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HISTÓRIA DA ASSESSORIA JURÍDICA DA AFABESP junho 2019

HISTÓRIA DA ASSESSORIA JURÍDICA DA AFABESPse ajuizassem uma reclamação seriam despedidos! A Afabesp fez a primeira tentativa, ingressando com Ação Individual Plúrima ou seja,

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HISTÓRIA DA ASSESSORIA JURÍDICA DA AFABESP

junho 2019

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E m 1.989 num almoço no Terraço Itália, o então Presidente da Afabesp o colega Celso Dias, na sua gestão de 1.989 –

1.992 e Vice-Presidente, o colega Alvimar Duarte Grego, me disseram que muitos associados já aventavam a possibilidade de a Afabesp poder contar com presença de Advogado em sua sede para atender os associados em suas dúvidas de natureza jurídica.Nesse mesmo dia fui convidado para estudar a possibilidade de proceder a atendimentos apenas, sem obrigação contenciosa.

Todavia, ocorreu que eu já me encontrava aposentado, havia sido convidado pelo nosso colega Geraldo Miné para exercer a Superintendência de Recursos Humanos da C.D.H.U. Assim, em princípio foi acertado verbalmente o meu comparecimento à Afabesp duas vezes por semana.O local de atendimento era um pequeno espaço, improvisado dentro da nossa antiga Biblioteca, com uma pequena mesa e uma máquina de escrever.Quais eram as consultas? Aposentados e

HISTÓRIA DA ASSESSORIA JURÍDICA

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aqueles que se aposentavam consultavam sobre eventuais direitos em relação à sua carreira; comissões que não foram incorporadas; adicionais de periculosidade para os cargos do Nasbe; horas extras não pagas, incorporações de horas extras; promoções por antiguidade; equiparação em cargos em substituição, etc. Jamais foi iniciada uma só ação contra o Banespa. Quanto às consultas de natureza famíliar, elas se referiam a empregadas domésticas; assuntos de condomínio; testamentos; divórcios; locação, aquisição e venda de imóveis; pequenos casos policiais e outros assuntos. Esses casos particulares nunca foram assumidos pela Afabesp, nem pelo advogado.As consultas sempre foram totalmente gratuitas, aliás como continuam a ser até hoje.Do mesmo modo éramos consultados sobre ações contra o Banespa, que por princípio da Diretoria da Afabesp e dos Advogados, por questões éticas não foram assumidas.As relações com o Banco eram tão boas que a Diretoria do Banespa, atendendo a um pedido da Afabesp (Celso Dias e Roberto Gaudio),

alterou a complementação das pensionistas do seu Regulamento Interno, que era de 60% e passou para 80%.Nessa época ocorreram o “bloqueio dos cruzados” do governo Collor, “compulsório de compra de veículos, de passagens e de gasolina” e a demanda de assessoria jurídica teve para os associados um grande crescimento.Atuante como sempre, a Afabesp sentiu a necessidade de estruturar melhor a área jurídica com instalações adequadas para advogados. Foi quando apresentei o Dr. Dalmiro Francisco à Diretoria, recomendado não só pela sua experiência do Banespa, pois havia se aposentado no cargo de Gerente Regional, como também pela sua militância como advogado no Interior, que é conhecido entre os advogados como “clínico geral”. O Celso Dias, ouvindo sugestões de algumas associadas, no sentido de termos também uma advogada, indicou a Dra. Claudete Ricce de Paula Leão que acabava de se aposentar no Banespa. Seus méritos já eram conhecidos vez que foi a primeira mulher concursada para ser Advogada do Banespa.

