29
I ." 1 \NN<) NUME RO SPECIMEN - 1 - 1 \.. , t ' .

Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

I ." 1\NN<) NUMERO SPECIMEN

-

• •

1

• -•

1

\..

,

• •

t

' . -~~~~~~~~~~~.~

Page 2: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

.• . •

• -

MARTINS LAVADO & ANTUNE·:3

-=======---- - -i Comntissões, .w

e& consignações '.&

e conta prop·ria 111111111111111111111111111111111111111111111111

MACHINAS DE ESCREVER

'' UNDERWOOD '' 111111111111111111111111111111111111111111111111

1l'EL l~J"ll (')Nn: 5066 -- ·-

'

- DIZ -

== Par)elarria, == Artigos rle Es.criptorio

llllll 11111)11111111111111111111111111i111111111

MACHINAS DE ESCREVER . .

'' UNDERWOOD '' •

111111111111111111111111111111111111 lllllÍll llÍI:

OFFICIN! DE REPARAÇÕES

266, RUA DA PRATA, 1. 0 - LISBOA

' -···-·--·~--.-· .. --- ·--· ···----·~···--·· ,.-··· ·------------·-----------.

C.I-:lAPÉ·OS

J\tlODELo·s

l.!l ===========-==== l.!l

l.!l === ==================== l.!l ~

CI-IAP-'ÉOS

lvlODELOS

SALOMAO CARDO.S·O •

·--~- -·- _ _,__,_,_ __ _ . ' •·

27 - RVA GARRETT - 27 'fELEFQ.NE 16 2 9 ·

---· ....... -------~----::-.,...----------- .. --·------' •

' •

Page 3: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

• • •

HISTORIA DOS UINZE-DIAS S.l!JCCE S:s o s & S U G GESTÕES

. O OOOO~OOOOO O OOOQO o o 0 1. 0 Anno Hnmero Speclmen o o o O PR~ÇOS O o . o O Assignatura trimestral 900 réis O . . O Numero A vnlso .• .. .. 200 1> O o o 0 000000 0 00000000 0

Endereço: PATÃO ºº PIMENTA! õ0-õ2- L151lOi\

S U M M A R I O

FhST()Rl,\ .DOS Qull<?.JI OtAS. - Nn Imprenso. -Nn LUtemturn. -Nos Thcntros • ....:'Nos Sporls.

SRTI! PAltTtl>AS DO MuNJ)O. - 1111/0n(o SDrdinlta. RAJ•sou1;. Bse<>r.ASTtCo\. - 1lcoui11lre> de ComfOS. Os N9SSOS CONCURSOS. O'AQUtt>t e n'~1.iu1. -Hipol)'/O Rnposo. Ru~r(>rlR)i !?"' CiuRrttto\. - (Chrónlcn). - Varco de

Cnrimlllo. MmA• Notirr..- Desenho êle .lor;;il fltrrJ"ndas. "'"'" MtSTOl<IA DR AMOI<. - 'IJ'. .lloria"1l111nlln Vn;

de l..iwvafho. . Ru., Ei.RG,\l/"f\R. - Aspeatos tln vldn de Lishon. C1o.M1•os •• PR1o.1 .. s. GtoAul!s. - Estorfs e P.rnio dn

Rochn. · F'tcu~.\S DR TnlL\TRO. - Chnby Pinheiro. - por

1lljr ctfo Gtu'Utllrá~. Aos'.SOl'.DADOS QUR PAR:rRÁt. - Versos de A11to11io

Cori·~a d'Olivcfríi: A SnNllOR.\ DA AGONIA. - Tcú·c11·11 dt: Qui!il'o;. Awrn Po11T11G11c2À. - O Dln do Snnto. - &11mrdo

Vl11l111a. . C.\RT,\ DP. P.11<1s . ..,.. Jt1'li11<> ilr ~/011/a/váo. u,\,\ P,\Gllf,\ 1);\ 6uutlltA. - Desenhos de Cm·los

f.'ra11co. St<<:ç:l'o F'Klt1~•H;,,. -tVoríul .-1>. Albtdbtn Pnrili;o. On T,\RDl!. - Desenho de Jorgt Bnl'rttda~. 0 Qul! on: A Mo.o;..- ,\/nd0111r Rlthm·1f. MODAS E Er.l!GAl\CIA5.-ConRuto DAS SRNH01t1o.s.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ~·;;i'~.,.,.~~~"-""~"'"~'·~· . .

Na Imprensa

SuRGl! a Coniemporanea.

Ainda que incompleta e imperfeita é ain· carnação de uma aspiração de Ar.te e de Elegnncin que deve merecer-lhes sin.1pathia. En~enhnda, 1l .realisndn por um punl.1~do de artistas moços, atravez todas 11s dlfficulda­des e todos os obstaculos de um ambiente avesso, ello vent, por certo, ao euconh:o de uma uecessida<\,e commum - mnis: de umn exigeucin social. Ender-eçn·se a topos as cnifosidades cultas, cujos sêde advinha e cont eujo agrado conta. Confia portanto 110 futuro.

Nilo é u1n capricho de imaginação; é a sal'is fnçilo irrecusaNel das e1d~e11cios men­taes de um meio e de uma epocha. Tentando ap11!Jor nmn falta imperdou.\lcl, pugames com ell.n 11111a clillrcla ha muito tempo em aberto 1111 conta-corrente da hnprensa com o Pu­l>lico.

Viven1os de emprestimo, com a arca abarro tada de riquezas. Conlen1poranea ap,ena.s pretende provar isso. E provando-o, dar se ha por s11tisfeita.

O 111elhor elogio de si mes111n1 eonsistirà, por tnnto, na honesta conscienc1e de:se rea·

lizar com o maximo de perfeição que os re­cursos do 1nero lhe perinittam.

Se não valer, des.de já, pelo que de Bel· lezti e de Sensibilidade trouxer realizado e desper to aclentr o das suas paginas di.fficulto­samente amanhadas con1 requintes de:sab.Orc. num mon1ento ~m · c1ue1 com as de meFGêa· r ia, ns especiarias do talento naeional an­dam por oito preço innnccessi\lel, - que n solve no conceito publico a promessa e a esperança de· se .melhorar e aper feiçoar progressiva1nente e conlln11amenle. ·

Essa. promessa e· essa esperança, ficam aqui ben1 patentes e bem juradas. á fé do nosso sonho de artistas e do nosso esforço em incilrnn·lo en1 realidades vivas•e.soeiaes, dentro <lo velha fc:irmula do utll-a~radavel.

Cau1lnhemós e1n freote, portanto ; sen1 que nos illndamos sobre os j1erlgoê d1vjor­uada e as encruzilhadas do caminho, mas sem que a lucida certeza d'isso nos-empeça ou intimide.

Serão por. nós e comnosco todos aquelles espiritos para quem a fazemos e a quem a entregamos?

O fi1t11ro responderá.

Na Litteratura

Nl!ST1\ hora tragicn que nilo passa, e em que a vida inteira se immobilisa com o

ten1po, à nossa roda, nada é para extrn­nhor o sileneio em que uma gran<le .parte dos nossos homens de letras tombou.

Qnasi vosio de .obras no11as o nosso mer­cac,lo lft terario.

Por fa\h\ de proilueçllo, sómente.? Niloi Tambem, e em gr-ancle parte, pon1ue os li· vreiros paralysaram todo o seu movimento editorial.

Entretanto, e para contento do nosso es­pirito, regista.se nas ultimas semanas, o ap­parecimento de tres- livros nota'1eis.

Anthero de Figueiredo, o elegante joa· lheiro da prosa portnguezn, refez em se­siunda edição da casaAillund, as pag.inas <lo Doida· à' A111or , que, e<111ondo dq seu op­parecimeoto em pri111eira ediqão, tão fnstl­ficaclo exlto oliteve. Drllma vi vido de uma atmn de mulher, que uni sopro d.e paixão dolorosa sacod~ e levo à loncure, lê-lo e rel"ê­lo de novo é r eavivar n profunda, pungente emoçilo de bellesn que ei<travasa das suas paginas, e tão alto erg11e11 o nome querido do seu auctor.

Te1nbem a mesma casa editora nos deu, em cuidada edição, o romance «Coraçüo de 1~/11//ler», devido à pena de Seílsa C::os· to, - 11111 cios mais ~icos temper-omento.s lit­tererios dc:i nosso tempo. Intenso, palpi tante de ach1alidade, escnpto 11un1e prosa cuja plenitude é um predicado do íllustre roman­cista, o Cor<rçiio de 1l/11//1cr vem acrescen­tar o renome d'este e enriquecer as nessas letras.

Por fim, o Valor ria Raça, livro expten­dido em que Antonio Sorclinha desdobra em eruclito, historiador e critico o seu In­tenso temperamento de Poeta. Am15lo es­httlo ela H aça pottugue?.n, escr ipto com sa­bedoria e nu111 eslylu rosRedo e quente, merece referencía mnis lnrgo e ponderada. Apenas o registo, nestà nota breve que son1e11te serve paro demonstrar . que, niío obstante o pesadelo da guerra, os.nossos escriptores trabalham.

Estas tres obras bastarinm, pelo seu ·va­lor a enriquecer o merendo das letras numa epocho normal.

- 1-•

, CHR'.0NI CA S & EC H G S

Nos Theatros tt

A q11inze1fa têstral que, silmmariaml!.nte, se resume, 1pr inciplou em S. Cnrlos, por

uma anthentic:a noite de successo: o da re­presentação aa peça O Diabo, que Zacconi; o formidavel, já havia creodo entre nós e que, agora, as eNtraordinnrias faculdades ele setor moderno, correcto e sobrio_, que concorrem na pessoa de Fet'reira da Silva, originnl u exc.ele11te'mente interpretr aran1. Aetor muJtipJiee, cujo clesdobrnm~ntõ vae desde o força po~t'uguezn, ~OJll o, persona­.Jtem do Jl'lorgado de Pa/e:, ao complexo trabalho meng!I ,dá b'ayedia moderna, com a crençtto de O Poe., Ferreira da Silva rea­lisou agorn a iricnmaçi!o de uma psych9Jo­gio sob todos os J>Ontos de vista rara,. na reprP.senlação de O Diabo- figura de um subtil e diffic11 poder critico, e uma, entre pou<:as, que ficam 1narcando con1 grandeza o theatro uni l/er sol do nosso temp'o•

Do 'l'ltet\tr o N'nolounl - eujo ep,ocha cor­rente desmente, n Valer, e111 s11ccessivas vic­torias, a g 1rine econo1nica e de concorreucin de ha bastantes annos - registo a chronica, com jubilo, a consagração tributada a Au­gusto de 8astro, com n reprisc da sua inte­r e!-sontissima péça An1or ti Antiga, na qunl Vírginlo-- o rouxinol dp aniigÕ e gloriQso D. Afaria - ulti\namente creéra um papel de nobre dnnla p.or.tug11e-1,a 1 d~óroso 'de de­senho e (!e \ligQr iuterpretrat l\l'ô. A p.eçe de Augusto de Gastro, subindo até ãs curneú­clas de uma reci ta de homenage111, s1íbiu em verdade olé onde podia, visto que o An1or d Antiga não se limita o ser uma comedia de costumes, passada, com mais ou menos graça, num meio familiar á Vida de determí· nada classe de gente da sociedade iiortu· gueza, mas .marca tambe111, no seu admira­vel conjnnc(o de figures, alguns typos qLte nuca niais poderilo esquecer -atendenqo-se a qne ninguem, theatrnlntente, os modelaria melhor. . ~m sociedade artistice, a companhia do

Gyu111nslo · Dr.ruunt.lco continua vida alegre, montando agora, como excentricidade ape­ritivo, o Ciréo de Inverno . .. em plena pri­mavero. O \lelho G~m11asio1 onde parece que se fantasmagoriam, \{lvinns, de cac!a cauto, as grandes mascares dos mais altos interpretes da farça, entre nós-Tabo~da, Jes111110 e Vale- desen1poeiro11-se, ao gosto deste tempó de ligeiros int eresses de.corpo e altna, que vai correndo, e stt\!stituiu a fni,i·a do Co.111issario de Policia pelas., : por el(emp1o. . . pelns condecorações que exit>em guasi todo~ os domadores de feras. O Circo <te Inverno, de resto, tem graça ... e não ofende.

O melhor é, c111e, da cantiga, em que se mostrara de chinela ele verniz e lençó de seda, a !Josa T<lra11a deu um pulo ... e nl· co11çou o pa1c:·o do l.rhcntTo ,\polo. E n ito· ra? ... 'E ouvi-la. Revista do Velllo gosto de corropio (agora entras tu ; a seguir en­tro eu), a Rosa Tírnna é co1ntudo urna r e­viste decente, um trabalho q1-1e não empor­calha a cara de quem a escreveu, tendo mes1110 ólguns quadros, P.eciuenas scemnas e finaes de acto que mo111festnm esta ori~ina· lidede de pr ocessos e uma 1011\lavel digni­dade por par te dos seus auctores.

E f echn a chronica.

Page 4: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

Nos Sports

HIPISMO

COM umo razon\le lconcorrc.ncin, cfecl non· se cm Polhn11ii n resta hipicn n fn\lor dn

C ruz Vermelho Portuguezo. As pro11os que foram bem disputodo:i derum os sc1-1uintcs resultado~ aCi11ll - Militor11-Silva Cor11n·

·lho no ~schUmrok• . o.Pnrelhns~ - O. 11\eria do Carmo Reis e

copitito Latino nn ~florelte• e o-.Boby ... «Pntrullms» - Pntrnlhn de lanceiro 2 co·

n1nndadv pelo Tenente Lino Nunes.

CICLISMO

A rcaberturn 110 V clodromo do Stndiun fei·sc com 11nrlus corridas interessou·

tes, que fornm por vor.cs cheias de surprc· sás e · imprevitilo. As cortlclns «Nnclonol» e «t-lnndicnp» fornm j.!n11lu:1s por Cnrlo>1 Fcrunndes. As «molns» emudorcs dern111 ló~ur il viclorin de Raul AfonRo e ns pro· f1ssionees i1 de Sour.:i Neves. Correu-se cm bicicleta 111110, provo de senhorus ttne foi gauha por M.•11• Lef~vre.

FOOT· BALL

No começo de Abril, o club de foot·Bnll cSport Lisboa e Bcmficn• cfectuou o

deslocamento do seu · tenuu de primeiru cutegoria, que foi ao Porto e n Vigo disp11· lar 3 •matcl1es».

O uF. C. do Por lo», ~eu ndversorio opo~. ao grupo de Lisbon umn pequeno rcsisten· eia, sendo \lcnci<lo por 5 ctl(oalt:u n O. No din 5 partio o o-S. Lisbon" pnru Vi~o. No pri· melro desofio com o Vi!!O Sporting, os Jo· ,gadores cio Lisboa cousesiuirom empolar por 2 goals a 2. 11\nis animudo e com nssis· tencin numeroso se deu o se:lnndo desafio entre estes dois «Clnl>i; " de-"llfio que lcrmi· nou com o 11ictoria do cS. Lisboa • por '..! «l,!oals• o 1. Vollora1n os jo~adorcs portn· guews com optium impressiio dn "injlem e dos seus edvcrsorlo~. c111c no cnlanlo cou· sider11111 inferiores nos grupos de S. Sel>o.;· tinu e Bilhno.

u ~sportinll Club de Portn~nl" S!rupo compe11o das primeiros cntcgorin$, este 1111· no, 1ogou 11111 <~cRnfio con1 u111 ccle11111~ mi.~lo com11nsto de clcm011tos de vnrios C l11b11 cl"'. foot-Bull.

O «Sporting>>. que moclifícorn por 5 subs· lltniçôes a sun primcirn linho, ~nnhou o dcsnrio por 5 bolas 11 O.

No dia !5 io!lou o :;cu primeiro «match• o tenm do «Rcnl Sportinl! de Vigo•, c1uc ngoro nos visltn, com um «teanP misto por· l11S!llC7..

Venceu o • tenm' hespanhol po1 4 ·goals» 1nnrcndo-; nas cluni: partes do desafio, cou· tra 2, do sirupo port11i111cz.

No diu 18 deve ter jogndo o grupo cio Sportinit de Viito com o ~team» cio $por· tini,! Club ele Portusiul, detentor ela tuc;n dutl 1.• cnteyorlus, cm 1915.

NO QUE S E FllLll

O ~rantlc cononrso Hipicn ·l11ter11ucio11nl n111111ci1l l>C paro n 2." quinzeuo de ll\nio.

Apez11r du:.< circumstuncius nctuaes, espe­ra-se que nilo Ct.'<ln cm brilho e \l:ilor nos antcriOrCll.

Nos começos do proximo mcz, deve or· gnn1znr n F eclernçào Porlu);\neiu de Box os encontros dos 11111ndorcs I". Xavier com f'erreirn e t·om H. de Oli\leira.

O concurso de SportsJAllelhico~ lnlcr·~s· colnr~s, dc\lc efectuur·se por estes tempos mnii.< proximos.

~~t~1 1 l.

Sete Partidas do Mundo

MOTIVO DA ABERTURA

SETE Partidàs ... E o alto lnfontc que ai· gum dia as foi correr é bem o olmo de to·

dos nós, - a l>ôa almu de osiorn e sempre, sorvendo olé ao desvairo o ópio pórfído do cantiga do Longe. Niio esmoreceu nns nos· sns 11cins a s~e mí.;tico cln i\\lenluro que nos pôs duma \!ez a vêr do Prestes-Joh11111 por 11ua11tos caminhos havia na Tcrrn. Co· lemos um bu;do á concho do 011\lido. E a estrofe embaladora da Distuncia será lojlo ilustrada dentre nós por remembranças otô· 'llicns, por adonnecidas imagens familiores, que nas arterias se animam de s1ibilo, como c111 resposta u não. sei que apelo 11indo da raiz dos tempos. E a ll/Ja·Er11pondn com seus ntil palacios de oiro, ocultundo nqncle esforçado Enc~berto que ho-dc aparecer entre 11e119ns, na manhii sagrada dos p1·ofc· cios. o 11/ar-Cool/1a<10, de aguos l(roi1sns e 'lle~ras, como as do rio que bnnhu o lnfcr· no, e, como as dele, cheio de espectros si· lenciosos, iutcrdiie1rdo a trnvessin no mortal 11ue lhe ouse de'>'ussur o ttegrcdo. E' o nuo e dlo dn volta de Na11·Catri11cl11, silo ns prnins de Espnnhn, são as areias de Portul111I.

Povlia-se a memorin de galeões cnsnn· stuentndos pela insignia verm<?lhu de Chris· to. Ha 1nonstros marinhos. ha rihes il-!notas. Entra111·:>c as cidadelas indus1finicus 110 meio de crepúsculos de fumo 0 l.!lorin. As nrmus e os barões nssinalados 1 Posso o deserto. t::' Marrocos, com Nossa Senhora de Africa guarclnudo ús hocas do Est rcito n cacheiro de O. Pedro de i\\ene?.ei;. Lá Vt•m a liislo· rio Tragico·niaritima ! D. Leonor cntcrrn·sc por suo,; miios fidalgas. para que a \listo dos outros lhe não profane n nudez doloroso. A/é ao (in1 tio 1IJ11ndo I - dcsp<?d<'m·lõe os qne ficam para trús, ne..~::os culcnnhornclns fuminto:; u1rnvés dos domínios do cufre.

Somun·sc cnravelus diante do irn cio Ca· ho. 1 la nnnfrnl!ios que cnverl!onhum os ele Ul)'SSCS. Neptuno, rcsur<.!iclo cm Oitnvu-Ri· ma, :t~~iln o~ ondas do mnr·1-nlgaclo. 1\ tin~cm· se "" orlas do jnptio, com passai1cm pclus feslos de :.1etindc e pelos tc:.<oiros ela Tn· proban.1. Al-!or11 jú nilo é o mureontc .. -011orn jí1 nilo são os barões ns.~innlados. 1:: a couquistn tio Cr:1z. E' um snnto c1ue expiro {1 ~omhrn dum palmeira!, de olhos pregados no Ce:u, ul>rinclo-se para o receber.

Sotc Partidos do fl\1111<101 - climns de pnMmo e de misterio i 11ebrnçn•sc o 111cdi11111 puro o cortejo máµico dos sunR visôe~. Jú ntltl 1111 rosa!; ·de Santa Medo purn se c<>lhc· rem, no sul cio Bojador. () 11fi1Jor11c j{1 niio corre 11 mcrgullfnr nas Fontes cmpcço11h11das o chifre de 11irtucle. Outros tempoi;,- outros deuses, outros gent~ 1 Mas o demanda do Prestes Johnm nilo a.caba nunca. mlo acaba nunca o curiosidade enlcvada do lnfunte 1 Se n nlma é a mesma, a mesma é a febre que :i consome e extra11ia. 1\1alu·no~ a me$111:l ansill de partir e de ficar, - co1u cio o de­sejo se nos divide e quedo ilnoto. Colemos de 110110 o l>uzio á conchinhn do 01111ido. Vi· \lll·Se o encanto da pobre ucreide de linr· lcm. Sejamos como o monj~ dns lcndus es· cutnndo o passarinho. Colemos o buzio no ouvido! Ah, n suf,!csfilo verli!,linosu cio~ ma· pas, - o eco enij,lmat ico cio que estuni pnrn alem do horizonte! C11r\le111<>-11os pnrn den· tro de nús. Sele Partidas do 1\\1111do - es· trndm; poeirentas do Orbc. Somos ON pere· µrinos de todas as perej!rinnçõcs. I': n jor· nnda de 1naru11ilha aindn hoje começa e já npouhn a bola imen!'ll cio Globo, - j:í ~e toca de ponta a pontu num e! rculo simhó· lico, tnl como o ela serpente mordendo n canela. E suo os quatro \'Cntos n~lracs, ~ilo os poll)S, as cont<lel11çõc11, - si1o as cidocles e os oceanos. Siio os pcdrns clcrnntl, 1>ilo ns ljnhns. imorlae$, s11o ns exi~tencinn dum minuto. E a sei,•.a cos111opC11ilo doi; Povos, silo as ruinns religiosos, é o Cnr\lilo é a

-2 -

Eletricidade. Epi1;odío!I e ntlludcs, fónnas e sensações. As oitulhas duma catedral re· cortan1·se num fundo crriçudo de batalha. Ha exodos de aves, pilhns de cndaveres. Colette Baudoche, n hõn rapariguinha de Metz, acena pern um exército que nvança. Escnncoram·se hipo~eus. ermos da mumia que os hobilnvo. O Olimpo tirita todo numa saln gélido de museu. Hobbes re•suscíta nn crnezn do scn ditado. Rcza·se, sofre-se e espera se. Navegados ns ondas, querem n1111egnr·se os ares. Muis, mais, S:,ernpre mais, m11ls aindu i I! 11111nq~nmente eu pre­gunto: - «Pura qui!? Cedo ou tarde, niio restará de nós seniio urna ciuza deixada so· bre uma carcassn frin, girando no espaço frio. «Para quê? Pnrn qul! ?11

Sete Perticlns do 1';\undo 1 Vamos lá nús tombem corrê·las !

