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1 Prof. Lorí Viali, Dr. [email protected] http://www.pucrs.br/famat/viali/ Pesquisa Operacional II Teoria dos Grafos 01 História e Aplicações da Teoria dos Grafos Prof. Lorí Viali, Dr. – PUCRS – FAMAT: Departamento de Estatística Curso: Engenharia de Produção – Teoria dos Grafos Parte I Com o artigo de Leonhard Euler (1707 – 1783) as As Sete Pontes de Königsberg, publicado em 1736. O Início Prof. Lorí Viali, Dr. – PUCRS – FAMAT: Departamento de Estatística Curso: Engenharia de Produção – Teoria dos Grafos Parte I Nasceu em Basel, Suíça. Teve aulas particulares de matemática com Johann Bernoulli. Em 1727 conseguiu um emprego na seção médica da Universidade de St Petersburg, mas no caos que seguiu a morte da imperatriz Catherine I, conseguiu se mudar para o departamento de matemática. Casou, em 1733, e teve 13 filhos, dos quais apenas 5 sobreviveram até a idade adulta. Leonhard Euler (1707 – 1783) Prof. Lorí Viali, Dr. – PUCRS – FAMAT: Departamento de Estatística Curso: Engenharia de Produção – Teoria dos Grafos Parte I Em 1741 mudou-se para Berlin, onde ficou por 25 anos. Publicou cerca de 500 livros e artigos em vida e outros 400 foram publicados postumamente. Inventou as notações i, π, e, sen, cos, f(x) entre outras. Ficou cego, mas tornou-se ainda mais produtivo, dizia “agora eu tenho menos distrações”. Prof. Lorí Viali, Dr. – PUCRS – FAMAT: Departamento de Estatística Curso: Engenharia de Produção – Teoria dos Grafos Parte I A cidade é cortada pelo rio Pregel, que a separa em duas áreas principais e em duas grandes ilhas. Existiam sete pontes conectando as várias áreas de terras. As Sete Pontes de Königsberg

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Prof. Lorí Viali, Dr.

[email protected]

http://www.pucrs.br/famat/viali/

Pesquisa Operacional II

Teoria dos Grafos

01

História

e

Aplicações

da Teoria

dos Grafos

Prof. Lorí Viali, Dr. – PUCRS – FAMAT: Departamento de Estatística

Curso: Engenharia de

Produção – Teoria dos

Grafos – Parte I

Com o artigo de Leonhard Euler (1707 –

1783) as As Sete Pontes de Königsberg,

publicado em 1736.

O Início

Prof. Lorí Viali, Dr. – PUCRS – FAMAT: Departamento de Estatística

Curso: Engenharia de

Produção – Teoria dos

Grafos – Parte I

Nasceu em Basel, Suíça. Teve aulas particulares

de matemática com Johann Bernoulli.

Em 1727 conseguiu um emprego na seção

médica da Universidade de St Petersburg, mas

no caos que seguiu a morte da imperatriz

Catherine I, conseguiu se mudar para o

departamento de matemática.

Casou, em 1733, e teve 13 filhos, dos quais

apenas 5 sobreviveram até a idade adulta.

Leonhard Euler (1707 – 1783)

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Produção – Teoria dos

Grafos – Parte I

Em 1741 mudou-se para Berlin, onde ficou por

25 anos.

Publicou cerca de 500 livros e artigos em vida

e outros 400 foram publicados postumamente.

Inventou as notações i, π, e, sen, cos, f(x) entre

outras.

Ficou cego, mas tornou-se ainda mais

produtivo, dizia “agora eu tenho menos

distrações”.

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Grafos – Parte I

A cidade é cortada

pelo rio Pregel, que a

separa em duas áreas

principais e em duas

grandes ilhas. Existiam

sete pontes conectando

as várias áreas de terras.

As Sete Pontes de Königsberg

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Grafos – Parte I

Os residentes de Königsberg se perguntavam

se eles poderiam caminhar pelas várias áreas da

cidade cruzando cada uma das pontes uma e

semente uma vez.

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Grafos – Parte I

Em 1736 Euler tratou do problema das

pontes de Königsberg.

Ele percebeu que não importa o quanto você

caminha em terra ou onde estão as pontes.

Somente importa quantas pontes existem

entre cada porção de terra e em que ordem

elas são cruzadas.

