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História econômica do Brasil 1 História econômica do Brasil História do Brasil Este artigo faz parte de uma série Portal Brasil A história econômica do Brasil é marcada pelas grandes divisões de sua história política e geral. No entanto muitos autores identificam continuidades, uma permanência das marcas deixadas pela colonização [1][2] , formulando teorias como a da dependência e ressaltando as diferenças entre as "colônias de povoamento" e as "colônias de exploração" [3] . A economia brasileira viveu vários ciclos ao longo da História do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi privilegiado em detrimento de outros, e provocou sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira. Período Pré-Colonial (1500-1530) Ao contrário das fartas riquezas metálicas encontradas pelos espanhóis nas terras recém-descobertas por eles, nada havia de muito interessante na "Terra de Santa Cruz", além de papagaios, macacos, e uma "madeira de tingir", que já era conhecida no Oriente e que podia alcançar altos preços na Europa. Logo depois da viagem de Cabral outras expedições portuguesas se seguiram para explorar o território e extrair toras da planta nativa. No entanto, os portugueses não estavam sozinhos nos mares e corsários das nações não contempladas no Tratado de Tordesilhas - ingleses, holandeses e principalmente franceses - também passaram a frequentar a costa brasileira. A extração do pau-brasil era feita com o auxílio da mão-de-obra nativa, na base do escambo em que os europeus forneciam objetos de pouco valor na Europa mas que no início exerciam um grande fascínio sobre os nativos, pois estes viviam numa sociedade pré-industrial do paleolítico superior e proto-neolítico, daí manufaturados relativamente comuns na sociedade de consumo-mercado eurasiana alcançarem cotações altas no mercado ameríndio de escambo (como os nativos não conheciam a moeda, os europeus tiveram de se adaptar a economia nativa do escambo para não perder os seus parceiros comerciais valiosos, já que a mesma madeira de procedência do Índico custava muito mais graças ao frete caríssimo e muito mais distante do mercado de tinturaria têxtil europeu). Por vezes foram construídas feitorias (o primeiro grande passo para as primeiras povoações, que seriam embriões das primeiras vilas e cidades após muitas serem tomadas de povos extra-ibéricos que tentavam se assentar de facto no que era de "direito" ibérico na visão ibérica) para proteção contra navios inimigos e para armazenar as toras até o transporte, mas o saldo foi de grande devastação das matas costeiras e nenhum núcleo de povoamento permanente.

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História econômica do Brasil 1

História econômica do Brasil

História do Brasil

Este artigo faz parte de uma série

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A história econômica do Brasil é marcada pelas grandes divisões de sua história política e geral. No entanto muitosautores identificam continuidades, uma permanência das marcas deixadas pela colonização[1][2], formulando teoriascomo a da dependência e ressaltando as diferenças entre as "colônias de povoamento" e as "colônias deexploração"[3]. A economia brasileira viveu vários ciclos ao longo da História do Brasil. Em cada ciclo, um setor foiprivilegiado em detrimento de outros, e provocou sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturaisdentro da sociedade brasileira.

Período Pré-Colonial (1500-1530)Ao contrário das fartas riquezas metálicas encontradas pelos espanhóis nas terras recém-descobertas por eles, nadahavia de muito interessante na "Terra de Santa Cruz", além de papagaios, macacos, e uma "madeira de tingir", que jáera conhecida no Oriente e que podia alcançar altos preços na Europa. Logo depois da viagem de Cabral outrasexpedições portuguesas se seguiram para explorar o território e extrair toras da planta nativa. No entanto, osportugueses não estavam sozinhos nos mares e corsários das nações não contempladas no Tratado de Tordesilhas -ingleses, holandeses e principalmente franceses - também passaram a frequentar a costa brasileira.A extração do pau-brasil era feita com o auxílio da mão-de-obra nativa, na base do escambo em que os europeusforneciam objetos de pouco valor na Europa mas que no início exerciam um grande fascínio sobre os nativos, poisestes viviam numa sociedade pré-industrial do paleolítico superior e proto-neolítico, daí manufaturadosrelativamente comuns na sociedade de consumo-mercado eurasiana alcançarem cotações altas no mercado ameríndiode escambo (como os nativos não conheciam a moeda, os europeus tiveram de se adaptar a economia nativa doescambo para não perder os seus parceiros comerciais valiosos, já que a mesma madeira de procedência do Índicocustava muito mais graças ao frete caríssimo e muito mais distante do mercado de tinturaria têxtil europeu). Porvezes foram construídas feitorias (o primeiro grande passo para as primeiras povoações, que seriam embriões dasprimeiras vilas e cidades após muitas serem tomadas de povos extra-ibéricos que tentavam se assentar de facto noque era de "direito" ibérico na visão ibérica) para proteção contra navios inimigos e para armazenar as toras até otransporte, mas o saldo foi de grande devastação das matas costeiras e nenhum núcleo de povoamento permanente.

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Período ColonialNa década de 1530 estava claro para D. João III que a soberania do Papa e os guarda costas itinerantes não seriamsuficientes para afugentar os franceses que cada vez mais ficavam o pé nas suas possessões americanas. Foi, então, aameaça da possível fixação francesa nas terras brasileiras que o induziu a defendê-las por um processo mais amplo eseguro: promover a ocupação efetiva através do do povoamento e colonização."Mas para isso ocorria uma dificuldade: ninguém se interessava pelo Brasil. A não ser os traficantes de madeira - eestes mesmos já começavam a abandonar uma empresa cujos proveitos iam em declínio - ninguém se interessaraseriamente, até então, pelas novas terras; menos ainda para habitá-las. Todas as atenções de Portugal estavamvoltadas para o Oriente, cujo comércio chegara neste momento ao apogeu. Nem o Reino contava com populaçãosuficiente para sofrer novas sangrias; os seus parcos habitantes, que não chegavam a dois milhões, já suportavamcom grande sacrifício as expedições orientais."[4]

