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Para aprender e ensinar que quem nos ama nunca nos deixa e está sempre connosco JOÃO MORENO ILUSTRAÇÕES INCLUI GUIA DE LEITURA PARA PAIS E EDUCADORES Do Sempre e do Nunca História TERESA LOBATO DE FARIA

História Do Sempre e do Nunca - PDF Leyapdf.leya.com/2011/Dec/historia_do_sempre_e_do_nunca_kiqh.pdf · e Oficina do Livro, ... que essas novas luzes eram as novas fadas que nascem

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Para aprender e ensinar que quem nos ama nunca nos deixa

e está sempre connosco

JOÃO MORENOILUSTRAÇÕES

INCLUI GUIA DE LEITURAPARA PAIS E EDUCADORES

Do Sempree do Nunca

HistóriaTERESA LOBATO DE FARIA

www.oficinadolivro.pt

© 2012, Teresa Lobato de Faria, João Moreno

e Oficina do Livro, Sociedade Editorial, Lda.

Uma empresa do grupo LeYa

Rua Cidade de Córdova, 2

2610-038 Alfragide

Tel.: 210 417 410, Fax: 214 717 737

E-mail: [email protected]

Título: História do Sempre e do Nunca

Texto: Teresa Lobato de Faria

Ilustrações: João Moreno

Revisão: Oficina do Livro

Paginação: Helena Nogueira-Silva / Oficina do Livro

Capa: Maria Manuel Lacerda / Oficina do Livro,

sobre ilustração de João Moreno

1.ª edição: Janeiro de 2012

ISBN: 9789895559985

TERESA LOBATO DE FARIA

ILUSTRAÇÕES

JOÃO MORENO

Do Sempree do Nunca

História

À melhor mãe de sempre, a minha.

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Era uma vez um reino encantado onde as fadas viviam

entre as pessoas sem ninguém saber.

Era assim desde que o rei, muito triste com a morte da

rainha, tinha deixado de acreditar em fadas para sempre,

porque, apesar de lhes ter implorado, elas não a tinham

conseguido salvar.

Foi então que anunciou ao reino:

– As fadas não podem ser verdadeiras, pois não conse-

guiram salvar a rainha. Assim sendo, é melhor desapare-

cerem para sempre.

Todas as pessoas ficaram muito tristes, porque, além

de acharem que haviam perdido a sua rainha para sempre,

também tinham deixado de acreditar em fadas.

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O que ninguém sabia é que, mesmo quando as

pessoas não acreditam em fadas, elas não desaparecem

para sempre: durante o dia, transformam-se em borbo-

letas; e à noite, em pequenas luzes. Mas estão sempre lá.

As fadas são como as estrelas, nunca se vão embora.

De dia, a luz forte do Sol parece fazê-las desaparecer,

mas estão sempre lá.

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O rei tinha uma única filha, a princesa Inis, que

acreditou no seu pai quando ele lhe disse que as fadas se

tinham ido embora para sempre e que, tal como a sua mãe,

não voltariam nunca mais. A princesa ficou muito triste,

e todas as noites ia à janela do seu quarto à procura de

qualquer coisa que lhe mostrasse que nem as fadas nem a

sua mãe tinham ido embora para sempre.

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Perto do castelo do rei, havia um bosque onde vivia

um velho mocho que sabia todos os segredos das fadas.

O seu nome era Babo, e para ele não era difícil guardar

esses segredos para sempre, porque só as fadas conheciam

a sua língua e, assim, só com elas podia falar.

Babo não tinha sido sempre velho e, como todos aqueles

que já cresceram, lembrava-se de ser um pequeno mocho

e pensava muitas vezes em tudo o que aprendera desde

então. Com o seu avô, que era um sábio, Babo aprendeu a

observar o céu à noite e a distinguir as fadas das estrelas:

as estrelas eram maiores, cintilavam e estavam sempre no

mesmo lugar; as fadas eram mais pequenas, podiam ter

muitas cores e, além de se mexerem, deixavam sempre um

rasto de luz quando estavam muito felizes.

Mas, nos últimos tempos, Babo nunca mais tinha

visto rastos de luz no céu. As fadas haviam-lhe dito que

estavam tristes porque acreditavam que tinham perdido

para sempre o poder de realizar desejos, e o mocho sabia

que disso dependia a sua felicidade.

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O céu também parecia diferente, pois antes estava

sempre a transformar-se, e todos os dias apareciam novas

luzinhas. Agora, nada se passava. O velho mocho sabia

que essas novas luzes eram as novas fadas que nascem nas

noites de luar, porque, quando a luz da Lua ilumina os

lagos, os rios e os mares, transformando-os em brilhantes

de prata, as crianças acreditam em fadas e pedem desejos,

e destes desejos nascem as fadas para os realizar.

Uma das coisas que o avô de Babo lhe ensinara tinha

sido que devemos sempre ajudar quem merece. E, vendo as

suas amigas tão tristes, numa noite de luar, iluminado pela

Lua, resolveu voar pelos céus e pensar nalguma solução.

Nessa noite, quando voava pelo céu, Babo avistou

a princesa Inis a chorar à janela do seu quarto. Tinha

a cara escondida entre as mãos e nem reparou no mo-

cho que se aproximava. Babo pousou ao seu lado e ficou

muito quietinho, pois sabia que quando estamos muito

tristes precisamos sempre de chorar.