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Escola Secundária Abel Salazar Núcleo de Estágio 2008/2009 Núcleo de Estágio 2008/2009 Departamento de Expressões Pedro Filipe Silva Bessa GUIA DO ALUNO CULTURA DESPORTIVA HISTÓRIA O Atletismo é sem dúvida o mais antigo dos desportos, já que o andar, o correr, o lançar e o saltar nasceram com o próprio Homem. Esses padrões motores são habilidades naturais que o Homem passou a realizar desde que adoptou uma postura bípede, convertendo-a primeiro, num meio de subsistência eficaz e depois, numa actividade específica e diferencial relativamente aos outros animais. Na sua história biológica como ser vivo, o Homem foi conquistando as suas capacidades, as quais lhe serviram como sistema de relação com o meio que o envolvia. Nesta interacção sistemática surge o desenvolvimento do correr, saltar, lançar, primeiro por necessidade de sobrevivência, depois, por prazer, por necessidade biológica de movimento. É a partir de então que nasce o espírito lúdico desportivo. O Atletismo, palavra de origem grega (Aethlos = esforço) é uma actividade que se desenvolveu tendo por base o desenvolvimento e aproveitamento de certas capacidades específicas do Homem – o que unido ao espírito desportivo que já mencionámos, se constitui num conjunto de actividades lúdicas, praticadas desde épocas muito antigas nos momentos de ócio e por um grande número de culturas que interpretavam perfeitamente este tipo de práticas

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Pedro Filipe Silva Bessa

GUIA DO ALUNO

CULTURA DESPORTIVA

HISTÓRIA

O Atletismo é sem dúvida o mais antigo dos desportos, já que o andar, o correr, o lançar e o saltar

nasceram com o próprio Homem. Esses padrões motores são habilidades naturais que o Homem passou a

realizar desde que adoptou uma postura bípede, convertendo-a primeiro, num meio de subsistência eficaz e

depois, numa actividade específica e diferencial relativamente aos outros animais.

Na sua história biológica como ser vivo, o Homem foi conquistando as suas capacidades, as quais lhe

serviram como sistema de relação com o meio que o envolvia. Nesta interacção sistemática surge o

desenvolvimento do correr, saltar, lançar, primeiro por necessidade de sobrevivência, depois, por prazer, por

necessidade biológica de movimento. É a partir de então que nasce o espírito lúdico desportivo. O Atletismo,

palavra de origem grega (Aethlos = esforço) é uma actividade que se desenvolveu tendo por base o

desenvolvimento e aproveitamento de certas capacidades específicas do Homem – o que unido ao espírito

desportivo que já mencionámos, se constitui num conjunto de actividades lúdicas,

praticadas desde épocas muito antigas nos momentos de ócio e por um grande

número de culturas que interpretavam perfeitamente este tipo de práticas segundo a

sua própria visão – celtas, gregos, culturas pré-colombianas, povos africanos, etc.

Quando, no século passado, se começou a proceder, em Inglaterra, ao

agrupamento e a regulamentação de certas práticas atléticas ancestrais com o nome

de Atletismo, estas formaram o núcleo base de um dos mais importantes fenómenos

sociais do nosso tempo – os Jogos Olímpicos Modernos. O Atletismo tinha-se

convertido num desporto cuja antiga concepção de “esforço” se transforma numa

dura competição para superar uma marca, ou seja, os limites do ser humano são representados pelo “record”

através de práticas tão antigas como o próprio Homem – o Atletismo

como medida do Homem.

Nos nossos dias, o atletismo engloba um conjunto de várias

disciplinas desde as corridas, aos lançamentos, passando pelos

saltos e por provas combinadas. Durante o séc. XIX foram

modificadas regras, primeiro, nas Universidades onde se

organizavam as competições de atletismo e, mais tarde, pelos

organismos internacionais e olímpicos para, em 1926, assumirem a sua forma actual.

A pista, no formato de hoje, um circuito de 400 m, surgiu pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de

Amesterdão, em 1928. O seu desenvolvimento acompanhou as transformações tecnológicas, desde o tempo

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em que eram de terra batida, passando pelas de cinza até às actuais, de fibra sintética, denominadas de

“tartan”, pela primeira vez usadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964.

A partida baixa, ou de cinco apoios, surgiu em 1888 por C. H. Sherril, mas só foi reconhecida em 1896

na primeira Olimpíada Moderna. Até 1936, os atletas eram autorizadas a fazerem “covas” na pista para fixarem

a ponta dos pés, após esta data, foram introduzidos oficialmente em competição os blocos de partida.

Em 1870, começou a utilizar-se uma linha suspensa entre duas estacas, da partida à meta (prova de

100 m), para demarcar o espaço entre os concorrentes. Esta seria substituída pela actual linha branca no solo,

ainda antes da primeira Guerra Mundial.

Até aos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, em todas as corridas, na linha de chegada, era colocado

um fio de lã no mesmo plano da meta para facilitar aos juizes, nas chegadas mais confusas, a detecção do

primeiro classificado. Em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, é usada uma câmara ligada a um

cronómetro. Mais tarde, foi utilizada uma máquina de filmar, nos Jogos Olímpicos de Amsterdão, em 1928.

Com o desenvolvimento da electrónica, a máquina de filmar foi substituída pelo “Photo-finish” –

fotografia de chegada; é um equipamento de alta precisão, automático, fotografando simultaneamente o

registo de chegada dos concorrentes e os respectivos tempos.

Para o controlo do vento, é utilizado um instrumento de medição chamado anemómetro, nas corridas de

100 m planos, 100 m e 110 m barreiras e nos saltos em comprimento e triplo salto. Para homologação de

“record”, o máximo regulamentar é de 2 m/s de vento favorável.

A origem do cronómetro é assinalada no ano de 1862, com tempos até aos quartos de segundo, para,

em 1922, ser registado até ao décimo de segundo. Mais tarde, um grande impulso foi dado pelos Japoneses

nos Jogos olímpicos de Tóquio, em 1964, com o uso de

computadores com o objectivo de tornarem tudo mais rigoroso.

