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HISTÓRIA DA TEOLOGIA

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Page 1: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

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HISTÓRIA DA

TEOLOGIA EM

RESUMO

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História da Teologia

Definição e Conceito - teologia

A teologia não foi criada por si mesma, no sentido que a revelação e a fé tenham-na criado ou

construído. Foram utilizadas duas palavras gregas para indicar o seu objetivo ou tarefa: Theo(deus,

um termo geralmente usado no mundo antigo para seres que têm poder ou conferem benefícios que

estão além da capacidade humana) e logos (palavra que revela) ou também Theologós, que

significa Palavra de Deus; não é o vocábulo, mas uma linguagem que encerra a ideia, isto é, ensino

a respeito dos deuses ou das coisas relacionadas ao divino.

De acordo com o dicionário da igreja católica, pode-se defini-la da seguinte forma:

Teologia é a ciência que diz respeito a Deus conforme ele é revelado, e às suas relações com as

criaturas. Pode ser dividida da seguinte maneira, entre outras: (1) dogmática: o que se exige que

acreditemos; (2) moral: vida de acordo com as leis de Deus e da igreja; (3) pastoral: cuidado das

almas pelo clero; (4) ascética: prática da virtude; (5) mística: graus elevados de vida espiritual;

(6) natural: conhecimento de Deus e dos deveres do homem para com ele, conforme pode ser

deduzido apenas pela razão, sem a ajuda da REVELAÇÃO.

O conceito de teologia aparece pela primeira vez no pensamento grego, através de Platão (379

a.C.). Entretanto, Platão entendia que a teologia era relacionada aos mitos, às lendas, aos deuses e

suas histórias, que eram criticados filosoficamente, desmitificados e interpretados conforme as

normas da educação política e purificados de toda inconveniência.

Então, segundo Platão, a teologia representa o caminho do mito ao logos. Apesar de Anaximandro

(filósofo que viveu entre 610-09 e 547-46 a.C. e escreveu uma obra Da Natureza, de que ficou um

fragmento textual) e Heráclito (filósofo que viveu na Ásia Menor, Éfeso, era de estirpe real,

solitário e desdenhoso (VI e V a.C.) e expôs o seu sistema numa obra filosófica intitulada Da

Natureza) já terem delineado este sentido, concluem que com Platão havia chegado à perfeição.

A função do logos consistia em descobrir a verdade que estava escondida pelos deuses, utilizando a

forma da revelação, alhqeia (verdade, fidedignidade, confiabilidade, justiça).

Aristóteles chama os poetas Hesíodo e Homero de criadores de mitos, e os filósofos jônicos da

natureza, de físicos. Através dessas e outras afirmações de Aristóteles surgiu a conhecida metafísica

(parte da filosofia, que com ela muitas vezes se confunde, e que, em perspectivas e com finalidades

diversas, apresenta as seguintes características gerais ou algumas delas: é um corpo de

conhecimentos racionais (e não de conhecimentos revelados ou empíricos) em que se procura

determinar as regras fundamentais do pensamento (aquelas de que devem decorrer o conjunto de

princípios de qualquer outra ciência, e a certeza e evidência que neles reconhecemos), e que nos dá

a chave do conhecimento do real, tal como este verdadeiramente é (em oposição à aparência) ), a

qual também é um conceito de teologia. Entretanto, logo a seguir ele construiu a teologia

ontológica, que tem como significado:

O deus (dos filósofos) torna-se fim e meta de uma filosofia primeira que tem por objetivo o ser

enquanto ser o que é estudado nas suas relações e causas primeiras até provar que existe um ser

absolutamente primeiro de quem dependem o céu e a Terra.

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Com base nessas reflexões filosóficas cria-se um diálogo aberto com a religião, com o tema Deus e

com a divindade filosoficamente possível. Esta linha de pensamento se aplica diretamente ao campo

religioso e faz surgir um local para a teologia e para os teólogos utilizarem. A princípio os teólogos

são os anunciadores de Deus e a teologia é o tema religioso dos deuses, isto é, a forma especial dos

deuses falarem no culto.

Com o passar dos tempos o termo teologia sofreu muitas qualificações negativas, até que a fé cristã

aceitou o termo teologia, de modo claro e definitivo, nos séculos IV e V.

Nessa viagem histórica alguns nomes são importantes em relação à definição e ao conceito da

teologia. Entre estes pode-se citar: Agostinho, Abelardo, Henrique de Gand, Tomás de Aquino e

outros.

Tomás de Aquino, foi quem distinguiu a teologia natural dos filósofos, na qual Deus pode ser

conhecido como princípio e fim do conhecimento do mundo e de si, da teologia relativa à Santa

Doutrina, na qual Deus é o sujeito de todos os enunciados. Isto ocorre porque a Santa Doutrina

parte da automanifestação sobrenatural de Deus na sua revelação, atestada pela Bíblia (Sagrada

Escritura). Na escolástica (doutrinas teológico-filosóficas dominantes na Idade Média, dos séculos

IX ao XVII, caracterizadas sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a razão, problema que

se resolve pela dependência do pensamento filosófico, representado pela filosofia greco-romana,

da teologia cristã. Desenvolveram-se na escolástica inúmeros sistemas que se definem, do ponto de

vista estritamente filosófico, pela posição adotada quanto ao problema dos universais, e dos quais

se destacam os sistemas de Santo Anselmo, de São Tomás e de Guilherme de Ockham ) encontra-se

várias vezes o termo sacra pagina ou sacra scriptura por causa disso.

No entanto, Tomás de Aquino mostra que há uma discussão entre a teologia e a filosofia e por

serem diferentes não há vínculos entre elas. Ele mostra que toda discussão que existia e vinha

caminhando desde a antiguidade, em relação à controvertida concepção da teologia (mítica,

cultural, política e filosófica) está resolvida.

Tomás de Aquino conclui que a teologia mítico-cultual é uma entidade que pertence à história e é

substituída pelo verdadeiro conhecimento de Deus, que é revelado através da sua plenitude em

Jesus Cristo. Todavia não se pode eliminar a teologia filosófica, pois esta deve ser considerada

como parceira, porém a pressupõe e a completa e também lhe dá o verdadeiro sentido.

Então, voltando à pergunta inicial: O que é a teologia? Qual o significa desta palavra? É lógico que

para entender é preciso compreender o conceito de teologia. Ao ter uma clara e correta definição

deste conceito, há uma melhor compreensão do que vem a ser o exercício teológico e teologizar.

Como já foi dito no início, através de um rápido exame etimológico, a palavra teologia vem do

grego e significa discurso, ensino sobre Deus ou ciência das coisas divinas.

Conforme todo cristão aprende, a teologia necessita de uma revelação, afinal é a revelação de Deus

aos homens. Então, Deus é o assunto da teologia; assim como Jesus Cristo, o Deus-homem; e

também o Deus-espírito, o Espírito Santo. O bom disso tudo é saber que Deus é quem se revela ao

homem e o ponto máximo da revelação de Deus é Jesus Cristo.

Só a Bíblia revela todo esse conteúdo relativo à pessoa de Deus. A Bíblia é a auto-revelação de

Deus aos homens através dos escritos. Portanto o cristão crê num Deus revelatus.

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TEOLOGIA

Em seu sentido literal, é o estudo sobre Deus (do grego theos, "Deus" + , logos, "palavra", por

extensão, "estudo"). Como ciência tem um objeto de estudo: Deus. Entretanto como não é possível

estudar diretamente um objeto que não vemos e não tocamos, estuda-se Deus a partir da sua

revelação. No Cristianismo isto se dá a partir da revelação de Deus na Bíblia. Por isso, também se

define "teologia" como um falar "a partir de Deus" (Karl Barth).

Este termo foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo A República, para referir-se à

compreensão da natureza divina por meio da razão, em oposição à compreensão literária própria da

poesia feita por seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em numerosas

ocasiões, com dois significados:

da revelação e da experiência humana. Estes dados são organizados no que se conhece como

Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática.

O QUE É UM TEÓLOGO

Um teólogo procura a tempo e a hora tornar a religião em um saber racional, no caso, um saber

chamado teologia (estudo de Deus: teo = Deus; logia = estudo).