Aliro:ao SAROJ:-<l:lA.

Rapsodia escolástica

Bntalho ent re Pronceies e Thnlnssas

Isro foi uum dia de elmme de iusfr11r.çtlo primnriu, cm Julho de l!ll5, no lyaeu de

Pedro Nunes, de Lisboa. Era din ele prova ornl e os peque119s re!1pondinm 110 aq,tu· menlo de choroi;!raphilÍ e de historia pc· rnnte 11111 mappo do Portugal onde os distri· cios csliio mnrcndos a cõres \liVes e o togar de c:ida bntolhu se define por duas bandei· rinhas de hostes cru1.uclns, 1111c rapiclamente informam o examinando sobre quaes eram os _partidos em 1 ucto. ~uando Portut,!al se regia oindo pelo sys·

tema monorchico, o partido nocional era representado nestes nmpposinhos infantis por pequenus hnndcirns ozncs e brancos. Hoje os uovns cdlc;ih!s cnrtogrnphicas csco· lores trntnrnm de pôr-se npressadamen,fe cm clin com o novo chromatismo pol itieo; e n propo:iito ele cndn nma das batalhas da nosso hi~torio e pavilhilo portuuuez appa· rece nos mappns com o-; cõrcs decretadas he poucos annos. A batalha de Ourique, por excmp10. feri du no se<:ulo XII. ainda antes de or!lanisodn a nacionnlidude, syn1· boliza·sc ni,iorn por umn bandeirinha onde o crescente moiro avulta e pelo joven pa· villr.1o ''crmclho e verde da Republiea nclunl ..

Nilo se í11z, porem, sem um lon~o periodo transitor io, este truhnlho consciencioso de pfir em clin os velhos n11uchrouis111os e· os 11clhos erros do primeiro en:<ino. subsli· tuindo·o~ por crrQH meit; 110Vos e por -ano­chronismos ntnis cnticutos. E cl'nhi vem·que os c.~nmes d'nc111clle uuno se fizcron1 ai11da, cm alguns jury.;, perante meppas de ecli· ~~õcs otrazaclos, <tue n nd111i11istaçilo escolar nuo pôde ou não c1uiz deitar oo lixo.

Então um pobre pequeno de nove annos. <1ue na escola aprendem a nosso historia por um mappa onde es bandeirinhas nacio­nocs erom todas verdes e encarnadas, actiou· se por occasi1io do c.~o 1ue em prcseça de outro polvilhoclo de bundeirns a7.11es e bran· coo;, Pnra ellc, c111c moJ snbio faltar quando as novas corés vieram, os cores antigas já não representa \111111 n Patria: cra111 apenas o esl i· 11mode 111111,nrtilo(o derrotado e escarnecido.

E co1110 o ex11111iundor lhe perguntasse. repo11sa111lo o pontl•iro sobre o nome histo· rico de uBussnco :»

..,.. Que liutolha se deu n'C$Se lo~or? ..• - Um combnte c11trc Frnncczes e Thn·

lns>ln~, respondcn lof,!o o pequeno. Suppori11111 tnml>r>m n~ criançns cios pri·

meiros tempos do Conslitucional:smo, con· tcmporuneus clt• outrn modiíicaçào da ban· deirn, •111e n 1 ndia fórn dc1>cobertn pelos mi· guclistus?

É po~siVl!I que uilo, \ll~l·• c111c n'c~sns épo· cus hnviu 111c11oi;. .. i111.l r11c.;iio.

i\(;OSTl~llO l)E CAMPOS

Page 5: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

. .

'

'-"l~\<"'1 .iu..;irni·~tl'~

os NOSSOS CONCURSOS O MELHOR CONTO

100$000 1•éis ele t:>re n">.:i.o

A despeito da comu1n afirmoti\l::t cu1 contrario, o diHicil gcnero litterario 11ue é o Conto, tem alncln entre nós os seus culti\•adores de merito.

cnda 11111 <lo.; 1111111eros cm <111c sejam 1)11blicodos os conto~. n sun declaroç;io de \'Oto, <tne, sempre 11ne o q11cirn111, podcrú st?r justi­/icalfo.

No intuito, uuo s.; de provar e.c;tn verdncle, como lambem no de lançar entre os seus leitores 11111:1 especie de i11q11eri1n sobre as predilecçõe.c; do seu gosto e ns preferencios do suo ndnlirnção, n Co11te111porn11ca abre, desde o primeiro numero, u1n palpitante concurso, pelo 111101, serú premindo c-0m

5. • - O pralo p:1rn a recepçüo r!os ,1otos termina quinze dia,; depois tle publicndo o ultimo cont<1, e ;1 p11blic:1ç11o do re~pccti\•o r°"'111t11do efiectn:ir se·ha no n111111!ro hnmellinlo, ficando dc:;tle esse 111omenlo ao dispôr do 1>rcmin1lo n c111nnliri tlc

J <>OSOC>C> ~·éi :-< 100&<><>0 :i·éi !i' .

aquellc dos primeiros seis contos publicados, que nmior \loh1ç.iic) obtenho por parte dos seus leitores.

•1. • - Cnl>e á Dlrccrilo Lítt ernrin dn C1111te111porn11ca o <!ir.cito de escolher entre os conto~ 'juc venho n receber pura es1e conc11Tso os ~eis •111e, pelo seu \la ur, coni>idcre cm c<>nclic\iões de pnhti­c:a\·ilo.

<2011dicções de concurso

1.' - Cndn canlo, que deve ser inleir111ucnte oriitinnl e inedito, niio poder{1 occupnr muis e~pUÇf> que o ele duns pngiu11s, compre· henclendo ns indispensaveis ilh1~11·nçõ~s. 1111e poderiio ser indicada" pelos 1111cto1·es;

5.' - A fisculisnçiio, conlnl;!cm e np11rnmcnto tios vai os enviados !\ <:011f1•111portu1c(I s11rilo presi1lítlo~ por 11111 jnry 1le tre~ es::rlpla­res, cnjoi; nomes Hc pnhlicunlo no 11111111:ro e111 <tJIC \lenhn iuserido o nllimo couto do nt1:;so ccrtnmen ..

\2. • - A eleição cio ntef:lllO couto pl!rteuoe nos leitorel) e nssi:.t­nnntes da Co111en1porn11en. Cada 11m dcllcs deverá ter n nniabili­dade de enviar, aconlpnnhodo dos senhas de co11curso relotivns a

NOTA. - Se, nlem ,to;; pul>licndn.; 110 concurso. n Co11/0111pt>rn-11e11 receber outros couto,; 11 (111c rccnnhcçu c111nliilaclc~. ou 11hrir{1 uo\lo coucurso entre esses, <111 os pnhlh:ani 111cdi:111tc 1111 clorisnçtio e contracto com os SC!us unctorc:<.

EM S. C1\!~LOS

T ARDE, muito tarde, veem j(t ei;tas 11notn­ç1"ies 11 uma pnginn de orle que passou

ali em S. Cnrlos, hn semanas. Mns como n quinzenu lenha sido pardo

em refle.~os de flelczn e cindo n minhn de­voção por estns comunhõe.c; gcr11is de arle anl iga, perdoorüo os senhores o eomenlnrio e o louvor que essa festu dos estndantcs 111crecidnmentc reclamo.

Parece que o ínlulto ino\11.\dor que l!uiou os orgonlzndores do sarn11, foi ncabnr d'oro­\lnnte com os espectoculos /111111si·os 11ue fizeram estilo nn ultima triutcun de nnos.

E entàe pedito1u n Au~ust·o Ro~n e Afonso Lopes Vieirn, dois ~rnnrles scmeador!!s de beleza, que diri!!issem o sn1·1111, toumnclo nele 111110 boa parle e cousnsitando-lhe cuidados e esforços que já seria inutil encarecer.

Os nipnzes, conforme as e:-.;pllcações c1uc um deles veiu dor ao publico, pnrece que estilo fartos de rir, quercnl tomor atitudes ponderados, meter 01111.iros à rc111odelaçiio social - nnmn palnvro, lc11n11tnr o nii•el da Academia, como noutros tempos em Coim· bra foi aspiração de all!nns generosos vi­deiros <111e de si deixaram fn1110.

Declaro lhes a minha si1111>iilia pele deci­são d<:stcs moços, sol>retnllo quando uos suas festas se façam substituir tilo vanta­josamente co1no naquela de que lhes falo ngor~.

Na ,1erdadc, depois dns belas pnlo\lr11s do Poetn sõl>re Gil Vicente e n formosís­simn farsa, 11i11{lue111 de boa fé poderia es­perar 11111 improviso de c11rn:.vnl 11a semana dos Ramos.

Aquela resurreiçi!o qunsi !Jrotescn, c111 que, de quando em quando, iam muito bem

os c1ies que tmnullunvam parn 1(, dos hm;ti· dnrcs, foi uma rigorosa coricutun.1 cln cn­~raçacln farsa que Gil Vicente, nu melhor intençilo, escrevera para alegrar 11111 seriio dos Paços do R ibcirn.

U111a farsa cm grnndc caricolur:i mnndn n logica que :;e cha1ne tra1-té<liu e foi isso o que ali se perpetrou, i1 vista itnpussh•el do sr. comissnrio de policia.

J\\clhor do que eu o pos~o imoginnr, sa­bem os dois ilustres artistas que 1lirii.!in1111 n festu, quonlo trabalho e ei<cr111>11lo dc\!e CNi~ir·sc nus inlcrprelnções de teatro nn­tij.!o, seja q11nl f1>r o \.!énero a rcss11rt1ir. Por isso, a mim, com" a eles decerto, esln tentativa se nfl111~011 uma rnzoa\•cl conlra­di~ào dos snns ospirnçõcs tilo l11rg11mt•11tc rcvclodns e com tnntn fortuna c111111nidhs cm tenlros e snlões. no senlicl<l de concei­hmr no gôsto pul>!ico o criador do teatro nacional.

Sur>or nllor1.1 qtle o e11e1uplo scr(1 scsjuiclo, que os est11dnntcs, em \lez de re,•i!'l11s com pivdns aos mestres, irão sacudir o pó no guarda roupa dos si:~nlos xvt e xv11 - é 11mn hipotese que assu$tll pel1.1 temcridudc.

Nem os rapazes pode1n saber querer a estas joia_s empoeiradas, acostumados os olhos e ouvido..-; ás revistas de pé·frcsco que por aí causam deliríos n .nmdnmas e donzelas, ao mesmo tempo 11ue aliviam con· ~estões de figado, 1111mn coucorrcncín iuo­ceute1nente ruinosa pnr11 os medicos 1111e de toes doen~·os vivam. De sorte que, cindo me.c;mo que nas suas írontes alguma fai:.:n luzisse de ialento 1lramatico, a sua melhor boa-vontade il11diclt1 íicarin. õ fnlta tlc cul­tura e de compreensão.

Sabe se que rnros silo os prafisgio1111is qne conseguem al:,!uma verd11de de iulcr­pretaçiio e qne m11 ito mcnoi; pocle1•fio ser os nmadores que semelhante efeito nlcon~em.

--:>-

A rnpazcs ludo se perdoo - 011vi11 cu di· 7.Cr nos tempo> cm que nn<lo\la c:om as tnnns, e nté pnr1111c muito 111c dC\'cm ter perdo11dn, 11110 dcl'o cm conscicncin al~·nr­me co1111> nl!.!oz deste~ es111da11tes, que me­lhor p11rl ido 1cri11111 toumclo. ~'' fõ;;se esco­lhidn 0111111 pc~·a em c1uc ele,: e o publi : o encontrassem 111nior intcres.,e.

E é s1\ u111 e1111ivoco 11ue en pretendo re-1'cfnr, 1111 mc:lhor l>on-f(:.

t.\11s, npartc esh1 nipozincln com fl velho jo'.~rnl 11 que ele fui l:npnz de achar graça, 1(1 1111 soml>rn cio on!ro mnntlo, lou\lados sc­j11111 os c:sluclnnte,; 11ue lh•crnm 11 torhma de clnr mot lvn li ei.CCll\ lio de 11111 dos muis belos pro~1·t111u1s ele 11 rtc porl 11~11esa n 1111e t euho ussistitlo.

Isto ec111ivnl~ n dizer que tnlvez me1nde dos l11itnrcs 11iio ti}>cro111 dono, pois nuncn dc~cobri 111ais scj.!11ro meio de provocar 1111111 $!révc no teatro do que a111111cinr 11111 espcctoculo desta nntnrcr,<,n. l'icon-sc, pois, StlbendO CjUC ClllC 0 publico 1:!{/IOFO//·~ fe..,!n e sincer11111cnte den1onstro11 11 sua aversiio por 111np11dns se111elhn11tes.

/11a$, pnrn cousolnçiio dos que. foram, apuron•se tombem 1111c lm quci11 sail.in falar e dizer en1 pnrlnjjnés ; <111e hã müos mara­vilhosa$ Cllp:izes de acordar da sonol.enciu empoeirndn de dois seculos os zumbido~ de :ihelhn e ch.!nrrn de 11111 crn\lo •.!cmcclor, e fi-- . . uolmeute o carinho ilc mestres de ort111c;tra pnrn chnmnrem {I \•icln nmortccidos nu11111s­<'ritos de velhos compo~itores p!)rtugueses.

J1111lnnd11 A tudo isto o hom c,iosto de es­colher cauções popnlnrcs, m11oroS?1111e11te recolhiclos no províncio, conipen!'ftndo-nos tlns (•pernçiles do canrci.ri 11auio·:al-- obte­remos um s:1hlo nnimodor paro fnzer jnsti~·n e dHr nplnuso o •1uc111 •> 111ercce.

1-111'!'01,Yl'O RAPOSO.

'

Page 6: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

..

. 1 ' .

" ' . ~. . . . ) .. •I 1

• /

..

R.U l\71 ORES·

LEM.BRi\M·SE os leito·r.es d~ um oficial 1111s­tti11co, coionel creip' eu, que ha -tem­pa se suicidou (!epois éleo sobre. b se.li

. neme ter incidido a .accusaçílo ele ttài-dor 11 j>atria? '

·Re"él "se chnmav.a ,elle. lmp11tava111, fhe a venda a nma grande l'.),<>tencin cvisinha .(iala­.va's.e da R1fssia)" <las< '11Jenas s.ec~etos ·de umo impor.tante p(a)i.a,-de: guerra. · · Verdade-ou. fálsiClad"\!, o Gi!rtp é que hoje

.o povo austr,o-fnmgar.01 sente pelo ce5ronel Redl a r.epulsa in.vencjvel g11e1se1J1p,re causa nm ti:"aic1or. e àftibtie à n'efandn traição · a r<tp_idA .<lll~a :4o oampp -en,tfinQlJeirodo «!e Przerl.n1.st. · .

.~apiélâ, !l~ a ,c0mp~rar.n1os ú ~en.dição d~ pta~a de Perto-Art!Jur., que res1sE111 pouco mais ou menO$ um a110 ne api;rtado eercp dás Jrop,iis de I'Jogi, 1:apiao ainda se aferir­mos .il meçli1la do te1np0 pelo estnlãe·do pa­tl'ietismo n11str0·hungaro. - O que é perem quasi um . insulto· à valentia inegavel ·dos ·seus dl;lfensore.s se co1npararmas a herplc.a ciéÍacle ele . ~'r,zem~;;I c0m as cid~des for ti ti~ .ondas b.elgas, _c;uia êlefeza os Jemaes das · alliadqs.af!ellidarám ide heroidssima,

Com effeif0 6i/tge cehdelt·se após · 111eia . duzia ele dias, tendo sido forçaçla no ter· ·ceiro. <lia (le ata_-c111e, Narnur tres dias af!e· nas e A11vers ou .í'(nta·erpia, ponl·~t~uezmen~e ·f~llàndo, cercq de q11inze 'dias d'e cel'cQ" a val·er.

A ·fome e á f.illta de 1iluníeões; qJ1e nilo á fraqiteza d!! s-ua. ~·~arniçil:o' at~iP1:em mesmo os rus§os, .CJue ~1t1acvam, a ren5liça"0 da nota· vel ctdade ao.'Gafitiiil, imp,ort~nte 11.ela !lua sit.uação· t)strategiç"á '~ 1co1\heçfcln pelos· mi:>· n11me11tos ele· grande ~alor artistjc0 q11'e en· cerr-a.

E assim· se.:e.-:pJ.ica q1(e· tenc,ie'Se rendido sem eandi~íões, as r.ussos eonced'essem a0s venckles tedas as h0n~as da guetra.

D'Q iai:10 austr.iace dizerwque se não fôra a ttaiçile ver$anhosa dçi R'edl, à oidacl.e ser~11 in\lenciiel, -p0is qt)e mu-ita.,!'\ . .galenll}S ~uliter­r.alleqs saidi\$ de \"lentto d.a (?r\lÇa e cléscm­bocanclo eu~ pÓ"VQri:Ções · longin:qi'iás p·ermit~ tirian1 aos sitiado"S um fa'cil a'llaste~imetifô de \li@eres, .1n11nlçô'es·e l\omem~, Or:a ~s·rus; sos co,nl\ecia1n esses segredos. O .al11h .. o mosl ril'feni·se tão !>e~\\• roS: da guecla da pra­~w que nunca tentaram um assaltd, ·Qltem tom.ara il. ofensiva éra a.guarniÇã'o e1n·repe­tidâf:i sor.Hdas. · · ,

:J:

Seja· como fôr-,; efeito cl.e llll)B "',tnii~íi,p. po­nivel, fata li$1adê.-db aestin9 .aul .élisposiçãp ·' da Praviclenci.a (es.• l~itP.rés .. e"Sco.lham)i ·iO, .c-e1·t0, indubitav.el·é q1te o.s·r.ussos estl).0 t1pj.e lJenhores ábsoli1 fos de t'õdf! a Galit?.ía e-dis­põem de· duas ou mliis" eente1las de lilil h0-mens· (ta11t0s deviam ser QS sjtJantes) para lançar· aonfra a mnrallta dos Q.ar,pnto.~. · ~­L>emi.precis9s es.ti\-\!ain dlelles, pois ql,f~ ~.s·sn e0r.dilhei~il que desde 0 .êQm.ê~o da ~iretra bs 'telegriininl} ê!e Petro~rado .nos élão conro· nHrapasSj\cla 0.11•q1iasi, 1ia rc!ilidáde par,ece cada vez mais ' alta e iu~ tra11,sp0nivel; e est{1 (~al'!as as. de­vi.da$ pnep0rções !)" co1n0 aquelle monte que jã Velloso,, 10 anclaz p·er­s·onade111 dos !J,11siadas, clizill·"Sel' ·mais· fadl de descer que de s1t-b. 1 1 r j •••

Com efeit0 j1111to··á Rumania, os rn.ssos ·que tinham ocupnd.o os pin­earo.s ela extensa cor.dilheira e. e·s­pral&vam jú QS se.us olhares 11icto­riosos sobr.e ia.. cul>.içacln pJa1111rn hung_!ira tiveram âe'.\l>S descer a ~o­da a· pressa per.nnte a oíens1va ausfi'iaca. E co111 tanta ·veleeidnde inicial começal'am ª' des.cida ingre·

\

...

'" o o ·o o o o . · / '· .

me que Qí\.o p0deran1 deter-se. \lº sçj>é da. se·.,ra e salvando10 villle 1do1 Pfü1th e~band..o· nando C-zer.110\j/itz só 11iera111 a parar na§ margens ilo Duiester, dlond~ agorn voltam a rl?cnme~a·r pela tetceira vez a re'conQ"uis'ta · da desolada B11k0vina. . ·

6111 c111e se :parece esta giferra eon1 um

CiRNJtR(\._L AMi\,Ôil

Gomm"tmilnnte dos lorç<is dos Darll"àn~llos

r~logi0 de par.e(!e? - Nen•h11111 ilos leitores l?r,oVa'!elmente me decifraria a eharada ·$1? eu llJe pedisse a solt1ção. L~ contudo entre

' .

í\ttiíh~ri!) sob.-á·protecçii.o dns nrvores

~.4-

1 ' ' .• . . . . •

\ 1

.. '

J

esfas dLU'IS coisas tão ilJversas·. ha 11 m ele­mento il,e-,eomparação 1 Q11al? Mas 0 m0vi­mento f1én<lt.1la~ .. _

Na .fr.onteira'da Prussia ç_o1no uós mpn,tes Corpnt'.05, d~fs'de• o p.r.inci"P.i,o das a11er-l!·ç~e!ií não ·se•teetn obserYado senão operaçG"es de . vai-vens· nos dois e11erçit0s. A Pr.ussia fã"·

·foi ·i nvatj"i~t1 rrez vez_es..,p_elos ntss-Os. ~ 4e- , socuP,ada outras tanfas. ©s ·allen1ães.-1a J~or· (tuas ~ei;es attin~irfam a'llnlil! ·:A~gustau­~ssov1ecz na· ancra i:l:e · ii·o.rb1r a lllil1aifer-'"'ea \larsov.ia - P.efro!;!ra'do e· 01r.ft11.s tantas -o.s · r.tlS!;OS 1 he entta:va~ªm a ãfensi va. ·.,

'Vé1:e1~10s o· que d'aqui ·sae, visto· que nn ofensivo allem'ii contra e.Sta i1np,or.tâ:nte li· · nha âe c0111municoç0es está.o .nó gorc!ib éla já eternisilda batàlha de i?eroni~--

.,. ")' . .

