Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DE SAO PAULO
INSTITUTO DE FÍSICA
H ^ - f t f c - 2ltli->t
QUANTIZAÇÂO ESTOCASTICA E A
INVARIÂNCIA DE GAUGE
Ricardo Luiz Viana
Dissertação de Mestrado apresentada no Instituto de Física da Universidade de São Paulo
SAO PAULO 1987
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE FÍSICA
Q U A N T I Z A C A O E S T O C A S T I C A E
A 1 N V A R I A N C I A DE G A U G E
RICARDO LUIZ VIANA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
APRESENTADA NO INSTITUTO
DE FÍSICA DA UNIVERSI
DADE DE SÃO PAULO
ORIENTADOR: PROF. PR, ÉLCIO ABDALLA
SAO PAULO
1987
FICHA CATALOGRÂFICA Preparada pelo Serviço de Bibl ioteca e Informação
do Ins t i tu to de F í s ica da Universidade de São Paulo
Viana, Ricardo Luiz Quantizacâb estocástica e a invariância de Gauge.
São Paulo, 1987.
Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo. Instituto de Física. Departamento de Física Mate mática.
Area de Concentração: Física das Partículas Elementares.
Orientador: Prof. Dr. Êlcio Abdalla
Unitermos: l.Ouantizacão estocástica; 2.Regularização estocástica; 3.Simetria de Gauge.
USP/IF/SBI - 22/87
- I -
Ao8 meus pais,
Rubens e Regina Viana
- II -
AGRADECIMENTOS
• Ao Prof. Elcio Abdalla, pela amizade e orientação recebida na
condução do presente trabalho;
• Ao Prof. Marcelo Gomes pelas discussões e sugestões relevantes;
• Aos colegas e amigos do Instituto de 1'Isica, em especial ao
Cristóvão Rincoski, Farnêzio Carvalho, Luís Coelho, José Mahon,
Alcione Fernandes, Gilberto Vicente, Rubens Ribeiro
• Ao Prof. Liu Kai pela amizade e formação intelectual;
• A Leocãdio José Correia, pelas lições de vida;
• A Tânia, pelo grande afeto e paciência ainda maior, na fase
final deste trabalho;
• Ao Conselho Nacional de Pesquisas, pelo suporte financeiro.
- I l l -
"I do not know what I may appear to the world; but to myself I
seem to have been only like a boy, playing on the sea-shore, and
diverting myself, in now and then finding a smoother peeble or
a prettier shell than ordinary, whilst the great ocean of truth
lay all undiscovered before me"
ISAAC NEWTON
- IV -
SUMÁRIO
Na presente dissertação, fazemos ua resuao das idéias fundamen
tais do aetodo de Quantiração Estocâstica de Parisi e Ku. coa
aplicações a teorias de caapo Uscalares.de Gauge e Feraiõnicas.
Ea particular, nós útil iramos o esqueaa de Regularização Analíti
ca Estocâstica no calculo do tensor de polarização para a Eletro
dinâmica Quântica coa Bosons ou Féraions de Dirac. A influência
da regularização na invariância de Cauge é estudada para aabas
as teorias, e é sugerida uma extensão do método para alguns aode
los supersiaétricos.
ABSTRACT
In the present dissertation, we made a survey of the fundamental
ideas about Parisi-Wu's Stochastic Quantization Method, with
applications to Scalar. Gauge and Feraionic theories.In particu
lar, we use the Analytic Stochastic RegularizeionScheme to calcu
late the polarization tensor for Quantum Electrodynamics with bosons
or Dirac Fermions. The regularization influence is studied for
both theories and an extension of this method for some
supersymmetrical models is suggested.
- V -
rmcE
. INTRODUÇÃO 01
. CAPÍTULO 1 : A EQUAÇÃO DE LANGEVIN
1-1 : UM Exemplo Staples - o Movimento Browniano 04
1-2 : A Equação de Fokker-Planck de um Boson 11
1-3 : A Equação de Langevin de um Bõson 16
. CAPfTULO II : QUANTIZAÇAO ESTOCÁSTICA DE UMA TEORIA ESCALAR
11 —1 : Regras de Feynman e Diagramas Estocásticos 21
I1-2 : Cálculo em um "loop" da Função de Dois Pontos 28
I1-5 : Regularização Analítica Estocástica 32
• CAPÍTULO III : QUANTIZAÇAO ESTOCÁSTICA DE TEORIAS DE GAUGE
III-l : 0 Campo de Maxwell Livre 38
II1-2 : 0 Problema da Fixação de Gauge 42
II1-3 : Eletrodinâmica Escalar 47
II1-4 : Cálculo do Tensor de Polarização da QED Escalar
utilizando Regularização Estocástica 51
III-4-1 : Caso Bidimensional 61
111 -4-2 : Caso Quadridimensional 66
. CAPÍTULO IV ; QUANTIZAÇAO ESTOCÁSTICA DE TEORIAS COM
FERMIQNS
IV-1 : Introdução de férmions no Formalismo Estocástico70
IV-2 : Eletrodinâmica Spinorial 78
IV-3 : Tensor de Polarização do Vácuo 80
IV-4 : Conclusões 87
- VI -
. APÊNDICE A : INTEGRAÇÕES EM D DIMENSÕES
A.I. Integrações de objetos con indices 91
A.2. Coordenadas D-Esféricas 92
A.3. Cálculo da integral « ,>l / i*\* 94
. APÊNDICE B : TENSOR DE POLARIZAÇÃO DA QED ESCALAR UTI
LIZANDO REGULARIZAÇÃO DIMENSIONAL
. REFERÊNCIAS
* • *
97
103
- 01 -
I N T R O D U Ç Ã O
• Até o início desta década, eram conhecidos basicamen
te dois métodos para a Quantização de teorias de campo Lagrangea
nasi* O primeiro deles, conhecido como Quantiração Canõnica, ba
seia-se na idéia de um campo clássico como um sistema mecânico
com infinitos graus de liberdade, sendo escrito por uma formula
ção Lagrangeana, onde associa-se aos campos os momentos conjuga
dos. Um princípio variacional fornece as equações de movimento.
Na Quantização, nós impomos regras de comutação (ou anticomuta-
ção, dependendo do caso) para as variáveis dinâmicas considera
das.
• O segundo processo parte de um "funcional gerador",
escrito na forma de uma integral de trajetórias, e que leva em
conta todas as configurações admissíveis dos campos. A partir des
se funcional obtém-se as funções de Green, e com elas a matriz
S e os elementos de matriz das observáveis.
• Ambos os métodos ressentem-se de dificuldades técni
cas (que aparecem na Quantização de teorias de Gauge, por exem
plo) cujo tratamento envolve um número considerável de artifí
cios, como introdução de graus de liberdade não físicos, campos
com a estatística trocada, estados de norma negativa, etc; co
nhecidos genericamente pelo nome de "Ghosta" (fantasmas). Podemos
encará-los como uma patologia destas formulações.
• Uma interessante alternativa, que veremos pode dis
pensar algumas destas dificuldades, é o método de Quantização
[2] Estocastica, proposto por Parisi e Wu em 1981. Inspirado na
\?i;;\f" H INTROPUCAO (ng.03. apôs o 1* parágrafo)
. Uma característica notável desta prescrição ê que ela.
alcn de poder ser implementada nâo-perturbativãmente, parecia pre
servar todas as simetrias físicas dos modelos nos quais ê aplica-
da " . o que foi parcialmente confirmado por alguns cálculos es_
pecíficos . Porém, utilizando uma diferente classe de regula
dores . AhiLiIta et ai. mostraram que o esquema quebra ma
nifestamente a invariãncia de gauge em teorias de gauge com bõ
sons carregados (nos casos abeliano e não-abeliano.sendo que nes
te último a quebra é mais danosa).
. Frisamos que esta ê uma questão central no programa da
renorraaliração lfc ', o qual requer um esquema de isolamento de dí
vergências ultravioletas que preserve simetrias relevantes. As
técnicas conhecidas sofrem, sem exceção, de problemas deste tipo.
Como exemplo, a regularização dimensional (que é apontada fre
qUcntemente como paradigma) não pode ser aplicada,na sua versão o
riginal, a modelos supersimétricos. Desta forma, a busca de um es
quema que preserve tanto a invariãncia de gauge como a supersime-
tria tem sido um dos mais intrincados problemas da teoria quânti-
ca de campos, daí a importância que vemos no estudo desta regula
rização sugerida na quantização estocástica.
E R R A T A
_PJ?KJ
01
09
13
26'
26"
55
55
53
55
58
62
69
97
9"
105
/ £_n4f _se Jj?
.sendo esc r i t o . . .
.uma f u n c i o n a l . . .
.tempo Euclidiano usual x ... o
.funções de grau...
..pelos(eq.(2-21))...
.=# de linhas lisas • # de
linhas internas cru2adas(2-59)
Usando um "cut-off" ingênuo nas
integrações...
leia-se
*v, (p) I-.-ô 'r-V
(5-47)
16'
...são representada nor (2-9)...
B s ...i dx. ... (3-58)
...(o que vale a trocar...)...
Em termos de Lagraneena...
TENSOR DE POLARIZAÇÃO QED ESCA
LAI... ...(8-0)...
...aparecerão como pólos em ...
(55)- "Analytic Stochstic...."
. . . IFUSP P r e p r i n t . . .
(36)- ...IFT Preprint P-06...
...senàc descrito...
A- .im funcional...
..."tempo" Euclideano usual x....
...funções degrau...
...t emos(eq. (2 - 21) ) . ..
...= p de linha» internas cru:a-
das + # de linhas externas cruzadas
Usando um "cut-off" ingênuo t.
nas integrações.
!i,„]p) -e A" 6 uv
(5-47)
16r"
...são representadas por (2-9)... ar
B • f dx. (5-58)
..(o que eqüivale a trocar...)..
Em termos da Lagrangeana...
TENSOR DE POLARIZAÇÃO DA QED ES
CALAR... ...(B-0)...
...aparecerão como pólos es c...
(55)-' Analytic Stochastic..."
...IFUSP Preprint P-655.
(36)-...Mod. Phys. Lett.
2 (1987) 499
- 02 -
analogia formal existente entre a teoria Euclideana de campos e
a mecânica estatísica clássica, o método fundamenta-se na intro
dução de uma variável auxiliar (funcionando como um parâmetro
temporal) e no uso de uma dinâmica estocástica para a descrição
da evolução do sistema. A teoria de campos "convencional" é reco
brada como o limite estacionário deste sistema em não-equilí-
brio.
. Para tal, utiliza-se em tratamentos perturbativos a
equação de Langevin, e em tratamentos não-perturbativos a equa
ção de Fokker-Planck; ambas já amplamente utilizadas na física
desde o início do século. *• -»
• 0 interesse maior do método, â época de sua inven
ção, residia na quantização de campos de Gauge, cuja abordagem
convencional leva a problemas, como a aparição de fantasmas
(sic). Uma das principais virtudes deste novo esquema foi dispen
sar a utilização explícita destes entes.
• Nos últimos anos a Quantização Estocástica vem sendo
[4] objeto de intensa investigação L J. Originalmente desenvolvido
para campos bosônicos, o método foi estendido para férmions e
super-campos, incluindo a maioria das teorias de interação
de interesse . Em particular, esta é uma técnica promissora em
[6] aplicações na gravitaçao de Einstein e em teorias de
[7] "Strings".
« Um campo fértil de utilização é a simulação computa
cional do tipo Monte-Carlo em teorias na rede. A variável auxi
liar introduzida pelo método permite uma única parametrização
dos dados da rede em cada etapa da computação, economizando um
grande tempo de processamento.
- 03 -
• Entretanto, esta mesma variável permitiu uma aplica
ção ainda mais notável, que é uma prescrição nova da regulariza
ção, ' e que vem sendo apontada como uma possível solução para
a eliminação de divergências em teorias supersimétricas.
• * *
• Este trabalho objetiva principalmente o estudo deste
esquema de regularização, discutindo sua controvertida implica
ção sobre a invariância de Gauge. No primeiro capítulo, fazemos
uma apresentação, de caráter mais didático do que propriamente
exaustivo, das motivações físicas e do aparato matemático básico
do método de Quantização Estocástica.
• No capítulo seguinte, ã guisa de ilustração, descre
vemos a aplicação do método a uma teoria escalar de auto-intera-
ção, mostrando como ele funciona perturbativamente, com e sem a
regularização estocástica já mencionada.No terceiro capítulo se
rá analisado o caso de teorias de Gauge, com a descrição do cam
po de radiação (Maxwell) e da interação com Bosons carregados
(QED escalar), sendo analisados objetos particularmente interes
santes na verificação da simetria de Gauge.
• No último capítulo, mostramos as modificações neces
sárias para a análise de campos fermiônicos, sendo estudada no
mesmo enfoque do capítulo precedente a QED espinorial. Os resul
tados assim obtidos permitem interessantes ilações a respeito da
aplicabilidade do método de regularização estocástica em alguns
modelos supersimétricos; e de sua relação com o esquema bem co-
[81 nhecido da regularização dimensional (um exemplo de aplicação sendo mostrado no apêndice B).
