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1. 3. 4. 2. PME O setor é um caminho para quem pensa em empreender e dois empresários do setor mos- tram os motivos. Participam Gustavo Albanesi (Buddha Spa) e ainda Clélia Angelon. Como vender beleza hoje Primeiro módulo contará com a presença de Alexandre Serodio, fundador do site Beleza na Web, Pedro Prellwitz (Men´s Market) e Wilson Minami, diretor da rede de lojas Sumirê. Participam Celso Kamura, um dos profissionais de beleza mais importantes do País e Gilles Maciel, que é sócio da Barbearia Barba Negra, que oferece servi- ços estéticos para homens. Faturando além do corte Leila Velez, sócia e presidente da empresa Beleza Natural, conta sua história de êxito ao lado de Edna e Lucy Onodera, que chegaram lá com uma rede de clínicas de estética. Segredos para obter sucesso O mundo da estética DESAFIOS GETTY IMAGES PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS estadaopme.com.br DO MERCADO DE BELEZA BRASILEIRO das 9h15 às 10h das 8h30 às 9h15 das 10h30 às 11h30 das 11h30 às 12h30 12ª edição do Encontro PME pretende debater qual é o futuro do segmento diante da mudança no cenário econômico do País ESTADÃO Não é de hoje que o mercado de beleza é encarado com serieda- de pelo empreendedor, que en- xerga faz tempo o que a pesqui- sa da Beauty Fair/Nielsen, de se- tembro do ano passado, apon- tou: o consumo na categoria cresce acima da média de produ- tos tradicionais (alimentos, be- bidas alcoólicas e não alcoóli- cas, além de itens de limpeza ca- seira). Enquanto a aquisição da chamada ‘cesta básica’ avançou 124% entre os anos de 1994 e 2013, os produtos de higiene pessoal e cosméticos subiram 185% em igual período. Essa é sem dúvida uma gran- de notícia para empresários in- teressados no setor. No entan- to, para além das boas novas que o mercado se habitou a anunciar, especialistas obser- vam que uma nova realidade co- meça a se estabelecer. Diante de um cenário macroeconômi- co menos pujante, o segmento vai precisar se adaptar a um con- sumidor com menos apetite. “Em tese, a gente percebe que o consumidor continua comprando mais produtos cos- méticos. Ele compra dois xam- pus e um pacote de arroz. Mas o que está acontecendo é que ele, nos últimos meses, começou a migrar para marcas mais bara- tas, reduzindo o desembolso médio”, afirma Marcelo Mat- tos, gerente da Beauty Fair. “O mercado brasileiro de cos- méticos cresceu a taxas eleva- das nos últimos anos, de 12% en- tre 2002 e 2012. Porém, hoje o crescimento é mais modesto”, afirma a especialista Sonia Co- razza, que mantém um institu- to de pesquisa e desenvolvimen- to de produtos para o setor cha- mado Beleza Inteligente. Segundo ela, por anos o setor acreditou na mística do “índice batom”, representado por uma certa blindagem do mercado de beleza aos efeitos da economia como um todo. “Diziam que o mercado podia ir mal que a mu- lher ia para casa e fazia questão de tomar um banho com sabo- nete espumante para descon- tar. Isso não existe. Ninguém vai ficar perfumado de barriga vazia”, conta. Sonia afirma que, neste mo- mento, o segmento vive uma grande pressão para minimizar custos. “O ambiente está mais competitivo e mais hostil no mercado de produtos acaba- dos, com reflexos óbvios para a cadeia de vendas em geral e tam- bém para o varejo”, observa. Números da Agência Brasilei- ra de Desenvolvimento Indus- trial reforçam a percepção da es- pecialista. Levantamento feito pela organização, em parceria com a Unicamp, aponta que as vendas totais do setor em 2013 foram de US$ 29,78 bilhões. Nos próximos anos, o estudo de- monstra que o crescimento pre- visto, no período de 2013 a 2017, é da ordem de 9,3%, com média anual de 1,86%. “Os fatores para essa desace- leração de crescimento são vá- rios, mas posso apontar que os principais são o atual modelo econômico brasileiro, com a desvalorização do real, a dificul- dade no repasse de custos e a concorrência mais acirrada”, destaca Sonia, que também cha- ma atenção para o amadureci- mento do mercado nacional co- mo um todo. “O consumidor es- tá mais exigente e bem informa- do. Crescer vai exigir sabedoria e planejamento”, analisa. Para ajudar o empreendedor a situar-se nesse novo momen- to, a 12ª edição do Encontro PME vai debater, no próximo dia 19, em São Paulo, as oportu- nidades na área. O primeiro mó- dulo do evento vai discutir os desafios de quem vende para o consumidor final produtos de beleza – seja pela internet ou da forma tradicional. A segunda parte vai tratar sobre o segmen- to de estética e serviços de bele- za com a participação de Gusta- vo Albanesi, proprietário da re- de de franquias Buddha Spa e de Clélia Angelon, presidente da fa- bricante de produtos veganos Surya e de um spa. Ainda duran- te o encontro, empresários vão debater sobre os salões que cor- tam cabelos e, finalmente, o últi- mo módulo vai apresentar ca- sos de empreendimentos que começaram pequenos e obtive- ram êxito comercial. B1A SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

