7/25/2019 Heidegger, Martin - Entrevista

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O filósofo alemão fala ao "Der Spiegel", em 1966, sobre sua convivência com o nazismo e suasidéias pol!icasar!in #eidegger nasceu no dia $6 de se!embro de 1%%9, em ess&irc' ()aden*, no sul da

 +leman'a Sua obra principal, "Ser e -empo", publicada em 19$., represen!a uma nova era parao pensamen!o europeu /n!re 1900 e 190, #eidegger ocupou o cargo de rei!or da 2niversidadede 3riburgo + seguir, !rec'os da en!revis!a em 4ue o filósofo e5pe suas posi7es pol!icas,concedida em 1966 ao seman8rio alemão "Der Spiegel" e publicada logo após sua mor!e, em19.6

ergun!a : /nfim, o sen'or acei!ou o cargo ;de rei!or da 2niversidade de 3riburgo< =omoimaginava 4ue seriam suas rela7es com os nacional:socialis!as>ar!in #eidegger : Dois dias depois vieram ao rei!orado o c'efe dos es!udan!es com doiscompan'eiros e renovaram seu pedido para colar os car!azes con!ra os ?udeus @ecusei Os !rêses!udan!es se re!iraram fazendo a observa7ão de 4ue es!a proibi7ão seria comunicada Ac'efa!ura dos es!udan!es do @eic' +lguns dias depois me c'amou por !elefone, do escri!ório da/scola Superior das S+, o c'efe de grupo Dr )aumann /5igiu:me a au!oriza7ão para colar oscar!azes, como ?8 se fizera em ou!ras universidades Bo caso de eu me recusar dava:se comocer!a min'a des!i!ui7ão e o fec'amen!o da universidade )us4uei o apoio do minis!ro de =ul!os eCns!ru7ão blica de )aden para man!er min'a proibi7ão /le me respondeu 4ue não podia fazer 

nada con!ra as S+ Bo en!an!o não vol!ei a!r8s e man!ive min'a nega!ivaergun!a : +!é agora não se con'ecia is!o#eidegger : O mo!ivo por 4ue me decidi a acei!ar o rei!orado es!8 formulado em min'aconferência "O Eue F a e!afsica", 4ue dei em 3riburgo em 19$9G "+s ciências es!ão separadascada uma em seu campo + forma de !ra!ar suas ma!érias é comple!amen!e diferen!e /s!adesgarrada diversidade de disciplinas ad4uire 'o?e uma significa7ão ?un!o A organiza7ão !écnicadas universidades e faculdades a!ravés dos ob?e!ivos pr8!icos dos especialis!as +o con!r8rio, oenraizamen!o das diversas ciências em sua base fundamen!al !erminou"H duran!e o meurei!orado o 4ue !en!ei sobre a si!ua7ão da universidade, 'o?e degenerada ao e5!remo, es!8e5pos!o no meu discurso do rei!oradoergun!a : )em, compreendemos =remos perceber um novo !om em seu discurso de rei!orado4uando o sen'or, 4ua!ro meses depois da nomea7ão de #i!ler como c'anceler, fala da grandezae magnificência da reabili!a7ão nacional

#eidegger : Sim, es!ava convencido dis!oergun!a : ode e5plicar:nos um pouco>#eidegger : Sim, com mui!o gos!o Bão via ou!ra al!erna!iva /n!re a confusão geral de opiniese !endências de $$ par!idos, me parecia v8lida uma a!i!ude nacional, e sobre!udo social, nosen!ido do ensaio de 3riedric' Baumannergun!a : +gora, a democracia é um concei!o 4ue engloba diferen!es concep7es O problema4ue se coloca é se ainda é possvel uma !ransforma7ão des!a forma pol!ica Depois de 19I osen'or se referiu As !en!a!ivas do mundo ociden!al em ma!éria pol!ica, e !ambém falou sobre ademocracia, as concep7es cris!ãs do mundo e !ambém do /s!ado de direi!o, 4ue o sen'ordenominou imperfei7es#eidegger : /m primeiro lugar, 4uero pedir:l'e 4ue me diga se o sen'or é capaz de mencionaronde falei sobre a democracia =omo insuficiências, 4uero indicar 4ue não ve?o confli!o real como mundo !écnico, ?8 4ue e5is!e a convic7ão de 4ue a essência da !écnica é uma coisa 4ue es!8

