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HISTRIA DA ENFERMAGEM
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Este material parte integrante da disciplina Histria da Enfermagem oferecido
pela UNINOVE. O acesso s atividades, as leituras interativas, os exerccios, chats,
fruns de discusso e a comunicao com o professor devem ser feitos
diretamente no ambiente de aprendizagem on-line.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Sumrio
AULA 01 AS PRTICAS DE SADE E A ATUAO DA ENFERMAGEM ...................................5Introduo orientao ao aluno ................................................................................................5Trajetria histrica.......................................................................................................................5Exerccios..................................................................................................................................10
AULA 02 EVOLUO DA ASSISTNCIA SADE E O CUIDAR EM ENFERMAGEM ............11Exerccio....................................................................................................................................13
AULA 03 A ENFERMAGEM MODERNA E O SABER NIGHTINGALIANO PARA O CUIDAR -CONHECENDO FLORENCE NIGTHINGALE ...............................................................................14
Exerccios..................................................................................................................................17AULA 04 HISTRICO DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO BRASIL: DA COLONIZAO
DCADA DE 30 ............................................................................................................................18Exerccios..................................................................................................................................22
AULA 05 HISTRICO DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO BRASIL: DCADAS DE 40 A 60 ..23Exerccio....................................................................................................................................25
AULA 06 HISTRICO DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO BRASIL: DCADAS DE 70 A 90. .26Exerccios..................................................................................................................................28
AULA 07 TEORIAS DE ENFERMAGEM.....................................................................................29AULA 08 ALGUMAS TEORIAS DE ENFERMAGEM...................................................................32
Exerccios..................................................................................................................................35AULA 09 INTRODUO AO PROCESSO DE ENFERMAGEM..................................................36
Modelos do cuidar .....................................................................................................................36Processo de enfermagem..........................................................................................................36Exerccios..................................................................................................................................38
AULA 10 MODELO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - WANDA DE AGUIAR HORTA(BRASIL).......................................................................................................................................40
Teoria das necessidades humanas bsicas de Wanda Horta....................................................41Exerccios..................................................................................................................................43
AULA 11 COMPREENDENDO AS ETAPAS DO PROCESSO DE ENFERMAGEM - MODELOCRIADO POR WANDA HORTA....................................................................................................45
1) Histrico de enfermagem.......................................................................................................462) Diagnstico de enfermagem (DE)..........................................................................................463) Plano Assistencial .................................................................................................................474) Plano de cuidados ou prescrio de enfermagem.................................................................47
Normas para elaborar a prescrio........................................................................................485) Evoluo ...............................................................................................................................486) Prognstico de enfermagem..................................................................................................49Exerccios..................................................................................................................................50
AULA 12 A DIVISO SOCIAL E DE GNERO NA ENFERMAGEM ...........................................52Exerccios..................................................................................................................................54
AULA 13 ENTIDADES DE CLASSE l..........................................................................................55Associao Brasileira de Enfermagem - ABEn ..........................................................................55Exerccios..................................................................................................................................57
AULA 14 ENTIDADES DE CLASSE ll .........................................................................................58Conselho Regional de Enfermagem - COREN e Conselho Federal de Enfermagem COFEN 58Sindicato ...................................................................................................................................60
Exerccios..................................................................................................................................61AULA 15 INTRODUO S PRTICAS DE ENFERMAGEM ....................................................62
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Precaues padro ...................................................................................................................63Lavagem das mos ...................................................................................................................63Uso de luvas esterilizadas.........................................................................................................64
Exerccios..................................................................................................................................65AULA 16 INSTRUMENTOS BSICOS DE ENFERMAGEM l ......................................................66Observao em enfermagem ....................................................................................................66Princpios cientficos..................................................................................................................67Mtodo cientfico .......................................................................................................................68Exerccios..................................................................................................................................69
AULA 17 INSTRUMENTOS BSICOS DE ENFERMAGEM ll .....................................................70Comunicao ............................................................................................................................70Planejamento ............................................................................................................................71Criatividade ...............................................................................................................................72Trabalho em equipe...................................................................................................................72Exerccios..................................................................................................................................74
AULA 18 INSTRUMENTOS BSICOS DE ENFERMAGEM lll ....................................................76Avaliao...................................................................................................................................76Destreza manual / Habilidade psicomotora................................................................................76O cuidar utilizando os instrumentos bsicos de enfermagem ....................................................77Exerccio....................................................................................................................................78
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................79
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 01 AS PRTICAS DE SADE E A ATUAO DA
ENFERMAGEM
Introduo orientao ao aluno
Estudaremos, at a aula 6, os contedos da trajetria histrica da sade e da
enfermagem. Sugiro que voc procure ler o material fazendo associao com o contexto atual.
Por exemplo, os (pr-) conceitos sociais da enfermagem. Sei que vocs esto iniciando o curso e
alguns no trabalham na rea, mas podem refletir, por exemplo, sobre o que amigos e familiares
comentaram a respeito da escolha profissional que vocs fizeram ou os motivos que levaram
escolha da profisso. Estas reflexes sero assunto de discusso no nosso primeiro encontro
presencial
Trajetria histrica
Ao longo dos anos, reproduziu-se a concepo do conhecimento emprico da
enfermagem, dificultando tanto a construo de um saber cientfico, quanto a valorizao social e
o reconhecimento da profisso.
Atualmente, so amplas aspossibi lidades de trabalho para o enfermeiro, tanto no setor
pblico quanto no setor privado de sade. Conhecer ahistria das prticas de enfermagem nospermite ter conscincia crtica do que , o que representa e as possibilidades futuras do cuidar em
enfermagem.
Atrajetria hist rica das prticas de sade atravs do tempo precisa ser entendida
luz das estruturas sociais dos diferentes momentos histricos, associada ao
desenvolvimento social, econmico, poltico e cientfico dos povos a que pertencem.
Possibilidades de trabalho: O enfermeiro pode atuar em diversas instituies -
hospitais, empresas, ambulatrios, laboratrios, escolas - desempenhando atividades
de planejamento, gerncia, consultoria, auditoria, ensino, pesquisa, organizao e
execuo da assistncia de enfermagem, entre outros.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Prticas de sade so observadas desde os primrdios da humanidade -prticas de
sade instintivas - que, num primeiro estgio da civilizao, garantiam ao homem a
sobrevivncia e esto associadas ao trabalho feminino.
As prticas de sade se propagaram e no mundo grego que se observa a relao
mstica entre as prticas religiosas e as prticas de sade primitivas desenvolvidas pelos
sacerdotes - prticas de sade mgico-sacerdotais . Neste perodo, a enfermagem
est relacionada com a prtica domiciliar de partos e atuao no clara, nos templos, demulheres de classe social elevada.
Com o progresso dafilosofia e dacincia - prticas de sade no alvorecer da cincia
-, a prtica de sade volta-se para o homem e suas relaes com a natureza. No h
Histria - Tamanha a importncia de se conhecer a histria da nossa profisso, que
foram criados grupos de pesquisa sobre o assunto, como o Ncleo de Pesquisa deHistria da Enfermagem Brasileira (NUPHEBRAS), que foi criado em 1993, com sede
na Escola de Enfermagem Anna Nery, Rio de Janeiro. A principal finalidade do ncleo
promover o desenvolvimento da pesquisa de Histria da Enfermagem no Brasil.
Prtica de sade instintiva caracteriza a prtica do cuidar nos grupos nmades
primitivos. Na estrutura familiar, a mulher era responsvel pelo cuidado dos doentes,
crianas e idosos. Com o passar do tempo, o homem notou que os conhecimentos de
cura geravam poder, ento os associou ao misticismo e apossou-se do mesmo.
Mgico-sacerdotais: na Grcia Clssica, a religio tem influncia na vida poltica do
Estado e cada cidade possui um Deus-protetor. Alm de cerimnias e rituais realizados
nos templos, banhos, dietas, exerccios e medicamentos empricos com ervas,
preparados pelos sacerdotes, eram utilizados para o tratamento dos enfermos.
Observa-se a diviso de categorias dos sacerdotes, sendo valorizado o trabalho
intelectual em relao ao trabalho manual. Os templos foram santurios e escolas,
mantidos com o pagamento dos enfermos (ouro e prata) e donativos oficiais.
Posteriormente, escolas especficas para o ensino da arte de curar desenvolveram-se
no sul da Itlia e Siclia, faseemprica da evoluo dos conhecimentos em sade. Os
estudantes se tornaram uma elite bem remunerada atendendo classe abastada. A
populao pobre era atendida em ambulatrios gratuitos, por sacerdotes com preparo
inferior e baixa remunerao.
http://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_01_saiba1_2.htmhttp://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_01_saiba1_1.htm7/26/2019 histria do cuidar.pdf
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
caracterizao ntida da prtica de enfermagem nessa poca - os doentes eram cuidados
por feiticeiros, sacerdotes e mulheres dotadas de aptido para o cuidar.
No incio da era crist, a f religiosa leva muitos leigos prtica da caridade, assistncia
aos pobres e enfermos - prticas de sade monstico-medievais. Surge a
enfermagem como prtica leiga nos hospitais, desenvolvida por religiosas e jovens
treinadas nos conventos, sob regras rgidas de moral e conduta. Atributos de abnegao ,
obedincia, esprito de servio so herana da enfermagem desse perodo.
As prticas de sade evoluem com o humanismo da Renascena , enfatizando o
funcionamento e doenas do organismo humano- prticas de sade ps-monsticas.
So fundadas as universidades, exigncia de formao mdica, porm, no foram fator
de desenvolvimento da enfermagem, que estava enclausurada nos hospitais religiosos.
Alvorecer da cincia: no mundo grego, as conseqncias das guerras sagradas
(runas e sofrimentos) colocam em dvida o poder dos deuses, observando-se o
progresso da filosofia e dacincia. As prticas de sade esto fundamentadas na
experincia, no conhecimento da natureza, no raciocnio lgico - relao de causa e
efeito para as doenas - e naship teses filosficas, baseadas na investigao livre e
na observao, limitadas, porm, pelo pouco conhecimento de anatomia e fisiologia.
