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GOVERNO DE GOIÁS Secretaria de Desenvolvimento Econômico Superintendência Executiva de Ciência e Tecnologia Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica História das Artes Gráficas 2018

História das Artes Gráficas 2018 - EaD Goiás

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GOVERNO DE GOIÁSSecretaria de Desenvolvimento Econômico

Superintendência Executiva de Ciência e TecnologiaGabinete de Gestão de Capacitação e Formação Tecnológica

História das Artes Gráficas

2018

História dasArtes Gráficas

Julho 2018

Ficha Catalográfica

Expediente

Governador do Estado de GoiásJosé Eliton de Figuerêdo Júnior

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e IrrigaçãoLeandro Ribeiro da Silva

Superintendente Executivo de Ciência e TecnologiaRoberto da Piedade Franscisco

Chefe De Gabinete de Gestão de Capacitação e Formação TecnológicaFernando Jorge Oliveira

Coordenação Pedagógica do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego José Teodoro Coelho

Supervisão Pedagógica e EaDDenise Cristina de OliveiraIsrael Serique dos Santos Maria Dorcila Alencastro Santana

Professor ConteudistaLucas Peixoto

Projeto GráficoMaykell GuimarãesJosé Francisco Machado

DesignerRenan Moura Guimarães

Revisão da Língua Portuguesa Ana Paula Ribeiro de Carvalho

Banco de Imagens http://freepik.comhttp://pt.freeimages.comhttps://pixabay.com

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Apresentação

Empreendedorismo, inovação, iniciativa, criatividade e habilidade para trabalhar em equipe são alguns dos requisitos imprescindíveis para o

profissional que busca se sobressair no setor produtivo. Sendo assim, destaca-se o profissional que busca conhecimentos teóricos, desenvolve experiências práticas e assume comportamento ético para desempenhar bem suas funções. Nesse contexto, os Cursos Técnicos oferecidos pela Secretaria de Desenvolvimento de Goiás (SED), visam a garantir o desenvolvimento dessas competências.

Com o propósito de suprir demandas do mercado de trabalho em qualificação profissional, os cursos ministrados pelos Institutos Tecnológicos do Estado de Goiás, que compõem a REDE ITEGO, abrangem os seguintes eixos tecnológicos, nas modalidades EaD e presencial: Saúde e Estética, Desenvolvimento Educacional e Social, Gestão e Negócios, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Alimentícia, Produção Artística e Cultural e Design, Produção Industrial, Recursos Naturais, Segurança, Turismo, Hospitalidade e Lazer, incluindo as ações de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica (DIT), transferência de tecnologia e promoção do empreendedorismo.

Espera-se que este material cumpra o papel para o qual foi concebido: o de servir como instrumento facilitador do seu processo de aprendizagem, apoiando e estimulando o raciocínio e o interesse pela aquisição de conhecimentos, ferramentas essenciais para desenvolver sua capacidade de aprender a aprender.

Bom curso a todos!SED – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecno-

lógico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação

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Conteúdo InterativoEssa apostila foi cons-truída com recursos que possibilitam a interatividade, tais como hiperlinks e páginas com hipertexto.

Pré-requisitos:

Para acessar a interatividade utilize o Inter-net Explorer,

ou

salve o arquivo no computador e abra-o no Acrobat Reader.

Sumário

ARTES VISUAIS: NO ALCANCE DOS NOSSOS OLHOS E DE NOSSAS MÃOS 10

UNIDADE IUma marca, uma representação gráfica, uma evolução 13

Pré-História 13Escrita 13O Alfabeto Latino 15

A Contribuição Asiática 17Descoberta da Impressão 17Manuscritos Iluminados 18Manuscritos Iluminados 18Desenho Gráfico e Revolução Industrial 21A Fotografia 23

UNIDADE IIAlguns movimentos artísticos e suas influências nas artes gráficas 24

Art Nouveau 25Cubismo 26Dadaísmo 27Surrealismo 28Bauhaus 29Art Decó 30Pop Art 31

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UNIDADE IIIBrasil nas artes gráficas 32

UNIDADE IVUm pouco sobre a origem dos sistemas de impressão 36

UNIDADE VDualidade constante: a opinião do cliente e a forma singular de se expres-sar 39

REFERÊNCIAS 42

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Recursos Didáticos

FIQUE ATENTO A exclamação marca

tudo aquilo a que você deve estar atento. São assuntos que causam

dúvida, por isso exigem atenção redobrada.

PESQUISE Aqui você encontrará

links e outras sugestões para que você possa conhecer mais sobre

o que está sendo estudado. Aproveite!

