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Universidade de Coimbra Faculdade de Economia História do Movimento Sindical Português Tiago Vieira Janeiro 2005

História do Movimento Sindical Português

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História do Movimento Sindical Português por Tiago Vieira - Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Janeiro 2005)"A criação da UON* em 1914 vem, por um lado, afirmar ascensão de anarquistas e sindicalistas revolucionários e, por outro, liquidar de vez o papel do Partido Socialista como partido de vanguarda das massas trabalhadoras." (Noronha, 1993)UON: União Operária Nacional, embrião da Confederação Geral do Trabalho.

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Page 1: História do Movimento Sindical Português

Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

História do Movimento

Sindical Português

Tiago Vieira Janeiro 2005

Page 2: História do Movimento Sindical Português

Universidade de Coimbra

Faculdade de Economia

História do Movimento Sindical

Português

Trabalho realizado no âmbito

da cadeira de Fontes

de Informação

Sociológica, do 1º ano

do curso de Sociologia

leccionada pelo

Doutor Paulo Peixoto.

Autor do trabalho:

Tiago Vieira,

Aluno nº 20031720

em Janeiro de 2005

Imagem da capa retirada de:

http://sapp.telepac.pt/base-fut/oldcartooneng.htm

s. a. (s.d), Old Cartoons

Page 3: História do Movimento Sindical Português

Índice

1 – Introdução 1

2 – Estado das artes 3

2.1 – Dos primórdios à 1ª República (- - 1909) 4

2.2 – Da 1ª República ao Estado Novo (1910 – 1926) 7

2.3 – O Estado Novo (1926 – 1974) 10

2.4 – Do 25 de Abril às perspectivas de futuro (1974 – -) 13

3 – Descrição pormenorizada do processo de pesquisa 16

4 – Ficha de leitura 20

5 – Avaliação de uma página da Internet 24

6 – Conclusão 26

Referências Bibliográficas 27

Anexo I “Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje”, capítulo da obra Agir contra a

corrente Reflexões de um sindicalista de Manuel Carvalho da Silva

Anexo II Página da CGTP-IN avaliada

Page 4: História do Movimento Sindical Português

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1 - Introdução No mundo em que vivemos, sempre cheio de mutações, transformações, revoluções

e outras alterações, tudo assume um carácter provisório. Assim é com as ideias, o

conhecimento, as inovações técnicas, as relações pessoais, mas também com os direitos,

os deveres, as relações laborais, os papéis e estatutos dos diferentes actores sociais.

Esta é, pelo menos, a sensação que temos quando nos confrontamos com a ofensiva

a que chamamos globalização, processo que nos chega como se permitisse um salto

histórico formidável, inédito e inevitável, acelerador de tudo, rumo a um progresso

indefinido, e que transporta consigo uma carga implícita de visão do passado como um

tempo quase estagnado, decrépito e muito pouco frutuoso em termos de progresso.

De facto, se isto ocorre no mundo em geral, no mundo laboral assume contornos de

particular interesse, designadamente no domínio no movimento sindical. Mas algumas

perguntas são inevitáveis: será que a dinâmica do passado foi realmente assim tão pobre

e estagnada? E trarão o presente e o futuro coisas assim tão novas e inéditas? E caso

tragam, será a sua aplicação tão vertiginosa e inevitável quando comparada com o

passado?

Com este trabalho/estudo, procuro percorrer a história do movimento sindical

português desde os seus primórdios, nas associações de classe, aos dias de hoje e às

perspectivas para o futuro, com algumas concepções teóricas de fusão do movimento

sindical com os restantes movimentos sociais.

Tendo noção de que a discussão, sobretudo das perspectivas para o futuro, será

sempre manifestamente insuficiente, o objectivo deste trabalho (tema que escolhi

voluntariamente e que não estava sequer incluído nos temas disponíveis à partida) é

acima de tudo homenagear o corajoso e destemido movimento sindical português que,

como nenhum outro, dado encerrar imensas particularidades face ao contexto

internacional, soube sobreviver ao oportunismo, ao fascismo e ao fraccionismo, e ainda

hoje dar uma resposta coerente, concreta e intrépida face às ofensivas que os vários

governos têm lançado sobre a classe trabalhadora, cumprindo assim o seu papel

histórico e razão da sua existência de salvaguarda dos direitos de quem representa, os

trabalhadores portugueses, algo que é tão actual hoje como no passado mais remoto.

Page 5: História do Movimento Sindical Português

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Não sendo uma cronologia de iniciativas levadas a cabo pelo movimento sindical

(greves, congressos, manifestações), optei por dar apenas algumas referências de

iniciativas de maior relevo para a compreensão da sua história.

Deste modo, entendi que a melhor estrutura para uma análise inteligível deste

trabalho seria a sua divisão em dois grandes grupos: o estado das artes e os outros

aspectos do trabalho. Dentro do estado das artes encontram-se quatro sub-capítulos, um

primeiro de análise dos primórdios do movimento sindical até ao início da primeira

república (1910), um segundo de análise de todas as transformações ocorridas no

decurso da primeira república (1910 – 1926), um terceiro de análise do Estado Novo

(1926 – 1974), e um quarto e último centrado no período desde a seguir ao 25 de Abril

até aos nossos dias, lançando já algumas ideias sobre o que alguns estudiosos apontam

como o futuro do movimento sindical. Em outros aspectos concentram-se a descrição

pormenorizada do processo de pesquisa, a ficha de leitura feita a partir da análise do

capítulo “Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje” da obra Agir contra a

corrente de que Manuel Carvalho da Silva é o autor, e avalio a página da Internet da

Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN)

<www.cgtp.pt>

Dadas as limitações, quer do próprio tema, quer de ordem temporal, e os objectivos

da cadeira, optei por fazer uma pesquisa sobretudo centrada em livros, revistas

científicas e estudos nesta área (literatura cinzenta), assumindo a Internet, os jornais e os

dicionários apenas como recursos complementares. No que a estatísticas se refere,

apesar do seu interesse óbvio para reforço da informação fornecida, a verdade é que as

estatísticas disponíveis pecam, ora por terem um carácter demasiado particular

(centrando-se na evolução de um ou outro sector), ora por serem insuficientes (por

exemplo, ao nível de número total de sindicalizados na actualidade).

Page 6: História do Movimento Sindical Português

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2 – Estado das artes

O percurso histórico do movimento sindical português foi, desde os seus primórdios

aos dias de hoje, muito tortuoso. Movimento organizador dos trabalhadores, este surge

precisamente porque “a exploração desenfreada que o proletariado sofre provoca nos

trabalhadores a necessidade objectiva de se organizarem e defenderem da exploração de

que são vítimas” (CGTP, 1977).

Na análise do seu percurso, desde as associações mutualistas, de carácter quase

corporativo, até aos nossos dias, em que múltiplas correntes, tendências e até

organizações co-habitam no espaço do movimento sindical, não se pode nunca perder

do horizonte que os sindicatos “têm como função e obrigação defender os interesses

socio-laborais dos trabalhadores, interesses permanentemente postos em causa pelo

patronato” (Abrantes, 1995), pois só desta forma será possível interpretar um conjunto

vastíssimo de dados que povoam a já longa história do movimento sindical português.