O Problema

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Grafos – Parte I

Com essas obervações o problema pode

ser redesenhado da seguinte forma:

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Grafos – Parte I

A sacada de Euler foi perceber que se você

cruza para uma porção de terra, você

também deve voltar.

Assim, para que o caminho seja possível,

deve existir um número par de pontes

iniciando em cada porção de terra (Exceto

para os pontos inicial e final.

Condições para a Solução

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Grafos – Parte I

Königsberg foi

pesadamente bombardeada

durante a segunda Guerra.

A cidade foi tomada pelos

russos e renomeada

Kaliningrado.

Duas das sete pontes

foram destruídas.

Pergunta:

O problema épossível agora?

Postscript on Königsberg

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Grafos – Parte I

A Conjectura das Quatro Cores foi

anunciada pela primeira vez em 1852 e

provada apenas em 1976. Ela é um

exemplo de um problema aparentemente

simples, mas de solução complexa. É o

primeiro teorema onde o computador foi

utilizado para prová-lo.

Mapa das Quatro Cores

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Grafos – Parte I

A conjectura de que qualquer

mapa pode ser colorido utilizando

semente 4 cores apareceu, inicialmente

em uma carta de Augustus De Morgan (1806-

1871), primeiro professor de Matemática da

Universidade de Londres, para o seu amigo

William Rowan Hamilton (1805-1865).

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Grafos – Parte I

Ela foi sugerida a De Morgan

por um de seus alunos, Frederik

Guthrie (1833 – 1886), em 1852,

em nome de seu irmão mais velho Francis

Guthrie (1831 – 1899) (que mais tarde

tornou-se professor de matemática da

Universidade de Cape Town).

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Grafos – Parte I

Esquema original de De Morgan na carta

enviada a Hamilton sobre o mapa das quatro cores.

Um mapa de quatro cores representado como

um grafo.

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Produção – Teoria dos

Grafos – Parte IExemplo

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Grafos – Parte I

Um exemplo simples mostra que é

impossível sempre colorir um mapa com

apenas três cores.

Por quê não três Cores

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Grafos – Parte I

Foi provado em 1890 que qualquer mapa

pode ser colorido com no máximo 5 cores.

A parte difícil do problema foi mostrar que

não existe mapa suficientemente complicado

que precise de 5 cores.

Martin Gardner criou o mapa seguinte como

um problema para os seus leitores. Você pode

colorí-lo com semente 4 cores?

Por quê não Cinco Cores

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Grafos – Parte IO Mapa de Martin Gardner

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Grafos – Parte I

O problema das 4 cores pode ser colocado em

termos de grafos.

Cada região do mapa torna-se um nodo, com

dois nodos sendo conectados por uma aresta

se e somente se elas são adjacentes no mapa.

O problema torna-se então: é possível colorir

os nodos com 4 cores de modo que cada aresta

nunca conecte dois nodos da mesma cor?

Em Termos de Grafos

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Produção – Teoria dos

Grafos – Parte IExemplo de Grafo de um Mapa

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Grafos – Parte I

Em 1976 os matemáticos Kenneth Appel

(1932 – 2013) e Wolfgang Haken (1928 - )

anunciaram que tinham uma prova da conjectura.

A Prova

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Grafos – Parte I

Eles criaram um programa computacional

para verificar todos os possíveis exemplos de

mapas (1936 ao todo!).

Esse foi o primeiro teorema matemático que

foi provado com o auxílio do computador e

levantou muita controvérsia.

Um Resultado Controverso

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Grafos – Parte I

Um crítico disse:

“Uma boa prova matemática é como um

poema. Essa é um catálogo telefônico!”

Contudo, a prova é agora amplamente aceita

e os computadores são utilizados em muitas

áreas da matemática pura.

Um Resultado Não Elegante

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Grafos – Parte I

O irlandês Sir William Rowan

Hamilton (1805 –1865) foi

Astrônomo, Físico e Matemático.

Ele fez importantes contribuições para a

Mecânica Clássica, Ótica e Álgebra. Na

Matemática ele é conhecido por inventar os

Quatérnios.

Ciclos em Poliédros

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Grafos – Parte I

Exemplo de um ciclo

Hamiltoniano em um dodecaedro.

Como todos os sólidos Platônicos o

dodecaedro é Hamiltoniano.

O grafo de Herschel é o

menor grafo poliédrico que

não apresenta um ciclo

Hamiltoniano.