Este perodo foi considerado pela medicina grega como perodo hipocrtico. Hipcrates
props uma nova concepo em sade, utilizando o mtodoindutivo , a inspeo e a
observao. Separou a arte de curar dos ensinamentos msticos e sacerdotais, e seus
manuscritos apresentam a importncia do diagnstico, prognstico e teraputica a partir
da observao do doente.
Monstico-medievais: fatores scio-econmicos e polticos, representados pelo poder
militar (guerras) e dos latifundirios (altos impostos aos colonos), alm das epidemias
(sfilis, lepra) e foras da natureza (terremotos e inundaes) so fatores que fazem
prosperar supersties e crendices. Para redeno dos sofrimentos, o povo encontra
expresso na religio crist - culto a Cristo, mdico do corpo e da alma. O imperador
Constantino, defensor do Cristianismo, passou a assistncia dos doentes para o
domnio da Igreja. Os hospitais, que apresentavam higiene precria, eram construdos
prximos aos mosteiros e igrejas, subsistindo de doaes e apoio pblico. No eram
instituies mdicas, e abrigavam pobres, enfermos e estrangeiros, sob direo
religiosa, pois a assistncia objetivava a salvao da alma. Foi um perodo que deixou
como legado uma srie de valores que foram aos poucos legitimados e aceitos pela
sociedade como caractersticas da enfermagem.
http://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_01_saiba1_3.htmhttp://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_01_saiba1_3.htmhttp://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_01_saiba1_3.htmhttp://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_01_saiba1_3.htm7/26/2019 histria do cuidar.pdf
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Com os movimentos da Reforma Religiosa e da Santa Inquisio, deflagra-se a
decadncia da enfermagem (perodo crtico).
Com o sistema poltico-econmico da sociedade capitalista, a populao migra para as
metrpoles e trabalha nas indstrias. A doena torna-se um obstculo produo e oEstado assume o controle da assistncia sade - prticas de sade no mundo
moderno. O avano da medicina favorece a reorganizao hospitalar e a disciplina
mdica refletida na atuao do "enfermeiro", que passa a assumir a manuteno da
ordem em detrimento da assistncia direta ao doente. No entanto, as condies de
insalubridade dos hospitais continuam pssimas e neste cenrio que Florence
Nightingaledesenvolve concepes terico-filosficas, que do novo rumo e visibilidade
para a enfermagem: Enfermagem Moderna.
Ps-monsticas: perodo de decadncia do regime feudal (autoritrio), progresso
contnuo das grandes cidades e comrcio com o oriente. O Atlntico torna-se o eixo
econmico do mundo moderno (sc. XVI) e grandes viagens dos descobrimentos. As
prticas de sade passam dos clrigos para os leigos com a fundao das
universidades, e avanam para a objetividade da observao e experimentao, com
novos conhecimentos de anatomia e progresso cirrgico. Nota-se a continuidade da
diviso hierrquica de assistncia: aos nobres e ricos, atendiam mdicos graduados
com altos honorrios aos burgueses e artesos, mdicos e cirurgies com formao
tcnica e aos pobres, curandeiros e barbeiros, benevolncia pblica.
A enfermagem permaneceu emprica e desarticulada, com a piora das condies com a
Reforma Protestante, levando ao fechamento de hospitais cristos e substituio da
assistncia prestada por religiosas pela atividade mal-remunerada e longas jornadas de
trabalho de mulheres de baixo nvel moral e social, tornando a atividade pouco atraente
ara mulheres de classe social elevada.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Mundo moderno: A era moderna marcada por fatos histricos, como a Revoluo
Francesa - 1789-1799 Revoluo Industrial - 1760. Observa-se o incremento dos meios
de comunicao, trfego terrestre e martimo, expanso econmica e cientfica e
desenvolvimento do sistema de produo de vrios pases. As novas condies de vida,
a desigualdade econmica e a explorao do trabalho nos grandes centros fazem surgir
e propagar transmissveis. A tuberculose, desnutrio, acidentes, intoxicaes fazem
parte do cotidiano operrio, bem como a mortalidade infantil, explorao do trabalho do
menor e do trabalho feminino. Para garantir o trabalho dos operrios e a reproduo do
capital, a assistncia sade passa para o domnio do Estado. A medicina aumenta
seus conhecimentos a partir de pesquisas e avanos das universidades, no entanto fica
clara a diviso dos servios de sade de acordo com as classes sociais. Os ricos eramtratados em suas casas nos hospitais, eram assistidos os pobres, por pessoas pouco
preparadas para o cuidar. Na Inglaterra, sculo XIX, Florence Nightingale foi a
precursora da enfermagem moderna.
Glossrio
Emprico:Conhecimento baseado na experincia, sem carter cientfico.
Sacerdotes:eram tidos como mediadores entre os homens e os deuses.
Filosofia: busca racional dos princpios bsicos da vida e do universo tentar entender o
mundo por meio da razo.
Cincia:corpo de conhecimentos sistematizados relativos a determinado objeto de estudo
Instintivo:aptido inata, independente de aprendizado.
Hipteses:Suposio, resposta provvel.
Indutivo:generalizao a partir de fatos particulares.
Abnegao: renncia, devotamento.
Reforma Protestante: movimento contra os abusos da Igreja Catlica, estabelecendo
igrejas nacionais. No incio do sc. XVI, Martinho Lutero, na Alemanha, Henrique VIII, na
Inglaterra, Calvino, na Sua, foram os principais chefes que levaram diversas naes
Europias a uma reforma cujo principal ponto era a separao da Igreja de Roma.
Renunciando ao Catolicismo, a Alemanha e a Inglaterra expulsaram dos hospitais as
religiosas que se dedicavam aos doentes.
Florence Nightingale: sua atuao considerada um marco da enfermagem moderna e
ser estudada na aula 3.
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Exerccios
1.Assinale a alternativa que apresenta a associao correta entre a primeira coluna e a segundacoluna:
1) prticas de sade instintivasa) Sacerdotes eram mediadores entre osdeuses e os homens
2) prticas de sade mgico-sacerdotaisb) Reformas religiosas, freiras expulsas doshospitais
3) prticas de sade no alvorecer dacincia
c) Cristianismo, ensino de enfermagemprtico e leigo por religiosas
4) prticas de sade monstico medievaisd) Conhecimento da natureza, investigaoe observao dos fatos
5) prticas de sade ps-monsticas e) Cuidar era trabalho feminino
a) 1-c, 2-a, 3- d, 4-b, 5-eb) 1-e, 2-d, 3- b, 4-c, 5-ac) 1-e, 2-a, 3- d, 4-c, 5-bd) 1-c, 2-a, 3- d, 4-e, 5-be) 1-e, 2-c, 3- a, 4-b, 5-d
2.Assinale a alternativaincorreta :a) com o cristianismo, os hospitais construdos prximos aos mosteiros e igrejas eram
destinados ao abrigo de pobres e enfermos que a permaneciam sob os cuidados de
religiosos.b) a evoluo da enfermagem no acompanhou a evoluo da medicina, que teve, comHipcrates, uma nova concepo de sade baseada no mtodo indutivo, e, posteriormente,a fundao de universidades, permanecendo a enfermagem nos hospitais religiosos comoprtica leiga.
c) o esprito de abnegao, obedincia e de servio como atributos da enfermagem soherana dos cuidados desenvolvidos por religiosas e jovens treinadas nos conventos.
d) a diviso hierrquica de assistncia sade entre ricos e pobres pde ser observada desdeas primeiras escolas da arte de curar no sul da Siclia.
e) com o passar do tempo, a expanso econmica e o desenvolvimento econmico dos meiosde produo melhoraram as condies de sade da populao, por isso o Estado assumiu aassistncia sade.
Respostas dos Exerccios
1.Assinale a alternativa que apresenta a associao correta entre a primeira coluna e a segunda coluna:RESPOSTA CORRETA: C
2.Assinale a alternativaincorreta:RESPOSTA CORRETA: E
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 02 EVOLUO DA ASSISTNCIA SADE E O
CUIDAR EM ENFERMAGEM
Como vimos na primeira aula, o cuidado uma atividade to antiga quanto a humanidade.
Inicialmente, o cuidado est relacionado com o cuidado natural, intuitivo. Na famlia, era
responsabilidade da mulher cuidarde crianas, velhos e doentes, visando mais aoconforto do
enfermo.
No perodo pr-cristo, existia a concepo de que as doenas eram castigo de Deus ou
efeitos do poder do demnio. Os enfermos procuravam sacerdotes ou feiticeiras paraafastar os
maus espritos. Quando os sacerdotes-mdicos adquiriram conhecimentos dos efeitos de
algumas plantas, passaram a atividade de preparo e administrao das mesmas aos assistentes,
que atuavam, portanto, comofarmacuticos e enfermeiros .
Alguns papiros, inscries, monumentos, livros de orientao poltica e religiosa, runas de
aquedutos e outras descobertas dospovos antigos nos permitem avaliar como os doentes eram
tratados nesse perodo. Grande parte desse material est voltado para a medicina pouco foi
escrito sobre a enfermagem propriamente dita. O conhecimento de enfermagem aparece envolto
aos conhecimentos mdicos, sociais e religiosos.
Com o cristianismo, pobres e enfermos tiveram ateno especial da Igreja, perodo em que
predominou omodelo religioso da enfermagem. Por outro lado, a reforma religiosa trouxe
grandes prejuzos para a assistncia nos hospitais, bem como o retrocesso dos poucos
avanos de conhecimento, emprico, adquirido pela enfermagem.
Responsabilidade da mulher pelo cuidar -A enfermagem atual tem uma forte relao
com o cuidar feminino, assunto que ser discutido na aula de diviso social e de gnero
na enfermagem.
Afastar os maus-espritos - Eram usadas massagens, banho de gua fria ou quente,
purgativos, substncias provocadoras de nuseas com a finalidade de tornar o corpo
desagradvel.