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Foi feita uma consulta à OAB, e ela aconselhou que a forma e mais correta, ao invés de manter relações individuais entre advogados e a Associação, seria a constituição de uma Sociedade de Advogados registrada na OAB, com plena legalidade para firmar contrato de serviços profissionais, aliás, como consta do Estatuto Social da Afabesp, Art. 5º, V.Diante da necessidade de atender os associados apresentei à Afabesp o Dr. Antonio Manoel Leite assim que se aposentou, e que já havia trabalhado comigo no Jurídico do Banespa, para integrar a equipe, onde honrosamente permanece até hoje.Assim, para atender à sugestão da O.A.B. foi criada a Leão & Francisco Advogados Associados, inscrita na OAB/SP, sob o nº 3218.Foi firmado com a Afabesp o Contrato de Prestação de Serviços Profissionais, atendendo a permissão dos Estatutos da Afabesp e da Receita Federal.Por quais razões a Afabesp, através da sua Diretoria Executiva tomou essa decisão?Desde o início, a Afabesp sempre foi aconselhada que não seria conveniente a contratação de advogados via CLT. Como a Afabesp cumpre seu Estatuto? Leia-se o artigo 5º - “Para consecução dos seus objetivos a Afabesp poderá:V – estabelecer convênios com empresas, associações, entidades públicas e privadas, profissionais liberais e pessoas físicas que proporcionem “benefícios” aos associados e seus familiares, nas áreas: de saúde, previdência, “jurídica”, cultural, artística, esportiva, lazer, comércio, turismo e de seguros em geral;” (grifamos)A Afabesp é uma entidade civil de direito privado, sem fins econômicos ou lucrativos. Os Diretores e Conselheiros não são remunerados. Por essa razão celebrou o Contrato de Prestação de Serviços com a Leão &Francisco.E quais são os benefícios oferecidos aos associados para esse atendimento? As consultas, sejam elas quais forem, sempre foram e serão gratuitas. Em caso de ajuizamento de ações é cobrado o mínimo permitido pela OAB, ou seja, 10% (dez por cento) e “apenas em caso de êxito da ação”, o que é fato inédito no mercado.

Em 30 de dezembro de 1.994 ocorreu a intervenção no Banespa. Os reflexos atingiram a todos os Banespianos.Por natural, os Banespianos

aposentados se socorriam e se associavam à Afabesp, com todo tipo de indagações.Falava-se numa possível Intervenção Extrajudicial; na Federalização; numa possível fusão com a Caixa Econômica e na Privatização.Foi a partir de 1.997, na gestão do Presidente Masataka Ochigame, até o ano 2.000, que a Afabesp deu início a dezenas e dezenas de visitas às Afabans, sempre acompanhada de advogado da sua Assessoria Jurídica. Nosso atual Diretor 1º Vice-Presidente, Francisco Afonso Bandiera Leite, quando esteve na Baixada Santista foi testemunha desses encontros. Saliente-se que é o Diretor que

FATOS RELEVANTES QUE ATINGIRAM OS BANESPIANOS DA ATIVA E APOSENTADOS E AS CONSEQUÊNCIAS REFLETIDAS NA AFABESP NO PERÍODO DE 1994 a 2001

Diretoria da Afabesp – Triênio 2017/2020

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também foi Presidente de Afaban. Em 1.998 a Afabesp ajuizou a Ação Civil Pública das Gratificações, através do Escritório do Professor Dr. Renato Rua, contando sempre com o suporte da Assessoria Jurídica da Afabesp, graças ao profundo conhecimento da relação do Banco com seus aposentados. A partir do ano 2.001, já na gestão do Presidente Yoshimi Onishi, a Afabesp enfrentou sua maior crise, logo após a privatização e os desastrosos Acordos Coletivos que congelaram os vencimentos dos Aposentados e Pensionistas por 5 anos.O apoio e a dedicação do Sr. Yoshimi sustentaram até hoje os alicerces e o Valor da Assessoria Jurídica. O volume de ações foi crescente como se pode ver no demonstrativo anexo; o número de viagens aumentou incrivelmente por todo o Brasil, onde houvesse Afabans.