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Grafos – Parte I

Em 1853, Thomas Penyngton

Kirkman (1806 – 1895), começou

a trabalhar com problemas sobre

poliédros, iniciando com a prova

da fórmula de Euler. Ele estudou os

ciclos Hamiltonianos e apresentou um exemplo

de um poliédro sem um ciclo Hamiltoniano antes

do trabalho de Hamilton sobre o jogo Icosiano.

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Grafos – Parte I

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Grafos – Parte I

Em 1847, Gustav Kirchhoff

(1824 – 1887), utilizou a teoria

dos grafos para fazer a análise

de circuítos resistivos.

Circuitos Elétricos

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Grafos – Parte I

A fórmula foi descoberta inicialmente por

Carl Wilhelm Borchardt (1817 – 1880), em 1860,

que a provou por meio de um determinante. Em

uma pequena nota, em 1889, Cayley estendeu a

fórmula em várias direções, considerando o grau

dos vértices. Embora ele tenha citado o artigo de

Borchardt a fórmula acabou levando o seu nome.

Fórmula de Cayley

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Grafos – Parte I

A fórmula de Arthur Cayley

(1821 – 1895) mostra que para cada

inteiro positivo n, o número de

árvores com n vértices identificados é

nn-2. A fórmula é equivalente a contar

o número de árvores de um grafo

completo com vértices identificados

(sequência A000272 na OEIS).

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Grafos – Parte I

Para n = 2, tem-se 22-2 = 20 = 1. Para n = 3,

tem-se 33-2 = 31 = 3 e para n = 4, tem-se 44-2 =

42 = 16 árvores com quatro vértices.

Exemplo

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Grafos – Parte I

James Joseph Sylvester (1814 –

1897) matemático inglês. Fez

contribuições para a teoria das matrizes,

dos números, das partições e da

combinatória. Ele representou partições

de números por nodos de um grafo.

Teoria dos Números

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Grafos – Parte I

Sylvester e Cayley foram os pioneiros da

utilização da teoria dos grafos na Química,

isto é, na representação de moléculas de

substâncias. Como exemplo, a figura

(próxima lâmina) apresenta o grafo de uma

molécula de açúcar (C12H22O11).

Grafos em Química

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Grafos – Parte IExemplo

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Grafos – Parte I

George Pólya (1887 – 1985) foi um

matemático húngaro e professor de

matemática no ETH Zurique de 1914 a 1940 e

da Universidade de Stanford de 1940 a 1953.

Fez contribuições para a combinatória, a

teoria dos números, a probabilidade, a

heurística e a educação matemática.

Enumeração

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Grafos – Parte I

O teorema da enumeração de

Pólya pode ser utilizado para calcular

o número de isomorfismos de um

grafo com um número fixo de

vértices ou a função geradora desses

grafos de acordo com o número de

arestas que eles possuem.

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Grafos – Parte I

O número de grafos rotulados e não

direcionados de n vértices é 2n(n-1)/2;

O número de grafos rotulados e

direcionados de n vértices é 2n(n-1);

O número de grafos conectados, rotulados

e não direcionados satisfaz a seguinte relação:

Exemplo

C2 k

nkC k2

k-n1n

1kn

=

=

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Grafos – Parte I

Os valores de Cn são para n = 1, 2, 3, ...

1, 1, 4, 38, 728, 26 704, 1 866 256, ...

que é a sequência A001187 na OEIS.

https://oeis.org/A001187

Exemplos de Grafos

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Grafos – Parte IRede de Amigos

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Grafos – Parte IColaboração Científica

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Grafos – Parte IRede Sociais

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Grafos – Parte IRedes de Transportes

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Grafos – Parte I

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Grafos – Parte IInternet

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Grafos – Parte IModelos Químicos

Aplicações

dos

Grafos

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Grafos – Parte I

Representar um problema como um grafo

pode:

fornecer um ponto de vista diferente;

torná-lo mais simples;

ser um recurso apropriado para resolver o

problema.

Representação por um grafo

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Grafos – Parte I

Um caixeiro viajante necessita visitar

várias cidades dentro de sua área de vendas.

As cidades estão conectadas (aos pares) por

rodovias. Como determinar uma viagem

circular (com volta ao ponto de partida) de

forma que cada cidade seja visitada apenas

uma vez?

Caixeiro Viajante

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Grafos – Parte I

O problema foi

apresentado, inicialmente em

1800, pelo matemático irlandês

Hamilton e cresceu muito em

popularidade nos anos de 1950

e 1960. Iniciou com o jogo do

Icoságono.