De facto, as palavras de João Freire (1992) apresentam um síntese quase perfeita

daquilo que deve ser a base de qualquer análise:

“O movimento social do operariado não é apenas a soma aritmética de todos os sindicatos existentes, ou mesmo ligados organicamente entre si. Representa uma realidade qualitativamente diferente.”

Page 7: História do Movimento Sindical Português

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2.1 – Dos primórdios à 1ª República (- - 1909)

Para uma correcta análise das organizações de trabalhadores em Portugal, é

necessário, antes de mais compreender algumas particularidades do nosso país para

perceber as características, e sobretudo as diferenças, face a um contexto europeu em

que o despontar do movimento operário e sindical se dá em força bem antes do acordar

do português.

Na verdade, a existência do movimento operário está, como é óbvio,

necessariamente ligada à existência de proletariado, e a existência deste só se verifica

numa sociedade em avançado estado de industrialização. Assim, é graças a enormíssima

dependência económica que Portugal tinha perante a Inglaterra, cuja causa próxima era

o tratado de Methuen, de 1703, que viria a impedir qualquer tentativa séria de arranque

industrial nos sectores mais em voga na época em território português, dado o

estrangulamento económico a que os ingleses nos votavam ao inundarem o nosso

mercado com os seus produtos a preços baixos e qualidade relativamente alta. Aliás, se

assim a situação era má, pior ficou quando a coroa portuguesa decidiu abrir os portos

brasileiros (que até então eram monopólio luso) aos ingleses.

De facto, só em 1821 se virá a reconhecer (ainda que provisoriamente) a liberdade

de organização em associações aos trabalhadores portugueses.

Ainda assim, só em 1838 surgirá, em Lisboa, a primeira associação da história

portuguesa, a Sociedade dos Artistas Lisbonenses que tinha como objectivos “socorrer

na doença as viúvas e órfãos com pensões e sustentar uma aula de instrução primária”,

(CGTP, 1977) apresentando-se claramente com uma função de esbatimento de algumas

contradições e injustiças do sistema, e ainda não com cariz reivindicativo. Mas também

neste caso, o tempo de vida desta associação foi relativamente curto, pois em 1852 viria

a surgir, também em Lisboa, em parte através da sua estrutura, o Centro Promotor dos

melhoramentos das Classes Laboriosas, que tinha também na sua concepção os

princípios do mutualismo e da conciliação de classe. Aliás, este ideário de feição

socialista utópico viria mesmo a dominar as mais variadas organizações de

trabalhadores portuguesas, onde a orientação dominante apontava que o caminho seria

“constituir uma sociedade em que o pobre não tem inveja do rico, mas possa vir a sê-lo

pelo seu trabalho e em que o rico não vexe o pobre, mas o protegia fraternalmente”

(Nogueira apud CGTP); assim foi até à Comuna de Paris, em 1871.

Na verdade, a conquista do poder pelo proletariado francês durante 72 dias, e as

profundas alterações que se fizeram em tão curto espaço de tempo, foram um contributo

Page 8: História do Movimento Sindical Português

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enorme para uma viragem de fundo no movimento operário e sindical à escala mundial,

que teve também reflexos em Portugal, nomeadamente ao nível da mudança de

objectivos, que passa a ser agora o derrube do capitalismo e a construção de uma

sociedade nova. “A despeito de todos os seus erros, a Comuna de Paris é o modelo mais

grandioso do movimento operário proletário do século XIX” (Lénine, 1970). Na

verdade, será em 1871 que os trabalhadores portugueses aderem à Associação

Internacional de Trabalhadores – a Internacional – fundada em 1864 por Marx e Engels.

Isto significará profundas alterações ao nível das associações de trabalhadores,

virando-se então o trabalho de propaganda e consciencialização muito mais para a

classe operária, como o propósito de fomentar nestes a consciência de que poderiam

tomar o poder, e não mais apenas com fins mutualistas; bem como a constituição da

Associação dos Trabalhadores da Região Portuguesa, em 1873, precisamente com

objectivos de classe, intensificados pelo aumento do crescimento urbano e pelo agudizar

das contradições sociais, o que acabaria por significar um esvaziamento do Centro

Promotor, dado que a classe operária já não mais se revia na conciliação de classes.

Com efeito, é deste sentimento de tomada do poder que surge, em 1875, o Partido

Socialista, com a ambição de ser o partido dos trabalhadores e da classe operária.

Porém, este objectivo nunca se concretizou realmente, dado que a sua adesão plena ao

regime parlamentar e a concomitância entre uma classe operária esmagadoramente

analfabeta que, por isto, não dava expressão eleitoral ao PS, e o piscar o olho à

burguesia na procura de votos, abdicando assim de alguns dos seus mais elementares

princípios, fez com que cedo este partido caísse no descrédito junto dos trabalhadores,

tal como nos descreve Manuel Joaquim de Sousa (1976):

“Durante algum tempo o partido deliberou abster-se das lutas eleitorais, embora alguma vez o Comité Central deliberasse ir às urnas, contrariando a vontade do próprio partido, que manteve a abstenção, após prévia consulta. Mas veio o terceiro congresso (1879), e o partido proclama-se francamente eleitoral e parlamentar. A acção socialista dos operários portugueses foi, assim, fenecendo-se, esterilizando-se, e o indiferentismo foi tomando as massas. A “força vigorosa” que a constituição do partido veio trazer foi, pois, absolutamente negativa”

De facto, este foi um factor essencial para mais uma viragem aguda nas

características do movimento sindical português que, à semelhança do que ocorria na

Europa, se desiludiria então com partidos como o PS, e abria espaço para o crescimento

avassalador da doutrina anarquista. Aliás, tanto assim foi que, em 1891, quando é

Page 9: História do Movimento Sindical Português

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reconhecida personalidade jurídica às associações de trabalhadores, se verifica uma

estrondosa massificação destas, onde a crescente influência dos anarquistas era

sinónimo duma cada vez mais ténue presença de membros do PS, que se perdia em

quezílias internas que levavam ao afastamento de cada vez mais militantes, quer para o

Partido Republicano, quer para as múltiplas organizações anarquistas. Algo que se

sentirá crescentemente nos anos seguintes, nomeadamente na criação da Federação de

Associações de Classe, em 1891, primeiro passo para a unidade orgânica dos

trabalhadores, dado vigorar o princípio da unicidade sindical; mas também aquando da

reacção aos dramáticos acontecimentos de Chicago, que estarão na origem do primeiro

1º de Maio, em 1886, e à reivindicação de dum horário laboral de 8 horas diárias.

E é assim que, fruto da inspiração francesa e lavrando na desilusão portuguesa,

como nos relata Victor de Sá (1981), nascerá uma nova corrente ideológica e de acção:

o sindicalismo revolucionário.

“O sindicalismo revolucionário ou anarco-sindicalismo vai exercer uma grande influência no movimento operário, tanto em França como na Península Ibérica. Entra em choque com a corrente meramente doutrinária do Partido Socialista Português, que entretanto adoptara posições de oportunismo político...”