nas mãos do 'omem Ba min'a opinião is!o não é possvel + !écnica em sua essência é algo4ue o 'omem não pode dominarergun!a : F eviden!e 4ue o 'omem, com os meios !écnicos de 4ue dispe na a!ualidade, nãoes!ar8 dispos!o a se fazer de aprendiz de fei!iceiro Bão é algo pessimis!a afirmar 4ue ainda comes!e grandes meios, a !écnica moderna não es!8 concluda>#eidegger : essimismo, não Bo !erreno dos con'ecimen!os a!uais, pessimismo ou o!imismosão posi7es 4ue duram pouco as, sobre!udo a !écnica moderna não é um u!enslio e nada!em a ver com os u!ensliosergun!a : or4ue devemos es!ar !ão poderosamen!e dominados pela !écnica>#eidegger : Bão disse dominados Disse 4ue não !emos ainda um mé!odo 4ue responda A

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essência da !écnicaergun!a : ode:se ob?e!ar ingenuamen!eG 4ue '8 4ue dominar> -udo funciona =ons!roem:semais e mais obras elé!ricas roduzir:se:8 cada vez mais in!eligen!emen!e Os 'omens es!ãobem abas!ecidos, na par!e al!amen!e !ecnificada da -erra Jivemos um bem es!ar geral O 4uefal!a a4ui>#eidegger : -udo funciona, is!o é o in4uie!an!e, 4ue funcione e 4ue o funcionamen!o nos impedesempre a um maior funcionamen!o e 4ue a !écnica dos 'omens separa:os da !erra e osdesarraiga sempre mais Bão sei se os sen'ores es!ão assus!ados, em !odo caso eu me assus!oao ver as fo!os da -erra vis!a da lua Bão precisamos de bombas a!Kmicas, o desenraizamen!odos 'omens é um fa!o -emos apenas puras rela7es !écnicas Bão '8 um só can!o da -erra em4ue o 'omem, 'o?e, possa viver -ive uma longa conversa na roven7a com @ené ='ar, como osen'or sabe, poe!a e comba!en!e da resis!ência Ba roven7a cons!ruram:se bases parafogue!es e o campo ser8 devas!ado de forma inimagin8vel O poe!a me disse 4ue odesenraizamen!o 4ue isso acarre!a é o fim, a não ser 4ue o pensar e o poe!ar logrem umapo!ência sem violênciaergun!a : O 'omem pode influir ainda na rede des!e processo for7ado, pode a filosofia influir ouambos de uma vez, dado 4ue a filosofia de um ou de v8rios conduz a uma a7ão de!erminada>#eidegger : + filosofia não pode realizar imedia!amen!e uma mudan7a no a!ual es!ado domundo Cs!o vale não somen!e para a filosofia, mas para !odos os sen!imen!os e aspira7es'umanas Só um deus pode salvar:nos ainda @es!a:nos a nica possibilidade de prepararmo:

nos, pelo pensar e poe!ar, para a apari7ão de um deus ou sua ausência no ocaso 3ren!e aausência de um deus, nos afundamosergun!a : odemos a?udar:nos>#eidegger : + prepara7ão para essa espera é a primeira a?uda O mundo, o 4ue é e como é, nãopode ser só para os 'omens, mas !ampouco sem eles +o 4ue me parece !udo isso es!8relacionado com a palavra !radicional, e4uvoca e agora mui!a gas!a, 4ue eu nomeei SerH os'omens precisam dela para sua manifes!a7ão, es!ru!ura7ão e conserva7ão + essência da!écnica eu ve?o no 4ue c'amei de arma7ão, uma e5pressão fre4uen!emen!e risvel e !alvezinapropriada O mecanismo a!uan!e da arma7ão enunciaG o 'omem es!8 si!iado, in!imado edesafiado por uma po!ência, claramen!e a essência da !écnica, e 4ue ele mesmo não podedominar +o pensamen!o só se pode pedir 4ue a?ude a compreender F o fim da filosofia