Contudo, seriam os Jogos Olímpicos do México, em 1968, a

proporcionarem a cronometragem electrónica aos centésimos de

segundo. Outras melhorias técnicas foram empregues, tais como:

laboratórios para o controlo anti-doping e determinação do sexo,

células fotoeléctricas, os mostradores automáticos, os colchões de

queda para os saltos em altura e com vara.

Também o equipamento sofre alterações com o decorrer dos tempos. As sapatilhas que inicialmente

eram flexíveis (pele de cabra) e de sola lisa, surgiram posteriormente na Inglaterra apresentando tiras na sola

com o objectivo de aderirem às pistas mais areosas. Em 11 de Novembro de 1868, o americano William B.

Curtis apareceu com os sapatos de “bicos ou pregos”.

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Nos Jogos Olímpicos de Amsterdão, 1928, introduziram-se

algumas provas no calendário olímpico, com destaque para o sector

feminino: os 100 m, 800 m, estafeta 4 x 100 m , o lançamento do disco e

o salto em altura.

Mas seria na década de oitenta que grandes mudanças se dariam

no atletismo feminino, terminando assim um longo debate e

simultaneamente quebrando algumas incompreessões. Tal deveu-se ao

avanço da medicina desportiva e à crescente atitude da mulher face ao

desporto contemporâneo. Por isso, é pela primeira vez incluída a corrida de 3000 m planos e a maratona nos

Campeonatos da Europa, em Atenas, 1982, tendo-se sagrado vencedora, na maratona, a atleta portuguesa

Rosa Mota, repetindo o êxito em 1986 em Estugarda, e em 1990 em Split.

O Atletismo em Portugal

Fazendo a referência à história do Atletismo em Portugal, pode-se dizer que a primeira prova oficial

deste desporto foi organizada pela Sociedade Promotora de Educação Física Nacional, a 26 de junho de 1910,

com o título “Jogos Olímpicos Nacionais”. Estes torneios prosseguiram até cerca de 1914, ano em que uma

dissidência levou alguns clubes a fundarem a Federação Portuguesa de Sports, cuja actividade durou até

1916. Desde essa data até à fundação da Federação Portuguesa de Atletismo, em 5 de Novembro de 1921, o

Atletismo manifestou-se apenas em organizações particulares à custa do esforço de alguns clubes.

Actualmente as competições oficiais estendem-se praticamente ao longo do ano inteiro, organizadas

pelas Associações Regionais e pela Federação, sendo os Campeonatos Nacionais Masculinos (individuais e

por equipas) os mais importantes conjuntos de provas que se efectuam em Portugal.

Embora lento, o progresso do Atletismo Nacional não deixou de verificar-se. Para tal, tem contribuído de

certa forma, a participação de atletas e equipas nacionais em competições internacionais, e a conquista de

alguns títulos. De todos os títulos conquistados, importa referir os alcançados pelos grandes atletas nacionais

que foram Rosa Mota e Carlos Lopes.

Mais recentemente, temos observado o sucesso de vários atletas, como Nélson Évora (Medalha de

Ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 no Triplo Salto), Naide Gomes (detentora da melhor marca do ano

de 2008 do Salto em Comprimento) e Francis Obikwelu (Medalha de Prata nos Jogos Olímpicos de Atenas

2004 nos 100m).

CARACTERIZAÇÃO DA MODALIDADE

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O Atletismo é uma modalidade individual praticada por atletas masculinos e femininos nos seguintes

escalões: Infantil (12 e 13 anos), Iniciados (14 e 15 anos), Juvenis (16 e 17 anos), Juniores (18 e 19 anos),

Sénior (20 a 39 anos) e Veteranos A, B, C, D, E (mais de 39 anos).

Disputa-se ainda colectivamente em Campeonatos de Clubes (1ª, 2ª, 3ª divisão e Taça dos Clubes

Campeões Europeus) e de Selecções Distritais e Nacionais (Taça da Europa; Campeonatos da Europa e do

Mundo e Jogos Olímpicos) e Continentais.

É uma modalidade disputada sob a forma de torneios, “meetings” (encontros) e campeonatos, quer em

pista coberta, quer ao ar livre, sendo decomposta nas seguintes disciplinas olímpicas:

Corridas100m, 200m, 400m, 800m, 1 500m, 3 000m obstáculos,

5 000m, 10 000m, maratona, 4x100m, 4x400m.

Barreiras 100m (F), 110m (M), 400m

Lançamentos Dardo, peso, disco, martelo.

Saltos Comprimento, triplo, altura, vara.

Marcha 5 000, 10 000, 20 000, 50 000.

Regulamento

O Atletismo é uma modalidade composta por 4 grandes grupos que, por sua vez, englobam

várias disciplinas:

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Corridas

Velocidade

Meio-fundo

Fundo

Barreiras

Estafetas

Obstáculos

Maratona

Saltos

Altura

Comprimento

Triplo Salto

Vara

Lançamentos

Peso

Dardo

Disco

Martelo

Provas

Combinadas

Triatlo

Pentatlo

Heptatlo

Decatlo

Corrida de Barreiras

Seniores Masculinos

Corridas Altura das barreirasDistância à 1ª

barreira

Distancia entre

barreiras

Distancia à

última barreira

110m 1,06m 13,72m 9,14m 14,02m

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400m 0,91m 45,00m 35,00m 40,00m

Seniores Femininos

Corridas Altura das barreirasDistância à 1ª

barreira

Distancia entre

barreiras

Distancia à

última barreira

100m 0,84m 13,00m 8,50m 10,50m

400m 0,76m 45,00m 35,00m 40,00m

Cada barreira terá de ser colocada na pista de tal modo que a sua base esteja colocada do lado de

aproximação do atleta. A barreira será colocada de modo que a margem da barra transversal superior que fica

mais próxima do atleta que dela se aproxima, coincida com a margem da marca colocada na pista que

igualmente se situa mais próxima do atleta.

As barreiras terão de ser construídas em metal ou qualquer outro material apropriado, sendo a barra

transversal superior de madeira ou outro material apropriado. Consistirão de duas bases e dois postes

verticais, que suportam uma estrutura rectangular reforçada com uma ou mais barras transversais.