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1. 3. 4.2.

PME

O setor é um caminho paraquem pensa em empreender edois empresários do setor mos-tram os motivos. ParticipamGustavo Albanesi (Buddha Spa)e ainda Clélia Angelon.

Como venderbeleza hoje

Primeiro módulo contará com apresença de Alexandre Serodio,fundador do site Beleza na Web,Pedro Prellwitz (Men´s Market)e Wilson Minami, diretor da redede lojas Sumirê.

Participam Celso Kamura, umdos profissionais de beleza maisimportantes do País e GillesMaciel, que é sócio da BarbeariaBarba Negra, que oferece servi-ços estéticos para homens.

Faturandoalém do corte

Leila Velez, sócia e presidenteda empresa Beleza Natural,conta sua história de êxito aolado de Edna e Lucy Onodera,que chegaram lá com uma redede clínicas de estética.

Segredos paraobter sucesso

O mundoda estética

DESAFIOSGETTY IMAGES

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

estadaopme.com.br

DO MERCADODE BELEZA

BRASILEIRO

das 9h15 às 10hdas 8h30 às 9h15 das 10h30 às 11h30 das 11h30 às 12h30

12ª edição do EncontroPME pretende debater

qual é o futuro dosegmento diante da

mudança no cenárioeconômico do País

ESTADÃO

Não é de hoje que o mercado debeleza é encarado com serieda-de pelo empreendedor, que en-xerga faz tempo o que a pesqui-sa da Beauty Fair/Nielsen, de se-tembro do ano passado, apon-tou: o consumo na categoriacresce acima da média de produ-tos tradicionais (alimentos, be-bidas alcoólicas e não alcoóli-cas, além de itens de limpeza ca-seira). Enquanto a aquisição dachamada ‘cesta básica’ avançou124% entre os anos de 1994 e2013, os produtos de higienepessoal e cosméticos subiram185% em igual período.

Essa é sem dúvida uma gran-de notícia para empresários in-teressados no setor. No entan-to, para além das boas novasque o mercado se habitou aanunciar, especialistas obser-vam que uma nova realidade co-meça a se estabelecer. Diantede um cenário macroeconômi-co menos pujante, o segmentovai precisar se adaptar a um con-sumidor com menos apetite.

“Em tese, a gente percebeque o consumidor continuacomprando mais produtos cos-méticos. Ele compra dois xam-pus e um pacote de arroz. Mas oque está acontecendo é que ele,nos últimos meses, começou amigrar para marcas mais bara-tas, reduzindo o desembolsomédio”, afirma Marcelo Mat-tos, gerente da Beauty Fair.

