes de 10 de janeiro de 1993 devem ser mantidos em arquivos no laboratrio de Patologia, durante vinte anos (prescrio vintenria), contados a partir da data dos laudos correspondentes. o que estabelece o art. 2028 do Cdigo Civil Brasileiro (CCB/2002) : sero os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Cdigo e, se na data de sua entrada em vigor, j houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada. Com base no artigo supramencionado, conclumos que no ano em curso (2010), pode haver necessidade de resgate de material de arquivo sujeito ao prazo prescricional do antigo CCB, isto , vinte anos. Mas, a partir deste ano (2010), cessa a responsabilidade legal sobre os casos arquivados antes de 10 de janeiro de 1990 que, assim, podem ser desprezados. A partir de 10 de janeiro de 2013, no podero mais ser reclamados os arquivamentos com base na prescrio vintenria, passando a prevalecer o lapso de 03 (trs) anos (CCB/2002) ou 05 (cinco) anos (CDC), conforme detalhes apresentado no quadro n 1. Aps enviar requisies e laudos de exames para os hospitais ou clnicas onde o paciente assistido, os laboratrios de Patologia ficam dispensados de manter arquivo de cpias desses documentos, em suporte de papel? SIM, devendo, entretanto, manter as cpias eletrnicas dos documentos arquivadas nos laboratrios, de forma permanente. Leia mais: Resoluo CFM n 1821/2007 disponvel (acesso 18 nov. 2010) em: (http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2007/1821_2007.htm Para substituir os documentos em suporte de papel, os arquivos digitais dos documentos mdicos devem ser gerenciados por um sistemaSociedade Brasileira de Patologia - 11

Captulo I - Arquivos Mdicos

de informtica com garantia nvel 2? SIM, os arquivos digitais devem ser gerenciados por um sistema de informtica com as caractersticas definidas na Resoluo CFM n 1821/2007, com condies de: a) Utilizar base de dados adequada para o armazenamento dos arquivos digitalizados; b) Criar um arquivamento organizado, possibilitando pesquisas de maneira simples e eficiente; c) Assegurar um Nvel de garantia de segurana 2 (NGS2), estabelecidos no Manual de Certificao para Sistemas de Registro Eletrnico em Sade; Os laudos anatomopatolgicos ou citopatolgicos arquivados nos laboratrios de Patologia so parte integrante do pronturio mdico e, portanto, obrigados arquivamento por perodo mnimo de vinte anos? NO. O Parecer CREMERJ n 159, de 14 de dezembro de 2005 entende que a empresa prestadora de servios de exames mdicos complementares cumpre com sua obrigao no momento que entrega o resultado do exame ao cliente, no havendo necessidade, por ser redundante, de elaborao de pronturio para cada cliente examinado, j que no se est realizando um tratamento mdico, e sim prestando um servio. A Resoluo CFM n 1638/02 define o pronturio mdico como o documento nico, tendo como responsveis pela sua elaborao e guarda o mdico assistente e as chefias mdicas. A Resoluo CFM n 1821/07 considera que o pronturio do paciente, em qualquer meio de armazenamento, propriedade fsica da instituio onde o mesmo assistido, a quem cabe o dever da guarda do documento. Entendemos, portanto, que o mdico assistente e as chefias mdicas devem providenciar que exames anatomopatolgicos, exames citopatolgicos e outros, to logo recebidos passem a integrar o pronturio mantido na instituio de sade ou consultrio mdico, onde devem permanecer guardados pelo prazo mnimo de vinte anos. Entretanto, a Resoluo CFM n 1821/07 considera que as unidades de servios de apoio, diagnstico e teraputica tm documentos prprios, que fazem parte dos pronturios dos pacientes. Essa considerao no invalida a tese de que vintenria a guarda dos laudos emitidos pelos servios de diagnstico e integrando o pronturio nico, sob a guarda da instituio clnica que atende o paciente. Os laudos anatomopatolgicos ou citopatolgicos, arquivados de forma eletrnica nos laboratrios de Patologia, devem ser preservados por tempo indeterminado?12 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo I - Arquivos Mdicos

SIM. No obstante os argumentos da resposta anterior, possvel atender as disposies da Resoluo CFM n 1821/07, que estabelece (art. 7) a guarda permanente, considerando a evoluo tecnolgica, para os pronturios dos pacientes arquivados eletronicamente em meio ptico, microfilmado ou digitalizado. Entretanto, torna-se obrigatria a utilizao das normas de digitalizao de documentos, definidos na prpria Resoluo, para garantir a segurana dos dados arquivados. Leia mais: Resoluo CFM n 1821/07; disponvel (acesso 10 nov. 2010) em: http://www.sbis.org.br/indexframe.html obrigatria a guarda de secrees e lquidos enviados aos laboratrios para exame citopatolgico aps a liberao dos respectivos laudos citopatolgicos? NO obrigatria a guarda das sobras de lquidos e secrees, aps a confeco das respectivas lminas e elaborao dos laudos citopatolgicos correspondentes ao material enviado. De acordo com o Parecer CFM n 27/94, as lminas citopatolgicas devem ser mantidas em arquivo no mnimo durante 5 (cinco) anos. A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) recomenda pelo menos a duplicao do prazo estipulado pelo CDC, estendendo para dez anos o tempo mnimo de guarda das lminas, o que tambm satisfaz o CCB/2002. Leia mais: Parecer SBP 56/2006 (www.sbp.org.br) As peas cirrgicas enviadas aos laboratrios de Patologia devem ser mantidas em arquivo por no mnimo trs meses? SIM. Esse o prazo recomendado pelo Parecer CFM n 27/94, advertindose que o descarte desse material apenas deve ser efetivado se o procedimento anatomopatolgico estiver finalizado, aps a liberao do respectivo laudo. Por ocasio do distrato de servios terceirizados de laboratrio de Anatomia Patolgica dentro de um hospital, os arquivos de Patologia devem ser considerados propriedade do laboratrio e podero ser levados pelo mesmo? SIM. A guarda do material de arquivo ser transferida para o laboratrio de Patologia se este detinha autonomia administrativa, com o laudo anatomopatolgico sendo emitido em seu nome. Mas, a guarda do material de arquivo dever ser mantida no hospital, se o laboratrio de Patologia era administrado pelo prprio hospital, com o laudo anatomopatolgico sendo emitido em seu nome. Leia mais: Parecer SBP 89/2008 (www.sbp.org.br)Sociedade Brasileira de Patologia - 13

Captulo II - Bipsia de Congelao

CAPTULO II BIPSIA DE CONGELAOO patologista solicitado para exame peroperatrio, com bipsia de congelao, pode optar por realizar apenas imprints e fazer diagnstico com base no exame citopatolgico, dispensando os cortes com micrtomo de congelao? SIM. Quando solicitado para realizar diagnstico peroperatrio, o patologista pode utilizar mtodos histopatolgicos (bipsia de congelao) ou citopatolgicos (imprints). A escolha da tcnica do patologista, que pode optar por uma delas ou utiliz-las de forma concomitante e complementar. Cdigo de tica Mdica: Princpio Fundamental XII - O mdico empenhar-se- pela melhor adequao do trabalho ao ser humano, pela eliminao e pelo controle dos riscos sade inerentes s atividades laborais. Leia mais: Parecer SBP 85/2008 (www.sbp.org.br) O patologista pode exigir informaes antecipadas da programao de bipsias de congelao do estabelecimento de sade onde presta servios? SIM. Da mesma forma que os cirurgies tm direito a programar os procedimentos cirrgicos, os patologistas, como mdicos, podem exigir informaes antecipadas da programao de bipsia de congelao. As boas condies de trabalho esto entre os princpios fundamentais do CEM (inciso III), da mesma forma que garantido ao mdico no permitir que restries ou imposies prejudiquem a eficincia e a correo de seu trabalho. Leia mais: Parecer SBP 85/2008 (www.sbp.org.br) Deve-se utilizar Termo de Consentimento Informado (TCLE) em bipsias peroperatrias (congelao)? Por qu? SIM. A utilizao de TCLE est absolutamente indicada em procedimentos peroperatrios. necessrio esclarecer ao paciente sobre as limitaes do mtodo, a possibilidade de resultados inconclusivos, a necessidade de confirmao de diagnstico posteriormente, aps a incluso do material em parafina. O documento tambm oportuno para estabelecer horrio e limites de espera. O STJ considera negligente o mdico que deixa de informar o risco de um procedimento, podendo responder civilmente por eventual dano14 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo II - Bipsia de Congelao

ao paciente. O Cdigo de tica Mdica (art. 22) veda ao mdico deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal aps esclareclo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. Leia mais: Modelos de TCLE (em www.abralapac.org.br ASSUNTOS/TCE/Modelos) Um hospital pode proibir a realizao de bipsia de congelao em suas dependncias por patologistas no credenciados? NO. De acordo com o Cdigo de tica Mdica, paciente e mdico assistente tm liberdade de escolha para definio de equipes. Obviamente, essa liberdade inclui tambm o patologista - para realizar bipsia de congelao ou outro procedimento da especialidade. Leia mais: Cdigo de tica Mdica (Direito do Mdico VI) Parecer SBP 36/2006 (www.sbp.org.br) possvel cobrar taxa de comparecimento por bipsia de congelao suspensa aps incio do ato cirrgico? SIM. Se o paciente foi formalmente advertido dessa possibilidade e a sua concordncia est registrada em TCLE. Em virtude do Cdigo de Defesa do Consumidor, para no ser considerada abusiva, a tarifa de comparecimento deve ser estipulada por ocasio do contrato dos servios. Leia mais: Parecer SBP 59 (www.sbp.org.br) Cdigo de Defesa do Consumidor (art. 39) Disponvel em: http:// www.procon.al.gov.br/legislacao/CDC.pdf/view (acesso em 10 de nov. 2010) O paciente pode retirar do laboratrio pea cirrgica, aps bipsia de congelao, sob a alegao de que o seu plano de sade no autorizou a realizao do exame? SIM, com a utilizao de termo de consentimento esclarecido (TCLE). O paciente deve ser informado sobre a necessidade de realizao de exame anatomopatolgico no material ento devolvido, para complementar o exame intraoperatrio (bipsia de congelao) anteriormente realizado. O termo ainda deve esclarecer sobre os riscos que o paciente assume, retirando a pea cirrgica, antes da finalizao do procedimento diagnstico, passando a ser ele o nico responsvel pelo destino do material e eximindo o laboratrio de qualquer prejuzo que a sua atitude possa acarretar.Sociedade Brasileira de Patologia - 15