Assim, esta era uma corrente que rejeitava os partidos políticos, defendendo que a

tomada do poder por parte do proletariado deveria ser feita à parte e mesmo contra

estes. Para tal, no Congresso Sindical e Cooperativista, em 1909, o caminho apontado é

o da criação de associações de classe ou sindicatos profissionais, formando federações

regionais e nacionais, bem como outras estruturas de interligação, para que fosse

possível criar uma Confederação Nacional.

Page 10: História do Movimento Sindical Português

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2.2 – Da 1ª República ao Estado Novo (1910 – 1926)

É, então, num contexto misto de desnorte e descontentamento que as forças

republicanas potenciarão a vontade de mudança sentida pela classe operária para terem

o seu apoio. E tanto assim é que, a 5 de Outubro de 1910, a Monarquia acabará mesmo

por cair, dando lugar a uma República cheia de promessas e esperanças de melhoria da

qualidade de vida para os trabalhadores.

Porém, se grandes eram as promessas, maior foi a desilusão, pois, uma vez no

poder, o Partido Republicano apenas se limitou a aprofundar as políticas de

intensificação da exploração que vinham sido desenvolvidas na Monarquia.

Assim, gera-se um clima de desconfiança do poder político, um sentimento

alicerçado no irredutível facto que por muito que mudassem os partidos, as políticas

praticadas eram sempre as mesmas – as de exploração dos trabalhadores. Como é

natural, esta conjuntura apenas favorecia mais o ideário de sindicalismo revolucionário,

de inspiração bakuniniana, tendo “repudiado sistematicamente o envolvimento em

problemas partidários e eleitorais” (Trindade, 1989).

Com efeito, a partir de 1911 assiste-se a uma transformação tanto na estrutura como

na linha de acção do movimento sindical, para o adequar mais à nova linha ideológica

que o presidia. Na verdade, se na alteração de estrutura se privilegiava a concertação de

esforços por forma a melhor atacar o patronato, já nas linhas de acção dá-se maior

relevo à acção directa e de surpresa, tentando contornar os mecanismos repressores quer

do Estado, quer do patronato.

Em face disto, e temendo o poder que teria um movimento sindical realmente

organizado junto das bases, o governo republicano toma medidas de tal forma drásticas

que quem lhe presidiu até 1914, Afonso Costa, ganha mesmo a alcunha de racha

sindicalistas, dada a perseguição que promoveu ao movimento sindical e, mais

concretamente, aos seus dirigentes; ora usando a imprensa para apelidar os sindicalistas

de restauradores da monarquia, ora simplesmente encarcerando activistas sindicais.

De facto, neste contexto em que “A calúnia era a principal arma do governo para

deter o movimento reivindicativo” (CGTP, 1977), assistiremos a um natural

enfraquecimento do movimento sindical de classe, abrindo tanto espaço para as

tendências reformista e socialista, que estas decidem convocar, através da Federação

Operária de Lisboa, um Congresso onde procurariam tomar as rédeas do movimento

sindical. Este Congresso, que se realizou em Março de 1914, ficará famoso na história

Page 11: História do Movimento Sindical Português

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de Portugal pela decisão que sairia de constituir a União Operária Nacional, embrião da

Confederação Geral do Trabalho. De facto, este seria um avanço extraordinário, já que

não só se conseguia uma unidade à escala nacional, como os socialistas saiam

totalmente derrotados:

“A criação da UON em 1914 vem, por um lado, afirmar ascensão de anarquistas e sindicalistas revolucionários e, por outro, liquidar de vez o papel do Partido Socialista como partido de vanguarda das massas trabalhadoras.” (Noronha, 1993)

Porém, e apesar de todos os progressos ao nível interno, o movimento sindical

português encontrava-se ainda muito desorganizado e demasiadamente permeável à

influência de oportunistas, exemplo claro disso é, quando confrontado com a entrada de

Portugal na guerra e uma insustentável queda vertiginosa das condições de vida, o

apoiar de um golpe fascista promovido, em 1917, por Sidónio Pais.

Na verdade, dois anos mais tarde, aquando da queda de Sidónio, opera-se na CGT

uma fusão entre tendências anarquistas e sindicalistas revolucionárias, dando origem ao

anarco-sindicalismo. No entanto, o facto de na Rússia o proletariado ter, em Outubro de

1917, tomado o poder organizado num partido de classe de novo tipo, o que leva a um

cada vez mais intenso chorrilho de dúvidas acerca da auto-suficiência do sindicalismo,

implantando-se progressivamente a ideia de que era necessário um

“apoio político, de um partido revolucionário da classe operária que reunisse à sua volta esse descontentamento e o transformasse num acto político insurreccional, do qual resultassem o derrubamento do Governo dos capitalistas e a sua substituição por um Governo de coligação popular” (Gonçalves, 1969),

ideia que tomaria corpo na reestruturação do entretanto criado Partido Comunista

Português, quando em 1923, este assume as teses leninistas e passa a considerar-se

marxista-leninista.

Com efeito, esta desagregação no seio do movimento operário e sindical português,

viria a ter o seu auge ainda no ano de 1922, dado que é por esta data que surgem a III e

IV Internacionais, organizações de confrontação mútua, e que significarão uma cisão,

quer à escala internacional, quer à escala de Portugal. De facto, a criação da IV

Internacional (AIT – de influência anarquista), é motivada por um forte sentimento

anti-revolução bolchevique, revolução esta que a III Internacional (ISV – de influência

Page 12: História do Movimento Sindical Português

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comunista) defendia. Isto terá consequências horríveis para o crescimento do

movimento sindical, para a sua ligação às bases e, sobretudo, para a sua capacidade de

resistência: o patronato.

Aliás, tanto assim é que as “guerras” entre comunistas e anarquistas permitirão de

tal modo o ganhar de terreno por parte das forças conservadoras, que em 1926 será

desencadeado um golpe assumidamente fascista, face ao qual o movimento sindical não

conseguiu dar uma resposta tão eficaz quanto necessária.

Page 13: História do Movimento Sindical Português

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2.3 – O Estado Novo (1926 – 1974)

Em 1926, não só em Portugal como um pouco pela Europa fora, assistir-se-á a uma

ascensão vertiginosa de forças assumidamente fascistas. No caso português, como

acima se dá a entender, esta ascensão foi amplamente facilitada pela desorganização

total em que o movimento sindical se encontrava, disto é bom exemplo a tentativa de

realização de uma revolta simultaneamente em Lisboa e Porto, mas que acabou por

ocorrer com dez dias de diferença de uma para a outra! É nas palavras de Ramiro da

Costa (1979) que encontramos uma excelente caracterização deste duro e penoso

período da vida do movimento operário:

“... o movimento operário decapitado e desorganizado, depois de

1926, vai seguir em parte as tentativas golpistas. O revilharismo é uma ideologia burguesa que penetra na vanguarda do movimento operário(...). Ele corresponde à dominação do movimento operário pela burguesia e a sua subordinação às acções daquela”

De facto, este será um factor de principal importância, pois permitirá ao fascismo

uma institucionalização progressiva, que se traduzirá no restringir das liberdades

individuais, de uma forma geral, e no ataque cerrado aos direitos sindicais, e que

culminará com a Constituição de 1933, em que, entre outras coisas, se proíbe o direito à

greve, e se limita a possibilidade de organização dos trabalhadores a organizações

corporativas. Por forma a dar letra de lei a estas intenções já expressas na Constituição,

o fascismo produzirá, também em 1933, o Estatuto do Trabalho Nacional, documento

em que era ainda mais evidente o fomentar da cultura da harmonia de classes,

apresentando-a como uma “complementaridade «filosófica» entre capital e trabalho, por

contraposição à luta de interesses (ou de classes)” (Reis, 1994 ), sendo o sindicato visto

“como instrumento do corporativismo, sendo posta em evidência uma elevada

reorganização e união das classes em torno do que se considera serem os interesses

nacionais” (Serrano, 1980).

