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1 Desigualdade nas mesorregiões nordestinas: uma análise multidimensional dos anos 2000 Juliana Bacelar de Araújo* Cassiano José Bezerra Marques Trovão** Resumo O objetivo deste artigo é analisar, a partir de um tratamento multidimensional, a evolução da desigualdade socioeconômica ao longo dos anos 2000, enfocando as diferenças entre as mesorregiões nordestinas. Inicialmente, é-se feito um estudo da dinâmica da economia e do mercado de trabalho das grandes regiões nos anos 2000, com o intuito de situar a região Nordeste no contexto das demais bases produtivas regionais. Em seguida, realiza-se uma abordagem multidimensional da desigualdade entre as mesorregiões nordestinas, fundamentada na análise dos coeficientes de variação de diversos indicadores socioeconômicos. Os dados obtidos demostram uma melhoria da maioria dos indicadores socioeconômicos em todas as dimensões estudadas, indicando uma redução da desigualdade intrarregional no Nordeste entre 2000 e 2010. Palavras-chave: Desigualdade. Brasil. Nordeste. Mesorregiões. Crescimento econômico. Inequality in northeastern mesoregions: a multidimensional analysis of the 2000s Abstract The aim of this paper is to analyze the evolution of socioeconomic inequality over the 2000s, from a multidimensional approach, focusing on the differences in the northeastern meso regions. Initially, it was realized a study of the dynamics of the economy and labor market of the major regions in the 2000s, in order to situate the Northeast region in the context of the others regional production bases. Besides that, it was performed a multidimensional approach to measure the inequality among Northeastern meso regions, analyzing the coefficients of variation of some socioeconomic indicators. Finally, the paper demonstrates an improvement in most socioeconomic indicators in all the studied dimensions, indicating a reduction in intra-regional inequality in the Northeast between 2000 and 2010. Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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Page 1: €¦ · Web viewDe acordo com Hoffmann (1978), esse processo de concentração econômica no Sudeste/Sul intensificou-se durante o período da ditadura militar, quando o crescimento

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Desigualdade nas mesorregiões nordestinas: uma análise multidimensional dos anos 2000

Juliana Bacelar de Araújo*Cassiano José Bezerra Marques Trovão**

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar, a partir de um tratamento multidimensional, a evolução da desigualdade socioeconômica ao longo dos anos 2000, enfocando as diferenças entre as mesorregiões nordestinas. Inicialmente, é-se feito um estudo da dinâmica da economia e do mercado de trabalho das grandes regiões nos anos 2000, com o intuito de situar a região Nordeste no contexto das demais bases produtivas regionais. Em seguida, realiza-se uma abordagem multidimensional da desigualdade entre as mesorregiões nordestinas, fundamentada na análise dos coeficientes de variação de diversos indicadores socioeconômicos. Os dados obtidos demostram uma melhoria da maioria dos indicadores socioeconômicos em todas as dimensões estudadas, indicando uma redução da desigualdade intrarregional no Nordeste entre 2000 e 2010.

Palavras-chave: Desigualdade. Brasil. Nordeste. Mesorregiões. Crescimento econômico.

Inequality in northeastern mesoregions: a multidimensional analysis of the 2000s

Abstract

The aim of this paper is to analyze the evolution of socioeconomic inequality over the 2000s, from a multidimensional approach, focusing on the differences in the northeastern meso regions. Initially, it was realized a study of the dynamics of the economy and labor market of the major regions in the 2000s, in order to situate the Northeast region in the context of the others regional production bases. Besides that, it was performed a multidimensional approach to measure the inequality among Northeastern meso regions, analyzing the coefficients of variation of some socioeconomic indicators. Finally, the paper demonstrates an improvement in most socioeconomic indicators in all the studied dimensions, indicating a reduction in intra-regional inequality in the Northeast between 2000 and 2010.

Key words: Inequality. Brazil. Northeast. Meso regions. Economic growth.

* Mestre e Doutoranda em Desenvolvimento Econômico – IE/UNICAMP – Bolsista CAPES. E-mail: [email protected]** Mestre e Doutorando em Desenvolvimento Econômico – IE/UNICAMP – Bolsista CAPES. E-mail: [email protected] recebido em 07.10.2014 e aceito em 11.05.2015.

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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1 Introdução

Uma das heranças mais marcantes do desenvolvimento brasileiro é a intensa

desigualdade regional. De acordo com Hoffmann (1978), esse processo de concentração

econômica no Sudeste/Sul intensificou-se durante o período da ditadura militar, quando o

crescimento da indústria brasileira, especificamente entre 1960-1970, ocorreu com o

aumento do grau de concentração tanto da renda quanto do poder econômico, em um país

que já apresentava, historicamente, um padrão de distribuição bastante concentrado. Esse

movimento também já tinha sido ressaltado pelo Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento

do Nordeste (GTDN) - (1967), que destacou o aumento da disparidade no nível de

desenvolvimento entre o Nordeste a o “Centro Sul” do país, reflexo do processo de

concentração industrial que ocorreu na região Sudeste.

O início do processo de integração inter-regional da estrutura produtiva brasileira

deu-se nos anos 1960, a partir da transferência de frações do capital produtivo nacional e

internacional das áreas mais industrializadas do país em direção a outras regiões, em

especial o Nordeste. Isso foi, primeiramente, identificado por Moreira (1976) e,

posteriormente, confirmado por Guimarães Neto (1989).

Entre os finais das décadas de 1970 e 1990, o grau de desigualdade de renda

medido pelo Coeficiente de Gini manteve-se estável, em torno de 0,60, para o Brasil.

Observa-se um aumento do indicador apenas no final da década de 1980, atingindo 0,64 em

1989, e uma queda no início dos anos 1990, retornando ao patamar de 0,60 (BARROS;

HENRIQUES; MENDONÇA, 2001). A região Nordeste segue a mesma tendência, porém

com valores relativamente maiores do índice de Gini, o que indica a permanência de uma

maior concentração de renda na região.

Em termos de estrutura produtiva, o Nordeste do final da década de 1990

apresentava uma importante diversidade produtiva sub-regional, com crescente

heterogeneidade intrarregional. Como afirma Araújo, foram criadas "[...] novas áreas de

expansão que abrigam, hoje, estruturas modernas e dinâmicas, as quais convivem com

áreas e segmentos econômicos tradicionais, contribuindo, assim, para tornar a realidade

regional muito mais diferenciada e complexa" (ARAÚJO, 2000, p. 194).

Nos anos 2000, o Brasil apresentou sinais de recuperação econômica, com

importante geração de empregos e crescimento da renda nacional. A partir de 2004, a

expansão do crédito e do consumo das famílias, a manutenção do crescimento das

exportações, decorrente do movimento favorável do crescimento internacional (até a crise

financeira de 2008/09), e a reativação do investimento produtivo e em infraestrutura

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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econômica e social permitiram que o País mantivesse um ritmo sustentado de crescimento

do PIB.

Nesse ambiente de retomada do crescimento, em que o mercado interno registrou

um peso relativamente maior do que o do mercado externo, observou-se que as regiões

mais atrasadas economicamente (Norte e Nordeste) apresentaram um forte dinamismo do

produto e da geração de emprego, em especial do emprego formal, além de um crescimento

médio da renda acima das outras regiões. Nesse processo, também merecem destaque a

implementação e consolidação de programas sociais de transferência de renda, a política de

reajuste real do salário mínimo, bem como a expansão do crédito para o consumo, que,

juntos, se mostraram elementos dinamizadores para essas regiões.

Outro reflexo importante desse novo momento da economia brasileira é a queda da

desigualdade de renda, medida pelo Coeficiente de Gini, que passa de um patamar de 0,60,

em 2001, para 0,54, em 2009, de acordo com os dados da PNAD (IBGE).

Como destaca Dedecca et al. (2008, p. 2):

As reduções do Índice de Gini nos anos 80 e 90 ocorreram em um contexto de elevada instabilidade econômica, caracterizada por declínio do nível de atividade, redução do nível de emprego, incremento expressivo do desemprego e uma situação de fortes tensões inflacionárias. Ademais, o movimento foi significativamente mais circunscrito a um curto espaço de tempo. A tendência atual de redução apresenta características bastante distintas. Ela começa em um ambiente de instabilidade econômica, correspondente ao período 2000-2002, mas vai se consolidando, a partir de 2003, em outro, marcado pela recuperação econômica com recomposição do nível de emprego, queda do desemprego e baixa inflação. Ademais, ela vem perdurando durante todos os anos da década, mostrando uma duração significativamente mais longa que aquela observada para as quedas da desigualdade ocorridas nos anos 80 e 90.

Na região Nordeste, soma-se, a esse cenário positivo nacional e internacional, a

retomada do investimento produtivo e em infraestrutura, realizado, sobretudo, no âmbito do

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que possibilitou grandes investimentos

produtivos, como refinarias de petróleo e obras de infraestrutura (Transposição do Rio São

Francisco e ferrovia Transnordestina, por exemplo). Dessa forma, espera-se que ocorram

mudanças importantes na estrutura produtiva da região, além das transformações que já

estão acontecendo com os investimentos privados, a exemplo da indústria naval, indústria

de papel e celulose, agronegócio, entre outros.

Em relação aos indicadores sociais, as informações disponíveis revelam, para o

Nordeste, um ritmo mais acelerado de queda da pobreza extrema (pessoas com rendimento

familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo) e da melhoria do IDH. Apesar disso, a

região segue liderando os piores indicadores sociais do país (GUIMARÃES NETO, 2010).

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A partir do entendimento da desigualdade como um fenômeno complexo e

multidimensional, extrapolando os problemas associados a concentração de renda, o

presente trabalho busca analisar a evolução desse processo, em um contexto de

crescimento econômico com redução da concentração de renda no Brasil. O objetivo é

entender se esse processo recente teve reflexo na desigualdade intrarregional no Nordeste.

Para tanto, a abordagem proposta parte da elaboração de diversos indicadores

socioeconômicos, em distintas dimensões, de forma a compreender as diferenças entre as

mesorregiões nordestinas.

As mesorregiões representam uma forma de organização regional/territorial no

interior de cada unidade da federação. Elas são determinadas pelo processo social,

condicionadas pelo quadro natural e articuladas, espacialmente, por elementos como as

redes de comunicação e de lugares. A utilização das mesorregiões como unidade de análise

permite o diagnóstico de identidades regionais construídas pela sociedade ao longo do

tempo. Também possui vantagens ligadas ao norteamento de políticas públicas e contribui

para o sistema de decisões, permitindo um exame mais detalhado das questões associadas

à localização das atividades econômicas, sociais e tributárias, além de subsidiar o

planejamento e os estudos regionais, identificando as especificidades das estruturas

espaciais das regiões metropolitanas e/ou de outras formas de aglomerações urbanas e

rurais (IBGE, 1990).

A partir do Mapa 1 é possível identificar as 42 mesorregiões que compõem a região

Nordeste, segundo o bioma a que pertencem.

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Mapa 1 – Nordeste: Mapa das mesorregiões segundo biomas

Fonte: IBGE (1990).

Para realizar essa discussão, o artigo é divido em três seções, mais esta introdução.

Primeiramente, apresenta-se a dinâmica da economia e do mercado de trabalho das

grandes regiões nos anos 2000, com o intuito de situar a região Nordeste no contexto

nacional. Em seguida, realiza-se uma abordagem multidimensional da desigualdade entre

as mesorregiões nordestinas, a partir da observação dos coeficientes de variação de

diversos indicadores socioeconômicos. Por fim, as considerações finais retomam e articulam

a discussão feita ao longo do texto.

2 Dinâmica da economia e mercado de trabalho das grandes regiões brasileiras nos

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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anos 2000

Como já ressaltado, o início dos anos 2000 se destaca pela retomada do

crescimento da atividade econômica e pelo processo de reestruturação do mercado de

trabalho nacional, tendências que se reproduziram nas grandes regiões do país. No que se

refere ao produto interno bruto, constatam-se alterações muito reduzidas das participações

das grandes regiões brasileiras na trajetória recente. Ao longo dos anos 2000, não

ocorreram praticamente mudanças significativas de peso das macrorregiões brasileiras.