Captulo II - Bipsia de Congelao

Se o paciente decide retirar do laboratrio pea cirrgica, aps bipsia de congelao, o patologista deve encaminhar amostras para incluso em parafina? SIM, O procedimento intraoperatiro deve ser complementado com o exame histopatolgico, aps incluso em parafina, especialmente para confirmao dos resultados. Os blocos e lminas histolgicas das amostras devem ser mantidos em arquivo para esclarecimentos posteriores, na hiptese de surgirem dvidas ou presuno de erro diagnstico. O laudo anatomopatolgico da bipsia de congelao deve indicar a realizao desse procedimento de controle, cujo resultado poder ser liberado, mediante a correspondente autorizao do plano de sade. Aps a realizao da bipsia de congelao, prudente o encaminhamento da pea cirrgica para outro laboratrio, que assumir a responsabilidade pelo processamento e a elaborao do laudo definitivo? NO desejvel que os exames anatomopatolgicos transoperatrios (congelao) e ps-operatrios de um mesmo paciente sejam realizados em laboratrios diferentes, por patologistas diferentes. Esse procedimento pode induzir erros diagnsticos e de estadiamento porque na primeira fase do exame (congelao) pode ser retirada parte significativa do tumor ou mesmo todo o tecido neoplsico. Contradies entre diagnsticos anatomopatolgicos, decorrentes do exame de amostras diferentes, possibilitam injustificada suspeita de erro diagnstico. ainda prejudicada a avaliao do tamanho do tumor (estadiamento). De acordo com o Cdigo de tica Mdica: Princpio Fundamental XII - O mdico empenhar-se- pela melhor adequao do trabalho ao ser humano, pela eliminao e pelo controle dos riscos sade inerentes s atividades laborais. Princpio Fundamental VIII - O mdico no pode, em nenhuma circunstncia ou sob nenhum pretexto, renunciar sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restries ou imposies que possam prejudicar a eficincia e a correo de seu trabalho. Art. 1 - vedado ao mdico causar dano ao paciente, por ao ou omisso, caracterizvel como impercia, imprudncia ou negligncia. Leia mais: Parecer SBP 26 (www.sbp.org.br) Os patologistas podem ser obrigados pela sua chefia a realizar os exames de congelao do material que ser processado noutro laboratrio e laudado por outro patologista? NO. Consideramos imprudente a realizao de exame anatomopatolgico de uma mesma pea cirrgica (diviso de material)16 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo II - Bipsia de Congelao

em laboratrios diferentes (vide questo anterior). O Cdigo de tica Mdica veda ao mdico: Art. 19. Deixar de assegurar, quando investido em cargo ou funo de direo, os direitos dos mdicos e as demais condies adequadas para o desempenho tico-profissional da Medicina. Leia mais: Parecer SBP 26 (www.sbp.org.br) Cdigo de tica Mdica: Princpio Fundamental VII, Direitos do Mdico (II, III, IV)

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Captulo III - Biosegurana

CAPTULO III BIOSSEGURANAOs laboratrios de Patologia devem cumprir as normas de segurana, higiene e sade, estabelecidas na legislao sanitria brasileira? SIM. Os laboratrios devem cumprir normas de biossegurana, possibilitando-lhes obteno do alvar sanitrio, renovado anualmente. Leia mais: Costa, M.A.F. Qualidade em Biossegurana. p. 26, Editora Qualitymark, 2000: O laboratrio um ambiente extremamente hostil. Convivem no mesmo espao equipamentos, reagentes, solues, microrganismos, pessoas, papis, livros, amostras, entre outros. Essa salada de agentes de riscos necessita de uma organizao para que no ocorram acidentes e para que os resultados produzidos sejam confiveis. Alm disso, um ambiente laboratorial organizado e disciplinado favorece a credibilidade da instituio e de todos que l trabalham . correta a reutilizao de tubos citolgicos com novos esfregaos, procedendo-se o reenvazamento de lcool, mas, dispensando-se a lavagem dos frascos? NO. Qualquer atividade em laboratrio deve ser realizada com todo o cuidado para a eliminao de riscos, que podem resultar em danos ao trabalhador ou ao paciente, quer de forma direta ou indireta. A limpeza do ambiente e do material de trabalho jamais deve ser negligenciada, para garantir a remoo de contaminantes e de substncias indesejveis. Assim, consideramos absolutamente imprescindvel a lavagem de tubos para lminas citolgicas, aps cada uso, especialmente sabendo-se que, essa falta propiciar a deposio de material orgnico na superfcie dos tubos, por desprendimento celular dos esfregaos. O Cdigo de tica Mdica estabelece: Princpio Fundamental XII - O mdico empenhar-se- pela melhor adequao do trabalho ao ser humano, pela eliminao e pelo controle dos riscos sade inerentes s atividades laborais. O lixo qumico (lcool, corantes, xilol, etc.) pode ser desprezado em pias conectadas rede de esgoto? NO. Os produtos qumicos residuais (xilol, lcool, formol, corantes, etc.) no devem ser desprezados na rede de esgoto domstico, o que caracterizaria crime ambiental. Podem ser armazenados para devoluo s empresas fornecedoras. De outra forma, devem ser adequadamente segregados (separados dos lixos comum e biolgico) para recolhimento18 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo III - Biosegurana

por empresas especializadas, nas cidades que dispem de aterro qumico. Os resduos biolgicos de laboratrios terceirizados dentro de hospital podem ser descartados com o lixo hospitalar do estabelecimento, que utiliza servios de empresa especializada? SIM. O descarte de resduos de sade est regulamentado pela RDC ANVISA 306/2004 e Resoluo 358/2005 (disponveis em www.abralapac. org.br ASSUNTOS/PGRSS). O descarte dos resduos biolgicos pode ser terceirizado, sendo conveniente que esse processo esteja formalizado em contrato, para fins de prova junto Vigilncia Sanitria. O Programa de Gerenciamento de Resduos dos Servios de Sade (PGRSS) do laboratrio deve detalhar os procedimentos. H uma recomendao acerca do uso de mscara facial do tipo N95 ou PFF2 em procedimentos de necropsia, principalmente se o cadver apresentar quadro infeccioso, seja por vrus, bactria ou fungo? SIM. Quando o respirador for utilizado em ambientes onde haja exposio a agentes biolgicos (vrus, bactrias, fungos), o respirador indicado pela ANVISA pode ser o N95 ou o PFF2, desde que possua Certificado de Aprovao (CA), emitido pelo MTE e registro do Ministrio da Sade/ANVISA, o qual pode ser verificado no link: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/consulta_produto_correlato/ consulta_correlato.asp (acesso em 10 de nov. 2010). No Brasil, o respirador facial aprovado como PFF2 (ou filtro P2) deve estar certificado pelo Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). Essa mscara tem eficincia de filtrao equivalente classificao americana N95. A equivalncia entre os respiradores pode ser conferida no site da ANVISA (acesso em 10 de nov. 2010): (http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/cartilha_mascara.pdf). A instalao de exaustores de vapores orgnicos nas bancadas de macroscopia recomendada pela Vigilncia Sanitria de algumas cidades? SIM. Sobre a exausto dos odores em laboratrios, a melhor soluo a construo de capelas de vidro, em locais apropriados, para facilitar a exausto dos vapores para o ambiente externo. Os exaustores utilizados no interior das capelas so facilmente encontrados em lojas de material de construo ou nas especializadas em climatizao de ambiente, adequando-se a potncia dos mesmos s dimenses da capela. possvel a aquisio de capelas de exausto completas que podem ser adaptadas bancada de macroscopia. Uma consulta aos sites de busca da internet pode apontar numerosas opes.Sociedade Brasileira de Patologia - 19