E a proposito ~~ batalf1a,s. que se eter.ni· som nilO" quere Cleixar de falar da trava'éla e1i1 ter~~s .(le."f:r-ança. "Sa'b.(!111 hi1.qtiii1Ító .tem-po aura ? ·•· ' .

Póis 'foi a 15 de sete,mprq, se .a 111eii1oría me nilo falha que a oféftsi\>il clos··exerêitos ele Joffrc.e e,stac:ou, e0mb,detiâa,p0r un1a·bar­rej~a que réjJe11tinamente se .levanta~e . .

De en~o até a~0ra1 cont.~m. g ·P.répar-em . s(! os,leitores I?dfa contin\tar a··(?o1ttàr pol'".

i"j(ié- ... estamos l0nge ·do pi-incipio. do fim, confo 'ê agora ele usp dizer-se entre-,ps jpt-nalistas da•oppesicão. · : • ·

Corni;_çdn pr·>r ser a batnlha · clb· A,isn·e,de~ r.0.is. C0)1lO se foss~ 11111 .elastlce, a linha de . contacto vae. .~amiahondo., par.a ·N. "J?. e. i;ba-1110u·se enHl"o a ba~alha da Pieárclia . . Qliiind.0 e~sa linha attingiu o mar nos:vii;ilJhan.Ças de Nie11pG.rt v.ieran1. dizer-.nQs que era a bafa· lha éle 'Flenclres. · Ag0re 1 ce1no não !Ja .mai.~ , para onde .extender, a imprensa 'de<quande em qnaiiclo., pata dest.r.uír a menotonia «l·a gr11n<li0sa .. acçã.Q,. atir-a-nos á ·.eeta com os · nome1> \/arados de 1·.b,alalha de Ypi·e~, com-11ate de Argo1i11e1 111~ta ~e artilharia ~'!1 "Rein1s · e 110 !ser., combãte de Milrtinaus- '" 1,11ester.l~<iff (é"precise tomar folego"!) ·l?nta­iha de Les Hu~lus, ba'tplha,, C)e!J.'lên·V.e"f:ha- ., pelle,etc. . ,

\">.0js-serihoi:es é tudo uma e a mesma b'a, talha.· ·: · ·· · '"

·E 0 inegavel ·~ qne -n 1·§ de:seten1l5to, ten\- .. do O"s aJlemães tomado posiç-<ío na. linha de NoY.Olt~&tain, arredor~s. de M~t'"" ... ainà{\ hoje l~ es,tili>. . . ' .

. . ~I '

• ' ' .

· " Parece que-a .sorte se:inestrn mófiiúrpara todos--os ·belligefantes. 1Em· parte algu11111 aparece a · decili,i.'10. No entanto ·OS alliaélos nã0 cl.es·istem 'c1é a atrahir ~ fradqs em que . au(/acçs· fortuna jUV{I/ l~ foram ell~s à. conquista éle"'Byza ncio. A fortl'iria -afé· ce.rl'a data favo~avél volt'oti Jlres 11or:em um diá·á cnra.e logo os·turcos llie metteran1 a piq1,e fres. ou. quatro barcos.. .

E ,em.quanto . os navios alJiaQ.os (os rc)ue restirram) se. safava·n1 ·~a<fuellà tumba a tod'o· o vap0r, 0S turcos,

' n quem dei;:er0to:os allemi!'es já eri­sinara·m ri • B·ihlin, detraz das suas fortifi<lações iam parapl}rnseaudo a<1uella eompararµio d0 Novo Tes- · tamento : - é mais faci l enfiar um camello pelo v·111'11c0 d'uma agulha que ent.rar 11111 pecador no reino do céu. .

E os t11ré0s que o dizem, lá teem . • . os ailemiles ·a .i!a1:· lhc$' rà•" zão I . . . ·

Tenentc;de e'rlilhÓ'i'le

..

. ••

Page 7: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

" • •

1.0 .A.NNO

J Oé C0RRÉA tJ•O'Lt\'EIRA

'

. ;

••

• '

..

' • •

1

1•n9Pn1 KT•.\ffl,\

1' Empreza da · "Contemporanea'."

,

, /

1 •

1

i •

• ' I ··\ ~,

\ .

• RijfJ,\CÇ,\O ll: /\0~11 :0:15,..R~'e~\o '

3ó, Fateo do f'i'mcnta .. 32~ LfSbo.a

l .i 1 i ~

~ , I f

t ! •

;f

••

• • •

• •

' •

1

••

'

• •

MEiA NOITE • •

NUMERO SPECIMEN

JOSÉ P:.\C~lECO' Ofrcictol' Attla11co

••

q

. '

' . •

' 1

• ' J

1

' •

,, '

. .

.. , ,. • 1

J •

" . . '

' " •

1 •• 1

•• •

l:omposlrlTo' llé Jorge !Jarratlas •

Page 8: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

~~

UMA HISTORIA DE· Al\IIOR POI~

b. lV\ARJA Af\ALl.A VAZ .01::: CAR.VALHO

-======-ou contar-lh~s hoje 111m1 hiSloriti. 1J11m historia de ámor. O n111ndo re~orl,(ita ~lc odios, cst roncleiam nelle as hnpreca~~ões furiosos, ouve·se o trour d1i nrlilha­ria qunsi qu·e incessantemente, irmãos 111ata111 irmào;;, ho1nens sem fé assa:1sin11111, perse~ucm, tortun1m, os

que ainda tee111 fé em allJuma coisa! O scepliciSJno fn7.-se intole­rnnte; ei.:tranho paracloxo ! N.iío se crê e111 nada, e com.tudo, a,; inquisições e.-.:istem, sem a unica coi»"ll que' as toruava explicaveis, embora monstruosas! É unm hora terriVel, esta, nas i'nas co111ra­<licçõcs, nas suas lucres se1n objectivo, no :;eu lidar iufatiginiel,

sem ideul. 1\ historia que• lhes vou coutar (:bem verdadeira. Figuram nella

dois do~· 11ialo1•es nomes da luglnterra mo· derna, e comtudo quiió pôticos .. u si1bc111 fôra do pai~. em t1ue ella fl oresC'eu .como flor 1110·

ravithosa ele outros tempos! !?oucos, a niio ser os pacientes e 'flengrnalico::: inglczes, teríam a coragem <1ue eu tive, de ler dous j!rossos \lolumes de Cartas de Amor (genero ele literatura que só interessa quem n inspira e recebe) em que vem nssi.gnalaclo dia n elin, o nascimento, o progresso, o pleno Ilesa· brocha meu to desse amor, que por ser Ião di­verso elo amor que os hon1e.11s senl·em, inspira uma especle de assombro, É <111:1si inacredi· 1.aveJ í1 noss~1 roç11 $ensm1l' .é materialista.

Pan1 nos doc11111e11tan11o's sobre esta e.~­

tra11h11 historia !em.os 'l/1c Ir/e a11d lcttcr.'< o/ Nôbt'rl llro1P11i11p; e mais os dois 110111-, me,; q11e ,;e intitulam Thc /cllcr;; oj' l?obcrl J-Jro11111i11.t! nud l:.lisa/11.:llI Barrei. Para toda a Inglaterra, pnrn todos os cantos elo pl1111eta onde se falia a língua ingle7.n, quer sejn a Americn, quer ns indias, <Juer o Canaclú, estes dous nomes significam duas !Jrandes glorias lia literatura 1111iver$al.

Para nós, ao terminar a lon~ta leitura, si· ~

gnificevam muito 11mi\'. Robert Browning, que a ln4Ji;iterru callaea a pat de Shakesrcií re não merece il~certó tão alta classificaçilo entre ·ps outros povos. ~hnlHl&paar.e é sem­pre o 111cs11101 ·~sempre o unico no seu pedestal soliturio. O grande .vidente parn quem a alma h_umana - a alma humana de lados os tempos- é um lil•ro aberto em que elle 1e os segredos mais re_c.on­tlitos, <1ue elle adívinha e ((lte revela por meio de um poder que nnncn foi 11e111 será eynalado. ·

Mas Robert Bro\Vning é·1nais cio <111e isto. é nm homem de bon­dade, de !,!encrosidade, de espiritualidncle tíio perfeita, <1ue saber­lhe a \lido, lêr n~ cartas em que elle offerece11 a sua exisrencia inteira á mulhér que p_or um alto dom soube comprehender e amar, é ficnr 111elhor, é ficar mais recondliado com esta vida que nos está parecendo tão bai.~a e hlo brutal. .

Eliíl_abeth Bnrret é umn mulher ·de trintll e tí1ntos. annqs, nií~> bella, n111s toennte, fallaudo não aos sentidos, mas !\ alma, um ta­lent·o dellcndo e fragil, uma creati1ra ·que as clrc111m~tancias excep­cionaes parecem conclemnar á sqlidào eternn do aorll\'âo.

Vive em Londres sob o tecto ele um pae, antigo planta<lor das Antilhos, alma autoritaria e dura, qne lhe uilo consente a minin.1n expnnsilo fóra das praxes de uma viela lOdn re<Juluda e e,streilu. Cheia de talento, tem pnblicaclo al!;!uus versos, qne encontram 110

publico acolhimento sympatico é curiosa ntlcnçào. Robert Browninlt, mais moço seis a1111os, nflo co11l1ece 11 poetisa

:;olilaria, clesnnimada, se1n esperança, <1uc n111n doença pertinaz condemna ú immobilidade qnasi completa na c/Jaisc-/011g'llc da sua

pe1111em1 sola. Elle tem e.scripro muito, te1i1 clild<) · uo, espir'it.0 \>11sln iilimeuto, tCJl1·$e interessada arcic11te111e11le pela viela que ama P<>r si só. que num porc1uc t: u \lidu, a unica coisa qne nós temos a ccr­lcza de po~snir, 11 que uos emhnlla com as suas harmonias. a 1111e nos sed117. com a;,; suas cí}res, a c111e nos eucantll e perlnrba 1;0111 as suns íornms, 11 que nos e.;to1llcia com o ncrc ~'llhf>r das ;;uas se11S11\·1ies, n que noii fa7. chorar e rir. a c111 e nos Insufla a111bições loucas, e u:< rcnlisa· mnifa vez, a <111e nos uterr:i con1 a visão sempre·

r

presente cio seu remate que é a morte, :i 11ue nos cmln·ia~11 eo111 a ilh1:-tió ~uprcma cio sc.u fim, que ê n Amôr, 11 lJHC fanfo muis 110,; fnscina e í11Le11sa111c11te nos interessa, quanto mui:.; 11ós somos o i11s1nu11ento l>ello, perfeito, equilibruclo, hnrmonioso que ella sahe

creu r ... e li estr11i r 1 A este lromem, làh chcifi; de Viéhl 11r<le11te

e snperior, o que podlu dizer uqnelln pélllidn crenlura ele pc11uc11(1s milos e grandes olhos pensativos, ct11c não s11hia 11ivcr ucm mor­rer., e c111c vege111vn, suspenso entre a vicia e a 1norte, numa l?Sf)ecic de sonho triste e vago?~ Pois be111 ! l~oi essa n mulher qnc elle, entre tantas cheias ele força. e ele vifa­lidacte. escolheu 1>arn sim musa etei;.na, para suil espo'sn, talvez cio 11111 rlin ! Uni 11caso fez com que aQ;; olhos do jeven poeta, ninda enlii9 niio embriagado co111 os• fumos· da. gia· r ia, que. mnls 1u1'cle e~ envolvenun, appare­c·c$se nm \li?r~o em 111ic 11 poe~isn lhe Cjtava1

o uomc· j<'i couheddo entre os amadores ele boas ·letras. Uma clt:1ção, nmis nada. Elle tev.e não sei 11ut! 1>rcse11tíme11tó exlran'ho, quiz cquhecer a<111el111 11111ihcr que de longe: o co111preheudera.

Um amij!o com11111111 co11sC$!11io1 de !sabei, o que J1i11!,,!11e1n linhu ainda conseguido, ne111 os mais conhecido!\ e gloriosos: ella acedeu a que lhe :ipresenta:;sern, na pequena salinha em cujas quatro paredes se tinha toncen-. .

lrado rodo o seu viver, o poetu de cora<:fio ardente, a quem o seu co1"açiio resp.ondera co1f10 11111 echo sonoro.

Desci e esse di<1 ts·a!Jel foi para . nohert Brow11i11g á allora~:ão-1111ica.1 n p:ri11?ào profunda, myster io$a, insondavcl, mai~ ' for-te que· 11 Vida, mais forte <111e a :'V\orlc. Ás suus primeiras cartas, palpi­lanle!I hl cio nfccto que vae crear asas 1>oderosns, àsas de aguia <111e arr11:>ta111 para as olturas, ai11cl11 os mnis rcíractarios, ella res· ponde receíosn, acceitanclo a mnisade, ums :ló a 0111isnde, e pondo a essa 111cs111a, condições de loda a ordem.

Oi?.·lhe c1ne é doente, irre111edia\•el111ente lrh~tc, que ninguem lhe púcle nnimar o seu pobre corn~·ão (111e cht viela só conhece as tristezas e que já nilo tem tempo ele conhecer 011tfa cousa. Falla-lhe dos condiçcies exccpçionaes em 11111.: yive, gn11rdada pelo amor "1iu-111e11tc> e co lerieo cio pai, pelo cuidudo 111eliculoso e cheio de receios do ir111ãó, por: !l,lg:,1111!) amigôs \>!!lho~. <111e a achnm encanta.dora' 111ns que egoist:nneute quer:em q1re· esse encanto seja.\;ó·!$.CU. E db~·lhe que rcm medo! Medo de viver l Medo ele sc111ir, medo ele .a111ar ! C.Qualc1ucr emoção a faz ncloet:er por lon&os dias. A ntortc de~us­íro$11 de nm irmão que âdorúra é c111e a prt.strou assim na<111~lle sopliâ oncle elle n vin e onde elln vegeta ; tendo, por suprema con­solação, os versos que lhe sahem da alma, como os perfumes se e.~halnm da flôr, OS poetas WC\!OS que lê 11() original (porqne esta deliciosa e fragil mulher é terrivehne11le sabin), os velhos amigo~ que a veem ver e balot1e;:.ar deante d~llu o th11rlb11lo de incenso ti c1ue pouco e pouco se ocQsh1máro.

Tem tnmbom jú- co11hece-se isso perfeitamente na corr-espon-

--2-•

Page 9: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

<lencià q1ie;'eu li eom toct;111 ahi"nçiío ;~11e a~uelte caso ph)'ch'ológk,o re~111eria- tçn! la111)Je111 al'g11111as das manins.' i11cipi.e11les ela F1eillç jille. ·O .tãosfoho <111e é !ieu co111pi!11heiro ele todas. as horas, o. ;11nf1r ·cli) ónl'eni, d~)• arranjo·; cl;1 regi'llaf.id11t}e ·de' liu'bitó's, nbsolntó. . .'\q u~llc iutnrso., aqn.clle e.xtranhp., ffquclle barbara qu.e i1n>ade de 1·epe111'e o $eu santuai-io recn'rado, qne o -c?nehc éte flores chefr.osas, c1 11e lhe falia de ·outro'$ in1~rcfs.$e$, tle oulrps ·go$fbs, que lhe coíita· ~lo mundo e.'<l.rl10rdin:1'rii.1s' a-ven~1n:a!l, que l h ~ <~i.z qne elle .ê mu.ito 1 randc; e lhe descreve em ii1!~uagém·,u 1~a·i.><0nuclu e colorida os· vn­r ios Jl~peetoi; que élle lem, qtie l l1é'falla du :sua ltalia, eomo o nmis -c 11 th 11!; illslil'~artjsln da Renil!~cenç'a_ o 1»oderi11 fazer, qu)? lhe fal( »er pelos olhos clelle - tão aberto.s, 'filo vivos-, tão e11pre$$i vos; tilo .arcl.c11lcs - ·os, <)1fa(lro.s. e ns ,esta.tuas,, .os lagos e as p.aisage11s, t1ue lhe conra ·cousás ç-x.lranhas; e·1<111c·t1 vida não' ~·~· p·asso .e·11fr~':qpatn~ p~iredes, e que. sé .vive, e que Se-<una, ~ que é bo1.11 soíf~er, e. que é hQm ai-irar-se em nlmn ti corp.o ao. ~rnnde· aby,smo de! ·ln11ccs. esc<1u­-<:;i1:nch1:> ,Qtl<f a gspllra,cú f~íni - l·ullo isto ·est911.t.eià, enlev~ •. en)é.u-

' quece a mulher q1Le·v'ivia eseo11cl ida dentro da pobre doente .immR-J)il isâ<ftl, ·1~rl~sivo e 911asi m·or ta. ·

Q'ous ;inuo~ lev.ou Robei'lo Browuin~ a conq1iislar· o 11.11io.r c~e

lsi1beJ. 1\ co1111uistnr "ª"· Ell1) ifmava'o jú com s,urpr-.eSil e,'l,t-l'(unha, é~im reecuitie~iuu~riib, .c-x'tatlco, cio111 teniur.a', con1• hí1111iJc.lá(le int1cfuv.c:il , e. e~ses s.~nlin.i_en· t:os req11 i11Ü1élôs, e. tii:o 1>.uros, !rad11;dn-os dia ~ · din em ve'r$OS, q11e co11fnm entre os lnáis hellos ver,>lc)i;. ty.rieos tia · poe.:;;ia in~le:t.11, em \>crso$ a ·que çjwmou :St11r1.1to,~ P<>rl11;f!.·11cxc.~ e qu(! lemhram <)S trau:;pl>rtes. upnixo11acl<)S

• dn 11 ossn freira immorlnf. i\\as esse peq11e110 livrt1 · (11ie ~ 1inrí\ n li1!J!'álé1Ta e 1n1ru (.oda .'1 ~ente qu.e falia ii linJ,111a in~!'l.~zn, um thesv11r.o

' raro,, 11ii·o o co11hecc11 ellc, scni'í~i <lepoi!\1 d0 <:ns.i11ne11~0 1 C~nl:! pe11.a 11110 pqdar ln:u1splan' l:lr po,rà <1,e111i algúns <! '~ses 1re,rs~1s1 '{1uc s·ijo t?erolas. E n I rellnrtt)·, l~ ébert o Br0·\\•11 iug 1 n­t.'ira com elln ·momento ·a 1ff0nH!11'lo .• p;1ra que

' l'l lln ·!'e' 1L0i.'li'1$Se viver, para <111c ellá' :>e tle,i-• ;>(aS!je amaF.

i\ ,,(jf..rc.~poYid t11C'ia cnlr\Õ> os .<l:ois occ11pn 1. 1 ·~I G pa:.'.linm;.

As cnrlns d'clfc siie poe11ra~. tuo bel­li!s, J.iio espi,ril11nc~ no-s 11arilce(n, tfio nr~

,~l enre ·o .so11r() di; d'edkaçiio, qne as enche e e11gr.11n<lece.

1\mn·a, nfto, por que 'é .doente, úâo. por q1re t.em ta lc11t(>, nil'o por que é 1mm:glt>r i'i1,

1 \

q11e . .j:'1 i llnmina o seu pai7;, /\ma-11 por ljllC li e/ln. Isto l:Oll lltl(:)l'C ' 11111 p.1)ú~.o a .. ei<qui,1•:i lial>l\ I.

Tinh'a t·ílnlo medo de c1 u.1~ o amor d'ell,e fosse piedndê p·e10 ·s.c11 m;irtyrio; cphcmera admir111{ilo pelo seu genio ! .O anior que u i';rrin i'eÍiY. · niio seria riem feito .cl'e j)iedade, nem de fHsGini1<,ti\ci l iten'l'ria . Q1ieri.1i qual()ner coisa icleal, que ·"! 1111lsse a.o seu poeta, mas em que· 11~0. e11lr::isse11) as GOn!iu~encias .pass~geiras dn vida, E ell.c infatlgu~>el, com uma e.J·oqucnci.a .q,ne lhe ,1em cio inliniô a:alnui, pude"lhc 1111e ~ (~~i.~J? t·o,már 1;9nJ;rdo s.en ç_les~jno, ht1n'sfi.\) 11r!'i-lo· ao sol do i;en a111í>r ttniGfl, qnc não ·depenei~ da b.elleza nem do j:!cnio, que ê'1.rnr que 6, ~·o,ii10. gcus !

Ao niesn10 te1ilpu., por um mif<fiire c1 :am:ür que se' nãl) ê'11J) liJ,?i1,.'ít doente \>olh1,1a a ser 111n<J pessoa si\, lev11ntava-se da sna encleira <1,; tort:ura, a11da.tta, ellu, n j5iir.a1yJic11·; .. i:e·seia as eS'c.ndns, pas:;e.<iva· na:; tasns, che~av,a a ~ahi'r'(~e carruagem!

Nenhum rci.nt-diu a li11ha àlli,viacfp, ·i::eci 11er : c111,ara1a o am(ir !~)çlo espirit11.al de um ho111eln 1111e lh'e .dizia: Pois l1eH1. Acéei'tb ele t'i ~) q11c m.e. tJ1Leres (lar. 811s~ar <11111s hqn1s ao.p·é do teu !'IJJl!/'à é. tl)âis j):'l!':) • 111J1.11 .do <l,U!?'_Õ anl.tir a.e 1'0dilS as 11111lhe1<ej; ·desie llltt1tdo. ~er,ei

Jl)J,'J ,

te11 a111igo, '$1\ teu 11111igo \ii~erei na sombra desJe nmõr qí1e n:íclã me quer- <lar:, ·e qne 111.e chi tu~lQ sem .tf11erer:

E quem se exprimia assim era já 11111 'famoso poeta, e tinha em si 11 .virh1aliclí1cle, de uma ·l'.!randexa ião alta, <JUC· os l·n.[:ilezes nilo acliam se11ão ShaksHear,c j>ara a ·ell~ o cq111parar !

