Guia to 1a Serie Vol1

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Guia de Planejamento e Orientaes DidticasProfessor Alfabetizador 1 srie Volume I

governo do estado de so paulo secretaria da educao fundao para o desenvolvimento da educao

Guia de Planejamento e Orientaes DidticasProfessor Alfabetizador 1a srie Volume I2a edioPROFESSOR(A): ____________________________________________________________ TURMA: ____________________________________________________________________

So Paulo, 2009

Governo do Estado de So Paulo Governador Jos Serra Vice-Governador Alberto Goldman Secretria da Educao Maria Helena Guimares de Castro Secretria-Adjunta Iara Gloria Areias Prado Chefe de Gabinete Fernando Padula Coordenadora de Estudos e Normas Pedaggicas Valria de Souza Coordenador de Ensino da Regio Metropolitana da Grande So Paulo Jos Benedito de Oliveira Coordenador de Ensino do Interior Rubens Antnio Mandetta de Souza Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao Fbio Bonini Simes de Lima Diretora de Projetos Especiais da FDE Claudia Rosenberg Aratangy

Prefeitura da Cidade de So Paulo Prefeito Gilberto Kassab Secretrio Municipal de Educao Alexandre Alves Schneider Secretria-Adjunta Iara Glria Areias Prado Concepo e Elaborao deste Volume Aloma Fernandes Claudia Rosenberg Aratangy Eliane Mingues Maria de Lourdes Mello Martins Marta Durante Regina Clia dos Santos Cmara Roberta Leite Pnico Rosanea Maria Mazzini Correa Tnia Nardi de Pdua Assessoria MGA Projetos Educacionais Agradecimentos ao Santander Banespa, que viabilizou o projeto editorial desta publicao. Coordenao Editorial e Grfica Trilha Produes Educacionais Ilustrao Ana Rita da Costa Os crditos acima so da publicao original do ano de 2006.

Agradecemos Prefeitura da Cidade de So Paulo por ter cedido esta obra Secretaria da Educao do Estado de So Paulo, permitindo sua adaptao para atender aos objetivos do Programa Ler e Escrever.

Catalogao na Fonte: Centro de Referncia em Educao Mario Covas So Paulo (Estado) Secretaria da Educao. Ler e escrever: guia de planejamento e orientaes didticas; professor alfabetizador 1a srie / Secretaria da Educao, Fundao para o Desenvolvimento da Educao; adaptao do material original, Claudia Rosenberg Aratangy, Rosalinda Soares Ribeiro de Vasconcelos. - 2. ed. So Paulo : FDE, 2009. v. 1, 184 p. : il. Inclui bibliografia. Obra cedida pela Prefeitura da Cidade de So Paulo Secretaria da Educao do Estado de So Paulo para o Programa Ler e Escrever. 1. Ensino Fundamental 2. Ciclo I 3. Alfabetizao 4. Atividade Pedaggica 5. Programa Ler e Escrever 6. So Paulo I. Ttulo. II. Fundao para o Desenvolvimento da Educao. III. Aratangy, Claudia Rosenberg. IV. Vasconcelos, Rosalinda Soares Ribeiro de. CDU: 372.4(815.6)

S239L

Ler e Escrever em primeiro lugar Prezada professora, prezado professorEste material parte do Programa Ler e Escrever que, agora, j est presente em todas as salas de aula do Estado. No um programa que se pretenda original pelo contrrio visa retomar a mais bsica funo da escola: propiciar a aprendizagem da leitura e da escrita. Tambm no traz grandes inovaes ou novidades: por um lado, uma decorrncia natural do Programa Letra e Vida j bastante conhecido dos educadores da Rede Estadual , por outro, j vem acontecendo na Rede Municipal de Educao desde 2006. Quando um estudante no se alfabetiza plenamente no comeo de sua escolaridade, fica sem condies de seguir aprendendo os contedos das diversas reas de conhecimento e isso compromete seu avano ao longo das sries. O resultado, que podemos ver nos dados do Inaf1, que o jovem sai da escola sem as competncias essenciais para se inserir no mundo do trabalho, usufruir plenamente da cultura, participar ativamente da sociedade e, assim, exercer integralmente a cidadania. O momento no de procurar culpados por no termos resolvido essa questo at agora. A hora de dividir responsabilidades e, com empenho de todos, reverter esse quadro. Ento, ao decidir colocar como meta prioritria a alfabetizao plena dos alunos de oito anos de idade at 2010, esta gesto assume um compromisso com seus educadores, com os alunos e com a sociedade.1O

Inaf Indicador de Alfabetismo Funcional mede os nveis de alfabetismo funcional da populao brasileira adulta. O objetivo do Inaf oferecer sociedade informaes sobre as habilidades e prticas de leitura, escrita e matemtica dos brasileiros entre 15 e 64 anos de idade.

Vocs, professores, so peas-chave neste processo, pois so vocs que, dia aps dia, esto com os alunos. Entretanto, cabe a ns, gestores de polticas pblicas, apoi-los, subsidi-los e compartilharmos a responsabilidade por essa tarefa. Por isso, seguimos concentrando esforos e investindo na formao continuada de educadores e gestores das escolas e Diretorias de Ensino, adquirindo acervos de livros, melhorando as condies fsicas e institucionais da Rede e disponibilizando recursos e materiais de apoio para tornar vivel o alcance desse objetivo. No um caminho suave. Mas, quando nos depararmos com meninos e meninas de oito anos lendo poemas, receitas, histrias, notcias e outros gneros, e escrevendo cartas, histrias, receitas, notcias e outros, certamente vamos ter a grata sensao de quem, de fato, cumpriu uma nobre e importante misso.

Maria Helena Guimares de Castro Secretria da Educao do Estado de So Paulo

Cara professora, caro professorDesde o incio de 2007, formou-se na Secretaria Estadual da Educao a equipe do Programa Ler e Escrever, com integrantes do Programa Letra e Vida, da Cogsp, da Cenp e da FDE, com a colaborao da Diretoria de Orientao Tcnica da Secretaria Municipal de Educao, para iniciar o Ler e Escrever na Rede Estadual. Esse grupo promoveu, durante os anos de 2007 e 2008, encontros de formao com os gestores: professores coordenadores (das unidades escolares e das Oficinas Pedaggicas), diretores de escola, supervisores de ensino das escolas de 1 a 4 srie, visando apoi-los na difcil tarefa de transformar a escola, cada vez mais, num espao de aprendizagem e de produo de conhecimento. Como o Estado de So Paulo venceu o desafio da incluso, com 98,6% das crianas de 7 a 14 anos em escola e 90% dos jovens de 15 a 17 anos estudando o objetivo agora melhorar a aprendizagem e, para isso, aprimorar cada vez mais a qualidade do ensino oferecido. Em agosto de 2007, o governador Jos Serra e a Secretria Estadual da Educao, Maria Helena Guimares de Castro, lanaram um amplo plano para a educao paulista, com dez aes para atingir dez metas at 2010. Entre as aes propostas para alcanar as metas relativas alfabetizao dos alunos e recuperao da aprendizagem das sries iniciais, est o Programa Ler e Escrever que passa a ser uma das prioridades da atual gesto. Agora, o Ler e Escrever comea uma nova etapa: ser ampliado para o Estado inteiro, oferecendo a todos os professores seus materiais de apoio, entre os quais est este Guia, que uma adaptao do Guia de Planejamento para o Professor Alfabetizador do projeto Toda Fora ao

Primeiro Ano, publicado em 2006 pela Secretaria Municipal de Educao de So Paulo, no mbito do Programa Ler e Escrever Prioridade na Escola Municipal, que comeou sua implantao em 2005. Os pressupostos, objetivos e orientao metodolgica deste Guia so totalmente convergentes com os da Secretaria Estadual da Educao, por isso optamos por utiliz-lo, fazendo as adaptaes e as revises necessrias, mas mantendo sua essncia pouco modificada. Este Guia, junto com o Caderno do Professor, o Livro de Textos do Aluno, a Coletnea de Atividades e o Guia de Estudo para o Horrio de Trabalho Coletivo Pedaggico, compem um conjunto de materiais impressos que serviro para articular a formao continuada dos professores de 1 srie na HTPC com seu planejamento e sua atuao em sala de aula. Teoria e prtica se complementam, ao-reflexo-ao se sucedem; planejamento, intervenes didticas e avaliao dialogam permanentemente. Nenhum material, por melhor que seja, d conta de resolver todas as mazelas da educao. Entretanto, um planejamento consistente, com acompanhamento e recursos didticos disponveis, pode permitir que o professor se concentre naquilo que mais relevante: a aprendizagem de seus alunos.

Equipe do Programa Ler e Escrever

CALEndRiO ESCOLAR 2009D 4 11 18 25 S 5 12 19 26 JANEIRO T Q Q 1 6 7 8 13 14 15 20 21 22 27 28 29 S 2 9 16 23 30 S 3 10 17 24 31 D 1 8 15 22 S 2 9 16 23 FEVEREIRO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26 S 6 13 20 27 S 7 14 21 28 D 1 8 15 22 29 S 2 9 16 23 30 MARO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26 31 S 6 13 20 27 S 7 14 21 28 D 5 12 19 26 S 6 13 20 27 ABRIL Q 1 7 8 14 15 21 22 28 29 T Q 2 9 16 23 30 S 3 10 17 24 S 4 11 18 25

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MAIO Q Q 6 13 20 27 7 14 21 28

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JUNHO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 30

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JULHO Q Q 1 2 7 8 9 14 15 16 21 22 23 28 29 30 T

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AGOSTO T Q Q 4 11 18 25 5 12 19 26 6 13 20 27

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SETEMBRO T Q Q 1 2 3 8 9 10 15 16 17 22 23 24 29 30

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OUTUBRO T Q Q 1 6 7 8 13 14 15 20 21 22 27 28 29

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NOVEMBRO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26

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DEZEMBRO T Q Q 1 2 3 7 8 9 10 14 15 16 17 21 22 23 24 28 29 30 31 S

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CALEndRiO ESCOLAR 2010D 3 10 17 24 31 S 4 11 18 25 JANEIRO T Q Q 5 12 19 26 6 13 20 27 7 14 21 28 S 1 8 15 22 29 S 2 9 16 23 30 D 7 14 21 28 S 1 8 15 22 FEVEREIRO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 S 5 12 19 26 S 6 13 20 27 D 7 14 21 28 S 1 8 15 22 29 MARO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 30 31 S 5 12 19 26 S 6 13 20 27 D 4 11 18 25 S 5 12 19 26 ABRIL Q Q 1 6 7 8 13 14 15 20 21 22 27 28 29 T S 2 9 16 23 30 S 3 10 17 24