CONTEÚDO INTERATIVO

Este ícone indica funções interativas, como hiperlinks e páginas com

hipertexto.

DICAS Este baú é a indicação de onde

você pode encontrar informações importantes na construção e no aprofundamento do seu

conhecimento. Aproveite, destaque, memorize e utilize essas dicas para

facilitar os seus estudos e a sua vida.

VAMOS REFLETIR Este quebra-cabeças indica o

momento em que você pode e deve exercitar todo seu potencial.

Neste espaço, você encontrará reflexões e desafios que tornarão

ainda mais estimulante o seu processo de aprendizagem.

VAMOS RELEMBRAR Esta folha do bloquinho

autoadesivo marca aquilo que devemos lembrar

e faz uma recapitulação dos assuntos mais

importantes.

MÍDIAS INTEGRADAS Aqui você encontra dicas para enriquecer os seus conhecimentos na área,

por meio de vídeos, filmes, podcasts e outras

referências externas.

VocabulárioO dicionário sempre nos ajuda a

compreender melhor o significado das palavras, mas aqui resolvemos

dar uma forcinha para você e trouxemos, para dentro da apostila, as definições mais importantes na construção do seu conhecimento.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEMEste é o momento

de praticar seus conhecimentos.

Responda as atividades e finalize

seus estudos.

SAIBA MAIS Aqui você encontrará

informações interessantes

e curiosidades. Conhecimento nunca é demais, não é mesmo?

HIPERLINKSAs palavras grifadas em amarelo levam você a referências

externas, como forma de aprofundar um

tópico.

Hiperlinks de texto

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ARTES VISUAIS: NO ALCANCE DOS NOSSOS OLHOS E DE NOSSAS MÃOS

Vamos falar um pouco sobre um tema que está presente em nossa rotina, ao alcance dos nossos olhos e de nossas mãos, mas que às vezes passa desapercebido: as artes gráficas. Estas correspondem a uma forma de expressar que foi evoluindo conforme nossas relações pessoais, possibilitando a circulação e disseminação de informações verbais e visuais.

Hoje você pode beber uma bebida gaseificada e refrescante, em uma garrafa de formato simbólico, envolta com um rótulo vermelho, conhecida como coca-cola. Transita em lugares cheios de tecnologia digital, percorre os shoppings em telas e áudios, com cores chamativas, letras e escritas, disputando atenção. Imagine quantas informações nos cercam.

Desde embalagens nas gôndolas de marcas conceituadas às mensagens audiovisuais das atuais redes sociais, passa também por anúncios de rádios, cartazes de cinemas, livros, revistas, e-books, cardápios, panfletos, folders, sinalizações e ambientação de lugares.

A comunicação visual entre os membros da sociedade é uma espécie de interlocutora que narra o desenvolvimento em etapas dos campos sociais, culturais, econômicos, políticos, técnicos e estéticos que seguimos projetando.

Evolução das garrafas de coca-cola. Esse é um bom exemplo de como as artes visuais aplicadas ao rótulo e à forma do produto criam culturalmente elementos e produtos simbólicos a várias gerações.

Fonte: http://www.portaldomarketing.net.br

https://www.youtube.com/watch?v=D_asPAJw5KY

Veja este documentário sobre as artes gráficas, elaborado por alunos da Escola SENAI.

Documentário técnico-impressor MÍDIAS INTEGRADAS

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Cartazes de filmes dos anos 80. Comunicação visual focada no entretenimento e na cultura.

Estação atual de trabalho nas artes gráficas. Computadores com softwares editores de imagens e editoração eletrônica.

Livro sobre a história do design gráfico. Obra resultado de uma série de etapas de

produção das artes visuais: escrita, fotografia, diagramação, impressão e acabamento.

Fonte: https://www.amazon.com.br>.

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DICASArte ou design? Dentro do universo das artes visuais e de suas comunicações, temos dois termos que vivem em debates conceituais: arte e design. Abordamos uma maneira de esclarecê-los logo abaixo.O que definimos por arte está mais ligado ao que o artista deseja expressar, como ideias ou sentimentos, criados com habilidade e atributos estéticos, ligados ao belo ou não. Alguns autores como Hegel, Ricciotto Canudo e outros pensadores organizam os campos das artes em: música, dança/coreografia, pintura, escultura/arquitetura, teatro, literatura, cinema, fotografia, história em quadrinhos, jogos de computador e de videogame, artes digitais etc. Já o conceito de design remete a um projeto, a uma obra que, contrária à do artista, é projetada para uma produção mecânica. Atende uma demanda específica e um propósito de comunicação para que um público reconheça e possivelmente a consuma.“O design como profissão só passou a existir a partir de meados do século XX; até então, os anunciantes e seus agentes utilizavam os serviços oferecidos pelos ‘artistas comerciais’. Esses especialistas eram ‘visualizadores’ (artistas de layout)” (HOLLI, 2000).O termo design gráfico foi nomeado, em 1922, por William Dwiggins, e, desde então, evoluiu para abraçar outros tipos de arte, incluindo a tipografia.

https://www.youtube.com/watch?v=F_k4sSEhMEg

https://www.youtube.com/watch?v=F_k4sSEhMEg

Designers gráficos brasileiros

Documentário de Mari Pini sobre seis representativos designers que iniciaram suas carreiras no início da década de 1950.