As barreiras terão de ser concebidas de tal modo que, para as derrubar, seja necessária uma força de pelo

menos a 3,6 kg, aplicada no centro do limite superior da barra transversal.

Corrida de Velocidade e Partida de Blocos

Os blocos de partida:

Os blocos de partida terão de ser usados em todas as corridas até 400 metros inclusive (incluindo o

primeiro percurso das estafetas de 4x100 e 4x400 metros) e não serão usados para qualquer outra

corrida. Quando colocado na pista, nenhuma parte do bloco de partida poderá situar-se sobre a linha

de partida ou prolongar-se para outra pista individual.

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Os blocos de partida terão de ter as seguintes características gerais:

o Construção inteiramente rígida, não podendo proporcionar qualquer vantagem injusta ao

atleta;

o Terão de ser fixados à pista por meio de pregos ou espigões dispostos de tal modo que

causem um prejuízo mínimo à pista e sejam facilmente removidos;

o A ligação destes pregos aos blocos não deverão permitir qualquer movimento dos mesmos na

partida.

Quando um atleta utiliza os seus próprios blocos de partida, estes terão de estar de acordo com o

preceituado nos parágrafos anteriores.

Quando os blocos de partida são fornecidos pelo comité organizador eles terão, para além disso, de

obedecer às seguintes especificações:

o Constituir-se de duas placas, contra as quais os pés dos atletas são pressionados na posição

de partida. Essas duas placas são montadas numa estrutura rígida, que não pode, em

nenhum caso obstruir os pés dos atletas quando estes deixarem o contacto com os blocos;

o As placas para os pés terão de ser inclinadas, de modo a que se ajustem à posição de partida

do atleta, e podem ser planas ou ligeiramente côncavas. A superfície das placas terá de ser

preparada de modo a acomodar os bicos dos sapatos dos atletas ou usando ranhuras na face

da placa, ou por meio da cobertura da placa, com material apropriado que permita o uso de

sapatos de bicos;

o A montagem das placas para os pés num esqueleto rígido podem ser ajustáveis, mas não

poderá permitir qualquer movimento durante o período de partida. Em todo o caso as placas

são ajustáveis para a frente e para trás;

o Nas competições internacionais com cronometragem electrónica os blocos de partia terão de

estar ligados a um aparelho detector de falsas partidas.

Ordens de Partida:

Em todas as corridas internacionais, até 400 metros inclusive (incluindo o primeiro percurso das

estafetas de 4x100 e 4x400 metros) as ordens de partida serão emitidas na língua nacional pelo juiz

de partida --» “Aos Seus Lugares”; “ Prontos”, e quando os atletas estiverem imóveis, a pistola será

disparada e activado o sistema de partida. Nas corridas superiores a 400 metros a ordem emitida

pelo Juiz será --» “Aos Seus Lugares”, e quando os atletas estiverem imóveis, a pistola será

disparada e activado o sistema de partida;

Em todas as corridas, até 400 metros inclusive (incluindo o primeiro percurso das estafetas de 4x100

e 4x400 metros) é obrigatório partir de uma posição agachada e usar blocos de partida. Após a voz

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de “Aos Seus Lugares” o atleta deve aproximar-se da linha de partida, assumir uma posição de tal

modo que fique completamente dentro da sua pista individual e atrás da linha de partida. Ambas as

mãos e um dos joelhos terão de estar em contacto com o solo e os pés em contacto com os blocos

de partida. À voz de “Prontos” o atleta deve assumir imediatamente a sua posição final de partida,

mantendo o contacto das mãos com o solo e dos pés com os blocos de partida;

Na posição de “Aos Seus Lugares” um atleta não poderá tocar nem na linha de partida, nem no

terreno situado à frente dela com as suas mãos ou pés;

Se um atleta iniciar a sua partida após assumir a posição final e antes do tiro de partida ou disparo do

aparelho de partida aprovado será considerado falsa partida;

Qualquer atleta que fizer uma falsa partida deve ser advertido. Se um atleta for responsável por 2

falsas partidas, ou no caso das provas combinadas 3, será desqualificado;

Salto em Altura

A ordem da realização dos ensaios será obtida por sorteio;

Antes do início da prova, o juiz-chefe anunciará aos atletas a altura a que a fasquia será

colocada no início da prova e as diferentes alturas a que subirá após cada volta, até que fique

só o atleta vitorioso em prova ou que haja empate para o 1º lugar;

Excepto se houver apenas um atleta em prova e tenha ganho a competição:

A fasquia não deverá subir menos de 2 cm após cada volta;

O incremento da subida da fasquia nunca deverá aumentar;

Os atletas terão de fazer a chamada com um único pé;

Desde que a competição se inicie, os atletas não estão autorizados a utilizar a zona de

balanço ou de chamada para treinar.

O salto será considerado nulo se:

Após o salto, a fasquia não se mantiver nos suportes devido à acção do atleta durante o salto.

O atleta tocar no solo, com qualquer parte do corpo, incluindo a área de queda, para além do

plano vertical definido pela margem dos postes que se situa mais próxima dos atletas em

competição, quer o faça entre os postes ou no seu prolongamento, sem primeiro ter

transposto a fasquia. No entanto se o atleta durante o salto tocar com o pé na zona de queda

sem daí tirar vantagem, o juiz pode considerar o salto válido;

Um atleta pode começar a saltar a qualquer altura previamente anunciada pelo juiz e pode

escolher saltar a qualquer das alturas que se seguirem. Três ensaios nulos consecutivos, seja

qual for a altura a que se verifiquem, implicam a eliminação dos atletas, com excepção dos

casos de desempate para o primeiro lugar. O efeito desta regra é que um atleta pode

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prescindir do seu segundo ou terceiro ensaios a uma dada altura (após ter falhado o primeiro

ou o segundo ensaios) e continuar a saltar a uma altura subsequente;

É permitido a um atleta continuar a saltar até perder o direito de continuar em prova, mesmo

depois de todos os outros terem sido eliminados da mesma.