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MAIO Q Q 5 12 19 26 6 13 20 27

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JUNHO T Q Q 1 2 3 8 9 10 15 16 17 22 23 24 29 30

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JULHO Q Q 1 6 7 8 13 14 15 20 21 22 27 28 29 T

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AGOSTO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26 31

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SETEMBRO T Q Q 1 2 7 8 9 14 15 16 21 22 23 28 29 30

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OUTUBRO T Q Q 5 12 19 26 6 13 20 27 7 14 21 28

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NOVEMBRO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 30

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DEZEMBRO T Q Q 1 2 6 7 8 9 13 14 15 16 20 21 22 23 27 28 29 30 S

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FeriadosDia Mundial da Paz __________________________________ 1o janeiro Aniversrio de So Paulo ____________________________ 25 janeiro Carnaval ______________________________ 24 fevereiro | 16 fevereiro Paixo _______________________________________ 10 abril | 2 abril Pscoa _______________________________________ 12 abril | 4 abril Tiradentes __________________________________________ 21 abril Dia do Trabalho ______________________________________ 1o maio Corpus Christi _______________________________ 11 junho | 3 junho

2009 | 2010Revoluo Constitucionalista_____________________________ 9 julho Independncia do Brasil ____________________________ 7 setembro Nossa Senhora Aparecida____________________________12 outubro Finados _________________________________________ 2 novembro Proclamao da Repblica _________________________ 15 novembro Dia da Conscincia Negra __________________________ 20 novembro Natal __________________________________________25 dezembro

SumrioCalendrio Escolar de 2009/2010................................................ 7 O que este Guia oferece........................................................ 12 Como utilizar este Guia......................................................... 14

Parte 1Concepo de alfabetizao.................................................... 16 As expectativas de aprendizagem para a 1a srie do Ciclo I....................... 19 Expectativas relacionadas comunicao oral................................. 19 Expectativas relacionadas s prticas de leitura................................ 19Expectativas relacionadas anlise e reflexo sobre a lngua e s prticas de produo de texto........................................... 19 Trocando em midos . . ........................................................... 20

As expectativas de aprendizagem para o 1o bimestre............................. 31 Com relao s prticas de leitura............................................32 Com relao s prticas de produo de texto e anlise e reflexo sobre a lngua.....32 Com relao comunicao oral................................................. 32 Alfabetizar e avaliar............................................................ 33 A sondagem..............................................................33 A organizao de uma rotina de leitura e escrita..................................36 Situaes didticas que a rotina deve contemplar ................................... 37 Dicas prticas para o planejamento do trabalho................................. 39 FEVEREIRO...................................................................... 42 Introduo................................................................42 Orientaes para a sondagem................................................44 MARO......................................................................... 45 Introduo................................................................45 ABRIL.......................................................................... 46Introduo...................................................................... 46

O que fazer com aqueles alunos que parecem no avanar? ....................... 47 Orientaes e situaes didticas e sugestes de atividades ....................... 49 Introduo................................................................51 Escrita do professor a rotina na lousa.........................................52 Os momentos de leitura do(a) professor(a) textos literrios........................54 Os momentos de leitura do(a) professor(a) textos de divulgao cientfica............. 59 Atividade 1 Leitura de um texto de divulgao cientfica................................ 61Os momentos de leitura do aluno textos memorizados.............................. 62Atividade 2 Leitura de parlenda .................................................... 63

Anlise e reflexo sobre a lngua................................................... 64O alfabeto...................................................................... 64 Atividade 3 Uma parlenda para recitar o alfabeto..................................... 67

Anlise e reflexo sobre a lngua................................................... 70O trabalho com listas............................................................. 70 Atividade 4 Escrita da lista dos nomes da classe em ordem alfabtica..................... 72

Anlise e reflexo sobre a lngua.................................................. 74Escrita e leitura de nomes prprios.................................................. 74 Atividade 5 Nomes e sobrenomes: conversa de apresentao............................ 76 Atividade 6 Produo de crachs.................................................. 78 Atividade 7 Auto-retrato e escrita do prprio nome ..................................... 80 Atividade 8 Agenda de aniversrios ................................................. 81

Produo oral com destino escrito cartas e bilhetes................................ 83Atividade 9 Produo de bilhete para os pais: horrio da aula............................ 84

Projeto didtico: cantigas populares................................................ 86Atividade 1 do projeto didtico Leitura de uma cantiga de ninar.......................... 92 Atividade 2 do projeto didtico Escrita da lista das cantigas conhecidas.................... 95 Atividade 3 do projeto didtico Produo de uma nova verso para uma cantiga............ 97

Parte 2As prticas sociais de leitura e de escrita na escola..............................107 As expectativas de aprendizagem para o 2o bimestre............................109 Com relao leitura............................................................110 Com relao produo de texto...................................................111 Com relao comunicao oral...................................................112 Ensinar e avaliar ................................................................113 Avaliao do ensino.............................................................115 Avaliao das aprendizagens dos alunos...........................................117 A organizao de uma rotina de leitura e escrita....................................118 Situaes didticas que a rotina deve contemplar ......................................119 Dicas prticas para o planejamento do trabalho.................................121

MAIOIntroduo.....................................................................124

JUNhO/JULhOIntroduo.....................................................................126 O que fazer com aqueles alunos que parecem no avanar?.........................127

Orientaes didticas e sugestes de atividades.................................128 Introduo.....................................................................128Ler e escrever para acompanhar acontecimentos marcantes.........................129Atividade 1 Notcias sobre o grande evento esportivo.................................132 Atividade 2 Lista com os nomes dos pases.........................................134 Atividade 3 Legendas de fotos trocadas............................................138 Atividade 4 Legendas de fotos....................................................139 Atividade 5 Ficha tcnica dos pases...............................................141

Atividade permanente comunicao oral Roda de conversa,curiosidades e outros assuntos......................................................143

Seqncia didtica produo oral com destino escrito Era uma vez um conto de fadas . . ..................................................144Atividade 6 Leitura de contos tradicionais ...........................................147 Atividade 7 Ouvir uma histria gravada em CD.......................................149 Atividade 8 Produo oral da histria escolhida......................................150

Seqncia didtica: hoje domingo, p de cachimbo ou hoje domingo, pede cachimbo? parlendas e trava-lnguas o que podem estas brincadeiras?............152Atividade 9 Parlendas conhecidas ditado cantado...................................154 Atividade 10 Produo de verses para uma parlenda................................156 Atividade 11 Quebra-cabea de parlenda...........................................160 Atividade 12 Palavras que rimam e complicam......................................166

Projeto didtico: p-de-moleque, canjica e outras receitas juninas: um jeito gostoso de aprender a ler e escrever....................................170 Atividade 13 Localizar uma receita................................................175 Atividade 14 Escrita de lista......................................................176 Atividade 15 Ler para fazer .......................................................178 Referncias bibliogrficas.......................................................182

Este Guia oferece...Logo no incio, um espao para voc anotar seus dados.GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SECRETARIA DA EDUCAO FUNDAO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAO

Guia de Planejamento e Orientaes DidticasProfessor Alfabetizador 1a srie

CALENDRIO ESCOLAR 2009D 4 11 18 25 S 5 12 19 26 6 13 20 27 JANEIRO T Q Q 1 7 8 14 15 21 22 28 29 S 2 9 16 23 30 S 3 10 17 24 31 D 1 8 15 22 S 2 9 16 23 FEVEREIRO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26 S 6 13 20 27 S 7 14 21 28 D 1 8 15 22 29 S 2 9 16 23 30 MARO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26 31 S 6 13 20 27 S 7 14 21 28 D 5 12 19 26 S 6 13 20 27 T 7 14 21 28 ABRIL Q 1 8 15 22 29 Q 2 9 16 23 30 S 3 10 17 24 S 4 11 18 25

E, claro, o Calendrio EscolarS 7 14 21 28 6 13 20 27 S 1 8 15 22 29

PROFESSOR(A): ____________________________________________________________ TURMA: ____________________________________________________________________

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MAIO Q Q 6 13 20 27 7 14 21 28

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JUNHO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 30

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de 2009/2010. Assim, voc j inicia o ano com condies

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SETEMBRO T Q Q 1 2 3 8 9 10 15 16 17 22 23 24 29 30

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OUTUBRO T Q Q 1 7 8 14 15 21 22 28 29

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NOVEMBRO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26

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CALENDRIO ESCOLAR 2010D 3 10 17 24 31 S 4 11 18 25 JANEIRO T Q Q 5 12 19 26 6 13 20 27 7 14 21 28 S 1 8 15 22 29 S 2 9 16 23 30 D 7 14 21 28 S 1 8 15 22 FEVEREIRO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 S 5 12 19 26 S 6 13 20 27 D 7 14 21 28 S 1 8 15 22 29 MARO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 30 31 S 5 12 19 26 S 6 13 20 27 D 4 11 18 25 S 5 12 19 26 T 6 13 20 27 ABRIL Q Q 1 7 8 14 15 21 22 28 29 S 2 9 16 23 30 S 3 10 17 24

de comear a planejar os duzentos dias letivos que tem pela frente, considerando os feriados, os dias de reunio, os eventos da escola, os compromissos voltados para a sua formao etc.

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D 1 8 15 22 29

S 2 9 16 23 30

AGOSTO T Q Q 3 4 5 10 11 12 17 18 19 24 25 26 31

S 6 13 20 27

S 7 14 21 28

D 5 12 19 26

S 6 13 20 27

SETEMBRO T Q Q 1 2 7 8 9 14 15 16 21 22 23 28 29 30

S 3 10 17 24

S 4 11 18 25

D 3 10 17 24 31

S 4 11 18 25

OUTUBRO T Q Q 5 12 19 26 6 13 20 27 7 14 21 28

S 1 8 15 22 29

S 2 9 16 23 30

D 7 14 21 28

S 1 8 15 22 29

NOVEMBRO T Q Q 2 3 4 9 10 11 16 17 18 23 24 25 30

S 5 12 19 26

S 6 13 20 27

D 5 12 19 26

DEZEMBRO T Q Q 1 2 6 7 8 9 13 14 15 16 20 21 22 23 27 28 29 30 S

S 3 10 17 24 31

S 4 11 18 25

FeriadosDia Mundial da Paz __________________________________ 1o janeiro Aniversrio de So Paulo ____________________________ 25 janeiro Carnaval ______________________________ 24 fevereiro | 16 fevereiro Paixo _______________________________________ 10 abril | 2 abril Pscoa _______________________________________ 12 abril | 4 abril Tiradentes __________________________________________ 21 abril Dia do Trabalho ______________________________________ 1o maio Corpus Christi _______________________________ 11 junho | 3 junho

2009 | 2010Revoluo Constitucionalista_____________________________ 9 julho Independncia do Brasil ____________________________ 7 setembro Nossa Senhora Aparecida____________________________12 outubro Finados _________________________________________ 2 novembro Proclamao da Repblica _________________________ 15 novembro Dia da Conscincia Negra __________________________ 20 novembro Natal __________________________________________25 dezembro

As expectativas de aprendizagem para a 1a srie do Ciclo IAs atividades propostas neste Guia de Planejamento foram elaboradas com o intuito de fornecer subsdios para que seus alunos no apenas atinjam a meta de estarem plenamente alfabetizados ao final da 2a srie, mas tambm alcancem todas as expectativas de aprendizagem previstas para essa etapa de escolaridade. So elas:

Lembra-se das expectativas de aprendizagem? Elas tambm esto aqui. S que mais detalhadas e relacionadas com algumas orientaes didticas que ajudaro voc a alcan-las.19

Expectativas relacionadas comunicao oralj Participar de situaes de intercmbio oral, ouvindo com ateno e formu-

lando perguntas sobre o tema tratado.j Planejar sua fala, adequando-a a diferentes interlocutores em situaes

comunicativas do cotidiano.

