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GUIA SAÚDE PÚBLICA | 1 Guia Saúde Pública crfgo.org.br

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Guia Saúde Pública

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EXPEDIENTE

DIRETORIA Ernestina Rocha | Presidente Lorena Baía | Vice-Presidente Luciana Calil | Secretária-Geral Evandro Tokarski | Tesoureiro

ORGANIZAÇÃO Comissão de Saúde Pública (2014/2017) Cristina Ferreira Lemos C. Carneiro Darcinilce Brelaz dos Santos Elza Luiz Rodrigues de Souza Fábio Basílio Flaubertt Santana de Azeredo Gysella Santana Honório de Paiva Wesley Magno Ferreira

COLABORAÇÃO Raquel Resende | Assessora Técnica

REVISÃO ORTOGRÁFICA Maria Conceição Morais Pereira | Conselheira do CRF-GO

DIAGRAMAÇÃO Alexandre Andrade

Publicação organizada pela Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás

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SUMÁRIO

I Assistência Farmacêutica no SUS 9

II Ciclo gerencial e logístico da Assistência Farmacêutica 12

III Atribuições do profissional farmacêutico na Assistência Farmacêutica 19

IV Componentes da Assistência Farmacêutica e seu financiamento 23

Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF)

Medicamentos que podem ser adquiridos com recursos do Bloco do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF)

Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF)

Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF)

V Cenário da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica em Goiás: pactuações de 1999 a 2016 33

VI Organização e Estrutura da Assistência Farmacêutica 35

VII Instrumentos de Gestão do SUS e a Assistência Farmacêutica 37

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VIII HORUS - Sistema Nacional de Gestão Farmacêutica 40

IX QUALIFAR SUS 42

X Farmácia Popular 43

XI Uso Racional de Medicamentos 45

XII Bases Legais da Assistência Farmacêutica 47

XIII Regularidade junto ao Conselho Regional de Farmácia 50

XIV Competências das Comissões Assessoras   51

Considerações Finais

Lista de siglas

Referências

APRESENTAÇÃO

A Assistência Farmacêutica no serviço público exige conhecimentos técnicos e científicos para implantação de uma Política Assistencial que garanta o acesso ao medicamento com qualidade e segurança, de forma universal, igualitária, integral e equânime.

A maioria das intervenções em saúde envolve o uso de medicamentos e, por isso, a inserção do profissional farmacêutico na rede pública de saúde, em todas as suas instâncias, nas diversas atividades que compõem o ciclo da Assistência Farmacêutica, pode trazer contribuições na promoção do uso racional de medicamentos e na ampliação do acesso superando a visão reducionista de aquisição/distribuição.

Diante do exposto, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO), por meio da Comissão Assessora de Saúde Pública, formulou este GUIA como material de apoio para tomada de decisões dos gestores públicos e dos colegas farmacêuticos, baseados nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) contribuindo para o fortalecimento da Assistência Farmacêutica no serviço público do estado de Goiás.

COMISSÃO DE SAÚDE PÚBLICA DO CRF-GO

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PALAVRA DA PRESIDENTE

Desde o seu embrião, a profissão é identificada pelo relevante papel social dos farmacêuticos e pela sua generosidade. Os farmacêuticos que atuam, nas farmácias e drogarias, sejam públicas ou privadas, são os primeiros e os últimos profissionais da saúde a manter contato com os pacientes. É dali, durante uma conversa com o farmacêutico, que o paciente deve levar todas as informações sobre o uso do medicamento prescrito ou a orientação para buscar o profissional adequado.

A ausência do farmacêutico nas farmácias pode provocar inúmeros problemas por intoxicação e uso inadequado de medicamentos. Além dos prejuízos à saúde dos pacientes, a falta deste profissional mina os cofres dos sistemas público e privado de saúde, representando prejuízos astronômicos para um País carente de recursos para a saúde. O farmacêutico é essencial na gestão das farmácias públicas.

Os serviços farmacêuticos, de dez anos para cá, estão se diversificando e ganhando em qualidade técnica e em humanidade. E, deste processo, está nascendo um novo farmacêutico: um profissional da saúde sempre em busca do conhecimento científico e consciente de suas responsabilidades sociais.

Este “GUIA” organizado pela Comissão de Saúde Pública do CRF-GO é um documento orientador para os gestores e farmacêuticos que atuam no SUS. Espero que a publicação contribua para o fortalecimento da categoria nesse segmento.

ERNESTINA ROCHA Presidente do CRF-GO

I - ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS

A conquista do SUS é precedida por momentos históricos na construção das políticas de saúde no Brasil, marcados pelas características da sociedade, pelos interesses políticos, pelo desenvolvimento científico em cada época, tendo o Movimento da Reforma Sanitária seu marco importante. 1,2

A garantia do direito de todos à saúde e do dever do Estado em implantá-la por meio de políticas sociais e econômicas estão explicitados nos artigos 196 a 200 da nossa Constituição cidadã (CF/1998). 3

A Lei Orgânica da Saúde (LOS - Lei nº 8.080/1990) veio para estabelecer as condições e organização dos serviços de saúde ditadas pela CF/1998 e previu a inclusão da assistência terapêutica integral, inclusive a farmacêutica, no campo de atuação do SUS. 4 Para a execução da assistência farmacêutica, a LOS previu a formulação da Política Nacional de Medicamentos (PNM), publicada 8 anos depois, através da Portaria GM nº 3.916/1998. A PNM teve como finalidade principal “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais”. 5

Considerando que a maioria das intervenções em saúde envolve o uso de medicamentos e que este uso pode ser determinante para a obtenção de menor ou maior resultado, é imperativo que o estabelecimento de políticas farmacêuticas e a estruturação e execução da Assistência Farmacêutica sejam vistas sob ótica dos princípios constitucionais doutrinários do SUS - Universalidade, Integralidade e Equidade -, bem como dos seus princípios organizacionais: Descentralização, Hierarquização e Participação Social. 6,7,8,9

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PARA SABER MAIS:

Se realizarmos uma pesquisa do conceito de “Assistência Farmacêutica” encontraremos diversas definições para esta expressão, porém de acordo com Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) publicada em 2004 em seu artigo 1º parágrafo III temos que:

“A Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e o seu uso racional. Esse conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população.”

(Resolução n° 338, de maio de 2004 – CNS/MS, Brasil). 10

Pode-se observar, então, que a Assistência Farmacêutica engloba todas as ações desenvolvidas por diversas categorias de profissionais envolvidos com o medicamento. 6,11,38 Entretanto, nos deparamos com o conceito de “Uso Racional de Medicamentos (URM)”, que é um dos principais pontos da PNM e PNAF, e está elencado entre as obrigações dos gestores de saúde nos vários documentos de pactuação das ações de saúde. 5,7,10,12, 13, 14, 15, 16,17,18,40

Desta forma a Assistência Farmacêutica relaciona-se com a disponibilidade e o acesso aos medicamentos no SUS, porém não de uma forma limitada ao fornecimento de medicamentos ou à logística que envolve a aquisição dos mesmos, mas qualificando as ações precedentes e simultâneas à disponibilidade do medicamento, tendo o profissional farmacêutico o papel de qualificar os serviços essenciais e complementares a serem ofertados na AF do município. 5,10,11,12,13,14,16,18, 19,20,21, 22,23,24,25,26,27,41.