Pista de Balanço e Área de Chamada

Comprimento Mínimo --» 15 metros (excepto em competições internacionais – 20 metros);

Inclinação máxima 1/250 na direcção do centro da fasquia;

Marcas: um atleta poderá colocar uma ou duas marcas (fornecidas ou

autorizadas pelo comité organizador) para o auxiliar na corrida de balanço e

na chamada. Se essas marcas não forem fornecidas pode usar fita adesiva,

mas não giz ou substância similar, nem nada que deixe marca indelével)

Material

2 Postes (de qualquer estilos, mas rígidos e com dois suportes voltados um para o outro) com

altura mínima para ultrapassar em pelo menos 10 cm a altura da fasquia;

1 fasquia (em fibra de vidro, metal ou outro material apropriado e de secção circular com excepção

das extremidades ou apoios). O seu comprimento é de 4m (*/- 2 cm) e peso máximo de 2 kg. O diâmetro

máximo é de 30 mm. As extremidades devem ter 15 a 20 cm de comprimento e 30 a 35 mm de largura e

estarem a pelo menos 1 cm do contacto com os postes. A sua elasticidade compreende que com um peso de

3 kg ao centro ela vergue até 7 cm.

2 suportes para a fasquia (planos e rectangulares) com 4 cm de largura e 6 de comprimento.

Área de queda (colchões) com um espaço mínimo de 5m x 3m.

Salto em Comprimento

A ordem de realização dos 3 primeiros ensaios é obtida por sorteio;

Quando existam 8 ou mais atletas em prova, cada um deles terá direito a 3 ensaios e os oito

primeiros que tenham obtido os melhores saltos válidos terão direito a três ensaios

suplementares, na ordem inversa à da classificação alcançada nos seus 3 primeiros ensaios.

Quando compitam até 8 atletas cada um deles terá direito a 6 ensaios;

Desde que a prova se inicie, os atletas não poderão utilizar a pista de balanço para o treino.

Um ensaio será nulo se um atleta:

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Tocar no solo para além da linha de chamada com alguma parte do corpo, quer correndo sem

saltar quer no acto do salto;

Fizer a chamada desde o exterior das margens laterais da tábua de chamada, quer seja para

além ou para aquém da extensão da linha de chamada;

No momento da queda tocar o terreno fora da área de queda num ponto situado mais próximo

da linha de chamada que a marca mais próxima existente na zona de queda resultante do

salto;

Depois de ter completado o salto, recuar através da área de queda;

Empregar qualquer forma de salto mortal durante a corrida de balanço ou no acto de salto.

Com excepção do referido na linha dois do ponto 4, se um atleta fizer a chamada antes da

tábua de chamada o seu salto não será considerado nulo;

Todos os saltos serão medidos desde a marca mais próxima deixada a área de queda, feita

por qualquer parte do corpo ou membros do atleta, até à linha de chamada ou seu

prolongamento. A medição terá de ser feita perpendicularmente à linha de chamada;

Cada atleta será creditado com o melhor dos seus saltos, incluindo os que forem realizados

para desempate para o primeiro lugar.

Pista de Balanço – Tábua de Chamada – Caixa de Saltos

Comprimento Mínimo --» 40 metros (excepto em competições internacionais – 45 metros);

Largura mínima --» 1,25 metros;

Inclinação lateral e no sentido da corrida máxima 1/1000 na direcção do centro da fasquia;

Marcas: um atleta poderá colocar uma ou duas marcas (fornecidas ou autorizadas pelo comité

organizador) para o auxiliar na corrida de balanço. Se essas marcas não forem fornecidas

pode usar fita adesiva, mas não giz ou substância similar, nem nada que deixe marca

indelével.);

A zona de chamada será marcada por uma tábua nivelada com a pista de balanço e com a

superfície de queda. A tábua de chamada terá de ser colocada entre 1 a 3 metros da margem

mais próxima da área de queda. Deverá ser feita de madeira, e medirá entre 1,21 e 1,22 m de

comprimento, 20 cm de largura e 10 cm de espessura. Será pintada de branco;

A distância entre a tábua de chamada e o extremo mais afastado da caixa de saltos deve ser

de pelo menos 10 m.

A caixa de saltos deverá medir entre 2,75 e 3m de largura.

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Corrida de Estafetas

Uma equipa é constituída por quatro elementos.

O testemunho consiste num tubo liso; de secção circular; feito de madeira, metal ou outro material rígido;

com comprimento entre 28 e 30 cm; não devendo pesar menos de 50 gr;

O testemunho tem de percorrer todo o percurso da prova;

Sempre que o testemunho cai, tem que ser recuperado pelo último atleta que o transportava, podendo

este abandonar a sua pista, se desta forma não prejudicar ninguém;

Para as restantes situações, os atletas devem manter-se nos seus corredores durante a corrida e até que

todas as transmissões se efectuem, de modo a não prejudicar os outros participantes;

Em todos as corridas de estafetas, o testemunho tem de ser

transmitido dentro de uma zona de transmissão de 20m de

comprimento;

Nas corridas de estafetas até aos 4x100m, é permitido aos

concorrentes, com excepção do primeiro, utilizar uma zona de balanço

(aceleração) até ao máximo de 10m.

Lançamento do peso

O peso é lançado do interior de um círculo com 2,135m de diâmetro;

O peso tem de ser lançado com uma só mão, e a partir do ombro do atleta;

Características dos pesos:

MasculinosFemininos

Seniores Juniores Juvenis

Peso 7,257kg 6,25kg 5,00kg 4,00kg

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DiâmetroMínimo 110mm 105mm 100mm 95mm

Máximo 130mm 120mm 110mm 110mm

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HABILIDADES MOTORAS

Corrida

Técnica de Corrida

A corrida deverá ser considerada como um hábito motor de base, sendo deste modo

perspectivada como uma actividade que tem de ser aprendida e como tal necessariamente

exercitada.

No âmbito da actividade desportiva, quer ao nível da preparação geral quer mesmo no

campo da preparação específica de outras modalidades que não só o atletismo, a corrida

constitui um importante factor de sucesso da prestação do praticante.