Expectativas relacionadas s prticas de leituraj Apreciar textos literrios. j Recontar histrias conhecidas, recuperando algumas caractersticas da lin-

guagem do texto lido pelo(a) professor(a).j Ler, com a ajuda do(a) professor(a), diferentes gneros (textos narrativos

literrios, textos instrucionais, textos de divulgao cientfica e notcias), apoiando-se em conhecimentos sobre o tema do texto e sobre as caractersticas de seu portador, sobre o gnero e sobre o sistema de escrita.j Ler, por si mesmo, textos conhecidos, tais como parlendas, adivinhas, po-

emas, canes, trava-lnguas, alm de placas de identifi cao, listas, manchetes de jornal, legendas, quadrinhos e rtulos.

Expectativas relacionadas anlise e reexo sobre a lngua e s prticas de produo de textoj Compreender o funcionamento alfabtico do sistema de escrita, ainda que

escreva com erros ortogrficos (ausncia de marcas de nasalizao, hipo e hipersegmentao, entre outros). j Escrever alfabeticamente* textos que conhece de memria (o texto falado e no a sua forma escrita), tais como: parlendas, adivinhas, poemas, canes, trava-lnguas, entre outros. j Reescrever ditando para voc ou para os colegas e, quando possvel, de prprio punho histrias conhecidas, considerando as idias principais do texto-fonte e algumas caractersticas da linguagem escrita.*

Ainda que com erros de ortografia.

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As expectativas de aprendizagem para o 1o bimestre

As expectativas de aprendizagem para o 1o bimestre.

Um dos objetivos centrais para o 1o bimestre da 1a srie que os alunos se sintam integrados nova turma, comeando a ter alguma autonomia perante as atividades propostas e a organizao do espao da sala de aula e da escola. Outro objetivo importante que eles tambm se sintam capazes de ampliar, desde o incio, sua capacidade de ler e escrever. Por isso, possvel esperar que eles avancem com relao ao domnio do sistema de escrita e construo de alguns procedimentos relacionados ao ato de ler. Mas, antes de definir as expectativas de aprendizagem e avaliar seus alunos, lembre-se sempre de dois aspectos fundamentais da relao entre aquilo que voc ensina e aquilo que os alunos aprendem: 1. Os alunos s conseguem atingir as expectativas de aprendizagem que o(a) professor(a) dene previamente se as condies necessrias para que eles aprendam forem garantidas no seu planejamento. De nada adianta, por exemplo, avaliar que a turma ainda no sabe ouvir histrias, pois no param no lugar e falam o tempo todo, se no lhes foi dada a oportunidade de participar com freqncia de momentos de leitura do(a) professor(a), se esses momentos no foram planejados de modo a explicitar os comportamentos e as atitudes que os alunos devem ter nessas ocasies etc. Uma boa questo que o(a) professor(a) pode se colocar ao avaliar a aprendizagem de seus alunos sobre o que ele(ela) fez ou deixou de fazer para que seus alunos alcanassem aquilo que esperava. 2. Algumas expectativas sempre permanecem ao longo do ano. Ou seja, possvel esperar que os alunos ampliem e aprofundem cada vez mais aquilo que j aprenderam, sobretudo aquelas aprendizagens relacionadas a procedimentos, atitudes e valores. Vejamos um exemplo: ouvir com ateno a leitura do(a) professor(a). Essa uma aprendizagem que envolve atitudes e valores. Ao longo do ano, com base nela, bem provvel que os alunos aprendam a ouvir o(a) professor(a) de forma cada vez mais autnoma, mais interessada, valorizando a leitura como fonte de prazer e entretenimento. At o final do ms de abril, sugerimos que seu trabalho se desenvolva de modo que seus alunos possam:

Quando a teoria ajuda a prtica...

Com relao s prticas de leituraj Apreciar o momento das histrias, acompanhando com ateno crescente as

As expectativas de aprendizagem para o 1o bimestre so, na realidade, um desdobramento das metas definidas para a 1a srie. interessante retomar essas metas para que voc analise como seu trabalho pode contribuir para que elas se concretizem at o final deste ano letivo.

leituras feitas por voc.j Comentar trechos das histrias lidas e seus personagens, com sua ajuda. j Apreciar as ilustraes dos livros lidos, relacionando-as com algumas

passagens da trama e com o ttulo da histria, com sua ajuda.j Reconhecer a escrita do prprio nome, dos nomes de alguns colegas e do seu,

Um desdobramento das expectativas de aprendizagem.

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utilizando informaes como as letras inicial e nal dos nomes, o fato de o nome ser simples ou composto, entre outras.j Comear a reconhecer a escrita de outras palavras que tenham adquirido

relevncia no contexto do trabalho desenvolvido at o momento, tais como as que fazem parte das listas produzidas coletivamente (das atividades da rotina diria, de ttulos das histrias lidas e das cantigas trabalhadas, dos personagens preferidos etc.).j Demonstrar disponibilidade para ler, com e/ou sem sua ajuda, de forma

convencional ou no, textos cujo contedo saibam previamente de memria, tais como as letras das cantigas trabalhadas e tambm outros textos, como listas, ttulos de histrias, legendas, colocando em ao comportamentos de leitor.j Reconhecer que a escrita serve para, entre outras funes, registrar e organizar o

dia-a-dia na escola e pode ser uma fonte de informao, entretenimento e prazer.

Assim, fica mais fcil fazer o planejamento do trabalho de leitura, escrita e comunicao oral... Afinal, quando sabemos aonde queremos chegar, fica mais fcil decidir por onde ir, no mesmo?

Com relao s prticas de produo de texto e anlise e reexo sobre a lnguaj Escrever silabicamente, ainda que no utilizando o valor sonoro convencional

das letras.j Produzir textos oralmente (dos gneros trabalhados no bimestre), atentos a

algumas caractersticas do gnero e da linguagem que se escreve.j Escrever observando a orientao e o alinhamento que caracterizam a escrita

da lngua portuguesa.

Com relao comunicao oralj Ouvir com ateno crescente os comentrios feitos por voc e pelos colegas. j Comentar de forma cada vez mais pertinente os temas propostos por voc. j Dominar alguns procedimentos para participar de uma conversa, como esperar

a vez para falar, com sua ajuda.

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Oferece tambm...A descrio detalhada de algumas das atividades, sugeridas no item Orientaes e situaes didticas e sugestes de atividades aquelas a partir das quais voc poder planejar outras semelhantes.ATIVIDADE 3: LEITURA COM O PROFESSORUma parlenda para recitar o alfabetoOBJETIVOS - O que os alunos podem aprender nesta atividade?Ampliar o conhecimento, num contexto ldico e divertido, sobre a seqncia do alfabeto e, progressivamente, memorizar a ordem alfabtica. Ouvir a leitura e apreciar um texto que faa parte do repertrio popular de nossa cultura.

ATIVIDADE 3: LEITURA COM O PROFESSORUma parlenda para recitar o alfabetoOBJETIVOS - O que os alunos podem aprender nesta atividade?Ampliar o conhecimento, num contexto ldico e divertido, sobre a seqncia do alfabeto e, progressivamente, memorizar a ordem alfabtica. Ouvir a leitura e apreciar um texto que faa parte do repertrio popular de nossa cultura.

UMA PARLENDA PARA RECITAR O ALFABETO

rSUCO GELADO CABELO ARREPIADO QUAL A LETRA DO SEU NAMORADO?

PLANEJAMENTOComo organizar o grupo? Para ouvirem a leitura do texto e recit-lo com voc, os alunos podero estar reunidos em crculo. Quais materiais sero necessrios? A letra da parlenda e corda para brincar. Durao: de 20 a 30 minutos.

ENCAMINHAMENTOAo planejar a atividade, utilize as cpias do texto Suco gelado da Coletnea de Atividades para os alunos colarem no caderno. Escreva tambm o texto na lousa, como suporte para a leitura coletiva. O ideal que as crianas possam, aps a leitura, pular corda e recitar a cantiga em um contexto ldico. Para tanto, providencie cordas e planeje um local no ptio adequado brincadeira. Ao iniciar a atividade, comente com os alunos que voc ir ensinar uma parlenda que geralmente acompanha as brincadeiras de pular corda. Pergunte-lhes se conhecem alguma cantiga de pular corda (ou outra parlenda qualquer). Procure tambm informar-se sobre quem sabe/gosta de pular corda. Aproveite para explicar que esta uma parlenda especial, pois traz um tema que eles esto trabalhando: as letras do alfabeto. Durante a atividade, primeiro recite a parlenda tendo como apoio a lousa deixe para entregar a cpia do texto para os alunos ao final da ativida-

bcd r JA B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z 67GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAES DIDTICAS

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PLANEJAMENTOComo organizar o grupo? Para ouvirem a leitura do texto e recit-lo com voc, os alunos podero estar reunidos em crculo. Quais materiais sero necessrios? A letra da parlenda e corda para brincar. Durao: de 20 a 30 minutos.