Nessas condições a colonização não se efetivaria sem grandes incentivos, o que o Rei deu, abrindo mão de seuspoderes soberanos em benefício de seus súditos que se dispusessem a arcar com os custos e o risco da colonização.Em 1534, o sistema adotado foi o das capitanias hereditárias, das quais apenas Pernambuco, no Nordeste e SãoVicente, na extremidade meridional conseguiram vencer as dificuldades iniciais e "tornaram-se centros decrescimento populacional e econômico relativamente importantes. As demais, ou foram abandonadas emconsequência de ataques indígenas ou vegetaram numa obscuridade total, com pequeno número de colonos quemantinham uma posição precária em locais isolados da faixa litorânea" (curiosamente na metade do século XVI oRecôncavo baiano já tinha bem mais engenhos de transformação e exportação de sacarose que São Paulo e acapitania da Paraíba em poucos anos após sua conquista também superou a decadente São Vicente incapaz deconcorrer com a sacarose economicamente superior do então próspero e pioneiro Nordeste).[5]

Ciclo da cana-de-açúcarOs donatários em geral não dispunham de grandes recursos para a empresa colonizadora e levantaram fundos tantoem Portugal quanto na Holanda, principalmente junto a comerciantes calvinistas (principais acionistas da Cia dasÍndias Ocidentais e comércio hanseático de Flandres de acordo com documentos históricos), que viam boasperspectivas para a cultura da cana-de-açúcar no Brasil, a partir da experiência das Ilhas Atlânticas. O açúcar de canaalcançava altos preços na Europa e a oferta era pequena, limitada à produção da Sicília, Ilha da Madeira, CaboVerde, e o que chegava dos árabes otomanos, pelo comércio mediterrâneo dominado pelas cidades italianas. "Ovolume desse fornecimento era contudo tão reduzido que o açúcar se vendia em boticas, pesado aos gramas."[6]

A cultura da cana era somente viável em larga escala, utilizando grandes propriedades, no sistema de plantation.Todo o trabalho de desbravamento do território para plantio, exigia grande mão-de-obra e a plantação, colheita etransporte da cana até os engenhos só era rentável se feito em grande escala. Assim a indústria da exportação desacarose era um negócio acessível apenas para grandes empresários (ao contrário do ciclo do ouro onde qualquer umpodia ficar rico do dia pra noite sem necessidade de grandes investimentos, daí ter atraído quantidade alta de colonosem poucas décadas). As primeiras plantas de cana de açúcar chegam ao Brasil em 1532, vindas da Ilha da Madeira,com Martim Afonso de Sousa.Negros africanos (prisioneiros de guerras tribais vendidos pelos "caciques" das tribos inimigas-rivais aosestrangeiros comerciantes islâmicos e não-islâmicos) e indígenas (a primeira grande mão de obra, só descartadaposteriormente graças ao frete que encarecia os subsaarianos, vos fazendo valer mais no mercado e portanto seremmais cobiçados para trocas com ágio maior, enquanto o nativo pagou alto preço pela irracional economia quantitativaque gerou um processo de substituição populacional em larga escala - locais tais como o mar dos Caraíbas, que anteseram totalmente americóides se tornaram subsaarianos e com população que os frágeis biomas insulares nãosuportavam em quantidade pós-sociedade caçadora-coletora) era a mão de obra utilizada na produção eindustrialização da cana-de-açúcar. Mas o preço dos escravos africanos era alto. Os portugueses possuiam poucosrecursos para a implantação da cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Precisavam comprar escravos, preparar a terra,

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fazer o plantio e colheita, instalar os engenhos para a fabricação do açúcar, transportar e distribuir o produto naEuropa.Não tendo recursos, a solução encontrada foi aliar-se aos holandeses que financiaram a implantação do cultivo etransformação da cana-de-açúcar no Brasil. Em troca, os holandeses ficaram com a comercialização do produto naEuropa.Com o propósito português da produção de riquezas o dever na Colônia era produzir o máximo pelo menor custopossível. Nas sesmarias, que eram grandes quantidades de terras (latifúndios) distribuídas pelos donatários egovernadores-gerais aos colonos, é que se desenvolveu o processo da cana-de-açúcar. Surgiram os grandes engenhosbaseados na monocultura da cana-de-açúcar com a mão de obra escrava (a servidão já era regra da economia mundialdesde o neolítico e só acabou pelas pressões capitalistas inglesas, pois ameaçavam deslealmente sua produção edistribuição baseada em mão de obra assalariada livre). Outros produtos (milho, feijão, mandioca,...) só eramproduzidos para subsistência dos moradores da sesmaria.O nordeste, por possuir o solo (argiloso) de fácil adaptação da cana-de-açúcar transformou-se no pólo açucareiro doBrasil (meio mais parecido com a zona original do produto, que era inicialmente o Sudeste asiático). Pernambuco (sedestacando os arredores de Olinda, Mata Norte e comarca alagoana), Bahia (principalmente a zona do recôncavo) eParaíba (esta última tinha estampado em seu brasão colonial o que era tido como o melhor pão de açúcar dohemisfério ocidental do planeta nos mercados europeus) eram as maiores capitanias produtoras de açúcar (todas elasentre o Sudeste do Nordeste Setentrional e o Norte costeiro do Nordeste Sul-Oriental, logo após a decadência de SãoVicente, incapaz de competir com o grande capital investido no Nordeste).Mais por serem abundantementepreservdos.

Escravatura e tráfico negreiro (séculos XVI-XIX)A agricultura da cana nas grandes propriedades monocultoras introduziu o modo de produção escravista, baseado naimportação e escravização de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de tráfico negreiro.O tráfico negreiro só é interrompido em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós.

PecuáriaA pecuária extensiva ajudou a expandir a ocupação do Brasil pelos portugueses, levando o povoamento do litoralpara o interior. Com o aumento da produção de cana de açúcar no litoral brasileiro, o gado que era usado como forçamatriz nos engenhos, além de serem fornecedores de carne e couro, foram empurrados para o interior do Brasil, umavez que a monocultura da cana demandava cada vez mais áreas maiores no litoral em função do solo ser maisfavorável aquela cultura.Avançando pelo interior do Brasil, utilizando-se do Rio São Francisco (Rio da Integração Nacional)o gado desceu o"Velho Chico" instalando fazendas de gado por todo o longo do seu curso, daí sua denominação também de Rio dos"Currais" chegando o gado que inicialmente saiu da Bahia até os Estados do Pìauí e Maranhão, sendo estesresponsáveis pela ocupação e povoamento do Sul do Estado do Maranhão.