Não é, portanto suficiente encará-la apenas como um simples meio de deslocação do

atleta que é adquirido de forma natural, devendo pelo contrário ser interpretado como uma

componente da técnica desportiva que é preciso ensinar e treinar nos momentos e idades mais

adequadas.

A corrida é considerada uma tarefa motora de carácter cíclico e de estrutura rítmica

variável ou invariável, em que fases de apoio são alternadas com fases de suspensão.

Na análise da corrida consideramos a sua estrutura dinâmica e cinemática dividida em

duas grandes fases:

Fase de apoio – durante a qual as forças interiores actuam sobre o solo, daí resultando uma

reacção projectiva igual e de sentido contrário (lei da acção reacção).

Fase de suspensão – durante a trajectória aérea, o C.G. do corpo do atleta descreve uma

parábola e eleva-se até uma certa altura.

O contacto do pé com o solo deve realizar-se da seguinte forma:

No eixo da corrida;

Variando a superfície de apoio de acordo com a intensidade da corrida – para uma

intensidade máxima o pé toma contacto pelo terço anterior do seu bordo externo

enquanto que para intensidades média e fraca o apoio tende a ser realizado sobre a

região externa do metatarso e do tarso;

A passagem do pé pelo apoio e a sua ulterior repulsão do solo condicionam a amplitude

da passada. À máxima extensão da perna impulsora deverá corresponder a máxima

elevação do joelho da outra perna que, entretanto, se dirigiu para a frente.

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A acção dos braços:

É de grande importância na corrida pois assegura o equilíbrio, contribui para a

progressão e permite passadas amplas e descontraídas;

Na corrida, a acção do braço é sobretudo de equilíbrio, mas a sua acção, em termos de

amplitude e dinamismo é determinante na amplitude e na frequência da passada;

O movimento dos braços deve ter lugar na articulação do ombro;

Deve estar em sincronia com o ritmo de acção das pernas;

Ângulo entre o braço e o antebraço deve rondar os 80º - 85º no final do seu balanço à

frente, abrindo-se ligeiramente este ângulo no limite do balanço atrás – 95º;

No balanço atrás a mão não deve ultrapassar o nível dos quadris,

Nas corridas mais rápidas o cotovelo do braço que vai atrás atinge quase a altura dos

ombros;

As mãos permanecem abertas de forma a evitarem contracções parasitas a nível dos

braços.

Para além da qualidade dos apoios, e da acção dos braços a postura corporal do

corredor é fundamental na técnica de corrida:

A cabeça deve manter-se no prolongamento do tronco e o olhar deve estar dirigido

para a frente (a colocação da cabeça atrás quando aparece a fadiga está

habitualmente associada a uma menor amplitude da passada, com a consequente

diminuição da corrida);

Os músculos da face e do pescoço devem permanecer descontraídos (a sua

contracção indicia uma contracção generalizada de todo o corpo);

Qualquer que seja a intensidade da corrida, o tronco deve permanecer sempre na

vertical e os ombros baixos.

Corrida de Velocidade

Fases da Corrida de Velocidade

Partida ou Saída

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Pedro Filipe Silva Bessa

A partida é um factor decisivo e como tal deve ser treinada, uma boa saída pode provocar

o comando de uma prova, o que constitui, em muitos casos, uma

vantagem importante.

Pela curta duração da corrida (60, 80 ou 100 metros), esta

fase é considerada de concentração.

A partida realiza-se nos “blocos de partida”, dispositivos que

possibilitam uma maior velocidade inicial e consequentemente,

uma partida eficiente.

Fases da Partida

1. Depois da colocação dos blocos de partida, o atleta deve estar de pé, atrás dos

mesmos, e esperar que o juiz diga: “Aos seus lugares!”

O atleta entra em contacto com o dispositivo e deve colocar-se em posição de cinco

apoios:

Polegar e o indicador afastados e colocados no chão próximos da linha de partida;

Os braços à largura dos ombros, estendidos;

Joelho da perna da frente a indicar o sentido da corrida.

2. Seguidamente à ordem de “prontos”, deve colocar-se na posição de quatro apoios,

elevando o joelho da perna de trás.

O aluno:

À voz de “prontos”, deve bloquear a respiração, após a inspiração, até ao sinal do “tiro”,

altura da libertação da respiração;

Olhar deve ser dirigido para um ponto mais à frente no solo;

Contacto dos pés com o solo é importante;

Posição imóvel.

3. Ao sinal de partida (“tiro”), o atleta deve reagir rapidamente:

As mãos devem abandonar o solo;

A força exercida (impulsão) nos blocos de partida tem influência na velocidade inicial;

A primeira impulsão é realizada com a perna de trás, logo de seguida, com maior

duração, a perna da frente é responsável pela projecção do corpo, formando com o

plano da pista um ângulo de 45º, aproximadamente;

A trajectória da perna de trás deve ser rasante, rápida e curta;

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Os braços devem ter uma acção correcta e coordenada com as pernas.

Desenvolvimento da corrida

A aceleração deve ser realizada da seguinte forma:

Corpo inclinado para diante;

Passadas iniciais curtas e rápidas;

Aproveitamento da oscilação dos braços para

conseguir entrar, o mais rápido possível, na

velocidade adequada.

A velocidade da corrida é o resultado de dois factores: o comprimento e a frequência da

passada. Numa corrida de velocidade, principalmente nos 100 m, é fundamental a velocidade da

corrida e o tempo de reacção do atleta.

A mudança da aceleração inicial tem características importantes:

Contacto dos pés deve ser feito pela parte exterior do metatarso;

A perna de apoio deve manter ligeira flexão, e o calcanhar da perna

livre deve situar-se perto das nádegas;

A movimentação dos braços, flectidos, deve ter correspondência com a

das pernas;

Olhar deve ser dirigido sempre para a frente;

Descontracção dos grupos musculares que não são necessários ao movimento da

corrida.