ENCAMINHAMENTOAo planejar a atividade, utilize as cpias do texto Suco gelado da Coletnea de Atividades para os alunos colarem no caderno. Escreva tambm o texto na lousa, como suporte para a leitura coletiva. O ideal que as crianas possam, aps a leitura, pular corda e recitar a cantiga em um contexto ldico. Para tanto, providencie cordas e planeje um local no ptio adequado brincadeira. Ao iniciar a atividade, comente com os alunos que voc ir ensinar uma parlenda que geralmente acompanha as brincadeiras de pular corda. Pergunte-lhes se conhecem alguma cantiga de pular corda (ou outra parlenda qualquer). Procure tambm informar-se sobre quem sabe/gosta de pular corda. Aproveite para explicar que esta uma parlenda especial, pois traz um tema que eles esto trabalhando: as letras do alfabeto. Durante a atividade, primeiro recite a parlenda tendo como apoio a lousa deixe para entregar a cpia do texto para os alunos ao final da ativida-

indicaes de leitura, obras de referncia e livros para voc trabalhar com seus alunos.67

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Guia de Planejamento e orientaes didticas

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Como utilizar este Guia

1

VAMOS COMEAR ESCLARECENDO . Este um guia para seu planejamento . E no o seu planejamento, todo ele j descrito, passo a passo . Pelo contrrio, como guia, este material orienta, indica caminhos possveis, prope alternativas . . .

2

314

O PLANEJAMENTO DO TRABALhO EM SALA DE AULA FRUTO DE UM PROCESSO COLETIVO que se enriquece e amplia medida que cada professor, individualmente, avana em seu percurso profissional . Converse, compartilhe e debata com os demais professores, principalmente os da 1a srie .

O USO DESTE GUIA EST VINCULADO SUA FORMAO . Este material dever ser tratado como subsdio para discusses nas horas de Trabalho Pedaggico Coletivo hTPCs . Do mesmo modo, ele ser tratado na formao que os professores coordenadores esto fazendo junto equipe do Programa Ler e Escrever . Ou seja, ele no est pronto e acabado , sim, ponto de partida para reflexes das equipes das escolas .

4

POR ISSO, PARA USAR ESTE GUIA, ser preciso estudar e refletir sobre vrios assuntos relacionados aprendizagem da escrita, da leitura e da comunicao oral . Ao lado das sugestes de atividades, voc sempre vai encontrar a dica de um ou mais textos para estudar . E como a nossa inteno facilitar seu trabalho, esses textos j foram selecionados e se encontram reunidos no Guia de Estudo para o Horrio de Trabalho Pedaggico Coletivo, disponvel on-line no site do Programa Ler e Escrever . Eles tambm devero ser estudados nas hTPCs, sempre articulando a teoria com a prtica .Guia de Planejamento e orientaes didticas

Parte 1

Concepo de alfabetizaoO objetivo maior possibilitar que todos os nossos alunos se tornem leitores e escritores competentes compromete-nos com a construo de uma escola inclusiva, que promova a aprendizagem dos alunos das camadas mais pobres da populao. A condio socioeconmica no pode mais ser encarada pela escola pblica como um obstculo instransponvel que, assim, perversamente reproduz a desigualdade. fato que, atualmente, as famlias que compem a comunidade escolar da rede pblica, em sua maioria, no tiveram acesso cultura escrita. Isso no apenas torna mais complexa a tarefa da escola de ensinar seus filhos a ler e escrever, como tambm faz dela um dos poucos espaos sociais em que se pode intervir na busca da eqidade para promover a igualdade de direitos de cidadania. E saber ler e escrever um direito fundamental do cidado. A escola precisa criar o ambiente e propor situaes de prticas sociais de uso da escrita s quais os alunos no tm acesso para que possam interagir intensamente com textos dos mais variados gneros, identificar e refletir sobre seus diferentes usos sociais, produzir textos e, assim, construir as capacidades que lhes permitam participar das situaes sociais pautadas pela cultura escrita. Ler e escrever no se resume a juntar letras, nem a decifrar cdigos: a lngua no um cdigo um complexo sistema que representa uma identidade cultural. preciso saber ler e escrever para interagir com

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essa cultura com autonomia, inclusive para modific-la, do lugar de quem enuncia e no apenas consome. Ao eleger o que e como ensinar, fundamental levar em considerao esses fatos, no mais para justificar fracassos, mas para criar as condies necessrias para garantir a conquista e a consolidao da aprendizagem da leitura e da escrita de todos os nossos alunos. Assim, este documento parte do pressuposto de que a alfabetizao a aprendizagem do sistema de escrita e da linguagem escrita em seus diversos usos sociais, porque consideramos imprescindvel a aprendizagem simultnea dessas duas dimenses. A lngua um sistema discursivo que se organiza no uso e para o uso, escrito e falado, sempre de maneira contextualizada. No entanto, uma condio bsica para ler e escrever com autonomia a apropriao do sistema de escrita, que envolve, da parte dos alunos, aprendizagens muito especficas. Entre elas o conhecimento do alfabeto, a forma grfica das letras, seus nomes e seu valor sonoro. Tanto os saberes sobre o sistema de escrita como aqueles sobre a linguagem escrita devem ser ensinados e sistematizados. No basta colocar os alunos diante dos textos para que conheam o sistema de escrita alfabtico e seu funcionamento ou para que aprendam a linguagem escrita. preciso planejar uma diversidade de situaes em que possam, em diferentes momentos, centrar seus esforos ora na aprendizagem do sistema, ora na aprendizagem da linguagem que se usa para escrever. O desenvolvimento da competncia de ler e escrever no um processo que se encerra quando o aluno domina o sistema de escrita. Ele se prolonga por toda a vida, com a crescente possibilidade de participa-

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o nas prticas que envolvem a lngua escrita, o que se traduz na sua competncia de ler e produzir textos dos mais variados gneros. Quanto mais acesso cultura escrita, mais possibilidades de construo de conhecimentos sobre a lngua. Isso explica o fato de as crianas com menos acesso a essa cultura serem aquelas que mais fracassam no incio da escolaridade e, como j dissemos, as que mais necessitam de uma escola que oferea prticas sociais de leitura e escrita.

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As expectativas de aprendizagem para a 1a srie do Ciclo iAs atividades propostas neste Guia de Planejamento foram elaboradas com o intuito de fornecer subsdios para que seus alunos no apenas atinjam a meta de estarem plenamente alfabetizados ao final da 2a srie, mas tambm alcancem todas as expectativas de aprendizagem previstas para essa etapa de escolaridade. So elas:

Expectativas relacionadas comunicao oralj Participar de situaes de intercmbio oral, ouvindo com ateno e formu-

lando perguntas sobre o tema tratado. j Planejar sua fala, adequando-a a diferentes interlocutores em situaes comunicativas do cotidiano.

Expectativas relacionadas s prticas de leituraj Apreciar textos literrios. j Recontar histrias conhecidas, recuperando algumas caractersticas da lin-

guagem do texto lido pelo(a) professor(a). j Ler, com a ajuda do(a) professor(a), diferentes gneros (textos narrativos literrios, textos instrucionais, textos de divulgao cientfica e notcias), apoiando-se em conhecimentos sobre o tema do texto e sobre as caractersticas de seu portador, sobre o gnero e sobre o sistema de escrita. j Ler, por si mesmo, textos conhecidos, tais como parlendas, adivinhas, poemas, canes, trava-lnguas, alm de placas de identificao, listas, manchetes de jornal, legendas, quadrinhos e rtulos.

Expectativas relacionadas anlise e reflexo sobre a lngua e s prticas de produo de textoj Compreender o funcionamento alfabtico do sistema de escrita, ainda que

escreva com erros ortogrficos (ausncia de marcas de nasalizao, hipo e hipersegmentao, entre outros). j Escrever alfabeticamente* textos que conhece de memria (o texto falado e no a sua forma escrita), tais como: parlendas, adivinhas, poemas, canes, trava-lnguas, entre outros. j Reescrever ditando para voc ou para os colegas e, quando possvel, de prprio punho histrias conhecidas, considerando as idias principais do texto-fonte e algumas caractersticas da linguagem escrita.*

Ainda que com erros de ortografia.

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j Produzir textos de autoria (bilhetes, cartas, instrucionais), ditando para voc

ou para os colegas e, quando possvel, de prprio punho. j Revisar textos coletivamente com sua ajuda.

Trocando em midos...Na prtica, o que essas expectativas de aprendizagem significam? Se essa a sua dvida, vale a pena dar uma paradinha para refletir sobre o assunto. O texto que segue abaixo e as indicaes de leitura na margem podem ajudar. No planejamento do trabalho de alfabetizao ms a ms, essas metas sero retomadas e, mais uma vez, detalhadas.

Sobre as expectativas relacionadas comunicao oralAs expectativas de aprendizagem relacionadas s competncias dos alunos srie para se comunicarem oralmente esto basicamente vinculadas a: da 1a Situaes informais de conversao que geralmente ocorrem na escola. O que se espera que, ao participarem de situaes de intercmbio oral as conversas , eles aprendam a valorizar a opinio dos colegas, a expressar suas idias relacionando-as ao tema, a fazer perguntas sobre os assuntos abordados etc. Situaes mais formais de comunicao oral, nas quais existe uma fonte escrita, ou seja, um texto-fonte. O que se espera aqui que eles aprendam a recitar um poema, recontar um conto e comunicar as idias de um texto informativo, por exemplo. Segundo os Parmetros Curriculares Nacionais Documento de Lngua Portuguesa, o trabalho sistemtico com a linguagem oral visa ampliao das possibilidades de insero e participao social do aluno por meio do desenvolvimento de capacidades relacionadas ao uso e adequao da fala a diferentes situaes comunicativas, tais como:j trocar idias e opinies; j fazer uma pergunta relacionada ao tema da conversa; j relatar um episdio do cotidiano; j pedir uma informao; j transmitir um recado; j narrar uma histria conhecida; j falar de um assunto estudado; j cantar uma cano ou recitar um poema.

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A oportunidade de usar a fala em situaes significativas e prximas s prticas sociais reais permite ao aluno, ao longo da escolaridade, desenvolver as competncias necessrias para decidir o que falar, como falar e a maneira mais adequada de se expressar, bem como adequar a fala s circunstncias em que ocorre a comunicao, inteno comunicativa e ao interlocutor. Assim, os recitais de poemas e de parlendas, a cantoria de canes conhecidas e as situaes de seminrios e palestras so timas oportunidades para o trabalho com a lngua oral.

E o que esperar que os alunos aprendam nas situaes de comunicao oral que envolvem textos escritos?A participao nas situaes de expresso oral que tm como base textos escritos conhecidos permite aos alunos a aproximao das caractersticas do gnero ao qual o texto-fonte pertence, entre as quais: palavras, expresses e elementos grficos como negrito, itlico. Permite tambm a apropriao das formas de se expressar (postura, impostao da voz etc.) caractersticas das situaes comunicativas nas quais os diferentes gneros costumam ser empregados. Os alunos, assim, aprendem as diferenas entre narrar uma histria, recitar uma parlenda ou expor um texto informativo.