- 04 -
CAPÍTULO I
A EQUAÇÃO DE LANGEVIN
I.l. Um exemplo simples: o Movimento Browniano
• Para tornar mais claras as origens físicas do método
de quantização estocásticas, vamos antes fazer uma rápida digre£
são acerca do processo estocástico mais conhecido, que é o movi
mento Browniano. Hã dois tratamentos possíveis para o problema,
que raostrar-se-á serem equivalentes:
PI A. Método de Fokker-Planek
• A característica essencial dos processos estocãticos é o
aparecimento de flutuações. Elas impedem uma descrição exa
ta das variáveis físicas de interesse, de tal modo que re
sultados relevantes sejam obtidos através de uma distribui
ção de probabilidades P(., t) que satisfaça a equação de
Fokker-Planek:
'íT-tfrc,*) (i-i)
onde^Wpp é um operador, dito "Hamiltoniano de Fokker-Planok",
além da condição de normalização usual
Pt-,*)J* * ( (1"2)
- 05 -
[10] B. Método do Langooxn
• Sem embargo das dificuldades, o método continua oferecendo
uma equação dinâmica para as variáveis físicas do problema.
Nesse caso, o efeito das flutuações é representado pela in
clusão de uma variável randõmica (aleatória), dita "ruido".
# • •
• Inicialmente estudaremos, pelo método de Fokker-Planck.aevo
lução randõmica de um conjunto de partículas suspensas em
um meio dissipativo, podendo estar sujeitas a uma força ex-
terna de deslocamento K(x), independente do tempo,.Vamos de
duzir a equação de Fokker-Planck para a distribuição de pro fill
habilidades P(x, t), nestas condições.
• O fato de que, localmente, há conservação do número de par
tículas, permite-nos escrever uma equação de continuidade
onde a corrente total j é encarada como a soma de outras -*
duas: uma corrente de deslocamento jo produzida para força •*
externa K, que assumimos ser linearmente proporcional ã den
sidade de partículas, ou seja:
£ (*', *; - Y jc(?> P r*7 * ; d .4)
e outra corrente de "difusão" j p provocada por um gradiente
de concentração de partículas, de modo que
7(;>(+)s-ot V ?(*;*) (1"5)
- 06 -
onde o sinal negativo caracteriza o fato de que a difusão
ocorre no sentido da «enor concentração.
• Inserindo (1-4) e (1-5) em (1-3) temos a equação de Fokker-
Planck
¥í*lJ= v-/>v-rjt(?>Jp<Z*> (i-6)
[12J
• Pode-se demonstrar (teorema de Frobenius para processos
Markovianos discretos) que se a equação de Fokker-Planck ti
ver uma solução positiva, normalizada e independente do tem
po PE(x) - dita "distribuição de equilíbrio" - ela será uni
ca e toda solução positiva e normalizada deve tender assin-
toticamente a ela:
/C. PC?,*) « P (*'J e (1-7)
f —/ o*o
• Isto implica que, em (1-6):
Se além disso supusermos, o que é muito comum na pratica, • * • *
que a força de deslocamento K(x) seja conservativa - isto
implica em que ela e obtenivel de um potencial K(x)*-W(x) -
temos que
* ^ - V P . - X v v ) . o
- 07 -
• Isto é, a distribuição de equilíbrio será da forma
• Comparando com a distribuição de Boltzmann da mecânica está
tiStica [f « 1/kT)
c ** p C-/v^J0 (1.9)
temos
/ - « / (1-10)
• Esta relação é, na verdade, uma conseqüência do teorema de
flutuação - dissipação de Einstein: a é um coeficiente de
difusão, e e » é um coeficiente de atrito. Y
• Vamos estudar agora o mesmo problema a partir do método de
Langevin. Procuramos, então, uma equação dinâmica para a
trajetória x(t) de uma partícula de massa m sujeita ã força "* "* - - dx
externa K(x), â resistência mecânica do meio -e —-— e a •* •*
uma força randomica en(x), proveniente dos impactos aleato
rios gerados nas colisões entre as partículas.
• Matematicamente esta força randomica pode ser representada
por um "ruído", isto é, uma variável gaussiana cujas médias
são
—5
T (1-13.a)
<íf(*) f(4')> -2* S(t-*•') (1-13.D)
- 08 -
A equação de movimento será:
z
d-t1 j-é {
Em geral a força inercial é" desprezível sm comparação aos
outros termos (aproximação de Smoluchowski), donde segue a
equação de Langevin para o movimento Browniano:
-J— * r "- l ' \ ' (1-14)
Um procedimento sistemático para resolver (1-14) c adotar
uma condição inicial x(0) * x0, de modo que a equação pos
sa ser reescrita numa forma integral:
i
i * Médias estatísticas sobre o ruído n(t) são definidas como:
<••-• > - Jf C-O PC*])
onde P(n) é uma distribuição de probabilidades Gaussianas
(1-11)
-ii\M^) ?(1)'- H T~T- (1-12'
« 1 e
- 09 -
cuja solução ê univocamente expressa como uma funcional do
ruído:
• A equivalência entre estes dois tratanentos (Langevin e
Fokker-Planck) pode ser aostrada partindo da premissa de
que a probabilidade de encontrar uma partícula em x e t se
ja dada por:
• Sendo xr-t (t • c) uma solução da equação de Langevin, a
(1-15) indica que
associada com a distribuição de probabilidades
? r « > * £ ) - < í f * " ' - « ; rf<o;>> (i-i9)
• Inserindo (1-18) em (1-19) e expandindo o argumento da mé
dia em série de potências em xj obtemos:
?(f,4.f> - KSC^-^M)^ - -2- < -'.í'C7j(+)) .
(1-20)
- 10 -
• Devido a (1-11) e (1-12). médias de funcionais de ruído
podem ser fatorizadas:
pm particular, usando (1-15.a) e (1-13.b):
<?3-[ftOJ7CO>. =o »-") ' 7
. Usando (1-17), (1-22) e (1-23) em (1-20), além da integral:
i+t
temos
a«- *w. ri ' ^ d-24)
• Dividindo (1-24) por c e tomando o limite quando e -* 0 obte
mos finalmente
- 11 -
que é a equação de Fokker-Planck ( 1 - 6 ) , anteriormente determinada.
. Para finalizar, devemos inserir u*ia observação sobre o
significado da distribuição de equilíbrio P_ ( x ) no contexto da
equação de Langevin. Segundo um teorema ergódico, a média temporal
de uma determinada grandeza relacionada a uma única partícula em
movimento Browniano tende, para tempos grandes, ã média estatísti
ca desta grandeza para um ensemble de partículas na distribuição
de equilíbrio de Boltzmann.
1.2. A equação de Fokker-Planck de um Boson
. A analogia formal existente entre a Mecânica Estatísti -f 21 ca clássica e a Teoria de campos Euclidiana motivou Parisi e W u l '
para que utilizassem os conceitos estocãsticos (mostrados despre -
tenciosamente na seção anterior) na quantização de teorias de campo.
. Apenas para fixar as idéias, vamos exemplificar as coi
sas para o caso de um campo bosônico ^ ( x ) , onde x s (x.,Xj ,x»,x.)
é a posição no espaço Euclidiano, numa teoria de campos cuja ação
clássica é S_ [ >J .
. Os objetivos fundamentais dessa teoria serão as funções
de Green Euclidianas de N pontos, escritas na forma de integral de
trajetórias comov ' :
\ó*
12 - .
-i-5
* * Cl-26) J-*r e
onde „£<|> = TT et4(*i) T
Sabe-se que a medida j _ -,
(1-27)
!•*• e desta integral funcional ê intimamente relacionada com a distri
buição de Boltimann de um sistema estatístico^quilíbrio a tempe
ratura T. pela associação usual (de agora em diante escolheremos
unidades adequadas tais que -n - kT - i )
i_ s J— (1-28)
. isso implica em que as funções de Green Euclidianas
(1-26) possam ser interpretadas como as funções de correlação
deste sistema estatístico no equilíbrio. A idéia original de Pa-
VÍBÍ, e Wu foi considerar (1-27) a distribuição estacionaria (de
BolLann) de um processo estocático. Vimos (1-9) que este tipo
de processo (exemplificado pelo movimento Browniano) realmente
tem uma distribuição de equilíbrio única.
. Parabenizar este processo estocástico, suplementa
mos o campo O U ) com uma coordenada adicional x(0 < t < - ) . dita
tempo fictício, "Quinto" tempo ou tempo de Langevin:
^W-W*/r> (1"29)
- 13 -
que não deve ser confundido com o tempo Euclidiano usual x0.
• 0 processo estocâstico pode, então, ser imaginado co
mo resultante do acoplamento do campo com um reservatório de ca
lor (fictício) ã temperatura T. 0 sistema deve então atingir uma
distribuição de equilíbrio para grandes valores do tempo de Lan-
gevin T.
• Finalmente, ê necessário descrever a evolução esto
cástica de <{> = $(x, T) por uma equação diferencial estocástica
que permita assintoticamente uma solução estacionaria (de equi
líbrio). A equação mais simples é, nesta ótica, a equação de Lan
gevin.
• Entretanto, antes de escrevê-la explicitamente, va
mos analisar a dinâmica estocástica do campo Bosônico $ pelo mé
todo de Fokker-Planck, em analogia com o já desenvolvido para o
movimento Browniano.
• Graças ã introdução do tempo de Langevin, a distri
buição de probabilidades será o funcional P[$, T ] , no invés de
P(x, t) como no caso anteriormente estudado.. Nesse caso, os gra-
dientes serão substituídos por derivadas funcionais (V7 •* —z—).
• Para escrever a equação de Fokker-Planck do Boson
<í>(x, T) na forma (1-6) temos de adotar uma força de deslocamento
conservativa. Como a ação clássica tem dimensão de massa (em uni
dades naturais), a seguinte associação é razoável:
j(V; -- V V(?) —* - S— s C43 (i-3o)
- 14 -
donde escrevemos por analogia a equação de Fokker-Planck
na qual a somatória abrange o caso de várias configurações pos
síveis do campo (fizemos a « Y • 1)«
* Comparando com a equação (1-1) obtemos o Hamiltonia-
no de Fokker-Planck
(1-32)
cujo maior inconveniente, no momento, é não ser um operador Her-
miti-uno, Podemos consertar este defeito fazendo uma transformação
ri 3] de similaridade ~
o que eqüivale a definirmos uma distribuição auxiliar:
— * Ji )t Í*,r7 tal que = JJÇ \P l<p.rj (1-3S)
• Definindo o operador
, , . (J_ • L JJ—\ lU.M d S4>.(«) J (1-36)
- 15 -
podemos escrever (1-53) numa fora» bastante conveniente (e mani
festamente Hermitiana):
Ü D • I [ J'« */(•) a. (O (1-37)
• A equaçio de autovalores (reais) para este objeto é:
° FI» f * S *f * d-38)
de maneira que podemos expandir a distribuição auxiliar (1-34)
coao uma combinação sobre o conjunto completo dos autoestados fn
$ O,?} = <L a,, e <y tyJ d-39)
• Além de llermitiana, como (1-37) é uma forma quadra ti
ca (positiva-definida) temos que Àn > 0. Há, normalmente, mais
algumas suposições gerais para a construção do espectro do Hamil
toniano de Fokker-Planck:
a. que haja um vácuo não degenerado
b. que o espectro possua um "gap de energiawacima do vácuo. o
que significa, em termos dos autovalores de^£Fp, que:
a'. X0 • 0
(1-40) b'.jA, : A, > X0
• Para grandes valores do tempo de Langevin (T - -).
Observamos que todas as exponenciais de (1-39) convergem, ã ex
ceção daquela correspondente ao autoestado de vácuo (A0 * 0). To
mando, sem perda de generalidade , a0 * 1, temos portanto
- 16 -
Usando (1-34) encontramos: .
(1-42)
c >a©
• Vimos no caso do movimento Browniano que para tempos
(no nosso caso f) grandes a distribuição de probabilidades toma
uma forma a Ia Boltzmann (1-8); escrita, em vista de (1-30) como
^ 6 ' - C (1-43)
que comparada com (1-42) fornece o autoestado de vácuo:
1.3. A equação de Langevin de um Boson
• 0 método de Fokker-Planck ê útil em quantização esto
castiça para investigar propriedades gerais da teoria, mas na
análise de problemas particulares ê mais conveniente o uso do me
todo de Langevin que, como se viu na seção 1-1, ê equivalente ao
primeiro 'logo, nossas analogias com o movimento Browniano con
tinuam válidas, e o correspondente Bosônico da equação (1-14) c
- 17 -
• Naturalmente, o termo randômico (ruído) deve também
ser um campo escalar. Médias Gaussianas sobre este ruído são, em
semelhança com (1-11) e (1-12), definidas como:
Uni )«, ° i 7
_ J ' (1-46) < > ,
^ u " ' " 5 ' " " . 5 " 1 ' " ' " >nde(^)n -: T T dni (*, T)
Í.X.T
• Em particular, temos que
\ (1-47.a)
u (^ n 'o ( i -47.b)
• Médias sobre produtos de mais de dois ruídos são ob-
teníveis a partir de um processo formalmente semelhante ao da de
composição de Wick
<1(».,r.^ V*a»*<' 1i«« 5> - O tl.48) 1
(1-49)
*c<*a» á5 pares
<V". T '>1( *J . T Í^
(1-50)
- 18 -
• Adotando para (1-45) a condição inicial
À Cr, **- «? ) 9 o í
as soluções serão dadas univocamente em termos do ruído
• Estamos particularmente interessados em médias Gaus-
sianas sobre o ruído de funcionais destas soluções em tempos de
Langevin iguais: J[$ (x, T) ] . Supondo, sem perda de generalidade,
o denominador de (1-46) igual a um, encontramos:
• Estes funcionais são tipicamente o produto formal
dos campos em N pontos - nesse caso estas médias serão ditas "fun
goes de correlação es tocas tica8"'.