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obrigatrio o uso de etiquetas indicativas da validade do formol, nos frascos preparados para uso do laboratrio e enviados aos hospitais? SIM. Conforme a legislao sanitria, qualquer produto qumico deve ser adequadamente identificado com rtulo contendo nome e data de validade da substncia, classificao de risco, alm do nome do responsvel pela preparao da soluo. O PGRSS um documento obrigatrio, em laboratrio de Patologia? Deve ser assinado por engenheiro sanitrio ou ambiental? SIM, para a primeira questo. O PGRSS um documento obrigatrio para os estabelecimentos de sade. Entretanto, pode ser elaborado pelo prprio diretor tcnico (mdico) da instituio. Conforme a RDC ANVISA n 306 de 07 de dezembro de 2004: 2.2.3 - Os dirigentes ou responsveis tcnicos dos servios de sade podem ser responsveis pelo PGRSS, desde que atendam aos requisitos acima descritos. A ANVISA editou normas para regulamentao tcnica de laboratrios de anlises clinicas. Existe norma especfica para laboratrio de Patologia? NO. A RDC 302 de 13 de outubro de 2005 da ANVISA dispe sobre regulamentos tcnicos para laboratrios de anlises clnicas. A agncia ainda no editou resoluo especfica para laboratrios de Patologia, que, entretanto so obrigados a cumprir as normas sanitrias previstas em diversos outros documentos legais. A insalubridade de mdicos e tcnicos de laboratrios de Patologia a mesma aplicada para os que trabalham com necropsias, isto , insalubridade grau mdio? SIM. A concesso de insalubridade grau mdio baseia-se na Lei Federal n 6.514, de 22 de dezembro de1977 e a NR-15, aprovada pela Portaria 3.214 de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). No anexo 14, essa NR determina que trabalhos e operaes em contato permanente com pacientes, animais ou com material infectocontagiante, em laboratrios de anlise clnica e histopatologia (aplicase a todo o pessoal tcnico), gabinetes de autpsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se to s ao pessoal tcnico), tm direito a insalubridade de grau mdio (20%). O laboratrio pode ser dispensado do encargo de insalubridade, pago ao pessoal tcnico? NO. Para fins trabalhistas, a insalubridade caracterizada se houver exposio permanente ao risco biolgico, ou seja, durante toda a jornada20 - Sociedade Brasileira de Patologia

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de trabalho. O laboratrio deve tentar minimizar ou neutralizar os riscos, com a utilizao de EPIs, EPCs, alm de outras medidas para conteno dos agentes nocivos. A eficincia dessas medidas (avaliada em laudo tcnico) tem repercusses diretas sobre o percentual de insalubridade a ser pago ao funcionrio, mas a jurisprudncia no tem aceitado a possibilidade de dispensa desse encargo. Leia mais (jurisprudncias): Processo RO n. 01002-2007-019-03-00-9 da 6 Turma do TRT-MG, acompanhando voto do desembargador Antnio Fernando Guimares, negando provimento a recurso ordinrio de um laboratrio, para pagamento de adicional de insalubridade em grau mdio a um funcionrio: A insalubridade por agentes biolgicos inerente atividade do pessoal tcnico que manipula as amostras biolgicas para realizao dos exames, no comportando neutralizao atravs de procedimentos de proteo coletivos ou da utilizao de equipamentos de proteo individual, que apenas minoram o risco de contgio. Smula n. 289 (TST) - Insalubridade. Adicional. Fornecimento do aparelho de proteo. Efeito O simples fornecimento do aparelho de proteo pelo empregador no o exime do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas que conduzam diminuio ou eliminao da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. Recepcionistas e auxiliares de servios (office boys) de laboratrio, que recebem ou transportam material biolgico acondicionado nos seus recipientes, devem receber adicional de insalubridade? SIM. H jurisprudncias que beneficiam com o adicional de insalubridade de grau mdio os funcionrios de laboratrios exercendo atividades de recepcionista e auxiliares de servios (office boy), em laboratrios. Leia mais (jurisprudncias): Processo RO n. 01002-2007-019-03-00-9 da 6 Turma do TRTMG, acompanhando voto do desembargador Antnio Fernando Guimares, negando provimento a recurso ordinrio de um laboratrio, para pagamento de adicional de insalubridade em grau mdio a um funcionrio: a norma clara ao se referir ao pessoal tcnico, situao em que se enquadra, sim, o reclamante, j que a prova pericial comprovou que este executava tarefas nas quais tinha contato com tubos de amostras biolgicas contendo soro, sangue, lquidos corporais, urina, fezes, lminas de citologia e frascos de bipsia, ao fazer anlises superficiais sobre as condies dessas amostras. Essa descrio no deixa qualquer dvida de que aSociedade Brasileira de Patologia - 21

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atividade era eminentemente tcnica. Em situaes de litgio, o laboratrio pode ser sentenciado desfavoravelmente pelo fato de no ter o LTIP (laudo tcnico de insalubridade e periculosidade)? SIM. A insalubridade deve ser avaliada com a utilizao do LTIP, elaborado pelo mdico do trabalho. Com esse documento a empresa pode estipular o percentual a ser pago para cada atividade, uma vez que definida a presena ou no de agentes biolgicos e se estes podem causar danos sade do trabalhador. S poder existir risco biolgico se houver agente patognico - um organismo vivo, capaz de causar uma infeco. Podem ser denunciadas Vigilncia Sanitria as condies precrias de um laboratrio de servio pblico, que funciona em recinto fechado, sem climatizao adequada, com servios tcnicos realizados em salas improvisadas ou mesmo nos corredores de passagem do pblico? SIM. As condies de insalubridade devem ser denunciadas Vigilncia Sanitria e tambm ao CRM e Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Sabe-se que uma empresa pblica no necessita de alvar sanitrio para funcionar nem pode ser multada, mas o fiscal sanitrio pode notificar os diretores do estabelecimento, exigindo-lhes a adoo de medidas corretivas s infraes sanitrias. Por outro lado, os servios privados, terceirizados pelo hospital pblico, sero autuados, caso no sejam observadas as normas da NR-32. Os trabalhadores regidos pela CLT dentro do hospital pblico so protegidos pelas normas da NR-32. H o entendimento de que tambm o servidor pblico tem o direito constitucional de exigir as garantias trabalhistas da NR-32, podendo levar denncias, mesmo no anonimato, s DRTs. O CRM exige do mdico investido na funo de diretor tcnico as necessrias atenes aos problemas sanitrios, porque ele prprio pode ser responsabilizado pela precariedade da situao. A avaliao de insalubridade em laboratrio de Patologia ou Citopatologia deve ser realizada por engenheiro ou mdico? SIM. De acordo com a CLT (art. 195): A caracterizao e a classificao da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministrio do Trabalho, far-se-o atravs de percia a cargo de Mdico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministrio do Trabalho. O lcool e xilol utilizados no laboratrio devem ter registro na ANVISA, constante no rtulo desses produtos? SIM, de acordo com a RDC 185/2001 (ANVISA), o lcool e xilol utilizados em estabelecimento de sade devem ter registro na ANVISA ou MS. A apreenso de produtos no registrados pode gerar multa e at22 - Sociedade Brasileira de Patologia

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suspenso das atividades do laboratrio. Todos os produtos utilizados no laboratrio devem ser adquiridos de empresas registradas na ANVISA? SIM, os produtos utilizados em estabelecimento de sade devem ser adquiridos de empresas registradas na ANVISA. A desobedincia a essa norma passvel de autuao, multa e at suspenso das atividades do laboratrio. O formol e corantes utilizados no laboratrio devem ser registrados na ANVISA? NO. Levando-se em considerao a relao das substncias no consideradas produtos para a sade (RDC ANVISA n 260/2003): B Produtos para apoio de atividade laboratorial geral 30 - Corante ou soluo para preparo de amostras ou substncias, exceto indicado para diagnstico em sade. O formol foi excludo da exigncia de registro conforme Resoluo - RE ANVISA n 471, de 10 de abril de 2001. Frequentemente, os laboratrios enviam aos consultrios e clnicas frascos contendo formol diludo, que devero ser utilizados para conservar as bipsias coletadas nesses estabelecimentos. O prazo de validade do formol (37%) utilizado para a preparao dessa soluo deve ser mantido no rtulo da soluo qumica diluda (10%)? NO. As solues qumicas diludas (formol a 10%) e reenvasadas no podem ter o mesmo perodo de validade do formol a 37%. aceitvel o prazo de um ms para a validade do formol diludo e reenvasado. A obrigatoriedade da indicao do prazo de validade nos rtulos dos produtos qumicos est estabelecida em legislao especfica. considerado como sendo o perodo de vida til, durante o qual o produto mantm suas caractersticas. Aps a diluio em gua, o formaldedo sofre transformaes, gerando cristais de cido frmico, que podem depositar-se nos tecidos e prejudicar as observaes de detalhes celulares, ao microscpio. O tamponamento com substncias alcalinas indicado para corrigir o pH da soluo e reduzir essa reao indesejvel, que pode tambm prejudicar os procedimentos histoqumicos ou imunoistoqumicos. O formol um produto qumico txico, com potencial carcinognico, genotxico e mutagnico? SIM. O formaldedo em soluo (formol, formalina) utilizado em laboratrios de Patologia para a conservao e fixao dos tecidos. O potencial txico decorre da exposio profissional aos vapores liberados e absoro por contato acidental com a pele, olhos, mucosas. SegundoSociedade Brasileira de Patologia - 23