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Ciclo da mineração (1709-1789)Durante todo o século XVIII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o interior do território embusca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). Afinal, já no início doséculo XVIII (entre 1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planalto Central eMontanhas Alterosas), nas áreas que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.A descoberta de ouro, diamante e esmeraldas nessa região provocou um afluxo populacional vindo de Portugal e deoutras áreas povoadas da colônia, como São Paulo de Piratininga, São Vicente e o litoral nordestino. Já de início, ochoque na corrida pelas minas levou a um conflito entre paulistas e outros (Guerra dos Emboabas).Outra importante atividade impulsionada pela mineração foi o comércio interno entre as diferentes vilas e cidades dacolônia, proporcionada pelos tropeiros.

DiamantesOs primeiros diamantes no Brasil foram encontrados por volta de 1729, tendo logo despertado a atenção da CoroaPortuguesa. A primeira legislação visando regulamentar a sua exploração foi o Regimento dos Superintendentes eGuardas-mores das Terras Minerais, comum a toda a região. Esse regulamento genérico despertou viva resistênciaentre os mineradores e, em termos fiscais, mostrou-se ineficaz com relação aos diamantes, cujas características(pequenas dimensões e elevado valor) incentivavam a sua ocultação e contrabando.O seu principal centro produtor foi o Arraial do Tijuco (atual Diamantina), na Comarca do Serro do Frio, marcado,além do seu natural isolamento geográfico, pela severidade da legislação diamantífera – materializada, por exemplono chamado "Livro da Capa Verde" - e pelo rigor da fiscalização da Metrópole. Em 1734 era ali foi instituída aIntendência dos Diamantes. No ano seguinte (1735), a extração foi proibida por cinco anos, até que se encontrasseuma maneira mais eficaz de controle por parte da Coroa, e, principalmente, até que se recuperassem os preçosinternacionais do quilate, abalados pela abundância da oferta.Superada esta fase inicial, institui-se, em 1740, o sistema de arrematação por contratos, que perdurou até 1771. Oshistoriadores indicam que, entre 1740 e 1770, foram extraídos mais de 1.666.569 quilates, levando à queda, em 75%,do preço dos diamantes no mercado mundial.A partir de 1771, foi criada a Real Extração, sob controle direto da Coroa. Este sistema perdurou até mesmo depoisda Independência do Brasil (1822), sendo a Real Extração extinta por Decreto apenas em 1832. Estima-se que nesteperíodo, até 1810, cerca de três milhões de quilates foram extraídos.

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Economia na Era Imperial (1822-1889)

Armazém da Alfândega da cidade de Belém, província do Pará, c.1870.

Ao tornar-se independente em 1822, oBrasil possuía uma economia voltada para aexportação de matérias-primas. O mercadointerno era pequeno, devido à falta decréditos e a quase completa subsistência dascidades, vilas e fazendas do país que sededicavam à produção de alimentos e acriação de animais.[7][8] Durante a primeirametade do século XIX, o Estado imperialinvestiu pesadamente na melhoria dasestradas terrestres e detinha por sua vez, ummemorável sistema de portos quepossibilitava uma melhor troca comercial ecomunicação entre as regiões do país.[9] Aeconomia do Brasil era extremamentediversificada no período pós-Independência,[10] mas foi necessário um grande esforço por parte do governomonárquico para realizar a transmutação de sistema econômico puramente escravocrata e colonial para umaeconomia moderna e capitalista. Contudo, a monarquia fora capaz de manter até o fim de sua existência oextremamente notável crescimento econômico iniciado com a vinda do então príncipe-regente dom João ao Brasil.Isto foi possível, em parte, graças ao liberalismo adotado pelo regime monárquico, que favorecia a iniciativaprivada.[11]

Para um país carente de capitais, seria necessário investir o tanto quanto possível nas exportações, buscando alcançaruma balança superavitária. Contudo, tal feito fora complicado pela completa falta de produtos manufaturados nopaís, que resultou num aumento considerável das importações, criando um déficit contínuo. A maior parte dasimportações eram tecidos, vinhos, sabões comestíveis, perfumarias, dentre outros. Até a década de 1850, itens comocarvão, maquinaria, cimento, ferro, ferramentas e artigos de ferro representavam 11% das importações brasileiras emrelação à Grã-Bretanha. Mas o processo de industrialização constante do Brasil faria com que este percentualalcançasse 28% em 1889.[12] Com o passar das décadas em que surgiram novas tecnologias e com o aumento daprodutividade interna, as exportações aumentariam consideravelmente, possibilitando alcançar o tão almejadoequilíbrio na balança comercial. Durante a década de 1820, o açúcar equivalia a cerca de 30%, o algodão 21%, o café18% e couros e peles 14% do total das exportações. Apenas vinte anos depois, o café alcançaria 42%, enquanto oaçúcar 27%, os couros e peles 9% e o algodão 8% do total das exportações. Entretanto, isto não significou umadiminuição na produção desses produtos, pelo contrário, mas "refletia uma diferença no crescimento relativo dessessetores". Neste período de apenas vinte anos, as "exportações brasileiras dobraram em volume e triplicaram em valornominal", enquanto seu valor em libras esterlinas aumentou em 40%.[10]

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Estrada de ferro em Petrópolis, 1885. O advento dos trens tornou o transporte decarga menos oneroso e mais rápido, diminuindo consideravelmente o custo de

produção.