Todavia, evidencia-se um modesto declínio na participação da região Sudeste e pequenos

aumentos relativos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (Tabela 1).

Tabela 1 - Participação do Produto Interno Bruto. Brasil e Grandes regiões, 2000-2011Especificação 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Brasil 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100Norte 4,4 4,5 4,7 4,8 4,9 5,0 5,1 5,0 5,1 5,0 5,3 5,4Nordeste 12,4 12,6 13,0 12,8 12,7 13,1 13,1 13,1 13,1 13,5 13,5 13,4Sudeste 58,3 57,7 56,7 55,8 55,8 56,5 56,8 56,4 56,0 55,3 55,4 55,4Sul 16,5 16,7 16,9 17,7 17,4 16,6 16,3 16,6 16,6 16,5 16,5 16,2Centro-Oeste 8,4 8,5 8,8 9,0 9,1 8,9 8,7 8,9 9,2 9,6 9,3 9,6Fonte: IBGE - Contas Regionais. Elaboração própria

Na análise do crescimento real das economias regionais, observa-se que as regiões

Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram uma trajetória de expansão, entre 2000 e

2011, mais intensa que a média da economia nacional, com taxas médias anuais de 5,5%,

4,2% e 4,8%, respectivamente. A economia do Sudeste, que registrou uma expansão anual

de 3,4%, e da região Sul, com incremento do produto de 3,1% a.a., demonstraram uma

trajetória expansiva menos intensa que a da média do país (3,5%) – como pode ser

observado no Gráfico 1.

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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80

100

120

140

160

180

200

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Gráfico 1 - Evolução do Produto Interno Bruto (2000 = 100). Brasil e Grandes regiões, 2000-2011

Brasil

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Fonte: IBGE - Contas Regionais. Elaboração própriaNota: Valores deflacionados pelo deflator implícito do PIB a preços de 2013.

Verifica-se, além disso, um decréscimo das taxas de crescimento populacional nas

macrorregiões brasileiras ao longo das últimas décadas. Nos anos 2000, apenas as regiões

Norte e Centro-Oeste, de ocupação mais recente, apresentaram um incremento

populacional acima da média nacional, o que também representa um aumento da

participação da população dessas regiões (Tabela 2). Todavia, destaca-se que a população

da região Nordeste detinha, em 2010, 27,8% do total do Brasil, enquanto sua participação

no produto era de apenas 13,5%. Essa questão, isoladamente, já representa uma

disparidade importante entre as dinâmicas demográficas e econômicas; o problema se

agrava, na medida que se observa que, em 2010, 47,8% da população rural vivia nessa

região.

1991 2000 2010 1991/2000 2000/2010 Urbana RuralBrasil 100 100 100 1,6 1,2 100 100Norte 6,8 7,6 8,3 2,8 2,1 7,2 14,1Nordeste 28,9 28,1 27,8 1,3 1,1 24,1 47,8Sudeste 42,7 42,6 42,1 1,6 1,0 46,4 19,0Sul 15,1 14,8 14,4 1,4 0,9 14,5 13,8Centro-Oeste 6,4 6,9 7,4 2,4 1,9 7,8 5,3Fonte: IBGE - Censos Demográficos. Elaboração própriaNota: Dados do universo.

Especificação Distribuição da população Taxa de cresc. anual (% a.a.)

Dist. populacional por situação de domicílio

em 2010

Tabela 2 - Distribuição da população residente e taxa de crescimento populacional. Brasil e Grandes regiões, 1991-2010.

No que tange ao mercado de trabalho, nota-se uma elevação mais expressiva da

taxa de participação1 das regiões Centro-Oeste e Sul, que passaram, respectivamente, de

1 Taxa de Participação é definida pela relação entre a População Economicamente Ativa (PEA) e a População em Idade Ativa (PIA).

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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61,4% para 63,0% e de 62,2% para 63,2%, entre 2000 e 2010, segundo os dados do Censo

Demográfico para a população com renda familiar per capita maior que zero. Em seguida

aparece o Sudeste, com uma taxa de participação que se elevou de 59,9% para 60,6%. A

região Norte manteve sua taxa de participação estável. Já o Nordeste apresentou uma

retração devido ao maior crescimento médio da PIA em relação à PEA. Ou seja, nessa

região, o crescimento da inatividade foi maior que o da PEA, fato decorrente do crescimento

dos ocupados sem remuneração e do autoconsumo com menos de 15 horas, que, neste

estudo, foram considerados inativos (Tabela 3).

O desemprego caiu, de maneira generalizada, em todas as macrorregiões

brasileiras. A taxa de desocupação, ou desemprego aberto, passou de 14,0%, em 2000,

para 7,1%, em 2010. No Sul, essa taxa reduziu-se de 11,1% para 4,4%. No Sudeste,

passou de 14,9% para 6,9%; no Centro-Oeste, de 12,5% para 6,2%; no Norte, de 14,0%

para 8,1%; e no Nordeste, de 14,5% para 9,3%. Enfim, houve um maior crescimento da

população ocupada na região Norte, seguida pelo Centro-Oeste, Sudeste, Sul e, por último,

o Nordeste. Todavia, quando se analisa o emprego no setor privado, maior responsável pelo

dinamismo da geração de empregos nesse período, constata-se que a região Nordeste

apresentou um crescimento médio de 4,7% ao ano, ficando atrás apenas das regiões Norte

(7,2% a.a.) e Centro-Oeste (5,1% a.a.).

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste0,5 3,3 0,0 -0,3 1,3 0,54,4 7,2 4,7 3,9 4,2 5,12,4 4,2 2,0 1,7 2,8 3,72,3 4,5 1,9 2,0 2,1 3,7-1,0 1,1 -1,2 -1,6 0,2 -1,11,8 4,0 2,5 1,6 0,9 1,7-1,4 2,0 -0,5 -2,0 -6,0 1,12,9 5,1 2,5 2,7 2,6 3,6-4,6 -1,2 -2,5 -5,7 -7,1 -4,1

PEA 2,1 4,4 1,9 1,8 1,8 2,92,0 4,3 2,5 1,5 1,4 2,2-1,9 0,2 -1,8 -2,4 -2,9 -1,31,3 3,4 1,4 1,0 0,9 1,9

Taxa de participação 2000 58,3 55,1 53,5 59,9 62,2 61,42010 58,5 55,1 52,1 60,6 63,2 63,0

Taxa de desocupação 2000 14,0 14,0 14,5 14,9 11,1 12,52010 7,1 8,1 9,3 6,9 4,4 6,2

Fonte: IBGE - Censos Demográficos. Elaboração própria

População Ocupada

Tabela 3 - Taxa de crescimento da população economicamente ativa (% a.a.) e taxa de participação e desocupação. Brasil e Grandes regiões, 2000/2010.

Especificação (1)

Ocupação AgrícolaEmpregado Setor PrivadoEmpregado Setor PúblicoAutônomoEmpregadorEmpregado DomésticoSem Remuneração e auto-consumo (2)

População Desocupada

Inativo (3)

Menor de 10 anosTotal

Nota: (1) Dados sem Renda Zero. (2) Trabalhadores sem remuneração ou autoconsumo com quinze horas ou mais de trabalho por semana. (3) Nessa categoria estão incluso os trabalhadores sem remuneração ou autoconsumo com menos de quinze horas de trabalho por semana.

Concernente ao segmento formal do mercado de trabalho, percebe-se que, no

período analisado, em função da criação de novos postos de trabalho e da formalização de

postos existentes, as regiões Norte e Nordeste apresentaram as maiores taxas médias de

crescimento do emprego formal. A região Norte expandiu a geração de postos de trabalho

formal em 8,2%, o Nordeste cresceu 6,2% e o Centro-Oeste, 5,7% ao ano – ritmo mais

intenso que a média nacional (5,3% a.a.). As duas outras regiões registraram crescimento

médio inferior à média do país, 4,8% e 5,0% a.a. nas regiões Sudeste e Sul,

respectivamente (Gráfico 2).

O

maior crescimento do emprego nas regiões Norte e Nordeste destaca-se como um ponto

relevante na distribuição do emprego formal. Como se vê na Tabela 4, houve um aumento

da participação dessas regiões no total de ocupados formais, passando de 4,2% para 5,5%

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

8,2

6,2

4,8 5,05,7 5,3

0,0

1,02,03,04,05,06,0

7,08,09,0

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

Gráfico 2 - Taxa de crescimento média anual do emprego formal (% a.a.). Brasil e Grandes regiões, 2000/2010

Fonte: MTE - RAIS. Elaboração Própria

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10

e 16,7% para 18,2%, respectivamente. Ainda assim, a região Sudeste continua sendo

responsável por mais de 51% do total de emprego formal e, considerando-se a quantidade

de empregados gerados para cada 10 empregos no total, apreende-se que 4,7,

aproximadamente, são gerados nessa região. Em síntese, os dados da RAIS sobre o

emprego formal registram o fato de que o Norte e Nordeste exibiram um crescimento mais

intenso. As regiões Centro-Oeste e Sul aproximam-se mais da dinâmica nacional e a região

Sudeste apresenta uma expansão relativa menor, conquanto siga como líder na geração de

empregos formais.

Total de empregos gerados

Quant. de empregos gerados para cada

10 empregos no total

2000 2010Brasil 100,0 100,0 17.839.726 10,0Norte 4,2 5,5 1.313.817 0,7Nordeste 16,7 18,2 3.635.989 2,0Sudeste 53,5 51,0 8.418.177 4,7Sul 17,6 17,1 2.932.378 1,6Centro-Oeste 8,0 8,2 1.539.365 0,9Fonte: MTE - RAIS. Elaboração Própria

Distribuição do empregoEspecificação

2000/2010

Tabela 4 - Distribuição do emprego formal e quantidade de empregos gerados no período. Grandes regiões, 2000/2010.

A análise da evolução da participação da ocupação remunerada com contribuição

para a Previdência Social corrobora a tendência de formalização do emprego na economia

brasileira (Gráfico 3). Há um expressivo crescimento da população ocupada remunerada

com contribuição, que passa de 49,8%, em 2000, para 61,8%, em 2010. Seguindo a

dinâmica do emprego formal, esse crescimento é maior nas regiões Norte, Centro-Oeste e

Nordeste. Por fim, observa-se a perda de peso relativo tanto da ocupação remunerada sem

contribuição quanto da não remunerada. Entretanto, em 2010, a ocupação não remunerada

ainda representava 8,6% dos ocupados no Nordeste e 6,9%, no Norte. Essa ocupação não

remunerada ainda era bastante expressiva na região Nordeste, que detinha 1,7 milhões dos

3,2 milhões de não remunerados do Brasil.

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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11

49,861,8

28,9

45,532,0

45,559,8

70,256,9

69,5

46,262,2

44,134,4

61,0

47,7

55,6

45,9

37,928,5

35,7

27,6

50,9

35,7

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010 2000 2010

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Gráfico 3 - Evolução da participação da ocupação remunerada, por contribuição na previdência, e não remunerada. Brasil e Grandes regiões, 2000/2010.

Ocup. Remunerada com Contribuição Ocup. Remunerada sem Contribuição Ocup. Não Remunerada

Fonte: IBGE - Censos Demográficos. Elaboração própria

Acrescenta-se que, de acordo com os dados dos Censos Demográficos (IBGE), o

rendimento médio mensal de todos os trabalhos para a população ocupada apresentou,

igualmente, um maior incremento nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

Guimarães Neto (2010) sublinha, para tal contexto, o aumento relativo do poder de

compra das populações da região Norte e Nordeste, que foram beneficiadas pela

valorização expressiva do salário mínimo e pela expansão das transferências

governamentais de renda, assim como o forte crescimento do crédito para pessoa física

nessas duas regiões e o papel exercido pelo financiamento à atividade produtiva, em

especial, aos investimentos de longo prazo realizados pelo BNDES. Ele destaca os grandes

projetos do PAC, que tem levado refinarias, siderúrgicas, infraestrutura econômica e

habitação, entre outros projetos, para essas regiões, além de salienta o papel exercido pelas

aplicações dos fundos constitucionais, realizadas pelos Bancos Públicos, em especial para o

caso do Nordeste a partir de 2003.