Deste modo, era agora fácil para o Estado tomar o controlo dos sindicatos, criando

sindicatos meramente consultivos, em que as direcções e estatutos dependiam da

autorização do Ministério das Corporações e Previdência Social, e simplesmente

pulverizando os outros. Porém, não satisfeito com a repressão institucional, o Estado

promovia também o espancamento e homicídio dos dirigentes sindicais mais destacados

na luta contra a fascização dos sindicatos.

Page 14: História do Movimento Sindical Português

11

Em resposta a isto muitas foram as iniciativas de libertação, mas todas acabaram por

sair invariavelmente goradas. No entanto, e apesar de também ter sido derrotada,

merece destaque uma delas, não só pelo impacto que causou no momento, mas também

porque será sinónimo de uma viragem ideológica no movimento sindical: o 18 de

Janeiro de 1934.

Com efeito, esta resposta quase imediata ao encerramento dos últimos sindicatos

livres “pretendeu ser, como se sabe, uma greve geral revolucionária, para que não

estavam criadas as condições indispensáveis a um eventual êxito” (Vitoriano, 1995), daí

que tenha falhado. Mesmo tendo em conta a heróica resistência de horas dos

trabalhadores na Marinha Grande (local onde teve maior impacto) e a importância

política da resposta ao fascismo, este golpe acabou por apenas dar o pretexto perfeito ao

fascismo para desencadear a perseguição e chacina de dirigentes sindicais, que de outra

forma não teria tanta aparente legitimidade para realizar.

Porém, acabou por ser também uma aprendizagem frutífera para o movimento

sindical, pois é a partir deste momento que se abandonam por completo os métodos

golpistas de influência anarquista, e se opta pela constituição de um movimento de

massas, consequente e esclarecido.

Assim, de início opta-se pela constituição de sindicatos clandestinos, que apesar de

terem muita adesão, acabam por cair no descrédito junto dos trabalhadores dada a sua

inoperância e inércia. Daí que se tenha, mais tarde, entendido no seio do movimento

sindical que o caminho não seria criar uma corrente alternativa, mas sim procurar uma

corrente que se impunha como única (apesar da oposição da CGT, agora reduzida a uma

cúpula de dirigentes sem base). Mas a estratégia de tomada progressiva do poder e

conquista de algum espaço democrático não ficava por aqui, já que, ao mesmo tempo

que se infiltravam nos sindicatos fascistas, os trabalhadores de sentido democrático

constituíam, empresa a empresa, as comissões de unidade, por forma a conseguir travar

lutas contra o patronato fora da égide perniciosa dos sindicatos fascistas.

É neste contexto que surge o ano de 1944, em que, face à derrota do fascismo à

escala internacional, o Estado Novo, se vê obrigado a dar uma aparência de abertura

democrática, que é o que faz ao permitir (excepcionalmente) a realização de eleições

livres nas estruturas sindicais, de onde surgirão um conjunto assinalável de sindicatos

em que os trabalhadores vão, de facto, tomar o poder, destronando o aparelho fascista,

que, diga-se, cedo voltou a reconquistar essas posições, recorrendo aos mais hediondos

métodos de afastamento de dirigentes sindicais.

Page 15: História do Movimento Sindical Português

12

Porém, isto não invalida que não se reconheça nos anos que mediaram 1941 e 1949

um extraordinário período de riqueza de luta antifascista, algo possibilitado pela entrada

de uma concepção de frentismo na abordagem ideológica do movimento sindical que,

apesar de não ter encontrado eco no plano político-partidário, significou, no plano

unitário, a criação do Movimento de Unidade Democrática (bem como o MUD Juvenil).

Este foi precioso instrumento de trabalhadores e estudantes, que a partir de 1945,

permitirá uma forte oposição ao regime fascista, o que, leva à sua ilegalização no ano de

1948.

Apesar disto, a resistência continua a crescer, e juntamente com o crescimento do

operariado, assistir-se-à, na década de 50, durante a campanha de Humberto Delgado

(algo só possível devido à mobilização de milhares de trabalhadores) a um Congresso

de Trabalhadores Antifascistas (em 1958).

Já depois da morte política de Salazar, em 1968, Marcello Caetano encetará, fruto da

pressão interna e externa, uma pretensa democratização sindical, que mais não era do

que um alterar de táctica para, no entanto, manter o jugo sobre os trabalhadores. Porém,

como refere Ramiro da Costa (1995), a implementação da contratação colectiva e da

liberdade de reunião apenas virá propiciar o crescimento do movimento sindical, que

assim voltará às mãos dos trabalhadores antifascistas, criando uma dinâmica de

organização e protesto, que nem as tentativas de retorno à mais dura legislação fascista,

encetadas por Marcello em 1970, conseguirá parar. Neste quadro, não é de somenos

assinalar um dos mais importantes momentos da história do movimento sindical

português como é o nascimento da Intersindical Nacional, a futura Confederação Geral

dos Trabalhadores Portugueses, em Outubro de 1970, em Lisboa.

De facto, a partir deste momento a luta não mais recuaria até à vitória sobre o

fascismo e a conquista da democracia: o 25 de Abril de 1974!

Page 16: História do Movimento Sindical Português

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2.4 – Do 25 de Abril às perspectivas de futuro (1974 – -)

Neste sub-capítulo está, provavelmente, a parte mais complexa de todo este

trabalho, dado que a partir da década de 80 as referências históricas passam a ser cada

vez menos, sendo cada vez mais vasta a bibliografia que remete para opiniões e teses

sobre o futuro do movimento sindical.

Na verdade, este período histórico não delimitado inicia-se na fase mais conturbada

e de maior crescimento do movimento sindical da história recente do nosso país: o

Período Revolucionário em Curso (PREC) que vai desde 74 a 76 – “o PREC criou a

imagem de um movimento sindical forte, ofensivo e mobilizador” (Stoleroff, 1995).

Neste tempo, Cerdeira e Padilha (1989) afirmam que o movimento sindical português

viveu a sua fase unicitária, já que apenas se reconhecia a existência de uma

Intersindical, a CGTP, dentro da qual caberia aos trabalhadores definir qual o rumo e

conteúdo que queriam para o futuro da única organização que falaria em seu nome.