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a Occupational Safety & Health Administration (OSHA), o formol tem potencial cancergeno. A Agncia Internacional de Pesquisa em Cncer da OMS (IARC, 2004) classificou o formol como carcinognico para humanos (grupo 1) e genotxico, por efeitos observados na reproduo em humanos e tambm em algumas espcies de animais, em estudos experimentais. O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) considera o formol como tumorignico, mutagnico, podendo afetar a reproduo animal. Para reduzir os riscos da exposio qumica, fundamental a adoo de medidas para controle da qualidade do ar, no se dispensando a utilizao de EPIs apropriados, sobretudo para a realizao de trabalhos que exigem a manipulao desses produtos. Leia mais: World Health Organization. 2006. IARC Monographs on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans: Volume 88 Formaldehyde, 2-Butoxyethanol and 1-tert-Butoxy-2-propanol. Disponvel em (acesso 07 nov. 2010): http://monographs.iarc.fr/ENG/Monographs/vol88/ volume88.pdf. Vapores de formol e xilol, nos ambientes do laboratrio, ultrapassando os limites de tolerncia, podem caracterizar situao de risco iminente, justificando interdio das salas para a implementao de medidas de controle de qualidade do ar? SIM. A Portaria n 3.214/78, NR 15, Anexo n 11, do MTE, estabelece os nveis mximos de exposio ambiental para xilol (100 ppm) e formol (1,6 ppm). Leia mais: BRASIL Ministrio do Trabalho e Emprego. Portaria n 3.214 de 8 de junho de 1978 Aprova as Normas Regulamentadoras relativas Segurana e Medicina do Trabalho. Disponvel em (acesso 10 nov. 2010): http://www3.dataprev.gov.br/ SISLEX/paginas/63/mte/1978/3214.htm. As profissionais gestantes devem evitar exposio ao formol em suas atividades no laboratrio de Patologia? SIM. Os riscos da exposio qumica so maiores para as profissionais gestantes, quando a qualidade do ar est comprometida pelos vapores de formol no adequadamente controlados. O odor da substncia no ambiente, os sintomas de irritao ocular ou de mucosas indicam que os limites de tolerncia foram ultrapassados. No encontramos na literatura mdica trabalhos demonstrando os efeitos nocivos do formol em profissionais de laboratrios de Patologia, durante o perodo de gestao. Recomendamos, entretanto, que a manipulao desse produto (clivagem de peas cirrgicas e outros) seja evitada no primeiro trimestre24 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo III - Biosegurana

gestacional, no se admitindo, nos trimestres seguintes, a realizao de tais procedimentos sem a proteo adequada (EPCs, EPIs). Os nveis de iluminncia dos ambientes administrativos e tcnicos dos laboratrios devem estar adequados regulamentao trabalhista? SIM. A NBR n 5.413/1992 estabelece que os ambientes de trabalho devem apresentar nvel de iluminncia entre 300 e 750 Lux, objetivando a diminuio do esforo visual e fadiga dos profissionais e, consequentemente, o risco de acidentes. Leia mais: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS (ABNT). Norma Regulamentadora NBR 5413, Iluminncia de Interiores, Disponvel em: http://www.labcon.ufsc.br/anexos/13.pdf. Acesso em 07 nov. 2010. Para identificao dos riscos ambientais, os laboratrios devem mapear os locais de trabalho, para a adoo de medidas preventivas? SIM. De acordo com o item 9.1.5 da Norma Regulamentadora (NR) n 9, da Portaria n 3.214/78, do MTE, os riscos ambientais so provocados por agentes fsicos, qumicos e biolgicos que, em funo de sua natureza, concentrao ou intensidade e tempo de exposio, so capazes de causar danos sade do trabalhador. Os mapas de risco devem ser fixados nos locais de trabalho e equipamentos utilizados, sinalizando atividades desenvolvidas e respectivos riscos. A preveno dos acidentes ocupacionais requer a adoo de medidas administrativas, de engenharia (climatizao artificial, EPCs, exausto mecnica) e de proteo individual (EPIs). Leia mais: MATTOS, U. O.; QUEIROZ, A. R. Mapa de risco, In: Biossegurana: Uma Abordagem Multidisciplinar. Rio de Janeiro: FioCruz, 1996 A adoo de princpios de biossegurana deve incluir recomendaes para riscos ergonmicos e acidentrios, alm dos riscos ambientais (fsicos, qumicos, biolgicos)? SIM. Entre os principais riscos de acidentes esto os ferimentos decorrentes da manipulao de material perfurocortante. H ainda a possibilidade de acidentes por queda de materiais acondicionados em prateleiras mal conservadas ou sobrecarregadas pelo excesso de peso. Tambm devem ser considerados os riscos de incndio e exploses (estocagem inadequada de material qumico, instalaes eltricas defeituosas) e choques eltricos, entre outros. Em laboratrios de Patologia devem ser instalados lava-olhos, chuveiros, equipamentos de proteo facial, capelas de exausto eSociedade Brasileira de Patologia - 25

Captulo III - Biosegurana

disponibilizados EPIs aos seus profissionais? SIM. Os lava-olhos e chuveiros devem ser instalados em locais de fcil acesso. Capela de exausto recomendada para procedimentos com manipulao de substncias qumicas volteis (formol, xilol, lcool). Os EPIs (mscaras, culos, jalecos, luvas cirrgicas e de borracha PVC, outros) devem ser disponibilizados para os funcionrios das reas tcnicas, adequando-se ao tipo de trabalho realizado. O laboratrio deve disponibilizar kit de primeiros socorros, em local de fcil acesso? SIM. Material de primeiros socorros para utilizao em eventuais acidentes deve adequar-se aos principais riscos identificados nos respectivos mapas de risco. Vrios tipos de acidente, incluindo os perfurocortantes ou ingesto acidental de produto qumico, exigem assistncia mdica, logo aps o socorro imediato prestado ao profissional no laboratrio. A legislao vigente obriga a realizao de inspees peridicas nos equipamentos de ventilao ou condicionadores de ar dos laboratrios? SIM. As inspees dos equipamentos de ventilao permitem detectar sujeira de filtros ou bandejas, alm de sinais de corroso. As limpezas e trocas de peas danificadas dos aparelhos de ar condicionado so procedimentos obrigatrios, de acordo com a legislao vigente, Os laboratrios de Patologia devem adotar precaues especiais para o descarte de recipientes de reagentes qumicos ou contaminados com agentes biolgicos? SIM. Os frascos de reagentes qumicos vazios, antes do descarte, devem ser lavados em gua corrente, providenciando-se, a seguir a remoo do rtulo dos frascos. Os recipientes de vidro no devem ser quebrados. Os frascos que continham solventes orgnicos (xilol ou outro) antes da lavagem em gua devem ser lavados com etanol. Os frascos contaminados com agentes biolgicos devem ser tratados com hipoclorito ou lisofrmio ou submetidos autoclavagem. Os riscos biolgicos podem ser reduzidos com medidas gerais de biossegurana? SIM. Os riscos de contaminao biolgica seguindo a manipulao de material potencialmente infectante devem ser conhecidos pelos profissionais. Para isso devem receber treinamentos peridicos. Alm do respeito s regras gerais de biossegurana, devem ser adotadas medidas de proteo individual: uso de avental, luvas descartveis, mscaras e culos de proteo. Antes do descarte em lixo comum, recomendada a autoclavagem de material biolgico patognico ou a utilizao de desinfetantes apropriados para a inativao de microrganismo especfico.26 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo IV - Concorrncia Desleal

CAPTULO IV CONCORRNCIA DESLEALAge corretamente o patologista que paga s secretrias de consultrios ou funcionrios do centro cirrgico para ser beneficiado com o encaminhamento de exames anatomopatolgicos ou citopatolgicos? NO eticamente aceitvel o pagamento de comisses ou vantagens a funcionrios ou a outros mdicos para recebimento de exames. Em diversos artigos, o Cdigo de tica Mdica probe a mercantilizao do trabalho mdico, estabelecendo que cabe ao mdico comunicar ao Conselho Regional de Medicina fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem possvel infrao do CEM e das Normas que regulam o exerccio da Medicina. A prtica tambm est prevista no Art. 195, inciso IX, Cdigo Penal Brasileiro (crime de concorrncia desleal) dar ou prometer dinheiro ou outra utilidade a empregado de concorrente, para que o empregado, faltando ao dever do emprego, lhe proporcione vantagem; Pena deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano. Leia mais: Parecer SBP 75 (em www.sbp.org.br) Cdigo de tica Mdica Princpio Fundamental IX; Artigos 58 e 59 tica a conduta de laboratrio de Patologia, que oferece preos inferiores aos da tabela do SUS, em processos de licitao pblica ou para obter vantagens com os seus concorrentes? NO. Os laboratrios de Patologia no devem oferecer em processos de licitao ou em quaisquer outras circunstncias procedimentos a preos inferiores s tabelas do SUS. As tabelas de procedimentos do SUS so reiteradamente criticadas pelos baixos valores de remunerao. Os preos de exames da especialidade Patologia so muito inferiores aos, de uma maneira geral, pagos pelos planos privados de sade, especialmente quando referenciados pela CBHPM. Com preos to baixos, consideramos que o trabalho mdico no ser realizado em condies ideais, dificultando a eliminao de riscos, que podem resultar em prejuzo sade do paciente, em confronto com diversos princpios ticos. Leia mais: Parecer SBP 92/2010 (www.sbp.org.br) Cdigo de tica Mdica: Princpios Fundamentais III e IX; artigos 51 e 58. A SBP pode convocar os patologistas de laboratrio que oferece preos de exames muito inferiores aos praticados pelos seus concorrentes, na tentativa de combater essa concorrncia desleal? SIM. para combater as prticas anti-concorrenciais, que desvalorizam osSociedade Brasileira de Patologia - 27