O autor também assinala, no que se refere à qualidade de vida das populações

regionais, que o IDH estimado até 2007 mostra que, embora o nível dos indicadores sociais

do Nordeste e Norte sejam inferiores ao do Brasil e demais regiões, a intensidade da

melhoria observada em tais regiões foi bem mais significativa. Ao analisar os outros

componentes ou dimensões do IDH (renda, longevidade e educação), Guimarães Neto

constata que essa evolução está associada a um conjunto de ações e políticas que se

diferenciam de uma região para outra. Finalmente, os indicadores usualmente utilizados

para medir a pobreza mostram que houve um declínio muito significativo da participação das

famílias em situação de pobreza extrema em todas as regiões, com a região Nordeste

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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registrando um decréscimo um pouco mais intenso entre 2003 e 2008 (GUIMARÃES NETO,

2010).

Em síntese, essa mudança do cenário econômico se refletiu em um processo de

reestruturação do mercado de trabalho em todas as macrorregiões, com melhorias

importantes na distribuição de renda e redução das desigualdades de renda entre as regiões

brasileiras. Contudo, a redução da desigualdade precisa ser entendida de maneira mais

ampla. Considerando isso, realiza-se, a seguir, um estudo mais detalhado, a partir de uma

abordagem multidimensional, de forma a contemplar indicadores de mercado de trabalho e

renda, condições de vida e consumo, educação, demografia, saúde e discriminação. O

objetivo da análise é fornecer elementos capazes de produzir uma compreensão mais

profunda da evolução desse fenômeno, destacando as diferenças entre as mesorregiões

nordestinas. Ademais, por meio do estudo dos coeficientes de variação dos diversos

indicadores multidimensionais, intenta-se verificar se os impactos positivos desse período

proporcionaram uma alteração no quadro de desigualdade entre as mesorregiões

nordestinas.

3 Desigualdade nas mesorregiões do Nordeste: uma análise multidimensional

Vários estudos vêm apontando para uma indiscutível redução da desigualdade de

renda corrente, medida pelo Índice de Gini2; outros mostram que esse fenômeno também

pôde ser observado em nível regional3. A Tabela 5 apresenta alguns indicadores de

concentração de renda que corroboram a ideia de uma tendência de redução da

concentração de renda no Brasil e no Nordeste nos anos 2000.

Tabela 5 - Indicadores de concentração de renda. Brasil e Nordeste, 2000/2010

2000 2010 2000 2010Índice de GINI 0,632 0,596 0,638 0,617T de Theil 0,888 0,775 0,961 0,815L de Theil 0,776 0,651 0,776 0,679Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Elaboração própria

Indicadores Brasil Nordeste

Apesar da expressiva redução desses índices, o nível de concentração ainda se

encontra em patamares elevados, sobretudo na região Nordeste. Assim sendo, para o

entendimento da questão da desigualdade econômica e social, é visível a insuficiência de

2 Ver: DEDECCA (2008), BARROS et al. (2007) e NAÇÕES UNIDAS (2010).3 HOFFMANN (2005) e HOFFMANN (2007).

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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uma análise focada apenas na dimensão econômica, medida, em especial, em termos

monetários. Entendendo a necessidade de se averiguar, sob uma ótica multidimensional, os

benefícios que o recente crescimento econômico, a recuperação do mercado de trabalho e o

incremento das políticas públicas têm proporcionado para a questão da desigualdade,

pretende-se, nesta seção, desenvolver uma análise multidimensional da desigualdade entre

as mesorregiões nordestinas nos anos 2000. Como apontado anteriormente, as

mesorregiões são unidades espaciais que auxiliam no entendimento das disparidades

socioeconômicas no interior da região Nordeste.

Dedecca (2009) propõe uma metodologia de análise multidimensional da

desigualdade que, além de considerar as dimensões estabelecidas pela renda monetária de

mercado, leva em conta relevantes aspectos de natureza não monetária. Seu objetivo é

compreender: i) as “transformações da estrutura produtiva e do mercado e das relações de

trabalho e suas implicações para a mudança na distribuição de renda do trabalho”,

focalizando as mudanças na estrutura ocupacional, o processo de formação das rendas do

trabalho e as alterações na distribuição de renda; ii) as “transformações da estrutura

produtiva e das instituições socioeconômicas e suas relações com a distribuição da riqueza

e a evolução do bem-estar” – atentando-se para os demais processos de distribuição do

excedente econômico, principalmente os que são efetuados por meio de políticas públicas e

propriedade de ativos. (DEDECCA, 2009, p.19)

Como especificado na Tabela 6, o autor desenvolve uma gama de indicadores,

divididos em cinco dimensões, quais sejam: rendimento; educação e saúde; condições de

vida; mercado de trabalho e risco socioeconômico e discriminação.

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

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Tabela 6

Dimension Axes

Rendimento Bruto do TrabalhoRendimento Bruto do Trabalho mais Transferências MonetáriasRendimento Bruto do Trabalho mais Transferências TotaisRendimento Líquido do TrabalhoRendimento Líquido do Trabalho mais Transferências MonetáriasRendimento Líquido do Trabalho mais Transferências TotaisPosse de cartão de créditoParticipação da despesa com alimentação na renda disponívelRelação renda do trabalho e valor dos ativos

Incidência do ensino médioIncidência do ensino superiorEsperança de vidaAcesso a plano de saúdeDespesa com produtos farmacêuticos

Numero de banheiros Escoamento do esgoto por rede de saneamentoMoradores por dormitórioAcesso a energia elétricaFilhos nascidos mortosHoras destinadas ao afazeres domésticos (mulheres)Tempo de residência inferior a 3 anosDespesa com serviços domésticoPavimentação da Rua

Taxa de desempregoTaxa de informalidadeIncidência do trabalho infantilFiliação a sindicato ou associaçãoTempo de vínculo do trabalho atualIncidência do trabalho agrícolaIncidência do trabalho em jornada noturna

Rendimentos mulheres e homensRendimentos negros e brancosJornadas de trabalho no mercado de trabalho e de afazeres domésticos entre mulheres e homens

Fonte: DEDECCA, 2009 p.22.

Discriminação

Multidimensional Indicators of Inequality

Rendimento

Educação e Saúde

Condições de Vida

Mercado de Trabalho e Risco Sócioeconomico

Dedecca (2009, p. 22) ressalta que “[a] iniciativa amplia os esforços existentes,

mantendo a dimensão econômica, mas introduzindo explicitamente o papel das instituições

para a desigualdade, através das dimensões não associadas ao rendimento”. O

pesquisador, posteriormente, aprimorou sua metodologia (DEDECCA, 2012), tendo dividido

os indicadores em seis óticas para o caso do Censo Demográfico: mercado de trabalho e

renda; condições de vida e consumo; educação; demografia; saúde (agravante da condição

social); e discriminação.

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A Tabela 7 traz o comportamento do coeficiente de variação, que representa a

relação entre o desvio-padrão de cada indicador, para todas as mesorregiões nordestinas,

em relação à média da região Nordeste. Para cada indicador, a redução percentual do

coeficiente de variação indica uma diminuição da dispersão entre as mesorregiões do

Nordeste, pondo em destaque uma alteração positiva na condição de desigualdade

intrarregional. No sentido contrário, o aumento da variação percentual do coeficiente

estudado assinala uma ampliação na dispersão e a consequente piora da desigualdade

desse indicador entre as mesorregiões nordestinas.

Os dados de mercado de trabalho e renda apontam uma redução da disparidade

entre as mesorregiões nordestinas. Merecem destaque os indicadores de taxa de

desemprego, formalização e incidência de programas sociais. Em relação à incidência do

trabalho agrícola, apesar do aumento da desigualdade entre as mesorregiões, houve uma

melhora do indicador médio para o Nordeste e suas mesorregiões (ver tabela A1, em

anexo). A redução da incidência da renda do trabalho e da participação da renda do trabalho

na renda total foi acompanhada de um aumento da disparidade entre as mesorregiões para

esses indicadores.

O estudo das condições de vida e acesso a bens demonstra, em sua maioria, um

crescimento da desigualdade entre as mesorregiões nordestinas, embora seja possível

observar uma melhora individualizada das mesorregiões para grande parte dos indicadores,

como a redução da proporção de famílias sem acesso à energia elétrica, água encanada e

banheiro exclusivo. Ressalta-se uma redução da disparidade entre as mesorregiões apenas

nos indicadores de densidade de morador por banheiro, proporção de famílias com rede

inapropriada de esgoto e proporção de famílias sem veículo particular.

Em termos educacionais, verifica-se uma redução da desigualdade entre as

mesorregiões estudadas nos dados de taxa de escolarização, defasagem escolar (6 a 14

anos) e incidência do ensino médio completo. No entanto, os indicadores de taxa de

analfabetismo e incidência do ensino superior demonstram uma ampliação da desigualdade

dentro do Nordeste, ainda que individualmente as suas mesorregiões tenham apresentado

uma melhora em tal dimensão.

Os aspectos demográficos indicam uma redução da desigualdade entre as

mesorregiões do Nordeste. Somente o indicador de tamanho médio das famílias expressa

um aumento da disparidade.

Quanto aos indicadores de saúde que tentam observar alguns aspectos agravantes

para a condição social, nota-se, em todas essas perspectivas, uma diminuição da

desigualdade intrarregional.

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MERCADO DE TRABALHO E RENDATaxa de Desemprego 25,4 20,2 -20,2Taxa de Formalização 39,8 26,0 -34,6Taxa de Assalariamento 8,1 6,0 -26,0Incidência do trabalho agrícola 46,3 47,7 3,0Incidência da previdência social 13,5 11,5 -14,5Incidência de programas sociais 55,0 24,1 -56,2Incidência da renda do trabalho 7,5 8,9 19,1Participação da renda do trabalho na renda total 6,0 8,3 38,4

CONDICÕES DE VIDA / CONSUMODensidade de morador por dormitório 5,5 5,9 6,5Densidade de morador por banheiro 48,4 20,6 -57,5Proporção de famílias sem banheiro exclusivo do domicílio 47,9 70,1 46,4Proporção de famílias com rede inapropriada de esgoto 33,7 29,3 -13,2Proporção de famílias sem água encanada 59,7 61,9 3,7Proporção de famílias sem coleta lixo apropriada 45,3 53,0 16,9Proporção de famílias sem acesso à energia elétrica 87,6 150,9 72,3Proporção de famílias sem televisão 50,6 63,2 24,9Proporção de famílias sem máquina de lavar 6,2 10,9 77,5Proporção de famílias sem geladeira 36,1 46,2 28,0Proporção de famílias sem telefone (fixo, em 2000, e fixo e cel, em 2010)

14,4 49,0 239,6

Proporção de famílias sem computador 3,1 10,5 238,2Proporção de famílias sem veículo particular 32,6 10,6 -67,4

EDUCAÇÃOTaxa de analfabetismo 19,4 29,7 52,8Taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos 2,4 0,6 -74,0Defasagem escolar (6 a 14 anos) 7,2 5,9 -17,4Incidência do ensino médio completo 34,7 23,6 -31,9Incidência do ensino superior completo 31,9 39,3 22,9

DEMOGRAFIARazão de dependência 11,6 11,3 -2,8Tamanho médio das famílias 4,9 5,6 15,3Proporção de famílias com chefia feminina 14,0 7,7 -45,0Proporção de famílias com residência inferior a 4 anos 33,3 33,0 -0,8Proporção de famílias com chefia de não brancos 10,4 10,1 -3,0

SAÚDE - AGRAVANTE DA CONDIÇÃO SOCIALProporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de enxergar

13,1 7,3 -44,5

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de ouvir

14,4 9,7 -32,9

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus

12,1 10,1 -16,3

DISCRIMINAÇÃODiferença dos rendimentos entre mulheres e homens 7,7 6,3 -18,5Diferença dos rendimentos entre negros e brancos 17,0 15,7 -7,5Proporção de crianças negras em defasagem escolar 7,3 5,9 -19,4Proporção de crianças brancas em defasagem escolar 10,2 7,0 -31,8Taxa de analfabetismo de negros 18,9 28,6 51,8Taxa de analfabetismo de brancos 20,8 34,3 65,1

Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Elaboração própriaNota: Coeficiente de variação = (desvio padrão / média) x 100

Tabela 7 - Coeficiente de variação dos indicadores multidimensionais de desigualdade. Mesorregiões Nordestinas, 2000/2010

Coeficiente de variação com média do NE

2010 Variação %2000

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Os dados relativos à discriminação também mostram uma redução das disparidades

entre as mesorregiões nordestinas. A exceção encontra-se nos indicadores de taxa de

analfabetismo de negros e brancos, que apresentam uma evolução desfavorável do ponto

de vista da desigualdade intrarregional.