Sua atitude diante da religiosidade é quase sempre objetiva, uma vez que a religião em si e mais

precisamente a fé tem caráter subjetivo.

Uma coisa é termos fé, outra é estudarmos os fenômenos da fé. Para o primeiro caso, basta crer,

acreditar num dogma ou numa doutrina como verdade a ser vivida. No outro, esta mesma fé será

interpretada, relativizada e, conseqüentemente, racionalizada.

O teólogo, então, é aquele que deseja ser os olhos da razão dentro de uma experiência que

normalmente só pode ser vivida sem questionamentos, ou seja, na fé, que não questiona, não

interroga, apenas crê.

Por isso nada impede que um teólogo venha a ser um religioso fervoroso ou uma pessoa

completamente descrente de Deus. Uma coisa não impede a outra. No exercício ou não da fé, crente

ou descrente. No exercício da profissão, teólogo sempre.

DIA DO TEÓLOGO 30 NOVEMBRO

( LEI Nº4.504.... DE JANEIRO, EM 1991 )

A imagem que algumas pessoas fazem de um teólogo é de alguém que está constantemente

enclausurado no último aposento de uma casa, às voltas com obras raras, escritas em dialetos

desconhecidos do grande público ou com livros pesados e grossos. Algo assim como no filme o

Nome da Rosa, não?

Mas, na verdade, um teólogo é uma pessoa bem mais próxima de nós do que pensamos. Ele presta

serviços de consultoria a escritores, por exemplo, que estejam usando a religião para contar alguma

história ou fornece orientação a grupos religiosos em geral, principalmente organizações não-

governamentais.

Outra confusão que é feita com freqüência: um padre ou um pastor podem ser um teólogo, mas um

teólogo nem sempre é um religioso. Podemos encontrar um teólogo dando aulas em cursos

universitários da área de ciências sociais, como Letras, Antropologia, Sociologia. Aliás, é cada vez

maior nos meios acadêmicos a intertextualidade entre as disciplinas. E em relação à teologia isso é

sentido de forma evidente. Trata-se de um fenômeno recente a redescoberta da leitura teológica do

mundo nas áreas de ensino voltadas para o conhecimento do comportamento humano em geral.

O QUE O TEÓLOGO ESTUDA

Basicamente o teólogo formado estuda e analisa as diversas religiões do mundo e sua influência

sobre o homem do ponto de vista antropológico e sociológico. Sua principal fonte de pesquisa são

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os textos sagrados e as doutrinas e dogmas religiosos.

Com isso procura explicar de que forma as crenças, com o decorrer do tempo e da história

modificam ou eternizam as maneiras do homem interagir na sociedade.

Nos cursos de teologia, a grade curricular varia de instituição para instituição. Algumas dão maior

importância à análise das religiões em si, enquanto outras se debruçam mais sobre os textos

sagrados.De qualquer forma, um estudante de teologia ou futuro teólogo deverá ler muito e

participar de muitos debates em sala de aula sobre as bases e a história das religiões.

Porque precisamos estudar teologia? A pergunta acima parece merecer mesmo um "não" como

resposta. E creio que 90% das pessoas que leem tem a mesma resposta de imediato na ponta da

língua: Não! E o dizem por duas razões:

Primeira razão: A palavra seminário está fortemente ligada a teologias filosóficas, exigente

de infinitos livros, o que está longe do alcance dos irmãozinhos que falam em línguas estranhas

em cima do púlpito. As inúmeras críticas aos seminários, oriundas de alguns pregadores

neopentecostais, são muitas vezes movidas por um íntimo sentimento de defesa, pelo pesar de

não poder ter feito. No mais profundo de sua consciência ele sabe que o estudo da Palavra de

Deus se faz necessário, e a cada dia de sua jornada cristã isso lhe pesa mais. Sua única saída é

disparar críticas à "teologia". Nem sempre o irmãozinho que pula, fala em línguas, entrega

profecias e revelações, pode estar servindo a Deus realmente, e as Escrituras já nos alerta sobre

isso: "Muitos me diräo naquele dia: Senhor, Senhor, näo profetizamos nós em teu nome? e em

teu nome näo expulsamos demónios? e em teu nome näo fizemos muitas maravilhas? E entäo

lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a

iniqüidade". (Mateus 7:22)

Segunda razão: O raciocínio de alguns sobre servir a Deus, é ligado aos tempos bíblicos em

que "não existia seminário" e nem por isso os servos de Deus foram desqualificados. É lógico

que nào existia o termo "seminário", nem as estruturas que hoje se encontram (apostilas, livros,

vídeos, etc). O que poucos procuram se informar é que o estudo da Palavra de Deus era

DIÁRIO. "E todos os dias, no templo e nas casas, näo cessavam de ensinar, e de anunciar a

Jesus Cristo". (Atos 5:42)

No Antigo Testamento os seminários eram práticas evidentes haja vista as famosas Escolas dos

Profetas dirigidas por Elias e Eliseu. Estes seminários eram verdadeiros muros, baluartes

contra os que ameaçavam destruir a Casa de Israel.

Aos 12 anos de idade Jesus foi encontrado em meio aos sábios no templo. "E aconteceu que,

passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e

interrogando-os". (Lucas 2:46). O versículo acima revela que Jesus não somente falava, mas

também OUVIA os doutores no templo. Claro que Jesus, o Filho de Deus, não dependia de

aprender daqueles doutores. Mas porque a Bíblia Sagrada nos registra esta passagem? Nós

somos imitadores de Cristo, como disse o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 11:1: "Sede meus

imitadores, como também eu de Cristo". O Senhor Jesus nos deixou o exemplo a seguir. Paulo

não largava os estudos dos pergaminhos e dos livros: "Quando vieres, traze a capa que deixei

em Tróade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos". (2 Timóteo 4:13).

Portanto, o nome seminário não existia nos tempos bíblicos, como não existia a "escola

dominical", como não existia caixas-de-som, microfone, violão, etc...

A TEOLOGIA, tão criticada por muitos, nada mais é que o estudo acerca de Deus.

Theo=Deus Logia=Estudo.

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A falta de preparação com base na Palavra de Deus, levam milhares de irmãos a criarem os

ísmos da fé evangélica. São criadas doutrinas, costumes, rituais, crendices, supertições

evangélicas, ler o salmo 91 sete vezes para proteção, clamar "O Sangue de Jesus Tem Poder"

para expulsar demônio (Jesus disse que em seu nome expulsaríamos os demônios - Marcos

16:17).

"O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento". (Oséias 4:6)

Grupinhos "de fogo" paralelos a igreja vão crescendo longe do conhecimento do pastor.

Geralmente iniciam na casa de algum irmão (vaso) que é visto como um "mistério" entre os

que nada entendem e saem destas orações sem entenderem menos ainda. Ao serem

questionados sobre qualquer assunto relativo ao movimento, a resposta que têm é única e

imperativa: "-É mistério, irmão!"

Sinceramente, não pode haver mistério para quem está na luz. Para quem está sob a luz as

coisas tem que estar claras. Só fica escuro, confuso, misterioso, para quem está em trevas.

"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho". (Salmo 119:105)

As drásticas conseqüências não demoram a vir. Confusões, disputas de vasos, revelações que

não se cumprem, etc. Como pastor pentecostal quero deixar bem claro que creio nos dons

espirituais, e gosto das reuniões de oração onde o Poder de Deus se faz presente, porém a

Palavra de Deus ainda é o maior Poder de Deus que recebo em minha vida. "Porque näo me

envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus". (Romanos 1:16a)

Não é difícil encontrar casos de irmãos e irmãs, que eram vasos-de-fogo na igreja, e caíram, se

desviaram, casos de adultérios, fornicações, embolados com profecias, visões, e outras

manifestações "misteriosas". O alicerce desse povo era o "pula-pula" pentecostal, e não viver o

Evangelho de Cristo.

"Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem

prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e

assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a

rocha". (Mateus 7:24,25)

Uma das maiores aberrações que ouvimos constantemente é que não se estuda teologia porque

"a letra mata". Quando o apóstolo Paulo afirma em 2 Coríntios 3:6 que a letra mata, ele se

referia a LETRA DA LEI, que os judeus queriam viver. Basta ler todo o texto para

compreender o que Paulo diz. A letra da palavra de Deus jamais poderia "matar" um cristão. O

próprio Jesus ensinou: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e

são elas que de mim testificam". (João 5:39).

Uma das provas da importância do ensinamento está claramente relatado em Atos 8:30,31:

"E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? E ele disse:

Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se

assentasse".

Felipe ouviu que o Eunuco lia o livro do profeta Isaías, e perguntou se ele entendia o que lia, o

Eunuco disse que não, e ele o explicou. Isso é o que faz um seminário!

"Portanto ide, ensinai a todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do

Espírito Santo". (Mateus 28:19)

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O erro na vida do cristão deve-se a falta de conhecimento da palavra de Deus:

"Errais, não conhecendo as Escrituras, e nem o poder de Deus". (Marcos 12:24)

Não conhecendo as Escrituras, logo não conhece o Poder de Deus, porque são as Escrituras que

testificam de Jesus, lembra-se? João 5:39: "Examinais as Escrituras... são elas que de mim

testificam".

A capacitação para a obra é um fator de real importância para a vida do obreiro quer realmente

estar na Seara do Senhor. Veja o que diz a Bíblia:

"E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um SEGUNDO A SUA

CAPACIDADE". (Mateus 25:15)

Se não nos esforçarmos em aprender a nos capacitar para a obra de Deus, não receberemos

talentos além da nossa capacidade, como nos mostra o versículo acima. O tempo de cristão

pode ter seu valor, pois a experiência tem seu lado essencial. Mas o conhecimento é de vital

importância.

"Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos". (Salmo 119:100)

Veja a importância do conhecimento na vida de Moisés:

"E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e

obras". (Atos 7:22)

Ele estava capacitado a ir diante de Faraó. Ele era PODEROSO em suas palavras e obras

porque foi instruído. O versículo de Atos 7:22 é claro: instrução=poder.

Muitos, vivendo ainda uma preguiça mental de se aprofundar mais nas escrituras, ainda tentam

se escorar em João 14:26, que diz:

"Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará

todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito".

Sim, nos ensinará. Mas como? Se ficarmos com os braços cruzados e a Bíblia fechada? Qual a

razão de se existir a Bíblia, então? Porque razão então não ensinou ao Eunuco, precisando

Felipe o explicar?? Realmente, Deus nos ensinará todas as coisas, através do seu Santo

Espírito, a partir do momento que nos esforçamos a buscar o conhecimento. Assim como Deus

fala nos dias de hoje, usando os seus servos que se esforçam a cada dia em pregar a Palavra. O

exemplo de Pedro, como pescador humilde, sem muita cultura, é o que alguns dos

neopregadores tentam se desculpar a sua ausência nos seminários. Mas se esquecem que os

estudos da Palavra de Deus nos dias de Pedro eram TODOS OS DIAS. (Atos 5:42). O próprio

Pedro aconselhou:

"Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo". (2 Pedro

3:18)

"E estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a

razão da esperança que há em vós". (1 Pedro 3:15)

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Os motivos para estudarmos teologia é para aprendermos a pensar. Vivemos dias em que se aceita "

tudo " em termos de mensagens e ensino de todos – pregadores, mestres e leigos – sem qualquer

questionamento. E quando aprendemos a pensar, questionar e tirar conclusões das verdades bíblicas

estamos como que a "filtrar" o que ouvimos ( 1Ts 5.21 ) e assim, amadurecemos como cristãos.

Pensar por si só sem a ajuda de outrem, exceto do Espírito Santo, me parece um bom método para

se interpretar e estudar as escrituras. Interpretar à luz do Espírito Santo se acautelando de depender

de comentários ( usar os trabalhos e estudos de outros é bom, economiza-nos o tempo mas,

depender deles é mortal ) é um bom príncipio a ser seguido.

A razão mais importante para estudar teologia é que ela nos capacita a obedecer à ordem de Jesus

de ensinar os crentes a observar tudo que ele ordenou : "Portanto, vão e façam discípulos de todas

as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a

tudo o que lhes ordenei. E eu estarei com vocês sempre, até o fim dos tempos" ( Mt 28.19-20 ).

Ensinar todas as coisas que Jesus ordenou significa mais que meramente ensinar as palavras que ele

falou enquanto andava neste mundo.

Lucas sugere que o livro de Atos dos Apóstolos contém a história do que Jesus continuou a fazer e a

ensinar por intermédio dos Apóstolos, após a ressurreição ( At 1.1s ). Tudo que Jesus ordenou

também pode incluir as cartas, visto que elas foram escritas sob a supervisão do Espírito Santo e

também foram consideradas "mandamento do SENHOR" ( 1Co 14.37; v.tb.Jo 14.26; 16.13;

1Ts4.15; 2Pe 3.2; Ap1.1-3 ). Assim, em sentido mais amplo, tudo o que Jesus ordenou inclui todo o

N.T.

Além disso, quando consideramos que os escritos do N.T. provam a absoluta confiança que Jesus e

os escritores do N.T. tinham na autoridade e confiabilidade das escrituras do A.T. como palavras de

Deus, torna-se evidente que não podemos ensinar tudo o que Jesus ordenou sem também incluir

tudo do A.T.

A tarefa do cumprimento da grande comissão inclui, portanto, não somente a evangelização, mas

também o ensino . E a tarefa de ensinar tudo o que Jesus nos ordenou é ensinar o que a totalidade da

bíblia nos diz hoje. Aqui é onde a TEOLOGIA se torna necessária: para que aprendamos

eficazmente e ensinemos outros o que a totalidade da bíblia diz, é necessário coletar e sintetizar

todas as passagens da escritura sobre um assunto específico .

Pelo fato de que ninguém terá tempo para estudar o que a bíblia toda diz a respeito de uma questão

doutrinária que possa ser levantada, é muito útil ter o benefício do trabalho de outros que têm

pesquisado a escritura e descoberto respostas para vários tópicos. Portanto, a TEOLOGIA é

necessária para ensinar o que a bíblia diz porque, em primeiro lugar , somos finitos em nossa

memória e no tempo que temos disponível. Em segundo lugar, porque ela nos capacita a ensinar a

nós próprios e a outros sobre a totalidade do que a bíblia diz, cumprindo assim a segunda parte da

Grande Comissão.

OS BENEFÍCOS DA TEOLOGIA PARA A NOSSA VIDA

Embora a razão básica para estudar teologia seja que ela é um meio de obediência à ordem de nosso

Senhor, há alguns benefícios adicionais que surgem de tal estudo.

Primeiro, estudar teologia ajuda-nos a derrotar nossas idéias erradas. Por haver pecado em nosso

coração e porque temos conhecimento incompleto da bíblia, todos nós de vez em quando resistimos

ou nos recusamos a aceitar certos ensinos da escritura. Por exemplo, podemos ter somente um

entendimento vago a respeito de certa doutrina, o que torna mais fácil resistir a ela, ou talvez

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saibamos apenas um versículo a respeito do tópico e então tentamos atenuá-la.

É de grande ajuda para nós sermos confrontados com o peso total do ensino da escritura sobre um

assunto de forma que sejamos prontamente persuadidos mesmo contra nossas inclinações iniciais

erradas.

Segundo, estudar teologia ajuda-nos a ser capazes de tomar decisões melhores mais tarde sobre

questões doutrinárias que possam surgir. Não podemos saber que novas controvérsias doutrinárias

trarão a tona no futuro. Essas novas controvérsias algumas vezes poderão incluir perguntas que

ninguém havia enfrentado antes. Para responder de maneira apropriada a essas questões, os cristãos

deverão perguntar : "o que a totalidade da bíblia diz sobre o assunto ?" quaisquer que sejam as

novas controvérsias doutrinárias nos anos futuros, os que tiverem aprendido bem a TEOLOGIA

SISTEMÁTICA serão muito mais hábeis para responder as novas questões que surgirão. Isso se

deve à grande consistência da bíblia; tudo o que a bíblia diz é de alguma forma relacionado a tudo

mais que ela diz. Assim, as novas questões serão relacionadas a muito do que já tem sido aprendido

da bíblia. Quanto mais minunciosamente o material anterior tiver sido aprendido, mais capazes

seremos de tratar essas novas questões.