A linha de chegada (“meta”)

Esta situação deve ser efectuada no último momento com:

Inclinação do tronco à frente ou avançando o ombro oposto

à perna da frente e oscilando os braços à retaguarda;

Não diminuir a velocidade antes de passar a meta.

Evitar:

Na partida, um recuo do corpo, que origina atraso na saída

do pé da trás e prejudica o ritmo das passadas iniciais por deficiente contacto da parte

anterior dos pés nos blocos;

À voz de “prontos”, a extensão completa da perna de trás;

Na primeira passada da corrida, dar um salto;

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Na fase de aceleração, a elevação total do tronco para a posição normal da corrida;

Durante a corrida, o desequilíbrio, isto é, correr em “ziguezague”;

Durante a corrida, que o primeiro contacto do pé com o solo seja feito pelo calcanhar;

Durante a corrida, olhar para os lados;

Durante a corrida, “cerrar” os dentes, os braços tensos e rígidos, o rosto e o pescoço

contraídos;

A passagem pela meta com diminuição da velocidade, o que normalmente se dá no

jovem sem prática desportiva;

Na chegada à meta, a inclinação do tronco e da cabeça e a oscilação dos braços à

retaguarda um pouco afastada da linha de chegada para não haver desequilíbrio e uma

consequente diminuição de velocidade nas últimas passadas.

Corrida de Estafetas

É uma manifestação desportiva excitante, atractiva e provoca interesse na assistência por

constituir uma competição de equipa em que o êxito depende das transmissões.

Também é de importância para o praticante, uma vez que ao fazer parte de uma equipa,

assume a responsabilidade como grupo, isto é, tem de aliar o esforço individual ao colectivo –

espírito de grupo.

Para além dos resultados, existem outros aspectos muito importantes que se devem ter

em conta numa corrida de estafeta.

1º estafeta deve ser o que tiver melhor velocidade de reacção (melhor saída);

2º estafeta deve ser o menos rápido;

3º estafeta deve ser o que assegura o 2º melhor tempo;

4º e último estafeta deve ser o mais veloz;

Entre os atletas deve existir espírito de equipa, força de vontade e combatividade.

As estafetas 4 x 100 m e 4 x 400 m são corridas em que cada equipa é constituída por 4

elementos que:

Têm por objectivo transportar o testemunho durante a

totalidade do percurso, o mais rapidamente possível;

Têm de transmitir entre si o testemunho, em percursos

iguais, dentro da zona de transmissão de 20 m;

Não devem sair da pista sorteada.

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Fases da Corrida de Estafetas

1. Partida ou Saída

A partida para a corrida de estafetas 4 x 100 m é realizada no local de partida da prova de

400 m, em “decalage”, com blocos de partida sobre o lado direito do corredor, perto da linha

exterior.

Existem várias formas de segurar o testemunho na partida, mas a mais usual é agarrá-lo

próximo do centro.

2. Transmissão do testemunho

O testemunho tem de ser entregue dentro de um espaço de

20 m de comprimento – zona de transmissão.

Na estafeta 4 x 100, a zona de transmissão começa 10 m

antes da linha dos 100 m e termina 10 m à frente dela.

O receptor deve aguardar o transmissor na zona de balanço

(10 m), olhando para trás e por cima do ombro.

O receptor deve começar a correr quando o transmissor

passa junto a uma marca previamente colocada no corredor. Corre olhando para a frente e

estica o braço para trás com a mão aberta quando o transmissor lhe der o sinal sonoro: “sai”,

“vai”, “toma”, etc.

O testemunho pode ser entregue de cima para baixo (técnica descendente) ou de baixo

para cima (técnica ascendente). Contudo, é aconselhado o tipo de entrega do testemunho pelo

método ascendente, no qual o receptor coloca a palma da mão para baixo, braço estendido e o

polegar afastado do indicador, e o transmissor executa um movimento de baixo para cima para a

entrega do testemunho.

Transmissão ascendente

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Transmissão descendente

Os quatro atletas têm de combinar o modo e a mão com que fazem as transmissões, pois

isso influencia a colocação de cada um no corredor para receber o testemunho.

Se o transmissor correr com o testemunho na mão esquerda, o receptor coloca-se na zona

interior do corredor de corrida, e recebe com a mão direita.

Se o transmissor correr com o testemunho na mão direita, o receptor coloca-se na zona

exterior do seu corredor de corrida, e recebe com a mão esquerda.

Daqui decorrem os métodos de transmissão:

Método de transmissão exterior: O atleta que transmite, traz o testemunho na mão

esquerda e passa o testemunho para a mão direita do receptor. Após a recepção, o atleta que

recebeu faz a mudança do testemunho para a outra mão.

Método de transmissão interior: O atleta que transmite, traz o testemunho na mão

direita, aproxima-se do atleta que recebe pelo lado de dentro e passa-lhe o testemunho para a

mão esquerda. Após a recepção o atleta que recebeu faz a mudança para a outra mão

Método de transmissão misto ou de “Frankfurt”: É uma combinação dos outros dois

métodos, em que as 1ª e 3ª transmissões são executadas pelo lado de dentro, e a 2ª pelo lado

de fora. Os atletas que transportam o testemunho, seguram-no nas curvas com a mão direita e

nas rectas com a mão esquerda, não sendo necessário haver mudança do testemunho para a

outra mão, do atleta que recebe o testemunho.

O Receptor:

Deve começar a corrida na zona de balanço;

Deve ter sinais de referência sobre o seu corredor;

Após a corrida lançada e no momento da passagem do testemunho, não deve olhar

para trás, pois daí pode resultar uma perda de tempo.

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O Receptor deve evitar:

Início da corrida lançada cedo ou tarde demais;

Durante a corrida lançada, correr de braços estendidos para trás;

Abrandamento de velocidade no momento da transmissão.

O transmissor deve evitar:

A extensão do braço demasiado cedo.

A Linha de Chegada (“meta”)

Após receber o testemunho, o último atleta corre para a linha de meta de forma idêntica à

corrida de velocidade.

Saltos

Salto em Comprimento

O salto em comprimento faz parte integrante do conjunto de 4 saltos oficiais dos programas

de provas de atletismo (além do salto com vara, triplo salto e salto em altura).