Deste modo, verificava-se uma muito maior coesão dentro do movimento sindical que

alguma vez se tinha presenciado, factor essencial, por certo, para a concretização de

imensas vitórias, como a existência do salário mínimo, o alargamento de período de

férias pagas para 15 dias, a regulamentação da licença de maternidade, a criação de

incentivos à participação no movimento sindical, a atribuição do subsídio de

desemprego, entre outras.

Porém, houve “grande polémica sobre a unicidade sindical, desencadeada e

alimentada, sobretudo, pelo PS” (Antunes, 1975), pois era exigida uma democratização

sindical, leia-se, a possibilidade de existir mais do que apenas uma intersindical

nacional. Assim, este período de “democracia sindical” (Cerdeira e Padilha, 1989), que

ainda hoje subsiste, nascerá de um movimento denominado Movimento Autónomo de

Intervenção Sindical ou Carta Aberta que, como o nome indica, resulta do enviar de

uma carta aberta exigindo uma alternativa à unicidade, “princípios da liberdade sindical

tal como esta era proclamada nas convenções da OIT, bem como o pluralismo sindical e

o direito de tendência” (UGT, s.d.) e estará na criação da União Geral dos

Trabalhadores.

De facto, será, grosso modo, esta a disposição de organizações sindicais que chegará

aos nossos dias, em que a CGTP continua a deter largamente mais associados do que a

UGT, mas em que ambas disputam o mesmo terreno na procura de sindicalizar nos seus

sindicatos cada vez mais gente, gerando-se mesmo um clima de mini-guerrilha.

Page 17: História do Movimento Sindical Português

14

Com efeito, as acções mais marcantes das últimas duas décadas e meia foram as 4

greves gerais ocorridas em 1982 (duas), em 1988 e em 2003, todas elas convocadas pela

CGTP para fazer face ao retirar de direitos consagrados pela revolução de Abril, de

onde ressalta a última, a greve geral de 10 de Dezembro de 2003, contra o Pacote

Laboral do Governo de Durão Barroso, que a UGT acabou por subscrever em nome dos

trabalhadores, permitindo a sua implementação.

Perante isto, é forçoso fazer um paralelismo histórico e questionar se a UGT não

desempenhará, hoje, o papel que na 1ª república coube ao Partido Socialista que,

tentando agradar a todos, dos proletários à média burguesia, falando em nome dos

trabalhadores, acabava, invariavelmente, por subscrever as políticas mais prejudiciais

para os que dizia representar. Esta poderá ser apontada como a raiz da crise, da

desilusão e de algum descrédito no movimento sindical, já que os trabalhadores têm de

estar atentos, não só ao que o patronato procura fazer, como não pode sequer confiar no

que os representantes de alguns trabalhadores podem vir a fazer em seu nome.

“Não é mais possível conseguir-se um movimento sindical forte e coeso enquanto estruturas (sindicatos) e órgãos (dirigentes) lutam entre si dentro da mesma empresa ou sector, pela mesma «camisola», em larga medida o sindicalismo corre o risco de existir fundamentalmente fora do local de trabalho, e é sabido que em muitos locais não existe uma efectiva sindicalização” (José Vitoriano, 1995)

Porém, outros autores apontam outros factores para a tão propalada crise do

sindicalismo, apontando inclusivamente algumas alternativas, para a “renovação do

sindicalismo” (Santos, 1995).

De facto, nesta matéria as opiniões são muito diversificadas, pois se há quem

considere que os sindicatos podem estar condenados à extinção “porque os homens que

os dirigem não têm visão suficientemente ampla” (Noronha, 1993) dado que “a

estrutura dos sindicatos foi-se deixando ultrapassar por uma nova conjuntura laboral e

civilizacional” (idem, 1993), algo que estaria na origem das dificuldades de atracção de

jovens, assistindo-se mesmo a um declínio da sindicalização (Boavida, 2003). Mas há

também quem encare a questão com outra ponderação, admitindo que a sindicalização e

o nível de participação “possa ser fundamentalmente influenciada pelo grau de

liberdade que o empregador lhe permite” (Stoleroff, 1995), o que coloca a questão da

Page 18: História do Movimento Sindical Português

15

crise do sindicalismo como muito difícil de dar uma resposta, dado não haver termo de

comparação na ampla e diversificada história de Portugal.

“Seria necessário identificar um período prévio durante o qual o sistema de regulação tivesse em estabilidade e a que se possa fazer uma comparação para falar de crise e não de mudança ou declínio relativo” (Stoleroff, 1995),

parecendo claro, no entanto, que a tendência dos últimos anos tem sido a de crescimento

da sindicalização nos sectores dos escritórios e descida na indústria, o que leva à

discussão sobre os benefícios da fusão de sindicatos representativos de sectores em

declínio (Stoleroff e Naumann, s.d.)

Apesar disto, a verdade é que hoje o capitalismo começa a assumir diferentes formas

daquelas que tinha, transnacionalizando empresas, deslocalizando empresas e sectores

produtivos de um extremo do mundo para o outro na busca de mais lucro, recorrendo

cada vez mais e mais a artifícios de capital financeiro para ludibriar os trabalhadores, o

aumento da precariedade do trabalho, bem como do desemprego; factores estes que

concorrem necessariamente, não só para uma muito menor sindicalização, como para a

necessidade emergente de readaptação por parte do movimento sindical a estas

transformações, tal como UGT e CGTP se aperceberam, levando a que em 1983 e 1993,

respectivamente, acabassem, por aderir à Central Europeia de Sindicatos (Costa, s.d.).

Mas deverá “o movimento sindical (...) articular-se com os outros movimentos

sociais(...)” (Santos, 1995), e hipotecar o seu cunho de classe, abdicando assim, por

exemplo, da tomada do poder com vista à extinção do sistema capitalista? Será correcto

considerar que a alternativa a um “sindicalismo globalizado” (Costa, 1997), o que quer

que isso signifique em termos concretos, é a morte do movimento sindical?

Como é óbvio a resposta a estas perguntas em muito depende das nossas premissas,

do nosso entendimento da realidade e daqueles que entendemos deverem ser os

objectivos do movimento sindical; é naturalmente diferente a visão reformista de

“capitalismo civilizado”(Santos, 1995), que entende que o movimento sindical como

apenas mais um acrescento a uma luta geral pelo atenuar das contradições de base do

sistema capitalista, da concepção revolucionária de “construção de uma sociedade mais

justa e fraterna sem exploração do homem pelo homem” (CGTP-IN, s.d.), mas quanto a

qual a melhor, apenas o futuro o poderá dizer, confirmando algumas teses e derrotando

outras.

Page 19: História do Movimento Sindical Português

16

3 – Descrição pormenorizada do processo de pesquisa

A partir do momento que escolhi o tema do meu trabalho (história do movimento

sindical português), procurei de imediato concentrar-me na formulação de um índice

provisório que me impedisse de possíveis (e prováveis) desvios do essencial, dado que

neste tema, como a seguir clarificarei, biografias, estudos de caso e teses focando

aspectos muito particulares é algo de muito comum.