Nos anos 1820, o Brasil exportou cerca de11 mil toneladas de cacau, enquanto em1880 o valor foi de 73.500 toneladas.[13]

Entre os anos 1821 e 1825, exportou-se41.174 toneladas de açúcar, que atingiu oincrível valor de 238.074 toneladas entre1881 e 1885.[14] Até 1850 a produção deborracha fora insignificante, mas em entre1881 e 1890, alcançou o terceiro lugar nasexportações brasileiras.[15] Foram ao todocerca de 81 toneladas entre 1827 e 1830,atingindo 1.632 toneladas em 1852, e em1900 foram 24.301.452 toneladas.[13]

Exportou-se também, cerca de 3.377.000toneladas de café entre 1821 e 1860,

enquanto entre 1861 e 1889 alcançou 6.804.000 toneladas.[16] A inovação tecnológica também contribuiu para ocrescimento das exportações,[10] como citado anteriormente. A principal razão foi à adoção da navegação a vapor ede ferrovias, que permitiu ao transporte de carga tornar-se bem menos oneroso e muito mais rápido.[17] O valorabsoluto das exportações do Império em 1850 era o mais elevado da América Latina (o triplo da Argentina, queestava em quarto lugar) e manteria esta posição (inclusive em termos econômicos gerais) até o final damonarquia.[18]

O comércio exterior, ou seja, importação e exportação somadas, acumulavam um valor total de 79.000:000$000entre 1834 e 1839 para atingir 472.000:000$000 em 1886 (taxa de crescimento anual de 3,88% desde 1839). A partirde 1859, a balança comercial entre importação e exportação se equilibra até esta última tornar-se maior que aprimeira em 1865. Após 1874, a balança comercial fica claramente favorável, tendo as exportações números bemmais altos que a importação. A maior parte das exportações brasileiras eram produtos agrícolas.[19] No entanto, asexportações norte-americanas de produtos agrícolas respondiam por um percentual que variava em torno de 73% a83% entre os anos 1850 e 1900 de todas as vendas externas, para efeitos de comparação.[20] O crescimentoeconômico foi percebido no Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) que de 50.000:000$000 em 1840, veio a atingir acifra de 500.000:000$000 em 1889 (uma incrível taxa de crescimento anual de 4,81% desde 1840).[21] O crescimentoeconômico brasileiro, principalmente a partir de 1850, se comparado aos Estados Unidos e aos países europeus, foi"muito bom".[22] O Brasil do último ano da monarquia era "próspero e respeitado".[23] O historiador Heitor Lyraresume a questão:

Vista do centro da cidade do Rio de Janeiro, 1889. O comércio exterior brasileirocresceu a uma taxa média anual de 3,88% durante 47 anos.

"O Império, sob o ponto devista do progresso e dodesenvolvimento material dopaís, não foi o atraso e aestagnação, de que ainda hoje éacusado por quantos não sequerem dar ao trabalho deestudar e conhecer melhor esseperíodo da nossa História. E averdade é o que o Brasil era, defato, e de direito, sob este eoutros aspectos, a primeiraNação da América Latina. Essa hegemonia ela iria conservar até o último dia da Monarquia".[24]

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A renda per capita brasileira em 1890 era de $770 (em valores de 1990).[25] Para se ter uma ideia do potencialeconômico do país durante o Império, caso "tivesse podido manter o nível de produtividade conquistado em 1780 econseguido ampliar as exportações com ritmo igual ao verificado na segunda metade do século XIX, sua renda percapita em 1950 seria comparável à da média dos países da Europa Ocidental, e o país não se teria atrasado tanto".[26]

Ou seja, no início da segunda metade do século XX, não só o país seria mais rico, mas o povo brasileiro também,que por sua vez teria uma condição de vida muito superior a existente atualmente.

AgriculturaA agricultura no Brasil detinha um papel extremante importante: 80% das pessoas em atividade dedicavam-se aosetor agrícola, 13% ao de serviços e 7% ao industrial.[27] No interior do país havia uma agricultura realizada pelospróprios produtores (sem a utilização de escravos), abastecendo o mercado local.[8] Na região norte e nordeste,principalmente nas províncias do Maranhão, Pernambuco, Alagoas e Paraíba ocorria o cultivo de algodão emconjunto com culturas de alimentos (para a própria subsistência e venda nos mercados locais), que era produzido porpequenos e médios lavradores.[28] As grandes distâncias, que encareciam o custo do transporte, mais os impostosinterprovinciais para o trânsito de mercadorias, restringiam consideravelmente a capacidade de distribuição por partedos produtores destes setores voltados ao mercado interno.[18]

Fazenda Santa Genebra, província de São Paulo, 1880. Os produtores agrícolasbuscaram modernizar seus empreendimentos para manter a competitividade no

mercado internacional.

Na região sudeste, a produção de café queno início do Brasil independente respondiapor percentual de apenas 3% nasexportações, foi se tornando a cada décadamais e mais importante para a economiabrasileira, principalmente devido aoaumento extraordinário no mercadoconsumidor internacional. As fazendascafeeiras eram praticamenteauto-sustentáveis, pois não só o café eraproduzido, mas também a alimentação evestuário para os escravos, negando apossibilidade de surgimento de outrossetores econômicos voltados para estemercado. Entretanto, a extinção do tráficonegreiro (e o consequente encarecimento no

valor dos escravos) obrigou aos produtores a focarem na manutenção da mão-de-obra em detrimento daauto-sustentabilidade. Buscava-se, então, impedir uma alta nos custos da produção.[29]

Para se manterem competitivos nos mercados internacionais, os produtores agrícolas com ajuda governamental buscaram modernizar a produção, adotando inovações técnicas e tecnológicas. No Norte e Nordeste do país, foram instaladas grandes unidades de processamento de cana-de-açúcar, chamados de engenhos centrais, que revolucionaram a economia tradicional. Estas usinas vieram a ocupar o lugar das antigas fábricas de açúcar que datavam do período colonial, efetivamente industrializando o setor.[18][30][31] Nas regiões cafeeiras, os produtores realizaram a transição da mão-de-obra escrava para a paga, com a absorção dos imigrantes estrangeiros que chegavam aos milhares a cada ano e também de ex-escravos. Os benefícios eram muitos, mas o principal era o barateamento do custo de produção, pois o sustento de escravos revelara-se mais oneroso que o pagamento de salários a trabalhadores livres. A província de São Paulo foi a melhor logrou sucesso nessa empreitada, realizando a transição do antigo sistema econômico escravocrata para o moderno capitalista. A província do Rio de Janeiro, contudo, se revelou incapaz de assimilar as novas tendências do mercado, preferindo manter a utilização de mão-de-obra escrava até o fim, o que eventualmente causaria o seu colapso. O governo imperial não se limitou a