Biblioteca Virtual em Saude, do Ministerio da Saude (MS) – contem toda publicação do MS (livros, folhetos, legislação e fontes de informação)

http://bvsms.saude.gov.br/

PenseSUS (Biblioteca Virtual da Fiocruz sobre diversos temas importantes para o SUS)

http://pensesus.fiocruz.br/reforma-sanitaria1. Para entender a gestão do SUS. CONASS, 2003. 248 p2. Políticas de Saúde: organização e operacionalização do Sistema Único de Saúde. Fiocruz, 2007. 284 p7 .Cartilha ABC DO SUS – PRINCIPIOS E DOUTRINAS. MS/SNAS. 1990. 10 p8. “Assistência Farmacêutica no Brasil: Politica, Gestão e Clínica” - Coleção da UFSC, 2016 – Vol. I: Políticas de saúde e Acesso a medicamentos. Coleção da UFSC, 2016. http://pubhtml5.com/smqn/nkpx/

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II – CICLO GERENCIAL E LOGISTICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

As várias etapas que compõem o Ciclo da Assistência Farmacêutica devem ser planejadas adequadamente para assegurar a qualidade e resolubilidade dos serviços de AF. Este planejamento deve ser realizado, utilizando-se critérios epidemiológicos não apenas para atender as reais necessidades da população, bem como para que haja medicamentos realmente necessários para uma determinada localidade. 8,11,12,17,36,37,39,40

O Ciclo de Assistência Farmacêutica é um sistema constituído pelas etapas de seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos com suas interfaces nas ações de atenção à saúde. Seu objetivo principal é apoiar as ações de saúde promovendo o acesso da população aos medicamentos e seu uso racional. 2,6,13,14,17

Figura 1. Ciclo logístico e gerencial da Assistência Farmacêutica.

(Fonte: Marin et al. (org.) Assistência Farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003)

PARA SABER MAIS

8 “Assistência Farmacêutica no Brasil: Politica, Gestão e Clínica” - Coleção da UFSC, 2016 (e-book do curso de Gestão da Assistência Farmacêutica da UFSC com DAF/SCTIE/MS e SGTES/MS)

Vol. I – Politicas de saúde e acesso a medicamentos - http://pubhtml5.com/smqn/nkpx/

Vol. II – Gestão da Assistência Farmacêutica - http://pubhtml5.com/smqn/drgc/

Vol. III – Seleção de medicamentos - http://pubhtml5.com/smqn/dxms/

Vol. IV – Logística de medicamentos - http://pubhtml5.com/smqn/acqq/

Vol. V – Atuação clínica do farmacêutico - http://pubhtml5.com/smqn/plxb/

GERENCIAMENTOFINANCIAMENTO

RECURSOS HUMANOSSISTEMA DE INFORMAÇÕES

CONTROLE E AVALIAÇÃO

PROGRAMAÇÃO

01

AQUISIÇÃO 02

ARMAZENAMENTO

03

DISTRIBUIÇÃO

04

UTILIZAÇÃOPRESCRIÇÃO, DISPENSÃO E USO.05

SELEÇÃO

06

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SELEÇÃO Quais medicamentos o município vai fornecer? 6,11,14,17,24,37

A seleção de medicamentos é a base de todas as atividades do ciclo. É a etapa de escolha de medicamentos eficazes e seguros, imprescindíveis ao atendimento das necessidades de uma dada população, garantindo o acesso ao medicamento e seu uso racional. Deve estar fundamentada em legislação específica, contemplando a Relação Nacional de Medicamentos (RENAME) com a finalidade de promover uma terapêutica medicamentosa de qualidade nos diversos níveis de atenção à saúde. A partir deste elenco, os municípios podem selecionar os medicamentos para elaborar a sua Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME).

A seleção deve estar fundamentada em critérios epidemiológicos, técnicos e econômicos, como também, na estrutura dos serviços de saúde. Precisa ser bem articulada e envolver um número representativo de profissionais da área da saúde, sendo fundamental a criação da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) por normas legais.

Após a seleção, devem-se elaborar manuais, formulários e cartilhas orientadoras da prescrição, dispensação e uso racional do medicamento. Para tal existe, o FTN, os PCDT. 6,12,17

PROGRAMAÇÃO

Quantos medicamentos serão consumidos por período? 11,14,17

Programar consiste em estimar quantidades a serem adquiridas, para atender determinada demanda de serviços e por um período de tempo pré-estabelecido. Através dessa etapa podem-se definir prioridades dos medicamentos a serem adquiridos frente à necessidade da população e

a disponibilidade de recursos, identificando as quantidades necessárias ao atendimento da demanda e evitando a falta, como também, a descontinuidade no suprimento, contribuindo para o seu uso racional, além de evitar compras e perdas desnecessárias.

Para uma boa programação, a AF deve estar bem articulada com outros setores do município e levar em conta serviços novos na saúde a serem implantados (SAMU, clínicas, campanhas)

AQUISIÇÃOComo comprar? 6,14,17,25,27

A aquisição é o processo no qual se efetiva a compra dos medicamentos estabelecidos na seleção e na programação, mantendo o abastecimento de medicamentos em quantidade e qualidade adequadas, ao menor custo possível.

No serviço público, as compras devem ocorrer por meio da atividade licitação, que é um procedimento administrativo que tem as seguintes modalidades de licitações e valores dos objetos na saúde (Lei nº 8.666/1993, artigos 22 e 23): 45

1 Concorrência: empresas habilitadas técnico-juridicamente e qualificadas econômico financeiramente para valor acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais).

2 Tomada de preços: com empresas cadastradas e qualificadas, para valor até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais);

3 Convite: escolha de, no mínimo, três empresas, para objetos no valor até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

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Há ainda a modalidade de pregão eletrônico ou presencial, regido pela Lei nº. 10.520/2002, que usa como tipo de licitação o menor preço. Valores inferiores a R$ 8.000,00 (oito mil reais) é dispensável a realização de licitação. Existe ainda, além das hipóteses de contratação por dispensa de licitação, a possibilidade de contratação por inexigibilidade.

No processo licitatório, é necessário estimar os preços médios dos produtos para poder identificar os preços extremamente elevados (quando for maior que 30% dos preços médios) e os preços inexequíveis (quando for menor que 70% dos preços apresentados)46. Para pesquisa de preços há sítios governamentais como o BPS (http://aplicacao.saude.gov.br/bps) e o ComprasNet (http://www.comprasgovernamentais.gov.br/)

ARMAZENAMENTO e DISTRIBUIÇÃOComo guardar e repassar para as unidades? 6,13,17

Trata-se do conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que envolvem as atividades de recepção ou recebimento, estocagem, guarda, conservação de medicamentos e controle de estoque.

Esta etapa visa assegurar a qualidade dos medicamentos bem como sua disponibilidade em todos os locais de atendimento ao usuário.