Nrto posso narrnr b.em esta historia di.\ii'na, qne mêrellih ser <;<~fftadi\ cl'e ·jóelhos., ROr uma <lima clà .. c.1iv'e'rgnch1r<( dos dous poetàs qu,e ·à viverntn.

lz:rbel, ele pois ;de clo·is an11os de· ndor11çiio ·sem limi,te:.;, cedeu ú() tt'elle 11mor que a··c.ni<1r.a, tlue.a ressuscitár:a '!1nra n·.vtda·. Jlil:as, o pae, iiifleiliy.el, n~0 ll1é·,1~ermjtt.ia s.eq11ei:, que :ella lhe fallas>'C no casamento passivei ., O baznro .erguicjo do tumulo, não po(l'e· segnir ó :c1eu C>hr.isto pelos.L~minh@s cln vida! ·

l~, elln tremi<~ dq, pai, qu~i'ià 0bedeceí·-Jlí<f, sacdfi,çar·s.~ ;io seh e[,(~lisnro sem no111e ....

· Dep·ors dé nuiitns liesitaÇ.O'es, d·e'pais de. 1111íitas hu:itás intímas, de1>0.i,s de horl1s f1 1re· afash1ria111 · 1~e 1 a · intplera11.el inceYteia,.~todos 'bs noivos ·qu<} 11~0. f@Ssem~ csJ_e 11oiv0 sublime, ellâ e1.ufi11l ~a~e 11nrn 11innhl'i,-l1companhacfa1 pelo sun fiel creadn e ex-enfermeif.a,, ·entra na egr.ejà mais morta do. que· vivn ·e recebe, fi11alme~1te, a l>'ençào ·que ü vai para sempre .unir .a Ro~,ert@'·B.ro\\>ning .

.\ ~

\ 1 1

•.

J)ias depa·is, partem amlios para !folia, que nunca 1i1ais :ab·nn!lo1)a.rn.m, senão para. curtas-.via~cn~ a Londres e 11 Pa.ris~

O pai 1Í11ncn mais lhe ~111ilc p'erdoar. Elia, p@rcm', ·entrf1.rn ein pl,eno pí1raizQ. Poclià es­<Juec,er. tucto, pr"Ote~:Hda pcl.q iuu(lr mais l}.ello ele homem tJUé· me tem si<lo Ílíido .esh:idnr nos li \1 ros 011 ver na t"éal iélllil.c.

D~r. nnno.s duro11 esta" felicidode pnridi­.si:ac11. ID11ra111·e es$eS dez ün11os lsullel p11bli­'CH1.1. os Sl)11ct1Js Por./11,gi1e~cs ,já eltaêlqs e a ..l11r11ra ~ •. e(gli, 11111 poe111a 111od~1,nQ <111e· nii1'

• .se 1\iirl!ce com nenhum' 0111 ro1

mas, que· é por :>í nJll c1.1ea11to, tmi(t ohrn prima f\1scilraclórà, ,con.10 devia sé-1<> li nlulher que li1l 11n1úr sonb~ i11spirar.

Brow1rirr'.~; ttonU1uioil I! frábal)far e tn<l.11 liv1'q uo,•u 11\e trasi.a mais a~lmira~iio\ -e 111;1i;; rnmn.

Pelo brn\~O d'clle, lzr11íel que de$api'endera .Q.111rc/11t1 .vii1 iudo .. p <11.1e de. mili's.beJlo lla p,àra ver.· nessa llnlin, que ê o m11Y.eu do, m111rcl0.

'Tiveram um fi lho. Conf1ccera1ii fo.dcts sa· co11" ,5as boas e <lelici0sas cln \lida, que '(!.lia f.et:ú-s{n:a tn1.1to tc1vpo obaj'.i1.1adamen.te C\')llhe.cer !

No fim ·cre dez anno;;. lzabel morreu nos braços do sei1 mhricfo acl0ra,dc!í, l:endõ realisacl0 11111 !iór\ho de fel,iddacle rara e unica !

O po~ta <1 ,11e a ·so11l1.c.amnr as;:im, soube gpar.dar §em sitl>;>)it11i­r.;i10 ·O hÍgar. q11e .• e.lla 0cet1pí1r-a .. <~11e.1 i 11<1°0 poe.111a tinha sido o do seu amor; n.e11h11ma das in111imer<fVeis , e form0sn::; óbras po·et~Qai;

c111e ~,lle pubíicuu d'.epois e ião i111pecavelme1ite pe.r.f·eira t!Omo C"ssa pu,gi1uv l'it>.itla:de: nmn existe11cia qOe· foi longi1 e C.acf.'1 vez mafs.glo­rlQsa. Em ' fo«IÚ'$ ós seus versos, porém, perp/1ss'ã iama imagem ltl'~leleve:J. u.ma ',visf10 mystc1'·i0st1 c fasçinanle ! Em \.àCÍ(>$ 1:lle.s hu u1i1a lêmhrí111~:a, unm inVócirçüo 'l.ll~ rc<::ordá <H1uelllt n qpem etle cli111)1011 .u111a .ver,.::

0' f/ •1,'(t; lói•ç,, fiai/ ·n1ig:cl aatl /1(1(/ (iirll rl·llfl ali n wo11dec, 1111c/'·t1 wifif,·(lcsirc,/

'!\ fleliciosu p,oinbn tinha' tidó giirras de n·guia um momento e c1'iti>o11-lh'n:; 110 .c·oràÇitQ ~l11Jgrent0 pára q11e 11Lu1c~à ellé n jnLdé!i.Sl'! ($(111 eG.ur !

-· õ.-

Page 10: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

1

... ·-":;::::;-::::-:::~:::::::-~··~·=··:::·:-::;:-~:::::::::::::=::.:::-::::::= .,.._., - ~ - -'l;;.--

' . </' RUA ELEGANTE • íl

1 •

' 1

Trc:. ..• !!. 11 c1111 lu 1111<: Deus k)I.

--·

./ ' E~porn llclo •. . O~'\IK'culo '' 1 or~n.

t .. . a a

CEI 2 \WWP.

• ·-wor-- ....

CoJ'Ul!(t1r1tto •t1 tnrtlc .

. '

~111 rc Deu~ e 11 Mtncdo. Find:;ndo n inrdo. A 1111~~0 tlnnc. ~ -~~~-;;::· ~~~··:· u~""'::::;;"~1:~:>:;:::::;::::•:ow::::::::::u:•JW:::""'~·~·:!:.:::::::::::::: iRW\"4. ''"'"'"'";::..,L;<,_~~ ~;:::;;;:QU!, S O : @J 6 ' boo.iliífCQl&ll* .... lfl!!llll!•&MllÍIO ___ .......... ___ OOt'!~~-!":ll~..,.!'Sj .... it;:;.::..:.":

- ·1-

• •

Page 11: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

• •

CAMPOS· ~ PRAIAS CIDADES $

OS ESTORIS DE AMANI-IÃ

, . ' •• ••

• • • • \

• ' • '

• •

t ~

• •

• •

mente pc)1lere111 dispnlur as sirn1>ulhias e ns nssid11id11des do Tndsmo 1ís· .. . gn1ndes C8llt1Hlins de s:111cle do estran~ei ro. Re111edindas· essas · difíiCicncias

1 licito. e crer q uc em 11111 l to l>reilc 11 n<»ssa ÇOt e cl' ,.t '7..11 r ,con ~ i rist e o re'110111e c111e lhe cahe cOm(l dns· mai!>· íorinosns e· otrólte1Úes es~l'!Ções ~le repouso dí! Europa. Esr cs doi:; n~pectós do P.a vil hão d.e Sporls de que ê nuctor o Sr. Antonio Rodrigues ela Silva Jt111ior, e <1ue nlli anchl n cons't~uir·se, hi1sh1111 por si u dar-nos 111110 excelente e consoladora impt·e~:sào du íntelligencia e lor· guczn c<1111 11uc íoi elaborado e co111eça a realisar-se o plano de transforma­\ilo cln estaçi10 thcrmal do Estoril. Ainda l>e111 !

• u;,t PA.vn~11?i.o 1l1i: sroflTs.

Vcnladeiramente ·excepcionaes em co·ndicçües de siti,ação, clima e pi1\l11rescó, aos nossos Estoris fal tavam apenas o h1xo,.a hysziene, a arte.e o con­forto <1ne·a vldn moderna c-.~ige, )>ara vantajosa-

• •

0000000000~000.000000000,0

' PRAIA DA ROCHA

• •

lniciundo n !-':éric de cônfercnci:is <111e n Sociedade Propa­:,inndn <le Port11sin1 se ·propU.e realisar no sua sé<le, sobre a vida re­gional cio nos!;o pci1 .. o sr. Can<liclo Marrecas apresen· 1011-nos ali, ha :;cmanns, 11111 excelente estudo sobre os coshnnes e paisagens do AI· ~nr\te, e multo principnhnent~ sohre o ínl 111'0 cl'essa encan­tadorn pi11,!h1n cl'e 11a111rcz:1 que l ll n Pn1iu dn Roc;hn - um do.s 1 1n11ls helos l11coes halucnrcos dn pc11i11s11l11.

A ohro do sr. 1\1\ arrccas - e com cln a d11 p11lriotiiz.'l Soc iedade Propogandu de Porlu!.!nl - mereceu1 l>cm o ap·lnu:;o de l odos c1uantc•s, n'cstc 1>aiz de irresoht\'<io e m n I diz euçn, co111prehe11de111 bem o somo <le nbnegação e ener~io de que é nee.essario

' -· . ·~

dispender, para, alravez a indiferença dos poderes do EsladQ e ela n1aioria dos cldadilos portuguezes por iniciativas deste valor, con-

tí1111nrc111 11 hrclar 11elo <l~se11vol11inre11lo da vicio do l11rlsnio no p11íz e, porhrnto, peJn solução elo problema econo1nico intc11sissí1110

'

••

.. . ..... ,... ·=- - !~

que de ha n1uíto 11uasi <1ne lnutilisn a ,1ida das nossas ci­dades de provincia : praias, teF111us e estações de visita 11rtistica, in<lnslrial, ethno· gr11ficn, ele. •

A Prnln da T~ocha· tc,1e no c.~eelen 'I e trab.alho do sr. c:andido ~\tlrrecils 11111 pan.e· {leriCO <l trifura elos SCt·IS en· c(lnlos, C! ·l>e111 iuleressnntesc lor1111 criar 111cst e pai;r, 11111 am­biente de acolhimcnt<> ~os pro!jramns de turismo, visto que, sendo nós creados clen· t ro de uma terra cxtraordinn· ri11111eute favorecida da Bele· zn, justo é que para !!lia se dirijam ns alegrias dos nossos primeiros passeios.

Do Minho no Algarve, felizmente, ergne·se e ofcrece·se·nos uma série enorme de pni.sagens e tipos dos mais belos que a Europa te111.

-5-

Page 12: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

' 1

• •

Ac,, 1.10 de r<l~i>'hlr u i.or1111tlfl de

11111a 11 1.'s<:nherla 111fi111u111e 11H! p1•r 111i111 n :uliz<11lu , n <111atcon­

l\Í8tt• c111 pl')1l1.'r 111«in11ar, 1:0111 mnior 011 menor 1111111ero <li.! p;al;11'rn.; !it mh:hn <'~colhol e sc111 prevc11p11-,.,,.,, h1111111ri:<dcu~ ele ~lll'\'i(" tJl•ln • ma, 1111<1u 111•·n•i- 1111" o~cjinint..:: dcn· 11·0 dn fll' l•'tr <'hn ')' l'inl11•i1 v cKl,;tr, rll'i>clo; I'.! <11.l iunciro de ISi:i datn cl•l lllht'hn.11;11 110 :Jr1111dc r1ni,;1n -11111 t•111 ra , l 111ti ri,l 1111. 1111rlo 1111 ·1111,- tlllC 11111 11111ru lndh•i<11111, •h~ forma uni· 111111111 l:•l111<i f1 $nu, i: dnro, rnrne •: 11s~11 !l1·m1•ll 11ntl lól~ dt•:i :>t:no;. ;1pcn11 .. 1i111n tllh' t·1. 11111 11<111r11 1111:110» tlt· v11-lt111u• 1•011irnl ~ nih• de 1111a,i111 1lifc­r~•nt" ''"t:1 l1fra.

As~i111 1 1• r1J l11 1 rl.'l'C:lnncl() C:tlm fr1111 -c11n:z:1 1• ::!l111 rct r il111l\:ilv 1lc 1'>'lll'· (°f(· 11~nh11nr11 11 "'"~ rt•tlo tlu mínlm dt:~('nl•t·ri:i. t•n 111·111111 clc ('911°"'~11ir "'clun·t•t•r 1111 c.~pirilv puhll, n c.-°"11 11111111,;ttí l11t ... rn1.:.iari11l d~· ho 11111i111 - d1· :<t•11111r1:, 1lk1•i - clu 111c:'11111 pu­blk•o 1'l'ra111t• ll-< s11l1i1a:; ,, :.l'1bttti<1-1111c~ 1r:111·fi:!11r11\'ucs tlc Clmhy l'i· 11ht•iro 1111 palco. E' 1111t• :11í, 1111rla:< ;1 d11111r,, <la ~il ia, 1111mvio1l11 ·~rn111h: h1f,•r11o1 :-«{·1ii1·11, 011cle irrt.11111dinvd-111c11ic• lil' 1~111 1>ro1·l1lilt1lll) ra111u:.: ui ·

·-------·-------·--·· l -

Cliché:,\ de l'11rtno111 ~ Re,,.