“O mercado brasileiro de cos-méticos cresceu a taxas eleva-das nos últimos anos, de 12% en-tre 2002 e 2012. Porém, hoje ocrescimento é mais modesto”,afirma a especialista Sonia Co-

razza, que mantém um institu-to de pesquisa e desenvolvimen-to de produtos para o setor cha-mado Beleza Inteligente.

Segundo ela, por anos o setoracreditou na mística do “índicebatom”, representado por umacerta blindagem do mercado debeleza aos efeitos da economiacomo um todo. “Diziam que omercado podia ir mal que a mu-lher ia para casa e fazia questãode tomar um banho com sabo-nete espumante para descon-tar. Isso não existe. Ninguémvai ficar perfumado de barrigavazia”, conta.

Sonia afirma que, neste mo-mento, o segmento vive umagrande pressão para minimizarcustos. “O ambiente está maiscompetitivo e mais hostil nomercado de produtos acaba-dos, com reflexos óbvios para acadeia de vendas em geral e tam-bém para o varejo”, observa.

Números da Agência Brasilei-ra de Desenvolvimento Indus-trial reforçam a percepção da es-pecialista. Levantamento feitopela organização, em parceriacom a Unicamp, aponta que asvendas totais do setor em 2013foram de US$ 29,78 bilhões.

Nos próximos anos, o estudo de-monstra que o crescimento pre-visto, no período de 2013 a 2017,é da ordem de 9,3%, com médiaanual de 1,86%.

“Os fatores para essa desace-leração de crescimento são vá-rios, mas posso apontar que osprincipais são o atual modeloeconômico brasileiro, com adesvalorização do real, a dificul-dade no repasse de custos e aconcorrência mais acirrada”,destaca Sonia, que também cha-ma atenção para o amadureci-mento do mercado nacional co-mo um todo. “O consumidor es-

tá mais exigente e bem informa-do. Crescer vai exigir sabedoriae planejamento”, analisa.

Para ajudar o empreendedora situar-se nesse novo momen-to, a 12ª edição do EncontroPME vai debater, no próximodia 19, em São Paulo, as oportu-nidades na área. O primeiro mó-dulo do evento vai discutir osdesafios de quem vende para oconsumidor final produtos debeleza – seja pela internet ou daforma tradicional. A segundaparte vai tratar sobre o segmen-to de estética e serviços de bele-za com a participação de Gusta-vo Albanesi, proprietário da re-de de franquias Buddha Spa e deCléliaAngelon, presidente da fa-bricante de produtos veganosSurya e de um spa. Ainda duran-te o encontro, empresários vãodebater sobre os salões que cor-tam cabelos e, finalmente, o últi-mo módulo vai apresentar ca-sos de empreendimentos quecomeçaram pequenos e obtive-ram êxito comercial.

%HermesFileInfo:X-1:20150316:B1A SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

Lançamentos e informação sãoestratégiasdo setor paracrescer

PME

Categoria de higiene e beleza é a que mais coloca lançamentos nas prateleiras para atender consumidoras em busca de novidades

Mesmo que um estudo realiza-do pela Nielsen sobre o compor-tamento das famílias em 2009,ano marcado por uma severa cri-se, sinalize que a cesta de produ-tos de higiene e beleza é a quemenos sofre em períodos de de-terioração econômica, isso nãosignifica que o empresário teráum futuro tranquilo pela frente.

“O setor de beleza tem umaoportunidade enorme para cres-cer e na crise, historicamente, agente sempre cresce. Mas nãovai ser fácil, é um desafio”, desta-

ca o fundador e CEO do e-com-merce Beleza na Web, Alexan-dre Serodio.

