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Economia estadão.com.br & NEGÓCIOS PAULO LIEBERT/AE OS NÓS DA INFRAESTRUTURA Setor público e empresas têm as atenções voltadas para a solução dos problemas de logística “O que deixamos de fazer no passa- do atrapalhou muito a infraes- trutura”, lamentou Marcelo Per- rupato, secretário de Política Nacional do Ministério dos Transportes, no se- minário Os Nós da Infraestrutura, o primeiro da série Fóruns Estadão – Brasil Competitivo, promovida pelo Grupo Estado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Agora, porém, é o momento de compensar os prejuízos passados. Perrupato lembrou que o governo federal iniciou o resgate de estratégias para atrair investimentos e começa a ouvir as demandas dos vários setores da infraestrutura do País. Os planos anunciados preveem R$ 430 bilhões para os transportes, com uma estimativa de R$ 44 bilhões para o setor portuário. Os empre- sários comemoram, mas alertam: ainda é pouco. O ideal, para Paulo Godoy, presidente da Asso- ciação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), é que os investimentos em infraes- trutura saltem dos atuais 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para pelo menos 3,9% em 2016, sem contar os investimentos em petróleo – nesse caso, a proporção adequada sobe para 6%. José de Freitas Mascarenhas, presidente do Con- selho Temático Permanente de Infraestrutura (Coinfra) da CNI, espera pelos resultados dos pa- cotes anunciados: “Precisaremos analisar como es- se sistema se comporta, para então verificar como ele deve ser melhorado”, ponderou. Durante o seminário, o presidente do Banco Na- cional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu a “combi- nação público-privada” como o caminho mais efi- ciente para resolver os problemas de infraestrutu- ra no País. “Além disso, o governo tem como priori- dade reduzir a tributação sobre o investimento produtivo”, afirmou Coutinho. Ex-presidente da Sabesp, Gesner de Oliveira afir- mou que um salto nos investimentos é essencial para garantir um crescimento econômico sustenta- do e destacou que o déficit da infraestrutura sem- pre constituiu uma das fontes do custo Brasil. No ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial, o Brasil está à frente da Rússia, mas atrás da China e da Índia. Quanto à infraestrutura, o País é superior à Índia, mas perde para a Rússia e a China. O evento Os Nós da Infraestrutura foi o pri- meiro de uma série de quatro fóruns da série Brasil Competitivo. Os próximos encontros dis- cutirão: Tributação, em 9 de outubro; Mão de obra para o crescimento, em 6 de novembro, e Financiamento para o Desenvolvimento, em 28 de novembro. Fóruns Estadão BRASIL COMPETITIVO Demanda. Demanda. A modernização A modernização do Porto de do Porto de Santos é Santos é prioridade prioridade H1 SEGUNDA-FEIRA, 17 DE SETEMBRO DE 2012 O ESTADO DE S. PAULO

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& NEGÓCIOSPAULO LIEBERT/AE

OS NÓS DA INFRAESTRUTURASetor público e empresas têm as atenções voltadas para a solução dos problemas de logística

“O que deixamos de fazer no passa-do atrapalhou muito a infraes-trutura”, lamentou Marcelo Per-rupato, secretário de Política

Nacional do Ministério dos Transportes, no se-minário Os Nós da Infraestrutura, o primeiroda série Fóruns Estadão – Brasil Competitivo,promovida pelo Grupo Estado em parceria coma Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Agora, porém, é o momento de compensar osprejuízos passados. Perrupato lembrou que ogoverno federal iniciou o resgate de estratégiaspara atrair investimentos e começa a ouvir asdemandas dos vários setores da infraestrutura

do País. Os planos anunciados preveem R$ 430bilhões para os transportes, com uma estimativade R$ 44 bilhões para o setor portuário. Os empre-sários comemoram, mas alertam: ainda é pouco.

O ideal, para Paulo Godoy, presidente da Asso-ciação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias deBase (Abdib), é que os investimentos em infraes-trutura saltem dos atuais 2,3% do Produto InternoBruto (PIB) para pelo menos 3,9% em 2016, semcontar os investimentos em petróleo – nesse caso,a proporção adequada sobe para 6%.

José de Freitas Mascarenhas, presidente do Con-selho Temático Permanente de Infraestrutura(Coinfra) da CNI, espera pelos resultados dos pa-

cotes anunciados: “Precisaremos analisar como es-se sistema se comporta, para então verificar comoele deve ser melhorado”, ponderou.

Durante o seminário, o presidente do Banco Na-cional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), Luciano Coutinho, defendeu a “combi-nação público-privada” como o caminho mais efi-ciente para resolver os problemas de infraestrutu-ra no País. “Além disso, o governo tem como priori-dade reduzir a tributação sobre o investimentoprodutivo”, afirmou Coutinho.

Ex-presidente da Sabesp, Gesner de Oliveira afir-mou que um salto nos investimentos é essencialparagarantir um crescimento econômico sustenta-

doe destacou que o déficit da infraestrutura sem-pre constituiu uma das fontes do custo Brasil.

No ranking de competitividade do FórumEconômico Mundial, o Brasil está à frente daRússia, mas atrás da China e da Índia. Quanto àinfraestrutura, o País é superior à Índia, masperde para a Rússia e a China.

O evento Os Nós da Infraestrutura foi o pri-meiro de uma série de quatro fóruns da sérieBrasil Competitivo. Os próximos encontros dis-cutirão: Tributação, em 9 de outubro; Mão deobra para o crescimento, em 6 de novembro, eFinanciamento para o Desenvolvimento, em 28de novembro.

Fóruns Estadão BRASIL COMPETITIVO

Demanda.Demanda.A modernizaçãoA modernizaçãodo Porto dedo Porto deSantos éSantos éprioridadeprioridade

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