Captulo IV - Concorrncia Desleal

procedimentos anatomopatolgicos e citopatolgicos, a SBP pode convocar os mdicos do laboratrio denunciado para reunio. No sendo a SBP um rgo com poder de fiscalizao tica, o objetivo do encontro conscientizar os colegas de que a prtica do preo vil eticamente reprovvel, sugerindolhes o realinhamento de suas tabelas, tendo a CBHPM como referncia. O envio de documentos comprobatrios da denncia servir para a convocao desses profissionais. Cdigo de tica Mdica: Art. 58. vedado ao mdico o exerccio mercantilista da Medicina. Para concorrer com os megalaboratrios predadores que captam exames em todo o estado, utilizando a intermediao dos laboratrios clnicos, o patologista deve tambm baixar os preos em seu laboratrio? NO. Os preos praticados pelos megalaboratrios predadores inviabilizariam os laboratrios de Patologia de pequeno e mdio porte. Leia mais: Parecer SBP 86 (www.sbp.org.br) Age de forma tica o patologista que se responsabiliza pela realizao dos exames anatomopatolgicos de um laboratrio cujo scio um citologista clnico, no-mdico? NO tica a associao de mdico com profissionais que executam atividades consideradas exclusivas de mdico. O Cdigo de tica Mdica dispe: Art. 10. vedado ao mdico acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com profissionais ou instituies mdicas nas quais se pratiquem atos ilcitos. Um patologista assumindo a realizao de exames anatomopatolgicos de vrios laboratrios clnicos pode ser investido no cargo de diretor tcnico desses estabelecimentos? NO, porque o mdico no pode assumir a responsabilidade por mais de duas instituies mdicas, na funo de diretor tcnico. Resoluo CFM n. 1352/92: Art. 1 - Ao profissional mdico ser permitido assumir a responsabilidade, seja como Diretor Tcnico, seja como Diretor Clnico, em no mximo 2 (duas) instituies prestadoras de servios mdicos, a includas as instituies pblicas e privadas, mesmo quando tratar-se de filiais, subsidirias ou sucursais da mesma instituio. O patologista deve manter-se leal com o seu concorrente, mesmo diante de prejuzos financeiros decorrentes do comportamento antitico de outros profissionais?28 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo IV - Concorrncia Desleal

SIM. Como mdicos, precisamos ser ticos, antes de tudo. Age criminosamente aquele que se serve da Medicina simplesmente para satisfazer propsitos pessoais, revelia das regras de conduta impostas em razo dos interesses coletivos. A lealdade uma virtude essencial. A deslealdade a face patolgica de quem se intromete no campo da ilicitude para, fraudulentamente, burlar a doutrina profissional e auferir vantagens interessantes apenas para si mesmo. Age de forma tica o patologista que concede a um plano de sade desconto maior do que os seus concorrentes, em desacordo com as recomendaes das entidades mdicas ou de assemblias associativas? NO. O Cdigo de tica Mdica veda ao mdico: Art. 49. Assumir condutas contrrias a movimentos legtimos da categoria mdica com a finalidade de obter vantagens. Art. 51. Praticar concorrncia desleal com outro mdico. tica a conduta de patologista que, para evitar conflitos com sua clientela mdica ou com os planos de sade, jamais recorre das glosas impostas pelas operadoras ou nunca apresenta a cobrana de todos os procedimentos realizados (coloraes especiais, margens cirrgicas, cadeias ganglionares, etc.)? NO. O Cdigo de tica Mdica veda ao mdico (art. 69) obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos. Deixando de exigir o correto pagamento de seus honorrios, para agradar a clientela. o patologista age de forma eticamente inaceitvel concorrncia desleal, prevista no art. 51 do CEM. tica a conduta de laboratrio de Patologia, que indica, em laudos anatomopatolgicos ou citopatolgicos, a participao em programas de controle de qualidade em Patologia Clnica ou em outra especialidade? NO. Em laudos anatomopatolgicos ou citopatolgicos, lcito o uso de selos ou outros indicadores de participao do laboratrio em programas de controle de qualidade em Patologia ou Citopatologia, emitidos, respectivamente, pela SBP ou SBC. Os indicadores de qualidade de outras especialidades so falsas referncias para os pacientes que utilizam servios de Patologia ou Citopatologia. Alm de concorrncia desleal, esse procedimento pode ser denunciado como propaganda enganosa. Leia mais Cdigo de Direito do Consumidor (art. 37) - proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 1 enganosa qualquer modalidade de informao ou comunicao de carter publicitrio, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omisso, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, caractersticas, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preo e quaisquer outros dados sobre produtos e servios.Sociedade Brasileira de Patologia - 29

Captulo V - Contratualizao (Com planos de sade) e ANS

CAPTULO V CONTRATUALIZAO (COM PLANOS DE SADE) E ANSA ANS exige que, nos contratos entre operadoras e laboratrios (contratualizao), constem obrigatoriamente a relao dos procedimentos cobertos pelos contratos e tambm os excludos, alm dos valores desses procedimentos? SIM. A RN n 71/ 2004 da ANS determina que nos contratos entre operadoras e prestadores (mdicos, laboratrios) devem constar, com clareza, os procedimentos cobertos pelos contratos, alm dos respectivos valores de remunerao. A meno contratual a uma lista oficialmente reconhecida de procedimentos (rol da ANS, CBHPM, TUSS, etc.) pode ser insuficiente, se o laboratrio no executa todos os procedimentos dessa lista. Nessa situao, o contrato deve mencionar as excluses. A ANS exige que, nos contratos entre operadoras e laboratrios (contratualizao), constem obrigatoriamente o prazo de faturamento da contas pela operadora e a previso da data de pagamento ao laboratrio? SIM. A RN n 71/ 2004 da ANS determina que nos contratos entre operadoras e prestadores (mdicos, laboratrios) devem constar, com clareza, o prazo de faturamento das contas e a previso da data de pagamento ao laboratrio. A ANS exige que sejam rubricadas todas as pginas dos contratos entre operadoras e laboratrios (contratualizao)? SIM. necessrio que os signatrios da contratualizao rubriquem todas as pginas do contrato, no sendo admitido o conhecimento do contrato apenas pela leitura do texto via internet. O plano de sade pode exigir autorizao administrativa para a realizao de determinado procedimento? SIM. Entretanto, a exigncia de autorizao administrativa para a realizao de determinado procedimento deve estar prevista na contratualizao. possvel obter anulao judicial de clusulas abusivas, aps a assinatura de contrato impositivo de plano de sade? SIM. O contrato imposto pelo convnio mdico, sem possibilidade de discusso de suas clusulas chamado contrato de adeso. A anulao possvel, porque foi estabelecida uma situao jurdica prejudicial a uma das partes, em decorrncia de clusulas pr-fixadas e de aceitao compulsria.30 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo V - Contratualizao (Com planos de sade) e ANS

Leia mais: Parecer SBP 49 (www.sbp.org.br) possvel denunciar o plano de sade que se recusa a conceder reajustes anuais ao laboratrio, obrigando-o a negociar preos? SIM. A denncia deve ser encaminhada Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS), uma vez que a RN ANS n 71/ 2004 determina que todos os contratos entre operadoras e mdicos devem especificar, com clareza, as regras de reajuste de honorrios: forma e periodicidade. Podem ser denunciados ANS os convnios que no reajustam os preos dos procedimentos, no prazo mximo de trinta dias, aps a data de aniversrio da contratualizao? SIM. Os contratos entre operadoras e laboratrios devem ter previso de reajuste anual, por ndice aceitvel para a reposio dos custos., concedido no mximo trinta dias aps a data de aniversrio da contratualizao. O laboratrio pode denunciar convnio que se recusa a adequar o seu contrato s resolues e instrues da ANS ou mesmo nega cobertura a procedimentos constantes no rol 2008 (RN 167/2008 da ANS)? SIM. Os contratos entre operadora de convnio e prestador de servio devem ser obrigatoriamente adequados s normas da ANS (contratualizao). Os procedimentos includos no rol 2008 so coberturas obrigatrias. O Disque ANS - 0800 701 9656 pode ser utilizado para denncias.

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Captulo VI - Ensino, Especializao

CAPTULO VI ENSINO, ESPECIALIZAOEstudantes de Medicina podem ser convocados para realizar macroscopia em laboratrio de Patologia, a ttulo de estgio, sem vnculo empregatcio? SIM. Estgios podem ser concedidos, pelo perodo mximo de dois anos, na forma da Lei 11788/08. Torna-se obrigatria a concesso de bolsa-auxlio, vale transporte, frias (de 30 dias, coincidindo com as da instituio de ensino) e carga horria mxima de 06 horas dirias. Estudantes de Medicina no devem ser utilizados como profissionais tcnicos, sem vnculo empregatcio. A superviso mdica do trabalho estudantil obrigatria. Leia mais: www.abralapac.org.br (em Assuntos/Legislao/Estgios) correto haver profissionais no-mdicos ensinando Patologia Especial ou Anatomia Patolgica no Curso de Medicina? NO. No Curso de Medicina, os contedos de Patologia Especial (Patologia Sistmica, Anatomia Patolgica) devem ser ministrados apenas por mdicos ou odontlogos, estes ltimos, restringindo-se ao campo da Patologia Bucal. A Patologia Geral (diviso da Patologia Humana), entretanto, pode ter como professores outros profissionais da rea da sade, que, no sendo mdicos, comprovem a habilitao curricular nessa disciplina, para o exerccio da docncia (vide questo seguinte). Leia mais: Parecer SBP 37 (em www.sbp.org.br) antitico o patologista que, na funo de professor de curso superior de Biomedicina, Enfermagem ou Farmcia, assume aulas de Patologia Geral uma disciplina que no enfoca o carter diagnstico da especialidade, mas enfatiza os mecanismos das doenas mais relevantes, no havendo aulas prticas de microscopia, de macroscopia ou de necropsias? NO. Ao mdico permitido o ensino para no-mdicos de Patologia Geral, no diagnstica, com enfoque voltado aos processos patolgicos gerais e mecanismos de fisiopatologia. A proibio do Conselho Federal de Medicina direcionada para o ensino a biomdicos, farmacuticos e outros de matria especfica da Anatomia Patolgica ou Patologia Especial, com contedo dirigido formao mdica e ao aprendizado de atos mdicos da especialidade legal a utilizao de peas cirrgicas descartadas em laboratrio de32 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo VI - Ensino, Especializao

