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região sudeste do Brasil
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HISTÓRIA ECONÔMICA DA REGIÃO SUDESTE
DO CICLO DO CAFÉ À INDUSTRIALIZAÇÃO
O Sudeste é a região mais desenvolvida do Brasil, apresentando as
maiores concentrações industrial e populacional (2/3 da população, cerca de
50% do valor da produção industrial brasileira). A origem dessa concentração
industrial e urbana, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, deve-se
à economia cafeeira, que representou a força motriz para o desenvolvimento
de infraestrutura e acúmulo de capitais.
Após a independência do Brasil em relação a Portugal, teve início o
breve Período Imperial, quando o eixo econômico do país estava começando a
se concentrar na região Sudeste, em especial nos estados do Rio de Janeiro e
São Paulo. Dessa forma, a partir da segunda metade do século XIX teve início
no estado de São Paulo a ascensão cafeeira e o reajuste da economia regional
e nacional.
Baseado na monocultura do café, no latifúndio e no trabalho escravo, a
colonização do estado de São Paulo ganhou novas características, inicialmente
no Vale do Paraíba e posteriormente no interior do estado, denominado sertão
paulista. A abolição da escravatura em 1888 transformou as relações de
trabalho nas fazendas paulistas, mas não encerrou as diferenças sociais entre
brancos e negros.
A produção cafeeira tornou-se o carro-chefe da economia nacional e
impulsionou a estruturação econômica, política e social do estado de São
Paulo, com o desenvolvimento da malha ferroviária, melhoramento de portos,
configuração do comércio regional e proporcionando acúmulo de capitais.
A mão-de-obra imigrante, com destaque para a presença italiana no
estado de São Paulo, representou a passagem do trabalho escravista para a
mão-de-obra assalariada, utilizada posteriormente na constituição das
primeiras fábricas paulistas. O governo nacional neste período foi constituído
pelos grandes fazendeiros de café existentes na região sudeste e conduziram o
país em detrimento de seus próprios interesses.
A partir da década de 1950, o crescimento econômico da região atraiu
uma grande quantidade de imigrantes, em especial do Nordeste brasileiro. A
população imigrante nem sempre conseguiu ser absorvida de forma
equilibrada, provocando uma crise no sistema de habitação das cidades, que
cresceram desordenadamente em direção às periferias dos grandes centros.
O Sudeste Metropolitano, área compreendida pelo eixo São Paulo-Rio
de Janeiro, desde a Grande São Paulo até a Grande Rio de Janeiro, é o
principal centro econômico do país, possuindo um parque industrial
diversificado, abrangendo praticamente todos os setores industriais que
ocorrem no país. A região de Belo Horizonte também concentra um enorme
polo industrial, apoiado nas importantes reservas minerais presentes no
Quadrilátero Ferrífero.
A agropecuária acompanha esse desenvolvimento, ocorrendo diversos
cinturões verdes (hortifrutigranjeiros), e o agronegócio como cana, soja, café,
rebanho bovino e laranja. As maiores reservas de petróleo do país, inclusive a
maior parte da chamada ‘Camada Pré-Sal’ estão localizadas no Sudeste e
constituem mais um vetor de crescimento econômico e de geração de
empregos.
A favelização e os problemas ambientais decorrentes da urbanização
sem planejamento (destruição das matas ciliares, impermeabilização dos solos,
poluição hídrica, atmosférica e visual) são enfrentamentos que ainda estão
muito distantes de serem resolvidos e mesmo as cidades médias já estão
passando por esses problemas.
Em menor proporção, as áreas rurais do Sudeste também sofreram
essas alterações, através do processo de rurbanização, que compromete os
ecossistemas agrícolas e os remanescentes de mata nativa. A precarização
das relações trabalhistas também alcançou o campo, principalmente para os
trabalhadores temporários, também conhecidos como volantes (boias-frias).
Atualmente, existe uma queda relativa na participação do Sudeste na
economia brasileira, principalmente na agricultura e na indústria. O setor
secundário da região tem sofrido um processo conhecido como
desconcentração industrial, quando as unidades de produção migram para
outras regiões ou países. Por outro lado, o setor terciário, que envolve o
comércio, finanças e todos os tipos de serviços, tem ganhado maior
importância.
Apesar da transferência de setores produtivos e de corporações
agropecuárias para outras regiões, o setor financeiro mais sofisticado e a
administração das grandes empresas se mantêm forte na região, além de
atividades como informática, consultoria e marketing.
FONTE: http://www.brasilescola.com/brasil/historia-economica-regiao-sudeste-ciclo-cafe-industrializacao.htm