[SI • Pode-se mostrar, heuristicamente, a conexão entre o
tratamento estocástico e a teoria de campo considerando objetos
do tipo (1-52) e a observação básica de que as médias sobre o
ruído também podem ser diretamente calculadas a partir de uma dis
tribuição de probabilidades que obedeça a equação de Fokker-
Planck (1-31):
- 19 -
I 1 J (1-53)
• Tomando o l i m i t e desta expressão quando T -* •», eusan
do (1-43)
ST-?*© 1 1 J
- S f f J
V-»-o % " ' ' . 1 J " '"* d-54)
• Assim como em (1-52), os funcionais 3*f#(x)J serão do
tipo
T T (1-55)
que inserida juntamente com as funções de correlação estocãsti-
cas (1-52) na equação (1-54) fornece
• £ - — " * »! '' ' n ' ^ N 1- r - v d-56)
onde usamos a definição (1-45) de funções de Green Euclidianas.
• Esta expressão mostra explicitamente que se pode ob
ter uma teoria de campos usual (no espaço Euclidiano) como o li
mite estacionário - tempos de Langevin iguais e muito grandes -
de um processo estocãstico, como sugerido por Parisi e WU.
• Deste modo, uma teoria de campos pode ser tratada
perturbativamente transformando a equação (diferencial) de Lange
vin (1-45) numa equação integral - usando o método das funções
de Green - que por sua vez pode ser resolvida por iterações.
- 20 -
quando a constante de acoplamento da Lagrangeana seja suficiente
«ente pequena. Tratamentos não-perturbativos são conumente estu
dados via equação de Fokker-Planck do campo.
21 -
CAPITULO II
QUANTIZAÇAO ESTOCÂSTICA DE UNA TEORIA ESCALAR
II.l. Regras de Feyman e Diagraaas Estocásticos
• Ilustraremos o emprego da técnica perturbativa men
cionada no final do capítulo anterior, através de uma teoria de
Bôsons massivos neutros com uma auto-interação do tipo X*J * -1.
A ação Euclidiana deste modelo é:
sttí • ÍA [ i ^ f - f ~Y*±-ifs3 (2-D
• A equação de Langevin do Boson, segundo a forma pa
drão (1-45) assume a expressão (32 = 3u8u) •*
?±WsC9K^ ) + &-*)+* + t(*fT)+ 1<VO (2-2) ar
onde o ruído tem médias Gaussianas (omitimos o subscrito n) da
das por (1-47):
< l(*,r)>»o (2-3.a)
(2-3.b)
• Vamos analisar, inicialmente, a teoria livre (A »0).
Adotando a condição de contorno
f (*,r*c) «O (2-4)
- 22 -
para a equação de Langevin (2-2), podemos reescrevê-la sob a for
ma integral
r £(,,r) = {^{^^('-I'f-^lhy) (2-5)
onde G(x, T) é a função de Green (retardada) do problema, deter
minada pelas equações:
se
ç^-o-o ie f^ O
(2-6.b)
• Para trabalhar (onde é mais conveniente) no
dos momenta usamos a transformada inversa de Fourie>:
iÀ.x
espaço
Ç K O » e 5 o*,r)
que, inserida em (2-6) fornece
se r^o
cuja solução é (omitimos os superscritos)
(2-7)
(2-8)
(2-9)
ou. no espaço de configuração, segundo (2-7)
- 23 -
C-.C J (*)"
-rrtW>*«-*. df*0
(2-10)
• Vanes considerar, então, a presença de interação
(X t 0), com a qual colocamos (2-2) na foraa integral coapleta
(2-11)
o
Efetuando uaa iteração nesta equação (o que corresponde ã tosar
a primeira ordem ea teoria de perturbação) obteaos:
[KKl 'SCl ' t1)]} (2-12)
cujos primeiros termos
• i . j ^ ^ ^ ] • * JJW j ç UÍA y 5 n pt vy^j »|*... (2-i3)
podem ser representativos graficamente. Adotamos uma linha contí
nua {"lisa") para as funções de Green (propagadores). A constan
te de .icnplamento A associamos um vórtice trilinear, c ao ruído
uma cruz.
• Deste modo, (2-13) será representada pela expansão:
- 24 -
4 - -x +
+-
(2-14)
- 25 -
Nestes gráficos, deve-sc observar que estão incluídas as integra
ções sobre as coordenadas (ou mementa) e os tempos de Langevin
internos nos vértices bem como nos ruídos.
• A partir da expansão (2-14), podemos obter funções
de correlação de \ pontos < $(x„ t) ... • (xN. "Ü >• Quando toma
mos as médias Gaussianas dos ruídos, todas as cruzes se combinam
de todas as formas possíveis, devido â propriedade (1-49) de de
composição de Wick dos ruídos. Ainda, pela (1-48), vemos que al
gumas uniões não são admissíveis. Graficamente, a fusão de dois
ruídos é representada por apenas uma cruz. Desta forma, obtemos
diagramas, que chamaremos "diagramas eatooásticoa".
• Como exemplo, para a função de dois pontos obteremos,
até a ordem de um loop:
^Mijc*,,*,^ *
- 26 -
• Cada um destes diagramas estocâsticos possui a forma
de uma diagrama de Feynman da teoria "convencional" de campos, a
menos das cruzes (onde dois ruídos foram fundidos). E possível Í14T
demonstrar, " " usando argumentos gerais, que a adição de todos
os diagramas estocâsticos topologicamente semelhantes a um dia
grama de Feynman fornece exatamente este diagrama de Feynman (no
limite estacionãrio). Para a função de três pontos, por exemplo:
•f
-h
4-
4- 4-
4- -H
4- todas as rotações
dos gráficos SÍ2-16)
o©
• A contribuição em ordem zero de perturbação ã função
de dois pontos (correspondente à teoria livre) em (2-15) pode ser
encarada como o propagador das linhas com cruzes que ocorrem nos
diagramas:
C T - O -
nDC*-';*.*-') (2'17)
onde o campo $ livre ê dado por (2-5). Obtemos, pois, para x -• •
(o outro tempo T' será feito tender ao infinito mais tarde):
J>(*-'*,;r.r > i*U\ ^^^/^-^>7<r^*3Jrf^a,^(r*-^>-*,>^ ; *
•o T
0 0
Jt ^y^^f-j/r^s^.ruy^j^^y^1))
to
(2-18)
onde usamos (2-3.b). Lançando mão da função de Green (2-10), sem
a necessidade das funções de grau, jã que t < T e t < T', rees-
crevemos (2-18) como:
/Lf/jfilt^^[-ír-*)f<,-,>
Jf*-/W
• Efetuando as integrações em dt, d*y e d"k' obtém-se
wf * 2 • f c * » *
cuja transformada de Four ier, no espaço dos momenta, é
iXK-r.n e -_e I* z (2-20)
• Tonando o limite estacionário (x > T' -» •) pelos:
_f (2-21) l Z T>«,rfr')
que é exatamente o propagador (no espaço Euclidiano) de Feynman
de um Bõson.
• Nossas observações podem, pois, ser sumarizadas em
algumas "regras de Feynman".
I - Desenhar todos os diagramas iofol^ant^e distintos corres
pondentes ã ordem de perturbação (iteração);
- 27 -
II. Associamos usa cruz ã contração (média Gaussiana) de dois
ruídos. Hi, então, linhas "lisa»" e "cruzadas" distribuídas
de tal modo que:
11.1. Todo "Loop" tea, ao menos, uma linha cruzada;
11.2. Dois vértices externos não pode» ser ligados por ua ca
•inho contínuo de linhas lisas;
11.3. Qualquer linha cruzada pode ser ligada a una linha ex
terna por ua caainho de linhas lisas.
III. Associaaos ãs linhas os propagadores (no espaço dos aoaenta,
a aenos das funções delta de conservação de aoaentua-energia)
i r A T ~ ,, .„»x _
» A (2-22)
* x *3H;TS>- -) l l
e ao vértice a constante de acoplaaento
- A
IV. Nas linhas já se incluea integrações sobre os aoaenta e tem
pos de Langevin internos. Se for o caso, deve-se, também, in
tegrar sobre o "Loop momentum" p, com a medida (2H)*
i Nos cálculos subsequentes usaremos esta expressão mais simples, obtida a
partir de (2-19) para x' muito grande, donde o termo entre colchetes é des
prezível.
- 28 -
• Finalmente, há uma importante relação topolõgica que
fornece o número de linhas cruzadas Nx num diagrama estocâstico.
Sendo L o número de "Loops", Ni o número de linhas internas e V
o número de vértices, a relação de Euler se escreve
L = A/j - V t \ (2-23)
• 0 número total de linhas N ê tanto igual ao número
de linhas externas mais internas (NE + Ni) como ao número de li
nhas lisas NLmais linhas cruzadas Nx, donde
N ^ A / ^ A / . -A/L (2.24)
• Como precisamos de uma linha lisa para atingir cada
vértice do diagrama
NL - v t2.25)
combinando (2 -23) , (2-24) e (2-25) obtemos:
Kl = i 4 A/ - / (2-26)
II.2. Cálculo era um "Loop" da função de dois pontos
• Apresentaremos, à guisa de ilustração do uso das re
gras de Feynman (2-22) para a teoria escalar \$3, o cálculo até
a primeira ordem da função de correlação estocãstica de dois pon
tos, dada pela expansão gráfica (2-15).
- 29 -
• O primeiro termo (T-l) é simplesmente o propagador
da linha cruzada (2-17). Para o segundo termo (T-2), vamos com
pletar a regra IV da seção anterior no que diz respeito à inte
gração sobre os tempos de Langevin internos. Num diagrama, estes
tempos fluem das cruzes (T 0 » 0) até os vértices (T finito).Quan
do tomamos o limite estacionãrio: x -» «, como se sabe. Uma obser-[16]
vação engenhosa devida a Bern (e que simplifica as integra^
ções) é que, se iniciarmos o processo com x0 = -•, o limite esta
cionãrio é alcançado para qualquer tempo de Langevin finito T.
• Temos, então:
onde faremos o ordenamento ti < t2 < Ti * T2 • x para tempos ex
ternos iguais. Naturalmente temos de considerar a outra hipótese
(ti > tí) o que introduz um fator de 2 no diagrama.
• Utilizando as "Regras de Feynman" (2-22) esta contri^
buição será ^ ,
L h
J J ' (sir)H (2"27)
-—1 e * n l I"* *-J j
90 . 00
e v2 l
e [a-iowjc^*/)
X I UMi,
30
i (2-28)
. A contribuição dos quatro diagramas subsequentes será
dada por ( naturalmente t. ^ t 2 ^ T i = T? = T ) •"
CT-3")+ •••• + fT-O *
r e d r r a w \ o s
rz + Jas cruzes
.2V ^ {^i-^MObí^-^. ) • - <*» - # o
SU/f-*.)] • C^l^^-^O } (2-29)
*
- a ,w ) ÍVM - ( l A _ « x r . M
^ • 2 \ M
+ Ck, «-* fc- O (2-30)
- 31 -
• Efetuando as integrações em dtj e dtí obtcmos
CT-J)*. CT-O
= V Ar \
"cwoW_ cv.*/fcH*(^3<J(2'31)
• Tal que a soma de todos os diagramas em um
no l imi t e e s t a c i o n ã r i o , é :
"Loop",
X I (2-32)
que é exatamente igual ã expressão analítica associada ao diagra
ma de Feynman da teoria convencional (Euclidiana):
que ilustra, até a ordem de A2 de perturbações, que a teoria es-
tocástica no limite estacionãrio reduz-se ã teoria de campos. Uma
prova mais geral (válida para todas as ordens) é dada, entre ou-
ri43 - -trás, por Grimus e Hüffel. Ha varias demonstrações dessa w equivalência na l i t e r a t u r a , usando outros métodos.
- 32 -
II.3. Regularização analítica estocástica
• Até o momento, não discutimos as divergências das aa
plitudes calculadas segundo o processo estocástico, assimindo ta
citamente que elas poderiam ser regularizadas a partir de alguma
prescrição usual.. No entanto, a introdução do tempo de Langevin
na quantização estocástica permite que possamos propor um esque
ma novo de regularização. Antes de discuti-lo, vamos porém fa-
[4] zer uma rápida analise * ('o grau de divergência superficial dos
diagramas estocãsticos para a teoria escalar A+1 que considera
mos. Manteremos a notação empregada no final da secção II-l.