Esse benefício se estende de maneira mais ampla . Enfrentamos problemas em aplicar a escritura à

vida em muito mais contextos que as discussões doutrinárias formais .O que a bíblia ensina a

respeito do relacionamento entre marido e mulher ? A respeito de como criar os filhos ? A respeito

de testemunhar a um colega de trabalho ? Que princípios a escritura nos dá ao estudarmos

psicologia, economia e ciências naturais ? Como ela nos orienta em relação a gastar o nosso

dinheiro, poupá-lo ou dizimá-lo ? A bíblia nos dá princípios que se aplicam a cada área de nossa

vida, e os que aprenderem bem os ensinos teológicos da bíblia serão muito mais capazes de tomar

decisões que agradem a DEUS nessas áreas práticas da ética também.

Terceiro, estudar teologia sistemática nos ajudará a crescer como cristãos. Quanto mais conhecemos

a respeito de DEUS, a respeito de sua palavra, a respeito de seu relacionamento com o mundo e a

humanidade, maior será a nossa confiança nele, mais plenamente o louvaremos e mais

profundamente obedeceremos a ele. Estudar teologia sistemática de maneira correta nos fará

cristãos maduros. Se isso não acontecer, é porque não estamos estudando do modo que DEUS quer.

De fato, a bíblia muitas vezes conecta sã doutrina com maturidade na vida cristã. Paulo fala de "

ensino que é segundo a piedade " ( 1 Tm 6.3 ) e diz que sua obra como apóstolo é " levar os eleitos

de Deus à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade " ( Tt1.1 ). Por contraste, ele

indica que toda espécie de desobediência e imoralidade é contrária à sã doutrina ( 1 Tm 1.10 ).

REFERÊNCIAS

GRUDEM, Wayne.Manual de Teologia Sistemática.São Paulo:Ed.Vida,2001.

FINNEY, Charles Grandison.Uma Vida Cheia do Espírito.Belo Horizonte:Ed.Betânia,1998.

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40 RAZÕES PARA ESTUDAR TEOLOGIA

40 Razões para um leigo (a) fazer um curso de TEOLOGIA

Provérbios 9:9

1. Para saber dar as ―razões da sua esperança‖.

2. Crescer na direção de uma ―fé inteligente‖.

3. Capacitar-se para uma melhor atuação pastoral.

4. Crescer na espiritualidade.

5. Conhecer com maior profundidade a Palavra de Deus.

6. Entender as raízes históricas do cristianismo.

7. Preparar-se para o diálogo com as outras religiões.

8. Entender de modo científico e sistemático a fé cristã.

9. Ler e interpretar os documentos da Igreja (Magistério).

10. Conhecer as belezas da Tradição cristã.

11. Preparar-se para ser um ótimo catequista.

12. Fazer um curso superior com validade civil na área das ciências humanas e estar habilitado

pra ingressar em qualquer mestrado.

13. Prepara-se para ser futuramente um pesquisador na área da Teologia, inclusive com apoio

dos órgãos de fomento, por exemplo o CNPQ.

14. Encaminhar sua carreira para a docência em alguma das áreas da Teologia.

15. Ter um curso superior em seu curriculum vitae e com isso melhorar sua empregabilidade.

16. Ser reconhecido como especialista em ética cristã.

17. Melhorar a sua auto-estima por ter realizado o sonho de toda uma vida.

18. Muitos fazem da teologia sua segunda faculdade. A primeira foi feita para garantir a

sobrevivência (pão nosso) a segunda para o cultivo pessoal (Pai nosso).

19. Ter um amplo leque cultural, inclusive com o conhecimento de línguas como grego,

hebraico e latim.

20. A teologia exercita o raciocínio lógico e equilibra mente e coração, inteligência racional e

inteligência emocional.

21. É difícíl encontrar um teólogo desempregado pois são poucos os profissionais formados

nesta área.

22. Ser contratado por uma paróquia para administrar o setor de pastoral.

23. Ser contratado por alguma editora cristã.

24. Ser contratado por alguma escola confessional para a pastoral escolar.

25. Avançar para mestrado e doutorado em teologia com bolsa da CAPES.

26. Requalificar sua atuação dentro de um movimento de Igreja.

27. Satisfazer inquietações religiosas.

28. Discernir sua vocação.

29. Atuar nos meios de comunicação social.

30. Contribuir na transformação da sociedade.

31. O teólogo tem condições de ser uma intância crítica dos diversos discursos sobre Deus, a

Igreja e o fenômeno humano.

32. Ser contratado por empresas para atuar no departamento de Recursos Humanos, por ter esta

sensibilidade desenvolvida em sua formação teológica.

33. Ser assessor(a) dicocesano(a) de pastoral.

34. Ajudar as pessoas por meio de aconselhamento.

35. Prestar assessorias (cursos nas áreas de Bíblia, Liturgia, Pastoral, Catequese, etc.

36. Pregar retiros espirituais com qualidade.

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37. Atuar em ONGs a serviço da promoção humana e defesa da vida.

38. Exercer algum ministério na Igreja.

39. Preparar-se para elaborar uma Teologia do Laicato.

40. Simplesmente avançar para águas mais profundas!

MAPA DA ESTRUTURA TEOLÓGICA

ÁREA HISTÓRICO-SISTEMÁTICA

TEOLOGIA

SISTEMÁTICA Teologia (Deus) Cristologia

Pneumatologia

ou

paracletologia

Bibliologia Escatologia Soteriologia e

Hamartiologia Eclesiologia

Angelologia

(anjos,

demônios)

TEOLOGIA

DOGMÁTICA

Teologia

Protestante

Teologia

Evangélica

Teologia

Católica

Teologia

Reformada

Teologia

Arminiana

Teologia

Dispensacional

Teologia

Denominaciona

l

HISTÓRIA DA

TEOLOGIA

Teologia

Patrística

Teologia

Medieval

Teologia da

Reforma

Teologia pós-

Reforma

Teologia na

América

Teologia na

América Latina

Teologia no

Brasil

TEOLOGIA

CONTEMPORÂNE

A

Teologia

Liberal

Teologia

Fundamentalist

a

Teologia Neo-

ortodoxa

Teologia da

Esperança

Teologia da

Libertação e de

Minorias

Teologia

Secular

Teologia do

Processo

Teologia da

prosperidad

e

CIÊNCIAS DE

APOIO E

RESULTANTES

Metodologia da

Pesquisa Filosofia

Filosofia da

Religião

Fenomenologi

a da Religião

Diálogo: Fé,

Filosofia,

Ciência

Apologética Religiões e

Seitas

Pós-

modernidad

e

HISTÓRIA DA

IGREJA História Antiga

História

Medieval

História

Moderna

História

Contemporâne

a

História

Denominaciona

l

História no

Brasil e na

América

Latina

ÁREA BÍBLICA

GERAIS Introdução à

Bíblia

Geografia

Bíblica Arqueologia

História do

Mundo Bíblico Crítica Bíblica

Teologia

Bíblica Hermenêutica

Exegese

Geral

LÍNGUAS

BÍBLICAS Hebraico Grego Aramaico Exegese do AT Exegese do NT

ANTIGO

TESTAMENTO

Introdução ao

AT

História de

Israel

História dos

povos Antigos Crítica do AT

Comentários

Bíblicos do AT

Teologia do AT Temas

Teológicos AT

Teologia AT

Específica:

(Salmos)

NOVO

TESTAMENTO

Introdução ao

NT

História do

Mundo do NT Crítica do NT

Comentários

Bíblicos do NT

Teologia do NT Temas

teológicos NT

Teologia NT

Específica:

(Lucas)