As componentes mais importantes do salto em comprimento são a velocidade, obtida

através da corrida de balanço, e o ângulo de projecção (o ângulo ideal de ataque situa-se entre

os 18º e os 20º) do atleta. Tal como os restantes saltos, é constituído por 4 fases:

1. Fase de corrida de balanço

Aceleração progressiva (velocidade máxima possível nas 3 últimas passadas);

Apoios activos sobre o terço anterior dos pés;

Joelhos elevados, passadas amplas em “soupless”;

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Colocação alta da bacia;

Extensão das articulações tíbio-társica, do joelho e coxo-femural (anca).

Erros Típicos:

Redução da velocidade nas passadas finais;

Corrida demasiado longa e desgastante (velocidade máxima alcançada

precocemente);

Apoio sobre a planta dos pés;

Joelhos baixos; passada em frequência;

“Corrida sentada”;

Membro inferior flectido.

2. Fase de chamada

Penúltima passada curta e passada final mais longa o que provoca o assentamento

sobre o calcanhar e o baixar do centro de gravidade;

Centro de gravidade baixo e tronco ligeiramente inclinado atrás;

Apoio em “griffé” (da frente para trás);

Elevação da coxa da perna livre até à horizontal após a chamada;

Projecção da bacia em frente;

Olhar dirigido em frente.

Erros típicos:

Assentamento sobre o calcanhar;

Inclinação do tronco à frente;

Apoio a partir do calcanhar;

Insuficiência do movimento de balanço da perna livre;

Projecção da bacia exclusivamente para cima;

Olhar dirigido para a tábua de chamada.

3. Fase aérea, suspensão ou voo

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Técnica de tesoura:

O atleta continua a correr durante o voo (dois passos e meio);

Depois da chamada o saltador baixa activamente o membro inferior de balanço

estendido, levando-o atrás, e puxando também atrás o membro inferior de impulsão

fortemente flectido (1º passo);

O ritmo das passadas é auxiliado com movimentos de circundução sincronizados,

dos membros superiores;

Nesta fase do voo nota-se claramente uma ligeira inclinação para trás;

Quando o saltador completa o 2º passo com o membro de balanço, trazendo-o à

posição horizontal, o tronco vem adiante para contrabalançar;

O membro de impulsão mantém-se nesta posição até que o de balanço suba ao

mesmo nível;

Posteriormente o tronco “endireita-se”, os membros inferiores descem e as ancas

são deslocadas para diante;

Imediatamente antes do contacto com o solo, os membros superiores são levados

atrás do corpo.

Técnica de extensão:

A seguir à chamada o atleta deixa pender o membro inferior de balanço até quase à

vertical;

A esta posição vem juntar-se o membro inferior de impulsão, flectido;

Os membros inferiores ficam próximos um do outro, em ângulo recto com as coxas;

Os membros inferiores continuam o movimento de subida iniciado na chamada, e

conservam-se acima da cabeça durante a primeira parte do voo;

Antes do contacto com o solo, move os membros superiores para cima e para

diante, e abaixa o tronco em movimento de balanço;

Imediatamente antes de contactar o solo, projecta os membros inferiores bem para

diante;

Técnica de passada:

Na primeira fase do voo o atleta deve manter os diferentes segmentos corporais

numa posição idêntica à da fase final da chamada;

O tronco mantém-se na vertical ou com uma ligeira inclinação atrás;

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Após a chamada, o membro inferior impulsor assume uma atitude de descontracção,

mantendo-se atrasado relativamente ao corpo;

Imediatamente antes do contacto com o solo, o membro inferior impulsor balança

para a frente ao encontro do membro inferior de balanço, preparando a recepção no

solo;

Posteriormente o corpo assume a posição de “canivete”, com o tronco flectido sobre

os membros inferiores, num movimento de compensação;

Membros superiores descem, para conjuntamente com o tronco compensarem a

subida dos membros inferiores.

Erros Típicos:

Braços descoordenados ou em abdução;

Perna de chamada mantém-se em baixo;

4. Fase de queda ou recepção

Recepção a 2 pés paralelos;

Joelhos flectidos e junto ao peito;

Ligeira inclinação lateral;

Puxar os braços e tronco para a frente.

Erros Típicos:

Recepção com 2 pés afastados;

Joelhos em extensão;

Ausência de uma ligeira inclinação lateral;

Tronco inclinado à retaguarda.

Salto em Altura

O salto em altura é um tipo de salto que consiste na realização de uma corrida rápida, uma

chamada activa, procurando “transformar” a velocidade adquirida na maior distância vertical

possível, transpondo, de costas, um obstáculo (fasquia), colocando a determinada altura do solo,

apoiado em dois postes, e que vai sendo sucessivamente elevado.

Em relação às fases que considerámos antes, para o salto em altura temos:

Corrida de balanço;

Chamada;

Fase aérea; transposição da fasquia;

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Queda;

Corrida de balanço

Deve ser progressivamente acelerada, com um ritmo crescente até à chamada,

procurando-se adquirir velocidade horizontal e uma correcta colocação do corpo

para as fases seguintes;

Efectuar passadas completas, relaxadas, com os joelhos altos, para permitir apoios

activos efectuados no terço anterior dos pés;

Em termos de orientação antero-posterior, ter o tronco colocado na vertical, nas três

últimas passadas apresentando uma pequena inclinação para trás;

Em termos de orientação lateral, nas últimas quatro passadas deve-se procurar uma

inclinação de todo o corpo para o interior da curva, contrariando a força centrífuga

provocada. Durante a fase da corrida em curva, enquanto se procura esta inclinação

para o interior, deve-se continuar a aumentar o ritmo de corrida com passadas

energéticas e activas;

O seu comprimento varia em função da idade e nível do concorrente; sendo

normalmente realizadas oito e doze passadas, com a particularidade muito

importante de as últimas quatro ou cinco

serem efectuadas em curva.