Nesta etapa, é preciso definir e dispor de ferramentas e estruturas físicas adequadas à garantia da qualidade dos medicamentos e produtos, como prateleiras, caixas bin, refrigeradores.

DISPENSAÇÃO

Como será entregue ao paciente? 13,17,19,24,25

A dispensação é o ato farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos ao paciente mediante a apresentação de uma prescrição elaborada por um profissional autorizado de modo a assegurar que o medicamento de boa qualidade seja entregue ao usuário na dose prescrita, na quantidade adequada ao tratamento, acompanhado de informações e orientações que assegurem o seu uso correto e seguro.

É uma das últimas oportunidades de, ainda dentro do sistema de saúde, identificar, corrigir ou reduzir possíveis riscos associados à terapêutica medicamentosa.

A dispensação com orientação contribui sobremaneira para que os usuários recebam uma Atenção Farmacêutica adequada, proporcionando melhoria na resolubilidade dos serviços de saúde e, consequentemente, a satisfação dos seus usuários. 20,21,22,26

Para a garantia do uso correto e racional do medicamento é necessário a implantação de protocolos clínicos, bem como análise da demanda reprimida que fornecerá subsídios para avaliar os medicamentos selecionados. 40,41

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III - ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Assistência Farmacêutica é uma atividade transdisciplinar e multiprofissional. A produção de conhecimento é considerada estratégica para seu desenvolvimento, bem como o desenvolvimento dos recursos humanos e serviços. 6,8

Exige articulação permanente com áreas técnicas, administrativas, coordenações de programas estratégicos de saúde, Vigilância Sanitária e Epidemiológica, área administrativa-financeira, Ministério Público, órgãos de controles, Conselho de Saúde, profissionais de saúde, entidades de classe, universidades, fornecedores e setores de comunicação da Secretaria, entre outros segmentos da sociedade, para melhor execução, divulgação e apoio às suas ações. 11

São funções e atividades gerais que devem ser executadas pela Assistência Farmacêutica, sendo atribuição do profissional farmacêutico no serviço público: 13,17,39

• Planejar, coordenar, executar, acompanhar e avaliar as ações relacionadas ao medicamento, insumos e correlatos.

(Exemplo: Quais e como serão comprados os produtos? Onde serão armazenados, distribuídos e dispensados os medicamentos no município?).

• Articular a integração com os serviços, profissionais de saúde, áreas interfaces, coordenação dos programas, entre outras.

PARA SABER MAIS:

8 “Assistência Farmacêutica no Brasil: Politica, Gestão e Clínica” - Coleção da UFSC, 2016 (e-book do curso de Gestão da Assistência Farmacêutica da UFSC com DAF/SCTIE/MS e SGTES/MS)

Vol. I – Politicas de saúde e acesso a medicamentos

http://pubhtml5.com/smqn/nkpx/

Vol. II – Gestão da Assistência Farmacêutica

http://pubhtml5.com/smqn/drgc/

Vol. III – Seleção de medicamentos

http://pubhtml5.com/smqn/dxms/

Vol. IV – Logística de medicamentos

http://pubhtml5.com/smqn/acqq/

Vol. V – Atuação clínica do farmacêutico

http://pubhtml5.com/smqn/plxb/

Lei nº 8.666/1993 e Lei nº 10.520/2002 – Lei das licitações e do pregão eletrônico

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(Exemplo: Como participar nas ações de Vigilância Epidemiológica e Sanitária? Nas ESF? Nas campanhas de saúde?).

• Elaborar normas e procedimentos técnicos e administrativos

(Exemplo: Há POP, PGRSS, normas de dispensação e prescrição no município?).

• Elaborar instrumentos de controle e avaliação, com indicadores mensuráveis.

(Exemplo: Existe levantamento do total de receitas aviadas e receitas não atendidas, % de antibióticos e % de psicotrópicos atendidos?).

• Selecionar e estimar necessidades de medicamentos.

(Exemplo: Quais e quando comprar os medicamentos?).

• Gerenciar o processo de aquisição de medicamentos.

(Exemplo: Que processo licitatório e qual verba serão utilizados?).

• Garantir condições adequadas para o armazenamento de medicamentos.

(Exemplo: Terá espaço suficiente para guardar e estocar medicamentos?).

• Promover a gestão de estoques, utilizando ferramentas adequadas à realidade.

(Exemplo: Usa sistema informatizado ou planilhas manuais?).

• Distribuir e dispensar medicamentos.

(Exemplo: Quais profissionais e procedimentos estarão envolvidos neste processo? Que ferramentas podem ser utilizadas?).

• Organizar e estruturar os serviços de AF nos três níveis de atenção à saúde no âmbito local e regional, de forma descentralizada e hierarquizada.

(Exemplo: A AF está inserida no plano municipal de saúde? Há medicamentos abrangendo todos os serviços de saúde ofertados?).

• Desenvolver sistema de informação e comunicação entre os setores envolvidos com a AF.

(Exemplo: Como irá divulgar a lista de medicamentos padronizados aos prescritores e população: site, panfletos, cartilhas?).

• Desenvolver e capacitar recursos humanos.

(Exemplo: Que temas e qual o cronograma de treinamentos dos servidores?).

• Participar de comissões técnicas.

(Exemplo: Existe e participa da CFT, da Comissão de Infecção Hospitalar e Segurança do Paciente, da Comissão de Gerenciamento de Resíduos, do Conselho de Saúde?).

• Promover o uso racional de medicamentos.

(Exemplo: Desenvolvem informativos ou campanhas esclarecedoras sobre o uso correto dos medicamentos à população e prescritores?).

• Promover ações educativas em saúde para prescritores, usuários de medicamentos, gestores e profissionais da saúde.

• Manter cadastro atualizado dos usuários, unidades e profissionais de saúde, para garantir efetividade das ações multiprofissional da AF.

• Desenvolver estudos e pesquisa em serviço.

• Elaborar material técnico, informativo e educativo.

• Prestar cooperação técnica.

• Assegurar qualidade de produtos, processos e resultados.

(Exemplo: Faz parecer técnico nas licitações dos produtos?).

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O advento da Lei nº 13.021/2014 que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas trouxe perspectivas em relação a criação de vagas para farmacêuticos atuarem na Assistência Farmacêutica no SUS, ao reconhecer as farmácias públicas e privadas como estabelecimentos de saúde sob a égide responsável do profissional farmacêutico.23  

Os farmacêuticos inseridos em cada uma das instâncias de governo, nos órgãos de representação da classe, no âmbito dos movimentos sociais e das instituições responsáveis pela implantação do SUS, bem como outros profissionais de saúde que defendem a construção do SUS, tiveram e continuam tendo uma atuação fundamental voltada para a inserção do farmacêutico como profissional de saúde e para a criação e consolidação da área da assistência farmacêutica. 2,14,18,28,29

Destarte, a participação social e classista promove alcançar mais espaço, mais visibilidade e respeito da profissão farmacêutica perante a sociedade e outras profissionais de saúde.