Modelo religioso da enfermagem -A atuao era independente de ordens mdicas ou
planos teraputicos uso do conhecimento emprico com a finalidade de alvio do
sofrimento, devoo.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
As discusses doConclio de Trento abordaram com grande ateno os aspectos da
assistncia aos doentes, surgindo movimentos assistenciais, ainda com caractersticas de
benevolncia, considerados precursores da enfermagem moderna. Florence Nightingale
recebeu treinamento em alguns deles e, a partir dessas experincias, escreveu seu primeiro textodos sistemas de enfermagem. A histria de Florence e seu legado para a enfermagem sero
estudados na prxima aula.
Assistncia nos hospitais: Com a reforma religiosa e a expulso das religiosas dos
hospitais, verificou-se piora das condies da assistncia, e at mesmo os doentes mais
pobres se recusavam a ir para os hospitais. Os chamados enfermeiros deixavam os
doentes morrer no abandono e cobravam gorjetas, mesmo dos indigentes. No havia
higiene, faltava comida e sua qualidade era duvidosa, ou seja, total falta de ateno ao
sofrimento fsico ou moral.
Precursores da Enfermagem Moderna: Na Frana (1617), So Vicente de Paula, sacerdote de
uma pequena aldeia, interessou-se pelo povo e fazia visitas aos enfermos em suas casas.
Solicitou auxlio s senhoras da parquia para ajudar os doentes, fundando uma Confraria de
Caridade. Seu trabalho se expandiu e foram criadas Confrarias em outras aldeias. Em Paris, So
Vicente teve dificuldades de recrutar senhoras para o trabalho, em funo da "peste", e porque
alguns maridos no permitiram que suas esposas atuassem na assistncia aos doentes.
Por outro lado, recebia grandes doaes e, ento, juntamente com Santa Luiza de Marillac criou o
Instituto das Irms de Caridade, aceitando jovens camponesas, que soubessem ler e escrever e
quisessem dedicar-se ao servio dos doentes e pobres. Estas no seriam religiosas, no viveriam
enclausuradas e seriam instrudas da arte da enfermagem, programa de tica e esclarecimentos
cientficos ministrados por mdicos.
Nos pases protestantes, os hospitais, como responsabilidade do Estado, mantinham-se em
condies de atendimento muito precrias, tambm no que diz respeito ao pessoal de
enfermagem. Mesmo assim, na Inglaterra fundaram-se as Irmandades de Todos os Santos, Santa
Margarida, So Joo, Irms de Caridade protestantes e outras. Um modelo de preparo de
enfermeiras foi sugerido, em 1835, pelo Dr. Robert Cook, com ensino comprovado por exame e
estgios prticos orientados, todavia no existiam pessoas preparadas para tal atividade.
J na Alemanha, em 1836, dois sculos aps as iniciativas de So Vicente, em Kaiserswerth,
tem-se a mais eficaz tentativa de assistir aos doentes. O pastor Fliedner e sua mulher Frederica,
em um pequeno hospital, iniciaram o treinamento de sete candidatas cuidadosamente
selecionadas. Era ensinado, por mdicos, contedo terico e prtico, bem como a prtica de
enfermagem pela esposa do pastor. O modelo de Kaiserswerth foi adotado por outras instituies,
inclusive na Amrica. Essasenfermeiras no faziam votos ou recebiam salrios e eram mantidas
pelas instituies mesmo depois de velhas.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Leia os textos complementares disponveis no ambiente de estudo.
Exerccio
1.Assinale as alternativas corretas:a) O perodo crtico da enfermagem caracterizado pela expulso das freiras dos hospitais e o
cuidado dos doentes, passando a ser realizado pelas enfermeiras.b) So Vicente de Paula foi um dos precursores da enfermagem moderna, fundando as
Confrarias de Caridade para treinamento de religiosas.c) Na Alemanha, o pastor Fliedner, em Kaiserwerth, tambm treinou candidatas para assistir
aos doentes.d) Em Roma, a medicina era pouco prestigiada, o Estado cuidava do indivduo pensando emtorn-lo um guerreiro.
e) No cristianismo, o modelo religioso de cuidar era dependente de prescries mdicas.f) A Grcia destacou-se pelas obras de saneamento, limpeza, redes de esgoto.
Resposta do Exerccio
1.Assinale as alternativas corretas:RESPOSTA CORRETA: C, D
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 03 A ENFERMAGEM MODERNA E O SABER
NIGHTINGALIANO PARA O CUIDAR - CONHECENDO
FLORENCE NIGTHINGALE
Nas duas primeiras aulas, vimos que o cuidar daenfermagem passou por alguns estgios
de desenvolvimento. No entanto, diferente do que ocorreu com a medicina, ainda apresenta um
conceito social negativo, e no desenvolveu uma cincia prpria.
Florence Nightingale, nascida em 12 de maio de 1820, proveniente de famlia
aristocrtica inglesa, tinha instruo ampla , pouco comum para as mulheres de sua poca eclasse social, que eram criadas para o casamento. Desde jovem, demonstrou interesse em cuidar
de enfermos, mas somente aos 31 anos recebeu permisso de seus pais para estagiar na
institu io de Kaiserswerth.
Em suas viagens, pela Frana, Alemanha, Itlia, e mesmo na Inglaterra, procurou observara atuao da enfermagem. Conhecia as deficincias dos hospitais ingleses e tinha idias
revolucionrias para reform-los. Foi noshospitais militares ingleses, durante aGuerra da
Crimia, que Florence mostrou para a sociedade e governo ingleses sua capacidade de
organizao e observao, implementandomedidas de assistncia que reduziram drasticamente
a mortalidade (de 40% para 2%).
12 de maio: Dia do Enfermeiro. A semana da enfermagem comemorada entre 12 e
20 de maio, nascimento de Florence e morte de Anna Nery, respectivamente. Anna
Nery uma personagem importante da histria da enfermagem brasileira.
Instituio de Kaiserswerth: era reconhecida pela elevada moral e pelos ideais de
seus fundadores, porm pouco acrescentaram em termos cientficos. Pode-se dizer que
o treinamento de Kaiserswerth representou uma mudana deparadigma todavia, o
conhecimento das enfermeiras continua essencialmente feminino e prtico,
representando um papel auxiliar, subserviente, e com caractersticas de bondade e
servir ao prximo.
Idias revolucionrias: instalar campainhas para os pacientes, elevadores para
transportar os alimentos e evitar que as enfermeiras sassem das enfermarias, eliminartestes de religio para admisso das enfermeiras (Angelo et al, 1995).
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Assim, tornou-se conhecida como A Dama da Lmpada . Ao voltar da guerra, recebeu
um prmio em dinheiro, com o qual fundou a primeira Escola de Enfermagem no Hospital Saint
Thomas, em 1860. A partir domodelo Nightingale de ensino , desponta o conceito de enfermeira
treinada, que se expandiu para outros pases, inclusive o Brasil. Assim, a profisso deixou de ser
uma atividade emprica.
Hospitais militares ingleses: no tinham nenhuma organizao de enfermagem,
apresentavam elevadas taxas de mortalidade (40%) entre os soldados feridos, diferente
dos soldados russos e franceses que eram cuidados pelas Irms de Caridade.
Modelo Nightingale de ensino:
Preocupada com o perfil moral dos enfermeiros que atuavam nos hospitais da poca,
Florence exigia disciplina rigorosa e a seleo das candidatas era criteriosa, do ponto
de vista fsico, moral, intelectual e aptido profissional. Nas escolas, formavam-se duas
categorias distintas: as ladies e as nurses. As primeiras eram provenientes de uma
classe social mais elevada e eram preparadas para superviso, direo e ensino, ou
seja, atividade intelectual as nurses, de nveis scio-econmicos mais baixos, moravam
e trabalhavam nos hospitais, e realizavam cuidado direto ao paciente, ou seja, trabalho
manual, sob superviso das ladies. importante lembrar que foi interesse do
capitalismo treinar mulheres para o trabalho assalariado nos hospitais.
Guerra da Crimia (1854-56): a Inglaterra, principal nao capitalista e bero da
Revoluo Industrial, tentava, com a guerra, conter as tentativas de expanso Russa
(Geovanini et al, 2002), tinha como aliados a Frana e a Turquia.
Medidas de assistncia: considerava o ambiente limpo (mesmo sem noes de
microbiologia), a iluminao, a ventilao, o aquecimento adequado, a nutrio e o
repouso como fatores determinantes para o cuidado dos doentes em outras palavras,
as aes de enfermagem so dirigidas a colocar o indivduo em condies favorveis
para que a natureza possa agir e, assim, o paciente poder se recuperar da doena.
Para Florence, a arte da Enfermagem focalizada no ser humano (saudvel ou doente),
e no na doena, sendo, portanto, o conhecimento da enfermagem diferente do
conhecimento mdico (Giovanini et al, 2002).
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Notem que at os dias de hoje temos reflexos do modelo de ensino de Florence. Seus
ensinamentos sem dvida modificaram o conceito social da profisso, mas tambm perpetuaram
a tradio da enfermagem como uma prtica feminina - historicamente de menor prestgio,
subordinada s ordens mdicas e executora de tarefas manuais.
Florence tambm deixou o legado de que o conhecimento de enfermagem distinto do
conhecimento mdico e da necessidade depesquisas especficas para a profisso - as reformas
que ela implementou eram baseadas em rigorosas investigaes.
Pesquisas especficas - Pesquisas especficas: apenas na dcada de 50, sculo20,
temos a publicao de uma revista de pesquisa em enfermagem - "Nursing Research",
atualmente, existem diversos peridicos especficos para publicar os estudos
relacionados enfermagem. Procurem tomar conhecimento desse material na biblioteca
da faculdade.
Glossrio
Paradigma: modelo, padro.
Instruo ampla: conhecimentos de matemtica, cincias, literatura, filosofia, artes,
poltica, economia.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Exerccios
1.A lmpada o smbolo da enfermagem - qual a origem dessa simbologia?a) a lamparina era utilizada em pocas primitivas pelas mulheres que cuidavam dos seus filhos
durante a noite.b) Florence achava importante o ambiente iluminado para a recuperao dos soldados da
guerra da Crimia.c) No era possvel andar pelos hospitais durante a noite, assim, as enfermeiras utilizavam
lamparinas.d) Florence utilizava uma lamparina durante a noite, para verificar como estavam os feridos da
guerra da Crimia, sendo chamada de Dama da Lmpada.e) Anna Nery utilizava uma lamparina durante a guerra do Paraguai.