O que é o designer gráfico

Vídeo informativo que conta como funciona a profissão de designer gráfico.

MÍDIAS INTEGRADAS

VOCABULÁRIO Layout (ou leiaute) Expressão inglesa cujo uso se generalizou também no campo das artes gráficas,

indicando o esboço de trabalho tipográfico e especificando os caracteres que devem ser empregados, a disposição da matéria, diagramação, as medidas e outras minúcias relativas à composição de um livro, folheto, periódico, anúncio ou uma obra comercial (RIBEIRO, 2007).

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Os primeiros traçados humanos encontrados na África têm mais de 200 mil anos de idade. Do alto do Paleolítico ao período Neolítico (35000 a.C. – 4000 a.C.), os antigos africanos e europeus deixaram pin-turas em cavernas, entre as quais as de Lascaux, no sul da França e no norte da Espanha (MEGGS; PURVIS, 2009).

Essas pinturas rupestres, feitas com elementos or-gânicos, como carvão, pedras, plantas e gorduras ani-mais, traçavam: a necessidade de alertar, sobreviver; técnicas de caça; utilitários; rituais e hierarquia social. Ao desenvolver essa interação na elaboração de sím-bolos, criando de fato uma arte figurativa, o homem pré-histórico desenvolveu uma espécie de simplifica-ção no traço, a partir do qual se pode fazer uma inter-pretação de similaridade das letras.

Toda forma gráfica criada hoje passou por uma das fases iniciais de observação, ideias, concepção, expressão e principalmente histórias. A comunicação visual em si tem uma longa história. Imagine um homem das cavernas que, ao sair para caçar, enxergava no solo a marca de uma pegada de algum mamute. O que ele via ali era um sinal gráfico. As silhuetas dos animais marcados nas paredes das cavernas, também.

Uma marca, uma representação gráfica, uma evolução

UNIDADE I

Pré-História

Escrita

À medida que o homem foi se desenvolvendo e se alocando em espaços, a economia e a sociedade tam-bém avançaram, havendo a necessidade de registros para organização e controle das atividades. Os sumérios utilizavam ferramentas de diferentes formas, chamadas de cunhas, que eram pressionadas sobre o barro mole (matéria-prima abundante na geografia local), criando uma marca. Escrever possibilitou à organização social e à justiça estabelecer regras e padrões de comportamentos éticos, como por exemplo, o Código de Hamurabi.

Fonte: https://www.pinterest.com>.

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Uma teoria sustenta a origem sustenta que a origem da linguagem visual surgiu da

necessidade de identificar o conteúdo de sacas e recipientes de cerâmica para usa-

dos para armazenar alimentos. Eram confeccionadas pequenas etiquetas de argila que

identificavam o conteúdo com um pictograma e a quantidade por meio de um sistema

numérico decimal elementar, baseado nos dedos das mãos. Os mais antigos registros

escritos são as plaquetas de barro da cidade de Uruk (MEGGS; PURVIS, 2009).

A Pedra de Roseta foi um marco na história do en-tendimento da escrita hieroglífica. Continha o mesmo texto em três escritas: hieroglífica, demótica (uma es-crita mais rápida também utilizada pelos egípcios) e grega. O pesquisador francês Champallion conseguiu decifrá-la comparando os três textos por analogia, ao notar que os nomes dos nobres eram circundados por uma linha. Chamava-se “encapsular uma palavra” (HORCADES, 2007).

Outro elemento essencial ao desenvolvimento da comunicação é o papiro, substrato semelhante ao pa-pel, usado na comunicação visual egípcia. Devido à lo-calização geográfica favorável, a planta do papiro era encontrada abundantemente na região ao longo do Nilo e era usada para construir velas de embarcações, roupas, cordas e papiro para registro de escrita. A obra que mais marca esse fato é o Livro dos Mortos, que registra celebrações fúnebres.

Fonte: https://www.amazon.com.br>.