Patologia para fins didticos? SIM, embora no se conhea legislao especfica sobre a doao de peas cirrgicas para uso didtico, entendemos o seguinte: 1) Aps trs meses de arquivamento, as peas cirrgicas podem ser descartadas como resduos de servios de sade, conforme a RDC 306/2004 da ANVISA; 2) O destino dos resduos de servios de sade deve estar definido no PGRSS da instituio; 3) A transferncia das peas cirrgicas j consideradas resduos de servio de sade para a instituio de ensino interessada deve ser formalmente documentada; 4) As normas para acondicionamento e transporte desse material devem ser rigorosamente cumpridas; 5) As peas cirrgicas descartadas e transferidas na forma de resduos de sade no podem conter nome ou outros dados que possam permitir a identificao de seus respectivos pacientes. O patologista deve aceitar convite para ministrar aulas de Citopatologia em cursos de ps-graduao ou eventos cientficos, que tenham como pblico-alvo os profissionais no-mdicos? NO. infrao tica, porque infringe a Resoluo n. 1718/2004: Art. 1o vedado ao mdico, sob qualquer forma de transmisso de conhecimento, ensinar procedimentos privativos de mdico a profissionais no-mdicos. A partir de seu material de arquivo, o patologista pode preparar colees de lminas histopatolgicas e comercializ-las com instituies de ensino? NO. O comrcio de material biolgico humano ilegal, qualquer que seja a sua finalidade. Lembrando que mesmo o sangue para transfuses, salvando vidas, no pode ser objeto de compra e venda. Da mesma forma, probe-se o comrcio de rgos para transplantes. A forma legal de fornecimento de colees didticas de lminas histopatolgicas por doao dos tecidos, com a autorizao legal dos pacientes ou com os cuidados exigidos para utilizao de material biolgico em pesquisas mdicas. O Cdigo de tica Mdica veda aos mdicos: Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercializao de rgos ou de tecidos humanos. Leia mais: Pareceres SBP 33 e SBP 31 (www.sbp.org.br)Sociedade Brasileira de Patologia - 33

Captulo VI - Ensino, Especializao

O patologista com residncia mdica completa considerado especialista em Patologia, mesmo sem o ttulo da Associao Mdica Brasileira? SIM. A Lei n. 6.932, de 7 de julho de 1981, estabelece: Art. 6 - Os programas de residncia mdica credenciados na forma desta Lei conferiro ttulos de especialistas em favor dos mdicos residentes neles habilitados, os quais constituiro comprovante hbil para fins legais junto ao Sistema Federal de Ensino e ao Conselho Federal de Medicina. O patologista com residncia mdica completa deve submeter-se ao concurso da Associao Mdica Brasileira (AMB) para obter o ttulo de especialista em Patologia? SIM. Embora a Lei n. 6.932 considere especialista o mdico que concluiu um programa de residncia credenciado pelo MEC, o profissional no ter como aderir ao processo de certificao de atualizao profissional - que revalida o ttulo de especialista. Essa uma exigncia da Resoluo CFM n 1772/2005, que institui o Certificado de Atualizao Profissional para os portadores dos ttulos de especialista e certificados de reas de atuao. Se um patologista titulado a partir de 1/01/2006 decidir no se recertificar, ele perder o seu ttulo? SIM. O mdico portador de ttulo de especialista e/ou certificado de rea de atuao emitido(s) a partir de 1/1/2006 ter o prazo de 05 (cinco) anos para submeter-se, obrigatoriamente, ao processo de certificao de atualizao profissional, sob pena de perda do registro de seu ttulo e/ ou certificado. Se um patologista titulado antes de 1/01/2006 decidir no se recertificar, ele perder o seu ttulo? NO. O mdico portador de ttulo de especialista e/ou certificado de rea de atuao emitido(s) at 31/12/2005 poder aderir de forma opcional ao processo de certificao de atualizao profissional. Porm, se no aderir ao programa continuar com o(s) seu(s) registro(s) de especializao e/ou rea(s) de atuao inalterado(s) nos Conselhos Regionais de Medicina. Se o especialista no conseguir os pontos necessrios para a revalidao do ttulo no prazo de 05 anos, existe outra alternativa de recertificao? SIM. O mdico que no acumular 100 crditos, no prazo de cinco anos, poder submeter-se a uma prova de revalidao de ttulos, elaborada34 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo VI - Ensino, Especializao

pela SBP, com a autorizao da Comisso Nacional de Acreditao (CNA) da AMB/CFM. Os diplomas universitrios de ps-graduao (mestrado, doutorado, etc.) conferem ao patologista a qualificao de especialista? NO. Para ser considerado especialista em Patologia, o mdico deve preencher as condies da Resoluo CFM n 1845/2008 (atualizando a Resoluo CFM n 1785/2006) TTULO DE ESPECIALISTA EM PATOLOGIA Formao: 3 anos CNRM: Programa de Residncia Mdica em Patologia AMB: Concurso da Sociedade Brasileira de Patologia possvel impedir legalmente a realizao de cursos de psgraduao lato sensu em Citopatologia, promovidos ou organizados por entidades no-mdicas, para um pblico alvo no exclusivamente mdico? NO. A Resoluo CFM n. 1718/2004 veda a participao de mdicos no corpo docente de cursos que ensinam procedimentos privativos de mdicos a outros profissionais. Entretanto, enquanto a Lei de Regulamentao da Medicina (PL 7703/2006) no for aprovada, no possvel utilizar a via judicial para suspender a realizao desses eventos, quando patrocinados por entidades no-mdicas. Alm da Citopatologia, existem outras reas de atuao na especialidade Patologia? NO. Citopatologia a nica rea de atuao oficialmente reconhecida pelo CFM para os mdicos que tm ttulo de especialista ou residncia mdica em Patologia (Anatomia Patolgica). Apenas mdicos titulados nessa rea podem anunciar o exerccio profissional da Citopatologia, conforme estabelece o CEM. Leia Mais: Resoluo CFM 1634\2002 Vide anexo III, pgina 147 Cdigo de tica Mdica (art. 115) Associando-se SBP ou SBC, o mdico habilita-se a exercer a especialidade (Patologia) ou a rea de atuao (Citopatologia)? NO. Para habilitar-se legalmente ao exerccio da especialidade e/ ou respectiva rea de atuao, o mdico deve obter os certificados correspondentes, aps a concluso da residncia mdica ou obtidos via concurso de ttulo de especialista da AMB e SBP (ttulo de especialista em Patologia) ou SBC (ttulo de especialista em Citopatologia). Para um mdico responsabilizar-se por laudos nas reas deSociedade Brasileira de Patologia - 35

Captulo VI - Ensino, Especializao

nefropatologia ou dermatopatologia, precisa ter formao em Patologia? SIM. O exame anatomopatolgico de bipsias renais, bipsias de pele, como de quaisquer outras, responsabilidade de mdico patologista. O ttulo de especialista em Patologia condio necessria para: a) Divulgao da especialidade O Cdigo de tica Mdica veda ao mdico (art. 115) anunciar ttulos cientficos que no possa comprovar e especialidade ou rea de atuao para a qual no esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina b) Encaminhamento do exame anatomopatolgico A Resoluo CFM 1823/2007 (art. 8) estabelece que o mdico assistente dever orientar os seus pacientes a encaminharem o material a ser examinado para mdico patologista inscrito no CRM de seu estado. c) Comprovao de percia na especialidade O Cdigo de tica Mdica veda ao mdico (art. 1) causar dano ao paciente, por ao ou omisso, caracterizvel como impercia, imprudncia ou negligncia. Leia Mais: Parecer SBP 106/2010 (www.sbp.org.br) Para especializar-se em Patologia, existem cursos de ps-graduao que podem substituir a residncia mdica? NO. A residncia mdica em Patologia tem durao de trs anos, podendo ser prorrogada para quatro anos, para a realizao de R4 em rea de atuao em Citopatologia. Cursos de ps-graduao (mestrado, doutorado) no habilitam para o exerccio profissional, mas conferem diplomas valorizados no magistrio universitrio. Leia Mais: Parecer SBP 106/2010 (www.sbp.org.br) A formao em Patologia suficiente para um profissional capacitar-se em Patologia Renal ou em Dermatopatologia? SIM. A formao em Patologia, aps a concluso da residncia mdica, habilita o patologista para atuar em qualquer rea da especialidade, inclusive na nefropatologia. Compete ao profissional interessado em atuar mais intensamente nessas subespecialidades aprimorar continuamente seus conhecimentos, em benefcio do paciente, conforme preceitua o CEM (Princpio Fundamental V). Entretanto, para o exerccio da Citopatologia, o patologista deve ter o quarto ano (R4) de residncia nessa rea de atuao e/ou ttulo36 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo VI - Ensino, Especializao

emitido pela SBC. e AMB. Leia Mais: Parecer SBP 106/2010 (www.sbp.org.br) Sem a residncia mdica, existe alguma prova que avalie a capacidade tcnica de um mdico como, por exemplo, prova de especialista, que o permita ter o ttulo, s pela prtica e conhecimentos demonstrados? SIM. O ttulo de especialista possibilita a qualificao na Patologia por concurso, desde que atendidos os critrios estabelecidos nos editais da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e Associao Mdica Brasileira (AMB). Leia Mais: Parecer SBP 106/2010 (www.sbp.org.br)