2. Florence Nightingale, em sua obra, enfatiza a importncia do ambiente, ventilao,
aquecimento, rudo, luz, limpeza. Pode-se afirmar que:a) Florence tinha conhecimento cientfico para propor tais medidas.b) Florence recebia mensagens de Deus .c) Florence tinha instruo ampla e grande capacidade de observao.d) Florence acreditava que era importante pensar na doena para atuar.e) Florence tinha noes amplas de microbiologia.
3.A enfermagem moderna tem como base o modelo de cuidar de Florence. correto afirmar que:a) Tal modelo consistia em treinar as mulheres que haviam sido recrutadas para os hospitais
com a sada das religiosas.b) Exigia das candidatas muita disciplina e obedincia, mas estimulava ao aprendizado
cientfico e formao de associaes para discusso dos programas de ensino.
c) Com Florence, tem-se o conceito de enfermeira treinada e exigncia de rigorosa disciplina eseleo das candidatas o modelo foi adotado pelas escolas de enfermagem brasileiras.d) Foi um modelo que selecionava rigorosamente as alunas, com esprito de submisso e
classe abastada no foi adotado pelas escolas de enfermagem brasileiras, que seguiram omodelo de Anna Nery.
e) O modelo de Florence trouxe independncia de atuao profissional para os enfermeiros,pelo rigor de seleo das candidatas.
Respostas dos Exerccios
1.A lmpada o smbolo da enfermagem - qual a origem dessa simbologia?RESPOSTA CORRETA: D
2.Florence Nightingale, em sua obra, enfatiza a importncia do ambiente, ventilao, aquecimento, rudo, luz, limpeza. Pode-se afirmarque:RESPOSTA CORRETA: C
3.A enfermagem moderna tem como base o modelo de cuidar de Florence. correto afirmar que: RESPOSTA CORRETA: C
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 04 HISTRICO DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO
BRASIL: DA COLONIZAO DCADA DE 30
Durante acolonizao brasileira , a vinda do europeu e do negro africano modificou os
hbitos da populao nativa (ndios), acarretando, tambm, a disseminao dedoenas infecto-
contagiosas. Os padres jesutas , alm da catequese crist, foram os primeiros a prestar
assistncia aos doentes.
NasSantas Casas de Misericrdia , os religiosos contavam com a ajuda de voluntrios e
escravos. A prtica de enfermagem era emprica, essencialmente prtica e curativa, executada
por indivduos do sexo masculino. Conforme as ordens religiosas se estabeleciam no Brasil, foram
assumindo a responsabilidade por essas instituies, exercendo a enfermagem com esprito de
obedecer e servir, com humildade, respeito hierarquia. Nesse perodo, a sade no era uma
preocupao do Estado. Ainda assim, foi criada, em 1822, a legislao de proteo maternidade. No perodo imperial, merece destaque a atuao deAnna Nery durante a guerra
com o Paraguai, na qual trabalhou por cinco anos cuidando dos feridos.
Assistncia aos doentes - Nas tribos indgenas brasileiras, os cuidados de sade
realizados por pajs e curandeiros incluam rituais msticos, amuletos e utilizao de
plantas.
Santas Casas de Misericrdia: Tiveram suas origens em Portugal. Foram fundadas
desde 1543, em Santos, Rio de Janeiro, Vitria, Olinda, Ilhus. Destinavam-se ao
atendimento de enfermos de classes sociais menos favorecidas, todavia, como no
existiam hospitais do governo, tambm atendiam soldados feridos. Somente em
meados do sculo XVIII foram fundados hospitais militares (Germano, 1985) visando,
como nos hospitais militares europeus, manuteno das tropas e interesses
financeiros. A manuteno dessas instituies era feita pela iniciativa privada e doaes
(Geovanini et al, 2002).
Proteo maternidade - (Paixo, 1951: 69) Acesse o site:
http://www.ruthmiranda.com.br/historia/h10.html (Acessado 22/12/04, hora:17:40)
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Diferente da medicina , apenas em 1890, criou-se a primeira escola de enfermagem,
Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras. Com a Primeira Guerra Mundial, foi criada a
Escola Prtica de Enfermeiras da Cruz Vermelha Brasileira , em 1916, para treinamento de
voluntrias socorristas.
Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (1890) - O desequilbrio mental
no era considerado doena, porm, gerava transtornos na ordem social. A Lei
Francesa de 1838, artigo 24, foi a base mundial da legislao sobre os alienados, que
no poderiam ser condenados ou colocados em prises. Em 1830, um grupo de
mdicos higienistas, criadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, protestou
contra os cuidados dispensados ao doentes mentais. A soluo encontrada foi a
construo de asilos, afastados das cidades, para "isolar o doente do convvio social, ou
melhor proteger a sociedade" (Moreira, 2002: 80).
Em 1853, foi inaugurado o Hospcio Pedro II, em uma propriedade da Santa Casa de
Misericrdia. Tornou-se Hospital Nacional de Alienados em 1890, quando foi
desanexado da Santa Casa, sendo as irms de caridade, responsveis pelaadministrao e assistncia de enfermagem, dispensadas e substitudas por
enfermeiras da ordem secular francesa. A falta de pessoal qualificado gerou a
necessidade de criar uma escola de formao de enfermeiros para o hospital de
alienados, civis e militares do Rio de Janeiro. Assim, foi institudo o ensino da
enfermagem no Brasil, com a criao da Escola Profissional de Enfermeiros e
Enfermeiras. Esta escola hoje denominada Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. O
curso durava dois anos, com aulas tericas e prticas foi dirigido por mdicos at 1942,
passando, no ano seguinte, para uma enfermeira (Moreira, 2002).
Anna Nery - (13/12/1814 - 20/05/1880) "Me da enfermagem brasileira". Leia a histria
de Anna Justina Ferreira Nery no site: http://www.e-
biografias.net/biografias/ana_neri.php
Medicina: A medicina popular portuguesa foi a base da medicina no Brasil. Eram
realizados cursos esparsos com ensino de anatomia, medicina clnica, obstetrcia.. Aprimeira escola foi criada em 1808, na Bahia, com a chegada da famlia real. Em 1832,
o ensino foi organizado e as escolas passaram a conceder o ttulo de mdico aos
alunos (Germano, 1985).
http://www.e-biografias.net/biografias/ana_neri.php7/26/2019 histria do cuidar.pdf
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
No final do sculo XIX, tornou-se urgente a necessidade de aes deSade Pblica . Foi
criado, na dcada de 20, o Departamento Nacional de Sade. Em 1921, a Fundao Rockefeller
patrocinou o projeto de organizao do Servio de Enfermagem de Sade Pblica no Brasil,
orientado por enfermeiras norte-americanas. Estas fundaram, em 1923, a primeira escola
seguindo o padro de Nightingale, Escola de Enfermagem Anna Nery , dirigida por uma
enfermeira, destacando-se o ensino fundamentado na preveno. Observamos, assim, que a
enfermagem com ensino sistematizado foi criada na rea de sade pblica, e no nos hospitais.
Nessa poca, escolas foram fundadas pelo governo federal ou pela iniciativa de congregaes
religiosas, que ainda desenvolviam suas atividades nos hospitais.
Cruz Vermelha Brasileira - conhea a atuao da Cruz Vermelha Brasileira no site:
http://www.ruthmiranda.com.br/historia/h10.html
Sade Pblica: As epidemias e endemias nos centros urbanos ameaavam as
relaes comerciais brasileiras assim, sob presses externas, o governo brasileiro
assumiu a assistncia sade com a criao de servios pblicos e vigilncia, com
maior controle dos rt s, e com o saneamento das cidades. Oswaldo Cruz foi pessoa
de destaque nesta rea. Com a reforma introduzida em 1904, "introduziu novos
elementos estrutura sanitria, a Diretoria-Geral de Sade Pblica, incorporando novoselementos estrutura sanitria, como o Servio de Profilaxia da Febre Amarela, a
Inspetoria de Isolamento e Desinfeco e o Instituto Soroterpico Federal, que,
posteriormente veio a se transformar no Instituto Oswaldo Cruz" (Geovanini et al, 2002:
32).
http://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_04_pop1.htmhttp://www.ruthmiranda.com.br/historia/h10.html7/26/2019 histria do cuidar.pdf
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Leia os textos complementares disponveis no ambiente de estudo.
Esco la de Enfermagem Anna Nery (1923):Os cursos duravam inicialmente 28 meses,
passaram para 32 e, finalmente, 3 anos. Para ingressar na escola, era exigida a
concluso do curso normal ou equivalente, ao contrrio da Cruz Vermelha e Alfredo
Pinto que exigiam saber ler e escrever. Como a escola de Florence, a escola Anna Nry
instituiu normas para a admisso das candidatas e, tambm, reproduziu-se o padro de
submisso, obedincia, disciplina, perpetuados no decorrer dos tempos como
caractersticas da profisso. As primeiras enfermeiras formadas nessa escola fundaram,
em 1926, a Associao Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, atual
Associao Brasileira de Enfermagem (ABEn). O rgo foi juridicamente registrado em
1928 e filiado ao Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) em 1929. Na dcada de
40, a Escola foi incorporada Universidade do Brasil e, em 1949, o projeto de Lei no775 exigiu que a educao em enfermagem fosse concentrada em Centros
Universitrios. No entando, somente em 1961 a Enfermagem passou a ser considerada
um curso de nvel superior.
Normas legais para o ensino da enfermagem foram criadas em 1931 , e a Escola Anna
Nery foi considerada modelo paraout ras escolas(Decreto 20.109 de 15/06/31).
Outras escolas:veja http://www.ruthmiranda.com.br/historia/h11.html
Glossrio
Colonizao brasileira: foi marcada pela retirada de riquezas em benefcio de
interesses externos.