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facilitar o crédito para a compra de equipamentos modernos ou a vinda de imigrantes, mas também diminuiu váriosimpostos para colaborar com o esforço de modernização da produção agrícola do país. Um destas medidas ocorreuem 1874 quando o gabinete Rio Branco fixou em 40% a taxa de imposto para todas as mercadorias importadas (eque viria a incentivar a indústria nacional), ao mesmo tempo em que criou franquias aduaneiras para importaçõesrelacionadas a plantas vivas, sementes, raízes, bulbos e aparelhos mecânicos com o intuito de desenvolver aagricultura.[32]

IndústriaA Indústria brasileira tem sua origem remota nas oficinas artesanais datadas do início do século XIX. A maior partedos estabelecimentos industriais surgiram no Sudeste brasileiro (principalmente na província do Rio de Janeiro,Minas Gerais e mais tarde, São Paulo), e de acordo com a Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, 77estabelecimentos foram registrados entre 1808 e 1840 e receberam a classificação de "fábricas" ou "manufaturas".Contudo, a maior parte, cerca de 56 estabelecimentos, na realidade se encaixavam na categoria de "oficinasartesanais" e estavam voltados para os ramos de sabão e velas de sebo, rapé, fiação e tecelagem, alimentos, fundiçãode ferro e metais, lã e seda, dentre outros. Utilizavam como mão-de-obra tanto elementos livres como tambémescravos.[33]

Fábrica de Ferro de São João de Ipanema em Sorocaba, província de São Paulo,1884.

Havia vinte estabelecimentos que poderiamser considerados de fato manufatureiros, edeste total, treze foram criados entre os anos1831 e 1840. Eram todos, contudo, depequeno e porte e se assemelhavam mais aoficinas artesanais maiores do que a fábricasde propriamente ditas. Entretanto, atuavamem ramos extremamente diversos, taiscomo: chapéus, pentes de tartaruga, ferrariae serraria, fiação e tecelagem, sabão e velas,vidros, tapetes, oleados, etc. Provavelmentecausada pela instabilidade do períodoregencial, apenas nove destesestabelecimentos ainda estavam emfuncionamento em 1841, mas emcompensação, eram de grande porte e poderiam ser consideradas um "prenúncio de uma nova era para asmanufaturas".[34] As razões pelo qual foi extremamente limitado o advento de manufaturas reais anteriormente adécada de 1840 ocorreram devido: a auto-suficiência das regiões do país (principalmente das fazendas de café ecana-de-açúcar, que produziam seus próprios alimentos, vestuário, equipamentos, etc…), a falta de capitais e o altocusto da produção. Este último, por exemplo, impossibilitava as manufaturas nacionais de competirem com produtosestrangeiros, apesar de alguns já utilizarem máquinas, pois a maior parte da matéria-prima era importada.[35]

A promulgação da tarifa Alves Branco, entretanto, viria a modificar tal quadro. Tinha por objetivo aumentar a arrecadação do Estado e incentivar o crescimento da indústria nacional, logrando sucesso em ambas as empreitadas.[36][37] A súbita proliferação de capital foi direcionada para investimentos nas áreas de serviços urbanos, transportes, comércio, bancos, indústrias, etc…[38] A maior parte do capital investido nas indústrias foi direcionado ao ramo têxtil.[39] Contudo, num crescimento industrial sem precedentes, surgiram múltiplos estabelecimentos manufatureiros, tais como de: fundição e maquinaria, sabão e velas, vidros, cerveja, vinagre, galões de ouro e prata, calçados e cordoaria, couros, calçados e cordoaria, sabão e velas, chapéus e tecidos de algodão.[40] Também pode ser citada a criação de uma indústria metalúrgica em Ponta da Areia, na cidade de Niterói, que inclusive construiu navios a vapor.[41] É provável que a indústria têxtil tenha sido a mais beneficiada pelo fato de ser a mais antiga em

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atividade no país. Surgiu em 1830, com a instalação da fábrica Santo Antonio do Queimado na cidade de Salvador,capital da província da Bahia. O setor têxtil foi bastante dinâmico no período monárquico e recebeu grandesinvestimentos até 1890, quando entrou em decadência. Várias modernizações ocorreram, principalmente entre osanos 1840 e 1860, quando fábricas de alto nível de capacitação tecnológica foram criadas capazes de competir comoutros centros internacionais importantes. Outras melhorias surgiram com a implantação de fábricas e forjas voltadaspara a produção de peças para os estabelecimentos têxteis.[42] O pólo industrial que surgiu na província da Bahiaexpandiu consideravelmente o seu alcance econômico atingindo o sul do Ceará, Piauí e até mesmo Minas Gerais.[43]

Poços petrolíferos em Arroio dos Ratos, província do Rio Grande do Sul, 1885.