IV - COMPONENTES DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E SEU FINANCIAMENTO

A Portaria GM/MS nº 204, de 29 de janeiro de 2.007, regulamentou o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. 32

Os blocos de financiamento do SUS definidos nessa lei são os seguintes: 1,2,15,32,36

• Atenção Básica;

• Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar;

• Vigilância em Saúde;

• Assistência Farmacêutica e

• Gestão do SUS.

O Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica foi dividido em 3 (três) componentes: 12,14,32

• Componente Básico (CBAF) 34

• Componente Especializado (CEAF) 35

• Componente Estratégico (CESAF)

O bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica não abrange os medicamentos de uso hospitalar, os quais estão contemplados pelo bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade.

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Os medicamentos de uso oncológico são disponibilizados por estabelecimentos credenciados no SUS, os quais são reembolsados com o lançamento do procedimento  no subsistema de Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC), do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS). 30

Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF)

O CBAF é normatizado pela Portaria nº 1.555 de julho de 2013, que diz:

“Art. 25. O Componente Básico da Assistência Farmacêutica destina-se à aquisição de medicamentos e insumos da assistência farmacêutica no âmbito da atenção básica em saúde e àqueles relacionados a agravos e programas de saúde específicos, no âmbito da atenção básica” 34

Seu financiamento é responsabilidade das três instâncias gestoras do SUS (artigo 3º da Portaria nº 1555/2013), pactuada entre os gestores nas Comissões Intergestores, Tripartite (CIT) e Bipartite (CIB). Deve-se aplicar, no mínimo, os seguintes valores de seus orçamentos próprios:

I – União: R$ 5,10 por habitante/ano;II – Estados e Distrito Federal: R$ 2,36 por habitante/ano;III – Municípios: R$ 2,36 por habitante/ano.

Cabe ao Ministério da Saúde, de acordo com os artigos 5°e 6°, o financiamento, aquisição e a distribuição dos seguintes medicamentos:• Insulinas NPH 100 UI/ml e Regular Humana 100 UI/ml, competindo às

Secretarias Estaduais de Saúde a distribuição da insulina NPH 100 UI/ml e a Regular Humana 100 UI/ml aos municípios.

• Contraceptivos e Insumos do Programa Saúde da Mulher.

PARA SABER MAIS:

Evolução do financiamento da AF

Em 1998, logo após a publicação da Política Nacional de Medicamentos (PNM), deu início ao processo de descentralização da AF preconizado pela mesma, ao estabelecer o Incentivo à Assistência Farmacêutica na Atenção Básica (IAFAB), com valores pactuados na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). 15,34,35

Em 1999, através da Portaria GM n° 176, foram estabelecidos os critérios e requisitos para a habilitação dos estados e municípios para receberem este incentivo financeiro. O Ministério da Saúde gerenciava a aquisição e distribuição de medicamentos considerados estratégicos, como tuberculose, hanseníase, insulinas, entre outros, e financiava a assistência farmacêutica para medicamentos excepcionais (de alto custo) através dos Estados, regulamentada por uma série de portarias.

A implantação do IAFAB possibilitou aos municípios uma ampliação da oferta de medicamentos a população, porém em muitos casos, este acesso não foi qualificado, por não vir acompanhada de ações importantes da Assistência Farmacêutica, entre eles a promoção do uso racional do medicamento.

As Portarias GM/MS nº 176/1999 e GM/MS nº 2084/2005, entre outras, foram substituídas pela Portaria GM/MS nº 1.555, de 30 de julho de 2013, a qual atualizou os valores, os elencos de medicamentos e a transferência de recursos para a Assistência Farmacêutica Básica.

Consulte mais informações e legislações sobre o Fundo Nacional de Saude (FNS) em http://www.fns.saude.gov.br/

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Os quantitativos destes medicamentos serão estabelecidos conforme os parâmetros técnicos definidos pelo MS, a programação anual e as atualizações de demandas encaminhadas ao Ministério da Saúde pelas Secretarias Estaduais de Saúde com base de cálculos nas necessidades dos municípios. Além do financiamento, cabe ao MS a distribuição até os almoxarifados e Centrais de Abastecimento Farmacêutico da SES/GO. A Gerência de Assistência Farmacêutica da SES/GO é responsável pela programação e distribuição aos municípios. 33

Em relação aos insumos do Programa Saúde da Mulher, constantes do Anexo I e IV da RENAME vigente, a sua distribuição é realizada nos seguintes termos:

I - Entrega direta do MS para Goiânia e aos Municípios com população superior a 500.000 (quinhentos mil) habitantes; e

II - A Gerência de Assistência Farmacêutica da SES/GO é responsável pela programação e distribuição aos demais municípios do Estado.

Em Goiás, os medicamentos são solicitados por meio de relatórios padronizados enviados à Regional de Saúde (ARS) de sua região (ver Gerência das Regionais de Saúde e Núcleos de Apoio - http://www.saude.go.gov.br/page/42/regionais-de-saude).

A SES/GO e os municípios são responsáveis pelo financiamento dos insumos complementares destinados aos usuários insulinodependentes de que trata a Lei Federal nº 11.347/2006, sendo realizado por meio de repasse Fundo a Fundo para o Fundo Municipal de Saúde (FMS) em conta específica com a aquisição realizada pelos municípios. 33

As Secretarias de Saúde dos Municípios e de Goiás, conforme artigo 4º, poderão, anualmente, utilizar 15 por cento (15%) da soma dos recursos financeiros para atividades destinadas à adequação de espaço físico das

farmácias do SUS, à aquisição de equipamentos e mobiliário destinados ao suporte e à realização de atividades vinculadas à educação continuada voltada à qualificação dos recursos humanos da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica à Saúde, obedecida pela Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964 42, e as leis orçamentárias vigentes. 37 A aplicação desse percentual de recursos financeiros em outras atividades da Assistência Farmacêutica relacionadas com a Atenção Básica à Saúde fica condicionada à aprovação e a pactuação na CIB.

Medicamentos que podem ser adquiridos com recursos do Bloco do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF)

A RENAME traz em seu elenco medicamentos selecionados utilizando os critérios de essencialidade e segurança, ou seja, medicamentos com fortes evidências de eficácia e com tempo de uso suficiente para detecção de efeitos adversos e potenciais riscos à saúde observados na pós-comercialização. Desta forma a RENAME deve ser utilizada como documento norteador para que os Estados e Municípios elaborem suas listas oficiais.

O Componente Básico é composto por medicamentos e insumos para assistências aos agravos prevalentes e prioritários, incluindo os medicamentos prioritários para saúde mental e os fitoterápicos que constituem os anexos I e IV da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais).

De acordo com artigo 9° da Portaria nº 1.555, de 30 de julho de 2013 34, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são responsáveis pela seleção, programação, aquisição, armazenamento, controle de estoque e prazos de validade, distribuição e dispensação dos medicamentos e insumos do comprovante básico da assistência farmacêutica, constantes dos anexos I e IV da RENAME vigente, incluindo-se:

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1 - Plantas medicinais, drogas vegetais e derivados vegetais para manipulação das preparações dos fitoterápicos da RENAME em Farmácias Vivas e farmácias de manipulação do SUS;

2 - Matrizes homeopáticas e tinturas-mães conforme Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3° edição, para as preparações homeopáticas em farmácias de manipulação do SUS; e

3 - A aquisição dos medicamentos sulfato ferroso e ácido fólico do Programa Nacional de Suplementação de Ferro.