Doenas infecto-contagiosas: malria, tuberculose, lepra, febre amarela, doenas
venreas e extino dos nativos como conseqncia das epidemias.
Jesutas: destaque para o Padre Jos de Anchieta, que assistia os necessitados,
exercendo papel de mdico e enfermeiro.
Portos - As doenas trazidas pelos escravos e imigrantes europeus tinham entrada
pelos portos das cidades brasileiras. As cidades porturias tinham, tambm, vital
importncia para a economia da poca, exportadora de produtos agrcolas.
1931 - Ano da criao do Ministrio da Educao e Sade, responsvel pelas questes
de educao, cultura e sade da populao.
http://www.ruthmiranda.com.br/historia/h11.htmlhttp://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_04_pop2.htmhttp://ead.uninove.br/ead/dps/henf/hist_enf_aula_04_pop2.htm7/26/2019 histria do cuidar.pdf
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Exerccios
1.Anna Nery recebeu o ttulo de herona nacional por ter:a) fundado a Escola de Enfermagem Anna Nery, nos moldes Nightingaleanos.b) montado e organizado um hospital no Rio de Janeiro.c) trabalhado em campanhas em prol dos flagelados da seca do Nordeste.d) cuidado de soldados feridos na Guerra do Paraguai.e) cuidado de doentes vtimas de epidemias de doenas infecto-contagiosas.
2.Assinale a alternativaincorreta :a) Durante a colonizao, ocorreu a disseminao de doenas infecto-contagiosas e os padres
jesutas foram os primeiros a prestar assistncia aos doentes.b) Nas Santas Casas de Misericrdia, voluntrios e escravos auxiliavam os jesutas a prtica
de enfermagem era emprica e executada por indivduos do sexo masculino.
c) A primeira escola de medicina no Brasil foi criada em 1808, com a chegada da famlia real, eem 1832 o ensino foi organizado.d) Em 1853 foi inaugurado o Hospcio Pedro II para atender crescente especializao mdica
em psiquiatriae) A Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras foi fruto da necessidade de treinar
pessoal para o hospital de alienados, pois as irms de caridade foram dispensadas esubstitudas por enfermeiras da ordem secular francesa.
3.O sistema Nightingale foi introduzido no Brasil:a) por enfermeiros formados pela Escola de St. Thomaz.b) pelas irms de caridade da Santa Casa de Misericrdia.c) por religiosas franciscanas.
d) por enfermeiras norte-americanas.e) por enfermeiras francesas.
Respostas dos Exerccios
1.Anna Nery recebeu o ttulo de herona nacional por ter:RESPOSTA CORRETA: D
2.Assinale a alternativaincorreta:RESPOSTA CORRETA: D
3.O sistema Nightingale foi introduzido no Brasil:RESPOSTA CORRETA: D
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 05 HISTRICO DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO
BRASIL: DCADAS DE 40 A 60
Na aula passada, vimos que a necessidade de medidas preventivas de sade pblica foi o
ponto crucial para a institucionalizao do ensino da enfermagem brasileira. Assim, a enfermagem
profissional estava relacionadaao ensino e sade pblica e, nos hospitais, predominava a
prtica leiga e subserviente desenvolvida pelas freiras. Por outro lado, as mudanas iniciadas na
dcada de 30, no contexto econmico e poltico do pas, geraram alteraes no ensino e
atuao do enfermeiro.
Evoluo poltica e econmica: ainda na dcada de 30, o sistema exportador agrrio
cedeu lugar industrializao, em conseqncia da depresso econmica dos pases
desenvolvidos. Na dcada de 40, a segunda guerra mundial favoreceu o
desenvolvimento industrial e urbano (Germano, 1985 Melo, 1986).
Em meados da dcada de 50, o sistema capitalista ocidental foi incorporado ao modelo
econmico brasileiro. Como no havia grande desenvolvimento tecnolgico e a
produo industrial nacional era insuficiente, indstrias estrangeiras construram suas
fbricas no pas, os trabalhadores do campo migraram para as cidades para trabalhar
nas fbricas, levando os grandes centros ao crescimento desorganizado, gerando
condies precrias de moradia - favelas e cortios.
A falta de infra-estrutura, o alto custo de vida e as aglomeraes urbanas eram
condies desfavorveis para a sade da populao, mas os problemas de sade eram
vistos (como em todas as sociedades capitalistas) com a finalidade de manuteno da
fora de trabalho e do capital (Giovanini et al, 2002).
No setor de sade pblica, a segunda guerra mundial levou criao do Servio
Especial de Sade Pblica (SESP) para assistncia aos trabalhadores extratores da
borracha,a partir de um acordo com os Estados Unidos (Melo, 1986).
Ao ensino e sade pblica: como no modelo americano, as enfermeiras formadas
na Escola Anna Nery assumiam as chefias dos servios de sade pblica ou o ensino e
iniciavam o treinamento das visitadoras sanitrias, sendo apenas a minoria abastada
visitada pelas enfermeiras (Melo, 1986).
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
A medicina curativa nos hospitais foi solidificada pela evoluo tecnolgica e da indstria
farmacutica. Tal situao exigiu nova postura de atuao dos enfermeiros, com a transposio
das aes preventivas para aes curativas, ou seja, o modelo de ensino voltou-se para as aesde enfermagem nos hospitais e a consolidao das categorias de profissionais em
enfermagem. As disciplinas ministradas nos cursos das Escolas de Enfermagem sofreram
alteraes, para atender a demanda de trabalho nos hospitais.
O Ministrio da Sade, desvinculado do MEC em 1953, tambm por presso dos
trabalhadores, implementou medidas voltadas para a medicina curativa, individual e hospitalar,
deixando a sade pblica para um segundo plano. A criao do Instituto Nacional de Previdncia
Social (INPS), em 1966, consolidou o modelo de medicina previdenciria. Em1961 , Lei 2995/56,
as Escolas de Enfermagem passaram a exigir nvel secundrio ou equivalente das candidatas.
Diversos grupos de medicina privados prestavam assistncia aos trabalhadores, na forma
de convnios com as indstrias ou comrcio. Para reduo de custos, o setor privado de sade
contratou um maior nmero de auxiliares em relao ao setor pblico, onde se concentrava maior
quantidade de enfermeiros.
importante observar que, nas dcadas de 50 e 60, a formao do enfermeiro foi
modificada, de assistncia coletiva para individual (preventiva curativa). Concretizou-se o papel
burocrtico, administrativo, treinamento e superviso, distanciado do paciente, bem como se
adaptaram as relaeshierrquicas e disciplinares de trabalho, tanto em relao ao mdico
quanto na equipe de enfermagem.
Categor ias de prof issionais em enfermagem: os atendentes so o maior contingente
de assistncia direta aos doentes nos hospitais. Em 1949, foram regulamentados os
cursos de auxiliares de enfermagem, em grande nmero na esfera privada. Mais tarde,
surgiram os cursos para formao de tcnicos de enfermagem.
Alteraes: o contedo preventivo do currculo do curso de enfermagem em 1949
tornou-se uma especializao. O currculo de 1962 contemplava disciplinas de cunho
curativo, sob a gide das especializaes.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Exerccio
1.Assinale as alternativas corretas:a) a necessidade de medidas preventivas de sade pblica foi o ponto crucial para a
institucionalizao do ensino da enfermagem brasileirab) a enfermagem profissional enfocava eliminar a prtica desenvolvida pelas freiras nos
hospitais.c) a enfermagem passou a ensino superior em 1949.d) a evoluo tecnolgica e da indstria farmacutica so aspectos que contribuem para a
modificao do ensino em enfermagem e para atender demanda de trabalho nos hospitais.e) a migrao dos trabalhadores do campo para o trabalho nas fbricas das cidades melhora as
condies de vida da populao.f) para reduo de custos, o setor privado de sade contratou maior nmero de auxiliares em
relao ao setor pblico.
Resposta do Exerccio
1.Assinale as alternativas corretas:RESPOSTA CORRETA: A, D, F.
Glossrio
Borracha:material essencial para a guerra
1961: como vimos na aula passada, a enfermagem passou a ensino de nvel superior
Hierrquicas: a diviso social do trabalho ser mais bem discutida na aula 12
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 06 HISTRICO DO ENSINO DE ENFERMAGEM NO
BRASIL: DCADAS DE 70 A 90.
Nesse perodo, o ensino da enfermagem continuou voltado para a rea hospitalar, ainda
que os problemas desade pblica no tenham deixado de existir. Para eles, criaram-se novas
classes de trabalhadores, osagentes de sade e osatendentes rurais . Os atendentes, com
baixos salrios, eram empregados nos servios de sade pblica e privada.
Sade pblica: durante os anos 70, a medicina previdenciria cresceu muito, e foi agravada
a crise na sade com os gastos excessivos com o setor privado, gastos existentes mesmo
apesar da pssima qualidade da assistncia. Criou-se, em meados da dcada de 70, o
Sistema Nacional de Sade, com a Previdncia Social responsvel pelo indivduo, e o
Ministrio da Sade, pela preveno e aes coletivas.
Tal poltica teve como base aDeclarao de Alma-Ata, cujos objetivos foram delineados na
Conferncia Internacional sobre Ateno Primria de Sade - Sade para todos no ano
2000 (Giovanini et al, 2002: 39). Viveu-se o desenvolvimento industrial e a ditadura poltica,
que deixou, como conseqncias, desemprego, crescimento da classe operria,
empobrecimento, entre outros problemas, retomando-se movimentos populares em 77, com
greves gerais em 78 e anistia em 79 (Melo, 1986). Diversas foram as crises econmicas e
polticas no pas na dcada de 80, que agravaram ainda mais a situao da Previdncia.
A partir de 1982, o programa de Aes Integradas de Sade trouxe orientaes em acordo
com o movimento de Reforma Sanitria e do Sistema nico de Sade. Na VIII Conferncia
Nacional de Sade (1986), a universalizao e igualdade de direito sade foram
amplamente discutidas. A sade, diante da Reforma Sanitria brasileira, passou a ser
compreendida de uma forma mais abrangente, como resultado das condies de
alimentao, educao, renda, trabalho, meio ambiente, emprego, lazer, posse da terra,
liberdade, acesso aos servios de sade.