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Captulo VII - Erro Diagnstico

CAPTULO VII ERRO DIAGNSTICOEm caso de diagnstico histopatolgico equivocado de malignidade, o patologista pode ser condenado a pagar indenizao por dano moral, mesmo no tendo havido interveno cirrgica oncolgica ou outro tratamento? SIM. A possibilidade de condenao na esfera judicial existe (dano moral), atenuada pelo fato de no ter havido leso fsica, que poderia motivar indenizaes mais altas. Leia Mais (jurisprudncias): Processo n. 0221132-83.2007.8.19.0001, da 2 Cmara Cvel, RJ Laboratrio de Patologia condenado a pagar R$ 10.000,00 de indenizao por diagnstico errado de cncer de prstata. Para o desembargador Jess Torres, relator do processo, o resultado do exame afirmou a existncia de cncer inexistente... Induvidoso, portanto, que o erro acarretou dor moral ao autor, diante da angstia decorrente de se saber portador de doena incurvel ou de difcil tratamento, a abalar-lhe o equilbrio emocional e a auto-estima. Sentena do STJ (Resp. 241373/SP, quarta turma, Min. Ruy Rosado de Aguiar, publicado no DJ em 15/05/2000): Responsabilidade civil. Exame laboratorial. Cncer. Dano moral. Reconhecida no laudo fornecido pelo laboratrio a existncia de cncer, o que foi comunicado de modo inadequado para as circunstncias, a paciente tem o direito de ser indenizada pelo dano moral que sofreu at a comprovao do equvoco do primeiro resultado, no qual no se fez nenhuma ressalva ou indicao da necessidade de novos exames. Recurso conhecido e provido. Indexao: cabimento, indenizao, dano moral, hiptese, erro,diagnostico, doena grave, caracterizao, culpa, laboratrio particular. Se as margens de pea cirrgica no so marcadas pela equipe mdica, impossibilitando identific-las corretamente em laudo, o patologista poder ser legalmente responsabilizado, em caso de litgio? NO, mas o laudo anatomopatolgico deve justificar a impossibilidade de identificao correta das margens da pea cirrgica, para descaracterizao de negligncia, uma infrao prevista no Cdigo de tica Mdica, no Cdigo Civil Brasileiro e no Cdigo Penal Brasileiro. O Cdigo de tica Mdica veda: Art. 1 Causar dano ao paciente, por ao ou omisso, caracterizvel como impercia, imprudncia ou negligncia. Se a omisso de informaes clnicas, em requisio de exame38 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo VII - Erro Diagnstico

anatomopatolgico, concorreu para um erro diagnstico, o patologista poder ser legalmente responsabilizado, em caso de litgio? SIM, especialmente se o diagnstico anatomopatolgico estiver apresentado de forma conclusiva, no havendo no laudo uma observao sobre a limitao dos resultados, em face da omisso de dados clnicos. Leia mais (jurisprudncia): Em um PEP do CREMEPE (2010), o conselheiro relator argumenta: No caso em tela h indcios de que o patologista poderia ter envidado esforos adicionais antes de concluir sua anlise. Poderia, por exemplo, ter entrado em contato com o mdico que operou a paciente, para obter informaes sobre as caractersticas da leso. Assim no procedeu. Uma informao clnica sonegada ao patologista pode induzir a erro ou a diagnstico inconclusivo. Nem sempre o patologista ter condies de supor que as informaes fornecidas so parciais e omitem dado relevante para a sua anlise interpretativa. Considerando-se que esse um problema frequente na rotina laboratorial, o laudo anatomopatolgico deve incluir nota de advertncia sobre as limitaes de sua concluso? SIM. O laudo anatomopatolgico elaborado em funo de uma interconsulta mdica, devendo ser correlacionado com dados clnicos, laboratoriais ou de imagem. A busca proativa dessas informaes, caso a caso, invivel, na rotina laboratorial. Portanto, necessrio advertir o mdico assistente que a discordncia entre os achados clnicos e morfolgicos deve ser notificada para eventuais revises e interpretao dos resultados, luz de dados no fornecidos anteriormente. Leia mais Silverberg S. G. & Wick M.R. General Principles (Section 1). Silverberg`s Principles and Practice of Surgical Pathology and Cytopathology (fourth edition). Churchill Livingstone, Elsevier (USA/UK), 2006: Contudo, essencial lembrar que Patologia Cirrgica no um jogo intelectual, mas sim uma faceta muito sria da prtica mdica, frequentemente com implicaes de vida ou de morte. Assim, em se tratando da vida das pessoas, toda a informao clnica disponvel deve ser apresentada ao patologista responsvel pelo caso. Isso obviamente de menor importncia em alguns casos do que em outros, mas melhor evocar essa regra geral, para a qual excees ocasionais podero ser feitas, do que trabalhar com dificuldades constantes para a obteno de informaes clnicas imprescindveis (traduo nossa). O patologista deve elaborar laudo de reviso quando identifica erro de diagnstico histopatolgico no laudo original, por ele mesmo assinado? NO. O laudo de reviso, alterando substancialmente o prprio diagnstico, a partir das lminas histolgicas originais, poder ser considerado, na esfera judicial, uma confisso objetiva de erro. Um segundo laudo, com reviso deSociedade Brasileira de Patologia - 39

Captulo VII - Erro Diagnstico

diagnstico, elaborado tempos depois pelos mesmos autores do primeiro, no servir para atenuar o eventual dano decorrente do erro cometido anteriormente. Nessa situao, recomendvel a entrega das lminas histolgicas e seus respectivos blocos para reviso noutra instituio, por outro patologista. Verificando-se discrepncia entre os diagnsticos histopatolgicos de bipsia incisional e pea cirrgica, o patologista deve elaborar laudo de reviso da bipsia anteriormente realizada? NO. Havendo discrepncia entre os diagnsticos histopatolgicos da bipsia e da pea cirrgica, recomendvel: 1) Emisso do laudo da pea cirrgica com diagnstico anatomopatolgico final 2) No elaborar laudo de reviso de bipsia anteriormente realizada (especialmente, se no for solicitada), porque o erro diagnstico corrigido no novo laudo. 3) Entregar material de bipsia anteriormente realizada se houver solicitao de reviso de lminas, obviamente com termo de consentimento esclarecido, devidamente formalizado. O patologista pode ser responsabilizado por um erro da fase ps-analtica, quando o mdico assistente deixa de ler ou no valoriza o diagnstico do laudo anatomopatolgico, cuja entrega foi devidamente protocolada? NO. Provando-se a entrega do laudo, no h como o patologista ser responsabilizado, na eventualidade de negligncia clnica para o tratamento do paciente. Existem jurisprudncias que negam pedidos de indenizao ao laboratrio por dano moral decorrente de resultados com erro de digitao grosseiro que pode ser percebido pelo mdico assistente ou pelo prprio paciente? SIM, porque erros grosseiros de digitao so facilmente perceptveis pelo mdico ou pelo prprio paciente, no causando qualquer prejuzo sua sade. Alguns equvocos de digitao, entretanto, podem motivar o pagamento de indenizao por danos morais. Uma deciso dos desembargadores da 2 Cmara Cvel do TJ-RJ (Tribunal de Justia do Rio) beneficiou paciente que recebeu o diagnstico equivocado de cncer de prstata em decorrncia de um erro de digitao. Leia mais (jurisprudncia): A 9 Cmara Cvel do TJ-RS (Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul) negou indenizao por danos morais a uma paciente que recebeu exame com erro de digitao. Alegava ter sofrido abalo moral, precisando usar sedativos espera de novo exame. O laboratrio acusado reconheceu o erro grosseiro na digitao, mas sustentou, em sua defesa, que a paciente no retornou ao laboratrio para esclarecer suas dvidas, conforme advertia nota constante40 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo VII - Erro Diagnstico

no laudo. A sentena final concluiu que no h configurao de dano moral, advindo de equvoco no resultado divulgado, mas sim mero dissabor, desconforto ou contratempo a que esto sujeitos os indivduos nas suas relaes e atividades cotidianas. Diante de um erro diagnstico incontestvel, prudente buscar a conciliao, mesmo extrajudicial, compreendendo-se o constrangimento do paciente, decorrente do erro? SIM. Ningum desconhece a existncia do risco de erro em todas as atividades humanas. Diante de erro diagnstico incontestvel, a situao deve ser administrada preferencialmente com o devido assessoramento jurdico. Os primeiros dilogos entre o patologista e o paciente so decisivos para a tentativa de um entendimento, que, na realidade, desejvel para ambas as partes. A via judicial sempre a mais longa e onerosa. No tendo havido dano maior para o paciente, como uma cirurgia desnecessria, torna-se menos rduo o trabalho de defesa com objetivo de conciliao. A formalizao do acordo necessria, para finalizar o conflito de forma definitiva, sem margens para outras demandas, pelo mesmo problema. A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) tem competncia legal para instaurar sindicncias, processos ou mesmo atuar na percia de casos denunciados por erros de diagnstico histopatolgico? NO. A SBP uma associao cientfica, sem competncia legal para instaurar sindicncias ou processos por erros diagnsticos ou para elaborar parecer tcnico, nesses casos. possvel defender-se de acusao de erro em exame imunoistoqumico, com o argumento de que anticorpos imprescindveis para o correto diagnstico no constavam na requisio mdica? SIM. O exame imunoistoqumico um mtodo complementar de diagnstico, realizado por solicitao mdica. Mesmo nos procedimentos inicialmente indicados em laudo anatomopatolgico, a deciso de execuo do exame imunoistoqumico parte do mdico assistente. Este tambm deve avaliar o painel sugerido pelo patologista, especificando em sua requisio os anticorpos mais adequados ao caso. O Cdigo de tica Mdica veda ao mdico: Art. 3 Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento mdico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vrios mdicos tenham assistido o paciente. Art. 4 Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou consentido pelo paciente ou por seu representante legal.Sociedade Brasileira de Patologia - 41