Cada um tem seu prprio jeito de falarNas situaes de conversao, os alunos podem ter contato com uma diversidade lingstica, ou seja, com modos de falar distintos, que podero variar de criana para criana. E o que fazer nessas ocasies? sempre interessante ressaltar para a turma a importncia de respeitar essa diversidade, de maneira que eles venham a construir uma atitude de respeito com relao a modos de falar distintos do seu prprio. E as convenes, como ficam? Nesse contexto, possvel tambm compartilhar as convenes, mas sempre valorizando a diversidade que no deixa de fazer parte do patrimnio cultural de nosso pas.

Para saber mais....

Algumas orientaes didticas relacionadas ao trabalho com a comunicao oral possvel detalhar as metas relacionadas aprendizagem da comunicao oral com base nos diferentes contextos comunicativos nos quais os alunos da 1a srie podem participar e, inclusive, nas vrias relaes que, no contexto escolar, podem ser estabelecidas entre a fala e a lngua escrita, ou seja, a fala e os textos trabalhados. Em funo desse detalhamento, possvel tambm descrever algumas orientaes didticas gerais para o desenvolvimento do trabalho em sala de aula. Propor situaes:Guia de Planejamento e orientaes didticas

Uma sala de aula s vezes tem alunos de vrias partes do Brasil. E cada um fala de um jeito. Como proceder? Saiba mais lendo o livro A lngua de Eullia, de Marcos (So Paulo: Contexto, 1997). Leia tambm o Texto 14 do Bloco 5, Lngua oral: usos e formas, no Guia de Estudo para o Horrio de Trabalho Pedaggico Coletivo.

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de conversao, para que os alunos possam aprender a ouvir com ateno crescente, intervir sem sair do assunto tratado, formular e responder a perguntas, explicar, manifestar opinies prprias e respeitar a dos outros isso considerando o contexto dos estudos realizados nas diferentes reas do currculo (Cincias, Matemtica, Artes etc.); nas quais os alunos possam narrar uma histria conhecida para aprender a selecionar os aspectos relevantes da histria, necessrios compreenso da sua narrativa, e para que possam conhecer, utilizar e se apropriar de algumas das caractersticas discursivas do texto-fonte; nas quais os alunos necessitem recuperar informaes obtidas em textos informativos e instrucionais, utilizando algumas das caractersticas discursivas do texto-fonte; nas quais os alunos possam manifestar interesse crescente por ouvir e expressar sentimentos, experincias, idias e opinies; de conversao, para que os alunos aprendam a respeitar modos de falar diferentes do seu; nas quais os alunos tenham de falar de maneira mais formal e, assim, aprender a se preparar para se comunicar em determinadas situaes, tais como: entrevistas, saraus literrios, recitais de poemas, parlendas, trava-lnguas, cantorias de cantigas populares, apresentaes no estilo de seminrios em que eles possam utilizar apoios escritos (cartazes, roteiros etc.); de apreciao da produo oral alheia e prpria, para que aprendam a observar e avaliar os elementos necessrios para a compreenso de quem ouve e a adequao da linguagem utilizada situao comunicativa.

Sobre as expectativas relacionadas s prticas de leituraAs competncias dos alunos da 1a srie para participar de situaes de leitura esto relacionadas a atividades de leitura desenvolvidas por voc e pelo prprio aluno (feitas de forma individual, em duplas, coletivamente ou em pequenos grupos) de textos de gneros variados e com diferentes propsitos. Isso permite que os alunos possam aprender comportamentos de leitor, o que significa:j atribuir significado a textos de gneros variados; j fazer uso de estratgias de leitura (seleo, antecipao, decodificao, in-

ferncia, verificao); j colocar em ao diferentes modalidades de leitura em funo do texto e dos

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propsitos da leitura (ler para buscar uma informao, ler para se entreter, ler para compreender etc.); j confrontar idias, opinies e interpretaes, comentando e recomendando leituras, entre outras possibilidades; j apropriar-se das caractersticas discursivas e das convenes e estruturas lingsticas de cada gnero textual. Essas situaes envolvem tanto momentos nos quais os alunos lem com sua ajuda, como tambm momentos em que eles so desafiados a ler sozinhos, colocando em jogo aquilo que construram sobre o sistema alfabtico.

Quando a teoria ajuda a prtica...

Ler e falar sobre aquilo que leu e compreendeuNo trabalho com a leitura, importante planejar momentos para a construo de sentido, aps a realizao da leitura pelo aluno ou por voc, que envolvam a explicitao e o confronto de opinies, interpretaes ou sentimentos. Assim, as atividades de construo de sentido realizadas aps a leitura (s vezes imediatamente, s vezes em momentos posteriores algumas horas depois, no dia seguinte etc.) podero contemplar a troca de opinies com os colegas sobre a leitura de textos variados. Por exemplo, no caso dos textos literrios, os alunos podem comentar sobre a descrio de alguns personagens, a relao entre eles, suas motivaes ou intenes, a relao entre o comportamento dos personagens e o desenvolvimento da trama (ou seja, o tema central da histria), indo alm da exposio das impresses e sentimentos que o texto lhes proporcionou num primeiro momento.

Na aprendizagem da leitura, as prticas sociais de leitura so um dos contedos a serem trabalhados ao longo da 1a srie. Saiba mais sobre o assunto lendo o Texto 7 do Bloco 3, Prtica de leitura, no Guia de Estudo para o Horrio de Trabalho Pedaggico Coletivo.

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Construir estratgias de leitura, mesmo quando ainda no sabem lerAo longo da 1a srie, quando muitos dos alunos ainda no sabem ler convencionalmente ou ento lem com pouca fluncia, importante que as atividades de leitura tambm favoream o desenvolvimento de estratgias de leitura que sirvam de apoio compreenso e construo de sentido do texto. Isso, sempre considerando que o processo de leitura de um texto se d por meio de muitas aes alm da decodificao. Assim, importante que voc ajude seus alunos a identificar e analisar todos os indicadores possveis que possam auxili-los na tarefa de ler, levando em conta tanto suas situaes de leitura (lembre-se de que o(a) professor(a) sempre um modelo), como aquelas nas quais os alunos so desafiados a ler por conta prpria. Para isso, sugerimos:j Mostrar aos alunos que possvel antecipar ou inferir o contedo de um

texto antes de fazer a leitura, a partir: 1. do seu ttulo; 2. das suas imagens; 3. da sua diagramao; 4. das informaes contidas na capa, contracapa e no ndice (no caso de livros e revistas). j Ensinar os alunos a coordenar a informao presente no texto com as informaes oriundas das imagens que o ilustram (por exemplo, nos contos, nas histrias em quadrinhos, em cartazes, em textos expositivos e nas notcias de jornal).Para saber mais...

Se voc quiser saber mais sobre os diferentes gneros textuais e sobre o trabalho com essa diversidade na sala de aula, leia o livro O ensino da linguagem escrita, de Myriam Nemirovsky (Porto Alegre: Artmed, 2002).

Por que ler uma diversidade de textos na 1a srie?Um dos elementos fundamentais para a construo das competncias leitoras o contato com diferentes gneros de texto (cartas, contos, divulgao cientfica, poemas, reportagens, entre outros). Assim, desde a 1a srie, importante que, alm dos poemas, cantigas e parlendas, que se constituem textos privilegiados para o trabalho com a consolidao da base alfabtica, seja proporcionado tambm o contato do aluno com textos literrios e informativos. Esse contato permitir que os alunos construam conhecimentos sobre os gneros tratados e tambm sobre procedimentos, atitudes e valores relacionados ao comportamento leitor: definir os diferentes propsitos pelos quais lemos um texto; estabelecer relaes entre textos do mesmo gnero e entre o contedo do texto lido com outros conhecimentos; utilizar estratgias para prosseguir na leitura.

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Por que fundamental que o(a) professor(a) leia textos literrios todos os dias?Porque, lendo todos os dias, voc garante que a leitura se torne parte integrante da rotina da escola. esse contato freqente, dirio e constante que permite que os alunos construam uma crescente autonomia para ler, familiarizem-se com a linguagem escrita, sintam prazer com a leitura, conheam uma diversidade de histrias e autores, entre outros ganhos.

Por que fundamental que o(a) professor(a) seja um modelo de leitor?Muitas vezes, esses alunos no convivem com pessoas que lem; portanto, voc uma referncia muito importante quando se trata de explicitar os usos e funes da leitura e da escrita. Ao compartilhar com os alunos os diferentes propsitos com os quais aborda os textos, ao convidar os alunos a participar e testemunhar diferentes prticas de leitura, voc est ensinando a eles comportamentos de leitor. Assim, voc pode compartilhar suas aes quando l na sala de aula. Por exemplo: ao consultar uma lista para encontrar um nmero de telefone, ao buscar uma informao no Dirio Oficial, ao ler seu planejamento para o dia, entre outras possibilidades. Isso tudo contribui para que os alunos passem a ter conhecimentos sobre a funo social da escrita.

Algumas orientaes didticas relacionadas aprendizagem da leitura possvel detalhar as expectativas relacionadas aprendizagem da leitura e, assim, apresentar, em linhas gerais, o que pode ser feito em sala de aula. Vejamos: Proporcionar momentos dirios para que os alunos tenham contato com diferentes portadores de texto (tais como jornais, revistas, livros informativos, folhetos, cartazes) e aprendam a conviver em um ambiente letrado e de valorizao da leitura. Planejar momentos de leitura envolvendo textos de diferentes gneros, para que os alunos ouam e comecem a perceber algumas caractersticas desses gneros.

