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HG841A – “Virtude, Direito, Moralidade e Justiça em Arthur Schopenhauer” – Aula 01

05/02/2013

Autor: Felipe Durante

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A Vida e Obra de Arthur Schopenhauer (1788 – 1860)

Pai: Heinrich Floris Schopenhauer.

Mãe: Johanna Schopenhauer.

Schopenhauer afirma ter herdado o caráter do pai e a inteligência da mãe.

Pai → qualidades morais → caráter e os sentimentos mais nomes

Mãe →grau, qualidade e orientação da inteligência.

Schopenhauer → temperamento, vontade inflexível, orgulho, retidão do caráter (pai);

facilidade de expressão verbal, vivacidade de espírito, penetração psicológica, capacidade

interpretativa (mãe).

Nasceu dia 22 de fevereiro de 1788 e faleceu dia 21 de setembro de 1860.

O nome Arthur se escreve da mesma forma em todas as línguas.

Hábito herdado do pai: ler o jornal “Times” todos os dias.

Em 1793 a cidade de Danzig sofre um bloqueio de Frederico Guilherme II e a família

Schopenhauer deixou a cidade junto com outras quarenta mil pessoas. A família Schopenhauer

migra para Hamburgo

Dois anos em França, no Havre. Aprendeu tão bem o idioma francês que teve de reaprender o

idioma alemão.

Dois anos depois volta para Hamburgo onde é matriculado na melhor academia de comércio

da cidade.

Schopenhauer não gosta da carreira de negócios, preferindo seguir outro caminho. O pai lhe

faz uma proposta: o garoto pode viajar com a família por alguns anos e depois se tornar

negociante, ou o garoto pode se matricular naquele momento em um ginásio para seguir o

caminho que desejava. Arthur não consegue não escolher a primeira alternativa

A viagem começa em 1803, pela Holanda.

Na viagem observa a miséria do mundo.

Com o final da viagem ele inicia os estudos na Academia de Comércio.

Pai de Schopenhauer morre.

Mãe de Schopenhauer muda-se pra Weimar, e torna-se amiga de Goethe, o grande literato

alemão, autor de “Os sofrimentos do Jovem Werther”.

Passados quatro anos do falecimento do pai, Schopenhauer abandona a escola de comércio.

Schopenhauer ingressa no ginásio gotense, onde estudou com avidez.

Transfere-se para o ginásio de Weimar. A mãe recusa-se a hospedá-lo. Ele fica aos cuidados do

professor Passow, amigo de Goethe.

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Autor: Felipe Durante

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1809: Ingressa na Universidade de Gottingen, no curso de medicina (não tinha o intuito de ser

médico, mas queria aprender sobre o homem).

Estudou, também, botânica, mineralogia, fisiologia, química, física, biologia, anatomia

comparada, geografia, astronomia e zoologia. Estudou a fundo, e manteve-se atualizado sobre

as ciências naturais.

Professor Schultze orienta Schopenhauer a ler Platão e Kant.

Teve vários cachorros poodles, aos quais dava, sempre, o nome de Atma (alma do mundo,

princípio que tudo anima). Atma é contemplado no testamento deixado por Schopenhauer

Transfere-se para Berlim para assistir as aulas de Fichte.

Escreve sua tese de doutorado “Sobre a Quadrúplice Raiz do Princípio de Razão Suficiente”.

Quatro leis que regem o nosso conhecimento:

Princípio de razão suficiente: nihil est sine ratione cur potius sit, quam non sit (em tradução

livre: nada é sem que haja uma razão para que seja ou sem que haja uma razão que explique o

que seja).

1) Princípio de razão do vir-a-ser → estabelece o fundamento dos fenômenos (física)

2) Princípio de razão do ser → estabelece o fundamento das matemáticas (matemática)

3) Princípio de razão do conhecer → estabelece o fundamento dos juízos (lógica)

4) Princípio de razão do agir → estabelece o fundamento da conduta humana (ética)

Goethe, pela primeira vez, dirige-lhe a palavra.

A mãe, enciumada, diz que a tese do filho é uma obra de farmacêutico. Schopenhauer retruca

que ela só será lembrada por ser mãe dele.

Dá início à discussão da teoria das cores de Goethe com o autor. Discorda de Goethe em

muitos dos pontos principais. Schopenhauer escreve a sua própria teoria das cores (Sobre a

Visão e as Cores). Essa discordância dá ensejo ao afastamento de ambos

Frederico Maier apresenta a Schopenhauer os livros sagrados do hinduísmo (Upanishades).

Tripé da teoria Schopenhaueriana (Platão, Kant e filosofia Védica).

Weimar → Literatura

Berlim → Ciência

Dresden → Artes

Schopenhauer escreve O Mundo como Vontade e como Representação (MVR) antes de

completar 30 anos. Considera a obra como seu filho único → uma obra clara

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05/02/2013

Autor: Felipe Durante

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Firma que administrava a fortuna da família pede concordata. Johanna e Adele aceitam

receber apenas 1/3 do valor. Schopenhauer recusa-se a fazer o mesmo acordo. Ao final,

resgata todo o seu dinheiro mais os juros.

Ingressa na Universidade de Berlim, onde marca suas aulas no mesmo horário das de Hegel,

famoso naquela época.

Adquire ódio pelos professores universitários.

No segundo semestre o curso é suspenso pela falta de alunos.

Fracasso de Vendas de MVR. Dos oitocentos exemplares da primeira edição de MVR, menos de

cem foram vendidos.