A extinção do tráfico negreiro em 1850, aocontrário do que muitos autores alegam, nãoprovidenciou uma "liberação" de créditopara a área industrial. Tal afirmação nãopossui base documental alguma.[44]

Contudo, o capital antes empregado notráfico foi direcionado a setores como os de:empresas de serviços urbanos, transportes,bancos e comércio. Mas é possível quetenha contribuído indiretamente para ocrescimento do setor industrial através deempréstimos concedidos posestabelecimentos bancários.[45] Ao iniciar adécada de 1850, havia cerca de 50 fábricascom capital superior a 7.000:000$000.[21]

Diferente da visão costumeira acerca do tema, o governo imperial criou diversos incentivos para a industrializaçãodo país. Os mais antigos datam ainda do reinado de dom Pedro I, através de concessões de subvençõesgovernamentais. O primeiro estabelecimento a receber tal concessão foi a "Fábrica das Chitas", voltada paraestamparia e papel, por decreto de 26 de junho de 1826.[46] A prática foi retomada na década de 1840, quando novosestabelecimentos industriais receberam subvenções. Em 1857, sete manufaturas eram beneficiadas por esta prática deincentivo, dentre elas, o Ponta de Areia, de propriedade de Irineu Evangelista de Sousa (futuro visconde de Mauá).Um dos critérios exigidos para a concessão destas subvenções era o emprego exclusivo de trabalhadores livres.[47]

Buscava-se, então, não só a transição do antigo sistema econômico colonial para o moderno capitalista, mas tambémda mão-de-obra escrava para a livre. Outros incentivos ocorreram, como o decreto 8 de agosto de 1846 que isentavaos produtos manufaturados de direitos de transporte (tanto no interior quanto no exterior), dispensava dorecrutamento militar em determinado número de empregados dos estabelecimentos industriais e eliminava a taxaçãosobre peças e maquinário importados pelas fábricas têxteis. No ano seguinte, novo decreto datado de junho declaravaque todos os estabelecimentos industriais em solo nacional estariam livres de impostos sobre matéria primasimportadas.[41][48] Desta maneira, os custos de produção da indústria nacional diminuíram consideravelmente,permitindo-a competir com produtos estrangeiros. A tarifa Alves Branco sofreu modificação em 1857, reduzindopara 15% as taxas sobre os produtos importados.[49][50] Entretanto, no gabinete Rio Branco as taxas sobre produtosestrangeiros foi elevada novamente para 40%, e novas matérias primas receberam isenções tributárias sobre asimportações.[32]

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Gaston d´Orléans, conde d´Eu, e dona Isabel, Princesa Imperial, ao lado de oficiaisem visita a usina dedicada a fabricação de armamentos militares.

Ao final da década de 1860, ocorre um novosurto industrial causado por dois conflitosarmados: a Guerra Civil norte-americana e aGuerra do Paraguai. Na primeira, aprodução de algodão foi interrompida pelobloqueio realizado pelas forças da Uniãocontra a Confederação. A segunda causou aemissão de moeda e o aumento de tarifas deimportação para cobrir os gastos com oconflito. O resultado foi um grande estímulonão só para a indústria têxtil, mas tambémpara outros setores, tais como: a química, decigarro, de vidro, papel, de couro, deinstrumentos ópticos e náuticos, etc…[44]

Durante a década de 1870, graças a decadência da região cafeeira do vale do Paraíba e de algumas áreas de produçãoaçucareira, muitos fazendeiros investiram não somente na indústria têxtil de algodão, mas também em outros setoresmanufatureiros. A implantação de uma malha ferroviária por todo o território nacional também estimulou osurgimento de novas atividades industriais, principalmente em São Paulo.[51] A indústria naval também sofreu umgrande impulso neste período. É a partir da década de 1870 que o processo de industrialização do Brasil se tornaconstante e revela uma grande expansão.[52]

Em 1880 é criado a Associação Industrial, com a primeira diretoria eleita no ano seguinte, atuou no sentido de apoiarnovos incentivos industriais e realizar propagandas contra os defensores de um Brasil essencialmente agrícola.[53] Docapital empregado na economia brasileira até 1884, 9,6% era direcionado a indústria. A partir de 1885, estepercentual cresce para 11,2%. Entretanto, sofre uma abrupta queda no período republicano atingindo 5% entre 1890e 1894, e revela uma leve melhora para 6% entre 1900 e 1904, mas seriam necessários muitos anos até retornar aospatamares dos tempos do Império. Ao ser extinta através de um golpe de Estado sem participação popular em 1889,existiam sob o regime monárquico brasileiro 636 fábricas (taxa de crescimento anual de 6,74% 1850) com umcapital de 401.630.600$000 (taxa de crescimento anual de 10,93% desde 1850). Deste valor, 60% estava empregadono setor têxtil, 15% na alimentação, 10% no químico, 4% no madeireiro, 3,5% no vestuário e 3% na metalurgia.[54]

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Ciclo do café (1800-1930)

Uma lavoura de café no início do século XX

O café foi o produto que impulsionou a economiabrasileira desde o início do século XX até a década de1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba(entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonasde terra roxa do interior de São Paulo e do Paraná, ogrão foi o principal produto de exportação do paísdurante quase 100 anos. Foi introduzida por Franciscode Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir desementes contrabandeadas da Guiana Francesa.

A economia cafeeira em São Paulo foi o grande motorda economia brasileira desde a segunda metade doséculo XIX até a década de 1920. Como o Brasildetinha o controle sobre grande parte da oferta mundialdesse produto, podia facilmente controlar os preços docafé nos mercados internacionais, obtendo assim lucroselevados. Segundo Celso Furtado, o maior problemadeste sistema econômico era que, sendo o Brasil umpaís abundante em terras disponíveis para a agriculturae em mão-de-obra sub empregada, os lucros obtidosincentivavam novas inversões de capitais no setor,elevando gradualmente a oferta de café a ser exportado.Por outro lado, a demanda mundial de café tinha a característica de ser inelástica em relação ao preço e à renda dosconsumidores, isto é, o seu crescimento dependia fundamentalmente do crescimento populacional dos paísesconsumidores. Assim, tinha-se uma situação de crescimento da oferta de café muito superior ao crescimento de suademanda, indicando uma tendência estrutural de baixa de preços no longo prazo.