FATOS RELEVANTES

Foi também quando a Afabesp ingressou com a Ação Civil Pública do IGP-DI, através do Escritório do Dr. João Roberto Egydio Piza Fontes, além das incontáveis ações “individuais plúrimas”. A partir do ano 2.005, os Advogados da Assessoria Jurídica começaram a fazer as audiências relativas às aproximadamente 240 (duzentas e quarenta) reclamações trabalhistas ajuizadas à época contra o Banco Santander, cujo pedido, em síntese, era o deferimento de reajuste das complementações de aposentadoria e pensão pelo índice IGP-DI, em razão do congelamento de tais benefícios imposto pelos Acordos Coletivos 2001/2004 e 2004/2006.Entre o final de 2.005 e no curso dos anos de 2.006 e 2.007, esses advogados participaram de forma ativa de algo em torno de 200

FATOS RELEVANTES QUE ATINGIRAM OS BANESPIANOS DA ATIVA E APOSENTADOS E AS CONSEQUÊNCIAS REFLETIDAS NA AFABESP NO PERÍODO DE 1994 a 2001

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audiências, muitas vezes com 10 associados reclamantes presentes ao ato, oportunidade em que os recepcionavam nas dependências do Fórum da Justiça do Trabalho antes da audiência e fazíam um breve resumo do objetivo da ação, bem como do empenho da Afabesp em lutar pelos direitos de seus associados.Foi quando demonstramos à Diretoria a absoluta necessidade de mais advogados. Então o Sr. Presidente Yoshimi Onishi autorizou suprir a necessidade.Foram convidados a integrar a Leão & Francisco o Dr. Sérgio Ferraz Fernandez, que já era funcionário da Afabesp e que sempre demonstrou zelo e qualidade profissional, e também o Dr. Vladimir Ribeiro de Almeida, que já fazia audiências desde 2.005, com notória experiência na Justiça do Trabalho. Ambos foram indicados pelos quatro advogados da Assessoria e acolhidos pela Diretoria da Afabesp.

OBRIGADO POR CONFIAR NA AFABESP

O Banespa foi federalizado. Iniciava-se então o preparo para sua venda. Foi quando as gratificações semestrais, pela intervenção, deixaram de ser pagas, a partir do

segundo semestre de 1994.Começavam então a serem ajuizadas ações de gratificação por todo o país. Poucos ganharam e muitos e muitos perderam. As decisões variavam por demais e nunca foi possível consolidarem-se em jurisprudência.Todos os aposentados e colegas da ativa ficaram atônitos. O que deveríamos fazer? Os que estavam na ativa, nem pensar, se ajuizassem uma reclamação seriam despedidos!A Afabesp fez a primeira tentativa, ingressando com Ação Individual Plúrima ou seja, uma reclamação trabalhista numerosa, com de mais de 7 mil aposentados, quando todos enviaram procuração e documentos. Essa documentação foi levada ao fórum, em 16 caixas, através de uma Kombi lotada. A Juíza nunca havia visto isso! Na Justiça do Trabalho, achou uma loucura, uma ação com mais de sete mil autores e julgou a ação extinta. Ela deveria ser jovem e habituada às audiências, apenas com um reclamante e uma reclamada! Talvez tenha sido dessas jovens que nunca tomaram um ônibus na vida!Esqueçamos isso! Temia-se a Ação Civil Pública, era uma absoluta novidade no Direito do Trabalho, ela tem origem no direito norte americano no “Class action”(ação de classe) e até então não havia nenhuma desta natureza ajuizada em foro trabalhista.Em 1996 consultamos Ada Pellegrini Grinover e outro mestre Rodolfo de Camargo Mancuso e fomos aconselhados a ingressar com esse tipo de ação, hoje vitoriosa. Também, pessoalmente, fui me aconselhar com colegas como Fabio Konder Comparato pela amizade por ter trabalhado no mesmo escritório de advocacia e depois Amauri Mascaro Nascimento por ter sido seu calouro na PUC.