• Como há 3 linhas bosônicas encontrando-se cm cada
vértice, o número de extremidades é 3 V. Mas cada linha interna
contribui com duas extremidades, enquanto cada linha externa com
apenas uma, donde
€ 1 (2-33)
• Usando (2-24) e (2-25) em (2-23) obtemos:
V - ^ M -AL (2-34)
ou, como NE » N E L • NEx * # de linhas externas lisas +# de li
nhas externas cruzadas (2-35)
K * Z (*"«. + K • " ) (2-36)
• Seja Y uma amplitude (sub-diagrama) estocástica em D
dimensões do espaço Euclidiano. A contribuição, no limite esta
cionar io, desta amplitude em termos do critério de contagem de
potências, é:
- 33 -
í~\Tr^Tr±T7 1 lomfi crui€S *• v*K<ices "* (2-37)
• Considerando-se, ainda, que a última integração nos
tempos de Langevin produz, um fator adicional no momentum exter
no p de , ao invés de (k é o momentum de integração); p2 k2
então o grau de divergência superficial desta amplitude estocâs-tica é:
d V ) - DL -JN^ -lU-D IX (2-38)
onde Nx * Nix + NEX " # de linhas lisas •# de linhas internas
cruzadas. (2-39)
• Usando (2-39) e (2-36) obtemos, então:
Aei*)=l>L*N -A/ -3V + 2 ex et (2-40)
• Por outro lado, a amplitude de Feynman corresponden
te (da teoria usual) a y contribui com
TT- é*l T T £ loops l indas K
i n f e r n a s
(2-41)
donde o grau de divergência superficial da amplitude de Feynman
e:
l(Y)= DL -Jtij (2-42)
Que, com o uso de (2-33) torna-se
a qual, comparada com (2-40) fornece a relação
onde usamos (2-35).
• Devido à própria maneira de se construirem os diagra
mas estocásticos, temos pelo menos uma linha externa lisa
que implica, em termos da (2-44), que
òl6U) JKO (2-45)
(o caso dE » d é obtido quando há um número máximo de linhas ex
ternas cruzadas).
• Chegamos, pois, a uma importante conclusão: o grau
de divergência superficial de uma amplitude estocástica nunca ex
cede o grau de divergência da amplitude de Feynman corresponden
te. Embora isto tenha sido provado aqui para o caso particular
da teoria escalar A<)>3, o fato tem validade geral. Logo podemos
satisfazer-nos, pelo menos em princípio, com as prescrições de
regularização de uso corrente, como " cutoffs" ingênuos, Pauli-
Villars, regularização dimens onal, analítica, etc; dependendo,
ê claro, das simetrias que desejamos preservar na teoria em
- 34 -
estudo. Voltaremos a considerar estes esquemas nos próximos dois
capítulos.
• Até aqui, consideramos uma dinâmica de Langevin re
presentada por um processo Markoviano, pois usamos a seguinte me
dia Gaussiana dos ruídos (ruído "branco")'.
ri7j Ja era devida a Wiener " a observação de que este tipo de n u
dos pode levar a inconsistências (não-diferenciabilidade de mé
dias de soluções da equação de Langevin).
D*] • Como remédio, Ito propôs a adoção de um proces
so nâo-Markoviano, pela introdução de um regulador :j-e - uma fun
ção suave que tende a uma delta de Dirac, variando o parâmetro c.
Nesse caso, a média Gaussiana contém um "Smearing" sobre 6(T-T')
<l(*,r) •,(*>';>>« í(*-x;^ (T-T'> (2-46)
onde, como dissemos, é:
*• (2-47)
• A introdução destas idéias no formalismo da quantiza
ção estocástica é devida a Breit, Gupta e Zaks .^ 0 uso de um
regulador sobre o tempo de Langevin, como em (2-46), parece indi
car que o esquema preserva todas as simetrias físicas da teoria,
como a invariância de Lorentz, de Gauge (o presente trabalho tra
ta justamente das controvérsias existentes sobre o fato) e Qui-
ral (para modelos não-massivos). Isso elevou o método a uma
- 55 -
posição de destaque dentre os demais, particularmente em teorias
supersimétricas. cujas dificuldades de regularização são grandes.
Este assunto será discutido nessa dissertação.
• Graças a (2-47), quando o parâmetro do regulador ten
de a zero, devemos recobrar a teoria não-regularizada . Uma esco [19]
lha particular (que adotaremos) e:
I C O = £ I * I (2-48) t
com o qual obtemos amplitudes estocásticas regularizadas com di
vergências ultravioletas aparecendo como pólos simples em e, que
são subtraídos a fim de obtermos um resultado finito. Neste as
pecto, o método faz contacto com a regularização analítica de
Speer.
• Outro regulador, com propriedades algo diferentes,
usado em muitos dos trabalhos sobre o assunto, ê
• Será útil trabalharmos a transformada de Fourier de
(2-48):
f 'w ^ ê
0 oc
-«0
- 36
que, usando a definição de função gama, fornece
£ | (->.*£ r&) ^/"£^[l ( '"^] (2-50)
• Para fins de calculo, basta-nos encontrar a expressão
regularizada do propagador "cruzado". Para a nossa teoria esca
lar, o uso de (2-46) fornece, ao invés de (2-18), a equação:
-*0 -c©
onde usamos, por conveniência o "truque" de Bern para as integra
çôes. Fri$amos que, como em (2-18), ainda não tomamos completa
mente o limite estacionário, já que T f x'.
• Escrita em termos das transformadas de Fourier , é
r r +*
3> C W > - Jt rfV
.«o - * ./
Í2 qa ; r-k)^(^rU) e
.ffci (4-* )
M L l
J rfir £
-(4*OCtvo ei* e
( A W - M *
- 4 0 0Õ T r
J
(•k f i u + t'u>)±
d* e
+»
fra^ffo-ojí^ w -£
(2-52)
-#• (4WV • Oj
- 37 -
onde usamos (2-9) e (2-50). Fazendo a substituição de variáveis
X = ui
> 4- tU
(2-53)
reescrevemos (2-52) como
l+«* (2-S4)
00
* Lembrando que, em nosso esquema, as divergências oco£
rem como pólos simples em e; são relevantes apenas termos até a
ordem de e2 no propagador. Tomando o limite c -» 0, termos de
o(e) produzem termos finitos, e termos de ordem superior contri
buições que se anulam. Justifica-se, portanto, a aproximação:
l*f€- e i-eJL l*l+©-C«*j (2-55)
donde a forma final do propagador regularizado ê:
v (4W)
ir í**4
-*>
(2-56)
- 58 -
CAPÍTULO III
QUANTIZAÇÃO ESTOCÂSTICA DE TEORIAS DE GAUGE
III.l. O Caapo de Maxwell Livre
• Inicialmente vamos nos ater no caso relativamente
simples de um campo de Gauge Abeliano (Maxwell) livre, cuja ação
Euclidiana ê
© A j f r r (3-D
onde
P. - 3 , ^ . - 3 . A /
de tal modo que a ação pode ser expressa como
^KO
que, em vista de (3-3) é
= - ! £- + í/*^
'
(3-2)
A equação de Langevin do campo Au será
(3-4)
¥!t^m(Blf -l>-)fí~('<*>+ lr(*S) (3-5)
39 -
na qual os ruídos têm a Media Gaussiana (l-47.b)
<%(«tr> f.c»1.*'^- 2 Í ^ 5 ¥ ( « - * , ) ^ r - T ' , > (3-6)
• Nossa analise será «ais transparente no espaço dos
momenta, onde a equação de Langevin (3-5) é escrita:
7)
Pe (3-6) calculamos a função de dois pontos do ruído COMO:
• Como na teoria do capítulo anterior, adotando a con
dição de contorno
r (3-9)
colocamos (3-7) na forma integral
(3-10)
t
r) (4,0 - \'T' °1 (Ic,r-r; rj^ <±,?')
o
onde^7Uè» ê a função de Green retardada, que satisfaz, para
T - T' > 0
- 40 -
coa as condições iniciais
(3-12)
• A solução de (3-11) deve ser ua objeto COM dois índi_
ces. Fazeaos o "Ansatx":
&7 ( 4 , ^ *«*..* 3*,*-í
(3-13)
onde A e B são coeficientes dependentes de T - x*. Para determi-
ná-los, basta inserir (3-13) em (3-11) efetuando as integrações.
A constante de integração que aparece ê fixada pelas condições
iniciais (3-12) como sendo — . A solução final e k*
*]*">•(*,- -» 2tl:le(T.T'xj-i4: i.1 J
e:
• A função de correlação de dois pontos do campo (3-10)
<f» ( i . *> f l - . f * . T ' » -
•d
o o
(3-15)
""^^./^•'^V^^)
t/ão tomamos ainda os tempos de Langevin tendendo ao infinito pa
ra explicitar a forma geral das expressões. Usando (3-8), e deH
nindo o propagador "cruzado" do campo de GaugeJ9yp-(k; t, T') como
- 41 -
< I(V.O ()»';> • A***'^- ( W > (3-16)
obtemos c - r ' , W«iT'»T->
/ " J 7 / 7 V/>- (3-i7:
• Com o uso da função de Green (propagador da linha
"lisa") (3-14) a integração fornece (para x, T' finitos):
r -42<f>0 m 4*|T-r'i l j Í3--1&)
• Para simplificar a notação, introduzimos os projeto-
res transversal e longitudinal:
X - - - K - - l i . X. r V
(3-19)
L_. W-/
X. (3-20)
de modo que:
- 42 -
^ L CO w^(r.r') (3-21)
• Com a convenção gráfica usual, representaremos estes
propagadores como
II1.2. 0 Problema da Fixação de Gauge
• 0 limite estacionário do propagador "cruzado" ê um
tanto delicado. Fazendo tempos de Langevin iguais (T * T')
Quando tomamos T -»• », aparece uma divergência no segundo termo:
- 43 -
• O primeiro termo em (3-22) é facilmente reconhecível
como o propagador de Feynman usual do fõton no Gauge de Landau.
Mas, para obtê-lo, não foi necessário acrescentar à Lagrangeana
da teoria um termo de fixação de Gauge. Isto levou inicialmente
ã crença de que a quantização estocástica dispensava perturbati-
vamente esta fixação.
• A parte longitudinal 2LUI,T do propagador, e que di
verge no limite estacionário, parecia ser um obstáculo muito sé
rio ã consistência do formalismo. No entanto, Parisi e Wu l imos
tratam que este termo desaparece no cálculo de objetos invarian-
tes de Gauge, que são as quantidades efetivamente importantes.
• Pode-se entender a geração automática da fixação de
Gauge em quantização estocástica observando que, na teoria, usual,
a dificuldade está em que, para obtermos as funções de Green, d£
vemos inverter o operador
*- Ar , (3-23)
A'(v Vo que no entanto ê singular. Na teoria estocástica o operador cor
respondente é (veja (3-11)).
s„ h • nit - '4') o qual é não-singular, devido S introdução do tempo de Langevin.
• Outra forma de ver este fato ê tomando a transforma
da de Fourier de (3-11) em relação a T:
- t'u/ T
(4,u,> - \ ÍT) (4,fO £ <>/r (3-25)
r- J "v/-
com o qual temos
• Ê curioso notar a presença do termo iw, permitindo
que (3-23) seja inversível.
• Infelizmente, porém, a quantização estocástica resul_
ta não dispensar completamente a fixação de Gauge, como apontado [20]
por Namiki e colaboradores. Eles mostraram que a fixação de
Gauge aparece sorrateiramente na escolha de condições iniciais
na solução da equação de Langevin.
• Por exemplo, vimos que a condição particular
jj U , ° ) = O (3-9)
leva ã parte transversal do propagador (3-22) no Gauge de Landau.
Outras condições iniciais levariam a propagadores transversos em
outros Gauges covariantes. No limite estacionário, temos
^ CV,T'> *JL IJ - 0-«) V i r íz í r V j
(3-27)
de maneira geral. Entretanto, o formalismo dispensa pelo menos
o termo de fixação de Gauge na Lagrangeana
1 ( 3 B { 1* r r (3-28)
- 44 -
• A princípio esta parece ser uma afirmação incoerente
com o fato de que, sendo a equação de Langevin a descrição de um
processo Markoviano ("Random Walk"), no limite de grandes tempos
o sistema como um todo tende a "esquecer" sua configuração ini
cial. Nesta ótica a forma final do propagador nada tem a haver
com a escolha das condições iniciais
-k2t
• Isto não e verdade, pois, alem do termo a e (que
garante a convergência do propagador (3-21)) há um temo a T não-
convergente. Isto implica em que, mesmo no limite estacionário,
o sistema sempre guarda alguma "memória" das condições iniciais
- o que vai se refletir na fixação automática de Gauge (3-27),
• Outra vantagem incontestável da quantização estocãs-
tica reside na sua aplicação a campos não -abelianos (Yang-Mills).
Lembramos que na quantização via integração funcional o termo de
fixação de Gauge deve ser adicionado ã ação da teoria para que a
densidade (no espaço Euclidiano)
e'S
seja normalizável.
• No entanto, uma análise não-perturbativa revela que
para grandes potenciais de Gauge, esta fixação de Gauge não é
unívoca, o que gera por sua vez, ambigüidades na integração fun
cional. Isto ê conhecido na literatura como problema de Gri-[21]
bov, e e tipicamente uma patologia de teorias nao -abelianas.
Como no formalismo estocãstico pode ser dispensada a fixação de
Gauge via termo aditivo (3-30), nós estamos livres das ambiguida
des de Gribov.