ÁREA PRÁTICA

PASTORAL Homilética Teorias da

comunicação Sermão Oratória Ilustrações

Material de

Apoio

Ferramentas

Lingüísticas de

Apoio

Ministério Vocação

pastoral Papel pastoral

Aconselhament

o

Aconselhament

o pastoral

Aconselhament

o bíblico

Psicologia da

religião

Psicologia e

Teologia

MISSÕES Introdução à

Missiologia

Antropologia

Missionária

História de

Missões

Biografias

Missionárias

Modelos

Missionários

Ciências de

Apoio Sociologia Antropologia

Sociologia da

religião

Realidade

Brasileira

PRÁTICA Liderança Liderança Liderança

Page 12: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

12

ECLESIÁSTICA Eclesiástica Bíblica Secular

Administração

Eclesiástica Secretaria Contabilidade

Informática e

Igreja

Recursos

Humanos

Marketing e

Igreja

Modelos

Eclesiásticos

Igreja com

propósitos

Grupos

pequenos

Igrejas em

células

Rede

Ministerial

Crescimento de

Igreja

Implantação de

Igrejas Evangelização

Modelos de

evangelização

Social Comunhão

Cristã Ação Social

Ministério a

Carentes

ESPIRITUALIDAD

E e CULTO Espiritualidade Avivamento Oração Santidade

Renovação e

Dons

Espiritualidade

s Distintas

Adoração Liturgia Música na

Igreja Arte e Culto

Adoração e

Teologia

EDUCAÇÃO

CRISTÃ

Educação na

Igreja

Escola

Dominical

Discipulado

cristão

Modelos

educacionais

Material de

Apoio

Recursos

audio-visuais

Ciências de

Apoio

Pedagogia

Geral Didática Material

SÉCULO I

PAULO DE TARSO

(Nome original - Saulo) ou São Paulo, o apóstolo, (cerca de 3 - c. 66) é considerado por muitos

cristãos como o mais importante discípulo de Jesus e, depois de Jesus, a figura mais importante no

desenvolvimento do Cristianismo nascente. Paulo de Tarso é um apóstolo diferente dos demais.

Primeiro porque ao contrário dos outros, Paulo não conheceu Jesus pessoalmente. Por outro lado,

Paulo era um homem culto, freqüentou uma escola em Jerusalém, tinha feito uma carreira no

Templo (era Fariseu), onde foi sacerdote. Destaca-se dos outros apóstolos pela sua cultura. A

maioria dos outros apóstolos eram pescadores, analfabetos.

A língua materna de Paulo era o grego. É provável que também dominasse o aramaico.

Educado em duas culturas (grega e judaica), Paulo fez muito pela difusão do Cristianismo entre os

gentios e é considerado uma das principais fontes da doutrina da Igreja. As suas Epístolas formam

uma secção fundamental do Novo Testamento. Alguns afirmam que ele foi quem verdadeiramente

transformou o cristianismo numa nova religião, e não mais uma seita do Judaísmo.

Foi a mas destacada figura cristã a favorecer a abolição da necessidade da circuncisão e dos estritos

hábitos alimentares tradicionais judaicos. Esta opção teve a princípio a oposição de outros líderes

cristãos, mas, em conseqüência desta revolução, a adaptação do cristianismo pelos povos gentios

tornou-se mais viável, ao passo que os Judeus mais conservadores, muitos deles vivendo na Europa,

permaneceram fiéis à sua tradição, que não tem um móbil missionário.

SÉCULO II

POLICARPO DE ESMIRNA

23 de Fevereiro Policarpo de Esmirna (c. 70 — c. 160) foi um bispo de Esmirna (atualmente na

Turquia) no segundo século. Morreu como um mártir, vítima da perseguição romana, aos 87 anos. É

reconhecido como santo tanto pela Igreja Católica Apostólica Romana quanto pelas Igrejas

Ortodoxas Orientais.

O santo deste dia é um dos grandes Padres Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que

conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do

mundo greco-romano.

São Policarpo foi ordenado bispo de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista. De caráter reto,

de alto saber, amor a Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente.

Com a perseguição, o Santo bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e assim foi levado para o

governador, que pretendia convencê-lo de ofender a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas

palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como poderei

Page 13: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

13

rejeitar Aquele a quem prestei culto e reconheço o meu Salvador".

Condenado no estádio da cidade, ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede

bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos".

São Policarpo viveu o seu nome - poli=muitos, carpo=fruto - muitos frutos" que foram regados com

suor, lágrimas e, no seu martírio nos anos 155, regado também com sangue.

SÉCULO III

CLEMENTE DE ALEXANDRIA

Tito Flávio Clemente, nome de Clemente de Alexandria (150 - 215), escritor grego, teólogo e

mitógrafo cristão nascido em Atenas, pesquisador das lendas menos compatíveis com os valores

cristãos, defensor da rebelião contra a opressão, que levou ao conceito de guerra justa, considerado

o fundador da escola de teologia de Alexandria.

Combateu também o racismo, que via como base moral da escravidão. De pais pagãos, convertido

ao cristianismo por seu mestre patrístico Panteno (século II), abraçou a nova fé e sucedeu-lhe como

líder espiritual da comunidade cristã de Alexandria, onde permaneceu durante vinte anos, tornando-

se um dos mais inteligentes e ilustrados dos padres primitivos. Entre suas obras de ética, teologia e

comentários bíblicos destaca-se a trilogia formada por Exortação, Pedagogo e Miscelâneas. Do

período de formação da patrística e pré-nissênico com nomes da escola cristã de Alexandria,

combateu os hereges gnósticos.

Embora ele tenha sido instruído profundamente na filosofia neoplatônica, decidiu voltar-se ao

cristianismo. Estabeleceu o programa educativo da escola catequética alexandrina, que séculos mais

tarde serviria de base ao trivium e ao quadrivium, grupos de disciplinas que constituíam as artes

liberais na Idade Média. Defendeu a teoria da causa justa para a rebelião contra o governante que

escravizasse seu povo. Em O Discurso escreveu sobre a salvação dos ricos e sobre temas como o

bem-estar, a felicidade e a caridade cristã. Durante a perseguição aos cristãos (201) pelo imperador

romano Sétimo Severo transferiu seu cargo na escola catequética ao discípulo Orígenes e refugiou-

se na Palestina, junto a Alexandre, bispo de Jerusalém, lá permanecendo até sua morte. Como se vê,

Clemente de Alexandria teve um papel importantíssimo na história da interpretação biblica entre os

judeus e os cristãos no período patrístico.

Em Alexandria a religião judaica e a filosofia grega se encontraram e se influenciaram mutuamente

criando a escola que influenciou a interpretação bíblica. Esta escola influenciada pela filosofia

platônica, encontrou um método natural de harmonizar religião e filosofia na interpretação alegórica

da Bíblia. Clemente de alexandria foi o primeiro a aplicar o método alegórico na interpretação do

Antigo Testamento. A interpretação bíblica alégorica acreditava que era mais madura do que o

interpretação no sentido literal.

Datam do período helenístico as primeiras aproximações do budismo com o mundo ocidental.

Mercadores indianos que viviam em Alexandria propagaram sua fé budista pela região. Clemente

de Alexandria foi o primeiro autor ocidental a citar em suas obras o nome de Buda.

Inspirados em Orígenes e na Escola de Alexandria, muitos escritores cristãos desenvolveram suas

obras: Júlio Africano, Amônio, Dionísio de Alexandria, o Grande, Gregório, o Taumaturgo,

Firmiliano, bispo de Cesareia, na Capadócia, Teognostos, Pedro de Alexandria, Pânfilo e Hesíquio

Held.

SÉCULO IV

ATANÁSIO DE ALEXANDRIA

(295-373), considerado santo pela Igreja Ortodoxa e Católica (esta última reverencia-o também

como um dos seus trinta e três Doutores da Igreja) e ainda um dos mais prolíficos Padres da Igreja

Orientais.

Foi um dos defensores do ascetismo cristão, tendo inaugurado o género literário da hagiografia,

Page 14: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

14

com a Vida de Santo Antão do Deserto, escrita primeiramente em grego e logo traduzida para latim,

tendo-se difundido com grande rapidez pelo Ocidente do Império Romano. Este género baseava-se

nas Vitæ de autores romanos pagãos (v. g., as Vidas dos Doze Césares, de Suetónio); porém, o que

Atanásio procura fazer é tornar as Vitæ um modelo a ser seguido por todo o rebanho cristão, e é

nesse sentido que é visto como criador do género; o que relata não tem que ser necessariamente

verdadeiro, antes deve infundir no crente cristão a vontade de cultivar esse mesmo modelo de vida.