De acordo com a pesquisaBeauty Fair/Nielsen, os lança-mentos de produtos resultamna principal estratégia do setor.Só entre julho de 2013 e julho de2014 foram coloca-dos no mercado2.102 itensde higienee belezac o n t r am é d i a

de 960 do mercado como umtodo. Trata-se ainda da cestacom mais lançamentos de suces-so: 104 ante 34. A categoria tam-bém ganha destaque com a pro-dução de itens sofisticados. Dototal, 60% dos lançamentos seenquadram na categoria pre-mium. A média dos outros seg-

mentos fica em 50%.O estudo ainda mostra

que existe uma pressãodo mercado, tanto dos

compradores quantodos lojistas, por novi-

dades – com destaque para op-ções mais sofisticadas, até mes-mo produtos profissionais parauso doméstico, e itens práticosque facilitem a vida das consu-midoras de uma maneira geral.

Orientação. A estratégia de Se-rodio, do site Beleza na Web, po-rém, não inclui apenas a vendade produtos isoladamente. “Te-mos a parte de conteúdo comprofissionais do mercado quedão dicas e orientações. Temosum papel importante dentro do

nosso mercado que é instruir asclientes sobre como usar os pro-dutos. Não é apenas vender. Ésatisfazer o desejo de beleza”,afirma o empreendedor.

O empresário ainda mostrapor meio do seu discurso queele tem uma missão, que é fazercom que as clientes voltem aosalão de beleza. “Se me pergun-tam: você não compete com osalão? Respondo: pelo contrá-rio. Quanto mais pessoas conse-guimos convencer, mais nossomercado tende a crescer.”

Mesmo com cenáriodifícil, varejistas estão otimistas

DIVULGAÇÃO

46%49%

é a representatividade daclasse média nos gastosdos brasileiros com itensde higiene e beleza. Já aclasse alta representa34%, com R$ 20,4 bilhões,e a baixa, 17%.

lugar é o posto ocupado pelo Brasil no rankingdo mercado mundial de higiene pessoal,perfumaria e cosméticos, conforme dados doEuromonitor de 2013. O País está atrás dosEstados Unidos e China.

8,7

dos gastos estão concentrados na região Sudeste,com R$ 27,6 bilhões. Em seguida aparecem asregiões Nordeste (R$ 13,8 bilhões) e Sul (R$ 8,4bilhões). O Centro-Oeste gasta R$ 5,4 bilhões e aregião Norte totaliza R$ 4,8 bilhões.

“Nossonegócio nãoestá sentindoa situaçãoeconômicado País”Wilson Minami,diretor-executivoda marca Sumirê

bilhões de reais foi aprojeção dos gastos dosbrasileiros com produtosde higiene e belezapara 2014, de acordocom o Instituto DataPopular. Em 2002,esse número erade R$ 26,5bilhões. dos lançamentos da cesta

de higiene e beleza estãoenquadrados na categoriapremium ante uma médiade 50% do mercadoconvencional, segundodados da pesquisa.

foi a nota dada para o negócio‘perfumaria’, eleito o melhor local para acompra de produtos de beleza, de acordocom levantamento feito pela BeautyFair/Nielsen.

59,9

Empresários esperamexpandir seus negóciosapesar da situação daeconomia não serfavorável neste ano

60%

Alta. Site Men’s Market, de Pedro Prellwitz, pretende mais que dobrar o faturamento este ano em comparação com 2014

AlexandreSerodio,Beleza na Web

O setor debeleza temuma oportunidadeenorme paracrescer e na crise,historicamente,a gente semprecresce. Não vai serfácil, é um desafio

“DIVULGAÇÃO

O desaquecimento da econo-mia não deixou os três empresá-rios do varejo que vão partici-par do Encontro PME desani-mados. Pelo contrário. Eles pro-jetam crescimento e acreditamno potencial do negócio, mes-mo diante de um ambiente mui-to mais difícil.

Depois de faturar R$ 7 mi-lhões em 2014, a Men’s Marketespera alçar voos bem maiorese alcançar entre R$ 15 milhões aR$ 20 milhões este ano. “O mer-cado como um todo vai sofrer enessas horas muita gente se de-sespera. É preciso ser frio e ten-tar entender para onde temosque levar a empresa”, diz PedroPrellwitz, sócio-proprietáriodo site, que é especializado emprodutos masculinos.