- 45 -
• Um problema igualmente característico de modelos não-
abelianos qparece na própria integração de trajetórias, que consi_
dera todas as configurações possíveis dos campos de Gauge. Sendo
a ação S um invariante de Gauge, temos de levar em conta que mui_
tas destas configurações estão ligadas entre si por transforma
ções de Gauge, logo serão fisicamente indistinguíveis. Isto im
plica na necessidade de uma prescrição que elimine este redundân [22]
cia de integração, como a dos "ghosts" de fòddeev-Popov. 0
seu uso elimina, a princípio, as divergências geradas na integra
çao de e , causadas pelo volume infinito do grupo de Gauge da
teoria.
* 0 tratamento perturbativo, na quantização estocásti-
ca, de campos nio-abelianos leva a uma geração automática dos
"ghosts" de Faddeev-Popov. Também, como no caso abeliano, as con
tribuições divergentes causadas pelo termo longitudinal do pro
gramador do glúon devem se anular no cálculo de objetos invarian
tes de Gauge. Namiki et
(no limite estacionário)
[20] tes de Gauge. Namiki et ai. J calcularam o invariante de Gauge
^_.^ «-* ^ r~ ' f<r^' W (3-29) T-> ao * '* 3
verificando explicitamente estas afirmações.
.abe . b.c t onde Fy; - 3uAt - 3„A^ - gfabc AyV,
M. ^ Abe ••
no qual a, b, c sao índices internos e f sao as constantes de estrutura do grupo de Gauge.
- 46 -
• Para finalizar, devemos mencionar uma alternativa
proposta para o problema em questão, conhecida como fixação de [23]
Gauge de Zwanziger. l Era breves toques, a idéia consiste em
modificar o campo de Gauge, de tal modo que (3-22) seja substi
tuído por um operador inversível. Como a equação de Langevin não
se altera mediante uma transformação de Gauge usual, esta nova
transformação deve ser semelhante, mas dependente do tempo de
Langevin x:
onde A deve ser escolhido tal que (3-2S) passe a ser não-singu-
lar.
• Este novo termo induzido pela transformação de Gauge
se cancela sempre que se trate de campos externos (desde que se
esteja calculando funções de Green de objetos invariantes) ou
quando o campo de Gauge estiver acoplado a uma corrente conserva
da. Este último caso depende das equações de movimento. No caso
de haver renormalizações, estas podem diferir do caso clássico,
introduzindo anomalias (como na renormalização BPHZ, onde a inva
riância de Gauge é quebrada). 0 esquema de regularização analíti_ [24]
ca de Speer v sofre do mesmo problema, e o melhor procedimen-T8]
to invariante ê o de regularização dimensional, para o qual
as equações de movimento conservam sua forma clássica. Devemos
verificar, portanto, se funções de Green arbitrárias da corrente
têm divergência zero quando regularizadas.
[25]
• Como mostrado por Bern e Halpern, este procedi
mento ê incompatível com a prescrição de regularização estocãsti^
ca apresentada no capítulo anterior, razão pela qual não será
- 47 -
considerada neste trabalho.
II.3. Eletrodinâmica Escalar
• Consideraremos, agora, uma teoria de Gauge Abeliana
de interação com Bosons massivos carregados (QED escalar), obti
da via acoplamento minimal:
9. — ^ -$.«.• « V „.„,
cuja ação, no espaço Euclidiano, é:
S C W J ' \i"*({1>-^- -*'3>T> • *»'+*+) (J-J2)
• A dinâmica estocástica de cada campo é determinada
através das respectivas equações de Langevin (D2 = DuDp):
dr S4>(n(T) + 1*(*,?}
• &*Í4(*t*)+*Z +*(*,*)+ 'fdi'*) (3-34)
^^-^ (3-35)
• -3.11.. c ^ v * * % 4 +g| (%r;
- 48 -
onde convencionamos
• Vamos utilizar em nossos cálculos o esquema de regu
larização analítica estocástica, o que implica em que as médias
Gaussianas dos ruídos sejam dadas por:
36)
(3-37)
* *
< 1 1 > • < 1 1 > - °
(3-38)
• Passemos às "Regras de Feynman" deste modelo, tal co
mo no caso da teoria X<J>3. Além das regras gerais, devemos in
cluir os propagadores e vértices.
• Para os campos bosônicos, os propagadores de linhas
lisas e cruzadas (regularizados) são dados, respectivamente, por
(2-9) e (2-56)
f'
49
- * — , - D Cf.- r . r> = — — = * «
' t X ^ ' (2-56)
Tf IfX
• Para os campos de Gauge, os propagadores assumirão
formas mais simples, pois nossos cálculos relacionar-
se-ão a objetos transversais (uma vez que estamos interessados,
como exposto na introdução, em verificar a influência da regula
rização estocãstica sobre a invariância de Gauge da teoria). As-
k k sim sendo, a parte longitudinal (a ** *"3 do propagador "liso"
k2
do fôton permaneceria como um espectador, podendo ser expurgada
dos cálculos sem prejuízo.
• Além disso, em vista de nossa recente discussão acer
ca da fixação de Gauge, a própria parte transversal do propaga
dor (3-21) pode ser simplificada, assumindo a forma num Gauge
conveniente. Sabemos que isto é possível escolhendo condições
iniciais apropriadas para a equação de langevin. Enquanto (3-21)
exibe uma forma do tipo "Gauge de Landau", optamos por uma forma
tipo "Gauge de Feynman" 6y^. Logo para linhas "lisas" :
- 50 -
• A similaridade entre (3-39) e (2-9) sugere que o pro
pagador (regularizado) de linha "cruzada" do fÕton não-massivo
seja obtido de maneira semelhante. Com efeito, um cálculo intei
ramente análogo ao anterior fornece (x = -7-5-): _ _w
Ck e) / ' • / • rj^i •
In2
. Para encontrar as expressões dos vértices de intera
ção numa teoria relativamente complexa como esta, parece traba
lhoso repetir o que foi feito no segundo capítulo: colocar as
equações de Langevin nas respectivas formas integrais, resol
vê-las por iteração, associando os termos resultantes com todos
os diagramas estocãsticos nesta ordem de perturbação - conheci
dos os propagadores, os vértices são encontrados por exclusão.
Uma alternativa um tanto menos pedestre é a seguinte:
• Sabemos que no limite estacionário a teoria estocãstica tende
ã teoria convencional Euclidiana. Os vértices de uma tal teo
ria devem ser independentes dos tempos de Langevin, uma uma vez
que estes já estão incorporados aos propagadores. Logo, as ex
pressões associadas aos vértices de qualquer teoria no forma-
lismo estocástico são as mesmas dos diagramas de Feynman con
vencionais no espaço Euclidiano.
• Numa ação da forma (3-32) há vértices dos tipos Ay <J>*<|> e
- 51 -
Ay A^ <fr*$, com três e quatro pernas externas, respectivamente,.
Suas expressões Euclidianas sao
r
- - cCp+i»').. Vf > (3-41)
* - <e ei $ (3-42)
;i menos das funções delta de conservação de Momentum-energia.
11.4. Cálculo do Tensor de Polarização da QED Escalar utilizando
Regularização Estocástica
• Como já comentamos na seção II-3, a escolha de uma
prescrição de regularização prende-se muito ao tipo de simetria
que se deseja preservar na teoria. Nós estamos particularmente
interessados na manuteção da invariância de Gauge. Para teorias
de Gauge, uma maneira sistemática de verificar esta propriedade
é calculando as correções quânticas ao propagador do campo de
Gauge, i.e., o tensor de polarização do vácuo it^^ (p), onde p
são os momenta externos.
. Se a invariância de Gauge for mantida no decorrer
dos cálculos, este ê um objeto transversal:
52 -
K Tr (r> = o r r (3-43)
,\lé« disso, o fato do campo de Gauge ter massa zero implica em
que
%-<r\í f=o
(3-44)
• Antes, porém, de efetuar este calculo usando regula
rização estocãstica, é ilustrativo retornar a QED escalar conven
cional (no espaço Euclidiano) e rever o efeito de algumas pres-[271
criçoes de regularização familiares.
• Na ordem de um "loop", temos de calcular os diagra
mas de Feynman:
t
(3-45)
• Aplicando as regras de Feynman usuais, obtemos a ex
pressão (D - Dimensional):
2
• Usando urn "Cut-off ingênuo nas integrações sobre
os "loop momenta" obtém-se una expressão constante.
Tr.(f)- -tJÍ , i í- - (3-47) r a Tf1 r
que não é transversal, e nem se anula para momenta externos nu
los. Isto implica em que a prescrição quebra explicitamente a
invariância de Gauge pela indução de uma correção de massa para
o campo de Gauge.
• Podemos também nos valer da regularização dimensio
nal. Nela, nós "continuamos analiticamente" a dimensão (Euclidea
na) do espaço de D • 4 para D « 4 - c. As divergências das ampli
tudes assim calculadas manifestam-se como polos em e (assemelhan
do-se ao que ocorre em regularização estocástica) que são subtra£
dos a fim de que se obtenha um resultado finito.
* No apêndice B mostramos que a parte divergente do
tensor de polarização do vácuo, com esta prescrição, é (B-14):
Tr.((0- I±L. (frf- -f*S ) (3-48, 3(itoe
- 54 -
que é transversal (py *ww = 0) e anula-se para momenta externo
nulo (ITUW, (0) B 0) - a invariãncia de Gauge ê preservada,
• Chegamos, assim, à regularização estocástica - que
obviamente sõ faz sentido numa teoria estocasticamente quantiza-
da. Na QED escalar, em ordem de um "loop", temos que calcular to
dos os diagramas abaixo, resultantes dos possíveis arranjos das
u ri si cruzes nas l i n h a s : " *
- 55 -
. No cálculo destas contrubuições, faremos uso tanto
do "truque" de Bern como do ordenamento dos tempos internos
ambos já expostos na seção II-2. As "regras de Feynman", aqui,
são representada por (2-9), (2-56), (3-39), (3-40), (3-41) e
(3-42). Por generalidade, trabalharemos com um número arbitrário
D de dimensões, de modo que a medida de integração nos loops é
dDk . 1'inalmcnte, faremos (2 i r )»
e = < Ccarga Jo U o ^ ( . _ 5 0 )
• Deste modo, a contr ibuição (G-l) será ( t i < t2 < Ti =
T2 * T, o fator de dois vem do outro possível ordenamento):
- 56 -
• Se estamos interessados "a priori" na parte divergen
te deste objeto, e se ela ocorre como um pólo —-, conclui-se
que a parte dos propagadores cruzados proporcional a e ín[x| pro
duz resultados finitos e pode, portanto, ser omitida dos cálcu
los. Assim:
(«w/.'HMs*' *' o, r - r V ^ >
- 0 0 _ to
(J^f»V(-U + rV l „ e
®
r r [Cfe«P>'«.,Jl+e(JL'*«'!r£ ®
(AT, e f lt^ J .
i r 4 + »*2 w - 00
(3 -50)
Usando + °°
1 J
- eo
ií V
- C ar a
e
< + * <
- cu
* e (3-51)
e efetuando as integrações nos tempos de Langevin internos, obte
mos:
(3-52) ^«
f J w* ckwpickiff^y^^v^^
- 57 -
• Os quatro diagramas seguintes: (G-2), (G-3), (G-4) e
(G-5) são topologicamente iguais, diferindo apenas na distribui
ção das cruzes. Isto implica num fator de 4 sobre um deles. Cal
cularemos, então, a contribuição (ti < t2 < Tj = T 2 = T ) :
i« J'i dij W*'ISS V / ^ ^ ' ^ ^ / *
•DO
G i f t . - i . - t ^ ^ C ^ f i K . + . i f ^ ' P V ^ - f/-;<..^ >
(3-53)
Logo:
(Oi-l) • ( 6 , - 3 ) + C * - « 0 + C É , - 5 }
r *•
4ft » - 0 0
fu f él c^^yc^^L C*vf tf)UÍ[(^?f+»?] t+c &
- C ^ ' ) Í V M ' í r - ^ r , , , n - £ M«, i \ -l"-f'CT-t,)
+ ••
<S3
r ^ M-clU'zn ^[C^p^^JEV'O
. o»
T < M . (3-54)
- 58 -
• Nesse caso, incluímos os termos a c ín|x| pois este
tipo de diagramas (assim como os dois últimos) fornecem alguns
termos finitos importantes em determinados cancelamentos, como
se verá ao longo dos cálculos. Logo, teremos em (3-54) o produto
de modo que ela é desdobrada em três parcelas:
Oj-z)+... 4(6,-5) - fl «• B + C (356)
onde (nos momenta externos p podemos tomar e = 0), integrando so
bre os tempos de Langevin internos, e usando (3-51), são obtidos
os resultados:
3 . «í/e* í J ^ -ÉÍ»I«.I
Cf*? J •"" (<**xl)U+i*,>
a°4 o«H>ycifc^>„
«
t»vf [ífe^^M jU£[(fc+p->2, ^ • i . ^ a . / J
(3-S8)
59 -
oo
c -. i V ( Jk - £ *»j!ii
tf* - 0 0
U»4
C*^f^ y^*r>-( A CJLvf [clujO** J ]*£{kW4 M1'** t C k * ^ ^ J }
(3-59)
• Os dois últimos diagramas, (G-6) e (G-7), diferem ape
nas na colocação da cruz nas pernas externas, o que implica num
fator de dois sobre um deles, como (t < ti - T 2 - x)
(e,-0 =
J J (aitf r ) t>~(M/* ) <a -*t
^ - í f i r - ° (3-60)
- 60 -
donde —
«-tfcU-O- •'it j J (<w)» ^ »y« -00
-r e (* + >**)
. Tendo em vista (3-55) podemos escrever (3-61) como a
soma de duas parcelas
onde, integrando similarmente em dx,. dx2 * e dt obtemos:
Cp1)1 Jc^r (^^)
CP 2)* J C*tf (ItS-í:
(3-65)
1* Para estes cálculos utilizamos as fórmulas
©U * — . J_ (3-63)
Jx A*!*' - I (3-64)
O+*l)0*i"> *
- 61 -
• Estes resultados são expressos CM termos de integrais
cuja solução fechada ê, na maioria dos casos, impossível ou mui
to difícil de ser obtida (alguns casos são possíveis - ver apên
dices). Por este motivo, usaremos um procedimento aproximativo
que salienta divergências e termos finitos nestas integrais.