Do ponto de vista doutrinal, foi perseguido e exilado devido às acesas discussões que manteve

contra partidários do Arianismo; para além disso, defendeu a consubstanciação das três pessoas

divinas na Santíssima Trindade, tal como definido pelo Concílio de Niceia, em 325, no Credo

Niceno.

SÉCULO V

AURÉLIO AGOSTINHO

(Do latim, Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho foi um bispo católico,

teólogo e filósofo que nasceu em 13 de Novembro de 354 em Tagaste (hoje Souk-Ahras, na

Argélia); morreu em 28 de Agosto de 430, em Hipona (hoje Annaba, na Argélia). É considerado

pelos católicos santo e doutor da doutrina da Igreja.

Santo Agostinho cresceu no norte da África colonizado por Roma, educado em Cartago. Foi

professor de retórica em Milão em 383. Seguiu o Maniqueísmo nos seus dias de estudante e se

converteu ao cristianismo pela pregação de Ambrósio de Milão. Foi batizado na Páscoa de 387 e

retornou ao norte da África, estabelecendo em Tagaste uma fundação monástica junto com alguns

amigos. Em 391 foi ordenado sacerdote em Hipona. Tornou-se um pregador famoso (há mais de

350 sermões dele preservados, e crê-se que são autênticos) e notado pelo seu combate à heresia do

Maniqueísmo. Defendeu também o uso de força contra os Donatistas, perguntando "Por que . . . a

Igreja não deveria usar de força para compelir seus filhos perdidos a retornar, se os filhos perdidos

compelem outros à sua própria destruição?" (A Correção dos Donatistas, 22-24).

Em 396 foi nomeado bispo assistente de Hipona (com o direito de sucessão em caso de morte do

bispo corrente), e permaneceu como bispo de Hipona até sua morte em 430. Deixou seu monastério,

mas manteve vida monástica em sua residência episcopal. Deixou a Regula para seu monastério que

o levou a ser designado o "santo Patrono do Clero Regular", que é uma paróquia de clérigos que

vivem sob uma regra monástica.

Agostinho morreu em 430 durante o cerco de Hipona pelos Vândalos. Diz-se que ele encorajou seus

cidadãos a resistirem aos ataques, principalmente porque os Vândalos haviam aderido ao arianismo,

que Agostinho considerava uma heresia.

SÉCULO IX

JOÃO ESCOTO ERÍGENA

(810, Irlanda - Paris, 877) [também conhecido como Escoto de Erigena, John Scotus Erigena ou

Johannes Scotus Eriugena]. Filósofo, teólogo e tradutor escocês da corte de Carlos, o Calvo,

nascido na Scotia (hoje Irlanda), expoente máximo do renascimento carolíngio, no século IX, que

escolheu como tema principal de seus estudos as relações entre a filosofia grega e os princípios do

cristianismo.

Convidado pelo rei franco Carlos, o Calvo (845), viveu na corte onde ensinou gramática e dialética.

Sua obra caracterizou-se por sua poderosa síntese filosófico-teológica e pela obscuridade estrutural.

Seus principais livros foram De praedestnatione (851), obra condenada, em concílio, pelas

autoridades eclesiásticas, e De divisione naturae (862-866), sua obra mais conhecida e também a

mais importante, mostrava sua visão sobre a origem e a evolução da natureza, na tentativa de

conciliar a doutrina neoplatônica da emanação com o dogma cristão da criação, também um livro

posteriormente condenado. Também desenvolveu inúmeras traduções de textos de outros autores,

principalmente atendendo pedidos do rei, Carlos. Suas traduções de Pseudo-Dionísio, o Areopagita,

Page 15: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

15

São Máximo, o Confessor e São Gregório de Nissa tornaram acessíveis aos pensadores ocidentais

os escritos dos fundadores da teologia cristã.

SÉCULO XII

BERNARDO DE CLARAVAL

(O. Cist.), conhecido também como São Bernardo, era oriundo de uma família nobre de Fontaine-

les-Dijon, perto de Dijon, na Borgonha, França. Nasceu em 1090 e morreu em Claraval em 20 de

Agosto de 1153.

Aos 22 anos foi estudar teologia no mosteiro de Cister (fr. Cîteaux). Em 1115 fundou a abadia de

Claraval (fr. Clairvaux), sendo o seu primeiro abade. Naquela época enfrentou inúmeras oposições,

apesar disto, acabou reunindo mais de 700 monges. Fundou 163 mosteiros em vários países da

Europa.

Durante sua vida monástica demonstrava grande fé em Deus serviu à igreja católica apoiando as

autoridades eclesiásticas acima das pretensões dos monarcas. Em função disto favoreceu a criação

de ordens militares e religiosas. Uma das mais famosas foi a ordem dos cavaleiros templários.

Ao morrer o papa Honório II em 1130, Bernardo apoiou o papa Inocêncio II, que assim conseguiu

se impor ao antipapa Anacleto II. Sempre influenciou os sucessivos pontífices com seu apoio. O rei

Luís VII da França e o papa Eugénio III, em 1147, encomendaram a Bernardo a pregação da

segunda cruzada. Porém, não aceitava as motivações políticas e econômicas subjacentes à iniciativa

dos soberanos, mas mesmo assim apoiou.

Durante toda sua vida monástica escreveu numerosos sermões e ensaios externando o seu

espiritualismo contemplativo. Sua obra mais conhecida foi Adversus Abaelardum. Nela combateu

as teorias do teólogo e filósofo Pedro Abelardo, por não aceitar as interpretações racionalistas que,

segundo Bernardo, desvirtuavam a fé exigida pelos mistérios de Deus.

Foi canonizado em 1174 pelo papa Alexandre III com o nome de São Bernardo. Em 1830 recebeu o

título de doutor da Igreja Católica.

SÉCULO XIII

SÃO TOMÁS DE AQUINO

OP, (perto de Aquino, Itália, 1227 - Paris, 7 de Março 1274), tido como santo pela Igreja Católica,

foi um frade dominicano e teólogo italiano.

Nascido numa família nobre, estudou filosofia em Nápoles e foi depois para Paris, onde se dedicou

ao ensino e ao estudo de questões filosóficas e teológicas. Aos 19 anos fugiu de casa para se juntar

aos dominicanos. Conseguiu entrar na Ordem fundada por São Domingos de Gusmão. Foi mestre

em Paris e morreu na Abadia de Fossa nova quando se dirigia para Lião a fim de participar do

Concílio de Lião.

Seus interesses não se restringiam a religião e filosofia, mas também interessou-se pelo estudo de

alquimia, tendo publicado uma importante obra alquímica chamada "Aurora Consurgens". O mérito

transcendente de São Tomás consistiu em introduzir aristotelismo na escolástica anterior. A partir

de São Tomás a Igreja tem uma teologia (fundada na revelação) e uma filosofia (baseada no

exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: fé e razão.

São Tomás é considerado um dos maiores mestres da Igreja pois conseguiu alcançar um profundo

entendimento da espiritualidade cristã.É também conhecido como o Doutor Angélico.

SÉCULO XIV

JOHN DUNS SCOT, OU SCOTUS

(Escócia ca. 1266 - 8 de Novembro 1308) foi membro da Ordem Franciscana, filósofo e teólogo da

tradição escolástica, chamado o Doutor Sutil, mentor de outro grande nome da filosofia medieval:

William de Ockham. Foi beatificado em 20 de Março de 1993, durante o pontificado de João Paulo

Page 16: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

16

II.

Formado no ambiente acadêmico da Universidade de Oxford, onde ainda pairava a aura de Robert

Grosseteste e Roger Bacon, posicionou-se contrário a São Tomás de Aquino no enfoque da relação

entre a razão e a fé. Para Scot, as verdades da fé não poderiam ser compreendidas pela razão. A

filosofia, assim, deveria deixar de ser uma serva da teologia, como vinha ocorrendo ao longo de

toda a Idade Média e adquirir autonomia. Um dos grandes contributos de Scot para a história da

filosofia, afirmam os historiadores, está no conceito de estidade ( haecceitas ). Por esta teoria,

valoriza a experiência, e distancia a preocupação exclusivista da filosofia com as essências

universais e transcendentes.