Em síntese, constata-se, em geral, uma redução da desigualdade intrarregional no

Nordeste entre 2000 e 2010. Não obstante, é razoável afirmar que a melhora de grande

parte dos indicadores em todas as dimensões não se traduziu em uma transformação

estrutural da condição desigual entre as mesorregiões nordestinas. Isso ocorreu porque

alguns indicadores mostraram um aumento da desigualdade e porque o patamar de grande

parte deles ainda é bastante elevado.

Essas conclusões podem ser corroboradas a partir dos dados básicos que serviram

de subsídio para a composição dos coeficientes de variação, disponíveis nas Tabelas A2 e

A3 do anexo. A partir da análise desses indicadores por dimensão e mesorregião, é possível

identificar, espacialmente, onde ocorreram as principais reduções das desigualdades

intrarregionais no Nordeste, bem como mostrar onde alguns indicadores ainda permanecem

elevados e/ou ampliam a dispersão.

Em relação ao mercado de trabalho e renda, três indicadores destacaram-se na

redução da disparidade: as taxas de desemprego e formalização e a incidência de

programas sociais. As maiores taxas de desemprego em 2000 foram observadas nas

mesorregiões metropolitanas de Salvador e do Recife e no Leste Potiguar, 22,0%, 21,0% e

18,0%, respectivamente. Essas mesorregiões continuaram apresentando as maiores taxas

em 2010, mas com uma redução expressiva (12,3%, 12,7% e 11,4%, nessa ordem), sendo

as três únicas mesorregiões nordestinas com taxas de desemprego acima de dois dígitos.

Ressalta-se, ainda, que a queda do desemprego foi mais acentuada entre as regiões que

apresentavam as maiores taxas.

Já no que se refere à taxa de formalização, sua ampliação foi maior entre as

mesorregiões que apresentavam menores índices de ocupação remunerada com

contribuição para a previdência, resultado da forte expansão do emprego formal e da

contribuição à previdência ao longo dos anos 2000 no país e, em especial, na região

Nordeste (Gráficos 2 e 3). Duas mesorregiões do Piauí e do Maranhão demonstravam as

mais baixas taxas de formalização em 2000: Centro Maranhense (9,9%), Sudeste Piauiense

(11,4%), Sudoeste Piauiense (11,5%) e Leste Maranhense (11,7%). Essas mesorregiões

exibiram uma importante melhora desse indicador em 2010, passando para 26,3%, 27,9%,

31,7% e 29,9%, respectivamente. O Sertão sergipano, que possuía uma taxa de

formalização relativamente maior que as já citadas (15,2% em 2000), foi por elas

ultrapassado e exibiu um indicador relativamente menor em 2010, isto é, 23,2%.

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A incidência dos programas sociais4 expandiu-se, seguindo a dinâmica nacional de

consolidação e ampliação dessas políticas. A respeito desse ponto, convém citar que o

crescimento dos programas sociais foi maior entre as mesorregiões que exprimiam menores

incidências dos programas sociais, ou seja, em regiões extremamente pobres e que

precisam de uma atenção especial da política pública. A mesorregião do Sul Maranhense

apresentava uma participação de apenas 0,5% das famílias inseridas em programas sociais

em 2000, passando para 40,9% em 2010. Mesmo com o efeito positivo do alcance dos

programas sociais, ainda há, em média, um grande peso relativo de famílias que necessitam

desses benefícios na região Nordeste (38,4%).

Conquanto seja notório o crescimento da desigualdade intrarregional em função da

ampliação do coeficiente de variação para a maioria dos indicadores de condição de vida e

consumo, não se pode desprezar que houve uma melhora generalizada em todos os

indicadores dessa dimensão entre 2000 e 2010. Reduziu-se a proporção de famílias sem

acesso à energia elétrica, que, em média, era de 14,1% em 2000, decrescendo para 2,6%

em 2010, como reflexo do programa luz para todos. No Sudeste Piauiense, 37,0% das

famílias não tinham acesso à energia elétrica em 2000. Em 2010, o percentual caiu para

14,8%. No Nordeste, porém, essa mesorregião permaneceu com o menor índice de acesso

a esse tipo de bem público.

Frisa-se, igualmente, a democratização do telefone entre as famílias, especialmente

com a ampliação dos aparelhos celulares nos anos 2000. Todas as mesorregiões detinham

mais de 50% de suas famílias sem acesso a telefone em 2000, enquanto que em 2010

todas apresentaram mais de 50% de acesso. Um exemplo da forte expansão desse bem de

consumo pode ser verificado no Sertão Sergipano: 94,6% de suas famílias não possuíam

telefone em 2000, com queda para 37,2% em 2010.

Em termos educacionais, observa-se, por um lado, a diminuição do coeficiente de

variação entre as mesorregiões nordestinas para três dos cinco indicadores estudados. Por

outro, há a persistência de altos índices de analfabetismo na região. Isso é verificado, por

exemplo, no Sertão Alagoano, que esboçou uma redução da taxa de analfabetismo de

49,1% em 2000 para 28,8% em 2010, mas, ao mesmo tempo, manteve-se como

representante do maior percentual nessa área da avaliação: pelos dados, mais de ¼ de sua

população ainda era analfabeta. Já no que se concerne à incidência do ensino superior, é

comprovado o crescimento e interiorização da educação superior no país e no Nordeste,

porém, como demonstram os números, as mesorregiões metropolitanas do Recife e

Salvador, Mata Paraibana e Leste Potiguar continuaram concentrando os maiores índices

de acesso a esse nível educacional.

4 Bolsa Família, BPC, Previdência social etc.

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Os indicadores da dimensão demográfica apontam uma redução da desigualdade

entre as mesorregiões nordestinas, com exceção do tamanho médio das famílias. Houve

queda da razão de dependência, movimento diretamente relacionado à transição

demográfica que vem sendo observada no país e na região Nordeste, decorrente da

diminuição das taxas de mortalidade e fecundidade da população. Segundo o relatório do

Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o “processo de envelhecimento da população ocorreu

de maneira gradual e a Região [Nordeste] ainda apresentou manutenção do bônus

demográfico” (BANCO DO NORDESTE DO BRASIL, 2014, p. 75). No plano intrarregional, é

possível observar esse movimento especialmente nas mesorregiões que apresentavam as

maiores razões de dependência. O Sertão Alagoano, por exemplo, tinha uma carga de

dependência de 80,1% em 2000, passando para 65,9% em 2010.

No que se refere aos indicadores de saúde que pretendem captar algum aspecto

agravante para a condição social, constata-se, para o conjunto das mesorregiões, uma

diminuição da desigualdade intrarregional. No entanto, é importante ressaltar a necessidade

da difusão dos equipamentos de saúde para além das mesorregiões metropolitanas e/ou

com capitais, nas quais há uma maior concentração dos serviços de saúde.

Os indicadores relacionados à discriminação também indicam uma redução das

disparidades entre as mesorregiões nordestinas, exceto nas taxas de analfabetismo de

negros e brancos. Nesse período, a taxa de analfabetismo caiu mais rápido entre os

brancos que entre os negros. As maiores taxas de analfabetismo para os dois recortes de

cor/raça em 2000 são observadas no Sertão Alagoano e, apesar da importante queda entre

2000 e 2010, permaneceram bastante elevadas – 30,5% entre os negros e 24,4% entre os

brancos.

Em conclusão, o conjunto de dados analisados demonstra demonstram que, mesmo

com a redução da desigualdade entre as mesorregiões nordestinas entre 2000 e 2010, não

há indicativos de mudanças estruturais. Regionalmente, o Leste Maranhense e o Sertão

Alagoano, por exemplo, ainda possuem grande parte dos piores indicadores estudados.

4 Considerações finais

As significativas mudanças do cenário econômico do país se refletiram em um

processo de reestruturação do mercado de trabalho na região Nordeste e em suas

mesorregiões, com aumento do emprego formal, redução do desemprego e melhorias

importantes na distribuição de renda e redução das desigualdades de renda. Todavia, não

se pode deixar de reconhecer que alguns indicadores da região revelam que a realidade

social e econômica ainda é muito desigual entre as macrorregiões brasileiras, o mesmo

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ocorrendo dentro da própria região Nordeste, como pode ser visto nos dados das suas

diversas mesorregiões.

O início dos anos 2000 apresentou um cenário econômico mais favorável (até 2008),

o que permitiu a recuperação e o incremento de políticas públicas. Diante desse cenário,

verificou-se uma melhoria da maioria dos distintos indicadores das mesorregiões

nordestinas e uma queda da desigualdade intrarregional em uma das regiões mais pobres

do Brasil, como é o caso do Nordeste.

Entretanto, em um contexto internacional menos favorável e com o dinamismo da

economia nacional demonstrando dificuldades para uma retomada sustentada do produto

nacional, alguns desafios se apresentam. Em primeiro lugar, a continuidade do crescimento

econômico é condição necessária, embora não suficiente, para a manutenção e avanço dos

ganhos obtidos e para a estruturação de um mercado mais favorável aos trabalhadores. No

que se refere à questão regional, faz-se necessária uma política nacional de

desenvolvimento regional que parta de uma perspectiva centrada nos diferentes espaços e

que explore os desafios e as potencialidades de cada região, a fim de se reduzir as

desigualdades socioeconômicas inter e intrarregionais. Em paralelo, é importante que as

principais políticas nacionais setoriais levem em consideração as desigualdades regionais,

como no caso da política de ampliação das universidades públicas no país. Tal política

favoreceu o Norte e o Nordeste, particularmente em suas porções não litorâneas, onde,

historicamente, tinham-se concentrado os campi do Sistema Federal de Ensino Superior.