As políticas governamentais de valorização do café, conforme instituídas do Convênio de Taubaté em 1906,consistiam basicamente na compra, por parte do governo federal, dos estoques excedentes da produção de café, pormeio de empréstimos externos financiados por tributos cobrados sobre a própria exportação de café. No curto prazo,tal política ajudou a sustentar os preços internacionais do produto, sustentando a renda dos exportadores. Porém, amédio e longo prazo, essa política deu uma posição de favorecimento do café sobre os demais produtos brasileiros deexportação, além de inflar artificialmente os lucros do setor (pois essa política não tinha nenhum impacto sobre ademanda internacional pelo produto), o que estimulava novas inversões de capitais na produção, pressionando aindamais a oferta nacional de café.A crise internacional de 1929 exerceu imediatamente um duplo efeito na economia brasileira: ao mesmo tempo emque reduziu a demanda internacional pelo café brasileiro, pressionando seus preços para baixo, impossibilitou aogoverno brasileiro tomar empréstimos externos para absorver os estoques excedentes de café, devido ao colapso domercado financeiro internacional. Todavia, o governo não poderia deixar os produtores de café a sua própria sorte evulneráveis os efeitos da grande crise; o custo político de uma atitude como essa seria impensável para um governoque ainda estava se consolidando no poder, como era o caso do governo de Getúlio Vargas no início da década de1930. Por isso, a partir deste período, o Estado brasileiro passou a desempenhar um papel ativo na economianacional.

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Ciclo da borracha (1866-1913)No início do século XVIII, o naturalista Charles Marie de La Condamine viaja à região amazônica e estuda aspropriedades de um poderoso auto-cicatrizante da Hevea brasiliensis, árvore nativa da Amazônia, conhecida comoseringueira, constata finalidades para vários usos na vida humana. Posteriormente, Charles Goodyear descobriria oprocesso de vulcanização desse líquido conhecido como látex, sendo possível a fabricação de pneumáticos para aindústria automobilística - até então os carros utilizavam rodas de madeira. Porém, apenas mais de um século depois,cerca do ano de 1870, começou a tornar-se sensação na Europa e nos Estados Unidos: a demanda crescia vorazmentee a oferta crescia timidamente, gerando um rápido aumento na cotação internacional do produto.Na época, o único local de existência da árvore era em toda a Amazônia. Fazendeiros, pequenos agricultores, eoutros agroempresários foram atraídos para o interior da Amazônia para constituir fazendas silvicultoras, voltadas àextração de látex. Simples homens ergueram-se como barões da borracha, concentrando renda e relegando suamão-de-obra à miséria e a condições análogas à escravidão.Na pauta de exportações brasileiras, a borracha chegou a representar 40%, possuindo a mesma parcela departicipação que o café durante o ciclo do café, evidenciando a grande importância do ciclo da borracha. Os lucrosauferidos com tal comércio ficavam concentrados basicamente nas metrópoles amazônicas, Belém e Manaus,principalmente na primeira (devido a sua posição estratégica, próxima ao oceano), suas rendas per capitas chegavama ser uma das mais altas do planeta. Os lucros eram destinados principalmente às mãos dos empresários do sectorfinanceiro. As duas cidades passaram por profundas reformas urbanas, frutificando imensos projetos urbanísticos defrancização como o Petit Paris em Belém e a Paris nos Trópicos, em Manaus, incluindo grandes e opulentas obrascomo o Theatro da Paz (Belém), o Teatro Amazonas (Manaus), suntuosos palácios, boulevards e imensas avenidascom túneis de mangueiras.O Ciclo da Borracha é também conhecido na Amazônia como a Belle Époque e foi uma época de ostentação efausto, porém começou a ruir com as bruscas quedas na cotação internacional da borracha, graças a ampliação emdemasia da oferta de látex, propiciada pela biopirataria de milhares de seringueiras ao Oriente; emigração de famíliascapitalizadas e a I Guerra Mundial. Porém o factor determinante para seu ocaso foi a pouca diversificação daeconomia amazônica, já que acreditavam que os altíssimos lucros da borracha seriam eternos. Para se ter noção, arenda per capita de Belém do Pará caiu quase cinco vezes de 1910 a 1920. Com o fim do ciclo, houve saqueamentos,suicídios, emigração em massa, abandono de casarões, sucateamento. (1800 a 1930)Desde a época colonial até 1930, a economia brasileira foi organizada economicamente por meio da produção eexportação de algumas poucas " commodities " agrícolas, cujas características centravam-se na produção de gênerosque interessavam ao mercado internacional. Esse fato define a economia brasileira nesse período comoprimário-exportadora.[55]

Ciclo da soja (1970-)Desde a década de 1970, o novo produto que impulsionou a economia de exportação foi a soja, introduzida a partirde sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O modelo adotado para o plantio de soja foi a monoculturaextensiva e mecanizada, gerando muita riqueza para o país através de um novo setor chamado de "agronegócio".O crescimento da cultura da soja se deu às custas da "expansão da fronteira agrícola" na direção da Amazônia, o quepor sua vez vem provocando desmatamentos em larga escala.A crise da agricultura familiar e o desalojamento em massa de lavradores ocasionou o surgimento dos movimentosde sem-terra (MST, MTL, Via Campesina).

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Industrialização e desenvolvimentismo (1945-1964)O chamado desenvolvimentismo (ou nacional-desenvolvimentismo) foi a corrente econômica que prevalesceu nosanos 1950, do segundo governo de Getúlio Vargas até o Regime Militar, com especial ênfase na gestão de JuscelinoKubitschek.O modelo de transporte adotado foi o rodoviário, em detrimento de todos os demais (ferroviário, hidroviário, naval,aéreo).Valendo-se de políticas econômicas desenvolvimentista desde a Era Vargas, na década de 1930, o Brasildesenvolveu grande parte de sua infra-estrutura em pouco tempo e alcançou elevadas taxas de crescimentoeconômico. Todavia, o governo muitas vezes manteve suas contas em desequilíbrio, multiplicando a dívida externa edesencadeando uma grande onda inflacionária.O presidente João Goulart tentou implementar as reformas de base (agrária, habitacional, financeira) mas foiimpedido pelo golpe militar de 1964.Em 1967, é criada a Zona Franca de Manaus.