SÉCULO XV

TOMÁS DE KEMPIS OU THOMAS HEMERKEN

(Também conhecido como Thomas a Kempis, Thomas de Kempen, ou Thomas von Kempen)

nasceu em 1379 ou 1380 em Kempen na Renânia e faleceu no dia 25 de julho de 1471, no mosteiro

de Saint Agnetenberg perto de Zwolle, na Alemanha. Foi um monge e escritor místico alemão. Lhe

são atribuídas cerca de 40 obras, o que o tornam o maior representante da literatura devocional

moderna. Um dos textos que lhe são atribuídos é o da Imitação de Cristo, obra de inegável

influência no cristianismo.

MARTINHO LUTERO

(Eisleben, 10 de Novembro de 1483 — Eisleben, 18 de Fevereiro de 1546) foi um teólogo alemão.

É considerado o pai espiritual da Reforma Protestante.

Martinho Lutero, cujo nome original em alemão era Martin Luther era filho de Hans Luder e

Margarethe Lindemann. No ano seguinte ao seu nascimento (1484), sua família mudou-se para

Mansfeld, onde seu pai dirigia várias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Luther

deseja que seu filho viesse a tornar-se um funcionário público, melhorando assim as condições da

família. Com este objetivo, enviou o jovem Martinho para escolas em Mansfeld, Magdeburgo e

Eisenach.

Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt, onde tocava alaúde e

recebeu o apelido de "O filósofo". O jovem estudante graduou-se em bacharel em 1502 e o

mestrado em 1505, o segundo entre dezessete candidatos. Seguindo os desejos paternos, inscreveu-

se na escola de Direito dessa Universidade. Mas tudo mudou após uma grande tempestade, com

descargas elétricas, ocorrida neste mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de onde ele estava, ao

voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado, gritara então: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me

tornarei um monge!"

Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu os seus livros com exceção dos de

Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Erfurt, a 17 de julho de 1505.

A TEOLOGIA DA GRAÇA DE LUTERO O desejo de obter os graus acadêmicos levaram Lutero a estudar as Escrituras em profundidade.

Influenciado por sua formação humanista de buscar ir "ad fontes" (às fontes), mergulhou nos

estudos sobre a Igreja Primitiva. Devido a isto, termos como "penitência" e "honestidade" ganharam

novo significado para ele, já convencido de que a Igreja havia perdido sua visão de várias das

verdades do cristianismo ensinadas nas Escrituras - sendo a mais importante delas a doutrina da

chamada "Justificação" apenas pela fé. Lutero começou a ensinar que a Salvação era um benefício

concedido apenas por Deus, dado pela Graça divina através de Jesus Cristo e recebido apenas com a

fé.

Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princípio da distinção própria entre o Torá (Leis

Mosaicas) e os Evangelhos, que reforçavam sua teologia da graça. Em consequência, Lutero

acreditava que seu princípio de interpretação era um ponto inicial essencial para o estudo das

Page 17: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

17

Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distinção da Lei e dos Evangelhos era a causa da

incorreta compreensão dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituição a quem

responsabilizava por haver criado e fomentado muitos erros teológicos fundamentais.

SÉCULO XVI

JOÃO CALVINO

(Noyon, 10 de Julho de 1509 — Genebra, 27 de Maio de 1564) foi um teólogo cristão francês.

Calvino fundou o Calvinismo, uma forma de Protestantismo cristão, durante a Reforma Protestante.

Esta variante do Protestantismo viria a ser bem sucedida em países como a Suíça (país de origem),

Países Baixos, África do Sul (entre os Afrikaners), Inglaterra, Escócia e Estados Unidos da

América.

Nascido na Picardia, ao norte da França, foi batizado com o nome de Jean Cauvin. A tradução do

apelido de família "Cauvin" para o latim Calvinus deu a origem ao nome "Calvin", pelo qual se

tornou conhecido.

Calvino foi inicialmente um humanista. Nunca foi ordenado sacerdote. Depois do seu afastamento

da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimento

protestante, orando em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como "padre". Vítima das

perseguições aos protestantes na França, fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu em 1564.

Genebra tornou-se definitivamente num centro do protestantismo Europeu e João Calvino

permanece até hoje uma figura central da história da cidade e da Suíça.

FRANCISCO TURRETINI

(Também conhecido como François Turretini) era filho de Francesco Turrettini, que saiu de sua

Lucca em 1574 e se estabeleceu em Genebra em 1592. Turretini nasceu em Genebra (17 de Outubro

de 1623) e ali morreu, em 28 de Setembro de 1687. Educou-se em Genebra, Leiden, Utrecht, Paris,

Saumur, Montauban e Nimes. Retornou à sua cidade de nascimento e, em 1648, foi ordenado pastor

da igreja italiana que lá existia. Além disso, tornou-se professor de teologia em 1653.

SÉCULO XVIII

JONATHAN EDWARDS

Jonathan Edwards, nasceu em East Windsor, Connecticut, EUA, sendo seu pai um ministro do

evangelho que militou na Igreja Congregacional. Criado em um lar evangélico, isto o estimulou

sobremaneira desde o início de sua vida a um grande fervor espiritual, tendo já desde a meninice

grande preocupação com a obra de Deus e com a salvação de almas.

Ele começou a estudar o latim aos seis anos de idade e aos 13 já era fluente também em grego e

hebraico. Com 10 anos, escreveu um ensaio sobre a imortalidade da alma e aos 12, escreveu um

excelente texto sobre aranhas voadoras. Em 1720 obteve o bacharelado no Colégio de Yale,de

fundação dos Congregacionais em New Haven, iniciando em seguida os seus estudos teológicos

nesta mesma instituição, obtendo o mestrado em 1722. Em seguida, assumiu uma cadeira de

professor assistente em Yale, cargo que ocupou por dois anos.

Após ser professor em Yale, sentiu o chamado para o ministério e pastoreou um Igreja Presbiteriana

em Nova York em 1722 (por um período de oito meses), em 1726, então aos 23 anos, assumiu o

posto de segundo pastor na Igreja Congregacional de Northampton, Massachussetts; igreja esta que

era pastoreada por seu avô Solomon Stoddard (1643-1729), e a segunda maior da região, com mais

de seiscentos membros, o que era praticamente toda a população adulta daquela localidade.

Em julho de 1727 casou-se com Sarah Pierrepont, filha de James Pierrepont, pastor da Igreja de

New Haven, e bisneta do primeiro prefeito de Nova York, com quem teve 11 filhos, sendo que um

deles foi pai do vice-presidente Aaron Burr.

Em 1729 com a morte do seu avô, Jonathan se tornou o pastor titular da Igreja Congregacional de

Page 18: HISTÓRIA DA TEOLOGIA

18

Northampton, na qual cinco anos depois ocorreria um grande avivamento, entre 1734-35, chamado

de O Grande Despertamento, que se iniciou entre os presbiterianos e luteranos na Pensilvânia e em

Nova Jersey, e que teve seu apogeu por volta do ano de 1740, através do trabalho de George

Whitefield. Foi nessa cidade que pregou seu sermão mais famoso: Pecadores nas Mãos de um Deus

Irado. Em 1750, depois de pastorear a Igreja Congregacional de Northampton por 23 anos, Jonathan

Edwards foi despedido pela Igreja por ser contrário à prática de se servir a Ceia do Senhor a pessoas

não convertidas, pratica instituída por seu avô, e que era do gosto da Igreja. Em seu sermão de

despedida disse: Portanto, quero exortá-los sinceramente, para o seu próprio bem futuro, que tomem

cuidado daqui em diante com o espírito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz e

empenhem-se por alcançá-la (I Pedro 3:10-11). Que a recente contenda sobre os termos da

comunhão cristã, tendo sido a maior, seja também a última. Agora que lhes prego meu sermão de

despedida, eu gostaria de dizer-lhes como o apóstolo Paulo disse aos coríntios em II Coríntios

13.11: "Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo

parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco."