Deste modo, optei por recorrer preferencialmente a fontes fiáveis como são os livros

e as revistas científicas (no plano da literatura impressa), a literatura cinzenta, como

sejam artigos ou teses de autores de referência, como me havia indicado o docente da

cadeira (como Hermes Costa, Elísio Estanque, Alan Stoleroff ou Boaventura Sousa

Santos, entre outros) – ainda que estes me tenham sido úteis apenas em curta parte do

trabalho – e, finalmente, a páginas da Internet, recurso que usei apenas como

complemento e não como essencial na realização do trabalho, dada a insuficiência de

informação neste campo, apontando sobretudo para as páginas da CGTP, da UGT e da

Associação Portuguesa de Sociologia, à qual consegui aceder a actas através apenas do

google, pois por via directa estas eram interditas.

Com efeito, as palavras-chave que nortearam toda a minha pesquisa foram:

“sindicalismo”, “movimento sindical”, “história”, “Portugal” e “luta de classes”. Quer

pesquisando com cada uma individualmente, quer cruzando-as em formulários de

bibliotecas ou através de operadores boleanos, quando pesquisava na internet.

Na verdade, iniciei a minha pesquisa na biblioteca da Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra, pesquisando no catálogo da biblioteca em assunto por

<sindicalismo>, o que me deu 130 registos, percebendo eu que teria de ser mais

específico, se quisesse ser conclusivo; pesquisei então por palavra <sindicalismo> e por

palavra <Portugal>, e dos 32 registos que me surgiram resolvi apenas recorrer a 5, dado

que passando os olhos pelos restantes (excepto os estudos de caso, que excluí à partida),

me pareceram muito pouco sintéticos dado os objectivos e o tempo disponível para a

realização deste trabalho, daí que tenha apenas consultado: Os desafios da globalização

ao sindicalismo: contributos para uma perspectiva portuguesa, tese de mestrado do

Professor Hermes Costa (1997), O sindicalismo em Portugal de Manuel Joaquim de

Sousa (1976), Anarquistas e operários: ideologia, ofício e práticas sociais: o

anarquismo e o operariado em Portugal, 1900-1940, de João Freire (1992), As

estruturas sindicais portuguesas: uma análise evolutiva 1933 a Abril 1987 – volume 1 –

Page 20: História do Movimento Sindical Português

17

de Maria da Conceição Cerdeira e Maria Edite Padilha (1989) e Sindicalismo: que

futuro? de Mário de Noronha (1993). Pesquisei ainda por assunto <luta de classes> e

palavra <Portugal>, mas nenhum dos seis registos me pareceram relevantes. Ainda na

FEUC, pesquisei manualmente (pois não existe hoje um catálogo informático!) a revista

científica Análise Social, porém não encontrei qualquer artigo que achasse meritório de

inclusão neste trabalho.

Então, decidi dirigir-me ao Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade

de Coimbra, local onde, devo dizer aqui pois em mais nenhum espaço tenho hipótese,

foi estrondosamente bem recebido, tendo todos os funcionários demonstrado uma

disponibilidade e simpatia imensas e até inesperadas. Aí, pesquisei no formulário da

base documental por assunto <sindicalismo> e palavra <Portugal>, mas cedo percebi

que os 88 registos que se me apresentavam tinham tanto de interessante como de

possibilidades de me perder do essencial, daí que tenha pesquisado por assunto

<sindicalismo>, palavra <Portugal> e palavra <história>, tendo encontrado 2, dentre os

23 registos de resultado, que me interessaram particularmente Evolução do movimento

operário e do sindicalismo em Portugal de Victor de Sá (1981), Elementos para a

história do movimento operário em Portugal - 2º volume – de Ramiro da Costa (1979),

e um que me viria e interessar mais tarde por recomendação na CGTP, Palavras

necessárias de Bento Gonçalves (1969), livro que li na transversal mas que ofereceu

uma perspectiva diferente de todas as outras sobre a história do movimento sindical até

1926. Depois desta pesquisa, resolvi pesquisar por palavra <história> e palavra

<intersindical>, com esperança de encontrar um relato da história da CGTP ou da UGT,

mas dos 3 registos reportados o único de relevo foi o artigo Intersindical: uma viragem?

de Albertino Antunes (1975), da revista Vida Mundial, 1882.

Perante esta já ampla pesquisa faltava-me ainda, no meu entender, uma síntese da

história do movimento sindical português, dado que nada havia encontrado ainda em

parte alguma, daí ter-me dirigido à Biblioteca Municipal de Coimbra, local onde

pesquisando por assunto <sindicalismo> obtive catorze registos, dos quais aproveitei

apenas um: Agir contra a corrente de Manuel Carvalho da Silva (2002).

Assim, dada a insuficiência de algo que me parecia fundamental – uma compilação

da história do movimento sindical – decidi dirigir-me a Lisboa com 2 objectivos: i) ir à

sede Nacional da CGTP; ii) ir ao Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas

(ISCSP), da Universidade Técnica de Lisboa, onde, pelo que me tinha sido dito,

leccionavam uma cadeira denominada “História do Movimento Sindical”. E assim o fiz,

Page 21: História do Movimento Sindical Português

18

e se na CGTP me receberam extremamente bem, facultando uma publicação da

Intersindical, História do Movimento Sindical – Das origens à actualidade (1976), bem

como uma cópia integral de um número da revista Vértice, 68, dedicado precisamente

ao sindicalismo, obras que me foram extremamente úteis que se poderá constatar

durante a leitura do trabalho, já no ISCSP passou-se exactamente o contrário. De facto,

ao dirigir-me à secção de alunos (algo do género secretaria) do referido instituto foi-me

negado aceder a qualquer bibliografia, sebenta ou programa de qualquer cadeira em

geral, e da que procurava, em particular, com o argumento de que era material “de

acesso reservado aos estudantes” de lá, algo incompreensível na minha concepção de

sociedade, tendo em conta que o que se passou não foi mais do que uma pobre

demonstração de corporativismo e lógica concorrencial dentro do mesmo sistema

público de educação – algo que merece uma profunda reflexão.

A título de nota, refiro apenas que na minha ida a Lisboa me dirigi também à sede

da FENPROF, mas sem resultados práticos, e que na concepção deste trabalho recorri

também ao livro O Estado e a Revolução de Lénine (1970), que já havia lido por

interesse pessoal, mas que por ser referido noutras obras entendi por bem citar.

No que toca à pesquisa da internet, de cariz meramente complementar dadas as

insuficiências deste recurso, optei por iniciar a minha pesquisa no google onde a

introdução de <+sindicalismo +Portugal +história> obteve 697 resultados, de retirei

alguns elementos para o trabalho; pesquisei então, ainda no google , por <+sindicalismo

+Portugal +futuro>, obtendo 640 resultados, muitos dos quais semelhantes aos da

pesquisa anterior, para finalizar a busca neste motor procurei por <+sindicalismo +"luta

de classes">, obtendo 152 resultados. Então, passei a pesquisar no decidi pesquisar no

altavista, e pesquisando exactamente com os mesmos termos os resultados verificaram-

se um pouco diferentes: no 1º caso foram 1002, no 2º 1262, e para o 3º 378; deixando

clara a maior capacidade de pesquisa deste segundo motor de pesquisa, algo a que

poderá não ser indiferente o alinhamento ideológico do google (estudado nesta cadeira),

e que condicionaria também, por certo, o facto de entre um e outro a ordem de

resultados apresentados (em casos em que se repetem de um para o outro) ser bem

diferente.