Captulo VIII - Exames Citopatolgicos, citoescrutnio

CAPTULO VIII EXAMES CITOPATOLGICOS, CITOESCRUTNIOO que um procedimento (exame) citopatolgico? O Parecer 42 da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) estabelece: Definio: Procedimento mdico que pode detectar alteraes da morfologia celular para o diagnstico (definitivo ou presuntivo) ou preveno de doenas a partir do estudo ao microscpio de esfregaos celulares, lquidos corpreos ou de amostras colhidas por escovados, raspados, imprints ou punes aspirativas. Conservao do material colhido para exame citolgico: 1. lcool absoluto. 2. Soluo lcool-ter. 3. Fixao ao ar. 4. Outros. Tipos de procedimento para realizao de exames citopatolgicos 1. Esfregaos, raspados, escovados. 2. Punes aspirativas, lavados, aspirados. 3. Citopatologia em meio lquido. 4. Punes aspirativas. 5. Centrifugaes, citocentrifugaes, cell block (bloco celular). Etapas do exame citopatolgico: 1. Exame Microscpico: estudo ao microscpio de clulas ou grupos de clulas. 2. Diagnstico: fase conclusiva do exame, a partir de correlao dos achados microscpicos com os elementos clnicos disponveis. Tcnicas de colorao de preparados citolgicos: 1. Papanicolaou 2. Coloraes de Romanowski (Giemsa, Leishman, MGG, Wrigth, etc). 3. Hematoxilina-eoxina 4. Outras Leia mais: Parecer SBP 43 (www.sbp.org.br) Para o exerccio da Citopatologia, o mdico obrigado a ter ttulo de especialista? NO. Mesmo sem especializao em Citopatologia ou Patologia, qualquer portador do diploma de mdico pode exercer a Medicina, na especialidade a qual se julgar apto para tal. Esse mdico, entretanto, no42 - Sociedade Brasileira de Patologia

Captulo VIII - Exames Citopatolgicos, citoescrutnio

pode anunciar a especialidade, porque estaria infringindo o CEM (art. 4) e resolues do CFM. Leia Mais: Resoluo CFM 1634\2002 Ver anexo III, pgina 147 O exame citopatolgico submetido ao citoescrutnio est dispensado da reviso por citopatologista, se o resultado da leitura por profissional citotcnico negativo? NO. O citoescrutnio prvio no dispensa a interpretao e reviso do mdico patologista e/ou citopatologista inscrito no Conselho Regional de Medicina do seu estado, para firmar o laudo citopatolgico. Leia mais: Parecer SBP 64 (www.sbp.org.br) Mdicos podem assinar procedimentos citopatolgicos (cervicovaginal ou outro) sem que tenham examinado as respectivas lminas? NO. Ao mdico vedado: 1) Assumir responsabilidade por ato mdico que no praticou ou do qual no participou (CEM, art. 5) 2) Delegar para outros profissionais atos ou atribuies exclusivos da profisso mdica (CEM, art. 2). 3) Assumir responsabilidade por laudo mdico que no executou (Resoluo CFM 813/77 vide anexo III, pgina 147) 4) Causar dano ao paciente, por ao ou omisso, caracterizvel como impercia, imprudncia ou negligncia, segundo o art. 1 do CEM, que tambm enfatiza a natureza pessoal da responsabilidade mdica, Alm da infrao tica cometida pelo mdico que assina laudo de procedimento que no examinou, o profissional pode ser responsabilizado na esfera civil. Gratificao sobre o salrio devida aos mdicos do servio pblico, na funo de citopatologista, quando responsveis pelo controle de qualidade externo em citopatologia do programa SISCOLO? NO. Os mdicos funcionrios de servio pblico recebem em virtude de seu regime de trabalho e carga horria, determinadas no edital de concurso pblico. Executar funo, por si s, no garante ao servidor recebimento de gratificao por produtividade individual. Alguns rgos pblicos regulamentam essas vantagens adicionais ao salrio por meio de decretos, portarias ou outros instrumentos legais. O pagamento de adicional de produtividade pode ser pleiteado e representa um justo incentivo ao trabalho de quem tem o encargo de proceder reviso de exames da maior responsabilidade, a exemplo do controle de qualidadeSociedade Brasileira de Patologia - 43

Captulo VIII - Exames Citopatolgicos, citoescrutnio

externo em Citopatologia. Leia mais: Parecer SBP 78/2007 (www.sbp.org.br) Os citotcnicos devem ser excludos dos laboratrios privados de Citopatologia? NO. Citotcnicos qualificados podero prestar valiosa colaborao aos citopatologistas, realizando leituras preliminares das lminas citolgicas, separando os casos positivos ou suspeitos, com marcao de campos representativos. Assim, a leitura mdica dos casos negativos poder ser realizada de forma mais rpida, enquanto a delimitao de reas com alteraes celulares significantes permitir a agilizao dos diagnsticos citopatolgicos pelo mdico responsvel. Existe alguma orientao ou limite de quantos exames o citopatologista pode realizar por hora? NO conhecemos norma ou resoluo estabelecendo a produtividade profissional em termo de nmero de lminas. Apenas profissionais de nvel superior podem exercer a funo de citotcnico? NO. Embora sem ter a sua profisso regulamentada em lei, o citotcnico considerado um tcnico de laboratrio de nvel mdio - que deve comprovar escolaridade de segundo grau. No infrequentemente essa funo tambm exercida por profissionais de nvel superior (biomdicos, bilogos, farmacuticos, etc.).

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Captulo IX - Exerccio Ilegal da Patologia

Captulo IX Exerccio Ilegal da PatologiaExiste base legal para denunciar laboratrios de anlises clnicas (no-mdicos) que recebem exames anatomopatolgicos, no contando com estrutura operacional prpria para a execuo dos procedimentos? SIM. Se os clientes no so informados sobre a rota de terceirizao adotada pelo laboratrio clnico para a realizao do seu exame, eles se tornam vtimas de propaganda enganosa. De acordo com o Cdigo de Defesa do Consumidor (art. 6), so direitos bsicos do consumidor a informao adequada e clara sobre os diferentes produtos e servios, com especificao correta de quantidade, caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como sobre os riscos que apresentam. preciso tambm observar a possibilidade de enquadramento no art. 47 da Lei das Contravenes Penais (*) Leia mais: Pareceres SBP 86/2008, SBP 88/2008, SPB 46 (www.sbp.org.br) (*) Vide anexo III, pgina 147 Profissional sem diploma mdico registrado no CRM, que se apresenta como patologista, inclusive com registro no CNES, pode ser denunciado criminalmente? SIM. Nenhum indivduo pode apresentar-se como mdico, sem ter cursado Medicina, em instituio de ensino superior reconhecida pelo MEC. Utilizar o ttulo de mdico indevidamente crime. A denncia policial e em CRM pode ser apresentada por qualquer cidado. Um profissional de nvel superior que utilizar o ttulo de mdico, tambm poder ser processado no seu prprio conselho de classe (Conselho Regional de Biomedicina, de Farmcia, de Enfermagem, etc.). Em 1 de dezembro de 2008, o Juiz Federal Substituto da 3 Vara/ DF deferiu parcialmente a liminar para suspender os artigos 7, 8 e 9, da Resoluo CFM N1823/2207, at a deciso do mrito. Esse ato tem repercusso no territrio nacional? NO. O juiz do Tribunal Regional Federal 1 Regio, Rafael Paulo Soares, suspendeu a liminar do Conselho Federal de Farmcia (CFF) e garantiu que apenas o profissional mdico o responsvel pela realizao de exames anatomopatolgicos e citopatolgicos. Est sujeito a processo criminal paciente ou profissional que falsificar laudo mdico, substituindo diagnstico de benigno por maligno? SIM. Laudos mdicos so documentos particulares (propriedade doSociedade Brasileira de Patologia - 45

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paciente). A falsificao desses documentos poder caracterizar crime previsto no Cdigo Penal Brasileiro: Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - recluso, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Ainda de acordo com o CPB, se o prprio paciente for o autor da falsificao, poder ser indiciado por falsidade ideolgica: Art. 299 - Omitir, em documento pblico ou particular, declarao que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Diante de problema gerado por falsificao de laudo mdico, deve a denncia ser lavrada em delegacia de polcia e registrada em boletim de ocorrncias (B.O.). Esto sujeitos a processos judiciais os profissionais que assumem responsabilidade por procedimentos anatomopatolgicos que no executaram, assinando laudos de exames realizados por terceiros? SIM. vedado ao mdico assumir autoria e responsabilidade por ato mdico executado por terceiro, conforme estabe