Na avaliação de Prellwitz, omercado em que ele atua é mui-to incipiente e pouca genteapostou nessa área nos últimosanos. No entanto, ele enxergaum ambiente competitivo no fu-turo. “Acredito que um grandediferencial será saber conver-sar com o homem, entendersuas preferências. E estamosdesbravando esse universo.”

Para confirmar as projeçõesfeitas para 2015, a empresa apos-ta no serviço de assinaturas eplaneja ainda distribuir algu-mas marcas exclusivas.

O fundador e CEO da empre-sa Beleza na Web, Alexandre Se-rodio, também é da ala dos oti-mistas. “Acho que nessa épocaque é hora de crescer. Tem o

copo meio vazio ou meio cheio,depende de como estou olhan-do. Eu sou o eterno otimista eno copo cheio tem muita opor-tunidade”, afirma Serodio. O

empreendedor planeja a abertu-ra de uma loja conceito no meiodo ano, em São Paulo. Em 2014,a empresa cresceu 60% e fatu-rou cerca de R$ 100 milhões.

A expectativa do empreendi-mento, que já recebeu aportesdos fundos Tiger Global Mana-gement e Kaszek Venture, é se-guir no mesmo ritmo de expan-são este ano.

A rede de perfumarias Sumi-rê também segue confiante.“Nosso segmento não está sen-tindo a situação econômica doPaís”, afirma Wilson Minami,diretor-executivo da marca.Com 75 lojas abertas, a rede foicriada em 1982 pelo empresárioAkio Koga. A opção pelo cresci-mento apenas com lojas pró-prias foi escolhida devido ao de-sejo de abrir unidades para cadamembro da família e não existeum plano de expansão traçado.“Por ser uma empresa familiar,o ritmo de crescimento depen-de de cada membro, o que é mui-to respeitado por todos.”

ESTADÃO

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B2A Economia SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

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“Nós éramosdirecionadosno começo paraterapias e hojeampliamos paramuito alémda saúde”Gustavo Albanesei,proprietário do Buddha Spa

Empreendedores queparticiparão do segundomódulo prometemrevelar o que é precisofazer para prosperar

Aposta. Após uma viagem para a Índia, a empresária Clélia Angelon decidiu importar a henna, uma tintura em pó natural até então pouco utilizada no País

Quando os conceitos de belezae saúde se encontram, surge umnicho de mercado fértil paraquem deseja empreender naárea. Fatores como o crescimen-to e a consolidação da classe mé-dia no País colocaram os cuida-

dos com a estética na lista degastos fixos de grande parte dapopulação brasileira. E mesmoem períodos em que parte daspessoas busca cortar gastos, omercado da beleza parece man-ter o fôlego.

O empresário Gustavo Alba-nesi, proprietário do BuddhaSpa e participante do 2º módulodo 12º Encontro PME, confirmaessa tendência e garante que osúltimos anos foram determi-nantes para a expansão do seunegócio, que virou franquia econta com loja online.

Albanesi decidiu investir emum negócio de terapias corpo-rais em 2001, quando ainda tra-balhava como analista financei-ro. “Em 2008, resolvi me dedi-car exclusivamente ao spa, en-tão com três unidades. Esse pe-ríodo foi de crescimento e matu-

ração do mercado de beleza.Nos últimos 10 anos, a popula-ção ampliou a preocupaçãocom a qualidade de vida”, expli-ca o empresário.

“Quando começamos, o Bud-dha era direcionado a terapiase com o tempo ampliamos pa-ra muito além da saúde”, re-lembra Albanesi. Hoje, o fortedo Buddha Spa continua sen-do tratamentos como massa-gens corporais e alongamen-tos, mas serviços como drena-gem linfática, massagens mo-deladoras e limpeza de peleapresentam grande procurados clientes.