Schopenhauer sempre acreditou na existência de um conluio organizado contra a sua pessoa

Caso da costureira Marquet: Ele retira a mulher de uma saleta que seria do seu apartamento.

Ela dá queixa. Em primeira instância Schopenhauer ganha. Perde na segunda instância, mas a

multa é uma bagatela. A costureira inicia novo processo pedindo indenização maior e a prisão

de Schopenhauer. O filósofo apresenta uma excelente defesa e consegue anular a acusação. A

série de litígios se arrasta por cinco anos. Acabou condenado a, anualmente, pagar-lhe uma

indenização. Vinte cinco anos depois, com a morte da costureira, se viu livre de tal obrigação.

Em Dresden torna-se tradutor → Projeto de traduzir as obras de David Hume para o alemão e

a Crítica da Razão pura para o inglês. Não leva a cabo nenhum dos dois.

Tenta novamente dar aulas. Não consegue número suficiente de alunos. Desiste da carreira

universitária.

Passa a estudar fantasmologia, magia e ciências ocultas em geral.

Tem um sonho no qual encontra um amigo de infância, já falecido, cm a aparência de um

adulto. Entende o sonho como um aviso e deixa Berlim. A cidade é acometida por um surto de

cólera no qual Hegel morre.

Fica paranóico: esconde dinheiro, tem seu próprio copo, guarda o cachimbo com medo de que

o envenenem. Com medo de incêndios, passa a morar em andares térreos.

Julho de 1883: muda-se para Frankfurt, onde passará os 20 anos restantes de sua vida.

Passa a lutar contra o anonimato (Ele acredita em um conluio organizado contra ele, formado

por professores universitários de filosofia).

1839: Real Sociedade de Ciências da Noruega premia-lhe a obra Sobre a Liberdade da Vontade.

Academia Real da Dinamarca promove um concurso semelhante. Schopenhauer é o único

candidato. Ele perde.

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05/02/2013

Autor: Felipe Durante

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Publica ambos os livros sob um mesmo volume, intitulado Os dois problemas fundamentais da

ética.

Novamente seu livro é ignorado.

1843: Termina o volume suplementar de MVR.

Relança o primeiro volume reeditado e o segundo volume de MVR.

Novo Fracasso (“Ninguém tem a menor dúvida do imenso valor de sua obra. O próprio público

chega a reconhecê-la como sagrada. Prova é que nem a toca”).

Escreve os Parerga e Paralipomena (Ornatos e Suplementos).

Parerga → pensamentos complementares e acessórios de sua doutrina.

Paralipomena → idéias isoladas sobre assuntos vários, porém sistematizados.

Glória tardia.

Com medo de que se esquecessem dele, busca um pintor / fotógrafo para retratá-lo. Nenhum

resultado o agrada.

Sobre a Quadrúplice Raiz do Princípio de Razão Suficiente

1) Princípio de Razão do vir-a-ser (entendimento) Representações intuitivas (Fenômenos)

Causa Física

2) Princípio de Razão do Conhecer (Razão) Conceito Razão do conhecer lógica

3) Princípio de Razão do Ser (Intuição Pura) Espaço/Tempo Razão de ser matemática

4) Princípio de Razão do Agir (Vontade) Si próprio Motivo Ética

O Mundo Como Vontade e Como Representação

Livro I: dedicado à teoria do conhecimento. Exame do mundo do ponto de vista da

representação, isto é, como mero fenômeno para o sujeito; o mundo é representação

submetida ao princípio de razão; aborda-se o objeto da experiência e da ciência.

Livro II: dedicado à metafísica da natureza. O mundo não é apenas fenômeno, mas também

possui um em-si, Vontade; objetivação da Vontade em graus: reino inorgânico, reino orgânico

e animal, homem.

Livro III: dedicado à metafísica do belo. O mundo é novamente visto do ponto de vista da

representação, só que independentemente do princípio de razão.

Livro IV: dedicado à metafísica da ética. O mundo é novamente visto do ponto de vista da

Vontade.

Apêndice: crítica à filosofia kantiana.

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05/02/2013

Autor: Felipe Durante

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Hierarquia das Artes

Arquitetura

Jardinagem e Pintura Paisagística

Escultura e Pintura dos animais

Escultura e Pintura dos Homens

Poesia

Música (Acesso à linguagem imediata e universal da coisa-em-si)

Três Molas propulsoras fundamentais da natureza humana

Compaixão: quer o bem alheio. Atinge a nobreza de caráter e à bondade

Egoísmo: quer o bem-estar próprio e é sem limites

Maldade: quer a dor de outrem e atinge a crueldade

Bibliografia Sugerida

BARBOZA, Jair Lopes. Schopenhauer – A decifração do enigma do mundo; In: Coleção Logos.

São Paulo: Moderna, 1997.

BARBOZA, Jair Lopes. Schopenhauer; in: Coleção Filosofia Passo-a-passo. Rio de Janeiro: Jorge

Zahar Ed., 2003.

JANAWAY, C. Schopenhauer; Tradução Adail Ubirajara Sobral. In: Coleção Mestres do Pensar.

São Paulo: Edições Loyola, 2003.

LEFRANC, J. Compreender Schopenhauer; Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis:

Editora Vozes, 2005.

SAFRANSKI, R. Schopenhauer e os anos mais selvagens da filosofia: uma biografia. Tradução

Willian Lagos. São Paulo: Geração Editorial, 2011.

WEISSMANN, K. Vida e Obra de Schopenhauer; Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.

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Grau de

objetivação

da Vontade