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Page 23: €¦ · Web viewDe acordo com Hoffmann (1978), esse processo de concentração econômica no Sudeste/Sul intensificou-se durante o período da ditadura militar, quando o crescimento

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AnexosTabela A1 - Indicadores multidimensionais de desigualdade. Mesorregiões Nordestinas, 2000/2010

MERCADO DE TRABALHO E RENDATaxa de Desemprego 12,4 3,7 13,5 7,4 22,0 8,4 1,9 3,5 5,6 12,9Taxa de Formalização 24,2 12,0 144,2 9,9 52,8 39,3 11,8 139,9 23,2 64,8Taxa de Assalariamento 66,5 5,6 31,1 55,9 77,1 71,5 4,4 19,5 58,8 78,1Incidência do trabalho agrícola 25,1 9,6 92,1 1,9 41,3 17,4 6,7 45,2 1,4 29,2Incidência da previdência social 37,7 4,9 24,2 27,4 47,3 35,0 3,9 14,9 26,7 42,4Incidência de programas sociais 2,0 1,2 1,3 0,5 6,9 38,4 8,2 66,8 18,3 51,8Incidência da renda do trabalho 74,7 5,8 33,3 65,2 87,1 71,2 6,6 43,7 57,9 86,5Participação da renda do trabalho na renda total 72,4 4,4 19,4 62,4 83,0 67,0 5,8 33,5 54,8 77,4

CONDICÕES DE VIDA / CONSUMODensidade de morador por dormitório 2,4 0,1 0,0 2,2 2,7 2,1 0,1 0,0 1,8 2,3Densidade de morador por banheiro 1,6 0,6 0,3 0,8 3,2 1,0 0,2 0,0 0,7 1,5Proporção de famílias sem banheiro exclusivo do 41,0 16,6 276,9 11,7 73,3 17,6 10,1 101,8 2,3 41,4Proporção de famílias com rede inapropriada de esgoto 41,2 13,1 172,8 14,7 74,9 52,8 13,7 188,6 17,9 81,0Proporção de famílias sem água encanada 19,7 9,5 90,2 3,6 40,9 16,2 8,1 66,1 2,5 37,3Proporção de famílias sem coleta lixo apropriada 44,3 16,9 287,1 9,7 73,9 30,1 12,9 167,1 4,5 54,8Proporção de famílias sem acesso à energia elétrica 14,1 9,8 96,9 0,3 37,0 2,6 3,1 9,4 0,1 14,8Proporção de famílias sem televisão 25,7 11,0 120,7 7,0 49,9 8,4 4,5 20,1 2,4 22,1Proporção de famílias sem máquina de lavar 92,5 5,5 30,4 75,3 97,9 84,8 8,8 77,1 61,6 93,1Proporção de famílias sem geladeira 39,8 12,4 152,9 10,5 56,2 14,3 5,8 33,9 3,8 26,5Proporção de famílias sem telefone (fixo, em 2000, e fixo e cel, em 2010)

82,6 11,0 121,8 50,8 94,6 25,8 10,6 113,4 6,5 47,4

Proporção de famílias sem computador 96,4 2,9 8,7 88,4 98,8 82,7 8,2 67,6 60,4 92,1Proporção de famílias sem veículo particular 14,0 5,3 28,0 5,8 26,8 60,7 6,7 44,6 46,6 73,8

EDUCAÇÃOTaxa de analfabetismo 37,1 6,6 43,1 19,7 49,1 20,1 5,2 26,7 7,1 28,8Taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos 91,9 2,2 4,7 87,4 95,3 97,1 0,6 0,4 95,4 98,0Defasagem escolar (6 a 14 anos) 59,8 4,2 17,7 49,2 67,7 51,0 3,0 8,8 44,9 57,0Incidência do ensino médio completo 12,1 5,3 27,7 6,2 26,8 21,6 5,9 34,5 13,5 36,9Incidência do ensino superior completo 4,9 1,8 3,2 2,3 9,6 5,6 2,7 7,4 2,5 12,1

DEMOGRAFIARazão de dependência 66,2 7,3 52,6 47,6 80,1 54,2 5,8 33,6 39,8 65,9Tamanho médio das famílias 4,2 0,2 0,0 3,9 4,6 3,6 0,2 0,0 3,2 4,1Proporção de famílias com chefia feminina 23,9 3,7 13,5 19,3 35,0 38,4 3,1 9,6 31,7 45,5Proporção de famílias com residência inferior a 4 anos 3,9 1,2 1,4 1,6 6,0 3,1 0,9 0,9 1,2 5,4Proporção de famílias com chefia de não brancos 65,5 6,8 46,9 52,4 76,8 68,7 7,0 48,9 52,6 80,5

SAÚDE - AGRAVANTE DA CONDIÇÃO SOCIALProporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de enxergar

37,7 4,6 21,3 27,9 46,4 48,8 3,4 11,9 41,9 54,7

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de ouvir

15,5 2,1 4,4 11,4 20,0 18,3 1,7 2,9 14,6 21,6

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus 19,4 2,3 5,1 15,2 23,7 23,1 2,3 5,3 18,2 26,9

DISCRIMINAÇÃODiferença dos rendimentos entre mulheres e homens 71,5 5,7 32,6 62,9 84,1 80,5 5,1 25,6 68,6 93,3Diferença dos rendimentos entre negros e brancos 58,1 8,7 75,6 37,7 76,9 64,1 9,0 81,7 41,7 80,3Proporção de crianças negras em defasagem escolar 67,6 4,8 23,4 55,5 75,2 53,6 3,1 9,5 47,5 59,5Proporção de crianças brancas em defasagem escolar 60,0 5,9 34,9 46,0 69,1 50,1 3,4 11,7 40,8 57,3Taxa de analfabetismo de negros 39,2 6,7 45,3 20,7 51,1 21,8 5,4 29,3 7,6 30,5Taxa de analfabetismo de brancos 33,1 6,3 39,2 15,8 43,6 16,4 4,8 23,2 4,8 24,4

Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Elaboração própria

2000 2010

Média Desvio padrão Variância MáximoMínimo Máximo Média Desvio

padrão Variância Mínimo

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

Page 24: €¦ · Web viewDe acordo com Hoffmann (1978), esse processo de concentração econômica no Sudeste/Sul intensificou-se durante o período da ditadura militar, quando o crescimento

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Tabela A2 - Indicadores multidimensionais de desigualdade por mesorregião. Mesorregiões Nordestinas, 2000 (continua)

Norte Maranhense

Oeste Maranhense

Centro Maranhense

Leste Maranhense Sul Maranhense Norte

PiauienseCentro-Norte

PiauienseSudoeste Piauiense

Sudeste Piauiense

Noroeste Cearense

Norte Cearense

Metropolitana de Fortaleza

Sertões Cearenses Jaguaribe Centro-Sul

CearenseSul

CearenseOeste

PotiguarCentral Potiguar

Agreste Potiguar

Leste Potiguar

MERCADO DE TRABALHO E RENDATaxa de Desemprego 13,9 10,2 8,3 9,3 10,8 8,4 12,5 7,5 7,4 8,6 10,0 15,5 8,3 11,0 9,5 11,5 14,9 12,4 11,1 16,3Taxa de Formalização 24,6 15,8 9,9 11,7 16,6 14,4 29,2 11,5 11,4 16,5 17,9 45,7 13,4 19,3 16,4 21,9 32,3 27,4 21,5 46,6Taxa de Assalariamento 66,6 68,0 64,5 60,0 67,4 63,3 66,8 61,6 59,2 64,6 65,9 73,4 57,9 67,1 58,9 62,6 67,7 70,9 62,8 75,0Incidência do trabalho agrícola 25,7 36,2 41,3 31,9 30,1 33,3 15,1 35,7 33,8 31,0 26,1 3,1 30,5 29,2 22,1 20,3 16,7 19,0 21,0 8,5Incidência da previdência social 30,1 27,4 34,0 36,2 33,2 36,1 35,0 35,9 39,2 38,4 40,2 30,1 44,0 41,5 46,7 41,4 43,2 43,2 47,3 35,9Incidência de programas sociais 1,8 0,8 1,1 1,1 0,5 1,3 1,6 1,5 0,8 1,7 1,1 2,0 1,1 1,6 1,4 1,1 2,0 2,1 1,9 2,1Incidência da renda do trabalho 82,4 77,9 72,5 66,9 71,7 77,1 77,7 74,7 66,1 72,7 71,4 87,1 65,4 73,8 65,9 72,1 72,9 75,5 65,2 83,7Participação da renda do trabalho na renda total 77,8 83,0 74,3 70,9 79,9 70,1 73,6 72,9 70,7 70,2 69,1 75,7 65,1 70,7 65,4 70,5 71,5 69,5 64,0 72,2CONDICÕES DE VIDA / CONSUMODensidade de morador por dormitório 2,7 2,7 2,7 2,6 2,6 2,5 2,4 2,4 2,3 2,5 2,4 2,4 2,3 2,2 2,3 2,6 2,2 2,2 2,4 2,4Densidade de morador por banheiro 1,7 2,4 3,1 3,2 2,4 1,9 1,2 2,1 2,1 2,0 2,6 0,8 2,2 1,6 1,8 1,5 1,2 1,2 1,5 0,8

Proporção de famílias sem banheiro exclusivo do domicílio 56,7 65,4 71,2 73,3 63,8 57,6 40,7 60,3 57,4 58,8 67,6 15,8 60,3 49,5 50,6 44,0 34,7 33,1 41,1 13,5

Proporção de famílias com rede inapropriada de esgoto 39,1 42,3 29,2 30,3 34,3 16,1 14,7 19,2 29,8 46,0 53,6 35,1 37,8 51,7 56,0 48,3 54,4 49,2 70,2 39,3Proporção de famílias sem água encanada 16,5 13,4 20,7 15,7 9,2 19,3 11,0 29,2 33,7 21,8 29,1 6,3 32,4 23,7 18,4 20,2 16,7 17,1 26,2 3,6Proporção de famílias sem coleta lixo apropriada 60,6 59,4 66,5 71,8 63,9 64,4 39,4 73,9 67,4 62,0 58,6 9,7 61,1 50,6 50,1 41,9 31,9 26,4 38,1 15,2Proporção de famílias sem acesso à energia elétrica 14,8 16,1 19,9 27,0 25,9 27,2 11,4 36,3 37,0 17,8 16,1 1,1 21,7 10,7 10,9 10,9 7,0 6,9 10,1 1,3Proporção de famílias sem televisão 29,2 34,6 39,3 42,5 42,6 40,1 21,2 47,7 49,9 28,9 27,9 7,8 32,2 22,3 23,4 22,1 16,9 15,9 24,3 8,9Proporção de famílias sem máquina de lavar 90,9 94,3 96,2 97,1 93,7 96,9 93,2 95,7 96,4 97,0 97,9 84,5 97,5 95,6 97,3 95,7 87,8 91,0 95,4 79,2Proporção de famílias sem geladeira 36,8 43,6 49,6 52,9 44,8 48,9 28,9 53,1 55,0 50,3 50,7 16,5 50,6 38,1 42,8 46,1 28,7 30,6 45,1 15,6Proporção de famílias sem telefone (fixo, em 2000, e fixo e cel, em 2010) 73,9 85,9 90,9 90,5 87,0 89,4 67,3 87,6 89,9 88,6 88,7 50,8 90,5 86,8 84,4 81,6 82,0 85,4 94,1 60,9

Proporção de famílias sem computador 95,5 97,7 98,4 98,7 97,8 98,5 95,1 98,2 98,6 98,0 98,6 89,8 98,7 97,8 98,5 97,1 96,9 97,7 98,5 89,8Proporção de famílias sem veículo particular 10,6 7,7 6,2 5,8 10,5 9,1 17,7 10,4 12,0 9,4 9,4 25,2 9,7 12,0 10,0 13,3 17,6 16,7 13,0 26,8EDUCAÇÃOTaxa de analfabetismo 30,6 40,5 44,0 44,6 35,2 44,7 32,8 39,4 43,1 44,4 40,3 23,7 43,6 37,7 39,5 38,2 34,2 33,0 43,7 27,5Taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos 93,2 90,0 88,2 88,6 90,4 92,0 94,1 91,4 91,3 93,4 94,0 94,9 93,0 94,5 91,6 92,7 94,7 95,3 92,0 94,3Defasagem escolar (6 a 14 anos) 55,1 62,9 63,0 62,6 62,6 67,7 58,7 66,1 66,6 61,8 58,6 49,2 59,1 53,6 56,1 58,9 57,5 57,6 59,5 51,8Incidência do ensino médio completo 22,5 9,3 8,2 8,8 9,8 8,7 17,0 8,5 7,0 6,8 7,8 22,7 7,4 10,5 10,0 11,4 13,9 13,6 9,8 22,2Incidência do ensino superior completo 4,4 2,5 2,3 2,9 2,5 5,2 6,2 3,5 5,7 6,6 4,8 7,6 5,1 5,4 5,3 6,3 5,5 4,6 3,8 7,8DEMOGRAFIARazão de dependência 66,9 74,5 75,8 75,8 77,1 71,9 58,9 69,5 64,3 78,0 74,1 55,3 72,2 65,0 64,6 69,1 59,6 60,8 73,7 56,6Tamanho médio das famílias 4,6 4,6 4,5 4,5 4,6 4,5 4,2 4,3 4,2 4,4 4,4 4,1 4,1 4,1 4,0 4,3 4,1 4,0 4,2 4,1Proporção de famílias com chefia feminina 28,0 20,1 21,2 23,4 21,6 20,8 26,5 20,2 20,0 19,3 20,4 30,3 19,8 22,0 21,3 24,1 22,5 22,0 20,9 26,3Proporção de famílias com residência inferior a 4 anos 2,1 4,5 2,3 2,7 5,3 4,7 4,7 5,1 5,0 4,1 1,6 3,6 4,2 2,9 4,5 5,5 3,0 3,3 2,6 5,5Proporção de famílias com chefia de não brancos 71,2 72,2 70,7 76,4 70,7 73,0 73,2 76,1 66,8 64,3 70,7 60,3 61,0 56,5 60,4 63,9 57,7 52,4 65,5 57,9SAÚDE - AGRAVANTE DA CONDIÇÃO SOCIALProporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de enxergar