Fonte: http://www.wikipedia.org>. Secção do Livro dos Mortos no Papiro de Nani c. 1040 a.C. – 945 a.C.

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Fonte: http://www.wikipedia.org>. Secção do Livro dos Mortos no Papiro de Nani c. 1040 a.C. – 945 a.C.

O Alfabeto Latino

Surgiu um alfabeto relativamente mais simples, com uma quantidade reduzida de caracteres, combinando os elementos herdados dos cuneiformes sumérios, pictográficos hitititas e hieróglifos egípcios, que sofreu mais algumas transformações e passou a se chamar alfabeto fenício. Por serem povos mercadores e navegadores, disseminaram o seu alfabeto, que passou a ser absorvido pelos gregos, transformado no grego arcaico.

Em 700 a.C., o alfabeto latino apareceu escrito da direita para a esquerda, vice-versa e em zigue-zague (bous-trofedon). Esse sistema de palavras ainda não usava todos os caracte-res do arcaico grego nas relações de uma língua para outra e, às vezes, sofria mudanças dos símbolos correspondentes a sons estranhos às línguas de origem, ou retiravam caracteres desnecessários.

Os romanos, no ano 100 d.C., tinham quatro escritas em uso. A pri-meira, capitalis romana, era uma letra monumental, existente na Colu-na Trajana. Essa letra é considerada no mundo todo como o gabarito estético para as letras romanas, que incluem suas proporções de altura e largura, curvas, serifas e espessuras (HORCADES, 2007).

A escrita possibilitou o acúmulo de conhecimento humano, passan-do a deixar registrados os saberes para as próximas gerações.

Fonte: https://www.wikipedia.org/

Relação da evolução dos algarismos entre os povos. Fonte: https://www.wikipedia.org/

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Escritas na base da coluna de Trajano. Fonte: https://www.wikipedia.org/

Escritas na base da coluna de Trajano. Fonte: http://www.tiposeletras.com.br/tag/carlos-magno/>.

Lógica de desenho dos números baseado na quantidade de ângulos.. Fonte: https://www.pinterest.com

SAIBA MAIS As letras maiúsculas, também chamadas de caixa-alta (por serem guardadas

separadamente no alto das estantes das oficinas tipográficas), são baseadas nos desenhos das letras de escrita monumental romana.

As letras minúsculas, também chamadas de caixa-baixa (antigamente guardadas nas prateleiras inferiores das oficinas tipográficas), são baseadas nos desenhos do grande escriba Alcuin, contratado para desenvolver a escrita oficial das redações dos documentos do imperador Carlos Magno.

Já os algarismos (palavra que tem origem do famoso matemático Al-Khwarizmi) foram incorporados do desenho da escrita arábica. A base era o valor determinado pelo número de ângulos que contivessem.

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Os chineses tiveram inúmeras contribuições para o desenvolvimento de suas civilizações: bússola, pólvora, papel, escrita, caligrafia e também impressão. Assim como os hieróglifos egípcios, o sistema de escrita chinesa também é puramente visual, cujos ideogramas significam uma ideia. Até hoje um antigo sistema de escrita é usado por mais pessoas do que qualquer outro sistema de linguagem visual.

O papel − substrato leve e econômico para o registro de informações e a impressão e a duplicação de palavras e imagens − possibilitou a ampla comunicação de pensamento e ação. Os europeus adotaram essas invenções chinesas e as usaram para conquistar grande parte do mundo. Com a impressão em papel, a disseminação da língua, a cultura e a religião ganharam parte do mundo.

Registros dinásticos atribuem a invenção do papel ao eunuco e alto funcionário do

governo Ts’ai Lun, que comunicou sua invenção ao imperador Hono no ano 105 da era

cristã. Não se sabe ao certo se Ts’ai Lun realmente inventou o papel, aperfeiçoou uma

invenção anterior ou patrocinou sua invenção. Entretanto, ele foi deificado como o

deus dos fabricantes de papel (MEGGS; PURVIS, 2009).

As matrizes entalhadas na madeira, utilizadas para registros e produção de mar-cas de identificação, evoluíram para a impressão.

A primeira forma de impressão foi a de relevo. Na matriz desta, os espaços em volta da superfície plana eram extraídos, formando um alto relevo com forma, que seria impresso. Esse alto relevo recebia uma tinta e uma folha de papel e era colo-cado sobre a superfície, sendo pressionado para transferir a imagem com pigmento para o papel.

Essas superfícies que funcionavam como carimbos facilitavam a produção e orga-nizavam-na em etapas, deixando-a mais ágil e precisa. Assim, o impressor conseguia um número de impressos relativamente alto.

https://www.youtube.com/watch?v=oFIOMEs1zMw

Vejo como é fantástica essa arte milenar que os chineses desenvolveram para transformar a escrita em obras de arte.

