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Higiene do Trabalho Agentes Químicos Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho Prof. MSc. Alonso Goes Guimarães Químico e Mestre em Meio Ambiente

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  • Higiene do Trabalho Agentes Qumicos

    Curso de Ps-Graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho

    Prof. MSc. Alonso Goes GuimaresQumico e Mestre em Meio Ambiente

  • Importncia do Tema

    Organizao Internacional do Trabalho (OIT) estima:

    35 milhes anuais os casos de doenas relacionadas ao trabalho por exposio a substncias qumicas;

    ocorrncia de 439.000 mortes, incluindo, entre outras causas relacionadas:

    36.000 bitos por pneumoconioses;

    35.500 bitos por doenas respiratrias crnicas;

  • Importncia do Tema

    30.700 bitos por doenas cardiovasculares e

    315.000 bitos por cncer.

    A Organizao Mundial da Sade, por sua vez, estima:

    esses cnceres provoquem uma perda anual de 1,4 milho de anos de vida saudvel.

  • Importncia do Tema

    as intoxicaes agudas por produtos qumicos :

    7,5 milhes de anos de vida saudvel perdidos pela populao mundial.

    H muito por conhecer, discutir e fazer a respeito da origem, do controle e da preveno desses problemas;

  • Importncia do Tema

    No so recentes;

    Esto ganhando amplitude pela incluso constante de novas substncias no mercado e pelo aumento contnuo de seu uso.

  • Higiene Ocupacional

    a cincia que atua no campo da sade ocupacional, por meio da antecipao, reconhecimento, avaliao e controle dos riscos fsicos, qumicos e biolgicos originados nos locais de trabalho e passveis de produzirem danos sade dos trabalhadores, observando-se tambm o impacto ao meio ambiente.

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    Riscos e Perigos

  • Perigo

  • Propriedade intrnseca de uma substncia qumica ou de uma mistura provocar uma alterao no estado de sade ou um

    dano ao meio ambiente.

    O grau de periculosidade depender:

    capacidade de interferir nos processos biolgicos normais

    ou de explodir, corroer, etc..

    O perigo baseia-se principalmente numa avaliao

    dos estudos cientficos disponveis.

    Perigo

  • Probabilidade de efeitos nocivos ou que algum evento prejudicial venha a ocorrer.

    Risco = perigo x exposio

    Risco

  • Riscos

    Fsicos

    rudo, calor, vibrao, radiao ionizante, radiao no ionizante, frio;

    Qumicos

    gases, vapores, poeira, fumos, nvoas, neblinas;

    Biolgicos

    bactrias, fungos etc.

  • Agentes Qumicos

    Substncias que reagem quimicamente com o organismo humano provocando leses mediatas ou imediatas, dependendo da:

    Composio

    Concentrao

    Via de penetrao

    Tempo de exposio

  • Agentes Qumicos

    a) Gases

    Ex.: hidrognio, oxignio e nitrognio.

    b) Vapores

    Ex.: vapores de gua, vapores de gasolina.

  • Agentes Qumicos

    c) Particulado

    particulados lquidos

    as nvoas e neblinas

    particulados slidos

    as poeiras (fibras) e os fumos.

  • Nvoas e neblinas

    So partculas lquidas, produzidas por ruptura mecnica de lquido ou por condensao de vapores de substncias que so lquidas temperatura ambiente.

    Ex.: Nvoa de tinta - resultante de pintura pistola.

  • Poeira

    So partculas slidas produzidas por ruptura mecnica de um slido, seja pelo simples manuseio (limpeza de bancadas), ou em conseqncia de uma operao mecnica (triturao, moagem, peneiramento, polimento, dentre outras).

    Ex: Poeira de slica, asbesto e carvo.

  • Fumos

    So partculas slidas resultantes da condensao de vapores ou reao qumica, geralmente aps a volatilizao de metais fundidos.

    Ex.: Fumos de Pb

    Fumos de Zn - galvanoplastia

  • Fibras

    So partculas slidas produzidas por ruptura mecnica de slidos, que diferenciam-se das poeiras por que tm forma alongada, com um comprimento de 3 a 5 vezes superior a seu dimetro.

    Exemplos:

    Animal - l, seda, plo de cabra e camelo

    Vegetal - algodo, linho, cnhamo

    Mineral - asbestos, vidros e cermica.

  • Classificao

    apenas para facilitar a compreenso;

  • Unidades de medida

    Expressas em termos volumtricos e massa:

    %: volume em relao ao vol. total de ar;

    ppm: partes do contaminante por milho de partes de ar;

    mg/m: massa do contaminante por metro cbico de ar.

  • Parmetro para avaliao de particulados, gases e vapores

    Tamanho das partculas

    dele dependem os efeitos na sade, o tempo em que as partculas ficam em suspenso, dentre outros;

    ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) Recomenda o limite de tolerncia por seleo de

    partculas (respirveis) para slica cristalizada;

    silicose - concentraes de poeira respirvel.

  • Tamanho das Partculas

    Partculas inalveis: Partculas que so perigosas quando depositadas em qualquer lugar do trato respiratrio (desde a regio nasal at os alvolos) .Partculas respirveis: Partculas que so perigosas quando depositadas na regio de troca gasosa (alvolos).