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Propor situaes de leitura por voc e pelos alunos com diferentes propsitos para que eles possam ampliar suas competncias leitoras, tais como: ler rapidamente ttulos e subttulos at encontrar uma informao, selecionar uma informao precisa, ler minuciosamente para executar uma tarefa, reler um trecho para retomar uma informao ou apreciar aquilo que est escrito. Isso, sempre com sua ajuda e, inicialmente, de forma coletiva ou em grupo. Planejar atividades nas quais os alunos possam, com sua ajuda, fazer uso de indicadores (como o autor, o gnero, o assunto, o tipo de ilustrao, o portador se um livro, uma revista ou um jornal, por exemplo) para aprender a antecipar o contedo do texto, inferir aquilo que est escrito e ampliar suas possibilidades de interpret-lo. Planejar momentos nos quais os alunos possam trocar idias e opinies, expor seus sentimentos. Recomendar um texto para que aprendam a comunicar aquilo que compreenderam do texto e suas interpretaes sempre com sua ajuda e, inicialmente, de forma coletiva ou em grupo. Propor situaes em que os alunos sejam convidados a ler um texto para aprimorar suas estratgias de busca e localizao de informaes em diferentes fontes escritas (jornais, revistas, enciclopdias, livros). Planejar situaes nas quais os alunos tenham de ler em voz alta, para que consigam adquirir maior fluncia na leitura, respeitando pontuao, entonao e ritmo. Participar de situaes de leitura silenciosa para aprender a utilizar de forma cada vez mais autnoma estratgias de leitura como a decifrao, a seleo, a antecipao, a inferncia e a verificao. Propor atividades de leitura por voc e pelos alunos (individual ou coletivamente) para que eles aprendam a inferir o significado de uma palavra pelo contexto ou a procurar o significado dela no dicionrio somente quando este for fundamental para a compreenso do texto. Planejar momentos nos quais os alunos possam ler e/ou ouvir a leitura de textos por voc e, assim, aprender a reconhecer o valor da leitura como fonte de fruio esttica e entretenimento. Propor atividades nas quais os alunos adquiram autonomia para eleger aquilo que iro ler e, assim, passem a construir critrios prprios de escolha e preferncia literria.

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Planejar situaes de emprstimo de livros do acervo da classe ou da escola para que os alunos aprendam a ter cuidado com os livros e demais materiais escritos, levando-os, sempre que possvel, para casa.

Sobre as expectativas relacionadas s prticas de produo de textoAs expectativas de aprendizagem da 1a srie em relao produo de texto demandam que voc desenvolva um conjunto de atividades nas quais os alunos possam escrever textos que j saibam de cor, produzir textos oralmente tendo voc por escriba, participar de situaes coletivas de produo de textos, entre outras.

Alunos alfabticos, outros nem tantoAo longo da 1a srie, importante considerar o maior ou menor domnio dos alunos com relao escrita alfabtica e planejar seu trabalho com base nessa diversidade. Afinal, certo que, desde o incio do ano letivo, voc se depare com alunos em diferentes graus de conhecimento do sistema de escrita. Do ponto de vista do encaminhamento do trabalho, fundamental planejar atividades que atendam s diversas necessidades da turma e contemplem objetivos de aprendizagem distintos. Porm, tambm fundamental incentivar o intercmbio entre os alunos no-alfabticos e os alfabticos, j que, dessa forma, o processo de aprendizagem de ambos poder beneficiar-se com essa troca de experincias. Voc pode prever situaes de planejamento, produo e reviso de textos nas quais esses alunos alternem, por exemplo, os papis de organizador das idias, escriba e revisor.

Quando a teoria ajuda a prtica...

Por que propor atividades nas quais os alunos ditam o texto e o(a) professor(a) escreve?Nas situaes de produo oral com destino escrito de textos, voc atua como modelo de escritor para os alunos, explicitando-lhes comportamentos inerentes ao ato de escrever, tais como:j as intencionalidades da escrita conforme os propsitos do autor e o des-

Na hora de ensinar a escrever, preciso levar para a sala de aula as prticas sociais de produo de texto. Voc sabe o que isso significa? Saiba mais sobre o assunto lendo o Texto 11 do Bloco 4, Prtica de produo de textos, no Guia de Estudo para o Horrio de Trabalho Pedaggico Coletivo.

tinatrio; j a seleo do gnero e do portador de acordo com a situao comunicativa; j as opes e adequaes lingsticas em funo do gnero em foco; j a necessidade de rever aquilo que j foi escrito durante o processo de elaborao do texto etc.Guia de Planejamento e orientaes didticas

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Nessas situaes, os alunos, no tendo de se ocupar com as questes do sistema de escrita (quais letras), podem focar a ateno na organizao do contedo e na produo da linguagem do que esto escrevendo. O processo de criao fomentado pelas tomadas de deciso coletivas, e as discusses em torno dessas decises so excelentes oportunidades para que os alunos analisem e reflitam sobre a lngua que se escreve. Nesse sentido, interessante considerar alguns gneros mais adequados para o trabalho com a 1a srie. Bilhetes, legendas e convites so alguns exemplos.

Quando a teoria ajuda a prtica...

E como fica o aspecto formal da aprendizagem da escrita, como escrever as letras, conhecer as slabas? Para saber mais sobre o assunto, consulte o Texto 13 do Bloco 4, Anlise e reflexo sobre a lngua, no Guia de Estudo para o Horrio de Trabalho Pedaggico Coletivo.

Planejar, escrever e revisar as etapas do processo de produo de um textoSeu planejamento para a 1a srie tambm pode prever que os alunos elaborem o contedo do texto antes de escrev-lo e revisem-no durante o processo de produo e tambm aps o trmino da sua primeira verso. Dessa forma, eles experimentam as etapas de elaborao de um texto: concepo (definio do que escrever, para quem, como etc.), escrita e reviso. claro que, nessas atividades, fundamental que voc participe ativamente. Deve-se levar em conta, contudo, que nem sempre possvel (e nem desejvel) realizar todas elas em um mesmo dia. Por isso, interessante que, no seu planejamento, voc preveja situaes variadas, que possam ocorrer ao longo de um perodo maior (vrios dias), nas quais os alunos tenham a oportunidade de conceber, escrever e revisar um texto. So exemplos dessas situaes: escrever um bilhete de aviso aos pais de forma coletiva, com os alunos ditando o texto para voc , ou reescrever um conto conhecido (em duplas, grupos ou de forma coletiva) etc.

Algumas orientaes didticas relacionadas aprendizagem da escritaVamos detalhar as expectativas relacionadas aprendizagem da escrita e, assim, apresentar, em linhas gerais, o que deve ser feito em sala de aula. E de forma conjunta ao planejamento do trabalho com a escrita, possvel considerar o trabalho com a anlise e a reflexo sobre a lngua. Vejamos as orientaes: Desenvolver atividades de leitura e de escrita que permitam aos alunos aprender os nomes das letras do alfabeto, a ordem alfabtica, a diferena entre a escrita e outras formas grficas e convenes da escrita (orientao do alinhamento, por exemplo). Apresentar o alfabeto completo, desde o incio do ano, e organizar atividades de escrita em que os alunos faam uso de letras mveis.

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Planejar situaes em que os alunos tenham necessidade de fazer uso da ordem alfabtica, considerando algumas de suas aplicaes sociais. Propor atividades de reflexo sobre o sistema alfabtico a partir da escrita de nomes prprios, rtulos de produtos conhecidos e de outros materiais afixados nas paredes (ou murais) da sala, tais como listas, calendrios, cantigas, ttulos de histrias, de forma que os alunos consigam, guiados pelo contexto, antecipar aquilo que est escrito e refletir sobre as partes do escrito (quais letras, quantas e em que ordem elas aparecem). Planejar situaes em que os alunos sejam solicitados a escrever textos cuja forma no saibam de memria, pois isso permite que voc descubra as idias que orientam suas escritas e, assim, planeje boas intervenes e agrupamentos produtivos. inerente ao processo de alfabetizao que, simultaneamente aprendizagem da escrita, os alunos aprendam a linguagem que se escreve. no momento em que voc atua como escritor e revisor de textos, na presena dos alunos, que lhes comunica os comportamentos escritores to determinantes para a aprendizagem da linguagem que se usa para escrever. Embora separados aqui didaticamente, esses dois contedos devem estar contemplados no planejamento, de forma complementar e simultnea, como nas situaes abaixo: Propor atividades de leitura para os alunos que no sabem ler convencionalmente, oferecendo-lhes textos conhecidos de memria, como parlendas, adivinhas, quadrinhas, canes, de maneira que a tarefa deles seja descobrir o que est escrito em diferentes trechos do texto, solicitando o ajuste do falado ao que est escrito e o uso do conhecimento que possuem sobre o sistema de escrita. Participar de situaes de escrita nas quais os alunos possam, num primeiro momento, utilizar a letra basto e, assim, construir um modelo regular de representao grfica do alfabeto. Proporcionar-lhes tambm contato, por meio da leitura, com textos escritos em letras de estilos variados, inclusive com letras minsculas. Propor situaes nas quais os alunos tenham de elaborar oralmente textos cujo registro escrito ser realizado por voc com o objetivo de auxili-los a entender fatos e construir conceitos, procedimentos, valores e atitudes relacionados ao ato de escrever. Planejar situaes de produo de texto individuais, coletivas ou em grupos para que os alunos aprendam a planejar, escrever e rever conforme as intenes do texto e do destinatrio.

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Propor momentos em que os alunos se sintam capazes de elaborar vrias verses de um mesmo texto para melhor-lo e, assim, compreender a reviso como parte do processo de produo. Participar de situaes de anlise de textos impressos (utilizados como referncia ou modelo) para conhecer e apreciar a linguagem usada para escrever. Participar de situaes de escrita e reviso de textos para que possam aprender a se preocupar com a qualidade de suas produes escritas, no que se refere tanto aos aspectos textuais como apresentao grfica. Planejar propostas de produo de textos (coletivas, em duplas ou grupos) definindo previamente quem sero os leitores, o propsito e o gnero, de acordo com a situao comunicativa. Planejar situaes que levem os alunos a aprender alguns procedimentos de escrita, tais como: prever o contedo de um texto antes de escrev-lo, redigir rascunhos, revisar e cuidar da apresentao do texto, sempre com sua ajuda. Desenvolver projetos didticos ou seqncias didticas nas quais os alunos produzam textos com diferentes propsitos e, assim, revisem distintas verses at considerarem o texto bem escrito, cuidando da apresentao final, sempre com sua ajuda. Desenvolver atividades de reviso de textos (coletivas, individuais, em duplas ou grupos) em que os alunos se coloquem na perspectiva do leitor do texto para melhor-lo (modificar, substituir partes do texto), sempre com sua ajuda. Programar atividades de anlise de textos bem elaborados de autores reconhecidos para que os alunos consigam, com sua ajuda, observar e apreciar como autores mais experientes escrevem (como descrevem um personagem, como resolvem os dilogos, evitam repeties, fazem uso da letra maiscula, da pontuao...). Propor atividades de escrita (coletivas, em duplas ou grupos) nas quais os alunos tenham de discutir entre si sobre a escrita de algumas palavras (os nomes da turma, os ttulos de histrias conhecidas etc.) e, assim, compartilhar suas dvidas e decidir sobre a escrita dessas palavras, sempre com sua ajuda.