!!.. .,.- ") u.7Wlt't\~-u1 !.<~ L

FIGURAS DE T HEA'I'RO

C I-I .. \_}3"\_' l )J ~ 1-1 Ell~O 1\

~~~~~~~~..,,,,.. -~~~~-:J

....

clepnis ·a luz clc;c.:>. Sof1" o pnn('). r:. ' 1111n111h• fi p1r· hl<ln o /Ji:11Jn b11rhdr11 - tlc·-..~11 ol•ra prhnn li•• 11n'.<"t1 hm• tru re•lfon11t, " ·' \ i·lf11>~. 1!0'..lr1111tlC'11111•11111111• fui f), J11ilo 11;1 C1i11111rn - ptn111111cia ª" 0111·i111c·ir11" p:1ht\'1 ns. :>Ut'níli­<ln, u 1•11.1tciu lc ,•nntil ~e. ,:;111dn-t1 1~ Ufllt111dc·u t'alorl)sa· llt('llll'.

F. torlu\liu <) flt•11/c1 11i10 tinlm 1lllcl 111:1i:; do 1111c, <'Om 6Íllr,!Ch:7.a ;

-Oru louv.1 lv '<('j,1 ;<\11-;•:r1 ~enhor .f•"i"' ( ' ri ; tn'

-0 -

• '•

1

l

,,

• .

=

mn;; O:.!Í 1 Hlln!> p~ h1 nli<11. lc~i 1 irnu !l m· hi\•iló cl(' :<\! 11111pliure1 11. o ur1·i;;,1a ífi l~llliiu ttàl) (• "'º llO~Sil Ul llft\'CI 'G l lll· by», rnmn tnnto 11~11 11111;: 1lízm··. 11111$ 1i10 f<•H11Pnll' o 1111/rn, o q11c 11 n1e ­ri111•111c•nll: 11f1() \'Íl1mo1:o , u11nc lc i'111· fin1 111: \·l'nl 111'.! 1111"111 111110 c'Spanr.1•11 111ni11rin p11l>hc-u. Nu·11clidu 1111 /(111-h·11tl. 1<:111 'ttllCIO l'Cjl11\'(ICU!:' l;thOrÍlt• :;o;;, f' se b 1·11ju 11lhmn p;thl\•ra. cm c' tnla 11111111ln>- pc 1,..1111a111•11s tTiutlas, 11 t>.~damlttiÕO é ti111 in1c11intl'I como 1•ihralll\! :

- l)s p:tlllO~O ! i ~~ l t' hl>lllClll ~· 1'$· 1 ·u n10~ 11 . t '01110 c·ll' ("(ll1!ó1'\,!tl l: l(1r· nur-i<c 11·1•0 1 oil~l!J1 1ç111-. trnHSf1flr· llll"·t«' fij!1,Jr1l11t!)11lt! tlt: 11111 1il') IJl l ll'IJ l11d r1 1111 pu i(!11 • ....

t(1 111 t•íuiio. C' l111h1• 1·1i 11h1'i r11, Cj1Htr•<l<.1 trahnlhn. 111111 ú 11 n1c:-111!'. ll 1 .. ~ l l'qnnli 1 m ri;1111~1n li• 011 I r e t r:111,.­l 11r11111-~c. rnutla d1• C1>rp11.

1\\n", [l:tru is~tt. 111w u111 c:-f<>ro;1•, i.1mruu 1ul1·11to '

l l:a 111111\'.H, t1in1ht, ll\;Silll ~llCtêt?· 1lc11. l'11r ~i~nal 1101: 1•n1 O 111, ilc tlu fe~IH :rr1b111 u <il· Clrahy. () i:cn l';1111nr1111 l'~lu\lu rcplet11 clit tl11rc.­e llc 11111i:.(o,,;. N' i,;10 11 1 ;imp:linhn 1!t:t1l•11 dl• l(•l'nr. /\ pl:11(•i11 c11,·h1:­rµ IJllU<'Í 11111! dC r t•p<'llÍ\: . Pó1ti;1 ,

• ' ·

At, l'REOO Gun1AR1\r,s.

Page 13: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

'

'

"· ,,. ,,.

' •• •

• • ..

1

•• •

• • •

o;r~ . ~-,,,.if;_~'V.:.~ ~:; . ~

'" .;:i5,52'" >~ •. .· \. .. ". ~~rf,,t s~:t ~~ ~ \t-1.~ • . - : .. ~'>.~.

' / .. : • • ~ .... :i._ ~ ~~ ... _ J .,,.,.. .. , • :r:. < t :..> :,.. · r •'<· i'A .. - I .. - • ',j ,.,..,,,_

~ .. , .. ·~...: .: • •

,, -., • •

•• • • . - ..

• : ' • •

A INGLEZINHA f<Oll

ANTONIO CARNEIRO

., •

• . , . . ! t

.. • •

1

••

NUiV\ERO SPECIMEN

'

'

• ( ' , . I • t 1 \ 1 ~

' ·

Page 14: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

~ ••

. l 1

... i J ••• ••• t••-·= ;;;.

··'/: '~, §. ~ ~ , ··~ · · · · '11t' ""t\ • • , ~·". i,• ( • • • • , . •k ,' •, \ .l.Ll.

Aos Sol l c1.<.l os c1 t l é

Pela doce Patrü1 notigo; Pelo seu nobte Passado; Pelo Futuro, told.àdo o·c h111ta $~i111b1:a inilni~a:

~ Deus ta1ninh~ n Vosso l.nclo ! -

Pelo 111nr drrs Cara\lcnas, E. o C1)11dcsla,1cl, e í1 Lunç.a;

Pelo Sina l das e.strellas; Hos~s $ ~1brit nas . j~111(~llas: ' - Vá co1nvoscô a nOSSbl i,:sp1"ança -

Pela terra que dêt pão; E as aves das n11narias;

E o to9ue de A..véHMárfais ·; E ti belle fogo, iro· serão: - 'l'or11e111 c.on1v0sco ulttyrias !

P.elas nu Véns, ao sol-pôr; () <1rt1ent.e sol das n1anhils; Pelo ·ee111itet~ .0111 flô1·;

' M~ ' . .(·~~·· . . l~o r, e 11Q·1va-,~:if 1nnc, e tnnils:

• - Vü con1vosco,o nosso arnor ! -•

Dc.:r.c111liro 1)14

Por aha J:s.trella da Sort~» (C:o1no o sol do n1cio·dlu

(~uc nnnca .l.'otubra fuzio ... ) - · (.,)u.e nunta a sQn1br(1 üu 1n0rte. V(\ Clil \!O$Sí1 ~0111pllnh iu !. -

Con1vosco V<lO Patri<I t\ l)éus; E se vc11han1 ~ <1junlnr (f\ noite e a aurora <,los c~us .. . ) 'r1•islcs' l a.~]1inlas do 'adcu$ 1\os sorrisos dó \loltar.

E vnllare.is . .. Ca,\1;'1dores,

Filhos das bn!nl1as du ser;(\!

Lànc,:ae. a s~n1enté <\ terra, •. .

Para ali-hfll·<l_e$ r~ão e rtq1·.es · C~uH11do vol!<ardes da guerra.

Voltareis cê~lp .. . . Ao voltar,

Mf1es A.veis cheias de 11elhas .. > '' . _. j ~ ,

Nc111 as· althat·ci:s: t11ois Vélhas ! . .

Se) seus 9lh0s, de: <!ho'rar, Terão orl>itas vcr1nell11:ts.

--1-

Voltareis céd{I ... E, ficando

E111 lerri'ls dl! Porlngul, As \lossas nohias, rezando, Cu11ta11do de quando. ern quando1

lrílo l>~>rclaMtlo 0 ~1tx0val.

V oltnrcis cêdo ... ()s filhinl1os; Se os ti ~erclqs, - pobres pacs ! -lr<1<>., p.9r ~sses. ca111i11h(1s, ('falv~z c.~111 fnt11e1 e r0tfnh<;>.s·!) Pora vêre'in se \'OllflCS,

Voltareis cêdo ... A lar~ira, O quo sahereis, de scri~1? - Mais an10.r 11a CIY1111~"1nheira:

Mnis u111 l:t(ll1~ ua roseira ... Mais atgu~.1n no cen1iteri0. ~

Mais algUeJ1r na -sepultura ... Q110111 settl, S.oJ<la.do·s, q1te1n?

- 1'rfsje P·~rt))a. noss.i Mã;c" Guatdc~a ·Deus da 111orte escura, E1nquantó o· mar vae e \le1n ! --:-

• •

Page 15: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

1•01t 'f Et~'EIRA DE Q.!JEll~OZ

r.====:;;i,\l~l'DIOS ás cinto hurns <ln ma·

P nhii, q11u11do o dia jli <ll'n cluro e o ::ol 1111ermell1a11,1 as cn111in-

J dus tio pocutn. Por cunsa <ln dono de 11 ma d i 1ig_c11 <' ia k:r

i=== ronnutlo quatro pa;.~ngeiros no <l'nq11ell:1 (:111 1111e purtin111(1s, abriu-o;e ~randc polu111lc11 de puln11ras 1: ·ameaças e11l1·e oi; dlli~ corhciro:>, l11ct:1 n que não l'on1111 indií· rer<.'nlc~··:1 l~1111!! çlos meus eo111pn11h 1::iro:; de 11inl(c111, <1110 lo~o s·e prop11zc:ra111 fl collnbo­rar nu dc:1forrn. Pnrti<nnos pri111clro e 11ii<1 11011,•c pu~n~clru e11co1ílraclo pcl<.t c11111i11ho 1111c 11iio fosse pór nó::; co111111hl111Jo co111 prej11iz11 <111 proprí;J \' 0111motlidud!!. () 1111c cll':icj;n•n111t1s pruvnr ao oulro que vinha atrai. ~ que :te 11i10 com111e11e i111p1111c111t~nti: 11111 crhnc. E a 1111 chegou u inf111c11cin e o n111or di1 !"11!,!J.(es1iio C:C1111 11111 íin1 ''in~ntlvo, 1111c o~ meu~ c<111111a11heirol:\ co11\•i1l1111t1111 <'Ohhc:1:idoi' (\llC cll('onlrava111 p~lu c:'tra1l;1, e11cfirc:t:1·11do·lhe c,'iurJcrada111011ie o c~pl!'. 11· <lor <111~ feslu.~. que s<Jrium 11111ito 111nis lll'i· Jh(11H\!>1 ll1> <1111:1 110>< ;11111os 11111.t:r illrei:. Um n1p11znic, ruru 1~:<troi11a ~: ·vivaz, q11e e.>lu1111 COllllllOclUlllCll te (t Í rc~C.:U de 1111111 l'ltllllldll

pro.-:imo n Ponte cln Lima, de lul 111odo se 1leixo11 seduzir, 1111<: 111t:?s1110 como· cslnvu,

f 1

pedindo somente emprestado 11111 chnpc11 e Ires corous a 11111 111;<1· nho, li1 lrcpo11 para o nho chi diligeucin, sc11U11ulo-sc sobre a ba:,!<1· j.!e111 e prinl:ipinndo u focar c;l\'ll<tninho. L>c ludo isto rcs11lL011 <11111 le,1u,•r1111ris 11111 1>0111 par de pussa\,!eiros ,i1 11111is do <111e a lotuçryo dn clilil(u11ci11 e a miin <111e tinhH co111 1?rndo o direito n 11111a c:eria úrcn, oucte p1cclt!l\:';l! np11lic(lr tL t:1irr<:$poncle'11t.:i snperfide (lo 111c11 curpo com o fim de ir scntuclo., ~(! lpl;ou pouco 111111::; de 11111 tleci111c1ro qundrado, 1111 cNtre111ithr<lc c1·11 imp.e~lt\I ctu 1lllí!Jc11cia, j11sta111cntc n. t(nnrto pnrtl.:! dn (JllC se dcstinu u 11 11111 cndciru de creum;a 011 11 oit11w1 do 1111e é nccéssarin para nnlo l>oa póllro11a ele ésl udo., co111a a ele Gurrell. lu como :;c111:1do n<> fnntlo de 11111 co110 e n'esta si111aÇào chcgumos ti vC;ta de Villnnn, 1111e lc)!JO de Sunln ~\arlha se desco· bre. C/.)1110 ofícri::cidu- sobre u111a handcja. A cidade apporet:e e de­i;11pparccc nus di11crsas cur11as dtl eslrado, antes c111c n'cllu se-eu.Ire: mas o <1ue se vê i;e111prc, lã 110 111!0 do 1uo11te lodu cariod;i sobre o escuro pctleslul ele l-!n111ito, é·n er111id:1 de Sn11t11 Luzia, 111!C parece 11111 l{racioso forte clcfe1iditlo por donzella~ e ntn~'tulo por amores.

0s tilcgrcs rnud1os i11111 contundo no n1>1>rox1111nrc111·sc 11:1 cidn<le. 1\l~1111s tirmn nci}111p,i111hnd.os p.elo ~eu uhhndc:, ho111 t)'P.O de cumpo­nez, uútllo, 111011tat10 na egu:i h111z11th1, sc1111icla du crin. Nós corta· mos 11111 d '<!s~cs ela mores, .sohcrho~ e o VHn I cs a Iro te Ili r.i;io , e .. .:i .. do cnvtrctniuho, qnc se conscr.vava· be111 equillhr11dr.1 no nllo dns hai;tu· gôns, he~nln p11n1 a et:clesia::;tlco c111e nc<1m1n111lln\111 o 1;(111ll\1r :

-Ê o seu rebunho, sr .. abbnde? Que rica 01•clha élli vne! - Rnlu-le, lnmhúo. ~Nuo é o mel poru 11 hm l>occn-respondc

o sacerdote. !'louve alarido e r isota de parle n porte; li1 nos separãmo..;;. O nspeclo do pcquenn cidnile era r cst ivo e alegre. Galhurcleics

e bantleirns, dcl;canlcs e 1111iiln j!enle pelas ruas. Ln!Jo ú entrada dcpnnunos com os g(1:ta11Jorte.s a c:aflezudv." 11compa11hados.de dois policins, 111110 musica gaJl.egu de gailu tlc foles e po,~iléo chasq11ea-1lor. Os .i:(:to11for1cfõ, homem e mulher, muis nclmirnctos conros-scns quatro 111elros de altura do ·que os pyg111c11s dó,s t·o{Jez11dos1 com

1 t

cal>eçns olé ll ci11l11ra. Os !Jrnnçlulhõl!S ch111· \'a\l<llll n pas>-inhos 111i11dos e olhn\lnm par.a dc11tro das cui:os. Que nl<'rcciarn maior co11· siderac;-iio índi ~íd11!ll, 11 poli<:in ussj111 o de· 111ons1ruva quu11do. pnrn .se prosc~uir no i1 inerario. in fnlnr a 11111 hur:ico 1111~ essas abontes1110:; tinl1u111 110 hni.'(o ventre. Pnrccc. q11e n'esl~ serei\ plie110111c11acs os Ji'c11tídc1:; de r1::1:1,ão lce111 ele occ11pnr lo:,!ur especial, ucc.c::sill<.'!I ú policih.

Nn rlliro do 11u.;10 cn111po d11 A!~OllÍI! tuci<I se c11c1111trn. ·;1ciiclc o iiimptcs hnl':io e a filjii. e111blc111;1s contru fniti~·os , ní<: uo hai 11.?dio e de JICl:ll h 1 ~.ldio. Cl'lll t.;11f i? i 1 e.; de flores "ª" po111n:: t· :,t11iz11lh111la llc cc1111pni11h<1:> ao pesco~·o.

Q11e111 v:i.: 6 ,\~onin le\"11 1111m iéll,:i ele c;o111111crcio, 111isl11rml11 l'0111 11 tia d.cvoçl\o e úio vezes com a dn 1 hrrapcn t icn 111uriti111a.

• E111 vnlln (!e: 11111 pc11111•1111 jardi111 cHcon· t 1·11111-se 11111l11crc1< a<:11con1dns i11n:111cira m:ir­r(lq11i11a, (lffcrcccndo e111 pc1111c1111:; s11c~Qs cGtlf1c11d• ·~ 110 cliílu ~ementes ele nobc>. dei ~e rrndellu, !le :1,•<;i1.1 :olfrriio, (le , ft~j!), il'c ,mc­liin, 111elquci11. p<'pi11u, 1u11111\e, o pinhão bn1-''º• l i111~t>S, Ol'O!õ e lrc1110.,;os, linhnçn, 1t1os­tanln e111 !Jriio, polvos i:cccos e moinho para lnl\•csseiros.

!:111 sc~11id11 hu fil<is de hnrrucas, 011de se ''cuclc calçado, vauo;:;, fazc1uhl$ e: le11\'11ri11, ele cores \>11rit1ilu» e !.!rílnclorns. C.<;le11cleucl1>-!'e 110 l'11i:n e 1)n::.iucln 11'1 lona das pnrc:dcs. lia l>urrnca:; de cntclárin de G11i11111riles, ele ;:clins e cnbeç;1dnl': de Brnl,!ll. de lt:111\':11s, tlc la­lor11·ia, 11h1111biq11es e lpoho;;, I! us bn7.11res de q11in~111ilharias, fre­<111e11lu1lus pélus j11111'lfns. Ao· lud\1 de 1111111. onde se vendiam l'iolas e cu11nqui11hns, hu,1i11 011t'n1 t:om hn;iµt!ll~ el e~ C ln'islll jfi ·c:ru(:ificlfdc., em exposi\l,i\(l. Um c11111po11cz ;ico111pu11hndo tle 11111 ucclé$(f!l>li~. que 11ní111:nh111!lltc 1(1\111\ta c<11110, perito. rc~ote11v11111 11111 cr11cifiNO .t11íc le\lnr11111 por 111i111 111ocdn. i\ 111111.1 p.erg1111f11 111hlhn <1 bnrrat111eiro res­pn11ilc11-111c <111c linha ;Ili nmn i111;i~c111 j1'1 hcntu <Ili<; lhe víera por lrnc·11, 1•ii.lo c1 crente ler·sê dcsgostnclo do 1~hh;iono111ia cl'{lqnelle Je:111::. Not1111do·lht! eu <t pouca orthodo.-:ia e111 \lendcr ohjeclo.s sn­~rodos, re:;po11de1~·n11~ cl11r(l111cnlc:

- São nicas. As \le7.es J)arA o concertar niio lenho éu de escn­\lticar 11111 Nosso Senhor •1ue jí1 serviu em procis:;õei)?

N'e:;tes cllt.eres cu reconhecia'' ~ruude phil<J\lophia dl! L.uiz XIV, <jll~ niio c111eria ser \listo cn1 ccronlas pelo sen crendo de qu_arl.o.

Nu ll11rr11<·;11 ele S<111li1 Luzia, no lado do ho111c111 que vencliu nlam· biq1ws e h1uhns, e11conln1 vam•se il \lc11cl11, sob o cn~llído de 11n1.u loterin, lodo•; os ohj~etos o(fereclclos á 111ilagrol>11 i11111g.e111. N1rd11 111clhor clt!111011slr11 o e"piritn prnlico, co111111orciol e religio$ü d1e:;Le. b<1111 rovo mint1010. Snntn Lt~zia vir csti1belecé·r 1.::111 pleÍ1a feiro 1111111 harrnc11 pura uj111ih11· clinhciro com o fim de se dotur coni 11111 novo lcmph• em <111e dccerlo funi co11corrc11cia í1 Senhora da Agonia, putron;1 tio cnlllp<> onrlc o 111ercado se cslnbelecc, e nota digna de npre~o e c111e mostra da purle dn 111ilnj,!rosa imagem uma perfeita i11tclli~e11cia dos principios co111111ercinc!; do c:co110111in politica.

As borrncns mni,; frcqnentadus pela crennçncln e 11o·pulares siio as dos clorcs, limonadas, da roda da fortnnn, do$ !>ilhares chinezes, dos petiscos, do vinho e das melnucias, c111e esli'lo cufeiladas~le ri.i· mnlhetc,;1 e scrvlclns pelas r.apori~us de l\seos;1, gnrridnmente \!eS·

ticlus- pcltc !!lnr.n com li:,!eirá lohi11idndc ele 1~ecego 111aút1r'o.

- 8-• •

Page 16: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

:\ :,!ente 1111& enche o vn><lo ca111po â bein1·111ar e, no sun maiori!l, do di:<trlcto. All!llllS vieram <t pt!, de di:;l1111ci11 ele leguas, COlll pouco tlinh<!iro e pouco tempo para se demorar. 'l'res 011 1111nlro •lias. 72

• 011 00 horas, e c111 tiio curto espoço 1rnze111 a i11c11111bc11cia de feirar. cumprit· a cle\'Oçiio e lo111nr duzla e meia de banhos do mar. Teein tle dormir, comer, aco111panlwr os descantes eussislir n todps os festejos de 111i~8ns ao nr li\•re, fogo ele ariifido e procb.~õC<;, En1 todu a part'e ,;e encontra a.c1tiella g011lc; por<hn n coucorrencia á pr-;\i:t é co11st1111 te d.csclc o priincito nl·V(IJ'.CC<:r 111é 1(1te a noite.os ·npn,•on1 com o ro11co das ondus. Pnrn tomnr o l>onho dh1peu$\I o ri11ic11Jo puclor de unia l•arr11é'a. i\,;. 11111lheres tlespc111- ~e em pleno ureal e alj!nums preferem o alto cios pcuculos, <111c lc111 11111 piso ma· cio, hálidoi1 como são desde l>Ccnlos pelas ondas fnrio~as <lo 111<1r. i\o enlrcl11n10 ú licito reconhecer !>anhos de tres ortleus., f:!rnduados cm rclaçíio 1l commodíth:tclc e á <lecentia. Q,., ele primeira. ire> 11111· lhl'rc~ collocnn<lo·sc cada 1111m 110 re~;>ectivo verücc do ·111~mo lria111)11ln, ii111írn~isa111 com dois· lençoe!I 11111a l>nr-rncu, dentro dn t111iil 11111n co111pn11heirn muda de vestnario. Nos eln sc~undo, umn só mulher cohre outra <:0111 11111 lençol <•11 col>cnoi· c111 q11u1110 clln se dc!Ope, vest C e reVCSlC. 0~ de l ercciru SÜô 11'a<lllOll11s <'l'Clllllf":l$ que 1oa111 ele operar' pelo .s.eu 1111ico ,e11:,ie11ho (~ c:>forço loctas e:;las to1n1>lit':1rd11~ operll\'Õé\>. E de·1al nmnclra e co.111 tnl hol>illelndc ·et1;1s se a1'rOnj111 11 1111c nem sempre acontece cxpore111 ~10~ olhos do Pll· blico n sun co111plcl11 nudez.

Niío u~1111t )>1111hciros parn se li\11°(1rc111 do f11ril1 do mnr. 1\pro· veitrun :is ui,iuns umnsas e prolc1,!em·se co111 os penedos que se 11griq>:i111 em pe1111enes e 1111111erosus cnsénclns. Umas ll!~nrradas ;is

outros resistem i1 ressaca das onrlos, e11coslnn1h)-:>é lis penedias. Ai'.· 1i111on1tu~ 111111ca se afía:;tam a mais 1le dois metros da lçrro. Pnn1 mcr:Jnlharem os <iorpos na ni.i11a ~nlgach1, leem ele es1'lerar o 1110111e11lo fa,•ora,'el u1p que a 011(1<1 v<:m1 deitnm·se fie britços. e clci.~am-::c a>-sim expellir C(lmO ~1s nlgns <111c fl11cu111111 Sl)ltns cios ro· chedl>s. t~ lmn<h) o nmr fica :;ei·e11c>,, t1!< 11:)11ns esu1g11nda;; <:01110 u'muo poçu, e:;tn:; crcn1 ura!j mo\le11cl~1.,!é com tt!l n\iios tu) chi10 <i ns pc)'11í1s 111érgull1111!11s, os cnb<!ll<i.s.cm1)11!'.~11<k>s e csco1·rçdius, p11rcc<1m phQ<:é\S e111criji11do dns n:,!nas. E os grito$, u 11lf.!n7.urr-t1 cl'e$!C Pº''º :Jtllht>ieiro e us~u:;tadi.,:o, fnrma 1.1111 hnn1lho tom111ica1to, como o 1los rnpa1.cs de collegio 1111 horu elo recreio. Lili/ó 1111c e~ tíro \lesti · du:>, ,·i10 í1i; l>arn1cas tlar uma \lista, ou ao 1e111plo oriw, co111e111 pcl9 cumluho ulJl111nu coi:<a e ''ollnm elepois 11 tomar 11<n10 banho, para \a,·arcm 11 c1111,111 que o cirnr~iào du ( rci::ncY.in lhes reço1111nencl1ir;i.

() :;(•:,(11111\0 <lin tias ÍCS!a:; (!!}),é O chi l'OllHll'jll prOprirl111e.UU'! elita. 1\\ i!o:sa cnnlncla, senuiin e proci~;ào em \'Oito ela 1•\jrcjn. No u1lro, 111ai,, cl~ ce111 pc:!li1:tcs e.-:ponclõ alcijôc:;, 1lisformi1h11le::, m11%ellns ele pclle t111c durinm pura cnri<111cccr pela v11rlcd11do 1,l!~nus 11111:1.e11$ 1c111ltil11l!h:c1,:;. O tliccionnrio de puta\lras pnrn t11 11a1hir a com111ii,;e­rnc;i10 do r11111ciro ~111e 1111da nQ rodopio dns orílçtlel; 11iio é co1>ioso; ,JlHré111, .:ada 11111 dc:;cj11 ~alietJtor-se l)C!ln (1)1'11111k1 eni1>rl!!gocl111111 11clo tom h1111cnlosu 1111 nsperr), co11cilii11lor 011 u:,i~ressi\'O que e111pregu. 1\11eln111 c~sc~ iufeli;(e~ de feirà e111 feira, de romaria cn\ ro111nri11, e1J\•clhccc11do no deslJn1çado mister. C'. 1li;(é111 qt1c lm por esse pniz foru i1::}'IOs, hoi;pil:iC$ e policia! • ..

:\ noite d'Cl!Sll diu ~ fl 1!0 ~raude ÍO~O. 1::11 ,1; thC!Jor o::: doi:: fuguc1cin1,: rh'<IC.~ .-.~ 11 horns da n1anhà.