O empresário explica aindaque direcionar o atendimentopara as classes A e B auxiliou ocrescimento da empresa. “Meunegócio é voltado para um públi-co com pouca elasticidade so-cial. São homens (45% do total)e mulheres que buscam o tem-po todo formas de melhorar aqualidade de vida por meio dasaúde”, analisa Albanesi.

A empresária Clélia Angelon,proprietária da marca de cosmé-ticos Surya e que também parti-cipará do evento, concordacom Albanesi. Há sete anos, eladecidiu materializar o conceitodos produtos que fabrica e co-mercializa, feitos sem compo-nentes derivados de animaisem sua composição, e criou oEspaço Surya Brasil, spa quetem como foco tratamentos ca-pilares envolvendo a henna, tin-tura em pó natural pouco utili-zada em salões de beleza con-vencionais.

“Em uma ida à Índia, conhecia henna e decidi importar. Decara foi um sucesso, mas eu pre-cisava de um ideal que me mo-vesse. Não queria apenas traba-lhar para sobreviver. Foi quan-do decidi levantar a bandeira daética e abrir uma empresa vega-na. Convidei minha filha, entãocom 18 anos, para trabalhar co-migo, e fundamos a Surya.”

ESTADÃO

EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO

O ESTADO DE S. PAULO SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2015 Economia B3A

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B4A Economia SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

PME

Duas marcas consolidadas, vol-tadas para públicos distintos,mas ainda administradas porsuas fundadoras. As empreende-doras à frente da rede BelezaNatural e da franquia de clíni-cas de estética Onodera que-rem provar que, apesar da con-juntura econômica adversa, épossível fazer do ‘limão uma li-monada’ e colocar em práticaplanos agressivos de expansãoapostando na criatividade e, cla-ro, no poder de gestão.

Edna e Lucy Onodera, respec-tivamente mãe e filha, coman-dam a rede Onodera, atualmen-te com 57 franquias. O negóciosurgiu há 34 anos quando Ednasimplesmente aproveitou umespaço vago na academia de ju-dô do marido, na época treina-dor da seleção brasileira da mo-dalidade, para oferecer serviçosestéticos. A ideia era apenascomplementar a renda, mas oempreendimento acabou tor-nando-se o principal ganha pãoda família.

Neste ano, a grande apostadas empresárias está em um no-vo modelo de negócios da mar-ca, chamado de Store in Store –unidades ‘nanicas’ instaladasdentro de lojas, como por exem-plo academias de ginástica e sa-lões de cabeleireiro. “O plano évender para quem já é nossofranqueado. Queremos vender20 unidades até o fim do ano”,explica Lucy Onodera.

Com investimento total deR$ 24 mil, o modelo sai muitomais em conta do que a lojacompleta, atualmente estimadaem R$ 420 mil – há ainda ummodelo intermediário, lançadohá três anos, e que custa R$ 300mil. “A gente quer ganhar esca-la. Os custos imobiliários e opreço como um todo são proble-mas para o franqueado.”

Também de olho na expan-são, o desafio de Leila Velez,por sua vez, é um pouco diferen-te. Sócia e presidente da marcaBeleza Natural, composta porfábrica e rede de salões especia-

lizados em soluções para cabe-los crespos e ondulados, a em-presa está capitalizada e prontapara crescer desde que 33% donegócio foi adquirido pelo fun-

do de capital de risco GP Invest-ments. A negociação movimen-tou R$ 70 milhões, cifra quevem sendo usada atualmentepara o empreendimento atin-

gir, até 2018, a meta de 120 uni-dades em funcionamento e fatu-ramento de R$ 1 bilhão.

O problema de Leila, que divi-de a sociedade da marca com Zi-

ca Assis, Rogério Assis e JairConde, é adequar o portfólio damarca ao tamanho atual do bol-so do seu consumidor, que vemsofrendo com o achatamentodo poder de compra desde quefoi iniciado o ajuste fiscal porparte do governo.