HISTÓRIA DA VITORIOSA AÇÃO DAS GRATIFICAÇÕES

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Havia muita pressão dos associados. Nunca esqueceremos aquela frase: O que é que a Afabesp vai fazer? O Presidente da Afabesp na época, Masataka Oshigame, levou à Diretoria a posição que lhe passamos. E foi assim que a Afabesp contratou o Professor Dr. Renato Rua de Almeida, professor de direito do trabalho na PUC, do curso de Mestrado e hoje membro da Academia Brasileira de Direito do Trabalho.

OBRIGADO POR CONFIAR NA AFABESPQuando do ajuizamento desta ação, poucos se recordam ou não souberam. A Gazeta Mercantil em novembro de 1999, em publicação econômica bombástica, alertava que “essa disputa judicial pode ter reflexos em uma possível venda do Banespa”A própria Gazeta Mercantil, por sua conta, foi ouvir ou consultar a respeito o analista do banco, Pedro Guimarães do Banco Bozano/Simonsen que elaborou em 1999 uma estimativa de cálculo, na época em que nem tínhamos o Julio Higaschino. Diz a reportagem da Gazeta “Mesmo que haja uma possibilidadede apenas 10% de o Banco perder os processos, o impacto já é significativo na venda do Banco, porque as contas mais conservadoras apontam um montante de R$ 1 bilhão a ser pago em caso de os funcionários ganharem” (Gazeta Mercantil de 18 de novembro de 1999 – página A-12)A Gazeta Mercantil, interessada no assunto, também foi ouvir o Dr. Renato Rua, diz a matéria de 1999: “A gratificação está prevista no estatuto do Banespa, que funciona como um complemento ao contrato de trabalho, sendo então um direito adquirido que não pode ser alterado unilateralmente, defende o advogado Renato Rua de Almeida, que atua na ação civil pública proposta pela Associação dos Funcionários Aposentados do Banespa, que também pede o pagamento da PLR aos inativos. A ação civil pública é recente na esfera trabalhista”.Nessa mesma reportagem a Gazeta Mercantil também me ouviu: “Para o advogado de

aposentados da Instituição, Roberto Gaudio, a melhor saída para ambos os lados seria um acordo para não haver demora”. Eu ainda não havia perdido o vício de sonhar. Aguardei 21 anos, para ver a Vitória e chorar pelos colegas falecidos.

OBRIGADO POR CONFIAR NA AFABESPFoi para enfrentar essas intempéries que a Afabesp e sua Diretoria, nestes últimos anos, com marcante atuação do seu Presidente o saudoso Yoshimi Onishi e indispensável presença do Eros Antonio de Almeida, Presidente do SINFAB, deram grande impulso no crescimento das Afabans, hoje em número de 45. A resposta vem sendo demonstrada nas eleições para os cargos da Cabesp e Banesprev.A Afabesp com o indispensável apoio dos seus braços representados pelas Afabans, com coragem dos atuais dirigentes sob o comando do atuante Orlando Forte na Presidência, conseguiu construir uma cerca dentro da qual só são admitidos os que trazem afeição, alegria, trabalho espontâneo e idealistas, sem nenhuma pretensão política ou partidária. A Afabesp, as Afabans, o Sinfab e a solidaria Abesprev hoje estão unidas e cercadas por uma legião de colegas, parentes e amigos. Somos muito gratos a presente Diretoria por manter para Assessoria 20 exemplares funcionários e estagiários além dos formados em Direito. Queridos colegas, trabalhei no Banespa por 28 anos; ao me aposentar vim para a Afabesp, onde estou há 30 anos, desde 1 de Setembro de 1.989. Como na Afabesp não tem a Aposentadoria Compulsória, todos devem concordar comigo ao me aposentar na Meritória, contando agora com meus colegas da Assessoria que seguem a Profissão de Fé do jurista Italiano Piero Calamandrei que ensina: “Se não considerares a Advocacia a mais nobres das profissões abandone-a, porque jamais serás advogado”. E eu não a abandonei...

A AFABESP TEM ENORME PASSADO PELA FRENTE!

HISTÓRIA DA VITORIOSA AÇÃO DAS GRATIFICAÇÕES

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