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Grafos – Parte IO jogo do icoságono

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Grafos – Parte IA versão para viagem

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Grafos – Parte I

Este era o poster de

uma versão do concurso

da Proctor & Gamble

em 1962. Existiam 33

cidades no problema.

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Grafos – Parte I

Diferentemente do Problema do Carteiro

Chinês, ninguém encontrou um algortimo

geral para resolver o PCV (Problema do

Caixeiro Viajante) ou o TSP (Travelling

Salesman Problem).

Um Problema Tentador!

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Grafos – Parte I

Encontrar a rota mais curta, dado um

determinado número de cidades, é um

problema NP-completo.

Encontrar um bom algoritmo está valendo

atualmente $1 milhão!

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Grafos – Parte I

Força Bruta – tentar todas as possíveis

rotas e encontrar a mais curta.

Limitação: utilizando o supercomputador

mais rápido existente o problema

envolvendo 33-cidades levaria 100 trilhões

de anos!

Métodos de solução

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Grafos – Parte I

Algoritmo Branch and Bound: dividir o

problema em pequenos grafos e tentar eliminar

arestas que não podem ser parte da solução.

O recorde obtido com este tipo de método

exato foi com 85900 cidades e levou 126 anos

de CPU para ser realizado em 2006.

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Grafos – Parte I

Heurística: encontrar boas soluções que

tenham alta probabilidade de estarem

próximas da solução ideal. Por exemplo:

O algoritmo do vizinho mais próximo.

Permite que o vendedor escolha a cidade mais

próxima todas as vezes.

Encontrar qualquer rota e então rearanjar as arestas

para encontrar a mais curta.

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Grafos – Parte I

Heurística: algoritmos podem encontrar a

solução para o PCV com milhões de cidades

em pouco tempo.

Limitação: estas soluções podem não ser a

melhor possível.

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Grafos – Parte I

Pessoas são surpreendente boas para

encontrar soluções aceitáves para o PCV

rapidamente.

Jogue o seguinte jogo online para ver o

quão bom você é!

http://www.tsp.gatech.edu/games/tspOnePlayer.html

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Grafos – Parte I

O PCV tem muitas aplicações:

– Logística na distribuição de mercadorias;

– Furar placas de circuitos eletrônicos;

– Sequenciamento do Genoma;

– Programação de telescópios como Hubble;

– Elaborar itinerários de viagens;

– Cristalografia de raio-X.

Aplicações do PCV

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Grafos – Parte I

A ECT mantém vários pontos de coleta

e o motorista tem que coletar passando por

todos os postos. Como modelar o problema?

Como encontrar a melhor rota?

Coleta de Correspondência

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Grafos – Parte I

Selecionar caminho de menor custo, para o

transporte de uma carga, entre duas cidades

quaisquer.

Caminho do Custo Mínimo

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Grafos – Parte I

Uma rede de computadores que interligue

um grande número de instituições

(ensino/pesquisa). Em algumas cidades há um

POP (Ponto de Presença). Havendo mais de uma

rota possível entre dois

POPs como determinar

qual a rota mais

apropriada?

Problema da RNP

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Grafos – Parte I

Três canibais e três missionários precisam

atravessar um rio. O barco tem capacidade para

duas pessoas. O número de canibais não pode

ser maior que o número de missionários em

qualquer margem. Como realizar a travessia?

Canibais e Missionários

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Grafos – Parte I

Projeto de redes de

computadores onde os vértices são

máquinas e as arestas são as

conexões entre duas máquinas

mais o custo. Qual a possibilidade

de comunicação a um custo

mínimo

Rede de Computadores

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Grafos – Parte I

É possível conectar cada serviço a cada uma

das três casas sem haver cruzamento de

tubulações?

Casas e serviços

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Grafos – Parte I

Frequentemente temos um conjunto de

pontos e queremos encontrar a menor

coleção de arestas que os conecte. Por

exemplo:

– Estradas e linhas férreas conectando cidades;

– Cabos de telefone e Internet;

– Tubulações de gás;

– Conexões em circuítos eletrônicos.

Construindo o Menor Grafo

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Grafos – Parte I

Suponha que temos 4 cidades que devem ser

conectadas. Qual dos grafos abaixo é o menor?

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Grafos – Parte I

Se ficarmos restritos a estradas entre

cidades, então o primeiro grafo é o menor.