Cabe ao Município, por meio da sua Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) nomeada pelo secretário de saúde, definir sua Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) tendo como base a RENAME e a RESME (Relação Estadual). Na ausência da CFT, o farmacêutico precisa elaborar a Lista de Medicamentos Padronizados no município e submeter à apreciação e aprovação do Conselho Municipal de Saúde. 11,13,17,23,25,27,28,30

Para fundamentar a seleção e uso racional dos medicamentos disponíveis na RENAME, há o Formulário Terapêutico Nacional (FTN) para subsidiar profissionais de saúde para a prescrição, dispensação e uso dos medicamentos indispensáveis à nosologia prevalente. Serve de base na orientação farmacêutica sobre o uso correto e seguro do medicamento. Ainda existem protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, cadernos e guias da atenção básica para gestores do SUS, e também com manuais/documentos desenvolvidos por entidades profissionais e de sociedades cientificas. 6,12,14,17,24,25

PARA SABER MAIS:

RENAME

(http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/471-sctie-raiz/daf-raiz/daf/l3-daf/18892-teste-versoes-rename)

FTN

(http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/FTN.pdf

Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF)

O Componente Especializado é uma estratégia para garantir a integralidade nos tratamentos com medicamentos, em nível ambulatorial, na forma das linhas de cuidado definidas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) publicados pelo Ministério da Saúde. 12,25,30

É regulamentado pela Portaria nº 1554, de 30 de julho de 2013 35, e se caracteriza pela disponibilização de medicamentos ditos de alto custo ou excepcionais, divididos em 3 grupos com base nos seguintes critérios:

I - Complexidade do tratamento da doença;

II - Garantia da integralidade do tratamento da doença no âmbito da linha de cuidado; e

III - Manutenção do equilíbrio financeiro entre as esferas de gestão do SUS.

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O artigo 66° da Portaria nº 1.554, de 30 de julho de 2013, traz que o financiamento para aquisição dos medicamentos do CEAF é relacionado ao Grupo que os mesmos estão alocados, sendo assim:Grupo 1: São medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde, sendo que, para o Grupo 1A, na forma de aquisição centralizada e para o grupo 1B, na forma de transferência de recursos financeiros.Grupo 2: São financiados integralmente pelas Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal.Grupo 3: São financiados conforme regras do Componente básico da Assistência Farmacêutica.Dessa forma, medicamentos que não fazem parte do elenco aprovado na CIB podem ser adquiridos com recursos próprios dos Municípios ou Estado, não podendo estes gastos constar como contrapartida aos recursos previstos na Portaria nº 1.555/2013, pois não fazem parte do elenco básico pactuado. Como pode se observar há normativa clara quanto aos medicamentos da atenção básica e aos medicamentos excepcionais (de alta complexidade/custo). Os medicamentos que integram este componente fazem parte no anexo III da RENAME.A referência estadual na dispensação de medicamentos constantes no CEAF, de uso ambulatorial, de acordo com a Portaria GM/MS nº 1554, de 30 de julho de 2013, é a Central de Medicação de Alto Custo (CMAC) Juarez Barbosa, unidade de saúde administrada pela Secretaria da Saúde de Goiás, com recursos dos governos Federal e Estadual. 33 A dispensação no Estado de Goiás ocorre, em sua maioria, na cidade de Goiânia, mas já existem regionais no interior do Estado, que dispensam medicamentos, implantando assim o projeto de descentralização de dispensação dos mesmos. Na Regional de Saúde Pirineus - Anápolis já ocorre todas as etapas de execução do CEAF, com exceção do Faturamento, que é realizado na sede da CMAC, em Goiânia. (http://www.saude.go.gov.br/index.php?idEditoria=4293).

Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF)

O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF) - destina-se à garantia do acesso equitativo a medicamentos e insumos, para prevenção, diagnóstico, tratamento e controle de doenças e agravos de perfil endêmico, com importância epidemiológica, impacto socioeconômico ou que acometem populações vulneráveis, contemplados em programas estratégicos de saúde do SUS.

Os medicamentos têm sua aquisição centralizada pelo Ministério da Saúde e são repassados para a SES/GO. A Gerência de Assistência Farmacêutica da SES/GO é responsável pela programação e distribuição aos municípios. Os municípios fazem a solicitação via relatório padronizado a sua regional de saúde (ARS) após notificação do agravo à Vigilância Epidemiológica.

PARA SABER MAIS:

Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa (CMAC)

http://www.saude.go.gov.br/page/77/central-de-medicamentos-de-alto-custo-cmac

Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas – PCDT

www.saude.gov.br/ceaf/pcdt

MS/CEAF

www.saude.gov.br/ceaf

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Constituem Programas Estratégicos de Saúde e os agravos atendidos:

• Controle da Tuberculose

• Controle da Hanseníase (inclui Talidomida)

• Controle do Tabagismo

• Endemias Focais

• Influenza

• HIV/AIDS

• Prevenção de Deficiências Nutricionais

• Sangue e Hemoderivados

• Saúde da Criança

V – CENÁRIO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA EM GOIÁS: PACTUAÇÕES DE 1999 A 2016 33

Em Goiás existiram 03 (três) tipos de pactuações do financiamento da AF Básica:

• PDE (Parcialmente Descentralizada no Estado): o recurso federal destinado ao município era repassado para o Fundo Estadual de Saúde. Esse recurso federal, juntamente com a contrapartida estadual, eram repassados pelo Estado ao município em medicamentos produzidos pela IQUEGO (Indústria Química do Estado de Goiás), numa tentativa de fortalecer o laboratório oficial, conforme PNAF.

• PDM (Parcialmente Descentralizada no Município): o recurso federal era repassado diretamente para o Fundo Municipal de Saúde e a contrapartida do Estado repassada em medicamentos produzidos pela IQUEGO.

• TDM (Totalmente Descentralizada no Município): a contrapartida estadual no valor de R$ 2,00 por hab./ano, é transferido Fundo a Fundo aos municípios, na mesma conta bancária utilizada pelo Fundo Nacional de Saúde para o Componente Básico da Assistência Farmacêutica (antiga Farmácia Básica). Além disso, fica pactuado o financiamento dos insumos complementares destinados aos usuários insulinodependentes no valor de R$1,00 por hab./ano, como contrapartida estadual. O recurso federal é repassado diretamente ao Fundo Municipal de Saúde.

Podemos dividir a evolução da existência dos modelos de pactuação acima em três períodos:

PARA SABER MAIS:

MS/CEAF

www.saude.gov.br/ceaf

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• De 1999 até junho de 2003 (1º Período): a pactuação PDE foi acordada com 243 municípios. Somente Goiatuba, Goiânia e Jataí realizaram a pactuação PDM.

• De julho de 2003 a dezembro de 2008 (2º Período): instituiu-se as pactuações PDM a todos os 246 municípios.

• A partir de 2009 (3º Período): estabeleceu a Pactuação TDM a todos os municípios, abolindo de vez a contrapartida estadual em repasse de medicamentos da IQUEGO, devido a problemas no cumprimento de prazos e quantidades da programação feita com cada município.