  • Efeitos no organismo

    Gases e vapores (efeito mais significativo):

    Irritantes;

    Anestsicos;

    Asfixiantes.

  • Gases e vapores Irritantes

    Produzem irritao nos tecidos com os quais entram em contato direto, tais como a pele, a conjuntiva ocular e as vias respiratrias;

    Modo de ao determinado principalmente pela sua solubilidade.

    de irritantes gasosos altamente solveis em gua, o nariz e a garganta

    poucos solveis, o efeito maior nos pulmes, pois nesse local que a substncia ir se solubilizar.

  • Gases e vapores Irritantes

    Irritantes primrios

    So aqueles cuja ao sobre o organismo a irritao local.

    Irritantes secundrios

    Estas substncias, apesar de possurem efeito irritante, tm ao txica generalizada sobre o organismo.

    Gs sulfdrico (H2S).

  • Irritantes primrios

    Irritantes de ao sobre as vias respiratrias superiores

    cidos fortes, tais como: cido clordrico ou muritico, cido sulfrico.

    lcalis fortes, tais como: amnia e soda custica.

    Formaldedo

  • Irritantes primrios

    Irritantes de ao sobre os brnquios

    Anidrido sulfuroso e cloro.

    Irritantes sobre os pulmes

    Oznio, gases nitrosos (principalmente NO2e sua forma dmera N2O4). Esses gases so produzidos no arco eltrico (solda eltrica), por combusto de nitratos, no uso de explosivos e no uso industrial de cido ntrico.

  • Irritantes primrios

    Fosfognio - Gs incolor, originado da decomposio trmica de tetracloreto de carbono e outros derivados halogenados.

    Irritantes atpicos

    Acrolena ou aldedo acrlico (gs liberado pelos motores diesel), gases lacrimognios.

  • Gases e vapores anestsicos

    Ao depressiva sobre o sistema nervoso central;

    So introduzidas em nosso organismo atravs da via respiratria, alcanando o pulmo, do qual so transferidas para o sangue, que as distribuir para o resto do corpo;

    Tambm podem penetrar atravs da pele intacta, alcanando a corrente sangnea.

  • Ao sobre o organismo

    1. Anestsicos primrios

    2. Anestsicos de efeito sobre as vsceras

    3. Anestsicos de ao sobre o sistema formador do sangue

    4. Anestsicos de ao sobre o sistema nervoso

  • Exemplos

    1. Anestsicos primrios

    Hidrocarbonetos alifticos (butano, propano, etano etc.), steres, aldedos, cetonas.

    2. Anestsicos de efeito sobre as vsceras

    Hidrocarbonetos clorados, tais como: tetracloreto de carbono, tricloroetileno, percloroetileno.

  • Exemplos

    3. Anestsicos de ao sobre o sistema formador do sangue

    Hidrocarbonetos aromticos, como tolueno e xileno

    Maior risco o benzeno

    exposies repetidas a baixas concentraes, pode produzir uma anemia irreversvel.

  • Exemplos

    4. Anestsicos de ao sobre o sistema nervoso

    lcoois (metlico e etlico), steres de cidos orgnicos, dissulfeto de carbono.

    lcool etlico

    raramente so inaladas quantidades suficientes para produzir anestesia.

  • Efeitos no organismoParticulados

    a) Pneumoconitica: aquela que pode provocar algum tipo de pneumoconiose. Ex.: silicose, asbestose, antracose, bissinose.

    b) Txica: pode causar enfermidade tanto por inalao quanto por ingesto. Ex.: metais como chumbo, mercrio, arsnico, cdmio, mangans, cromo, etc.

    c) Alrgica: aquela que pode causar algum tipo de processo alrgico. Ex.: poeira de resina epxi e algumas poeiras de madeira.

    d) Inerte: produzem enfermidades leves e reversveis, produzindo geralmente bronquite, resfriados, etc.

  • Limites de Exposio

    Limite de Tolerncia

    Valor Teto = Valor Mximo

    Limite de Curta Exposio

    valor estabelecido na legislao americana;

    Conhecido como STEL (short term exposurelimit).

    TLV - Threshold Limit Value = LT ;

    TLV - TWA - Threshold Limit Value -Time Weighted Average

  • Limites de Exposio

    Limite de Tolerncia

    o valor limite da concentrao do agente dentro do qual a maioria dos trabalhadores poderia permanecer exposta 8 horas dirias e 48 horas semanais durante toda a vida laboral, sem apresentar nenhum sintoma de doenas.

  • TLV - TWA - Threshold Limit Value -Time Weighted Average

    Expressa o limite de tolerncia ponderado no tempo

    que a mdia ponderada de todas as exposies durante a jornada, calculada em funo do tempo de exposio a cada nvel.

    ppm ou mg/m

  • Limites de Tolerncia

    Portaria n 3.214 do MTb;

    NR-15 : Atividades e operaes insalubres

    Anexo n 11: Agentes qumicos cuja insalubridade caracterizada por LT e inspeo no local;

    Anexo n 12: LT para poeiras minerais;

    Anexo n 13: Agentes qumicos. Atividades e operaes envolven