C11dn 11111 ' ' i11ht1 ;1 te>:r:i da :::11a :tente, Cl'IJll" 11111sica do Lernt odia111e. () 1>ri111eiro, ltOllll!lll u"par11111cl1l, nlto, Olhur soberbo e triumphantc, " inh:i lacleucl(;) de clois mõcclõe,;. i;Cl11;1 Hlh08. Sc•J11inm· 11'11 tri11t<1 11111lhereil <'Orr•ug11dns; de :Jiran<lohu;, 111orteirc1t1, gr:i11do 1111me1 o de iuatlo~ cl.e ro1111cte:;, e íiJ,t11ras: o ele vctooipcde, n mn.c:ricn ele l>:llciio, ·o l111rbciro. A 11111,;ica sopn11'i,1 com u11i111119ílo e 11oprn\111 com 11ale11· lía. 0 do f\g_\c, <:0111 t\11 i1111~clc1 mnrchll\1ll, que COlll 11111<1 COll)\lell1dtl nliro11 a~ chiio 1111111 11111Jher, eo111i1111u11do u 011tla1· hnpu\li'dumentc, 'foc:i11do $CJ11prc.

O ~e~111iclo foi,:nclciro, homem '.lrosso, n1nrrnc11do, de jaqueta ao homl>ro, lei 111ore.na, chapeu l<:\•nutndo pura o nlto da c.nbC!\'11, deix1l\'a em cle~nt'ogo a f.1ce eucr~icn. A' frente, u rcspeclh•a m11· slcn, não menos arrol,!ante e .g.nlhartla do <111e n outra, le\lanclo·lhc 111e~mo as larnpns na nbunclundn de clarinetes, o que loi,io lhe con-1111i::to11 ns miuhas ;.ympat.hin~. L-e''ª''n 11111 l1t1111cro egnal de 11111lhe· rcs carre!Judn,; com fo'.io e no 1111e tr1zio <.'Oll'Í::llir a suu prC).'l:imn \lic1Gri11 pnrecin ser 110 effeito 1111e e>;pcr<i\1::t dn peça tio ce111ro, que

• •

viuhn n ser n \lenerauda inmgem do Senhora dn Agonia, appnre­ccnllo glol'iosn111ente no 111.eio de 11111 mnmlhele de luzes d.e cores vnriaelns. E~tcs dois i1111agonistai: 1inhn111 os seus 11arlidarios, que os st111dava111 nu passagein com vlva~-idade.

De lodos oi; qufttro dias de festn o ele111ento mais piltoresco é esta noite. Hn fogo, l>aliles \tei1ezlnnos l,(unrnecendo ·n.s liuhas da ej,!reju e 11cndc1,1les dt1i; ar\1ores, e ranchos pc1p11lnres co111 fol:,iares e cn11l<1ri11s. O \•nsto cà111po {1 hcirn mur ê 11111 IQ!~nr de repo11so, pan1 tnltilo;i c111c se sente,111 eslropilldos da jornncln e ela cnuce,ir<t do diu. Al~un$ donnem co111 11 c<1hei,:;i ~obr<: os bor111u?s 0 11 sobre all)um regnço t11niljo, 011 sobre o corpo elos 0111 ros. \lien1111 na noite precedente, g11t!)nrnm lc~uas · e11111lc:Jrc co111p1111hín, íolgaram toclo o 1liu e c:spcrnm pC?Jo fog(> par;:i rc~re;~nrcm a c;i.;11. A!,lr111K1m-se e111 1110111ic11IO$ os c111e vieram juutos ~: os 11:i111orn1los npro11eitn111 o a111orteci111e1110 do respejJ11\1e1 ''lho patenn,, pnrn lrocnrem co11fi· dcncias cs1111ecitl11s, AIJ:!uns uu1J,;. rijos e espertos, pura entreter e com ,, fi111 1le rc:Jres,:nre111 111e110.~ 1>c:o11dos, 1•it1) trincando o resto elo llllC e.1:1 ~1e no 111crCJ11<lc:ro, r~;11ulo·o co111 <ill,!nns beijos 11<1 cn-1>:11;a cio ''inllo.

No cctltro do illumiuac;.iio. pei·lo cio templo, nuclnm as c\n11çn.-; e cnnti!-(ns p111nilnre~ .. São os ele perto, 1111c só ''icrll111 de tnr<le e se s~ 111 em f rest111 i nllns 1>nrn ~osare1\1 n f e;; lu <k1 1101 te. i\ 11!111,~11 de roda com re1111chn1:; e brejeirices. atl n1e 111111111 gente. As n111;;lc11lnl' 011· vcm·se por tolln n p;irte. Todn a e;pcdc de iu:;lrnmcntos, desde 11 b11$i1111 ulé 110 cornetim, ve111 a11111nentur o barulho. O vinho é 1>0111, o corpo pede lrn\1<!ss11ra;;, Oll dir1s d:rs rnluçi:íes são frc1111e11les. por isso tocu n h11ilar e a cantar. Hu runchus ele cantadeirtis cas11acs, que 11f10 Ville u pe1u1 nllende1". Pvrém 011tros, os (IUC se co11cerh1-ra111 na fre:,iuezin p:irn \!irem ao fo!!o sol1 a \ligiluncia dos· irmãos e 11n111orudos. e 1111e rennír-0111 n11>arig;1s <le famo t>cla ''ºz e for1110· sura, c;;scs cntiio é de se lhe!' t ii·nr Q chn1~e11 ! 1\s vaze" finos-. 1>0-tenlei;; e l>em ncuorcle:i, 11 ~nc,:i\o t><1p11lar cr111ccif11osa e eni\morada, co111 11111 f1111tlo 111eluncolico, C(l1no :,!cmiclo cio,; ar,•nreclos, é

0

dc a tt rnhir, A paio vru ni'ío p.oile· cl1,1r n, i111prcssílo 1110111e11 tu11e11, f 11gi liw1 e ge11cr.ka tln ct111Ug11.: 11111s St 'n<11h::lh~ rJ1·11po.clc l'llpnriµu:s·üscolhidns 11ue <;i111tnv11m com \1(11. c.:nriei<tclent

O mcn ~ 1110~ é f•!!d reiro J~:t1>t-ZC$ l1c11a ú sitl•cis <'> lctrl·lt•r'i· ;, l:•ri .. l:1rt"1 lts,1):1Z4.'?\ l••·t111t ~:11•<:fst

·1'n1l111lh11 com 1101 piei! d'oiro 'fc1111•crntl,111•• 111ç11 •111i11tclr"o e'> l:tti '~'''°'· •) 1:1rl-J11r,·, Tc111::~r:,tl• • 1ac) '"<:111111l•1tcirc)

f(ls~e on\1i1lo 11eln ldtor 1ncra11cnrio, en nífi1111\0·lhc: que 1:i111l>CJ11 havin de 11nerer sf.!l' pedreiro e truhalhnr com 11111 1>icr1 de oiro tem­perado 110 1111i111eiro de c111al111tcr d\:sims formosas campouezai;.

O 1111c me cu11~011 funda e indclc,·et 1110:,iuu c111 tocln <:sta ro1nu· ri11, íoi 11 snbtH il11ii;iio que encontrei dei inoh•lclnvt:I clnrincle pela {·1111ccr li11;1. Nc111 11111 ::ll cl;iri11e1c me foi clatlo ''i:r entre Oli mnsico:; po1111lore~ ! Bnnitlo da f1).l~!ançn í::;tnrclia 11111 i11s1r11m(H1to onde se poclia mostrnr a i11i>piraçilo, o \•al•)r Pü!'S<>11 l derivndo dns 111wlida· elt.!:s inlrims.l!:c<ts do tocacll1r ! Nu11<;;1 <I ln~nbrc cn11ccrli11a, por 111riis 1111c façu, cl1e~(lrii no ar.rcl,(~111h t•, {1 l111pone11cin, 1'1 1nn~est:1tle tl(l tlnriucte. O t<1c11dor lilJ clarinete 1·m11i11hu c1\11111(c, citei•> de si, cara ahn, c:><prcs,;i1(1 e11er~lca, bnfando co111 o l111pcft> e a nnducia de 11111 forte! Pocle111·lhc pi•r aí'> lado ce111 '' iolns ~- \'inle zul111111bas. 1111e Jt):,!0 <Jnc ellc se mctta e111 brio:; e 1111cirri arreme:!.."-:lr 1>ara n ampli· diio 1u111ell<: som c~trideutc e ner,10:>0, 1101111 lhe resi,;tc. () bnrnlho 11\nis C'óntpnclo e expe,;so sçrá 11eces:ia ri;1111cn1u furutlo e o :ioi11 110 clarlnel<: nppnrcccrà do· 0111ro luclo ~l11rioso e fluo. cô11u1 a pont.1 da ltnt\'U de u111 ch l'ist:io, <111e ele umn 11rrc111eltlcla a1rn\'csso11 o duro arc11hrn1ço de 11111 1110111·0,

O ~lu co11<'crti11~1. com o ci\lnrro 110 tanto da boceo, ns bra\:;.1~ buixos, u 1ro1lCO i11cli1J(!tlp, olha 11ora e) chilo e o sr:u corpo, 110 nnelur, 111osLrn j,!eiln,; ele h:,me111 ~i111i,:uclo. Tem 11,;peclo fn$fiento e o sopro 1111e ~éra o :;0111 vê-:::c c111c lhe uflo :;i1c du ~1li11a. O outro 1111d11 firme, olh:i nrrol!,anle, peito lar~o, fiice rnhru. Quando ••llc c:itú enth11sias111ado, scrã mais racil Lirur 11111n alma cio inferno cio <jne fazei-o calar.

No le111po <lo clarinete havia homens: n c1111ccrti11a é n <lecudcuci.1 ! Ó 111e11 querido locaclor ele clHrinctc, cómo tn ol~raiitc t1 111i11ha

iníancia, e como eu la111ento o leu d~appnrcchnento ! l~ras 11111 LO· ca.dor sin~11li1 r, o jJcneroso D. Quixote dn 11111sicu ! AtlC!nS :11111~01 nden:; !

-9 - •

,

Page 17: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

A RTE PORTUGUEZA

O DIA 00 SANTO

J"Juunlu \'h1n11 1. rlf/rc ,, .. "'"""''' 1/11 nt11•(1 Jtl. 0r11f1ic>. J'1"1Ut'lle-> IJIU:. mai~ nhirr/11 f' firmt111t·11lt' rc'c'IH '-'º rn1·on/111 1/t1 .. n 'J..""'''·' t''('f'flllf1 U .. , ,\fw '· rir.1, illt/fltf I • ""'"'; vmprt', a ,·r11c:,pinlu pr ~nru nu11u#11I1111t·,,.· •/mie ,. 11Nri1 mtt•tt,1111 -.Jtpc•rmtc•,.. m)u .. fmp/,. .. 11Jt'11/t" """'"'"'' ,..,,·.,.., q11t' >tJ1 o '/;<1n1n 1/r t·i.Jo pl11 .... /1t'f1 11wryuf' t>rt;:i1111lillwlt 1mpn·1•1..J11, "'''" .. ,,,, u ,..,.,,,, ....... >n m11ir1,fm1/ ,,,. 11mu /11nJu IK'tt..._Q,Ju,/t ''" intt•rp""'' "'-'"' 11 1•r11pnt1 11/111u t ,,,. 11ropr/o\ nt'rl'"' 114111illu q1tt". fiJr11 ''" ,,,- r 1/c11tm tft• ... ;.,; c-tli11/hlmlt•, .::1>_...tfl, lrr11nr11. lltlfllf•'/11 C'(>Jll'11'lllet

(1 tl1.11lo S.11110 Fl'l't'l/U (Jr/11 i'tlfllft llll 1.J1r111/•1 IU•tffl /hl('/Q tfa ... Ji11/w . ..:, a hh:·fllTÍfl 1/a formn, 1/r 11111 rrl/1111" /t),, hu;to r• '''"UM'·'· ,... ,.,, .. 11 t'otll t> :ot•111lm1•11111t11tc•rm•1·h/111/0\' 11mtfro • .: simph·$, - ,.,.<'1tlt1r11 ... < 1-tJ.,a ... h11th11· rtt\ "'' 1•w•r1. 1·11/u l111trm1Mo1/1• rm/11 tc•m 110 .. ,.,, 1lim•t•I ,. "'' \·1•11 lupl.\ "·' 11uu:t .... 11.f!.::r ... 1b-o,\ t•r1wmft;n•\ •

• \'1111111 "'"ª '''"'"r1 .. 11dt1 u111m.l1•r '" '"'-''111·m·11• / .. 111111• th• 1111/0 "Cfllt ' é t•.nUko . - e, .. '111 r11111/ill111/t' h111..fr11'111

u 11111111r01tn·I t, ...... 11u• .. m11 ,,.,,, d/tt, ,,. '"'·" m1t1 Í lllJHIYt'., ,.,. M f1 uo:: ... a mlmirupiti , / h.tlo IJllt' " " ·'"'' 11mc·ftlmh1

/m 1/c· Ju/,•1110, ti.• /u~1,..1d111lc• 11r1•ad11n1t'1/t' /'"''""'"''«'" •"' 11•11ll."'af lit1

Page 18: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

.. .

..

~

• . ,.

' •

. , .. 1 1

.. • " ' ' ,, . ' • ' • • 1

' • .. • i •

' ' • • ,

• • \ •

• •• •

• • • • • " . . '

~o • 4 ' ®'.' ~@ " o ' ~ "1 • , , ' , 1 ·.~ ' .

\ • . ' .. .. • . ti •

• •• • • DE OUTRAS TERRAS • •

' .... : .. • • •

MEIA NOITE DE PARIS . . , -.

POR • • ..

• jUSTl~O DE :\l\.ONTALVÃO • • ' •

• •

1

e1,\ noite .. A meio noite sinf!ulor deste Parii? prima­''erll de guerra, que sob o ameaço dos zcppcli11s está fozendo do seu innlterovel desdem do perigo uma

ro1ca. '

d'antes da guerra, 111111 a reconhecerln111 assi111 transformada na ci· dade do silencio e da escuridlio, desde que os primeiros raids dos taubes e zeppelins determinaram os prescripções poiiciâes que n

· con\liclom o npogar os bicos de jlnz e 11<1 lampndos electricas, a cer· . . . ,., rar as corllnns dos joncllas, a suprimir ns ceias nos restaurantes. e . .

'

• •

Solo d'11111 clnêtno dó Boulevard, com os olhos ainda fre1he11tes do Vfsilo dos ciclncles e aldiiihs <111~ · os obnses ollemuçs lrnnsf~rma-

o recolher pu'rilanamente ao for, d horn hnbilunl e111 que começ!l'vn ' 1 e" ~ •

o delirar. 1

., . ,, ~ ' rum em Po111péins Truglcus, é111 Merc11lí111 u11s de r1eznclelo, erguendo

' I ' .. ,~

em scenogrophlos de cntaclysmo o 11rchilectüra cnhofica dos cosas e egrelus ein ruinos.

Que Paris noctnrno ·imprevisto paro os que relembram a ima-. :,Jem prestigiosa das loucos meias·noltl!s do Paris de ho oito mezês!

' Era n horp vertiginosa da salda dos theotros, e1n que o Boulevard vibrava no pnroxismo da febre noctambnln; o hora sumptuosa em qne os perysl ilos do Opera e da Opera Comicn, do Vaude\•ille, das Varietés, do Olympio, do Gymnasio, da nennissance, de todos os nnisic·lmlls e snlns de esp~ctnculos ·pnrisienJei; flnmejavam como sacrnrios pagãos; a hora ruidoso em que.os ílacres e autos, ao'bu· sinor cóntinuo das trompas, at ronvnm os oolçadas ; n hor~ nevral· gico e oqjincn dns ceias dnnsontes no Café de Paris, no Cyro, no /\\axim's, nu Alba}'c de Théleme e na!. bollcs celebres de J\1ontmàr­tre, 011de os violinos diabolicos dos tziganos dli smokings eséarla-· tes, sob ·O esplendor cegante dos lustres, faziam collear nas espi­raes hystericas do 1011go os 11111lhercs lubricas e se11li·n11ns co~uo colmeias, ú \lolta dos mezas florid11s e reluzentes de taçns de cham­

vo~ne. . Os que' conheceram o n;siiaçilo r. o mo\lf111entn d:i Ci_daqe Lux

Nem 11 1110· lhz nccqsó, se1iilo ·a.d'um 011 outro canclieiro .C:~f?llÇ.'8({0 e morlíço, ás C$<tulnus,. sob os' groncles nbnt-Jou rs 'c~nicos d~ 'zi 1'u;o

• 1 • ' ..

que os côifa111 como barretes ele dormir liurgnezes. Ao lon.go dqs trotloirs raros vultos recolhendo npressados, entre as escuras ·ra­chados muclos, ele montras e janellas cegos.

Fechado o 111c1ru e suspensa a circnlnçilo dos tro1111va!'S, en­contrar tun snpi11 ou um tnxi·auto 11uc condescenda a transportar­nos a estas horns escondnlosamente tardias, €: 11111u chimera tão illn­sorio como o do classico nanfrcgo demandando n vela salvadora no mor deserto. Se por acaso algum ~e 011istn, ao longe, os chauffeurs

' e cocheiros atroz de <111e111 corremos oífegnntes, limitam-se a res· '

ponder-nos com nm ?.111 ! impiedoso· de despolns insensíveis a· todas . . as nossas suplicas de miseras peões.

- Pobres elegantes parisienses, melindrosas ílores de estufl1 a quem a requisi\:ào dos nntomovels condemnon lis lo!'gas marchiis crueis, nos vossos minusculos sapatinhos decotados ã Car.~os.JX. que1n poderá jamais contar o elegiaco poema do vosso martyrio.d6 nrvéloas a coxear! •

Quem como e:i tiver o clesconfnrtovr.I sorte de morar nesté re­moto •seiziême» o que só por irou ln c9nt11111n .o chomar~se, n'este-

- 12 -•

• • ' '

~ . . \ • . ' . • 1

• . . '

• •• • •

.. .~ . ' ..

\ ' .

Page 19: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

' 1

i11ho~1iít'o 1110111c11to, o 1>11irro clc~aul~ tlc.' Pari:\, é co1i1n ~e rc~~ rcs·

:<t1>1!;e hrm;comentc chi plcnn 1:i11ilh;11\·i1t> :h; era.i< noniadt\s-. I~ <1~$í111

u i,t11crn1 esti1 sen<l l)1

pe.lu s11prC$~i'11l 11 \)S ofiriftfrtfls elo 11r,o:,1 r csso o

di1 locomo\'l!:o, n 111 ph i lo:so1>l 1 h;u n po,Ü•ll:1tlo tlti rel':!rc:ssv ü 11a111 reza

e li vida s irnplc:s , lii11 pr·ot lumaclo pelo velho Ro 11:1:l1)a11· l! pelos 110-

l\1 ris ln:; e1) 11 lti111 pnra11cos .

~\tl's <11H': e01111~e 1 fS!\t~~ies i1111>re1•is lnl$, 11t;1s h1s l.(;nlns perej,lri11:t~'.il'cs

pedestre$<~ ut1:11\1~z do, Pnris phi111ln$lirc> <fll(! a frevu e (1 hwr, s<::e·

no!,!rt;1ph(1S ihco111p11n1veí:>, er!-Juc1n nu noite e nQ :;ll<!nCi\'1, cm procli·

:;!losns dt.!cbrs v.ísio1111r.í<>$;

Nesl'a 11oi!e lunar de·Primaver.a i;n1 i11,1c

·\1011 ci11ni11h1111tlo s0li1ur.ímnenlc 11elas ~1111 s

d~seru\s, le11h11 n i11111res:;1i<> de e1Tat, c..;pc­

c tíl clot: so111nf111t hu ln, 11 '11111U e ida li e enc•\11 ·

ludu e lei;!c11dnriH, 11' 11111a l on~~i11<111;1 ida1le·

i'.~1101ti 1h1s cdá1te·s 111ovl<1$, 13yzanci1' 011

C11rllnigú ilc s<:>11h<J , t'lltll 1:u1n1h1s, t0.rras­~\is, C(il1111111at\ls, p11l(1<:i tls c1,1 11f1fl<<01:<-1 eri·

!lindo n1í so111bra azul , parspc,·lh!tlS •Wi.en-

lac,;, !lol> o 11111(111 cúu cl'lrelh1(IO.

Nu p<~nn11jhN1 ~sfnruoda 1le l11ur, os 1no-

1\1111lc1l to*:I 1111111.1:1111 e 111 pro~ p<Jn;Ot-s éti los·

:;nt:s , com 11um nob.rczu d1: linhas •!Il i'.: 1Js l'a7. •

pnre:11cr 1llvc1;~0~· du;; q111: 1::;1i.11111ls lmhitua·

1los a •1ie1• til.! dia. 1\ 1':4rl.l j~1 <l\1 (l·\ugtl~l l!iue,

l'(Hli 11 c1)lilu11mi11 tlnor111c ,;1)1• n lronl11H cs­

c,:nlpíclo e e• Lclhu<l11 \111rtl 1: 1mh1zi111I" nu h1z

:Jloci;il, c11nr11 us A1.:rop11lc:; riu pu;;,;a<.11). ;\()

r 11 nclp da r11 H HllYI\ le, Ctlltlí'I il '11111a ~li k:rill d.I.!

so111l>r11, :t ltnnhlnW nrH\:ll 1ln Gn111:vr1li\1 l: 11111 IO!/O t-spcllinntc llc cl111'idu1l~s. c:o111· o

ohl:Hseo e.~Jypdo ;;11bi;Hl@,uo 1111.lio .. ~·1 11111 11111

'

-t:}•prcstc: p,ct ri f.i~s1cl,n, 1: <1s <.'1;ta l uns clal< ·citlatles, 1l volta, c;;ph yn~~c~

csp1::c 1ru~ :J1mr(la11dn o ;;'c:gr1;:iln da nciilc. 1~111 rncc, pura al -?111 <lo SeJJu r11la11tl11 C'.lt ')'.~11!11 tic11111e1il ti. l.lniro o,;

caci< ri e.gro" , .us ngnns tre111nh17.e11tcs. :1 C111nt1n1 ilos G1' p1t t<1dos ,:.

11111 1111J11solc11 de lrt1v11 u .clc.Hacnr (los c:us:1rii1s 1i1rr111iH-" tio n11Lra

IJl!IY.'.!f·m. ()111110 110 pano ele f1111d11 11'11111 s«c11nrio cl 'o1;cr11,. nn. ii111 ela p~:~.;;p<1clÍ\'ll njnrdi11t1dn tl11:; T11ill <!rie!i, li 1.(111 \lrl'! lcm fl 111a~estudot.

á '11111 pah1l'io .tle lenda. 110111 n;; sllh11chl:>· du:> lo rreões; d<1s 1lo111os

e das c11111p1111illlOS n:1:or1t11h1s, 1111 11hohach1 t'.0 11:;u::lla<1;1.

E dr:illlle .dl) 111ln11 nü! (1<'1 ullo tia Etoile, ontl!! o i\n,;o <J,e ·rriuln·

l')h1) pnrec·e 11.l>rir·sc C;lOinu ;1 11<rrr11 cyclopi1.1:1 <l'" l11f111l1·1); a u 111!11i<la•

cio~ Cmltpos ~l.~soo:;.;, "ém vil''ul11u1, ,dir-;;e,in tnd!i' hrfi11l:t1 e i11t1il 11,c:

h1}1, s<)b .<I pual1111 t1'(1iro · < Ir>~ :1stro~, prolu11y11r-:;e 1111 1ni~1tgo111 sido·

ra l iln 1>ia·trn·11·n.

~ " - ,.J~~ ~ o;~.J---_.

Sot1. 11 cl:rri<h1dc clcclric11.,<fo luur,,azulnndo o 11crdc d11s rel.va­

dos, os arl'orcdos 1~11trctcue11cln·~11::1 11r 11 re riciü.p1r,,richr1s1J .dos ru111os,

l omau1 a1)fJare11t•i11s de 111y1lrol~!,!ia, .. unfrc t ) s ilc.:h<:io s11nl,1unti:: do

pu r11 11t· atlor111cc i<h>. V.ou .:;cg~1i111lo p,(>la~ ülléa11 clcs1~r.t11s, ço1111~ e; 11~an(n(lns ;;oh n luz

1'ôh11!!11oh11·.t1l, d' u1l111 magra tão t11}1slcr·fo:::a, q11e se :diria pnlti ilonlc

il'11lmns. "

Gc t•cp\;ilt.; , u'11m h;:i11c·91 pcrlll d.o llll1('i~sn v. rclej:i11Le onde

ul\•(•ja n . esl nq111 1>c11saHva ele Duudet-, ;111h;l1J d11a~ form11s. Um 111i·

l i lnr ·~ 11lna mulher. 1\111hv:\' cm 11lc::nn j1111<::n·

t 11ile: Nt'io t<e lhes· tli><li11~11t:1n b'e11r tis fei· '

l

\;ttl!!:', na pcn11111brn•. 1\!ponas o l>ri lho <los

de1lfes tP~IJu relnz 110 sorrí·i.u tia <:ah.<:Ça

VE:1:g:1t1a sohr.e ll h(hnl>ro 1ln , l1 11me111 1 •111e

lhe cii1gc C'J h11sto 111)s braço::1·.

Nt'io fnlln111. Ul1iclt)_;; 11111 çontra o 11111 n»

c.0111p 11111 !\<) cor110 ~~[ali11.o, c•i:;q1u:ridos. d;1

lol'ment'a 1111e n :\\t)l\le o 1111111do, n;111 :::e11!1)111

sc11ilo n lu1r1n1111ia d(111oilc , do h1.1r, cln·si le11-

ci() e; 11,1~ l)..:;tn:lla~; no dh•ino 111iln!4rc U;I pri.·

11JH~'ilnr (flll! Íi lZ 1~ i.1Jrn1·1 1:1J1110 1111t;i l}~~o. ri

S cre11i<h11le .. • s1111lto. .. poesi;i '! U111~1

VO?- :serr1.1\11 dc:\l'í~ 1l11s e1)11s1 ei1; 1~·ves, (i!•c.. l lUiJ<I 111 n !IClltl) (!'111',sí , li@ 1.:llt'll~'fl(l pro Í 1111!10