35,1 38,7 41,7 41,8 38,2 41,6 37,7 38,4 43,0 41,0 43,5 27,9 45,4 46,4 43,4 37,7 40,0 42,4 43,4 30,1

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de ouvir

12,1 15,1 16,1 16,2 15,2 15,5 14,5 15,3 17,6 16,5 17,1 12,5 18,8 20,0 18,5 16,5 17,1 17,4 17,8 12,9

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus 16,4 17,3 19,0 20,4 18,2 19,5 18,5 16,4 20,0 20,6 22,2 15,2 23,7 23,0 21,1 21,2 20,7 21,5 20,8 16,8

DISCRIMINAÇÃODiferença dos rendimentos entre mulheres e homens 73,0 70,6 69,4 74,7 63,5 68,8 79,0 71,6 68,8 73,3 82,8 67,8 75,5 71,6 84,1 78,4 73,7 77,7 79,7 69,5Diferença dos rendimentos entre negros e brancos 45,8 60,4 68,7 58,6 49,3 51,0 46,4 57,0 54,4 55,7 62,1 54,3 62,7 64,5 64,2 50,7 69,5 63,8 76,9 50,6Proporção de crianças negras em defasagem escolar 61,3 71,8 72,7 72,0 70,3 75,2 64,7 74,1 75,0 68,4 64,1 55,5 65,7 59,8 64,3 66,2 63,6 64,1 67,1 58,8Proporção de crianças brancas em defasagem escolar 52,6 63,4 67,5 65,8 66,1 68,3 55,4 65,7 68,4 61,9 58,4 46,0 59,8 52,7 55,8 58,5 56,7 56,6 60,6 49,3Taxa de analfabetismo de negros 32,0 41,8 45,0 45,8 37,0 47,1 34,4 41,1 45,2 47,2 41,5 25,1 46,4 40,4 41,8 41,1 36,4 36,2 45,3 30,0Taxa de analfabetismo de brancos 26,8 36,6 40,5 40,9 30,4 38,5 28,2 34,0 38,7 39,2 37,5 21,4 39,1 34,5 35,7 33,0 31,4 29,5 40,8 24,0Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Elaboração própria

Descrição

2000

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

Page 25: €¦ · Web viewDe acordo com Hoffmann (1978), esse processo de concentração econômica no Sudeste/Sul intensificou-se durante o período da ditadura militar, quando o crescimento

25

Tabela A2 - Indicadores multidimensionais de desigualdade por mesorregião. Mesorregiões Nordestinas, 2000 (conclusão)

Sertão Paraibano Borborema Agreste

ParaibanoMata

ParaibanaSertão

PernambucanoSão Francisco Pernambucano

Agreste Pernambucano

Mata Pernambucana

Metropolitana de Recife

Sertão Alagoano

Agreste Alagoano

Leste Alagoano

Sertão Sergipano

Agreste Sergipano

Leste Sergipano

Extremo Oeste Baiano

Vale São-Franciscano da

Bahia

Centro Norte

Baiano

Nordeste Baiano

Metropolitana de Salvador

Centro Sul

Baiano

Sul Baiano

MERCADO DE TRABALHO E RENDATaxa de Desemprego 9,8 9,9 12,7 16,6 11,8 13,5 10,0 19,0 21,0 9,4 10,4 18,6 9,7 9,6 18,0 12,0 14,3 13,7 12,3 22,0 13,1 16,8Taxa de Formalização 15,5 15,4 27,0 41,7 15,5 24,3 17,3 38,1 52,8 14,6 17,0 43,2 15,2 19,0 44,3 20,7 24,3 22,5 16,9 52,8 21,5 34,4Taxa de Assalariamento 61,9 63,5 60,7 74,0 60,9 67,8 59,5 75,3 73,8 55,9 61,4 77,1 66,9 64,4 74,1 68,2 67,4 66,1 66,0 75,2 71,5 75,5Incidência do trabalho agrícola 24,5 29,4 16,1 11,9 26,1 32,3 24,5 23,0 1,9 29,8 33,5 18,2 35,7 31,6 13,8 30,4 31,1 26,8 34,3 4,9 33,9 30,9Incidência da previdência social 42,1 45,3 43,6 37,2 43,9 32,7 42,7 40,1 37,2 39,5 34,9 33,9 32,5 34,2 33,2 33,6 37,4 38,5 39,5 32,3 39,1 29,6Incidência de programas sociais 2,0 2,2 2,9 2,1 1,4 2,3 2,2 6,9 2,1 3,4 2,5 1,2 2,5 2,6 3,0 2,9 1,3 2,5 5,5 1,9 2,0 1,5Incidência da renda do trabalho 74,7 69,4 70,0 81,9 67,5 81,0 71,7 74,7 82,2 66,0 71,9 80,9 72,8 79,3 81,8 73,6 74,1 75,9 72,8 84,5 75,0 82,4Participação da renda do trabalho na renda total 69,7 62,4 69,6 71,4 68,6 79,2 72,2 71,1 72,7 68,2 74,5 73,8 74,0 75,3 73,6 80,6 74,1 75,2 69,3 76,0 75,1 79,2CONDICÕES DE VIDA / CONSUMODensidade de morador por dormitório 2,3 2,3 2,3 2,3 2,4 2,6 2,3 2,5 2,3 2,6 2,4 2,5 2,4 2,3 2,4 2,3 2,5 2,3 2,4 2,4 2,2 2,5Densidade de morador por banheiro 1,4 1,5 1,1 0,8 1,5 1,2 1,3 1,3 0,8 1,7 1,5 1,0 1,3 1,2 0,9 1,4 1,4 1,3 1,6 0,8 1,4 1,3

Proporção de famílias sem banheiro exclusivo do domicílio 39,1 39,0 29,7 15,6 41,0 28,6 32,2 32,3 11,7 47,0 44,8 22,9 30,3 28,0 17,5 38,2 37,7 38,0 45,5 12,6 39,0 34,2

Proporção de famílias com rede inapropriada de esgoto 33,8 37,0 42,5 48,6 25,8 23,2 36,9 51,0 45,7 53,6 74,9 49,0 51,9 55,5 38,0 51,0 33,4 43,9 41,2 20,9 43,7 34,0Proporção de famílias sem água encanada 27,0 40,8 22,1 6,7 32,4 17,6 28,2 14,6 4,0 40,9 24,3 12,8 20,2 24,3 7,6 12,5 21,3 22,1 30,2 4,7 18,6 8,7Proporção de famílias sem coleta lixo apropriada 45,6 46,8 35,3 18,0 53,7 39,6 41,1 37,0 12,9 49,9 41,3 20,4 42,3 40,6 22,4 50,1 50,0 43,6 59,4 14,0 48,3 34,1Proporção de famílias sem acesso à energia elétrica 7,7 11,2 4,2 1,7 10,8 6,9 4,4 5,0 0,3 20,1 8,1 5,3 21,4 8,6 4,1 27,1 22,5 17,9 30,1 2,1 26,5 14,9Proporção de famílias sem televisão 21,4 21,6 14,2 10,9 24,7 21,4 16,9 21,5 7,0 34,2 22,2 16,9 33,4 19,4 12,9 38,2 33,4 26,6 35,2 8,9 34,0 28,2Proporção de famílias sem máquina de lavar 95,0 96,5 92,7 83,3 95,6 91,5 93,2 93,8 75,3 96,7 94,8 88,7 96,1 95,9 85,7 92,1 93,5 94,0 95,7 77,8 94,7 89,9Proporção de famílias sem geladeira 37,9 50,4 37,2 21,0 47,4 31,9 40,2 35,3 10,5 56,2 45,1 25,5 48,2 36,1 20,9 46,9 44,9 44,9 54,7 13,7 52,2 40,2Proporção de famílias sem telefone (fixo, em 2000, e fixo e cel, em 2010) 85,0 90,0 79,0 65,4 89,8 78,9 90,1 91,9 64,0 92,4 89,2 71,9 94,6 91,0 71,7 85,2 87,1 82,6 91,3 51,5 88,1 80,7

Proporção de famílias sem computador 98,1 98,8 96,1 91,0 98,2 95,1 97,6 98,1 88,7 98,3 97,6 93,6 98,4 98,1 91,9 96,5 96,8 96,8 97,8 88,4 97,1 95,4Proporção de famílias sem veículo particular 12,5 11,9 15,4 25,1 13,6 20,0 14,6 11,8 25,9 9,5 11,0 17,2 9,5 11,1 21,6 14,5 15,5 15,1 12,2 21,5 14,6 11,8EDUCAÇÃOTaxa de analfabetismo 38,9 36,8 37,8 30,1 39,4 34,1 41,6 38,5 21,1 49,1 45,5 37,8 45,3 40,2 29,6 34,8 36,1 32,7 39,7 19,7 36,0 34,7Taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos 92,5 93,8 94,1 93,1 89,7 91,0 89,0 89,5 94,6 89,2 89,0 87,4 91,0 90,7 93,6 92,6 90,7 93,7 91,5 95,1 91,0 88,5Defasagem escolar (6 a 14 anos) 63,2 64,4 62,4 57,1 59,0 55,7 57,8 59,4 51,8 65,5 60,8 56,1 63,8 60,2 57,2 62,8 61,7 62,2 64,2 55,0 63,1 60,1Incidência do ensino médio completo 9,3 7,3 10,8 18,2 10,1 14,2 9,2 11,2 24,1 7,1 7,7 15,4 6,2 7,9 18,5 12,3 12,4 13,2 9,4 26,8 10,0 12,4Incidência do ensino superior completo 5,1 4,6 7,0 9,6 5,0 5,4 4,4 3,8 9,4 3,9 4,1 6,3 3,9 2,6 6,5 2,8 3,9 3,4 3,4 7,6 3,3 3,7DEMOGRAFIARazão de dependência 63,7 68,6 66,9 56,1 69,2 64,5 67,0 63,5 49,1 80,1 68,2 61,9 70,9 66,6 59,0 65,6 67,0 64,1 69,3 47,6 63,7 64,4Tamanho médio das famílias 4,2 3,9 4,0 4,0 4,2 4,4 3,9 4,3 3,9 4,5 4,3 4,3 4,1 4,0 4,1 4,3 4,4 4,1 4,2 3,9 4,3 4,1Proporção de famílias com chefia feminina 21,9 23,4 26,2 28,1 24,5 24,1 25,8 24,0 33,1 22,3 22,6 26,7 20,1 24,9 30,1 19,5 22,2 26,9 23,9 35,0 22,0 23,9Proporção de famílias com residência inferior a 4 anos 5,3 4,4 4,1 5,1 4,6 6,0 3,3 2,2 2,6 3,8 3,6 3,2 4,7 3,7 4,5 5,4 5,9 2,6 2,9 2,2 2,8 4,2Proporção de famílias com chefia de não brancos 55,7 55,1 58,3 58,2 63,2 64,8 54,0 63,8 57,5 71,5 63,0 64,3 67,9 64,2 69,1 65,9 70,6 74,5 71,6 76,8 65,3 76,0SAÚDE - AGRAVANTE DA CONDIÇÃO SOCIALProporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de enxergar

40,0 41,2 40,0 34,8 40,3 36,8 36,9 38,9 29,4 39,2 39,7 35,2 35,6 35,9 31,8 32,7 37,0 34,4 36,0 28,8 33,5 29,6