Milagre econômico (1969-1973)Entre 1969 e 1973, o Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um crescimento acelerado da indústriagerou empregos e aumentou a renda de muitos trabalhadores. Houve, porém, ampliação da concentração de renda. Oprincipal motivo era a defasagem dos salário mais baixos. Por exemplo, o salário mínimo real, apesar de cair menosdo que no período entre 1964 e 1966, quando sofreu uma diminuição de 25%, baixou mais 15% entre 1967 e 1973.Era a famosa teoria de "fazer crescer o bolo, para dividir depois";A industrialização foi centralizada propositalmente no eixo Rio-São Paulo, o que destruiu a economia de outrasregiões do país que não receberam o mesmo nível de subsídios e investimentos, principalmente o Sertão Nordestino,o que ocasionou a migração em massa destas regiões preteridas pelo governo federal para as regiões maissubsidiadas pelo mesmo com mais investimentos, o que só ampliou a níveis jamais vistos antes problemas que atéhoje perduram, tais como decadência urbana, favelização, criminalidade, etc.

Recessão e crise monetária (1973-1990)Da Crise do Petróleo até o início dos anos 1990, o Brasil viveu um período prolongado de instabilidade monetária ede recessão, com altíssimos índices de inflação (hiperinflação) combinados com arrocho salarial, aumento da dívidaexterna e crescimento pífio.Já na década de 1980, o governo brasileiro desenvolveu vários planos econômicos que visavam o controle dainflação, sem nenhum sucesso. O resultado foi o não pagamento de dívidas com credores internacionais (moratória),o que resultou em graves problemas econômicos que perdurariam por anos. Não foi por acaso que os anos 1980, naeconomia brasileira, ganharam o apelido de "década perdida".•• Plano Cruzado•• Plano Bresser•• Plano Collor

Abertura Econômica (1990-2003)O governo Fernando Collor teve como principal lema a falência do projeto desenvolvimentista como motor de crescimento. Em particular, a baixa qualidade dos automóveis e computadores nacionais, protegidos por altas barreiras alfandegárias foi utilizada como exemplo da incapacidade do governo como grande empresário. A partir de então, observou-se uma crescente abertura comercial e uma série de privatizações. Diversas empresas de baixa eficiência, principalmente do setor de informática, foram à falência enquanto a qualidade dos produtos disponíveis

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teve uma melhora substancial.A estabilidade monetária só foi alcançada com a implantação do Plano Real, em 1994, já no governo Itamar Franco.Como consequência do fim da inflação e do fim do regressivo imposto inflacionário, houve uma melhora da rendasem precedentes para as classes mais baixas. O ministro da fazenda, Fernando Henrique Cardoso foi eleitopresidente com ampla margem. Sua presidência foi caracterizada por avanços nos processos de modernização eredistribuição de renda.A Lei de Responsabilidade Fiscal ajudou a controlar os gastos dos estados e municípios. Por outro lado, a insistênciana política de câmbio fixo valorizado gerou prejuízo na situação fiscal que culminou com o ataque especulativo e aimplementação do regime de câmbio flutuante com Armínio Fraga. A implementação de políticas redistributivascomo Bolsa Escola e Bolsa Alimentação ajudou a reduzir a concentração de renda, porém com efeitos muitoinferiores aos do fim da inflação.A política econômica do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, baseada no câmbio flutuante e numapolítica monetária austera visando o controle da inflação, foi mantida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Doponto de vista fiscal, o controle do superávit se deu através de um aumento substancial de arrecadação quecontrabalanceou a significativa elevação nos gastos públicos. A unificação dos programas redistributivos sob o nomede bolsa família foi a principal bandeira do governo Lula.Apesar das reduzidas taxas de crescimento, principalmente comparadas com as obtidas entre 1948 e 1979, houveuma significativa redução da desigualdade social no período entre 1990 e 2007 bem como uma melhora substancialem outros índices como os de escolaridade e de mortalidade infantil.[1] Como declara Celso Furtado na frase de abertura de sua Formação Econômica do Brasil: "A ocupação econômica das terras americanas

constitui episódio da expansão comercial da Europa." São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Página 25.[2][2] Ou então Caio Prado Jr. na História Econômica do Brasil: "Em suma e no essencial, todos os grandes contencimentos desta era a que se

convencionou com razão chamar de "descobrimentos", articulam-se num conjunto que não é senão um capítulo da história do comércioeuropeu. Tudo que se passa são incidentes da imensa empresa comercial a que se dedicam os países da Europa a partir do séc. XV e que lhesalargará o horizonte pelo oceano afora." São Paulo: Brasiliense, 2003. Página 14.

[3][3] Expressões consagradas pelo trabalho clássico de Leroy Beaulieu, De la colonisation chez le peuples modernes, e desenvolvida na tambémclássica exposição de Caio Prado Jr.: "No seu conjunto, e vista no plano mundial e internacional, a colonização dos trópicos toma a formatoma o aspecto de uma vasta empresa comercial, mais complexa que a antiga feitoria, mas sempre com o mesmo caráter que ela, destinada aexplorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu. É este o verdadeiro sentido da colonização tropical, deque o Brasil é uma das resultantes; e ele explicará os elementos fundamentais, tanto no social quanto no econômico, da formação e evoluçãohistórica dos trópicos americanos. (...) É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção a considerações que nãofossem o interesse daquele comérico, que se organizarão a sociedade e economia brasileiras. História Econômica do Brasil. São Paulo:Brasiliense, 2003. Página 23.

[4][4] Prado Jr. Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2008. Página 31.[5] Boxer, Charles R. O Império Marítimo Português. São Paulo: Companhia da Letras, 2002. Página 100[6][6] Prado Jr. Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2008. Página 32.[7][7] FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Fundação de Desenvolvimento da Educação, 1995, pg.240[8][8] FAUSTO, Boris e DEVOTO, Fernando J. Brasil e Argentina: Um ensaio de história comparada (1850-2002). 2. ed. São Paulo: Editoria 34,

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[21][21] VIANNA, Hélio. História do Brasil: período colonial, monarquia e república. 15. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1994[22][22] FAUSTO, Boris e DEVOTO, Fernando J. Brasil e Argentina: Um ensaio de história comparada (1850-2002). 2. ed. São Paulo: Editoria 34,

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Estácio de Sá-prof.Antônio Elder

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