A reformulao do sistema de sade acarretou a necessidade de reorganizar o ensino e
aes de sade, principalmente para a enfermagem, que compe o maior quadro nas
unidades de sade. A IX Conferncia Nacional de Sade, em 1992, ocorre simultaneamente
revelao pblica dos escndalos nos mais altos escales da poltica. Propostas dessa
conferncia: municipalizao do SUS, no privatizao da sade, extino progressiva dos
manicmios, extino do INAMPS entre outras.
Nessa dcada, aconteceu a discusso de uma nova proposta de currculo mnimo para a
formao do enfermeiro, mudana do nome do curso de Enfermagem e Obstetrcia para
Curso de Enfermagem (Geovanini et al, 2002).
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Os avanos tecnolgicos e cientficos em sade levaram maior especializao mdica,
cujas exigncias eram incorporadas aoscurr culos das escolas de enfermagem. A necessidade
de especializao em enfermagem ampliou a oferta doscursos de ps-graduao e a produode trabalhos cientficos.
Foi aprovada, em 1986, em substituio Lei 2604/55, a Lei 7498/86,que regulamenta o
exerccio profissional da enfermagem. Todavia, no foram observadas mudanas nos papis
representados por cada categoria profissional da enfermagem na sua prtica assistencial.
Na dcada de 80, com a rede pblica de sade arruinada pela falta de ateno dos
governos, o setor privado assumiu grande parte da assistncia mdica, com reflexos sentidos na
atuao dos enfermeiros: a maior parte se especializou para atender s necessidades mdico-
hospitalares, e uma pequena parcela, atuando na sade pblica, buscava o resgate da sade
coletiva.
J nos anos 90, destacou-se a postura da inter- e multidisciplinaridade e da implementao
daconsulta de enfermagem.Enfim, esforos para ultrapassar os limites dos modelos tecnicistas
e biomdico de cuidado.
Muito ainda precisa ser feito! A histria da enfermagem do sculo XXI est sendo vivida e
vocs fazem parte dela!!!
Cursos de ps-graduao: os cursos de ps-graduao, que j existiam desde a
dcada de 40, passaram a ter importncia pela necessidade crescente de enfermeiros
qualificados para o ensino nos cursos de graduao (de 41 cursos, at 1974, para 93, no
ano de 1986) (Giovanini et al, 2002). Tambm a Licenciatura nos Cursos de
Enfermagem, com o objetivo de formar enfermeiras para o ensino nos cursos de nvel
mdio, auxiliares e tcnicos de enfermagem (Parecer 163/72) e a regulamentao das
habilitaes profissionalizantes (Lei 5692/71). O Ministrio da Educao, em 1972,
estabeleceu convnio com a ABEn para formar atendentes, mesmo que esses no
fossem reconhecidos legalmente.
Lei 7498/86: reconhece como categoria profissional e delimita as atividades do
enfermeiro, tcnico e auxiliar de enfermagem e parteira. Determina o prazo de 10 anos
para extino do pessoal sem formao - atendente. Veja mais informaes no site
http://www.corensp.org.br/resolucoes/leis.html (acessado 28/12/04 - 16:40)
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
Exerccios
1.Com o sucateamento da sade pblica, na dcada de 80, observa-se:a) uma preocupao do Estado em assumir os servios de sade.b) que o setor privado abandona definitivamente a assistncia mdica.c) a enfermagem se especializar para atender demandas de sade pblica.d) uma pequena parcela de profissionais atuando na sade pblica.e) que o direito sade universalizado, com facilidade de acesso da populao.
2.A lei do exerccio profissional de enfermagem (7498/86):I. regulamenta as atividades dos profissionais da sadeII. reconhece como categoria profissional os atendentes de enfermagem
III. no reconhece como categoria de enfermagem os auxiliares de enfermagema) Todas as afirmaes so corretas.b) Todas as afirmaes so incorretas.c) Apenas afirmao III incorretad) As afirmaes I e II so incorretase) As afirmaes II e III so corretas
Respostas dos Exerccios
1.Com o sucateamento da sade pblica, na dcada de 80, observa-se:RESPOSTA CORRETA: D
2.A lei do exerccio profissional de enfermagem (7498/86):RESPOSTA CORRETA: B
Glossrio
Currculos das escolas de enfermagem: maior carga horria para disciplinasespecializadas e estgios em hospitais.
Consulta de enfermagem - Em sade pblica, mostra-se um importante instrumento
voltado para a educao em sade.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 07 TEORIAS DE ENFERMAGEM
Na evoluo histrica da profisso, passamos do conhecimento emprico para o
conhecimento cientfico nos apropriando do conhecimento de outras cincias. A enfermagem,
como qualquer profisso, busca o desenvolvimento de um corpo prprio de conhecimentos, para
apoiarem sua atuao - o cuidar.
Asteorias de enfermagem, como base desse conhecimento, outorgam aos profissionais
identidade e autonomia.
O desenvolvimento de modelos e teorias para interpretar, explicar e dar significado s
aes de enfermagem so antigos. Florence Nightingale, a partir de observao sistemtica,
associou a sade s condies do ambiente , porm, apenas nas dcadas de 50-60, os
modelos e teorias em enfermagem.so organizados e publicados.
As teorias de enfermagem so constitudas de conceitos, definies, modelos e
proposiese esto baseadas emsuposies .
Modelos e teorias em enfermagem: As aes ou fazer em enfermagem foram
classificados por Almeida (1986, apud Waldow, 1998) em trs perodos:
Tcnicas de enfermagem: era dada nfase nos procedimentos, nas tcnicas, sem
preocupao do porqu fazer o ensino terico no nvel superior priorizava a doena,
causas e tratamentos
Princpios cientficos: mesmo que baseada no ensino mdico, biolgico, procurava
entender e fundamentar os procedimentos e outras aes de enfermagem
Teorias de enfermagem: movimento iniciado na dcada de 50, nos Estados Unidos -
vrias enfermeiras procuravam definir uma base de conhecimentos prprios e
reconhecimento profissional.
Nos anos 70, diversas teorias foram apresentadas e algumas revisadas nos anos 80.Na dcada de 90, verifica-se que so realizadas pesquisas que testam as teorias,
inclusive no Brasil, onde se tem, em Wanda Horta, na dcada de 70, a proposta de uma
teoria para explicar a prtica de enfermagem, teoria das necessidades humanas
bsicas.
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Teorias de enfermagem: entendam que as teorias no so leis estas existem como
verdade e podem ser aplicadas com segurana, so previsveis. Como a enfermagem
uma cincia relativamente nova e de conhecimento do comportamento, as teorias de
enfermagem precisam, ainda, de pesquisas para validao e previsibilidade. As teorias
definem conceitos e suas inter-relaes, explicando e descrevendo a prtica em
enfermagem. Para compor as teorias de enfermagem, as diferentes teoristas utilizam-se
do conhecimento e teorias de outras disciplinas.
Conceito: so palavras que descrevem/ explicam objetos, fenmenos, acontecimentos.
Os conceitos ou elementos bsicos da teoria de enfermagem, essenciais para a prtica,
esto representados na figura 1. O elemento central o ser humano, a partir do qual
geram-se os demais conceitos para a enfermagem.
Definies: para que se compreenda a teoria, os conceitos precisam ser definidos ou
explicados.
Modelos: os modelos tericos so representaes (figura 1) da interao entre os
conceitos (proposies), ou seja, como um conceito afeta e afetado pelo outro.
Proposies:so as explicaes da relao entre os conceitos
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Cada teoria de enfermagem possui uma caracterstica bsica para explic-la, e pode ser
mais bem aplicada em situaes especficas de assistncia. Apresentam, no entanto, aspectos
comuns no sentido de podermos utilizar vrias teorias em uma mesma situao.
Glossrio
Teoria:idia ou conjunto de idias para descrever um fenmeno, regras sistematizadas
que fundamentam uma cincia ou arte. Origina-se do grego theoria,que significaviso.
Sade s condies do ambiente:no conceito de Florence, a atuao da enfermagem
envolve aes de colocar o indivduo nas melhores condies para que a natureza
promova a cura.
Suposies: idia no comprovada, precisam ser testadas, pesquisadas.Exemplo:
pesquisar, a partir de uma teoria, quanto de enfermagem precisam os indivduos de
uma determinada comunidade para apresentar melhores condies de sade.
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AULA 08 ALGUMAS TEORIAS DE ENFERMAGEM
Para melhor compreenso das teorias de enfermagem, vamos estudar os conceitos
bsicos de cinco teorias. As definies dadas por cada teorista a respeito dos quatro conceitos
significativos das teorias de enfermagem esto apresentadas resumidamente noquadro 1 .
Veja o quadro 1, disponvel no ambiente de estudo.
A teoria de Hildegard E. Peplau (1952) tem como conceito bsico o processo
interpessoal enfermeiro-paciente deriva desse processo os conceitos de enfermeiro,
paciente, relao teraputica, ansiedade, tenso.
O conceito bsico da teoria de Jean Watson (1979) o cuidado humanista com base
nos conhecimentos cientficos, reuniu diversas teorias para propor a cincia do cuidado,
integrando o conhecimento do comportamento humano ao conhecimento biolgico.
Processo in terpessoal: enfermeiro e paciente compreendem seus papis, percebem
os fatores em torno do problema e, de forma cooperativa, buscam uma soluo. Tem
como limitao a atuao com pacientes inconscientes ou fortemente retrados. As
fases de trabalho so:
Orientao: (definio do problema) nesta fase, a necessidade percebida pelo
paciente/famlia trabalhada pelo enfermeiro e paciente para reconhecimento e
definio do problema.
Identificao: 'limites' do paciente da capacidade de resolver o problema e
conseqentes 'limites' do enfermeiro para atuar. O paciente pode ser interdependente,
autnomo e independente, passivo e dependente.