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de ouvir

17,4 18,2 17,3 13,7 18,0 14,5 16,4 16,2 12,8 17,1 15,0 13,4 14,4 14,6 12,8 12,0 16,0 15,0 15,3 12,3 14,7 11,4

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus 21,0 21,8 23,6 19,6 21,4 17,6 21,4 21,6 18,2 20,4 20,4 19,6 17,8 17,2 16,3 15,6 19,1 18,5 19,5 16,1 18,4 15,5

DISCRIMINAÇÃODiferença dos rendimentos entre mulheres e homens 76,2 76,8 76,6 77,3 63,4 66,6 63,6 78,7 68,6 68,7 64,6 78,4 64,7 62,9 72,6 64,6 67,6 66,1 65,7 67,5 67,6 71,3Diferença dos rendimentos entre negros e brancos 62,5 71,9 51,4 54,7 62,7 58,4 63,7 66,0 47,0 53,2 61,9 49,4 74,0 71,2 52,9 49,9 64,9 51,3 63,7 37,7 57,3 47,6Proporção de crianças negras em defasagem escolar 71,4 71,7 70,2 65,2 68,5 63,9 67,9 68,4 58,6 74,8 71,5 67,4 71,6 68,2 63,8 70,1 69,7 68,1 71,9 60,3 71,6 70,1Proporção de crianças brancas em defasagem escolar 64,3 64,8 60,6 55,6 60,8 55,7 61,3 62,4 48,9 69,1 62,5 58,1 66,6 62,5 54,0 62,9 63,4 60,0 65,0 46,7 64,5 59,0Taxa de analfabetismo de negros 42,3 39,4 41,0 32,6 41,6 36,3 44,8 40,5 22,9 51,1 48,3 40,7 47,0 42,3 31,3 36,4 37,1 34,0 41,2 20,7 38,0 36,3Taxa de analfabetismo de brancos 34,8 33,8 33,5 26,4 35,5 29,5 38,0 34,9 18,7 43,6 40,6 32,4 41,7 36,4 25,4 31,7 33,3 28,6 35,2 15,8 32,2 29,0Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Elaboração própria

Descrição

2000

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

Page 26: €¦ · Web viewDe acordo com Hoffmann (1978), esse processo de concentração econômica no Sudeste/Sul intensificou-se durante o período da ditadura militar, quando o crescimento

26

Tabela A3 - Indicadores multidimensionais de desigualdade por mesorregião. Mesorregiões Nordestinas, 2010 (continua)

Norte Maranhense

Oeste Maranhense

Centro Maranhense

Leste Maranhense Sul Maranhense Norte

PiauienseCentro-Norte

PiauienseSudoeste Piauiense

Sudeste Piauiense

Noroeste Cearense

Norte Cearense

Metropolitana de Fortaleza

Sertões Cearenses Jaguaribe Centro-Sul

CearenseSul

CearenseOeste

PotiguarCentral

PotiguarAgreste Potiguar

Leste Potiguar

MERCADO DE TRABALHO E RENDATaxa de Desemprego 9,5 7,9 6,9 7,5 6,7 6,4 8,6 7,6 6,7 6,4 7,6 7,6 7,1 7,8 6,1 8,0 9,9 7,3 9,0 9,9Taxa de Formalização 44,7 33,4 26,3 29,9 40,0 33,0 49,7 31,7 27,9 32,6 32,1 59,2 25,5 35,4 31,0 35,6 46,2 43,2 35,3 63,4Taxa de Assalariamento 72,3 70,3 69,7 68,1 73,7 69,8 74,2 66,5 66,1 72,8 73,0 77,7 67,2 73,1 70,2 71,7 73,7 72,1 68,8 77,8Incidência do trabalho agrícola 13,1 21,6 26,2 19,0 19,5 20,5 9,9 17,5 21,5 22,1 21,4 2,6 19,7 22,5 18,7 16,0 13,2 14,2 16,9 5,4Incidência da previdência social 29,8 31,7 36,9 36,1 30,5 36,1 33,6 36,1 37,7 35,6 35,6 26,7 41,7 38,0 42,4 36,5 37,3 38,5 39,4 31,0Incidência de programas sociais 37,7 42,7 48,0 50,3 40,9 44,8 33,8 47,2 48,5 43,5 45,0 21,2 46,4 40,4 42,4 41,5 34,9 36,0 43,9 21,3Incidência da renda do trabalho 75,5 74,1 66,8 64,2 72,4 69,2 75,0 61,2 61,0 68,0 67,9 86,5 57,9 69,7 62,7 71,8 73,1 74,0 64,2 83,1Participação da renda do trabalho na renda total 74,0 73,3 67,0 63,4 77,4 63,2 72,0 65,5 62,3 62,3 61,1 75,9 54,8 62,8 56,9 67,0 69,2 66,0 59,1 72,1

CONDICÕES DE VIDA / CONSUMODensidade de morador por dormitório 2,3 2,3 2,3 2,3 2,2 2,1 2,0 2,0 2,1 2,2 2,2 2,1 2,1 2,0 2,1 2,2 2,0 1,9 2,2 2,1Densidade de morador por banheiro 1,1 1,2 1,4 1,5 1,2 1,2 0,9 1,2 1,2 1,1 1,2 0,7 1,2 1,0 1,1 1,0 0,9 0,8 1,0 0,7Proporção de famílias sem banheiro exclusivo do domicílio

31,0 30,9 38,4 41,4 29,3 32,7 16,2 30,2 29,9 23,4 31,5 2,8 26,3 18,3 19,4 16,5 9,5 6,0 12,3 2,3

Proporção de famílias com rede inapropriada de esgoto 51,7 70,2 66,0 58,9 72,2 54,6 43,9 61,2 57,3 59,5 69,7 31,8 53,7 75,3 61,8 57,9 61,6 38,6 67,0 47,0

Proporção de famílias sem água encanada 20,8 19,0 16,5 21,1 17,5 22,3 7,6 24,9 24,1 18,5 27,8 3,9 22,4 14,3 11,2 12,1 9,6 9,7 18,9 2,5Proporção de famílias sem coleta lixo apropriada 38,1 38,6 48,6 54,8 33,1 48,0 26,3 48,0 47,3 40,9 41,1 4,5 45,7 32,2 38,5 28,2 20,4 19,4 28,0 7,7Proporção de famílias sem acesso à energia elétrica 2,1 3,2 3,2 4,0 10,4 6,0 3,0 14,8 8,8 1,6 1,6 0,4 1,6 0,9 0,7 0,8 1,0 0,9 0,9 0,4Proporção de famílias sem televisão 8,7 10,1 10,7 11,8 18,2 13,0 7,0 22,1 18,7 7,9 8,6 2,7 8,2 6,5 6,8 5,4 4,8 4,4 6,5 3,0Proporção de famílias sem máquina de lavar 81,1 87,8 90,9 93,1 86,4 92,7 84,3 90,9 91,9 91,9 92,6 70,4 91,0 87,2 90,8 89,9 80,8 78,3 87,3 61,7Proporção de famílias sem geladeira 12,5 14,1 13,2 16,5 19,1 17,7 8,9 24,9 20,7 16,7 18,5 6,4 13,6 9,3 11,4 14,7 7,2 8,2 13,1 4,4Proporção de famílias sem telefone (fixo, em 2000, e fixo e cel, em 2010)

24,4 36,0 47,4 46,8 40,6 31,5 19,1 45,4 38,5 36,0 28,3 8,0 34,0 23,2 26,0 23,9 16,2 16,9 24,2 8,5

Proporção de famílias sem computador 80,6 85,9 91,5 92,1 86,6 89,3 77,8 90,1 90,4 88,4 91,1 68,6 90,7 87,1 89,5 84,7 78,5 81,3 89,7 65,4Proporção de famílias sem veículo particular 71,3 66,3 63,4 64,7 55,1 53,9 52,0 52,3 46,6 61,5 68,4 61,1 57,4 53,2 58,5 61,8 47,9 54,3 61,3 55,7

EDUCAÇÃOTaxa de analfabetismo 13,8 21,1 25,2 25,8 16,5 25,4 16,1 21,9 26,0 22,2 20,7 8,9 25,0 20,9 24,5 18,9 19,6 19,5 26,1 12,8Taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos 96,7 96,9 96,6 96,6 96,1 97,1 98,0 97,9 97,5 97,7 97,4 96,6 97,4 97,8 97,1 97,4 97,7 97,7 97,4 97,0Defasagem escolar (6 a 14 anos) 47,2 52,3 53,0 53,5 51,1 56,4 47,9 54,5 54,0 47,9 49,4 48,1 48,3 49,7 51,5 52,3 52,0 50,9 55,5 49,0Incidência do ensino médio completo 32,4 20,4 16,9 17,4 19,8 16,1 25,8 17,2 15,0 18,4 20,6 34,4 17,0 21,2 19,7 24,2 23,6 22,7 18,0 31,9Incidência do ensino superior completo 7,6 3,9 3,5 3,4 5,1 4,6 9,5 5,5 5,0 4,3 3,5 10,6 3,4 4,2 3,8 6,1 6,0 5,0 3,2 11,3

DEMOGRAFIARazão de dependência 53,1 63,1 62,9 65,1 61,2 56,3 48,0 57,5 54,1 58,8 57,4 43,3 58,0 49,6 54,2 56,0 48,4 49,6 58,3 45,1Tamanho médio das famílias 4,0 4,1 4,0 4,1 4,0 3,9 3,7 3,7 3,6 3,8 3,8 3,5 3,5 3,4 3,5 3,7 3,5 3,5 3,7 3,5Proporção de famílias com chefia feminina 45,5 38,1 38,2 41,2 39,3 38,2 42,4 35,1 34,4 35,4 37,9 44,1 35,8 37,1 35,0 37,2 35,5 35,9 34,4 38,6Proporção de famílias com residência inferior a 4 anos 2,1 3,7 2,0 2,5 5,4 3,1 3,4 3,6 2,9 2,3 1,2 2,3 2,6 2,0 2,7 3,8 2,9 2,5 2,1 4,2Proporção de famílias com chefia de não brancos 74,7 75,7 74,2 80,4 74,7 73,8 75,0 77,3 67,7 70,2 75,1 64,8 66,6 62,2 63,2 69,3 57,9 52,6 65,3 59,4

SAÚDE - AGRAVANTE DA CONDIÇÃO SOCIALProporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de enxergar

49,6 50,6 53,3 53,3 47,9 54,1 51,3 51,6 50,6 52,6 52,7 44,2 54,7 53,4 50,9 48,4 50,0 51,4 52,1 44,5

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de ouvir

17,1 19,2 20,1 18,8 16,2 19,3 18,3 18,9 19,7 19,4 19,0 16,9 21,6 20,3 21,2 19,4 19,7 20,4 19,6 16,5

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus

21,6 23,2 24,1 24,5 18,2 24,7 22,7 23,2 22,3 25,7 25,5 20,5 26,9 25,0 24,9 23,6 24,1 25,4 24,2 21,4

DISCRIMINAÇÃODiferença dos rendimentos entre mulheres e homens 82,1 80,2 77,6 85,0 73,3 78,7 84,7 86,3 80,4 85,3 90,5 75,0 93,3 79,8 89,6 78,2 78,5 78,2 88,8 79,3Diferença dos rendimentos entre negros e brancos 48,7 59,3 63,2 65,1 51,4 60,9 53,0 61,9 70,8 62,7 72,3 57,1 61,4 76,2 67,4 58,0 75,1 75,9 80,3 60,4Proporção de crianças negras em defasagem escolar 49,8 54,7 55,3 56,1 53,7 59,5 49,6 56,6 56,9 49,7 51,4 50,7 50,9 52,3 53,5 54,9 54,1 54,5 57,8 52,5Proporção de crianças brancas em defasagem escolar 45,3 51,0 53,2 52,3 51,1 53,9 46,4 52,7 52,0 47,1 49,1 48,0 46,6 48,5 52,2 51,1 52,1 49,6 55,4 47,4Taxa de analfabetismo de negros 15,0 22,4 26,3 26,9 17,7 27,4 17,6 23,1 27,9 23,9 22,1 10,2 27,1 22,8 27,1 21,0 22,4 23,3 28,1 15,3Taxa de analfabetismo de brancos 10,0 16,7 20,9 21,2 12,5 19,9 11,7 17,9 22,1 18,1 16,8 6,4 20,9 17,9 20,1 14,3 16,0 15,4 22,6 9,3

Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Elaboração própria

Descrição

2010

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.