• Partimos do fato de que o tensor «p^ê analítico em
m para m suficientemente grande (comportamento ultravioleta da
QED escalar). Logo, wu«» pode ser expandido em série de potências
de -——. A transversal idade de *Uto, (caso seja valida) deve ser ve
rificada em cada ordem da expansão. Desenvolveremos os integran-
dos, portanto, em series de -£— (onde p são os momenta externos),
até a ordem que forneça termos que se anulem quando o regulador
é removido (e -• 0). Eventualmente estaremos interessados em al
guns termos finitos, para verificar cancelamentos.
• Nossos cálculos serão efetuados em D = 2 e D = 4 di
mensões .
III.4-1. Caso Bi-dimensional
• Para a expansão, vamos reescalonar o loop momentum
k -• mk. Então, (3-52) fica (p/m = p).
- I í oi t **
P* j tá cví^o^o'4* 0
(3-67) [c^AO^^t^'-O
que já fornece um resultado finito no primeiro termo da expansão
• o qual é o próprio integrando, tomado em p = 0 - ou seja:
* l i ,1
cci-o * 1 L 14A HA-3*4ê 1 pl J u») (4^0 ^
Usando (A-5) e (A-213) obtemos, no limite e •* O
(Cr-i) i-<pirf 1 1 (3-68)
A (3-56)
* Jas cro3«*
* R + B • C
será expandida por parcelas. Inicialmente, observamos que os cãl
culos são simplificados fazendo k «--»• k + p na parcela A (o que
vale a trocar o lugar da cruz no "loop"). Fazendo o reescalona-
mento k •* mk temos, para (3-59):
. Út [A * Ul+*)rC*L*f)-
^j W ( W al*oi4t[(i»tf*&*'+*! (3-69)
• Resultados nâo-nulos quando e •+ O são obtidos expan
dindo o integrando de (3-69) até segunda ordem em p.
63 -
R • «
I - -
- V V 33 « «*., • ^
(3-70)
(3-71)
. Calculando estes termos em separado, com o uso das
fórmulas do apêndice A, chegamos após alguma álgebra nas inte
grais (quando e -* 0):
i \ (3-72) *,.JL\ã ^l- , , l - (L
(rl) J(«) f l í^y*6 í r í p ' / „ * (»-")
í) - Ü (Jíi *M-M.l,» (f«í J («o1.
C4**o V*£
- 64 -
teJiLfS i ,Í Í . n )\ã cio
ei O/, «. A/»~ (3-75) / -c <f<P7r<* j9 *i (ViV^ V)
fi, iV (A ^ (F1? W c^o"+e grcsfiS
(3-76)
• As outras possíveis contribuições era (3-73) anu
lam-se devido a (A-7). Colocando (3-72), (3-73), (3-74) (3-75) e
(3-76) era (3-71) encontramos:
r ^ i r ( / .2 ; i K
• Nas parcelas B e C de (3-56) ê suficiente (para ob
ter as contribuições não nulas em e -»• C) tomar o primeiro termo
da expansão em p, que corresponde ao caso de p * 0. A propósito,
nesta situação os termos B e C tornam-se idênticos (X2 -> xi), e
sua soma é:
8 + C • H i l .*>
J*< '£ h\*i)
cPT J -*>
T p t » /> (« •» *«>
ÍÀ ^ M - (3-78)
onde utilizamos os resultados (3-60) e (3-61), De (3-68)
(3-79)
- 65 -
• Finalmente desejamos avaliar a (3-62)
cr0Js
(3-80)
de modo que, usando (3-65) com k -> mk, obtemos:
S r -ÃT(rl)i
(3-81)
•r
• 0 outro termo se obtém de (3-66). Um cálculo análogo
ao feito acima fornece:
£?- ' í o?ircr
z) (3-82)
r
A adição de todas es t a s cont r ibuições (3-49) fornece
= U-j.") P W B + c - r c A - ^
que, de (3-68), (3-77), (3-79). (3-81) e (3-82), se escreve como
II r UTi
J V f r . S r r (3-83)
+ Deve-se ressaltar que obtivemos um resultado finíto, graças ao cancelamento
da» divergências entre (3-77) e (3-81).
- 6t> -
que é manifestante transversal (pu «u„» 0). Concluímos que. pe
lo menos em D * 2 dimensões, o processo não logrou violar a inva
riant-ia de Gauge. Contudo, a situação muda sensivelmente quando
consideramos o...
III.4-2. Caso Quadri-dimensional
• Passaremos de D * 2 para D * 4 dimensões. As diver
gências ultravioletas (por contagem de potências) serão mais dra
mâticas, e as contribuições ao tensor de polarização do vácuo exi
birão a dependência analítica —— com mais freqüência - o pró
prio resultado terá uma parte divergente. Um cálculo um tanto pa
recido (onde a dimensão é D = 4 - c) está no apêndice B. Como lá
fizemos, vamos desconsiderar as partes finitas das contribuições
(em e •* 0), o que implica, também, em não considerar os termos em
e £n|x| dos propagadores cruzados.
• Sendo assim, reavaliamos as expressões da sub-seção
anterior para D « 4. 0 gráfico com duas linhas cruzadas fica (em
p » 0):
A
'V [J l -<M-* J UT,)H Ull,l\**A€ (3-84) P* J wf ; («/• <y
Novamente, com o uso das fórmulas do apêndice A, obtemos (nosso
interesse será fixado na parte divergente das expressões):
^ - - ^ ' ~ ^ ~ - . * *.t- (3-85)
(t . f. « termo finito)
Ç>H ir2pxe
obtemos
A
- t»T -
Para o gráfico com apenas usa linha interna cruzada
i ' '
(3-8(i)
onde usamos a expansão do propagador em potências do momento ex
terno. Os A-'s são dados por:
(3-38)
^ • — ^ 1 4 *.i. 36 p V e 9f( r
4)VA6 (3-89)
3-90)
68 -
í): 1»* At ( ,«
ÍÃ Air - It-Cf) J(») J(h\) **l UirV^e
M-( 3 - 9 1 j
• Coletando os resultados C3-87), (3-88), (3-89),
(3-90) e (3-91) em (3-86) obtém-se a parte divergente:
(HT) Cf)Z ' 6 / 5Í- , At~ < A
3 ( j > ^ J £ (3-92)
• Os últimos diagramas são
Oi-O + («•-*) *
c**$- -íÜir^L l A I
(pz:> wq aW+£
(3-93)
t a i s que, f inalmente:
<5* u * CG,-0 • £ « i - 0 * f~
S*2Cfl)*£
i.l (3-94)
•Somando as contribuições (3-85), (3-92) e (3-94), te
mos o resultado, para a parte divergente:
f) + $r- 4 k f~
r Í 3 4 irJpZ£ HtTlCf2)Ja C3-95)
- 69 -
que c manifestamente não-transversal, situação que não melhora
considerando os termos finitos. Isto implica, como vimos, na que
bra da invariància de Gauge nesta dimensão. Em termos de Lagran-
gena da QED escalar, isto induz o aparecimento de um contra ter
mo de massa não invariante de Gauge para o campo de Gauge, do ti
po:
onde Zi é uma constante de normalização.
• Tentativas de explicação desses resultados serão abor
dados no último capítulo, onde compararemos diagramas com Bósons
c Férmions. Por ora, ê intrigante notar que estes resultados pa
recem realmente depender da forma particular do regulador esto-
cãstico.
[27]
• Por exemplo, Bern, utilizando o regulador (2-49)
para a QED escalar, chegou a conclusões diferentes das nossas,
i.e., provando a manutenção da invariància de Gauge. Curiosamen [28]
te, porem, Gonzales-Arroyo, com o mesmo regulador de Bem,
mostrou a quebra dessa simetria para uma teoria de Yang-Mills pu
ra: A mesma constatação foi atingida na referência [15], que nu
ma "QCD Escalar" em D * 4 usaram o regulador adotado no presente
trabalho.
• De qualquer maneira, já se pode pelo menos dizer que
o simples fato da regularização estocãstica não alterar a função
deitada posição Euclidiana não ê suficiente garantia para que o
esquema preserve a invariància de Gauge - o que entra em desacor
do com algumas posições a respeito.
- 70 -
CAPÍTULO IV
QUANTIZAÇÃO ESTOCASTICA DE TEORIAS COM FÉRMIONS
IV.1. Introdução de Fémions no Formalisrao Estocástico
• A introdução de Férmions no programa da Quantização
Estocãstica envolve consideráveis dificuldades técnicas, a prin
cipiar do fato de que não hã análogos clássicos para campos feir
miônicos, devido a seus caráter anticomutativo. Na linguagem de
operadores, isto se manifesta no aparecimento de operadores não-
positivo-definidos.
• Na literatura sobre o tema, a Quantização Kstocásti-
ca de Férmions é considerada mediante três enfoques básicos:
1. Método de Pseudo-Férmions (em teorias de Gauge na rede)
[29] .
. Proposto por Fucito et. ai, e unicamente aplicá
vel em teorias onde os campos fermiônicos aparecem como bilinea-
res, consistindo na bosonização da integral funcional (que con
tém, como é esperãvel, variáveis de Grassmann). O método não fun
ciona satisfatoriamente no limite do contínuo, sendo mais apro
priado para simulações do tipo Monte-Carlo.
2. Introdução de uma massa fiotieia
[30]
• Devido a Fukai et ai, o método tenta solucionar
o problema gerado pela já mencionada não-positividade dos opera
dores - eles podem assim ter autovalores negativos. Neste caso
os propagadores não convergem, o que impede que a distribuição
do probabilidade da equação de Fokker-Planck tenha um único esta
do de equilíbrio no limite estacíonárío. Como esta 6 uma condição
- 71 -
essencial para a equivalência entre o formalismo estocático e o
convencional, a situação ê fisicamente incômoda.
• A idéia básica ê introduzir uma "massa fictícia" pa
ra os Férmions, o que eqüivale a tomar tj; •+ iõ na ação Euclideana
da teoria. Se, para o caso livre o método fornece bons resulta
dos, ele c completamente inútil em modelos onde Férmions e Bo
sons interagem, devido a uma inconsistência técnica nas respecti
vas equações de Langevin. Nas equações fermiônicas o tempo de Lan
gevin ganha dimensões (naturais) de comprimento, ao passo que nas
equações bosônicas ele tem dimensões de (comprimento)2.
3. Introdução de um "Kernel" nas equações de Langevin
• Esta técnica, publicada em trabalhos de Breit, Guota [5] [31]
o Ia ks c Damgaard e Tsokos , consiste em substituir a an
tiga equação de Langevin (1-45) por uma versão generalizada uti
lizando um "Kernel" Kjjl.x, y) - independente dos campos - como
segue :
dr * ^ . ^ r ) " Í4-D
• Adicionalmente, incluímos o Kernel nas médias Gaus-
sianas. de modo que, em lugar das correlações (1-47), tenhamos:
< 1 O^O J ° (1-4.a)
'' ') (4-2.b)
- 72 -
[15J • Poiic-sc demonstrar que o procedimento e formal
mente equivalente a modificar o hamiltoniano de Fokker-Planck
(1-57) pelo sucedâneo
Além disso, se^Opp for positiva-definida e o "Kernel" for não-
singular (inversível), então o vácuo do espectro de probabilida
de no limite estacionário não se altera com a introdução do "Ker_
nel". Portanto, nara tornar o hamiltoniano de Fokker-Planck posi
tivo-definido (caso ele jâ não o seja) podemos escolher um "ker
nel" adequado, sem prejuízo da física do problema.
• A consistência dessa proposição ê confirmada por uma
- - W observação ja devida a Parisi e Ku - admitindo que a medida fun
cional (1-27) seja a distribuição estacionaria de um processo es_
tocástico, qualquer equação dinâmica "a priori" ê admissível,sen
do (1-45) apenas a mais simples de todas.
No que segue, dentre os três apresentados, faremos
uma opção por este terceiro procedimento.
• Antes de considerarmos modelos mais complexos, vamos
nos fixar numa teoria de Fermions massivos de Spin 1/2 livres
(Spinores de Dirac), cuja ação no espaço-tempo de Minkowski 5
S [tfJ - [*H* [f(*>Oy;2> - M)^(.*>] (4-4) o J /
- • o -
onde ÍMX) C iMx) são variáveis de Grassmann. Trabalharemos única
mente em D = 4 dimensões, para evitar problemas com a existência
ou não desses Sninores em outras dimensões.