Explorao: o paciente percebe as vantagens do servio disponvel e o usa de acordo
com seus interesses e necessidades - sensao de controle sobre a situao. Oenfermeiro atua nas diferentes reaes de ajuste do paciente ao passar da dependncia
para a independncia.
Soluo: finalizao da tarefa teraputica, satisfeitas as necessidades do paciente,
por meio dos esforos comuns do paciente e enfermeiro.
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A teoria de enfermagem de Dorothea E. Orem (1971) aborda o conceito bsico do autocuidado. Sua teoria geral possui trs partes relacionadas: Autocuidado,
Deficincias do autocuidadoeSistemas de enfermagem .
Cuidado humanista: o foco principal em enfermagem o cuidado - a cura domnio
da cincia mdica. A teoria aborda temas como necessidades humanas,desenvolvimento humano, relacionamento interpessoal. A cincia do cuidado
estruturada nos fatores:
formao de um sistema de valores, crenas e experincias pessoais e do outro.
poder do espiritual, f e esperana.
sensibilidade, contato com o mundo emocional e subjetivo das pessoas.
desenvolvimento de relao de ajuda e confiana.
promoo e aceitao de sentimentos positivos e negativos.
pesquisa e uso sistemtico de mtodo cientfico.
ensino-aprendizagem interpessoal.
promoo de ambiente de apoio para o bem-estar fsico/mental da pessoa.
assistncia s necessidades humanas.
compreender os significados de fatores existenciais de enfrentamento.
Oautocuidado condicionado por diversos fatores (p.ex. idade, recursos disponveis),
e a necessidade de teraputica de autocuidado surge quando outras pessoas precisam
auxiliar o autocuidado. (p.ex. idosos, doentes).
Deficincias do autocuidado: delineia quando h necessidade de enfermagem.
Mtodos de ajuda:
agir ou fazer pelo outro,
guiar o outro,
apoiar o outro (fsica ou psicologicamente),
proporcionar ambiente favorvel ao desenvolvimento pessoal,
ensinar o outro.
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Madeleine Leininger (1985) prope, em sua teoria, o conceito bsico de cuidadotranscultural.
A teoria de enfermagem de Martha E. Rogers (1970) tem como conceito bsico a cincia
dosseres humanos uni trios . A teoria foi elaborada a partir de uma ampla base terica
e uma variedade ded isciplinas .
Sistemas de Enfermagem: baseia-se nas necessidades e capacidade do paciente em
realizar o autocuidado: Sistema de enfermagem totalmente compensatrio: o indivduo incapaz de
empenhar-se em aes de autocuidado, dependncia de outros para sobreviver.
Sistema de enfermagem parcialmente compensatrio: o enfermeiro e paciente
executam aes de autocuidado.
Sistema de enfermagem de apoio-educao: necessidade de conhecimentos e
habilidades para controle do comportamento e tomada de decises.
Cuidado transcultural: focaliza o estudo e anlise das culturas e prticas do cuidado
de enfermagem, conforme as crenas, valores e contexto sade-doena de cada povo.
Mesmo com elementos comuns, culturas diferentes percebem, conhecem e praticam o
cuidado de enfermagem de diferentes maneiras desta forma, a enfermagem
transcultural focaliza, alm do indivduo e do grupo, as instituies de sade, as
polticas e prticas do cuidado internacional. As aes de enfermagem possuem base
cultural coerentes com os valores dos pacientes.
Seres humanos unitrios: os homens unitrios so definidos como campos
energticos, identificados por caractersticas diferentes das caractersticas das partes,
em interao com o ambiente, cujos processos de desenvolvimento so irreversveis. A
enfermagem est voltada para a natureza do desenvolvimento humano. Faz suposies
sobre os seres humanos:
Ser humano um todo unificado que possui integridade individual. Indivduo e o ambiente esto
continuamente trocando energia e matria.
O processo de vida irreversvel e unidirecional - o indivduo nunca pode voltar atrs ou ser algo
que foi anteriormente.
Os indivduos so identificados por padres que refletem sua totalidade.
O homem capaz de abstrao, imaginao, linguagem, pensamento, sensao e emoo.
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Exerccios
1.De acordo com os conceitos da teorias, INCORRETO afirmar:a) no cuidado transcultural, a atuao da enfermagem leva em considerao crenas, valores
do paciente.b) o cuidado humanista tem como base o conhecimento biolgico do ser humano.c) autocuidado so aes e atitudes iniciadas e realizadas pela prpria pessoa, visando
manuteno da sade.d) a interao com o ambiente e contnua troca de energia so caractersticas dos seres
unitrios
e) o processo interpessoal pressupe a cooperao do paciente
2. Diante da seguinte situao: homem de 24 anos encontra-se em cadeira de rodas portetraplegia (ausncia de movimentos nos braos e pernas), em conseqncia de leso medularcervical (acidente de carro), qual das alternativas abaixo correta?a) o processo interpessoal de Peplau no aplicvel,b) a teoria de Watson s poder ser utilizada se o paciente tiver religio,c) o sistema de enfermagem de autocuidado classifica-se como parcialmente compensatriod) para cuidar desse paciente no necessrio conhecermos sua culturae) na teoria de deficincia do autocuidado, a ajuda da enfermagem o fazer pelo paciente
Respostas dos Exerccios
1.De acordo com os conceitos da teorias, INCORRETO afirmar:RESPOSTA CORRETA: B
2. Diante da seguinte situao: homem de 24 anos encontra-se em cadeira de rodas por tetraplegia (ausncia de movimentos nosbraos e pernas), em conseqncia de leso medular cervical (acidente de carro), qual das alternativas abaixo correta? RESPOSTA CORRETA: E
Glossrio
Autocuidado: so atitudes ou atividades, iniciadas e executadas pelos prpriosindivduos, para manuteno da vida, da sade e do bem-estar.
Disciplinas: antropologia, sociologia, religio, filosofia, histria.
Teraputica: a enfermagem teraputica, arte curativa, auxilia a pessoa doente ou
com necessidade de cuidados de sade.
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AULA 09 INTRODUO AO PROCESSO DE ENFERMAGEM
Modelos do cuidar
As teorias procuram produzir um conhecimento prprio da enfermagem, explicando nossa
prtica - ocuidar , que tambm sofreu modificaes no evoluir da histria. Os modelos de cuidar
biomdicoecuidar holstico vem o indivduo de modo diverso.
Processo de enfermagem
Para assistir o ser humano, o enfermeiro precisa utilizar ummtodo de planejamento da
assistncia, o processo de enfermagem, fundamentado em um mtodosistemtico de resoluo
de problemas (mtodo cientfico), para o cuidado humanizado e individualizado, ao ser humano/famlia/ comunidade.
Cuidar biomdico:
existe separao do corpo e mente, no considera a dimenso psquica e interpessoal
do corpo
o ser doente um corpo cientfico, anatmico, biolgico, com uma doena
este modelo reduz o ser s partes
o cuidar realizado com uma viso fragmentada
Cuidar holstico:
cuidado prestado ao ser humano (membro de uma famlia e comunidade) e no
doena
o indivduo um corpo material e energtico / racional e emocional, sentido do ser
humano (sentimentos, idias, valores, atitudes)
o cuidar considera as dimenses biolgicas, psicolgicas, sociais e espirituais
o profissional supera as manifestaes de poder e do fazer o indivduo participantedo cuidado
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Alm de sistemtico, o processo de enfermagem intencional, dinmico, interativo,
flexvel,utilizateorias e permite avaliar a qualidade da assistncia prestada.
Atualmente, o processo de enfermagem composto por cinco fases ou etapas: histrico,
diagnstico,planejamento, implementao e avaliao. O nmero e denominao dessasfases/
etapasvariou conforme omomento histrico em que o processo foi desenvolvido. As fases ou
etapas do processo de enfermagem seguem uma seqncia lgica para a tomada de deciso por
parte do enfermeiro em relao ao cuidado que ser implementado.
Diagnstico: o termo diagnstico foi primeiramente utilizado, no Brasil, no processo de
enfermagem de Wanda Horta. Apenas no final da dcada de 80 aumenta o interesse
pelos diagnsticos de enfermagem, gerando diversas pesquisas e publicaes sobre o
assunto. Por ser um termo usado pelo mdico, motivou diversas discusses sobre sua
utilizao pelos enfermeiros. Apesar de todas as polmicas, os diagnsticos de
enfermagem, particularmente a classificao de diagnsticos da NANDA (North
American Nursing Diagnosis Association), so ensinados e aplicados na prtica
assistencial, sendo, inclusive, abordado em questes do Provo (Exame Nacional de
Cursos). Essa classificao define um padro de vocabulrio com a finalidade de
descrever as atividades do enfermeiro.
Momento histr ico
1955 - Hall afirmou que a enfermagem um processo
1959 - Johnson, 1961 - Orlando, 1963 - Wiedenbach, desenvolveram o processo em trs
fases, sendo que Orlando usou a expresso processo de enfermagem pela primeira vez
para explicar o cuidado de enfermagem
1963 Virginia: o processo apresenta as seguintes fases: dados sociais, fsicos,
diagnsticos de enfermagem, terapia de enfermagem, prognstico de enfermagem.
1967 - Yura e Walsh descrevem um processo de quatro fases: histrico, planejamento,
implementao e avaliao
1975 - Roy, 1976 - Aspinall usaram as fases de Yura e acrescentaram a fase diagnstico
de enfermagem.
A partir da dcada de 70, o processo de enfermagem foi incorporado maioria dos
currculos de enfermagem e includo na definio de enfermagem da maioria dos estatutos
para o exerccio da enfermagem. A Associao de Enfermeiras Americanas utilizou o
processo como um guia para os padres da prtica de enfermagem.
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A elaborao do processo de enfermagem atividade exclusiva do enfermeiro e
possibilita a Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE) em todos os mbitos de
assistncia. Deixando de apenas cumprir ordens e executar tarefas, o enfermeiro assume as
funes de sua competncia profissional.