Mas existe uma solução melhor, que

consiste em utilizar um pouco de plástico

transparente e algumas bolhas de sabão …

Uma solução inesperada

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Grafos – Parte I

Assim a melhor solução é criar duas

cidades fantasmas!

Grafo de

Steiner

As bolhas sabem mais

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Produção – Teoria dos

Grafos – Parte IComo elas fazem?

Atualmente não existe uma algoritmo

(rápido) para encontrar o menor grafo de

Steiner entre um dado número de pontos.

A natureza, por outro lado, é muito boa em

fazê-lo.

https://www.youtube.com/watch?v=52wVrtA5krY

https://www.youtube.com/watch?v=YdneSMKObls

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Grafos – Parte I

Suponha agora que as cidades e as estradas

são fixas e que conhecemos as distâncias

entre elas. O problema do carteiro chinês é

determinar a menor rota, que envolva cada

estrada ao menos uma vez, e retorne ao

ponto de partida.

O Carteiro Chinês

3

4

5

6

98 8

5

9

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Grafos – Parte I

A solução consiste em verificar se o grafo é

Euleriano (isto é, com um número par de

arestas saindo de cada nodo), então cada

aresta pode ser visitada uma única vez e o

problema está resolvido.

A Solução

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Grafos – Parte I

Se o grafo não for Euleriano então é

preciso encontrar a menor distância entre

os nodos com um número ímpar de arestas

e acrescentar uma aresta extra para torná-

lo um grafo Euleriano.

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Curso: Engenharia de

Produção – Teoria dos

Grafos – Parte I

3

4

5

6

98 8

5

9

A

B C

D

EF

Exemplo

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Grafos – Parte I

O Google vê a Internet como um grafo

gigante.

Cada página da rede é um nodo e duas

páginas estão conectadas por uma aresta se

existe um link entre elas.

A Internet para o Google

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Produção – Teoria dos

Grafos – Parte I

Nota: as arestas no grafo do Google tem

uma direção.

O algoritmo que o Google utiliza para

classificar suas buscas é denomindo de

PageRank.

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Curso: Engenharia de

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Grafos – Parte I

Teorema: quanto mais links uma página tiver

apontando para ela mais importante ela será.

Lema: se uma página importante tem um link

para a tua página, isso vale mais do que se for

uma página qualquer.

Exemplo: se a Wikipedia tiver um link para a

tua página, isso vale mais do que um link da

página “Catando Coquinhos”.

O Page Rank

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Grafos – Parte IExemplo

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Grafos – Parte I

Pessoas que entendem o PageRank podem

torná-lo bastane lucrativo.

Por exemplo, pode-se vender links de uma

página com alto Page Rank para aquelas que

querem aumentá-lo.

Algumas empresas utilizam algoritmos

semelhantes para classificar universidades em

realação ao Mercado de trabalho.

O PageRank e o lucro

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Cientistas estudaram o caminho do limo

crescendo em uma região similar a Tóquio.

Eles colocaram alimento para o limo onde

estavam as maiores cidades.

A rede de limo que se formou foi muito

semelhante a linha de trens de Tóquio.

Caminho do Limo

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Em alguns aspectos ela foi até melhor!

Conclusão: a natureza é mais inteligente

que os politicos.

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Grafos também são importantes para redes

sociais como o Facebook.

Pela análise das preferências dos amigos e das

páginas que você curte, a rede pode direcionar

sua publicidade de forma mais eficiente.

Redes Sociais

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Empresas como a Amazon utilizam grafos

para fazer sugestões, aos seus clientes,

sobre compras futuras.

Em 2009 a empresa americana Netflix

ofereceu $1 milhão para quem melhorasse

o seu algoritmo de recomendação.

Recomendações

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ALDOUS, Joan M., WILSON, Robin J. Graphs

and Applications. An Introductory Approach.

New York (NY): Springer, 2000.

WASSERMAN, Stanley, FAUST, Katherine. Social

Network Analysis. Cambridge University Press,

2008.

WILSON, Robin. Four Colours Suffice: How the

Map Problem Was Solved. Penguin Books,

2003.

Referências

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Grafos – Parte I

ESTRADA, Ernesto. University of Strathclyde.

www.estradalab.org.

Teorema das 4 cores: http://nrich.maths.org/6291

Site sobre o problema do caixeiro viajante:

http://www.tsp.gatech.edu/

Artigo do jornal New York Times sobre o prêmio

oferecido pela NetFlix: http://www.nytimes.com/

2008/11/23/magazine/23Netflix-t.html