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As expectativas de aprendizagem para o 1o bimestreUm dos objetivos centrais para o 1o bimestre da 1a srie que os alunos se sintam integrados nova turma, comeando a ter alguma autonomia perante as atividades propostas e a organizao do espao da sala de aula e da escola. Outro objetivo importante que eles tambm se sintam capazes de ampliar, desde o incio, sua capacidade de ler e escrever. Por isso, possvel esperar que eles avancem com relao ao domnio do sistema de escrita e construo de alguns procedimentos relacionados ao ato de ler. Mas, antes de definir as expectativas de aprendizagem e avaliar seus alunos, lembre-se sempre de dois aspectos fundamentais da relao entre aquilo que voc ensina e aquilo que os alunos aprendem: 1. Os alunos s conseguem atingir as expectativas de aprendizagem que o(a) professor(a) define previamente se as condies necessrias para que eles aprendam forem garantidas no seu planejamento. De nada adianta, por exemplo, avaliar que a turma ainda no sabe ouvir histrias, pois no param no lugar e falam o tempo todo, se no lhes foi dada a oportunidade de participar com freqncia de momentos de leitura do(a) professor(a), se esses momentos no foram planejados de modo a explicitar os comportamentos e as atitudes que os alunos devem ter nessas ocasies etc. Uma boa questo que o(a) professor(a) pode se colocar ao avaliar a aprendizagem de seus alunos sobre o que ele(ela) fez ou deixou de fazer para que seus alunos alcanassem aquilo que esperava. 2. Algumas expectativas sempre permanecem ao longo do ano. Ou seja, possvel esperar que os alunos ampliem e aprofundem cada vez mais aquilo que j aprenderam, sobretudo aquelas aprendizagens relacionadas a procedimentos, atitudes e valores. Vejamos um exemplo: ouvir com ateno a leitura do(a) professor(a). Essa uma aprendizagem que envolve atitudes e valores. Ao longo do ano, com base nela, bem provvel que os alunos aprendam a ouvir o(a) professor(a) de forma cada vez mais autnoma, mais interessada, valorizando a leitura como fonte de prazer e entretenimento. At o final do ms de abril, sugerimos que seu trabalho se desenvolva de modo que seus alunos possam:

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Quando a teoria ajuda a prtica...

Com relao s prticas de leituraj Apreciar o momento das histrias, acompanhando com ateno crescente as

As expectativas de aprendizagem para o 1o bimestre so, na realidade, um desdobramento das metas definidas para a 1a srie. interessante retomar essas metas para que voc analise como seu trabalho pode contribuir para que elas se concretizem at o final deste ano letivo.

leituras feitas por voc.j Comentar trechos das histrias lidas e seus personagens, com sua ajuda. j Apreciar as ilustraes dos livros lidos, relacionando-as com algumas

passagens da trama e com o ttulo da histria, com sua ajuda.j Reconhecer a escrita do prprio nome, dos nomes de alguns colegas e do seu,

utilizando informaes como as letras inicial e final dos nomes, o fato de o nome ser simples ou composto, entre outras.j Comear a reconhecer a escrita de outras palavras que tenham adquirido

relevncia no contexto do trabalho desenvolvido at o momento, tais como as que fazem parte das listas produzidas coletivamente (das atividades da rotina diria, de ttulos das histrias lidas e das cantigas trabalhadas, dos personagens preferidos etc.).j Demonstrar disponibilidade para ler, com e/ou sem sua ajuda, de forma

convencional ou no, textos cujo contedo saibam previamente de memria, tais como as letras das cantigas trabalhadas e tambm outros textos, como listas, ttulos de histrias, legendas, colocando em ao comportamentos de leitor.j Reconhecer que a escrita serve para, entre outras funes, registrar e organizar o

dia-a-dia na escola e pode ser uma fonte de informao, entretenimento e prazer.

Com relao s prticas de produo de texto e anlise e reflexo sobre a lnguaj Escrever silabicamente, ainda que no utilizando o valor sonoro convencional

das letras.j Produzir textos oralmente (dos gneros trabalhados no bimestre), atentos a

algumas caractersticas do gnero e da linguagem que se escreve.j Escrever observando a orientao e o alinhamento que caracterizam a escrita

da lngua portuguesa.

Com relao comunicao oralj Ouvir com ateno crescente os comentrios feitos por voc e pelos colegas. j Comentar de forma cada vez mais pertinente os temas propostos por voc. j Dominar alguns procedimentos para participar de uma conversa, como esperar

a vez para falar, com sua ajuda.

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Alfabetizar e avaliarA sondagemA sondagem um dos recursos de que voc dispe para conhecer as hipteses que os alunos ainda no alfabetizados possuem sobre a escrita alfabtica e o sistema de escrita de uma forma geral. Ela tambm representa um momento no qual os alunos tm a oportunidade de refletir sobre aquilo que escrevem, com sua ajuda. A realizao peridica de sondagens tambm um instrumento para seu planejamento, pois permite que voc avalie e acompanhe os avanos da turma com relao aquisio da base alfabtica, alm de lhe fornecer informaes preciosas para o planejamento das atividades de leitura e de escrita, assim como para a definio das parcerias de trabalho entre os alunos (agrupamentos) e para que voc faa boas intervenes no grupo. Mas o que uma sondagem? uma atividade de escrita que envolve, num primeiro momento, a produo espontnea pelos alunos de uma lista de palavras sem apoio de outras fontes escritas. Ela pode ou no envolver a escrita de frases simples. uma situao de escrita que deve, necessariamente, ser seguida da leitura pelo aluno daquilo que ele escreveu. Por meio da leitura, voc poder observar se o aluno estabelece ou no relaes entre aquilo que ele escreveu e aquilo que ele l em voz alta, ou seja, entre a fala e a escrita. Nesta proposta, sugerimos que sejam realizadas sondagens avaliativas logo no incio do ano, em fevereiro, em abril e no final de junho. Assim, ao longo do primeiro semestre letivo, ser possvel analisar o processo de alfabetizao dos alunos em trs momentos diferentes. Entretanto, para fazer uma avaliao mais global das aprendizagens da turma, interessante recorrer a outros instrumentos inclusive a observao diria dos alunos , pois a atividade de sondagem representa uma espcie de retrato do processo do aluno naquele momento. E como esse processo dinmico e na maioria das vezes evolui muito rapidamente, pode acontecer de, apenas alguns dias depois da sondagem, os alunos terem avanado ainda mais. Feitas essas observaes iniciais, compartilhamos os critrios de definio das palavras que faro parte das atividades de sondagem deste semestre. So eles:

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As palavras devem fazer parte do vocabulrio cotidiano dos alunos, mesmo que eles ainda no tenham tido a oportunidade de refletir sobre a representao escrita dessas palavras. Mas no devem ser palavras cuja escrita tenham memorizado. A lista deve contemplar palavras que variam na quantidade de letras, abrangendo palavras monosslabas, disslabas etc. O ditado deve ser iniciado pela palavra polisslaba, depois pela trisslaba, pela disslaba e, por ltimo, pela monosslaba. Esse cuidado deve ser tomado porque, no caso de as crianas escreverem segundo a hiptese do nmero mnimo de letras, podero recusar-se a escrever se tiverem de comear pelo monosslabo. Evite palavras que repitam as vogais, pois isso tambm pode fazer com que as crianas entrem em conflito por causa da hiptese da variedade e tambm se recusem a escrever.Quando a teoria ajuda a prtica...

Antes de avaliar a sondagem da turma, leia o Texto 5 do Bloco 2, Como se aprende a ler e escrever, no Guia de Estudo para o Horrio de Trabalho Pedaggico Coletivo. Nele so abordadas as etapas de construo da escrita, e fundamental que voc conhea essas etapas para analisar aquilo que seus alunos produziram.

Aps o ditado da lista, dite uma frase que envolva pelo menos uma das palavras da lista, para poder observar se os alunos voltam a escrever essa palavra de forma semelhante, ou seja, se a escrita dessa palavra permanece estvel mesmo no contexto de uma frase. Por isso, sugerimos que seja organizada uma lista de alimentos que se compram na padaria:

MORTADELA PRESUNTO QUEIJO PO O MENINO COMEU QUEIJODicas para o encaminhamento da sondagemj As sondagens devero ser feitas no incio das aulas (em fevereiro), incio de

abril, final de junho, ao final de setembro e ao final de novembro.j Oferea papel sem pauta para as crianas, pois assim ser possvel observar

o alinhamento e a direo da escrita dos alunos.j Se possvel, faa a sondagem com poucos alunos por vez, deixando o restante

da turma envolvido com outras atividades que no solicitem tanto sua presena (a cpia de uma cantiga, a produo de um desenho etc.). Se necessrio, pea ajuda ao diretor ou a outra pessoa que possa lhe dar esse suporte.

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j Dite normalmente as palavras e a frase, sem silabar. j Observe as reaes dos alunos enquanto escrevem. Anote aquilo que eles

falarem em voz alta, sobretudo o que eles pronunciarem de forma espontnea (no obrigue ningum a falar nada).j Quando terminarem, pea para lerem aquilo que escreveram. Anote em uma

folha parte como eles fazem essa leitura, se apontam com o dedo cada uma das letras ou no, se associam aquilo que falam escrita etc.j Faa um registro da relao entre a leitura e a escrita. Por exemplo, o aluno

escreveu k B O e associou cada uma das slabas dessa palavra a uma das letras que escreveu. Registre:

k

B

O

(PRE) (SUN) (TO)j Pode acontecer que, para PRESUNTO, outro aluno registre BNTAGYTIOAMU (ou

seja, utilize muitas e variadas letras, sem que seu critrio de escolha dessas letras tenha alguma relao com a palavra falada). Nesse caso, se ele ler sem se deter em cada uma das letras, anote o sentido que ele usou nessa leitura. Por exemplo:

BNTAGYTIOAMUSe algum aluno se recusar a escrever, oferea-lhe letras mveis e proceda da mesma maneira.