“A cesta de produtos de higie-ne pessoal e beleza representa8% do orçamento de meu clien-te e meu produto impacta com4%. Estamos negociando comfornecedores e fazendo umaanálise de custos completa paraadequar nosso produto ao nos-so cliente”, observa Leila. A em-presária era atendente da redede lanchonetes McDonald’squando foi convidada por ZicaAssis para ingressar na socieda-de da empresa – o negócio atual-mente conta com 29 pontos deatendimento em cinco estados.

“A gente tem um compromis-so com o nosso cliente, com anossa consumidora. Isso é im-portante e levamos muito à sé-rio”, observa Leila.

Nãobastaapenasdiversificar,aempresaprecisa irmuitoalém

DIVULGAÇÃO

HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

DIVULGAÇÃO

Gilles Maciel,Barba Negra

Negociamoscom nossosfornecedorese estamosfazemosuma análisede custospara nosadequarmos

Agregamoso novo epreservamoso antigo.Não queriaum modelofemininopara homens

Quem já deucerto sabe: éhorade fazero impossível

Leila Velez,Beleza Natural

Análise. Kamura acredita que o ano será marcado por momentos de reflexão e expansão

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Diversificar em um mercadoabarrotado de opções seme-lhantes é uma questão de sobre-vivência para quem trabalhacom salões de beleza no Brasil.Lavagens caprichadas, cortesexclusivos e finalizações comprodutos importados não bas-tam para atrair a atenção de no-vos clientes e manter fiéis aque-les que frequentam de forma es-porádica. É preciso ir além.

O cabeleireiro Celso Kamu-ra, conhecido por cuidar das ma-deixas de personalidades comoa senadora Marta Suplicy, aapresentadora Ana Hickmanne, mais recentemente, da presi-dente Dilma Rousseff, vive oconstante desafio de se reinven-tar. Além dos três salões tradi-cionais que mantém com seunome, um em parceria com aapresentadora Angélica, Celsoinveste agora em um espaço de“beleza express” e em uma linhade maquiagens.

“Acredito que este ano tere-mos momentos de reflexão ede expansão ao mesmo tempo.Com salão de beleza é difícilganhar dinheiro, é preciso tra-balhar muito e fazer tudo direi-tinho. Agora, minha direção es-tá voltada para o que está acon-

tecendo com aquilo que já cons-truí”, explica.

Para Kamura, é essencial queo movimento seja constante pa-ra aqueles que desejam entrarno mercado da beleza e suaaposta é no fortalecimento doconceito de beleza rápida, volta-do para o cotidiano. “Meu prin-cipal esforço agora é formar efortalecer minha equipe. Vejomuito futuro no salão express,por isso, tenho me dedicado aele. Acredito que toda mulhertenha o direito e a necessidadede ficar bem todos os dias, deuma forma mais street.”

A reinvenção, aliás, foi o pon-to de partida para o empresárioGilles Maciel quando ele deci-diu abrir a Barbearia Barba Ne-gra, em Ribeirão Preto, interiorde São Paulo. O atendimentono local segue os padrões dasantigas barbearias, com toalhasquentes e navalhas – o espaçoconta ainda com um bar, abertoao público em geral.

“Agregamos o novo e preser-vamos o antigo. Não queríamosabrir um salão de modelo femi-nino para homens. A ideia é res-gatar esse ponto de encontroque eram as barbearias maisclássicas, onde os homens fa-lam sobre futebol, política e ne-gócios. As barbearias perderamum pouco dessa identidade e oshomens ficaram relegados a sa-lões unissex ou a barbeiros me-

nores, de bairro”, explica.O empresário garan-te conseguir atingir

um público poucoexplorado, forma-do por homens quedesejam cuidar daaparência. Mas Gil-

les sabe: “Ainda te-mos um longo caminhode expansão para per-correr.”

Apesar da crise, as redes Onodera e Beleza Naturalplanejam colocar em prática planos de expansão

ESTADÃO