Chamada

Ter a noção de que o local de chamada se situa geralmente à frente do primeiro

poste e a uma distância de 60 a 90cm perpendicularmente à

fasquia;

Manter a inclinação para o interior da curva e os ombros

atrasados em relação às ancas;

Procurar que a última passada seja ligeiramente mais curta do

que as anteriores;

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Colocar o pé de chamada apoiado com toda a sua planta, de forma rápida e activa,

no alinhamento da corrida em curva, obliquamente à fasquia “cerca de 30º” e não

paralelamente à linha da fasquia;

Ter sempre presente que o MI de chamada realiza um movimento de extensão

activa das suas três articulações: pé, joelho e anca, formando no início e no final da

chamada, um alinhamento total com o resto do corpo,

Subir rápida e activamente a coxa e o MI livre, terminando paralela à fasquia ou com

o joelho apontado ligeiramente para o interior da curva;

Ter sempre presente que os MS actuam de forma rápida, alternados ou simultâneos

elevando-se até à altura da cabeça, sendo aí bloqueados.

Transposição da fasquia

Procurar o momento de manutenção da posição final da chamada, antes de iniciar as

acções de suspensão;

Manter a coxa do MI livre na horizontal durante a subida;

Manter o olhar dirigido para a fasquia e para o segundo poste

durante a subida;

Envolver a fasquia, em primeiro lugar, com o MS condutor, do

lado do MI livre;

Elevar as ancas durante a transposição da fasquia, como

fazendo a ponte no ar;

Quando as ancas passarem a fasquia, levar a cabeça ao peito e extender os MI;

Queda

Cair sobre a zona dorsal superior e com a protecção

dos MS;

Manter os joelhos separados afim de evitar

traumatismos.

Lançamentos

Lançamento de Peso

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Técnica de Translação ou O’brien

A pega do peso:

O atleta pega o engenho com a mão de modo que repouse sobre a base dos dedos;

Os 3 dedos do meio ficam ligeiramente afastados;

O polegar e o mínimo servem de apoios laterais, assegurando a estabilidade do

engenho;

O peso não deve ser agarrado com força nem deve poder rolar na palma da mão;

Esta mão é colocada na concavidade do pescoço, junto à clavícula, sem repousar

no ombro, por baixo da mandíbula;

Cotovelo é ligeiramente levantado e puxado para diante;

A cabeça é conservada na sua posição normal;

O MS que segura o engenho encontra-se numa posição que não será modificada no

seguimento dos movimentos do lançamento.

Fase de Preparação:

O atleta está de pé, virado para trás em relação ao sentido do lançamento. Esta

posição facilita a aceleração continua do engenho ao longo de uma linha recta

O atleta está de pé no limite posterior do círculo de lançamento, com as costas

voltadas para o sentido do lançamento;

O pé direito está no diâmetro do círculo, o esquerdo fica um pouco atrás dele, na

direcção do lançamento;

O peso está como atrás descrevemos.

Deslizamento:

Com este movimento, o atleta move-se no interior do circulo de lançamento, da

parte traseira para a da frente, dando ao peso o primeiro impulso no sentido em

que vai ser lançado;

O corpo do atleta, com o peso, tem na posição de repouso um alto grau de inércia,

de modo que o movimento tem de ser precedido de uma acção preliminar:

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O atleta está de pé, deixa cair o tronco com uma boa flexão do MI equilateral ao

MS de arremesso e move o MI contrário na direcção daquele;

Na mesma posição inicial, o atleta flecte o tronco para diante, compensando esta

flexão com um balanço do MI contra-lateral à mão de arremesso para trás e para

cima. Quando o tronco e o MI estiverem quase paralelos ao chão, a perna de apoio

flecte e a outra é trazida para junto dela;

Quando o atleta começa o deslizamento através do círculo de lançamento, o seu

MI livre balança para trás, e ao mesmo tempo o pé direito puxa também para trás

no sentido do lançamento;

Vai assim ao centro do círculo, onde assenta no solo o pé equilateral à mão de

lançamento, com o tronco ainda voltado no sentido oposto ao do lançamento e com

a perna contralateral ao MS de lançamento ligeiramente voltada para o lado para

onde se vai desenrolar a rotação;

O pé da perna livre não deve subir acima do nível da anca em fase nenhuma da

acção do deslizamento. Deste modo, o corpo do atleta move-se num nível baixo e

de forma que é mais de arrastamento do que de elevação;

Enquanto o MI livre inicia a descida, o MI contrário arrasta-se, em pleno

assentamento, pelo chão, sob o corpo do atleta, ao longo do diâmetro principal do

círculo.

Arremesso (posição de lançamento e lançamento propriamente dito):

Esta posição é alcançada imediatamente a seguir ao deslizamento, com os dois pés já

no chão;

O peso do corpo fica sobre a perna equilateral ao MS de arremesso flectida, no centro

do círculo de lançamento;

A perna livre da fase anterior já contactou o solo, com o bordo anterior junto à

antepara, e o seu ponto de contacto está apenas alguns centímetros para a esquerda

da linha de lançamento. Os dois pés do atleta ficam assim quase alinhados por ela;

Na acção de largar o engenho no sentido do lançamento, o atleta transmite-lhe força

por meio da rápida extensão dos MI, da elevação e rotação do tronco e da condução

do braço. É nesta fase que se verifica a maior aceleração do engenho:

o A condução final do braço inicia-se com uma extensão da perna equilateral ao

braço de arremesso a partir do tornozelo e com um movimento correspondente

de elevação do tronco;

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o Em continuação disto, o lado do tronco equilateral ao braço de lançamento, que

continua em extensão, roda agora para a frente e para cima na direcção do

lançamento;

o Ao começar a extensão do MI e ao erguer-se o tronco, o peso encontra-se ainda

encostado ao pescoço do atleta, mas, logo que este tiver o peito virado para

diante, dará inicia à acção do membro superior de arremesso;

o Ter o cuidado de conservar sempre o cotovelo atrás do engenho, o que, nesta

fase, só é possível com o afastamento deste da posição que ocupava junto do

pescoço;

o A grande força produzida pela extensão dos MI é muito importante para o

resultado do lançamento;