Por forma a melhor armazenar e organizar informação criei uma pasta nos

‘Favoritos’ só para páginas ligadas a este trabalho, dando também instrução de permitir

aceder-lhes mesmo estando off-line (algo particularmente importante quando a ligação à

Page 22: História do Movimento Sindical Português

19

Internet de que dispomos é apenas de 56 Kbps e o tarifário é bem diferente do dia para a

noite), de modo a que estivesse sempre acessível o que quer que precisasse.

Em jeito de conclusão limitava-me a assinalar que o mais complexo deste trabalho

foi, sem dúvida, a triagem de informação, acabando muita dela (provavelmente

importante) por ficar para trás, tendo feito o esforço por cruzar o máximo de fontes

possível, nem sempre tal se verificou viável ou possível. De qualquer modo, creio estar

a apresentar um trabalho de boa qualidade, fiável e credível dadas as suas fontes e o

processo que levou à sua pesquisa.

Page 23: História do Movimento Sindical Português

20

4 – Ficha de leitura

Título da publicação: Agir contra a corrente: reflexões de um sindicalista Autor: Manuel Carvalho da Silva

Local onde se encontra: Biblioteca Municipal de Coimbra

Data de publicação: Outubro de 2002

Edição: 1ª

Local de edição: Porto

Editora: Campo das Letras

Título do capítulo: “Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje”

Cota: SE 32 SIL/M

Nº de páginas do capítulo: 13

Assunto: O futuro do sindicalismo à luz da globalização

Palavras-chave: movimentos sociais, globalização, sindicalismo, capitalismo

Data de leitura: 28-12-2004

Observações: Nenhuma a registar

Notas sobre o autor

Manuel Carvalho da Silva, autor desta obra, é figura preponderante na actualidade

na sociedade portuguesa, Coordenador-Geral da CGTP, goza dentre os trabalhadores

portugueses, em particular, e a sociedade, em geral, de uma simpatia elevada, dado ser a

sua voz na maioria dos momentos de crise, dificuldade ou ofensiva a direitos

consagrados. Doutorado em Sociologia, combina a experiência do mundo laboral com a

sapiência académica, algo porque é amplamente reconhecido até dentre os sectores que

lhe são mais hostis.

Resumo

No capítulo analisado, que não tendo nunca sido citado no decorrer do presente

trabalho, muito contribuiu para a formação da minha opinião, o autor analisa as

repercussões do processo de globalização não só nos direitos dos trabalhadores e

cidadãos, como abre perspectivas para uma organização e estruturação da luta numa

abordagem diferente da que temos hoje, algo que poderia ser resumido a: a uma ameaça

global, exige-se uma resposta global.

Page 24: História do Movimento Sindical Português

21

Estrutura

Num primeiro momento do texto o autor procura demonstrar como a

globalização trouxe importantes alterações a todos os indivíduos do planeta, algo que é

tão evidente, quanto o facto de agora, com este processo, serem poderes não-eleitos os

que mais se impõem nas sociedades, ditando os seus rumos; algo tanto mais agudizado

desde a queda do muro de Berlim e a conquista de posição hegemónica em quase todos

os campos pelos Estados Unidos da América, o que se viria a repercutir num aumentar

das contradições sociais que, ainda assim, não foi acompanhado pelo elevar da

mobilização ou sequer da consciência social.

Na verdade, a globalização trouxe consigo, no dizer de Carvalho da Silva, avanços

científicos imensuráveis, uma difusão extraordinária dos meios de comunicação e uma

adequação dos sectores produtivos e dos mercados de cada país a um sistema de trocas

planetário. Porém, para os povos isto apenas significou mais distanciamento face à

vanguarda económico-social do Mundo, pois nada disto lhes foi verdadeiramente

acessível, significando apenas um aumento de servilismo face à cada vez maior

obsessão do lucro. Com efeito, este processo que disseminou consequências nefastas um

pouco por toda à parte (geográfica e socialmente falando), potenciou também a

emergência de novos movimentos sociais de contestação a esta nova ordem mundial,

em que os Estados colocam os sectores fundamentais dos seus alicerces na mão de

privados como se de negócios se tratasse, alastrando a obsessão do lucro à saúde,

educação, etc.. Surgem, assim, fenómenos de deslocalização de empresas, fragmentação

de sectores produtivos, alastração do assalariamento, aumento da participação das

mulheres no mundo laboral, e grandes migrações.

Neste processo são coniventes as organizações internacionais como as Nações

Unidas ou a Organização Mundial do Comércio, cujo trabalho e opinião apenas

legitimam a ordem dominante, porém, agora de forma ainda mais grave, dado que, ao

nível da guerra, por exemplo, todos os conflitos envolvem, potencialmente, todos os

povos do Mundo, desde que os EUA assim queiram/necessitem, e ao nível laboral, a

OMC está agora à vontade para ignorar tudo de social com que se comprometera.

Num segundo momento, o autor tentará caracterizar a resistência global a esta

ofensiva global, percorrendo superficialmente a dinâmica e o cruzamento de diferentes

movimentos sociais, cujas disputas e quezílias diz não achar produtivas, fazendo a

apologia da fusão dos diversos movimentos (com preservação da identidade própria)

Page 25: História do Movimento Sindical Português

22

num movimento geral. Assim, cabe ao movimento sindical uma adequação aos novos

tempos, formando cadeias de solidariedade e aliança que, considera, têm grande

potencial mobilizador e reivindicativo. Nunca esquecendo, no entanto, o papel central

do trabalho, pois concentra em si todas as dimensões que os efeitos da globalização

produzem (dos económicos, passando pelos sexuais e muitos outros, até aos

ecológicos), algo que deve ser valorizado pelo movimento sindical, pois oferece

múltiplas possibilidades de constituição de uma ampla plataforma.

Num terceiro, e último momento, um pouco também em jeito de síntese do que

escrevera antes, Carvalho da Silva, analisa um pouco mais em profundidade o

movimento sindical, alegando que a sua renovação passa pela defesa de uma sociedade

diferente daquela que o capitalismo produziu, mas para isto, cabe aos sindicatos

responder correctamente às ofensivas de um sistema que favorece o dispersar dos

objectivos e actores da luta, à excessiva institucionalização que representam, ao esvaziar

do poder político como alvo, ganhando força o “invisível” poder económico, que trata

cada vez mais os trabalhadores como apenas mais uma peça de uma qualquer

engrenagem, precarizando os seus vínculos e sonegando referências a direitos nas leis

laborais.

Assim, é em face disto que a luta no futuro se afigura como muito difícil, dada a

complexidade de uma reivindicação como a existência de uma ética laboral, coordenada

ao nível local e internacional, sem lógicas corporativas, numa solidariedade fortificante

e honesta, para dar resposta às intenções de patrões (que são os verdadeiros timoneiros

do barco político europeu) e exigir da OMC cláusulas sociais. Este é o desafio do

futuro.