As pactuações sobre Assistência Farmacêutica Básica estão descritas nas Resoluções CIB: Res. nº 042/2009; Res. nº 067/2009; Res. nº 172/2010; Res. nº 068/2011; Res. nº 047/2012; Res. n° 343/2013; e Res. nº 008/2015.

VI - ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A organização é a base fundamental de sustentabilidade de qualquer serviço, atividade ou sistema de produção de trabalho. Está diretamente relacionada com a funcionalidade dos serviços, tendo por objetivo o gerenciamento eficiente e eficaz.

São requisitos necessários para organização dos serviços na AF: 6,12,13,14,17

• Estrutura organizacional (disposta em organograma) e administrativa (gerência, chefia) estabelecida legalmente;

• Estrutura física com instalações adequadas tecnicamente ao funcionamento característico das unidades envolvidas com a AF;

• Manual de Normas e Procedimentos;

• Equipamentos e materiais de apoio as ações da AF (15% da verba do CBAF podem ser usados na estruturação, desde que pactuado);

• Recursos humanos capacitados e com treinamento continuo;

• Sistema de informação (por exemplo: existe o HORUS do MS);

• Monitoramento e avaliação dos serviços.

Para se organizar a estrutura da Assistência Farmacêutica em um município é necessário que haja planejamento das ações e que se tenha claro aonde se quer chegar. Existem instrumentos no SUS que servirão como facilitadores para concretizar as ações, como por exemplo, a inserção do capítulo da Assistência Farmacêutica no Plano Municipal de Saúde.

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A inserção da Assistência Farmacêutica no organograma do município é um passo importante para o desenvolvimento das ações planejadas. E a partir desta inserção elabora-se um organograma e fluxogramas dos serviços de farmácia disponíveis no município. É importante também garantir que a gestão da Assistência Farmacêutica seja feita por um farmacêutico que tenha perfil e visão de gestão.

São serviços importantes e que devem ser considerados dentro da estrutura organizacional da Assistência Farmacêutica:

• Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT);

• Setor de compras;

• Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF);

• Serviço de Farmácia nas Unidades de Saúde.

VII - INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO SUS E A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 1,6,8,12, 14,16,37

O planejamento no SUS baseia-se em um importante sistema de planejamento que tem por objetivo a elaboração contínua, articulada, integrada e solidária de três instrumentos essenciais: o Plano de Saúde (PAS), suas respectivas Programações de Saúde e os Relatórios Anuais de Gestão (RAG).

A Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) é parte integrante da Política Nacional de Saúde e, portanto, para que desempenhe suas funções na garantia da integralidade à saúde, é importante que esteja inserida nos instrumentos de gestão.

Além disso, a portaria que regula o componente básico da AF prevê que “As ações, serviços e recursos relacionados à Assistência Farmacêutica deverão constar nos instrumentos de planejamento do SUS”, sendo que o RAG será o documento central para o monitoramento da aplicação dos recursos.

Seja do ponto de vista gerencial ou do legal, a AF deve estar contemplada nos instrumento de gestão do SUS e cabe ao gestor municipal, auxiliado pelos farmacêuticos e demais profissionais envolvidos na área, o desenvolvimento de uma política consistente de planejamento, em concordância com o sistema de planejamento do SUS. Os instrumentos basilares em que a AF deve estar obrigatoriamente inserida são:

• Plano de Saúde: É o instrumento elegido para a consolidação de todos os processos de planejamento conduzidos no SUS, integrando as diversas áreas e constituindo a base de todas as atividades, programações e financiamento a serem cumpridos pelo gestor no período de quatro anos. Deve conter, portanto, os objetivos, ações e metas a serem desenvolvidos para a

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estruturação da Assistência Farmacêutica e aquisição de medicamentos para o período que se segue.

• Programação Anual de Saúde (PAS): É o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde, bem como da gestão do SUS. Tem validade de um ano e é o que define os recursos que serão empregados na execução das atividades propostas. Deve conter no mínimo os valores que serão empregados com a compra de medicamentos, além das ações de estruturação e melhoria da AF.

• Relatórios Anuais de Gestão (RAG): é o instrumento básico para o acompanhamento e avaliação dos sistemas de saúde, ou seja, é a prestação de contas do que foi executado segundo a PAS. Apresenta os resultados alcançados e orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessários. Devem apresentar os recursos investidos com a compra de medicamentos, quais os medicamentos adquiridos, além de valores empregados em outras atividades da AF.

• Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica - HORUS: é uma inovação tecnológica viabilizadora da gestão da Assistência Farmacêutica. A base nacional possibilitará a definição e pactuação de indicadores nacionais de AF, a fim de propiciar melhores condições de saúde aos usuários e produzir evidências sobre a situação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica e suas tendências.

Os Fundos de Saúde - No artigo14 da Lei nº 141/2012 define que o fundo de saúde instituído por lei e mantido em funcionamento pela administração direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios constituir-se-á em unidade orçamentária e gestora dos recursos destinados a ações e serviços públicos de saúde, ressalvados os recursos repassados diretamente às unidades vinculadas ao Ministério da Saúde.

Todos os instrumentos de gestão do SUS devem ser aprovados, em tempo hábil e preconizado, pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), órgão de controle social, que contem representantes de usuários, trabalhadores, prestadores e de gestores da saúde. Ações da AF de impacto social relevante (Exemplo - protocolos de dispensação) devem ser apreciados pelo CMS.

O profissional farmacêutico também pode participar das reuniões do CMS ou até ser eleito conselheiro, contribuindo, assim, com a fiscalização e a formulações de políticas de saúde do município, inclusive a área farmacêutica.

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VIII - HÓRUS – SISTEMA NACIONAL DE GESTÃO FARMACÊUTICA

O Hórus – Sistema Nacional de Gestão Farmacêutica, conforme o site do Ministério da Saúde (http://portalsaude.saude.gov.br), objetiva qualificar a Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS) e promover a melhoria dos serviços prestados aos cidadãos brasileiros, aperfeiçoando os mecanismos de controle de estoque e aplicação dos recursos financeiros, conhecendo o perfil de acesso aos medicamentos pelos usuários e ao mesmo tempo, contribuir para a formação da Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica no SUS (Portaria GM/MS nº 271/2013). 44

É uma ferramenta de gestão desenvolvida e disponibilizada pelo Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde (DAF/MS) a partir de 2010, que visa otimizar a gestão dos serviços farmacêuticos onde estiver presente o medicamento, nas linhas de atenção básica, estratégica, especializada e saúde indígena (HÓRUS Básico, HÓRUS Estratégico, HÓRUS Especializado, HÓRUS Indígena).

Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/ 1158 -sctie-raiz/daf-raiz/ceaf-sctie/qualifarsus-raiz/horus/l1-horus/horus-principal/18716-o-que-e-horus

VANTAGENS PARA OS DIFERENTES USUÁRIOS DO HÓRUS

Gestores

Controle mais eficiente do estoque, evitando perdas, e dos recursos financeiros investidos nos processos de aquisição e distribuição dos medicamentos.