Page 27: €¦ · Web viewDe acordo com Hoffmann (1978), esse processo de concentração econômica no Sudeste/Sul intensificou-se durante o período da ditadura militar, quando o crescimento

27

Tabela A3 - Indicadores multidimensionais de desigualdade por mesorregião. Mesorregiões Nordestinas, 2010 (conclusão)

Sertão Paraibano Borborema Agreste

ParaibanoMata

ParaibanaSertão

PernambucanoSão Francisco Pernambucano

Agreste Pernambucano

Mata Pernambucana

Metropolitana de Recife

Sertão Alagoano

Agreste Alagoano

Leste Alagoano

Sertão Sergipano

Agreste Sergipano

Leste Sergipano

Extremo Oeste Baiano

Vale São-Franciscano da

Bahia

Centro Norte

Baiano

Nordeste Baiano

Metropolitana de Salvador

Centro Sul

Baiano

Sul Baiano

MERCADO DE TRABALHO E RENDATaxa de Desemprego 7,1 5,6 8,1 9,7 7,7 9,1 6,4 12,9 12,7 6,7 6,9 12,1 7,2 6,4 11,4 8,4 9,4 9,4 8,3 12,3 8,4 10,7Taxa de Formalização 33,1 28,3 40,7 59,4 31,1 43,5 29,0 51,0 64,8 23,2 29,9 58,1 29,0 30,8 58,4 39,8 37,4 35,9 28,0 64,8 34,5 44,7Taxa de Assalariamento 70,4 65,3 65,8 76,7 69,3 76,4 66,5 78,1 78,1 58,8 65,2 77,9 71,8 71,3 76,4 70,7 69,2 70,7 67,9 78,0 74,1 76,2Incidência do trabalho agrícola 16,7 22,3 12,9 7,0 19,8 28,1 18,8 15,1 1,4 19,1 20,8 9,9 29,2 25,3 9,7 19,4 21,5 19,4 23,6 3,4 23,8 22,1Incidência da previdência social 40,5 41,9 38,7 33,1 37,9 29,1 37,0 34,8 32,6 36,7 36,8 31,3 32,7 34,9 29,8 30,8 34,2 35,1 36,6 28,4 37,0 29,0Incidência de programas sociais 41,0 39,8 34,7 26,8 44,5 36,0 36,3 38,2 20,8 51,8 44,1 32,4 43,8 35,4 26,9 37,7 43,2 37,3 43,5 18,3 38,1 31,5Incidência da renda do trabalho 68,9 66,8 69,2 79,0 66,6 79,3 70,3 70,5 80,6 60,2 65,9 76,3 70,1 75,9 79,8 70,3 68,9 72,8 67,5 82,9 72,2 79,3Participação da renda do trabalho na renda total 63,1 56,3 65,1 71,7 62,7 77,4 67,0 66,8 69,2 59,0 65,7 71,9 64,9 67,8 71,5 75,3 67,3 66,9 61,8 73,8 67,8 74,7

CONDICÕES DE VIDA / CONSUMODensidade de morador por dormitório 2,1 1,9 2,0 2,0 2,1 2,2 2,0 2,1 2,0 2,3 2,1 2,2 2,1 1,9 2,0 1,9 2,1 1,9 2,0 2,0 1,8 2,1Densidade de morador por banheiro 1,0 1,0 0,9 0,7 1,1 0,9 1,0 1,0 0,7 1,2 1,0 0,8 1,0 0,9 0,8 1,0 1,0 1,0 1,1 0,7 1,0 0,9Proporção de famílias sem banheiro exclusivo do domicílio

16,5 16,3 12,6 4,2 20,4 12,1 13,2 12,0 3,0 24,6 19,3 7,9 12,7 9,0 5,7 14,2 19,8 15,6 19,8 3,2 14,1 14,1

Proporção de famílias com rede inapropriada de esgoto 40,4 46,0 44,1 48,1 33,6 28,1 37,0 51,5 40,5 63,0 81,0 54,4 56,9 59,8 40,5 70,9 41,7 56,8 55,7 17,9 53,6 36,4

Proporção de famílias sem água encanada 16,1 31,1 20,4 5,3 28,0 12,9 23,0 14,7 4,0 37,3 26,4 6,5 17,0 17,7 7,9 7,2 17,6 15,0 22,1 3,1 12,9 11,0Proporção de famílias sem coleta lixo apropriada 31,3 36,5 24,5 10,2 38,8 27,7 25,9 22,1 5,4 39,7 34,2 11,2 31,9 23,5 12,2 34,7 36,5 27,2 39,8 7,8 34,5 19,3Proporção de famílias sem acesso à energia elétrica 0,8 0,9 0,6 0,4 1,4 1,3 0,6 0,4 0,1 2,0 1,1 0,7 1,5 1,0 0,7 4,8 7,1 3,1 5,0 0,4 4,9 4,8Proporção de famílias sem televisão 5,2 5,6 4,3 3,3 8,1 7,6 5,2 6,3 2,4 10,1 6,5 5,0 9,1 6,2 4,1 11,9 15,3 9,3 12,9 3,4 12,0 11,6Proporção de famílias sem máquina de lavar 89,5 92,2 82,6 67,5 91,3 85,6 86,5 87,9 61,6 92,1 88,3 78,1 90,8 88,6 70,2 84,9 88,2 88,2 90,3 64,1 89,2 83,1Proporção de famílias sem geladeira 9,8 18,0 13,6 7,0 19,4 12,2 15,3 11,9 3,8 26,5 17,9 9,4 15,3 13,0 6,8 16,7 23,9 19,3 24,4 5,4 22,1 18,0Proporção de famílias sem telefone (fixo, em 2000, e fixo e cel, em 2010)

23,4 27,2 20,5 11,0 32,0 21,4 24,9 19,4 6,5 37,2 26,9 14,2 22,1 20,7 10,7 33,9 34,0 28,2 29,0 7,7 34,7 24,1

Proporção de famílias sem computador 86,0 89,0 79,6 68,6 87,0 79,4 84,9 85,8 62,6 89,8 86,0 74,7 88,6 84,7 69,4 82,7 84,3 81,3 87,3 60,4 83,4 78,8Proporção de famílias sem veículo particular 53,3 49,4 59,5 56,5 60,9 58,0 66,1 73,8 64,5 68,5 66,2 70,9 62,8 64,0 61,7 57,0 61,9 63,6 64,0 68,0 61,2 73,0

EDUCAÇÃOTaxa de analfabetismo 23,8 21,5 21,2 14,4 22,4 16,1 23,4 21,5 8,7 28,8 27,0 19,1 27,2 22,5 13,3 17,5 19,9 16,8 22,3 7,1 19,8 18,2Taxa de escolarização das crianças de 6 a 14 anos 97,1 97,7 97,5 97,2 96,3 97,1 96,1 96,2 97,3 96,1 96,2 95,4 97,3 97,4 97,6 97,6 97,0 97,5 97,5 96,8 97,2 96,4Defasagem escolar (6 a 14 anos) 53,7 51,8 52,6 50,8 50,7 48,0 51,0 50,6 44,9 55,7 54,4 50,1 57,0 54,6 51,5 46,0 49,8 48,7 52,6 45,5 49,1 48,1Incidência do ensino médio completo 17,7 17,1 20,8 28,1 17,9 25,2 16,6 20,8 33,9 13,5 15,6 23,6 13,5 15,5 29,4 23,8 21,5 23,1 18,3 36,9 18,6 22,8Incidência do ensino superior completo 4,8 3,9 6,4 11,8 4,7 6,8 4,2 3,9 12,1 2,5 4,1 8,4 3,5 4,1 10,5 4,6 4,0 3,8 2,8 11,2 3,7 5,0

DEMOGRAFIARazão de dependência 53,3 57,0 55,0 46,8 59,1 54,6 55,8 52,8 42,6 65,9 56,6 52,1 56,9 53,1 47,6 52,8 57,4 52,9 56,5 39,8 52,9 53,4Tamanho médio das famílias 3,6 3,4 3,5 3,5 3,7 3,8 3,4 3,7 3,3 3,9 3,7 3,7 3,6 3,4 3,5 3,6 3,8 3,5 3,6 3,2 3,6 3,4Proporção de famílias com chefia feminina 35,6 38,7 39,7 40,5 38,3 38,6 40,6 36,8 45,1 38,2 35,5 39,7 37,7 39,7 42,4 31,7 37,2 40,6 40,3 44,5 35,1 38,2Proporção de famílias com residência inferior a 4 anos 3,5 3,4 3,1 4,5 3,6 4,8 2,7 1,9 2,5 3,3 2,8 2,8 3,3 3,2 4,3 5,2 4,2 2,3 2,2 2,1 2,3 3,8Proporção de famílias com chefia de não brancos 58,4 58,5 61,6 60,1 66,8 69,1 58,0 67,6 61,7 74,5 67,4 67,3 68,6 68,0 72,7 70,6 74,8 77,7 74,3 80,5 69,0 79,4

SAÚDE - AGRAVANTE DA CONDIÇÃO SOCIALProporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de enxergar

49,7 50,8 46,6 47,7 49,6 43,5 47,4 50,9 46,1 50,8 51,4 49,8 47,5 45,2 44,5 45,2 49,0 44,1 44,9 41,9 44,2 43,5

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de ouvir

20,0 19,1 18,6 17,0 19,6 16,1 18,4 18,3 16,6 20,4 18,9 17,9 16,3 17,6 16,0 14,6 18,4 17,5 17,9 14,8 16,9 15,6

Proporção de famílias com pelo menos uma pessoa com dificuldade permanente de caminhar ou subir degraus

25,5 24,7 24,3 23,6 24,0 18,3 23,7 25,5 23,7 25,8 25,6 25,6 19,7 20,8 19,8 18,5 21,9 21,1 22,0 19,5 21,7 21,8

DISCRIMINAÇÃODiferença dos rendimentos entre mulheres e homens 81,0 81,6 82,2 82,2 82,8 76,9 79,8 82,2 76,3 81,3 78,3 82,4 88,5 77,7 79,5 68,6 79,3 75,2 75,5 74,6 76,0 73,9Diferença dos rendimentos entre negros e brancos 66,6 74,7 63,0 56,1 67,2 51,4 73,1 76,7 52,9 70,2 65,0 59,9 79,6 72,8 60,6 54,8 65,4 59,3 71,8 41,7 71,0 55,7Proporção de crianças negras em defasagem escolar 56,7 54,7 55,0 54,1 53,5 50,0 54,4 53,4 47,5 58,5 57,6 54,0 59,2 57,0 54,1 47,8 52,0 50,8 54,9 48,2 51,4 50,7Proporção de crianças brancas em defasagem escolar 53,3 50,7 52,4 49,2 51,0 47,4 51,1 50,9 43,9 56,3 54,3 49,4 57,3 54,0 49,2 45,3 49,5 46,4 51,0 40,8 48,3 46,9Taxa de analfabetismo de negros 26,9 23,9 23,9 16,9 24,5 17,3 26,6 23,1 10,2 30,5 29,4 21,3 28,7 24,1 14,5 18,5 20,9 17,6 23,1 7,6 21,1 19,3Taxa de analfabetismo de brancos 19,6 18,3 17,2 10,6 18,2 12,3 19,2 18,3 6,2 24,4 22,2 14,7 24,2 19,2 10,5 15,2 16,8 13,9 19,8 4,8 16,9 13,6

Fonte: IBGE - Censo Demográfico. Elaboração própria

Descrição

2010

Revista Política e Planejamento Regional (PPR), Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, jan./jun. 2015.