• Para escrever a ação correspondente no espaço Eucli-
dcano efetuamos uma rotação de Kick xQ -»-ixi, (d*x ,. = d3x dx*)
>- [ j \ l r"K>t;# -M-)?[« ,>]
(4-5)
onde 2f£ = YH^H • y.V pela representação usual y. - i"V0. As matri_
zes gama devem satisfazer ã álgebra de Clifford
• Omitindo o subscrito E, temos que a partir de (4-5) é
possível sugerir o "Kernel" fermiônico
K v3 J (4-7)
«quanto que, para campos bosônicos o "Kernel" ê trivial:
KB (*,^-- /•• /V--^) (4-8)
- 74 -
• Escrevemos, pois, a equação generalizada de Langevin
(4-1) como:
at- ( , '° = - í A xj (•••}-> ís * »".r;> ar 1 3 ] í fy'*,*•> ' (4-9,
. t í A C i ?* MJ.J f * •• M^ £ <9S>J\-a>* »i
= ( a ^ - H 1 ) , - . f ( i , r ) * ^ ( ' i r ^ (4-io)
e a respectiva equação conjugada:
(4-11)
* , T
(4-12)
onde implica em transposição matricial. 1? e fr são ruídos de
Grassmann, cujas funções de correlação (4-2) ficam:
J v
(4-13)
* Como esperado, a introdução do Kernel (4-8) faz com
que as equações (4-10) e (4-12) sejam formalmente semelhantes às
bosônicas. Isto implica na existência de funções de Green "Boeo-
nizadas" G (x - x '; T -T ' ) , obtidas de modo análogo ãs do F
- 75 -
capítulo 11.
tal que. adotando condições de contorno apropriadas rccscrcvamos
(4-11) na forma integral (o mesmo acontecendo para (4-12)):
(4-15)
• E conveniente usar a representação gráfica (no espa
ço dos momenta):
T J, .(4**Ml3ír-r )
3 1 J
M-lb) 6, (^r-r^.. . G f (|(r-T'j
• Neste caso, sendo a expressão do "Kernel" no espaço
-k:
Kij(K*%>' ( - ^ • H ) l . . r í ^ f c , 3 (4-17)
então a correlação (4-14) c re-escrita como
<^( V O ^ a W * 2('P+"\i cfY^O^-r'^4-i8) r * ' ,,3
• Nos tratamentos perturbativos, utiliza-se também a
convolução de (4-17) com (4-16), dita função de Green "Fermiôni-
<ra ":
- 76
r^-O.. JjV^Í^Vjq^fcVr-r^. (4-19)
(4-20)
r k r' a »_•
3
por convenção.
• 0 propagador da linha (bosonizada) cruzada, tal como
nos casos precedentes, é obtido a partir da função de dois pon
tos (a menos de uma divergência de volume):
A . (V-T^rcA-U- <?í<*.Tj?i <-*.*'>> ,,-21)
usando (4-15) e (4 -18) obtém-se:
0
Jr'6m (*/r-r"í. r *
ou seja, para k' - -k, efetuadas as integrações:
- 77 -
• A expressão acima sõ c bcra-dcfinitla por meio de um
"ordenamento cronológico", com o qual f i c a (T ' > T)
à.. lK*f» •o - (
Li ( ' " « ) ( 4 - 2 5 )
' O
• Tomando o l i m i t e e s t a c i o n á r i o
A , - £ + *i l) r--r-»°° ^%M" )Í*H
(4-24)
obtem-se, como esperado, o propagador de Feynman Euclidcano.
• A prescrição de regularização analítica estocástica
faz com que o ruído (4-18) seja não-branco:
<*.(4,T)Y *>';>- K^K^A CT-r'> (4-2S)
sendo fe o regulador (2-48). Modifica-se portanto o propagador
da linha cruzada. Através de um cálculo praticamente igual ao
realizado para o campo escalar obtemos:
A (W>=-;f£ l )
)
O ^ J '« e
T
(t-êLUi)
«o < f x
r
li J (4-26)
onde o símbolo 0 representa a fusão dos ruídos ty e 0-.
- 78 -
IV.2. Eletrodinãaica Spinorial
• Nosso objetivo será o de analisar uma teoria de inte
ração com rêrmions de Dirac. cuja ação em D • 4 é:
St*r1.W-U^*r.*r~-i?L?-£*fl ^^t] (4-27)
• A introdução do campo de Gauge sugere, conforme props Z]
posto por Ishika%a que se use derivadas covariantes nos "Kernels", de modo que substituamos
(4-28)
(4-29)
onde convencionamos:
r s /-• Deste modo, as equações de Langevin Spinoriais (4-9)
e (4-11) para a ação (4-27) tomam a foriur
dr r Jli 'j (4-30)
i Tem sido sugerida a utilização de dois ruídos de Crassmann para as equações
fermiônicas (m, m, 02 e m, por exemplo), o que não invalida nossas ex
pressões menos formais.
79 -
dl. (*ff) - r , T ,' x"r^
<- tf. C *, O (4-31)
• A equação para o campo de Gauge c obtida a partir do
"Kernel" bosônico (4-3); i.e..
'•l^- + e f ^ f 0-r> + 1 (*,0 <4-32>
• As correlações destes ruídos são, de acordo com
(3-36) e (4-25):
33)
(4-34)
• Neste ponto, já se pode enunciar as "Hagraa de t'cyn-
man" desta teoria estocasticamente quantizada, desde que lembre
mos que o (único) vértice ê do tipo ijiAyil», cuja expressão Eucli-
deana convencional é (a menos da função delta)
. -*ir (4-35)
- RO -
os propagadores spinoriais são (4-16), (1-20) e (4-26) c os fo-
tônicos. já vistos em (3-39) e (3-40). Como de hábito, a presen
ça de um "Loop" no diagrama implica em que devemos tomar o traço
do int egrando.
IV.3. Tensor de polarização do vácuo
• Usaiemos agora as mesmas técnicas do capítulo ante-
rios para calcular a correção em um "loop" ao propagador do cam
po de Gauge (auto-energia do fôton), no caso em que D * 4 dimen
sões, usando o esquema de regularização analítica estocástica.
• Nesta ordem, os diagramas que contribuem para o cál
culo sao:
V - /
S «-
/
-Sh (6.-M
• r~ > — * -
u-n
B-
(6*-3) (4-36)
- 81 -
• Em princípio nosso interesse maior reside na parte
divergente (em e - 0) deste objeto, portanto não são necessários
na análise os termos do tipo e in x dos propagadores cruzados.
O primeiro diagrama fornecerá uma contribuição:
T i
- *> oo
onde o fator 2 deriva dos ordenamentos possíveis em ti < t2 <
Ti - T 2 = T. Usando os propagadores conhecidos temos (e = 1).
jj* {111* U e f e
f \ ~eO -ot
* 2 i^[C^k>MeJIV*tl
J < *
ir ®
^ * ,
TT -9Q
U », (4-38)
- 82 -
Efetuando as integrais em dt2, dtj, dxi e dx2 obte-
mos
JL r A T 4 ^ ( - / ^ H ) / ^ C ^ . H ) J
(ATÍ [Cr^^rV^M 1 ) cpx*^r^«^(4-(4-39)
• Como na QED escalar, este diagrama (com duas cruzes
no "loop") ê o menos divergente, razão pela qual sua parte infi
nita já aparece quando se toma o momento externo zero. Obtém-se
então, após o cálculo do traço (o termo dependente da massa é f_i
nito).
í«,.o.-kV[i-i -^—.-LJLfl.í P* r J Gw>* ( t<+<) r
quando e •+ 0 obtemos
£._ Siy'ir'e
(4-40)
• Os dois gráficos seguintes levam fatores combinato-
riais de dois, e são topologicamente iguais, donde (ti < t2 <
Ti • T 2 " T)
<<?,-* ; * fc-*>
* «a , " " "
* fO « OO
^ [ Çò £ t ^ f ' + - + £ ^ < rr ^( t / ^ . - t O]
(4-41)
* ÍV j ^ c e. _, 4 + £
~.o -••
J», e p.[Vr(-f-/t^CC-^«)J 7 - —
r
-co
J*i
-^[fUpiVM'Ji^-t,)
II 4-**,
(4-42)
• Calculando o traço na expressão e efetuando as inte
grações nos tempos de Langevin e nas variáveis xi e X2 obtemos:
(c-i) T c«;-.r>»
^ CC^P^H'J "§t | .%^*-r-M l3
(4-43)
- 84
. Devido ã simetria dos diagramas, vamos fazer
ora (4-45), e reescalonar o loop momentum. Sendo D * p/M. nós de
senvolvemos o denominador em series de potências de p. como em
(3-70), chegando finalmente a
c r .(^'iP^^.'/.i./,^
^-ȣ
aj. o T M * '.«.
(4-44)
(4-45)
• Calculando explicitamente estes doze termos, através
das fórmulas do apêndice A já utilizadas antes, obtemos, no limi
t e t •» 0
T, - I&ÍL f £i _ L 1 «V * . v * + £ Cp2; / ^ T ) W cV*o; Vir'yVi (4-46)
7 _ HV r j»l Sr-\Kjf> $r Sr„ - 2 <
ToT/> (finito)
- 85 -
ijiVfj** -í-f* 3 cf»>* J
í„. («>' (V«-0
5 « « trY (finito)
l'£, 1,1 Cf*y Jf-»o* (**o'
£ • > £
H'«V-
v/V f A 2 . * ^ £
;* (?fJfaf (ki<<) £-=-
3+e ,Ve
' i i - .w&Vf A ** (r*y J (*rf
r.'1hV[i"i
t
(4 -47)
(4-48)
(4-49)
/£ irV'6
(4-50)
y r J ("> (4V<r£ wry>« (4-51)
- 86
" c f1) ' J (*»>' (kl* O
(fc'")'*4 fí ir'Cj-') f
i4 •"*(*.»/£
(4-55)
(4-54)
(4-S4)
. Coletando todos estes resultados cm (4-45) temos
Ci.*.)
C^-2} * C $ - 0 1 ^ J/£L *f j.*r*e ^n-?cf
l)ae (4-56)
observe que os termos de massa (4-46), (4-47) e (4-51) cance
lam-se de uma maneira surpreendente. Combinando este resultado
com (4-40) obtemos a parte divergente do tensor de polarização
do vácuo da QED Spinorial.
r U - O - c*-*>* r« , -0
//cT,^
S E V ' T ' C
H=-r arlCf
l)'e (4-57)
• liste objeto c não transversal, assim com-ocorrido na
QF.D escalar.
- 87 -
IV .4. Conclusões
• Tendo estudado o efeito da regularização estocástica
(RE) em resultados obtidos para a QED Spinorial, vamos procu&r
analisá-los tosando como ponto de referência os cálculos do capí
tulo anterior, realizados para a QED escalar. Primeiramente, ob
servamos uma interessante conexão da prescrição de RE com a regu
larização dimensional (RD), que poderíamos enuniciar na forma:
a RE de um "loop" com n cruzes é equivalente, no sentido da RD,
ã continuação analítica da dimensão para D * 4 - — . • n
• Na QED escalar, em D * 4, o gráfico com duas linhas
internas cruzadas e (3-85) X
a - o s c . _ £ -GHJT P £
fazendo c •• - | - , i . é . , (G-l)sc •* 2(G-1)SC obtém-se:
0»-O * *- (4-58)
" 32rye de modo que o "novo" tensor de polarização seja
II r (4-59)
que c manifestamente transversal. Observemos que este resultado
concorda com o obtido no apêndice B via RD (B-14), com D «4 - ——,
a saber:
(4-60)
- 88 -
• A mesma constatação é feita na QED Spinorial, onde o
gráfico correspondente é (4-45)
5P
que, sendo t •* e/2 fica
Ccro* , òr~ <4"61> 5 *
3<trl7T
£-(*• fr
le
<e com o qual
Tí
• Com o uso da RD, como encontrado em [ò] por exemplo,
o resul tado na dimensão D * 4 - - | - é 2
r sr ( j r v 2 l r p* / eA <4"í'3'
• Em ambos os c a s o s , os g r á f i c o s com uma cruz no "loop",
(a outra na l inha do campo de Gauge) fornecem os mesmos r e s u l t a
dos da NH. Vemos, assim, que o termo problemático (no sent ido da
quebra de invariância de Gauge no resul tado f i n a l ) c o grá f i co
(4-1) para as duas t e o r i a s . Se o fa to depende ou não da forma par
t i c u l a r do regulador adotado, ê um problema em a b e r t o , f
• Uma in tere s sante apl icação dos presentes resu l tados
[33] i Por exemplo, Gavela e Huffei, utilizando-se do regulador (2-49) obtive
ram na QED Spinorial um resultado transversal para o tensor de polarizaçlo.
" 89 "
diz respeito ao problema da regularização de teorias super-simé-
tricas. Este é um antigo quebra-cabeças , jâ que as prescrições
usuais produzem contra termos não invariantes (de Gauge e/ou su-[34j
persimetria) na Lagrangeana. Tem sido tentado, com sucesso,
a utilização da técnica de "Heat-Kernel" em combinação com o mé
todo de campos de fundo (que possui alguma similaridade com o pro
cedimento adotado neste trabalho).
• A observação básica c a de que o gráfico com duas l'±
nhas internas cruzadas da QED escalar é o dobro do corresponden
te na QED Spinorial, com sinal trocado. Como este c o diagrama
que origina os contra-termos não-invariantes, isto sugere que a
invariância de Gauge não é violada em teorias supersimétricas on
de haja duas contribuições bosônicas, o que implica no cancela
mento destes termos problemáticos.