SÉCULO XIX

CHARLES GRANDISON FINNEY

(1792-1875) foi um pregador, teólogo e avivalista estado-uinense.

Seu ministério é mais conhecido por incluir novas medidas na pregação e mudar o entendimento

teológico do avivamento. Sua pregação converteu milhares de pessoas, embora creiam que poucas

perseveravam na fé.

Finney foi ordenado em uma Igreja Presbiteriana. Após discordar do calvinismo, Finney aceitou o

arminianismo (embora alguns o identifiquem como seguidor de Pelágio), ganhando a oposição

deles.

Fundou um colégio em Oberlin, Ohio, cidade onde morreu em 1875.

Deixou dezenas de sermões e uma obra de Teologia Sistemática. Sua teologia influenciou o

pentecostalismo, especialmente sobre o Batismo no Espírito Santo após a conversão.

SÉCULO XX

CLIVE STAPLES LEWIS

(29 de Novembro, 1898 - 22 de Novembro, 1963), conhecido como C. S. Lewis, foi um autor e

escritor norte-irlandês, que se salientou pelo seu trabalho académico sobre literatura medieval e pela

apologética cristã que desenvolveu através de várias obras e palestras. É igualmente conhecido por

ser o autor da famosa série de livros infantis de nome As Crônicas de Nárnia.

Nascido em Belfast, Irlanda do Norte, Clive Staples Lewis, cresceu no meio dos livros da seleta

biblioteca particular de sua família, criando nesta atmosfera cultural um mundo todo próprio,

dominado por sua fértil imaginação e criatividade. Os seus pais, Albert James Lewis e Flora

Augusta Hamilton Lewis eram protestantes, mas não particularmente religiosos. Mais

especificamente eram de origem metodista. Quando Clive tinha três anos decidiu adotar o nome de

"Jack", nome pelo qual ficaria conhecido na família e no círculo de amigos próximos.

Quando adolescentes, Lewis e seu irmão Warren (três anos mais velho que ele), passavam quase

todo o seu tempo dentro de casa dedicando-se a leitura de livros clássicos, e distantes da realidade

materialista e tecnológica do século XX. Aos 10 anos, a morte prematura de sua mãe, fez com que

ele ainda mais se isolasse da vida comum dos garotos de sua idade, buscando refúgio no campo de

suas estórias e fantasias infantis.

Na sua adolescência encontrou a obra do compositor Richard Wagner e começou a interessar-se

pela mitologia nórdica.

Sua educação foi iniciada por um tutor particular, e mais tarde no Malvern College na Inglaterra.

Em 1916, aos 18 anos de idade, foi admitido no University College, em Oxford. Seus estudos foram

interrompidos pelo serviço militar na I Guerra Mundial. Em 1918, retornou a Oxford.

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Durante a I Guerra Mundial ele conheceu um outro soldado irlandês chamado Paddy Moore, com

que travou uma amizade. Os dois fizeram uma promessa: se algum deles falecesse durante o

conflito, o outro tomaria conta da família respectiva. Moore faleceu em 1918 e Lewis cumpriu com

o seu compromisso. Após o final da guerra, Lewis procurou a mãe de Paddy Moore, a senhora Janie

Moore, com quem estabeleceu uma profunda amizade até à morte desta em 1951. Lewis viveu em

várias casas arrendadas com Moore e a sua filha Maureen, facto que desagradou o seu pai. Por esta

altura Clive já tinha abandonado o Cristianismo no qual fora educado na sua infância.

Ensinou no Magdalen College, de 1925 a 1954 e deste ano até sua morte em Oxford. Foi professor

de Literatura Medieval e Renascentista na Universidade de Cambridge. Tornou-se altamente

respeitado neste campo de estudo, tanto como professor como escritor. Seu livro A Alegoria do

Amor: um Estudo da Tradição Medieval, publicado em 1936, é considerado por muitos, seu mais

importante trabalho, pelo qual ganhou o prêmio Gollansz Memorial de literatura. Em Oxford

conheceu vários escritores famosos, como Tolkien, T. S. Eliot, que ajudaram a voltar à fé cristã, e

Owen Barfield.

Lewis voltou ao fé cristã no início da década de 1930 e dedicou-se a defendê-la e permaneceu na

Igreja Anglicana (o conhecido téologo evangélico J. I. Packer foi clérigo na igreja onde C. S. Lewis

freqüentava). Tem sido chamado o porta-voz não oficial do Cristianismo que ele soube divulgar de

forma magistral, através de seus livros e palestras, onde ele apresenta sua crença na verdade literal

das Escrituras Sagradas, sobre o Filho de Deus, sua vida, morte e ressurreição. Isto foi certamente

verdade durante sua vida, mas de forma ainda mais evidente, após a sua morte. Foi chamado até de

"Elvis Presley evangélico" devido à sua popularidade.

SÉCULO XXI

MARTIN LUTHER KING JR.

(1929-1968) Pastor norte-americano, prêmio Nobel, líder do movimento pelos direitos civis nos

Estados Unidos, partidário da não-violencia na luta contra o racismo. foi um pastor e ativista

político estadunidense. Pertencente à Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do

ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no

mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Recebeu o

Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e

lembrado é "I Have A Dream (Eu Tenho Um Sonho)".

RUBEM ALVES

(Boa Esperança, 15 de setembro de 1933) é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro,

é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma

série de livros infantis.

Durante sua infância, enfrentou os problemas comuns ocasionados pelas freqüentes mudanças de

estados e de escolas. Tais mudanças influenciaram sua atitude de introspecção que o levou à

companhia dos livros e ao apoio da religião, base de sua educação.

Bacharel e Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia ( Ph.D.) pelo Princeton Theological Seminary

(EUA) e Psicanalista. Lecionou , na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na

UNICAMP, one recebeu o título de Professor Emérito. Tem um grande número de publicações, tais

como: crônicas, ensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas teses, Dissertações e

monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês,

italiano, espanhol, alemão e romeno. Com formação eclética, transita pelas áreas de teologia,

psicanálise, sociologia, filosofia e educação. Após ter lecionado em Universidades, hoje tem um

restaurante (a culinária é uma de suas paixões e tema de alguns de seus textos), vive em Campinas,

onde mantém um grupo que encontra-se semanalmente para leitura de poesias; o grupo chama-se

Canoeiros.

Autor do livro Da Esperança (Teologia da Esperança Humana), Rubem Alves é tido por muitos

estudiosos como uma das mais relevantes personalidades no cenário teológico brasileiro; o fundador

da reflexão sobre uma teologia libertadora, que em breve seria chamada de Teologia da Libertação.

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Via no Humanismo um messianismo restaurador e assim, desde os anos 60 participou do

movimento latino-americano de renovação da teologia. Sua posição liberal logo lhe trouxe graves

problemas em seu relacionamento com o protestantismo histórico e especificamente presbiteriano.

Foi questionado desde cedo por suas idéias e sofreu uma verdadeira caça-às-bruxas. Foi dessa

experiência que surgiu o livro Protestantismo e Repressão, que busca elucidar os labirintos do

cotidiano histórico deste movimento religioso. Escreveu ainda um livro em Inglês que falava do

futuro da humanidade, Filhos do amanhã, onde tratou de como um futuro libertador dependia de

categorias que a ciência ocidental havia desprezado. Lançou ainda um livro chamado Variações

sobre a vida e a morte, onde trata de construir uma teologia poética, preocupada com o corpo, com a

vida em sua dimensão real.

LEONARDO BOFF

pseudônimo de Genésio Darci Boff, (Concórdia, 14 de dezembro de 1938) é um teólogo brasileiro.

Ex-frade da Igreja Católica, grande opositor dos papas João Paulo II e Bento XVI, foi excomungado

pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, após defender a Teologia da Libertação com

idéias contrária à doutrina católica , quando então era prefeito o Cardeal Joseph Ratzinger, atual

papa. Na verdade ele não foi excomungado. O Leonardo Boff foi imposto o silêncio obsequioso,

não concordando com a punição, o frade se desligou da Igreja.