- 1· que 11:;10 ictlln, n1~!<1110 1111 li11r ~~1r d'c;;lt1 hora IN1i,iic11,. s~111!0 do 1tle r11<1 <lcséj o hn·

1n11111): ct.'l: i;;ti r, d t:íl'11r 1111 JC'rra 11111 ~-orn~1i1>

011 e.tu fíct,ll tl !~rn V<l•l•) o 1•c.;.~ 1 i ili<~ dn 110"°"ª

,Pussit$!t111 prQ)cci;rr U· nos~u l'idn pur•t oll:m

dos cul11cly;,1111)s e tlu 111vrlc.

B~ll11 é o i>i len.(lio, bello 6· o hmr,

l>1llla (· .<1 1111,il C: l\:\l'IH0 :1io;;;:1.

E' !ui a ím"liilidnalú 11hsor1u elo par umor f)!\10, ;;oh a 1111z i111111ensa

tio infiaiilo, ql1t~ perg1111!(> 1\,; ;ll"l'tlrés, :10 (;~11 0, ilO j)\ll'lJnC c11ca11!~id1~ :• -S~d,ci;; l(\I(; hí·I 11'es1C: Í)1,s tt111le rltílhl'íc~ tl'hOlllt:lll~ CJlll:l 111i\1

pc11:;11 111 ~c11úo 1)1 11 milhlr, ent destruir ê ·llm e"11 ein11i1u11· '.'

i\!cnl11u 11u voto me rlisp1111cle 1u). s1:'.~r<:do dn 11pile ind"'t:ifrltvel.

:\'\ os, 1i'~ssc 1110111cr11 o, 11~ tloill' n 1 11n11t c~• 1~:Va11t<1111·~~:. I~ 1>chl " c111i'111 ô soJtl~ulo, npvinndn·sc• ,li 111ut1 11111lt tH, drtr o prim(;in.r pa~so

h"-;;lfn11rl! solln!" a 1111lçu pe;,ra1il q1n! lltt; 11ilr1 foi i111111 ut~11lt1 - Clll· q1111nt.o n C.() ll•Pí•llh1)ir•\ lhe! c1f1;:1·cr t:i 11111 <Jri)~n111e11l e o l>raço, pttra 'V a111[1t1nw, .como 11 tnnrt 1:rca 11~'a 11111: te111 u1 1:do ~le cair . ..

1~-·---J..~i. . r--­. '

- l:i -

Page 20: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

/"" / ,,, . . -.

.. .- . ....

... 3

-

UMA PAGINA DA GUERRA HORAS-·V AG-AS DE UM SOLDADO

-··----- -• ---- ,, ____ ..... _ .. C ORt";{ES P0~1DANCE

t ... • .t 1 ,1 1 t 1; t ' !OI~ • lo\ih 'li(ll '111 ~li '

• fot1 tfl\•• ilil' I l •tl 11· o•I J \llo1t1J lfolfiliofl • 1 lo - 1 .. ,.»J,1 I UI~•

DES AR1VIÊES DE LA Rf.PUBLIOUE J·' h .1 11 ' "' ... fi\, t •. , f • t ~11ul;)•.: \•t>,\,O• :,t:.t-.;.

.... , •. ~, '1.tll.-.111t1. ' " 11l • u. , .. ,,.. , tlf , ..... J , ... li••· ••

•• ,

- - -·- ..... . ....... ~---

FRANCHISE ... . . .... -.-

. ..

. -......

0 .... . o·

... 110h ! /li /Ji:li:·/1'011.~'(· ! ... Nem vo,·l!s <inlc111U111 a l>rutalid:idc e 11 .grandeza c::>:ln1-h11111un.a" llc luclo is/o. Com11 eu 11enli a i;oneienêía de que ~011 IH)111em p;1ru me lor11ar simpl<:~ mola 11'e11!a moni>!r 11osA 111a11nina ele nwtar. F on:im-sc º"' 11 lt huos esc r 111111 los - cl un 110 1in lama, com<> 1111m bo111 colchf10. 1\' mi11hn roch11 i:i;lí1 o campo juncado de homens rnorlos, de cu ,:n llo .s tno r 1 o,.;, l'~11ucs • • dn lrcme 11d11 c.g11n ldatl e do nadil ! \1 h•o e11!errado ()111 co,•ns ele cluis melros de profundidade, com.JiJdo até <1os joelho:>. A cspln:,iarch1, prcudo·u nos p11l,;;<1s, par11 não ser ,;nrpreltl'n·· cli1lo, emqunulo e.~pero o IJrnnde 1110111enio. O i11s!i11cl1> !'11pre1110 é malar. i\1orrer ·1 Tenho ltt h:u1po e 1:on<·ie11ria puro pei.,;ar n'isso . • . Quando repOutiO, srismo 1111 vi<ln ... l~ u 111lnha snndadc ! .. . O 111eu Pari:;. u mi­nha nldcinsita ::nloi<1 ! . .. ,.

N'e::los pnluvrns hu 111111\ ~rnndc dúr qnc se estagna cm resigoaçl1o. E utru,11'.-:1. d'ellus, ct.:mo o 111t1r nu concho de 11111 busio que se i.:olc ao 011,•iclo, 011,•e·sc lodo o frugur tl:1 lo11!,!i111111 Lonnentu <le ferro cfogo de oude 11qs chç~t1111.

C11rlu:; Frunro tn11>nlhu,1u e111 Pnris na sun Arte. quando lt terrivcl serpente de roscas de :iço c1u<:l é a iJncrru, ~lo' começou a eur<Jscar· uo;' povos. l)ortugue1. - trepou-lhe ir cubcça o s11111111c du ro\·a ; atirou pura o lado u plll&tn e 11s pincci>', e pnrl h1 tn111l>c111 . N'e$LC 1110111e111o, é sol­

di1do de 11111 rc!-!irnculo ele lei,Honurio~ eslrnn:,teiros, t;

bote·1>1e 11r1s lirthus ele foiJo. Ouclt:.:? Nem ellç o sabe, uern cfllC o soul>cssc, podin cliz.ê-lo. \lae na Onclu.

1 eAA. r (!lP \p.t, . .1 -r- ::-2\ ç• , . ,..r, . ' ~1 1~../J..- v......o.. Oli\\(l. . u..,.,_ C11.· 1.,r....._ 1/ .

1 0 1l{c {}A~Ct..lv ' A• ? 1 (\,- •

lí'VM- .llM~ f11JJ. ~V-A. . 1\j ~~ ~ •. ..

~ ('rt)-(1 c).1 ~'t-~...:.i . f~ flJ./,,_.~ l.>v'. ,.,..<,..(f,.i>,A.z..:.. <wi..aÂ4

/}t_ ('- ~-::J:i:_ (1,,Vo<. v.,i .o '&_.M.M- (J-;_; (.Í! ,t'-"Lf:...,"'":! . ~"°t.~ .•. ~ ~~~O.... C.r,I, \\.(_,ifk. ~ Í~-.!_Qt,{/) ('-l,)..Ô ,l~VVvtl.

1t\:. . ~ . . (U4 ,~~d2-~ . ~ 1.~ .... :~ "" e. t.~i: ~\b\ V.; (\,v\J~ n !~ Lf i..:. ~ ' - • •

(fad..v,J. ,:;~· vt_..v,, ~,,.tw,.#~ aJv1,iµ{' . tfJ'O li A, .. • i~s, lifN · · ló/l ... ~q~ I~ 'f '~ --·- -·- ·· 1:.:1~~··«r ,( '~i·$·~í' , )lt:· .5; .. t,. ~~"':-

- • .. ~ ' , 1 -f..$1. ~ ~lt \( ·~i ';}}"~ •1Pnr 11úbr1! n 111111lm cJboçn,, n.; )>.1lal' s110 1111m o~chôstra. 1 ea111 um ·~ ~\; ~ 1. · '1 , -..,';~ '. i ".V• ' rylh1110 1Jri11ol. ;~· ci:; 111pc:1 :lo ! e· c11f•r111!! 1» 1 ·""' . -i' l{f' . .;) r' . ,1 ~ '

Q111111tl11 ~le~c;inç•n, o nrtj .. tu que Ira sO]l u furth\ ele Carlo3·fnínco, t .. , 't'J'I.... ..~ ·! l 1:111 r(•l ..:ui-s() 11 clci:cuhnr, a 11111'1 t11'aru rci•tca de sol que lhe clel>-enr.e- ;i: · • 't · ;' ' 1 ~ !~ele 11~ p:·:bo:; 1loriclos 1111 es11iu1tarcla1 de noite, entre o::: ciu11nra1l11s 1 11111ocl11rn1do,; tlc so111110, e ú lu1. cl<:. nl.!luln «f:trrapo embebido num pe­da~·o de l,!orclnrn que 1-!•m · dou e derreleu 1111111a l;itn \fa;;in de conser\'n>t . • •

S:lu dv ln11i,; dc~sc arlista -solcl;ulo os croquis 11ue em111olduram eJ;las J>lll!itmi;. l'cqucnns nolu:t, a1>011tu111cnt11s rap idos, fn_gidios e pcr-1 urbndos c,;bo,·o~ <hnnu ohrn futura, ellcs va lem como doc11111cntaçiio \•h•a e dirccln clu ~nerru. Por dctraz d'cllt!S, llllC, ao·chegnrem, pare­tem tmzcr ~·om,;iyo o cheiro dn pol vorn lJllCimada, - flagrantes como tlcdndns de sangue - nós uilo :id \finhamo;;, 1;c·11/i1110:: latejar jnulo do 11os:to, cm coutuclo com " uo""'º• o con11,:f111 co111-1cslionado ela propria

, 1 i111 rra, - o dorido cornçilo desse 111011~1rn-\ler111elho ele 1111e o ~lei;e­nhndor 110$ ftllln. Onhi, do 11 11c nos su~erc:tu. e sohrc.!ucln du forma por c1ne 110 lo s11~gcrc111, o pttlpiiuntc i1111.:re5$() crc:::1a:; pagi11:1s e das mais que Carlos fr1111co nos 11ac 11m11tlnr.

I ' ... ( ~-y r , . .•. 1 SP, <1nle$ disso, 1111111 hnlc1 niio lhe: enregelar ele toclo os dedos» . . .

Porouc, senhor~s e scnhvrcs, co1110 c•!)lào a ver, es1es pnpel11chos 1· 1·~h1 /\rlll \IC;<:m· 11us de bcm lougc., mnli(l \unge-do ·· __.,...-!li---:~ bcit:a-1\ \nrlt! ! . .• Cur,i(Jc~ c11hi<los ela l7ornulhn, arde nt:llc:: . h1tc111c, o foi.to que n 1Hi111ê11tu. E <111ei111a111 !

1. O 1ilo111iio11. -2. l"11silume11lo. - 3. formi)luClro• 111 nc\'e. - •I. RondnnJo. - 5. fQ~ol -G. t~ucm ~001 Ili? - 1. Olh1111do lio lurgo. -s. Urif ferido. - D. Prísioneirolf h1ccniics. - tO. Ar<lthnrln cm mnrclJn. ,,, _____________________________ __.

Page 21: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

~~ ACTUALIDADES

·- -

O ~·· nhrr Pi111cmn tio: C::•lro fnllnudlf:i mullil!no.

Em freme n11 •M11111lc1>

'

Sema11:1 Santa. A 1>0rtn de 11111n <!!reJn

· ~ r /1 •

tf f fllttUt111111t1ft111111-.11111111t1tltfttllfllllftlltl t1 lttl111ltlll ll1ltllllllltttt111111111111!

Ni\ i'(ll!.ITICA E Ni\S E{l1i~.J1\S .

Pocle 1lizer-s11 ·1111e a Polilicn e o l~gr~\ja, ai(• 11qui 111ahl\•inda$, tC!1:111 c11tl'llclo, 11hi111n111a111P, 1111111 ra111p11 eh! rccouçilinçi10 e de 111111 no,; 1:011ccssi1cs. I~ assi111. c111<11in11lo n S<:111:11u1·Sn11t11 no!' tn111x1: a ccrl<·za tle <fllC a f tl relil!iORll 011g111en1a, pcj:inrln n,; c!J,!rcja$ ele fieis, n~ 11111nife:;1n.;iie,; de s imrarhia 110 :,!ovcrnn, lec111, por !leu 111r1111, proviulo <111e, t•tn vc1lln do :;r. Pi111c:11tn ele Castro, n:io tem. lmnhecn. 1lei.w1do clC> crt-sccr 11 fé do!\ CJllC crc.e 111 110 :1 i\('lluções ela s11;1 pofi(icn, e p•~jt1111 as nms - 11 ·11clan1t1·ln .

. : . . . . . . . .

. .

. .

. . . . . .

U111 rspectndôr que !<C 11íl1> 111~11?fo~t:1 •.• Scm.11111 S.mt:i. - ,\ 11111tn '"" fieii: crC:~cc.

Scmnnn Sn111n. - l\ns runs. Ecmnnn Sa_uin.- Horn úc cndocnçns,

- IG -

-~ •

' •

Page 22: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

SEC AO FEMININA r <·­/"

Dfln(;IOA POR

0 . A.LBERTlNA P ARAISO

PROLOGO

Qucritla fe;101a : vi11Los dizer-lhe que e11co11/rara aq111 11es1a secçclo f enzini11a tla CONTEMPORANEA u111a dis~

creia 111u.za <fe /raballro, oade a'c71ará a tlescri.;rçào dos 111ais nzot!ernos trabalhos j e111i11inos, as 111a1ore.~ T1ovi­dades sobte 11rodas1 e á ''º''ª tia q11a1 co11ve1sare111os sobre estes ass1111/os del icatlos, oer111ittindo-11os, tt,1na l'CZ por ou1ra, tlar- l l!e os no_sso.~ co1iselhçis~ escrttpu!os~s e praticos- sobre toi lclle e '1)1gie11e, beleza, re,~ras tle coo1101111a tlo111estu;a, c11/11u1r1a 011 c/u1111ca da cos111ba, e11trete1rcló e111 su111,,1a-o seu espi1'ilo co111 tudo aq.!tillo que 11odc e dc1>e itileres.~ar 111na se11/Jora de educação e de g·osto.

Fallare111os ta111be111 de .poesia e de arte, tl& conforto e eleg·anci a tio lar , f a/!are111os tia 11id.a 11utnd.ana e tias T11odas 111t1is recentes, o que entre pes$oas ilo no·s-so se.i·o é 1i1dispe11stl 11el ) e fallare111os :w111ip1'e e1TL êsl,1!0 nritura/ e Sl'1TI vrelenç.l}es, i;o1110 deve ser entre 11essoas tle bonr .~osto .

Os lra/JaJhos / e111i11inos, f iles corno o filet 111oderno) os 11011to$ abertos, os clifferentes /1c11ero~ de arte tle­coratb·a1 1,~rtlo nesta setçâo 11111 tog ar 11111ito especial, por saberruos. quanto intcressarn ti "tortas a5 senhoras <.! /IL [!/!.f'(/ f.

~ At;ai te111 pois, queritlil l eitora, a a1iresentação que resun1ida111e11te faze111os tlesta secçtic que lhe tfetfi­.éantfiS, - e que esperarnos lhe agraden11 leitora a1ua11el.

-

A B EJ_.LEZ L~

DISSE, niin ,:ei tptc nuctor, que n hellczn crn na~ mulheres 11.ma armu poderosa pura lucu1re111 co111ra (1 cgo1s1110 mascnhno e c111c todas t inhum <1hri~11r1io de ser bellas. Ha uma \1Crdade

n'esla nffír111açilo. Sahcmos n111ilo l>cm (Ili~ nuo ppdemos conqu'..-;l.ar , apezar.dos melhore..; desejos. n.l>élh:za cl.11s:;ic11, que resulta !la regn­l:triclade dos ln1~·os, do har111011iosn propon;llo d{ls linhas, d11 euri­llnia dos 1110,1i111e11lo:;; nô e1nla11to, lm 1111111 ou Ira hclle:r,a muito diversa du que nos f<>I l égntht pelo ci117.CI immorlnl de Pl1id-ins <111e toda,; :is m11lhcre;; podcrüo cn11scg11ir dcsenvol11er e n1icrfeiç9ar em si.

l ~&lll l>ell c~a 11 o resultado de diversos clo11s, de cuidados espe· cines <1111) ncnh1111m· de nôs d<:vc des1)rczar . Pt~de não ser 1le 1111ia r c!Jularidudc 11hsol11t11, mns nem por isso deixar (l de gosar dos prh>i· lcr•ios. 1111 in íl11e11cín, do uscentlenfe, demite dos q11aes, cm todos.os

o ' iempo,:, se:: cnr11111:11 111 i;empre os lamentos <te· 'todás. as r..aças. P rou-dhou os;;~\leru \IO 1111 ~ 11110 cxh;th11n 11 111lheres feins, 1111e·t odas. 11indi) as menos favorecido~ pclu nnt11re7.n , I cem um particular ...

E' claro que u bellczn póde c:d!?l ir, mesmo em uma pe~soa' .c.Ie sande dclicucla1 em 111110 pessou 1toc11tc. Conhe.cemos se11lj9ra.s qué elevem ao s<:u Lemper:1111c11 to ínl!Jil 11run certa graça especial , uma 1nor­bidaz nlln1hc11te, 11111 o lllur languido e profundo, um rosto finamente cmpallídcciclo, dos 111ais delicados contornos; ruas, em geral; a saude lr.1z com•í!~o o pleno desobrqchar da bellezn, e até· ela fcliciçiade.

E' a pnrezu do sa11~uc e a suo riqueza que. dão ú pelle a trans­p11rencia e a f rescnro <111e os pós de arroz e os cosmctiços $6 ím­pcrf cilamenle s11bslil11e111. E' o sande que se nffirma no .contorno das liuhns, 110 pPrfei~ào das fórn1ns; é ellà que accencleo brilho aos ollios, que pve o carmim nos lubios, que empresto nos movimentos, aos ',.!esto~, e :t(> andar u aninmção, a elasticidade, o rilh1no, todo - . esse co11j1111clo de J'lequenas cousns' qne encantam.

Pt>rtanto, 1od11s os scnhorn,,_ <111e queiram ser l>ellas'devem prati­car <'0111 ri~orosos cuitlndos, priucipalmenle, 11s regras da h:Ygíene.

1\\as não se .,;onf1111clu o dever clu belle7.a com o cuidado exces­sh•o e ridículo d(l 111od11, <111e nem ~empre é eslhel'ico, e dos adarnos, q11C! não silo mu is ele> <11le accessorios. O dever da bclleza é primei­ro do que tudo u obri~uçào de conser\larmos a saude-orige.m da balleY.a d11rudo11n1, p<1r nuin hyf.,!ie11c intelligen tc ·e 1ni1ã' viclit nor-111111: :is~i 111 como ' lc as:'cj.J11 rar (i mocidnde, por 1111111 b.ou educação física o vigor dos musculos e o <lci;e11vol 11i111cnl'<;> harmoJJiOso ela

corpo. ê' preci~o. pois, e\1ít11r, 11111u1lo possa ser, os cnidádos, as preoccupuçõc.« e aííastnr do o~pi(ilo as Ideias torturante:; e muitas veze:; i11j11stíficn(las, ctue acobrunhnm e e11lrislece111.

A \1ida, infelizmente. não é feito de alegrias. Pr ccisttmos de 111uita philosophía pratica para c11r1111r111os 111ntas vezes a c.ab,eça, e esperarmos que passem as suas lempestndes . ..

• .'\1110 nhfi L11do será 111el hor . . . cst e cl 111n 11!1à i! o f 11 tu ro, é a es·

~er1111ça, é a fillr que d.esabrochnni nn 1i1cio de milhões de espi ­nhos . . . A tristeza, o.aborrccimcnlo, o 11111 11 humor, a colera como o. riso c.~aggerado , al lcrn111 à rc~u loridnde do roslo, e . contrah~m­lhe os trnços. Prh11eirame11te, <le um 1oodo impercepLl vél , des( ­nham·se os sulcos no phisio11on1ia.; depois covnm·s~ ·111ais p.tofun· cln1nenle até se tornar.em r11gus indefeveis-, marcando o ffo1 premu­tnro de nmi1 beUeza, cujo· reinado duraria aiucln, se·á· ah11a,.1i0' meio 'las. tormen tos h11111anes, tivcss·e sabido guordar a .s11;1.$~rerii(lade.

As gar ras do tempo, a tlln~em mais de1Hessa e mais pr.o ft.111cla­níenle as mulher es ner vosas. Vihrnntes -e ·i111pressiouu11ei-s, os me­nor es acontecimentos perturbam n'ellos o 'clecor rer regular <ln .sua vida e causam-lhes as mais contradictorias emoções. A, mobi l1d1tcle da sua. phisronomía augmeuta, os muscuios clistendem·se, a pelle afrouxa, e a har111onia cios traços perde·se. É pois preciso luctar contro este estado nervoso, npreJider a dominar -se, 'aífa~tar do oa­minho as emoções fortes, querer ser calma, e repetk a si propria: - «Eu preciso de tta11<111illidade1).

Depois, obser\lar as pessoas serenai; e ponderadas da sua e11-1011rngc e cmilal-as, copiHr·lhes n mancirn de proceder, E asso· cia11do a ideia ele calma, de pa'l., e de tranq11illidacle n· todos os nos­sos actos a~buremo,; por vencer o no>:so nervoJ>ismo, p.or 1to,1er­nar nm pouco a nossa sensibilidade, para \!Í\1er1110:; docemente e pncificamentc socegados.

O rosto encontrará de 1101•0 o sna frClic11ra e !JS seus traçós, a ~racioso simetria. O de\ler du bellcza, ligado intimamente á pratica do higiene, está ta111be111 li~ndo ú moral i.<1de, e a prova é.que as píl i:-.ôc.s habitnaes da nlmo refleclem·se muito na physionomla.

Deitemos evitar. pois, sempr e, ns lo11g:;i,; \lii,!i lia.s, a luz <lcmasi11-do intensa, ns r efeições muito copiosii:; e prolongadas, os excessos, ·as -fadigas e ti1do <11111 1110 possa de.«t·rui r rapidamente.a heller.a., pnra dnrmo:; rniào ·iÍS off ir11111llvns de Prondho'n.

' . 1-- / - •

Page 23: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

' •

1 • • •

• • •

-

'+ 1. 1 1 1 1

o o o

o o

1

' 1 1

1 •

\

l

·- - - - - -

• 1 1

' • 1 t

1

1

1 1 1

1

'

- -

• • -

o .

- __ ,,.. __ ,

o D ºº il t>

Po o

ºº

C)C

t

o

1)

1

1

1

1

1

'

1

1

1 ..._ ______________ -- -- --- -· Desenho n. 0 l

)

ANHO 1 NUMERO SPECIMEN

Pateo do Pimenta. :50_ a 32 Lt$BQA

ARTE- D

• •

, ,. " "

' •

' , I ,

1 1

' \ ' ...

• ' ' •

CORATIVA

,

-... • •

' ' ' ' •

\

• ' 1

1

1

' ' I •

;

" , ,.

-

• • •

• 1 1 + 1 1 1 1 l 1

~ ' t ~ 1 ~ , , • • • • • "l!r"--~., l

, •

1

"'--- - - · -- -- -- _______ ____ ....

1

' 1

' 1 1

1 1

1

1

l

' 1 1

1 1

1

l 1

1 1 t

' L.

(

~-, # o

--- -- - - - ---Dcsenlze n. º 1

• Ver o descripi;Uo

-. • • .

• • • •

i

'

1 • 1

' 1

' 1 1

1

' 1

1

1 1

1

1

- - - -- -· •

o paSl. 20 da Revista

• •

Page 24: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

SEC ÇÃO FEMININA ARTE DECORATIVA

(

e aixa pnra chá, e m ma de ira pi r ogravada

(De:;enllo 11.• J)

J -:- . ' . . ' • t '

1 ' 1 t

1 '

1 ' t • t

' t _.

O :deseho1 original e pri111Qroso, foi man­

dado exec11-tar cspecinlmente pa~a nella ·ser

pirogra\lodo. i\ pirogravura de\le ser ·feita ' com muita leveza, atfeudendo ú del icadeza

do desenho. E, conforme o gosto da pessoa

que a fizer;'poclerli ser colorida 011 apenas

envernízada.

Se fõr colorida, ficará l>em, 111andando-se

polir. As figurns podem ser encnrnadas e azues, as arvores em differentos tons verdes.

Se, porém, V. Ex.• n pr.eferir só pirogra\lnda, sem colorido al­

gnm, ucon~elhamos então 'f1 ·que lhe <lêcm. uma a!JJ1ada1 !lO fundo

µos desenhos, cm verde claro, pôr .exen1pto1 deixando ·a pirogr-a­

\lura no notural, e mandando-a lfoli r depois lambem.

Paca d e cortar pa11e l, p a ·ra escriptorio, c m madeira e ncarnaaa

( /)escnho 11. • 2)

Muito originnl e muito bonita esta faca de 111adeira encarnado,

com o cabo ~uornecido de metal rcpôus~é.

~~;·~;?"":;::::;---------- )