Geração de dados para o desenvolvimento de indicadores de assistência farmacêutica para auxiliar no planejamento, avaliação e monitoramento das ações nessa área.

Profissionais de Saúde

Conhecer o perfil de utilização de medicamentos pela população local.

Conhecer os agravos mais prevalentes na comunidade.

Rastrear os medicamentos distribuídos e dispensados.

Cidadãos

Agendar a retirado dos próximos medicamentos.

Obter informações, em linguagem adequada, acerca dos medicamentos recebidos.

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IX - QUALIFAR SUS

O QUALIFAR-SUS – Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica foi criado pela Portaria nº 1.214/2012, do Ministério da Saúde, o qual visa à qualificação da assistência farmacêutica, com ênfase na inserção nas Redes de Inserção à Saúde, tendo em sua estrutura quatro pilares/eixos: Estrutura, Educação, Informação e Cuidado.43,9,31

O Eixo Estrutura visa contribuir para a estrutura dos serviços e ações de saúde, tendo em consideração a área física da farmácia, equipamentos, mobiliários e recursos humanos.O Eixo Educação promove a educação constante e capacitação dos profissionais de saúde, considerando a melhoria das práticas profissionais das redes de atenção à saúde, em seus diversos níveis e elementos componentes de cada instância de atuação.O Eixo Informação tem por escopo a produção de informações sistemáticas, através de documentos técnicos que levam ao monitoramento e avaliação de ações e dos serviços da assistência farmacêutica.Por fim, o Eixo Cuidado se preocupa com a inserção da assistência farmacêutica nas práticas clínicas, sendo o farmacêutico um apoiador nas ações em saúde, refinando o tratamento, de forma a diminuir riscos e aumentando ou melhorando os benefícios da farmacoterapia. Desde a criação do Programa, em 2012, o Ministério da Saúde já destinou mais de R$ 105 milhões para 1.582 municípios, 70% deles estão inseridos no Programa Brasil sem Miséria. A Portaria nº 1.234, de 30 de junho de 2016, destinou um total de R$ 150.000,00 para 25 municípios em Goiás habilitados no Eixo Estrutura do QUALIFAR-SUS. As formas de adesão e os municípios contemplados podem ser consultados em www.saude.gov.br/qualifarsus ou pelo email: [email protected]

X - FARMÁCIA POPULAR 

Visando ampliar o acesso da população aos medicamentos que tratam aquelas doenças mais comuns, o Governo Federal, criou o Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB), por meio da Lei. nº 10.858, de 13 de abril de 2004. Por meio do Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004, autorizou a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a disponibilizar os medicamentos mediante ressarcimento do serviço. Com isso, pretende-se universalizar o acesso aos medicamentos essenciais (mais de 100 itens, inclusive preservativos) a um baixo custo, na busca de diminuir o impacto destes nos orçamentos das famílias brasileiras.

Contraceptivos e medicamentos para o controle de hipertensão, diabetes, asma, renite, osteoporose, dislipidemias, Parkinson e glaucoma são atendidos pelo programa, definidos com base na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME). A incontinência urinária para idosos passou a ser atendida com a inclusão das fraldas geriátricas.

O Programa Farmácia Popular do Brasil (FPB), até abril de 2017, estava disposto em duas vertentes, caracterizado por diferentes formas de gestão e elenco disponibilizado:

• A rede própria (RP-FPB), compostas das farmácias populares do país implantadas nos Municípios, cuja estrutura e recursos humanos são responsabilidade do município, e os medicamentos são geridos pela Fiocruz, estabelecido por meio de convênio.

• A rede conveniada, parceria desenvolvida entre o ente privado e o Poder Público (Programa “Aqui tem Farmácia Popular”), que tem o Programa Saúde Não tem Preço, ofertando alguns medicamentos para hipertensão e diabetes gratuitamente nas farmácias privadas. Esse programa visa

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buscar pacientes que não usam o SUS, mas que encontram dificuldade na manutenção financeira da sua farmacoterapia.

Em abril de 2017, o Governo Federal extinguiu a rede própria e, em contrapartida ampliou, em R$ 100 milhões, os recursos destinados para estados e municípios na compra dos medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica. Estes fármacos são destinados às doenças mais prevalentes e prioritárias da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e são adquiridos com contrapartida financeira estadual e municipal. Com o incremento de recursos, o valor enviado mensalmente para a compra passará de R$ 5,10 por habitante para R$ 5,58.

O acréscimo foi possível após definição da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes de estados, municípios e governo federal, sobre o fim do financiamento do Ministério da Saúde para as 393 unidades próprias do Programa Farmácia Popular a partir da competência de maio de 2017.

Para ter acesso aos medicamentos do Programa Aqui tem Farmácia Popular é necessária a apresentação de documento com foto, no qual conste o CPF do usuário, juntamente com uma receita médica.

Critérios de adesão e elenco disponibilizados e outras informações podem ser consultados nas legislações sobre o tema.

XI - USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS 14,38,40,41

Um dos pilares da Política Nacional de Medicamentos, elaborada em 1998, é a promoção da utilização racional, de forma a ser resolutiva aos problemas e agravos que comprometem de alguma forma a qualidade de vida de usuários. Neste processo, todos nós, profissionais de saúde, somos incluídos, pois em algum momento faremos uso de algum medicamento na busca do restabelecimento do equilíbrio funcional de nosso organismo. Não se trata puramente de um conceito, sendo mais uma prática chave na busca de atingir a equidade na atenção à saúde.

No objetivo de atingir o alvo central e alcançarmos êxito neste processo, precisamos, a cada momento, nós farmacêuticos, colaborar no estímulo e fortalecimento das variáveis que envolvem os vários elos desta corrente; trata-se de uma dinâmica que compreende várias interfaces. O processo compreende a prescrição apropriada, a disponibilidade oportuna a preços acessíveis, a dispensação em condições adequadas, o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo indicado, na busca de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade. Estes aspectos merecem especial atenção por parte dos gestores e responsáveis pelo gerenciamento da Assistência Farmacêutica (AF), e somente estará fortalecido quando extrapolarmos os limites da aquisição e distribuição. 19-22

No entanto, este processo de construção e fortalecimento do conceito do uso racional de medicamentos, por parte dos serviços de saúde, é muito complexo e envolve uma série de variáveis, em um encadeamento lógico. Para que seja cumprido, deve contar com a participação de diversos atores sociais: pacientes, profissionais de saúde, legisladores, formuladores de políticas públicas, indústria, comércio, governo.