Exerccios
1.Das alternativas abaixo, correto afirmar:a) o processo de enfermagem um mtodo de planejamento da assistncia nos hospitais
b) algumas teorias podem ser desenvolvidas no processo de enfermagemc) diagnstico de enfermagem o mesmo que diagnstico mdico
No Brasil, apenas na dcada de 70, temos na literatura o marco conceitual do
processo de enfermagem de Wanda de Aguiar Horta com a teoria das Necessidades
Humanas Bsicas.
Glossrio
Cuidar: o cuidar associado assistncia de enfermagem, e o tratar, assistncia
mdica.
Mtodo: forma de agir com organizao, etapas a serem seguidas para se alcanar um
objetivo.
Sistemtico:organizado, ordenado, coerente com determinada linha de pensamento.
Intencional:dar assistncia de qualidade ao paciente.
Dinmico: a relao enfermeiro-paciente permite constatar continuamente as
mudanas ocorridas.
Interativo:facilita a relao enfermeiro - paciente - equipe profissional.
Flexvel:pode ser aplicado na prtica de qualquer situao assistencial.
Teorias: utiliza bases tericas das cincias humanas, fsicas e biolgicas pode ser
explicado e aplicado a partir de todos os modelos/teorias de enfermagem.
Fases/etapas: pontos comuns: obter dados, interpretao dos dados, planejamento das
intervenes, e avaliao.
mbito: hospitais, ambulatrios, sade coletiva.
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d) o processo de enfermagem um mtodo organizado e coerente de prestar cuidados deenfermagemcorreta
e) a elaborao do processo de enfermagem uma atribuio da equipe de sade
2. Ao utilizar o processo de enfermagem, o enfermeiro presta cuidado individualizado ehumanizado. Assinale a alternativa correta: a partir das afirmaes abaixo, considera-secuidado holstico:I. Ao se levar em conta as prticas de lazer e religiosas do ser humano,II. Ao se ensinar o curativo de uma ferida conforme as condies financeiras do paciente,III. Ao se fazer orientao de alta conforme o diagnstico da patologiaa) Apenas afirmao I corretab) Apenas afirmao II corretac) Apenas afirmao III corretad) As afirmaes I e II so corretase) As afirmaes II e III so corretas
Respostas dos Exerccios
1.Das alternativas abaixo, correto afirmar:RESPOSTA CORRETA: D
2. Ao utilizar o processo de enfermagem, o enfermeiro presta cuidado individualizado e humanizado. Assinale a alternativa correta: apartir das afirmaes abaixo, considera-se cuidado holstico:RESPOSTA CORRETA: D
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AULA 10 MODELO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM -
WANDA DE AGUIAR HORTA (BRASIL)
A teoria/ modelo de Horta, desenvolvida a partir da teoria da motivao humana de
Maslow, fundamentada nas necessidades humanas bsicas. Para Horta, o objetivo da
enfermagem assistir oser humano no atendimento de suasnecessidades bsicas.
Teoria da motivao humana de Abraham Maslow: a motivao humana dirigida
no sentido de atender s necessidades humanas, sendo preciso satisfazer as
necessidades mais elementares para ter motivao de atender necessidades mais
complexas uma relao hierrquica. As necessidades humanas esto organizadas
em cinco nveis: fisiolgica, segurana, social, estima e auto-realizao ( figura 1). A
satisfao das necessidades uma condio que varia de um indivduo para outro e de
acordo com o momento da vida de cada um. No existe satisfao completa ou
permanente de uma necessidade, todas as necessidades so inter-relacionadas,
preciso um mnimo de satisfao das necessidades de um nvel para que o indivduo
procure a satisfao do nvel seguinte.
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Veja o quadro 1, disponvel no ambiente de estudo.
Teoria das necessidades humanas bsicas de Wanda Horta
A enfermagem presta assistnciaao ser humano e fazparte da equipe de sade . Assim,
o conceito de enfermagem proposto por Wanda Horta : a enfermagem a cincia e a arte de
assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades bsicas, de torn-lo independente
desta assistncia, quando possvel, pelo ensino de autocuidado, de recuperar, manter e promover
a sade em colaborao com outros profissionais (Horta 1979).
Necessidades Humanas Bsicas: estados de tenso, conscientes ou inconscientes,
resultantes de desequilbrios. Ainda que baseada na teoria de Maslow, Horta utiliza aclassificao de Joo Mohana: necessidades de nvel psicobiolgico, psicossocial e
psicoespiritual (quadro 1).
Ser humano:o ser humano interage com o meio - troca de energia - gerando estados
de equilbrio e desequilbrio no tempo e no espao. Os desequilbrios geram estados de
tenso, que o levam a buscar solues para manter seu equilbrio dinmico as
necessidades no atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto,
doena, assim, estar com sade estar em equilbrio dinmico no tempo e no espao.
Parte da equipe de sade: a assistncia de enfermagem busca atender s
necessidades bsicas do ser humano, juntamente com outros profissionais econhecimento das cincias humanas, biolgicas, sociais, para a preveno do
desequilbrio e fazendo retornar ao estado de equilbrio.
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Das premissas de sua teoria, Horta faz proposies sobre a funo do enfermeiro ( figura2) e dacincia da enfermagem , tambm infere algunspr incpios para a enfermagem . A partir
da teoria das necessidades humanas bsicas, Horta prope o processo de enfermagem em seis
fases/etapas, assunto da nossa prxima aula.
Assisti r em enfermagem: definido na teoria das necessidades humanas bsicas de
acordo com o grau de dependncia do ser humano: fazer, quando o ser humano no pode fazer sozinho
ajudar ou auxiliar, quando parcialmente impossibilitado de se autocuidar
orientar ou ensinar
supervisionar
encaminhar para outros profissionais.
Cincia da enfermagem: compreende o estudo das necessidades humanas bsicas,
dos fatores que alteram sua manifestao e assistncia prestada (Horta, 1979).
Princpios para a enfermagem:
respeito individualidade do ser humano.
prestar assistncia ao ser humano e no sua doena.
o cuidado de enfermagem preventivo, curativo e de reabilitao.
o ser humano membro de uma famlia e comunidade.
o ser humano participante ativo no seu autocuidado.
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Exerccios
1.O modelo de Wanda Horta foi desenvolvido a partir da teoria de motivao humana de Maslow.Assinale a alternativa correta:
Glossrio
Ser humano: indivduo, famlia e comunidade
Auto-realizao: auto-desenvolvimento, auto-satisfao, realizar potencial, sistemas
ticos, morais
Estima: relacionadas ao ego, orgulho, auto-estima, auto-respeito, confiana,
reconhecimento, apreciao, admirao, afeto
Social:relaes com outras pessoas, participao, adaptao social
Segurana: proteo de perigo real ou imaginrio, fsico ou abstrato, fuga do perigo, a
busca de um mundo ordenado e previsvel, higiene, abrigo, estabilidade de emprego
Fisiolgica:sobrevivncia, necessidades primrias, sono, alimento, gua
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
a) A teoria de Maslow descreve a motivao dos indivduos no sentido de satisfazer asnecessidades humanas.
b) No existe hierarquia de complexidade das necessidades humanas, e sim uma diviso em
cinco partesc) Segundo Maslow, o ser humano escolhe o nvel de necessidade que quer satisfazer primeirod) As necessidades de auto-realizao so primrias ou de sobrevivnciae) As necessidades so satisfeitas de modo definitivo e permanente
2. Na teoria das necessidades humanas, Horta apresenta a definio de conceitos. Assinale aalternativa que no faz parte dos conceitos apresentados por Wanda Horta:a) sade estar em equilbrio dinmico no tempo e no espao, a doena decorre das
necessidades no atendidas ou atendidas inadequadamenteb) a cincia da enfermagem engloba a compreenso das necessidades humanas bsicas, dos
fatores que as alteram e da assistncia prestadac) as funes do enfermeiro esto relacionadas entre si
d) o assistir em enfermagem depende do grau de dependncia do indivduoe) os princpios para a enfermagem so baseados no modelo biomdico
Respostas dos Exerccios
1.O modelo de Wanda Horta foi desenvolvido a partir da teoria de motivao humana de Maslow. Assinale a alternativa correta: RESPOSTA CORRETA: A
2. Na teoria das necessidades humanas, Horta apresenta a definio de conceitos. Assinale a alternativa que no faz parte dosconceitos apresentados por Wanda Horta:
RESPOSTA CORRETA: E
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
AULA 11 COMPREENDENDO AS ETAPAS DO PROCESSO DE
ENFERMAGEM - MODELO CRIADO POR WANDA HORTA
Nesta aula, vamos estudar o processo de enfermagem idealizado por Horta (1979), que foi
estruturado em seis fases e definido como a dinmica das aes sistematizadas e inter-
relacionadas, com a finalidade de dar assistncia ao ser humana/ famlia/ comunidade.
A figura 1 a representao esquemtica das etapas do processo de enfermagem. Cada
etapa ser descrita separadamente, assim, procurem estudar as definies tendo em mente que
um processo contnuo - enquanto o indivduo est sob os cuidados da enfermagem - e algumas
etapas se sobrepem. Todas as etapas do processo de enfermagem so atividade exclusiva do
enfermeiro.
Finalidades do histrico: identificar problemas, percepes e expectativas, conhecer
hbitos individuais, estabelecer uma relao interpessoal, tentar abranger a totalidade
do paciente (biopsicossocioespiritual), individualizar a assistncia de enfermagem,
fornecer subsdios para a tomada de deciso quanto s condutas de enfermagem.
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HISTRIA DA ENFERMAGEM
1) Histr ico de enfermagem
Etapa em que se faz o levantamento de dados a partir de um roteiro pr-estabelecido, quepode ser diferente, de acordo com a situao em que utilizado. As informaes desse roteiro
buscam conhecer o ser humano na sua totalidade e podem ser divididas em: Identificao -
Entrevista - Exame fsico - Resultados de exames. Os dados geralmente so obtidos do prprio
paciente quando da impossibilidade deste, familiares ou acompanhantes podem dar as
informaes. Utiliza-se:entrevista , observao e dados do pronturio.
2) Diagnstico de enfermagem (DE)
A partir da anlise das informaes coletadas, identificam-se os problemas, necessidades
bsicas afetadas e o grau de dependncia do paciente em relao