~~~~)~~----------- ·· Bstn!'I fncns, em mndeii·a coral , foram nmnclada~ \lír e:i1.prcss-a­

mente, pnra a Uo11/e111poranca ·ceder i1s suas leitoras, como novi­

dade 111111lo upreciavél para llrindes. Co111 700 rs., cuda senhora

poderil ol> ter 1111111 desfas lindas facas; e depois, segundo o rind1s­

simo desenho <1ue para etla offerecemos hoje1 guarnecê-la de cobre

repoussá e offerecê-la como brinde galante, para se h~r em c ima

duma secr etaria. A macleirà e ó desenho :;uo il11111a al>solutil novi­

dade.

Par•à a execução do cab.o, queiram V. Ex." cliril,lir-se á .cffrec­

torn 'destu !lecção, que ella ensinará o cxplicarú, por cscrjplo, ou

em lições, a forma ele lratialhnr primorosa111entc os 111etaes rt:­poussés.

e-antar lnha portugue~a e m barro, com a pplicaç ões de e s t a nho «rc poussé))

(Dcse11//o 11.• /3)

Era assim, de\lia assim ser, a cau­

tarinha com <1ue o sr. Joflo de \ Tascon­

cellos e Sf1 se lembrou d~ -fazer ir â

fonte a sun J\'1argnricla, ela celebrada

aançiio de que nós todos tafito gostá­

mos ...

E' lindissimo este modelo de can­

tarinhas portnguezas, com o pucarinho

na l>occu ..•

Este modelo, lançado como novidade

pela Co11tc1T1pora11ea. para as suas lei­

toras, e absolutamente fõrado mercado,

custu openns 1 :000, em barro especinl fi11issi1110.

Na pnginn dos desenhos, clames f1s 11 o;;sns lei : oros o tlesenho

ciuma l incln j.j 11arni~:.So em metal, r c11011sst!, parn ornmnentar as lindas

cantarinhas port11guezí1s.

A direCtora desta secçãd, dará t odn~ as e.~plicuç(les, particular­

mente, por esl·tipto, sobre o moclo nilo l!ó de a orna1nentarem;

como í1q11elh1s de V . Ex.>• que não saibam repous.<iJr os metaes,

sobre n forma de tral>alharen1 o estanho.

O QUE DIZ .i-\.. MODA

•••

'

A suin ·ampla, annuncinda ha ji1 alguns mezes, 'lo'r-

11011-se 11n1 facto coi1su111aclo e excedeu toda a' nossa ex,

1»ectu li \la.

Q nem podia snppôr uma m·od i fic.:açilo tão extFaord.i­

nnria? ! No e11ta11to é certo, certíssimo até, que as saias se fa -

• zem act11ahnente com seis, oito e doze metros de r oda,

dispostas em pregas fundas, franzidas e111 volta da <;in-

lura, imitqndo as verdadeiras saias das lavradeiras -011

ainclo franzidas nas n11cas por 11111 grosso cordão. tv\uitas, e tal\lez

sejam em 11rn11dc moioria, têm u111 ernpitJce111c11f nns ancas, pal'­

llndo -<lalH o resto da saia • .Est:1 é n 11wneln1 mais simples e pra­

tica de · e~ec111:t1r 11111a saiá moderna. Os bo1$.os to1·ll'am-se ind!s­

pensa\lcis n'cs~as saias e .fa;r.em-se das mnneiras mai.s d iversµs e

grac;io:;11s como adorno e utilidade.

A marca typica da moda. actuat das saias é serem muita curtas, . . ol>rllJando assim tGdas as senhoras 11ue <111elran1 seguir ti risca, a

modn, ao meticuloso apuro elo seu calçado1 que precisa ser bom,

bem feito e elegante, preferindo-se as bolos, extremamente altas,

a penando oa frente com cordões ou ao lado com l>otões.

Os cn11os destas botinas del.'em escoll1er-se em pan.os muito fi­

nos e muita claros; por exemplo, côr (le !Jrilo, beije, grís e l>ranco.

Como em modas não fia logica, os corpos, l>llra com11lemento

dest.i.is .sliios, !liio acanhados, danclo ú si/ll1111el<J a linha .elegante­

mente e.vquís e pres tu111lo-se, no seu co11j1t11cto, a fazer sob.re­

saj r 111als a !Jrnç,a dOl> seus contornos.

A estes corpos apertad·os, associnm-se uns pequenos e cur­

tos boleros, e as jat1netas zo11a1•1.:.~, muitn 11raciosas. abertas á fren1e com as 111a11gos coinpridas nlé meio da mão, aonde aparece

um folho de renda, 111011ssclí11c ou 1111/c.

Ha ta111bem a notar que 11s golas este ano leem que representar

u111 papel ·imporlante ne..<>tes )lestidos. Para cõnlpensnr o excesso de

nudez <1ue os decotes de. rua tinha111 attlngido, i-t mod;1, ess<i l)•­

'rn11111a h11placavel da ooquel/erie, delliberou que se uzcm as golas

ex:trcma111ente ai.tas, i ndq atéat) qneixq ! Que suplicio para lo,las . . .

Umn ~rande <1ua11ticlade <le· mo~lele& se apresen.tam neste

genero, em tullcs vaporosas, ruc/les, distanciadas por finas

rendas, e fitas de: seda eo111 folhas de tulles.

Estas golas, na sue galar\teda deseuhnm graciosnmente

as linhas ondulosas em volta da cabeça, artisticamente

penteada, com as beUas c.oiffurcs, estreitas e lindas aa

moda act uni.

~ -.

lv\ADAME RtCHARQ.

-20-

Page 25: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

• •

• '

'

• ' '

. . '

" • • 1 ,. ' • • ~. .• •

,

Corrrei.0. das Senhoras (' . A seeçilo .fenílnina q1fe. A Cont~)1JpÓ~a11a'a ' , abriu , hoje nas suas,paginas destin~·se não

.só a orientar, dirigir e· aconselhar as suas lei­forns, como a prestar-lhes todos os·' ser viços de q1íe porventuracareçom. Desta dependen· eia da nossa secção' foi incumbida Madnme Ri­cl111rd, umil senhora .que é autoridade dn maior compete.nela em a;;sumtos de interesse femi­nino e- a que as nossas leitoràs se poderão di­rigir con~iantemente, n'ão só para as-dirigir so· br.e a e>1ecuçilo dos mais modernos .traBalhos, coll)O sobre t'odos os p~eceites de h,9gicne, re­i,gras ~~e ~avofr,,.,vi11n~. de econo1nll! do1ne.slica, scjencia e confor.to de ca~e. ntediéina caseira, .cultíira fislce, belle.ze, ·etc. ·

Madame Ricllard, respond~rá gratuitamente a todas as consultes e perguntaii, a todos qs ped_idos, por ihtermedio desta revista, na secção que abriremos no seguinte numerQ, com o ti­tulo Correio das Senhoras, ou particularmen­te, remettendo-lhe unta estampilhll. de-25.

A todas as senhores, Madame Richard rece­lierá carinhosamente com a·affabilidade da sua alma e com a discreçilo e alto c~iterio do seu fino esphllto. . ..

Esto corre.spondencie das léitoras ,co1n Ma- 1

djlnte Richard ser{t de caráetér absolutamente particular e reservado d.eséle,queas Consulentes

'. 1 .. 1

• •

18 .·

• .... ; ,.. ' ' ' r 'l .- ~ _\llJt.~ . .... J • il. ~

.-:. 1 -

" .. .,

' ..

• •

. ~

• •

• •

• • •

/ _.:~\ • • • .

' \

·~ '.!\, .. • •

• ~ ,

i •

' • •

1

• 1 •

• •

, cli'ríjant· as .suas Cf\rl,1'.ls/drt segui n'~, fo\·me : -

. A .J)IJ({ààme Riv!lar'tl .<1i-. . ,., Redoeção íle «~4:lonte111 por,a1rea

P)lteo do Pirnen'ta, 52'- Lisboa A directora desta secçilo .encarrega11e çla

reméssa e .exeeuçílo de todos os objéetos de arte d~orntioa de 'que de.rn1os os d~enhos, assim:C-Omo de mandai' fazer chapéos, vestidas, enxovaes etc. pare o que está em correspon­dencia eom !lS primeiras c:asã,s ~prume_(eiaes do paiz. Trat'1 da compra de oQjecfóS' 1'ara brindes, rend~!I pontngu@sas, cr-ivos de.'~\úma­riles, loiças artistlcas, boulados e toélos o$11ar-tlgas .de ~(ln11ora.s. ,

Os pred1íotos de belfeza, fiCOnsellfa<los p.or Madan1e-Rié11ard 1 são todos ·receitE(dos.por u1n medii:o destn especialidade e feitos por 11111

chimico de Jargo experiencin, com os mais . ' escrupulosos cuidados, afim de assegurar ás nossas leitoras a efiell.cla dos preparados que lh'es forêm aconselhados por nós, Visto como todos os dias este genero de pr-Oduetos está sendo atirado ao mercado .com a mais abso­hrta falta de conseiencla e seriedade. 0s_~s­crlptorjo~ d'A Conle111poran~(1· sol> a ·direGç![o de Mndeme Richard' reciiberãp e eke'tlntnrão, . . pois, todas as .oi·dens com que as··np~sa.s lei­tol'as se dignem honrar,nos, resp.onlleJ1dói sem. pre a todas as Se1\h9ras na voli-a do câl'ceio.

! ~· .. '' .

• .. . ( .if. •

. ~. i' {l ,;\; ,, . • .... i •

' • " ' •

• • •

. ' •

Page 26: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

1'3

.. --

" ' • .. .

"

(

..

.. . ' .

-~· . ·-•· •

\ • . '

...

'

., ... '·

. ...

' '

• ,. ·~· •• .j •

' •

•• •

...

r. - ~·\I -• "'· .'

'

. . . . ' .

· .

,. '. •

"' 4;1·-~ "·· .. ' ; • ,•

i ..

. ' • ••

. . .. . .... '., . '·" ...

•• ti

... ' . ···'' . . •• ... . .

..

,. ..

.. • '

IS

. .

.

, •

. , ... /,

... ) . . .;• .. ···L

' ' . · .

j

• •

'' + • ' '· • .\ .: .. 1·,;.t ~\ ..

t

••

•/ .

... • •

-1

: • r •

1, ..

"' . ' . . . ;

· .

' '

.. .

. '

'

..

. .

..... -·

..

..... '• .

,

1J!' •

:

. . •· ~

"

f • '

• .. 1

• • .. ~

• . ·~l:;. .. '

• . '

... ' ' .... :: ! :,

..

'

'::\ .. " .

'

. ..

..

1 • ,.

' .. .,

" .

' ~·

' • • • 1 •

., ... •

: .

,, •

'\

... . " ••

. " .. V " '

. '

• •

' ., •

. ' ' )

,,

.. '

. ' '

• • ..

' '

. ..

'

.. •

_ ..

'

Page 27: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

• I

• •

Descripção dos nossos figurinos

N.• 1 - ro1/el/e em la/fctaz azul. A saia já bastante rodada. Corpo b/11 zen1 . com óbos, lendo o guarnece-lo punhos gola e rcvers em setim bronco. Umn renda plissée substi lue o peitilho. ,

000

N. • 2 - Vestido cm pano ligeiro e fino. A saia forme segundo saio. Cusaco:bolero en­feitado o seda aos quadrndos. Umo renda em volta da gola.

••• .

N.• 5 - Vestido em lu~snr, guornecido a ~alilo no mesmo tom. Uma stola em combrnla oordncla e umo gru1101a 0111 sedo preto.

•o • N. 4-Vestido primnveril, cm schautun.~,

cor de grilo. A. saia é um dos mois bonit.os modelos da estoçilo. Botões do mesmo te· cido e l!mu golo em cambroio branca.

N.• 5 - Vestido cm selim preto. Mnngos e s!oln em rendo prelo.

o " o N.• G - Vestido cm ua11arcoa1. Bolero

lnrs,!o com os costurns sa11/ao/11lcs e ~n11r-11ccido de botões em 1u1ssen1c11111rit• _ Ooln cm seda, lendo n i;ohrcpôr 11111u outra en1 seda hrunca 011 cnmbruia.

000

N.• 7- Vestido cm /(abardinc. Pequena jn1111eta curta, formnudo l(Odets. S11ia plis· soda com e111piecer11on1. Botões da n1esn1a gabardine 011 fantasia.

• oeo N. 8 - Tui/leur em sarja. Colete em tus·

sar ás riscas. Grande gola cm seda. e oo

N.• 9 - Vestido em popclinc. Guarnece·o 11m bonito galiio. Golo e revcrs em seda da mesma cõr. Botões em madre perola testada.

N.º 10 - Blusa em n1arq11izelle bordada, guarnecida ae largos \liézes em seda. Gola moderna em /ulfe e renda.

••• N.• 11 - Bluza em 1111/e bordada a sa11-

/aclle. Este genero de blusas será esteanno de grande n1oda.

••• N .• 12 - Sãia para blusas em che\liotc

fino ás riscas. Uma barra na saia do mesmo tecido aplicado com as riscas atravessadas . .... ..

N .• lã - f:áto para rapazinho de 4 o G annos, em pano ou sarja fina, s,?uarnecldo duma gola, punhos e bainho dos E>otões, em puno ou sedo branca.

••• N.• 14 - Vestido pera menina de 4 a 6

annos, em i•oi/e e rendus. • ••

N.• 15 - Chapen pequeno cm la,g-a/ g11ar-11eciclo a flores e atgrellcs.

oeo N.• 16-Sapato elegante cm sC<fa, pelica

de Insiro, ou verniz. •••

N .• 17 -Chapeu en1 /af!a/i11c, enfeitado duma roza e respeclivn íolhage1n. Acompa­nha·o um dos vens n1odcrnos.

••• N.• 18-Chapeu lricorne, em polho fino,

enfeitado duma rica aigrellc e duas lindos rozas.

oeo N.• 19-Chapeu em palha preto guarne­

cido a seda e uma roza. o••

N.º ro-Pequeno chapeu tango, em pa· lha d'ltalia, guarnecido o pequeninas flores e um paradiz.

RIBEIRO & SILVA '

• ALFAIATES • Para Homem, Senhoras e Creanças

• GENBRO T AILLEVR •

• • ~

r •

• 1

• ' '·

(C ASA DOS ARCOS)

lSO, R ua Augusta, l.56 Telefone Ceolral 2468 LISBOA

FARINHA PHOSPHO-NOURISHINO CREAM OF WHEAT

1 li

1l mais nutritiva de todas as farinhas

.. -Recomenda-se pela sua assimilação e phosphatos.

/\nalisada pelo eml· nenle chimico

DR. HUfiD MASTBAUI~

-======--- -

Suu nprcninçno: .., •lim f11c' ''" cumpo.t/,110 11 Phospl1o · Nourlshlng marca P0111n.1 <l<l'C

ser co11sirlcrn1fu co1t10 clc1nc11lo ti&.· clcvoll11 v11/or nutrlll•·o e {acll usslntllnp1o, rspcclt1/n1cntc 11<1/tt\'t'l p.•lcJ s11n •11111 pcr«nln~i:c-nr cn1 phosphatos.-= l..isboa, 14 1/c 1t;::oslo dt 1912.

(11) Oa. lluco 1'\.-sTu.,ci.r.>

à venda em todos os estabelecimentos de generos alimenticios, etc. PREÇO DE CADA LATA 400 RÉIS

DEPOSITA RIOS

FERNANDES

UM BOM ALMOÇO

Prodoclo da aat1?dls·

sl1110 1pal1der, fo1mado

pelo CEftEAL PIJltrldo

pala sdenda, para uma

allmeatatio vigoron.

Pddc usar·se. em caldo, sopn, ou puding,seodo

de qunlqucr modo ogrn·

d11bfllssl1110 e dando:

UM LANCHE AGRADAVEL

UMA SOBREf11EZA DELICIOSA

Vende·se en1 todos os estebelecimentos de geoeros olimeolicios, coníeitarlas, pharmocias, etc.

PACOTES DE 160 E 300 RÉIS

GERAES :

& NETTO Largo de S . .Julião; 12, 1.0 - ·LISBOA

-4-

,

Page 28: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

'

Fotografia lngleza de J. & M. Lazarus

C:spcciallclutlc nclual:

SKF.TCtt J>ORTRAITS (Retroto!' esboços) em prelo ,

:;C:pin ou coloridos

(1nc só se cnconl rnm

:S> n \:stn cnsn. <8>

Os ptioprietarios pedem uma visita aos set:is

· AT;ELlERS ·

Nilo tem Sucurstíls

~3 -Rua lvens (ao [biado) - 53 SKETCH o LI SBO A o SKETCH

PORTRAITS •------~---• PORTRAITS

1

L. ____ ,_, ·····~··••11 111111111111111111111111 1 1 11 1 1111 111 1 1111 111ttll l lltlflllltlll fttlll lll•• • • · · · · ··· · ················· · · ·· · · ·· ·· . -: : - -: :: - -

1 P. CARDOSO 1 : :: - -: : - -- -- -- -- -- -- -- o -- -: : - -- -- -- -- -- -: : . -: : - -. -- -- -- -- -~ -- -- . - -: : : : - -- -§ ~ LISBOA ~ ~: NE.!0,5N9E6 1-.! , , A <.,~ -"" I:\! )'<! ]S)'1~· 1-. :::! ~:

ll!~i<~UINA Clil1\DO) - -- -- : il.,-,,,,,, ,,,,,,,,,, ,, , 11111111 1 14111 l l Ili li l li li l lf lfl l i l l l llllllffll l l l ltl l l li llllll l fl l l l l l l Ili Ili I , ,, , 1111 1 11lfff ll1. , •

FRANCISCO A. ROSA

:· ALFAIATE ·: PARA

HOMENS E SENHORAS - - ;J

•!..==--==="'"'L=-===========· RUA DO CARMO, 55, 1.•· .~ Jt .~ LlSBOA .~ ... ~ Jl.

TELEFONE N.• 2846 .:'

. -----------------------------------------------------------------------------------. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Aos amadores da arte photo­graphica recn­m e n dam os o

: TELEGRAMMAS : J U W O R M 1

\

ARMAZEM PHOTOGRAPHICO

ULIO 135, RUA DA PRATA, 137

LISB OA

As ultimas novidades e o mais romplelo sonímenlo de arligos - -~ para photograpbia. •

TELEPHDHE CENTRAL 3365

Page 29: Hemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/CONTEMPORANEA/1915/... · 2014-11-13 · se resume,1principlou em S. Cnrlos, por uma anthentic:a noite de successo: o da re

.... .·; •

' . , .. ' . ,

- .. ;