No meu entender este texto apresenta-se bem construído, fornecendo ao leitor uma

esclarecedora visão sobre algumas das consequências do processo de globalização,

nomeadamente, no campo laboral. Porém, no meu entender, peca por ser um tanto ou

quanto confuso e ingénuo (penso que é mesmo a expressão mais adequada) na sua

análise, nomeadamente, quando o autor refere o virar da luta contra a OMC, parece

menosprezar o facto dessa ser uma organização do patronato, sendo a sua função de

classe explorar os trabalhadores, daí que a única forma eficaz de parar os seus efeitos é

através da consagração de legislação laboral e económica que proteja a soberania de

cada Estado; outra questão prende-se com a luta ser entendida como global, visão da

qual discordo, pois se é verdade que, por exemplo a UE, não é apenas a soma dos países

que a constituem, também é verdade que só a cada país cabe a decisão de adoptar as

Page 26: História do Movimento Sindical Português

23

directivas europeias, ou mesmo de pertencer à União Europeia; parece-me, ainda,

ilusório que o desvanecer do poder político em virtude do económico seja significado de

uma necessidade de viragem no alvo ou no conteúdo das reivindicações, entendo

mesmo que este facto faz com que as reivindicações sejam cada vez mais dirigidas ao

poder político, nem que para serem ouvidas seja preciso uma viragem revolucionária da

sociedade que recoloque o poder político em supremacia relativamente ao poder

económico, por forma a que este segundo sirva os trabalhadores e não o patronato;

finalmente, parece-me também incoerente a abordagem dos restantes movimentos

sociais na criação de uma plataforma de reivindicação, já que em nenhum momento se

clarifica quais serão os objectivos finais, quer do sindicalismo, quer de cada um desses

outros movimentos sociais, e, desta forma, é difícil compreender a viabilidade de tal

opção, já que podemos estar a referirmo-nos a movimentos de interesses diferentes,

contrários ou mesmo antagónicos, cuja procura de um “outro mundo” acabasse, assim,

por se revelar inconsequente.

Page 27: História do Movimento Sindical Português

24

5 – Avaliação de uma página da Internet

No âmbito dos objectivos deste trabalho, optei por avaliar a página da Confederação

Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) <http://www.cgtp.pt/index2.htm> dada a

quantidade de informação que dele se pode retirar.

Na verdade, este é um site cheio de conteúdo, afirmação que uma análise

documental profunda poderá certamente confirmar, pois para além dos 11 menus a que

podemos aceder directamente da homepage todos eles relacionados com o âmbito do

trabalho realizado, ainda que alguns mais explicitamente do que outros, dada a natureza

da informação que apresentam.

Apesar de não ter um autor designado, a presença em destaque do e-mail da CGTP,

o amplo reconhecimento de que esta instituição goza, a presença de múltiplos links,

download de elementos gráficos, de documentos, pareceres, entre outras coisas, dá uma

credibilidade e fiabilidade grandes a esta página. Algo, a que se deve acrescentar a

presença de links de muitas outras páginas para esta e a referência imediata do google.

No que respeita à navegação dentro da página, pode dizer-se que é bastante fluída,

acessível a qualquer computador mais rudimentar e a qualquer utilizador menos

experiente, dado que é gratuita, rápida e disponibiliza mesmo um motor de busca

interno para pesquisa dentro dos conteúdos da página, o que facilita imenso a navegação

quando sabemos do que estamos à procura, mas não fazemos ideia onde possa estar.

Há, no entanto, uma área de “Acesso reservado” próxima de outros menus, quando

consultando o menu “CGTP”, que me parece destoar um pouco do conteúdo aberto da

restante página.

Outro ponto positivo a assinalar é a vastíssima quantidade de informação

disponibilizada na página que, diga-se, se nota ter uma actualização regular com o

colocar das posições públicas da CGTP online assim que elas saem para a rua por outras

vias. Porém, isto pode também representar um problema, já que o excesso de

informação pode criar no visitante uma sensação de estar perdido no meio de um site

enorme, procurando uma agulha num palheiro, algo que o motor de busca interno

permite combater, mas não colmata na totalidade, pois, por exemplo, no âmbito deste

trabalho, ao visitar este site, muitas foram as referências de história que encontrei, mas

nunca uma sobre a história da CGTP enquanto organização, nem mesmo do movimento

sindical português, mas apenas um histórico de acções realizadas pela CGTP desde

1970; algo que, parece-me, é uma falha grave, dado que a mesma organização tem

Page 28: História do Movimento Sindical Português

25

documentos publicados com este conteúdo, bastava, assim, pô-los online. Apesar disto,

sublinho o grau de interesse no enorme conteúdo latente que esta página disponibiliza

acerca das características do movimento sindical português, ou pelo menos, parte

significativa dele.

Concluindo, parece-me que esta é uma página muito bem elaborada, de que faço

uma avaliação positiva, quer pelo contributo que deu ao meu trabalho, quer pelo seu

manifesto funcionalismo para quem quer que a consulte; tendo apenas como referência

negativa a inexistência de uma síntese sobre a história do movimento sindical português

ou, pelo menos, sobre as transformações ocorridas na CGTP desde a sua fundação.

Page 29: História do Movimento Sindical Português

26

6 – Conclusão

No decorrer do presente trabalho, procurei dar a conhecer, o mais

pormenorizadamente possível num trabalho destas características a história do

movimento sindical português, desde o seu passado turbulento até aos não menos

confusos e desafiantes dias de hoje.

Tendo noção de que dificilmente se poderia responder com objectividade e certeza

às perguntas que de início formulei, não espero ter-lhes respondido, mas apenas

contribuído para que outros, quando numa perspectiva retrospectiva possam estudar o

fenómeno de globalização que hoje vivemos, tenham uma visão clara de algumas

perguntas que, não sendo muito comuns, me parecem de elevada pertinência. Porém,

este é também um esforço para que ainda hoje, em tempo presente e útil, se discuta o

movimento sindical e a transformação da sociedade de uma forma mais serena e mais

ligada à realidade sobre a qual tanto se teoriza, esforço que me parece claramente em

défice nos estudos e pensamentos que mais se ouvem e discutem.

Esta foi também a forma de, em jeito de síntese, percorrer uma história que dos seus

primórdios aos dias de hoje não tem assim tantas diferenças, podendo, se calhar, um

atento olhar sobre o passado dar resposta a muitas das questões que hoje parece

insolúveis.

No âmbito dos objectivos da cadeira, penso ter correspondido bem ao que me era

pedido, acabando por realizar, assim, as aprendizagens fundamentais, nomeadamente,

ao nível da aquisição de competências de pesquisa em fontes de informação

diversificadas e no que à formulação de um trabalho científico se refere.

Apesar das dificuldades que encerrou, este trabalho e este tema, considerou ter sido

uma muito proveitosa e gratificante experiência de profunda aprendizagem e convívio

com meios, técnicas e lugares que, de outra forma, provavelmente, permaneceriam

distantes do meu horizonte.

Page 30: História do Movimento Sindical Português

27

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Page 33: História do Movimento Sindical Português

30

ANEXO I

Capítulo “Os trabalhadores e os movimentos sociais hoje” do livro Agir contra a

corrente – Reflexões de um sindicalista de Manuel Carvalho da Silva (1998)

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ANEXO II

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