PARA SABER MAIS:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sctie/farmacia-popular

Portaria nº 111, de 28 de janeiro de 2016 http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/29/portaria-nova-11-16.pdf

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Porém, nós farmacêuticos, temos ao alcance várias ferramentas já existentes para a manutenção deste processo, acessíveis e passiveis de serem utilizadas, sendo elas: seleção de medicamentos, formulário terapêutico, gerenciamento adequado dos serviços farmacêuticos, dispensação e uso apropriado de medicamentos, farmacovigilância, educação da população quanto aos riscos da automedicação, da interrupção e da troca dos medicamentos prescritos, além dos protocolos clínicos e terapêuticos. 13,14,26,24,25

O HORUS já traz uma série de documentos que auxilia a dispensação e orientação sobre o uso correto do medicamento. Outro bom exemplo é a série da OPAS/OMS sobre “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica”, cujo objetivo é fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis. Basta acessar o link das publicações da entidade no seu sitio eletrônico www.paho.org/bra

XII - BASES LEGAIS DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Legislação e regulamentação pertinente à assistência farmacêutica no SUS: 29,30

ANO LEGISLAÇÃO TEMA

1988 Constituição Federal, 1988 3

Garante o direito social à saúde, de forma universal, integral e equânime, trazendo as responsabilidades compartilhadas entre União, Estados, DF e Municípios.

1990 Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 4

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

1990 (LOS - Lei Orgânica da Saúde)

Estrutura o SUS, de forma a garantir assistência terapêutica integral, inclusive assistência farmacêutica.

1998 Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 28

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

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2004 (Lei da Participação Popular)

Estabelece como finalidades principais a garantia da segurança, eficácia, e qualidade dos medicamentos; a promoção do uso racional dos medicamentos e o acesso da população àqueles medicamentos considerados essenciais; as diretrizes e prioridades.

2006 Portaria GM/MS nº 3.916, de 30 de outubro de 1998 5

Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica.

2007 (PNM - Política Nacional de Medicamentos)

Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. Define que o financiamento da AF é de responsabilidade comum às três esferas de gestão do SUS, devendo contemplar a aquisição de medicamentos e insumos, bem como a execução das ações necessárias à operacionalização da AF.

2011 Resolução CNS nº 338, de 06 de maio 2004 10

Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle.

2011 Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006 31

Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

2012 Portaria nº 1.214/2012, de 13 de junho de 2012 43

Institui o QUALIFAR-SUS - Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica.

2013 Portaria MS/GM nº 271, de 27de fevereiro de 2013 44

Institui a Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica e regulamenta o conjunto de dados, fluxo e cronograma de envio referente ao Componente Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

2013 Portaria nº 1.554, de 30 de julho de 2013 9

Dispõe sobre as regras de financiamento e execução do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

2013 Portaria nº 1.555, de 30 de julho de 2013 34

Dispõe sobre as normas de financiamento e de execução do Componente Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS.

2014Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014 23

Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas.

2015 Portaria nº 1, de 2 de janeiro de 2015

Estabelece a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME 2014 no âmbito do SUS por meio da atualização do elenco de medicamentos e insumos da RENAME 2012.

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XIII - REGULARIDADE JUNTO AO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA

Para obter o Certificado de Regularidade junto ao Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) é preciso apresentar:

• Requerimento de RT (quatro vias) e Declaração de outras atividades (duas vias);

• Contrato, credenciamento ou nomeação com o município (original e duas cópias);

• Visto do Sindicato.

Formulários disponíveis no site - www.crfgo.org.br

Para obter o Alvará de Licença Sanitária, as unidades de saúde que possuem farmácia deverão apresentar infraestrutura e funcionamento compatível com as normas em vigor.

Sem prejuízo de outras documentações que possam vir a ser requeridas pela autoridade sanitária competente deverá apresentar como documentação obrigatória o Certificado de Regularidade emitido pelo Conselho Regional de Farmácia, atualizado.

XIV - COMPETÊNCIAS DAS COMISSÕES ASSESSORAS  

As Comissões Assessoras do CRF-GO são órgãos consultivos, criadas por publicação de Portarias específicas, que têm como finalidade principal assessorar a diretoria, sempre que necessário, em vários aspectos do contexto das diversas áreas de atuação, visando o aprimoramento do exercício profissional  e o fortalecimento da categoria farmacêutica.

Comissão de Saúde Pública

Para discutir sobre o papel do farmacêutico no SUS, a Comissão de Saúde Pública do CRF-GO se reúne para discutir sobre as políticas públicas de saúde do Estado e dos municípios, e propor ações que visam garantir a efetiva incorporação do farmacêutico em toda abrangência do SUS.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) tem atuado nos últimos anos de forma a atender a diversos interesses e necessidades da categoria farmacêutica. Para que as áreas de atuação profissional sejam devidamente resguardadas, o CRF-GO criou as Comissões Assessoras, compostas por integrantes de vasto conhecimento técnico em cada atividade, entre elas a de Saúde Pública.

Este “GUIA” elaborado pela Comissão de Saúde Pública do CRF-GO disponibiliza aos Gestores do SUS, em especial aos Secretários Municipais de Saúde e também aos colegas farmacêuticos, o conhecimento do conjunto de atividades exercidas pelo farmacêutico no âmbito do SUS.

Ao compreender estas atividades é possível ter a dimensão da necessidade deste profissional para a saúde pública. O farmacêutico é indispensável no cumprimento da integralidade das ações de saúde na gestão das políticas de Assistência Farmacêutica e de Medicamentos e, também de fundamental importância na consolidação da Estratégia de Saúde da Família e das ações da Vigilância à Saúde dos municípios.

O SUS, mesmo com todas as dificuldades, é uma grande conquista para o povo brasileiro. É nosso dever defendê-lo e colocar em prática ações que o fortaleçam.

LISTA DE SIGLAS

AF Assistência Farmacêutica

APAC Autorização para Procedimento de Alta Complexidade

ARS Área Regionalizada da Saúde

BPS Banco de Preços em Saúde

CAF Central de Abastecimento Farmacêutico

CBAF Componente Básico da Assistência Farmacêutica

CEAF Componente Especializado da Assistência Farmacêutica

CESAF Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica

CF Constituição Federal

CFT Comissão de Farmácia e Terapêutica

CIB Comissão Intergestores Bipartite

CIT Comissão Intergestores Tripartite

CMAC Central de Medicamentos de Alto Custo

CMS Conselho Municipal de Saúde

CNS Conselho Nacional de Saúde

CONASS Conselho Nacional de Secretários de Saúde

CRF-GO Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás

DAF Departamento de Assistência Farmacêutica

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ESF Estratégia de Saúde da Família

FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz

FMS Fundo Municipal de Saúde

FPB Farmácia Popular do Brasil.

FTN Formulário Terapêutico Nacional

GM Gabinete Ministerial

HORUS Sistema de Gestão da Assistência Farmacêutica

IAFAB Incentivo a Assistência Farmacêutica na Atenção Básica

IQUEGO Indústria Química do Estado de Goiás

LOS Lei Orgânica da Saúde

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PAS Plano Anual de Saúde

PCDT Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas

PGRSS Programa de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde

PNAF Política Nacional de Assistência Farmacêutica

PNM Política Nacional de Medicamentos

POP Procedimentos Operacionais Padrão

RAG Relatório Anual de Gestão

REMUME Relação Municipal de Medicamentos Essenciais

RENAME Relação Nacional de Medicamentos Essenciais

RESME Relação Estadual de Medicamentos Essenciais

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SCTIE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos

SES ecretaria de Estado da Saude

SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

SIA Sistema de Informação Ambulatorial

SUS Sistema Único de Saúde

URM Uso Racional de Medicamentos

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REFERÊNCIAS

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