[25] • Num trabalho recente, onde os resultados presen-
[37] . tes foram estendidos para a QCD com Bosons e Fermions, sao
apresentadas duas alternativas factíveis:
•*• Acoplando o campo de Gauge (tratado como campo de fundo) a um
multipleto supersimétrico de matéria (constituído de dois campos
bosônicos carregados e um Férmion de Dirac) os contra termos bo-
sõnicos e fermiônicos geram um contra termo supersimétrico inva-
riante de Gauge - devido ao fator de dois no gráfico da QED esca
lar já mencionado.
•*• Numa teoria de Yang-Mills supersimétrico não estendida (N«l),
temos uma contribuição de um Spinor de Majorana (na representa
ção adjunta do grupo de Gauge) e a contribuição escalar é repre
sentada pela autointeração do modelo:
- 90 -
(4-64)
acrescida de im fator combinatorial de dois (devido às 2 contra
ções na expansão de Nick).Mais uma vez o contratermo supersimé
trico produzido é invariante de Gauge, o que indica forteaente a
utilidade da RE na eliminação das divergências em modelos com su
persimetria.
• * *
- 91 -
APÊNDICE A
INTEGRAÇÕES EU D DIMENSÕES
A . l . Integrações de ob je tos com índices
• Temos, genericamente, a in tegra l ca D «linensões. f
j / i i ^ l . Sabemos que o resultado deve ser proporcional a um objeto sime-
trizado com dois índices (ôp,J
<t $ (A-l)
• u l t i p l i c a n d o (A-l) por ô u „ . e sendo ôUy * T r4* D
CsJ-[i*k 4 0 0 4 * (A-2) 3> J
que, inserida em (A-l) fornece a identidade (válida unicamente
sob o signo de integração!):
V - • £ - * • £ -• No caso da integral
\i'l fU">lrl-lr*f
o resultado, além de constante, deve ser um objeto simetrizado
com quatro índices, formado â partir dos deltas de Krõnecker como
i^-Ví-V^") (A-4)
i No espaço Euclideano.
- 92
• Multiplicando por 6»_ 6,* acha-se, após alguma álgebra
(T l
donde a identidade formal ê
j'* tfVXV) (A-S)
r r f -« i
D * JT> ínVí.-^*^Víf;^»-)
Por razões análogas, mostra-se que:
(A-7)
A.2. Coordenadas D-Esféricas Ü37]
• Seja a integral dDk f(k2), onde ku é o D-momen-(2»)*>
turn Euclideano ky * (ki k D). Introduzindo coordenadas D-es
féricas polares
* , ' ( * / * / • • . - . » , . * >
onde
^ V V e a medida é
* *' . t J% * i cíA J+ *~ô(áfc>4*M ^ d * ,
(A-8)
- 93 -
* Os intervalos de variação são os usuais
o < k <r-c
o < + < w
0 < ô < T Cx-I t ' *
• entao:
ir J -2 " «O
c^y (A j g ^ - y^-p-j^v^ ( « ^ ^
o
* Da teoria das funções gama, sabemos que (Re x > 0
Re y > 0):
f i x ' 4 2M-« . p ( , \ p ( 0
o
fazendo
temos que:
* . r ( ¥ ; r ( r ) \è+ »~ ^ « í Utjt- * *
r( r(k+2 (A-
Como f ( '/* ) " ^
- 94 -
»-* VC-i1) n (A-l l )
temos que (A-9) fica
v6 n%j 0
.2 -• Fazendo, finalmente, k = x a (A-12) e reescrita
(A-13) f i i ...5 ^ ^ ~ ^
A. 3. Cálculo da integral: \ 2. ,2. - V J
• Neste caso, basta fazer J (•"•>» ( k \ A~*£
•f (»> - X
na equação (A-13). Logo temos de resolver
aH W)* . / ' ( , / 4-**-*
d< cw/ftft/r** c^)V(%) J c«,o~*£ (A-i4)
• Usando a função beta •° .( sei*)- (.*" ^ - rwrf,)
- 95 -
escrevemos esta integral como
w • - - B í* «tf - £ v\ 2_
£ - - ~ )
r(~*o (A-15)
Sendo n um inteiroP(n) -(n - 1)!. Obtemos. por fim
< (5-*—).iH-5-fc-';.i fcfitf Ci-0.'f—")! (A"16)
• Na tabela a seguir, estão expostos os valores desta
integral para diferentes valores de D, n e m.
i As fórmulas estão indicadas segundo a tr ipla (A-Dnm)
r \ 3
h
on i •si
D» 4
31-
On i
Or»
i
£*2
r<>
<T»
o»
JC-a-I
3 a -•
Orx *-\ on
i
3h *h
m On
Ov 4
ON
I
<h m
0r\ 4
ro
3h 4
2
Sh on 4
or»
(T)
V On 4
rot
on
^
On
*h
'On] 4
*h 4 F O
% ^ t 4
«Si *õn
4
3h 4
•
*o^ 4
*h or\
4
4
h 4*
ON
- 97 -
APÊNDICE B
TENSOR DE POLARIZAÇÃO QED ESCALAR
UTILIZANDO REGULARIZAÇÃO DIMENSIONAL
• Para efeitos comparativos, vamos avaliar o tensor de
polarização da eletrodinâmica escalar com o uso de uma prescri
ção "boa" fnão quebra a invariãncia de Gauge) - a regularição di
[26]
mcnsional. Na ordem mais baixa, os diagramas a serem calcula
dos são
L (£-°) r
t, sendo as regras de Feynman aquelas válidas para a teoria quanti-
zada convencionalmente. Neste caso a expressão (3-46) correspon
de ã (3-47). As amplitudes são calculadas inicialmente numa di
mensão arbitrária D, que será analiticamente continuada para
I) • 4 - c. As divergências, como se sabe, também aparecerão como
pólos em (que devem ser subtraídos, a fim de fornecer a parte
finita da amplitude).
. 0 primeiro gráfico de Feynman a ser considerado ê:
(B-l)
(B-2)
- 98 -
• Usando (A-1S). con n * 0, • « 1 - c . tcmos (c * 1)
n>-il^ z t (~'>*"V(?Oro-%) c«)D rc%)
• - ii= rO-£Oc~'> («<r)eA
• O outro gráfico a ser calculado 6:
< f i ü C?**p).U^P>.-8 * e J(*/ C f ^ ^ - ^ C ^ . - 1 )
«. *) \ i-5- i ^ _ + (B-S) JH fr- i -^ [ChfiWW*-.*)
r J»i '
-*.
+ i P (£L c + ( r ~ o 1 Jew)9 [cfc.^.'jfi^^1) /
(B-4)
- 99
* As integrais acima são bem mais complicadas que as
vistas no apêndice A. Comumente se emprega as seguintes fórmulas, f37l
baseadas no uso da parametrizaçao de Feynman: - J
tfc&~;>r p
rc-p - f ) [ im «Vorc*c<-o p2^ « -.* -^
o % - • - r
^ - «. - p (B-(>)
U 4
7r ) o
4-K P „, 9 . 7 ÍB-7) [,<(i^)p'ívo^)^] ,c ^ rc*+f"3-)J
- 100 -
• No cálculo de li. usamos (B-7) con k - -k. mt *m2 *
ra, n » 1 e p » 1, obtendo
o
• Para I2. usa-se (B-5) COM as mesmas substituições ao
í**R.T- — <u [ « o - o r ~ j (B.9)
da mesma forma que, usando (B-6). obtemos:
V a , rr1-1- J- [- 0-> rV~ J -c (B.I0) («TV J
• Portanto
II -• 9 ^ B * í) + i +r +r tj
em vista de (B-2). (B-8). (B-9) e (B-10), é igual a
- 101 -
l \ L. .
r (Mir)
Z-l
(ir)' -/
N * * 1 .2
• J U L . r c< - - > f «i- («-^-5* c- c«—«>f »A * )
2 * • x* J
(B-ll)
• Vamos tomaT o limite desta expressão D •* 4, explici
tando o pólo que existe em D » 4. £ conveniente usar a aproxima
ção:
re*- f) (-0 •? i -1
p->H (Ji-O.1 (</-i>;>£- (B-12)
• Então:
Tf tL^ i^
i
- 102 -I
3(HlT) ( f ~J>)
c f r r - - p * ^
+ _ v - ( *<«*' t H 2 „ i
(It)1 I «/- 3 V -J>
* cr,r--r2^o * M 3 ftíTT^ (V-D) (B-13)
• Escrevendo, como ê usual, D • 4 - e, podemos dizer
que a parte divergente do tensor de polarização do vácuo ê dada
por
^T-tfrT'-ri-* 1 / - v ,r i „ , -/- - - (B.14)
onde, naturalmente, o pólo se manifesta em E + 0 (que é equiva
lente a D •* 4).
- 103 -
REFERÊNCIAS
ll| M. Gomes - Notas de Aula do Curso de Introdução ã Teoria
Quântica de Campos (1986) - Não publicado
|2| G. Parisi, Wu Yong-Shi.Scientia Sinica 24 (1981) 483
|3| Selected Papers on Noise and Stochastic Processes (Ed. Nel
son Wax) Dover Publ., New York (1954)
U | Um artigo de revisão recente é
P. Damgaard, H. Hüffel: "Stochastic Quantization"
Cern Preprint (1987)
|S| J. D. Breit, S. Gupta, A. Zaks, Nucl. Phys B233 (1984) 61
|6| H. Hüffel, H. Rumpf, Z. Phys. C 29 (1985) 319
T.Fukai.O.Okano, Prog. Theor. Phys. 73 (1985) 790 |7| J. Bengtsson, H. Hüffel, Phys. Lett. 176 B (1986) 391
|8| G. t' Hooft, M. Veltman.Nucl. Phys. B 44 (1972) 189
C. G. Bollini, J. J. Giambiagi, Nuo. Cim. 12 B (1972) 20
|9| A. D. Fokker, Ann. Physik. 43 (1914) 810
M. Planck, Sitz. Pr. Akad. Wiss (1917) 324
1101 P. Langevin, Comp. Rend. Acad. Sci. (Paris) 146 (1908) 530
|ll | D. Zwanziger - Erice Lectures (1985)
|12| N. G. Van Kampen - Stochstic Processes in Physics and
Chemistry - North-Holland, Amsterdam (1981)
1131 B. Sakita - Proc. 7th Johns Hopkins Workshop (Ed. Domokos)
World Scientific, Singapore (1983)
- 104 -
1141 W. Griaus. H. Huffel, Z. Phys. C18 (1983) 129
1151 E. Abdalla. M. Gomes, M. C. B. Abdalla, A. Lima - Santos
"Analytic Stochastic Regu'iarization and Gauge Theories"
IFUSP Preprint (1987)
1161 Z. Bern. PhD Thesis
Univ. California - Berkeley (1985)
1171 N. Wiener. Acta. Math. 55 (1930) 117
|18| K. Ito, Proc. Imp. Acad. (Tokyo) 20 (1944) 519
I19| J. Alfaro. Nucl. Phys. B 253 (1985) 464
|20| N. Namiki, I. Ohba, K. Okano, Y. Yamanaka, Prog. Theor. Phys.
69 (1983) 1580
f21| V. N. Gribov, Nucl. Phys. B 139 (1978) 1
1221 L. D. Faddeev, V. N. Popov, Phys. Lett. B 25 (1967) 30
123| D. Zwanziger, Nucl. Phys. B 192 (1981) 259
|24| E. Speer - Generalized Feynman Amplitudes
Ann. Math. Studies n» 62 - Princeton Univ. Press (1969)
|2S| Z. Bern, M. B.Halpern, Phys. Rev. D 33 (1986) 1184
1261 C. Itzykson, J. B. Zuber - Quantum Field Theory
Mc Graw-Hill, New York (1980)
1271 Z. Bern, Nucl. Phys. B 251 [FS 13] (1985) 633
i28f A. Gonzales - Arroyo, C. P. Martin, Nucl. Phys. B 286 (1987)
306
- 105 -
1291 F. Fucito, E, Marinari. G. Parisi, C. Rcbbi, Nucl. Phys B180
[FS 2] (1981) 369
|30| T. Fukai, H. Nakazato, I. Ohba, Y. Yamanaka
Progr. Theor. Phys. 69 (1983) 1600
1311 P. H. Damgaard, K. Tsokos, Nucl. Phys. B 235 FS 11 (1984)
75
|32| K. Ishikawa, Nucl. Phys. B 241 (1984) 589
1331 M. B. Gavela, H. Huffel, Nucl. Phys. B 275 [FS 17] (1986)721
|34| E. Abdalla, M. C. B. Abdalla, Nucl. Phys. B 266 (1986) 423
) 3 S | E. Abdalla, R. I,. Viana - "Analytic G torrhs tic Regulariza Lion
of QCD and its supevsymmetrie Extension"
IFUSP Preprint (1987)
1361 E. Abdalla, M. C. B. Abdalla, M. Gomes, A. Lima - Santos
- "Loop Computations Using Analytic Stochastic Regulavization"
IFT Preprint P-06 (1987)
1371 P. Ramond - Field Theory: A Modern Primer
Benjamin, Masc. (1981)