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A organizao de uma rotina de leitura e escritaOrganizar uma rotina semanal de leitura e escrita fundamental para orientar o planejamento e o cotidiano da sala de aula. Ela se expressa na forma como voc organiza o tempo, o espao, os materiais, as propostas e intervenes e revela suas intenes educativas. Nesta proposta de alfabetizao, a rotina deve contemplar situaes didticas de reflexo sobre o sistema de escrita alfabtico e de apropriao da linguagem que se escreve. Deve haver uma diversidade de atividades com diferentes propsitos e, ao mesmo tempo, uma repetio delas para que o desempenho dos alunos seja cada vez melhor. No preciso inventar novas atividades a cada dia, mas importante variar o gnero que vai ser trabalhado (contos, parlendas, listas, poemas, textos instrucionais etc.) e o tipo de ao que o aluno vai desenvolver com cada texto. Em funo disso, organizamos um quadro orientador em que apresentado o que uma rotina semanal de leitura e de escrita deve contemplar. Por exemplo: leitura diria em voz alta pelo(a) professor,(a) leitura realizada pelos alunos mesmo quando ainda no lem convencionalmente, situaes de produo escrita pelo(a) professor(a) e/ou pelos prprios alunos, alm, claro, de situaes de trabalho com a oralidade. Neste material, voc vai encontrar orientaes para as diversas situaes didticas que aparecem no quadro de rotina, como trabalho com nomes prprios, leitura de textos que os alunos conhecem de memria, reescrita de contos etc., bem como o que os alunos aprendem em cada uma dessas situaes.

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Situaes didticas que a rotina deve contemplarSITUAO DIDTICA Objetivos (o que os alunos aprendem e como) Exemplos de algumas atividades Freqncia O que importante cuidar e observar

Leitura realizada pelo(a) professor(a)

Compreender a funo

social da escrita. Ampliar o repertrio lingstico. Conhecer diferentes textos e autores. Aprender comportamentos leitores. Entender a escrita como forma de representao.

Leitura em voz alta de textos literrios, jornalsticos e sobre curiosidades (cientficos e histricos) pelo(a) professor(a).

Diria texto literrio. Semanal jornal e curiosidades (cientticos e histricos).

Oferecer textos de qualidade literria em seus suportes reais. Ler com diferentes propsitos.

Anlise e reflexo sobre o sistema de escrita

Refletir sobre o sistema

de escrita alfabtico, buscando fazer a correspondncia entre os segmentos da fala e os da escrita. Conhecer as letras do alfabeto e sua ordem. Observar e analisar o valor e a posio das letras nas palavras visando compreenso da natureza do sistema alfabtico. Compreender as regras de funcionamento do sistema de escrita.

Diria (quando h Leitura e escrita dos nomes dos alunos da sala. na classe crianas no-alfabticas). Leitura do abecedrio exposto na sala. Leitura e escrita de textos conhecidos de memria. Leitura e escrita de ttulos de livros, de listas diversas (nomes dos ajudantes da semana, brincadeiras preferidas, professores e funcionrios), ingredientes de uma receita, leitura de rtulos etc. Reconto de histrias conhecidas ou pessoais, de filmes etc. Exposio de objetos, materiais de pesquisa etc. Situaes que permitam emitir opinies sobre acontecimentos, curiosidades etc. Duas vezes por semana.

Organizar agrupamentos produtivos. Garantir momentos de intervenes pontuais com alguns grupos de alunos. Solicitar a leitura (ajuste) do que lido e/ou escrito pelo aluno.

Comunicao oral

Participar de diferentes

situaes comunicativas, considerando e respeitando as opinies alheias e as diferentes formas de expresso. Utilizar a linguagem oral, sabendo adequla s situaes em que queiram expressar sentimentos e opinies, defender pontos de vista, relatar acontecimentos, expor sobre temas etc. Desenvolver atitudes de escuta e planejamento das falas.

Observar com ateno como as crianas se comportam numa situao em que tm de ouvir e falar uma de cada vez. Identificar quais crianas precisam ser convidadas a relatar, expor etc.

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Produo de texto escrito

Produzir textos buscandoaproximao com as caractersticas discursivas do gnero. Produzir textos considerando o leitor e o sentido do que quer dizer. Aprender comportamentos escritores.

Produo coletiva, em dupla e individual de um bilhete, de um texto instrucional etc. Reescrita de textos conhecidos coletiva, em dupla, individual.

Uma vez por semana.

Envolver os alunos com escritas pr-silbicas na atividade produzindo oralmente, ditando para o(a) professor(a) ou para o colega.

Leitura realizada pelo aluno

Desenvolver atitudes e

disposies favorveis leitura. Desenvolver procedimentos de seleo de textos em busca de informaes. Explorar as finalidades e funes da leitura. Ler com autonomia crescente. Aprender comportamentos leitores.

Roda de biblioteca com diversas finalidades: apreciar a qualidade literria dos textos, conhecer diferentes suportes de texto. Ampliar a compreenso leitora: leitura de textos que os alunos ainda no lem com autonomia mas que pode ser mediada pelo(a) professor(a) (leitura de textos informativos, instrucionais, entre outros). Ler sem saber ler convencionalmente utilizando ndices fornecidos pelos textos.

Uma vez por semana.

Ler vrias vezes um mesmo texto com diferentes propsitos. Garantir que conheam o contedo a ser explorado. Antecipar as informaes que os alunos vo encontrar nos textos.

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dicas prticas para o planejamento do trabalhoPara que seus alunos possam ampliar o conhecimento lingstico sobre uma variedade de gneros textuais, aprender a ler com diferentes propsitos e, assim, construir procedimentos de leitura variados, bem como adquirir um repertrio de textos e autores, sugerimos que ao longo do 1o bimestre voc considere as dicas a seguir: LEIA EM VOZ ALTA PELO MENOS UMA VEZ LEIA EM VOZ ALTA TODOS OS DIAS . . . POR SEMANA . . . Textos literrios: contos tradicionais, Um texto informativo: artigos e notcias histrias contemporneas, lendas . de jornal, textos informativos sobre temas cientficos (sobre animais, plantas, corpo humano, planetas etc .) .

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LEIA COM ELES, EM VOZ ALTA, TODOS OS DIAS . . .

4

Parlendas, quadrinhas, trava-lnguas, cantigas, poemas, adivinhas e outros textos memorizveis . Os textos podem estar num cartaz no mural, em um papel, com cpia para cada aluno, ou mesmo escritos na lousa .

E TAMBM (pelo menos duas vezes no ms) Um texto instrucional: regras de jogos, receitas culinrias . . .

CONVIDE OS ALUNOS A LER TODOS OS DIAS . . .

PROPONHA TAMBM MOMENTOS DE LEITURA NOS QUAIS...j Possam explorar livros, revistas e

jornais livremente, como nos cantos de leitura .j Possam ler, ajudados por voc, com

diferentes propsitos .j Possam ler, com sua ajuda,

informaes presentes no ambiente escolar, ampliando o conhecimento que j possuem sobre a funo da escrita .

3

Os nomes dos colegas, as atividades do dia, o nome da escola, ttulos das histrias conhecidas, ttulos das cantigas e outros textos disponveis na escola . MAS ATENO . . .

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Sempre que possvel, leve o suporte no qual o texto que voc selecionou foi impresso . Se for uma notcia, procure levar todo o jornal para que os alunos tenham contato com esse portador . Se for um verbete de enciclopdia, leve o volume do qual ele foi extrado . Um conto? O livro . A regra de um jogo? O folheto de instrues ou at mesmo a tampa da caixa do jogo .

7

FINALMENTE, COMECE A APROVEITAR os seus momentos de leitura em voz alta para favorecer a integrao do trabalho de leitura e de escrita com as demais reas do currculo . Por exemplo, ao selecionar uma notcia de jornal, voc pode escolher uma notcia que trate da fauna, da flora e do meio ambiente . Ou ento ler um texto informativo que tenha relao com a histria do lugar, com o modo de vida de diferentes grupos sociais (como os povos indgenas) ou que relate a vida em outros tempos e em outras partes do Brasil e do mundo . . . E mais ainda: ao escolher um texto para ser lido para e com seus alunos, voc pode aproveitar para tratar de temas relacionados nossa sociedade atual, ao nosso dia-a-dia . Sade, alimentao, lixo, preconceito, preservao ambiental, a importncia do idoso, respeito aos portadores de necessidades especiais, trnsito, desarmamento . . . so temas importantes, cuja reflexo contribui para a formao de cidados mais crticos . Esses temas expressam o conceito de tema transversal proposto pelos PCNs . Voc ainda pode se valer dos acontecimentos mais recentes para, por exemplo, selecionar notcias de jornal e discutir o contedo desses textos com os alunos .

8

E REDOBRE AINDA MAIS A SUA ATENO no momento de selecionar os textos . Escolha sempre textos com qualidade . Evite as verses adaptadas, que simplificam o contedo e a linguagem do texto . Esses textos pouco contribuem para a formao de seus alunos enquanto leitores .

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E COM RELAO PROdUO dE TEXTO...

ESCREVA PELOS ALUNOS PELO MENOS UMA VEZ POR SEMANAj Uma lista de palavras cujo tema tenha significado no contexto do trabalho

realizado at o momento . Pode ser uma lista com os nomes da turma organizados em ordem alfabtica, dos nomes e da data de nascimento para a elaborao da Agenda de Aniversrios, dos dias da semana, dos ttulos das histrias lidas, dos nomes dos personagens preferidos, dos ttulos das cantigas trabalhadas . . . pode variar: bilhete para pesquisar os nomes dos familiares mais prximos, para pesquisar a letra de uma cantiga, para obter informaes sobre a data de nascimento dos alunos e outros dados que possam vir a fazer parte da Agenda de Aniversrios . texto para que voc o escreva na lousa .

j Cartas ou bilhetes, produzidos de forma conjunta com a turma . O assunto

j A letra de uma cantiga, uma quadrinha, uma parlenda eles podem ditar o

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2 3E NO SE ESQUEA!

PROPONhA QUE OS ALUNOS ESCREVAM TODOS OS DIAS . . .j O prprio nome em pelo menos um dos seus

trabalhos do dia, consultando ou no o cartaz com os nomes da turma . j A data em pelo menos um dos seus trabalhos do dia, copiando-a da lousa .

ESCREVA NA FRENTE DELES TODOS OS DIAS . . .j A lista das atividades da rotina do dia, os nomes dos

ajudantes do dia, os nomes das duplas/grupos de trabalho, o ttulo do texto que ser lido no momento da leitura . . . Assim eles podem observar um escritor mais experiente escrevendo e ampliar as noes que j possuem sobre os procedimentos que envolvem o ato de escrever .

ASSiM SEU PLAnEJAMEnTO SEMPRE COnTEMPLAR UMA VARiEdAdE dE TEXTOSj De planejar duplas/grupos de trabalho para que os alunos se ajudem

mutuamente, trocando informaes entre si .j De ficar mais prximo(a) daqueles alunos que tm hipteses muito

iniciais sobre o sistema de escrita, atuando como escriba deles .j De, vez ou outra, pedir para que os alunos leiam aquilo que escreveram . j De que o objetivo dessas atividades no fazer com que os alunos

escrevam convencionalmente, mas sim que possam colocar em ao aquilo que j sabem sobre o sistema de escrita, sentindo-se