MÍDIAS INTEGRADAS

A Contribuição Asiática

Descoberta da Impressão

Fonte: https://www.pinterest.com

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O impresso começou a ser comercial, disponibili-zando menos tempo para a produção de letras à mão e levando ao desenvolvimento de tipografia, ilustração e design gráfico. Com o papel e as técnicas de matrizes em relevo, orientadas pela xilografia, a mecanização da produção atingiu mais uma revolução.

Em meados dos anos 1400, o alemão Johannes Gu-tenberg desenvolveu um sistema mecânico de tipos móveis mais resistentes, contendo materiais como chumbo e aço. Esse sistema reforçava e aperfeiçoava as matrizes de impressão, juntamente com uma pren-sa móvel (inicialmente baseada na prensa de uvas), levando a produção a um nível escalar e de precisão nunca atingido antes, deixando como legado sua maior obra: a Bíblia de Gutenberg (também conhecida como a Bíblia de 42 linhas), aclamada pela sua alta es-tética e qualidade técnica.

Manuscritos Iluminados

Manuscritos Iluminados

Detalhe: página da Bíblia de Guttenberg.Fonte: https://www.pinterest.com

Eram muitos solicitados, principalmente pelos nobres, devido aos desenhos coloridos e ao material nobre da folha de ouro, com suas luminosidades vi-brantes, de onde se originou o nome. Já se tratava de um apelo estético visual com extraordinário de-talhamento e sensibilidade no design para que, em conjunto com textos religiosos, expandisse a palavra e os ensinamentos das religiões. Tornaram-se muito significativos esses manuscritos que eram recopiados com extrema dedicação e paciência pelos monges co-pistas. Escritos sagrados eram de grande importância para cristãos, judeus e muçulmanos.

A maioria dos manuscritos iluminados era pequena o bastante para caber num alforje.

Essa portabilidade possibilitava a transmissão de conhecimento e ideias de uma região

para outra e de um período para outro. A produção de manuscritos durante o curso

de mil anos da era medieval criou um vasto repertório de formas gráficas, leiautes de

página, estilos de ilustração e letras, e técnicas (MEGGS; PURVIS, 2009).

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Livro com detalhamento de anatomia do novo tipo romano, desenvolvido na Renascença. Fonte: https://www.pinterest.com

Rinoceronte de Albert Dürer, 1515. Essa ilulstração xilográfica foi feita a partir de um esboço e de uma descrição enviados da Espanha, depois da chegada do primeiro rinoceronte à Europa. O alemão Durer foi um pintor, gravador, ilustrador e matemático que teve grande destaque nas artes gráficas. Naquela época, ele já trabalhava com um dispositivo “através do grid”, como

recurso auxiliar para o desenho. Fonte: https://www.pinterest.com

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Oficina de impressão – o impressor, do artista francês e mestre da gravação, principalmente pela técnica da água forte, Abraham Bosse. Fonte: https://www.pinterest.com

O conhecimento se espalhou rapidamente, gerando aumento na alfabetização, registros e comunicação eco-nômica. Ao surgir do período do Renascimento, as artes gráficas já estavam em uma abordagem extremamente inovadora. Os renascentistas se preocupavam, em proporções estéticas, com os desenhos dos tipos, a composi-ção das páginas, os ornamentos, as ilustrações e o projeto global do livro. Fizeram-se alfabetos completos, com a caixa-alta combinando com a caixa-baixa, mas com o mesmo estilo.

As novas letras da Renascença, conceitualmente baseadas em releituras dos períodos clássicos anteriores, coincidem com a introdução da perspectiva nos desenhos, o descobrimento da luz e da sombra na pintura e a invenção do domo pelo arquiteto Filippo Brunelleschi, na igreja conhecida por II Duomo, em Florença, na Itália. Esta transformou a arquitetura, tornando os novos espaços mais claros e amplos, absorvendo grande entrada de luz (HORCADES, 2007).

Os impressores, calígrafos e escribas eram pessoas importantes, respeitadas na sociedade europeia, fabrica-vam materiais e desenvolviam novos processos para o aprimoramento dos equipamentos e máquinas. Eram co-nhecedores de arte, desenho, matemática e estética, além de falar, escrever e criar letras em diversas línguas e escritas. Um grande exemplo dessa época é Francesco Griffo, que inventou as primeiras letras grifadas (itálicas).

https://www.youtube.com/watch?v=skySGQTc_Rg

Tipografia - A evolução da forma e da técnicaVeja a influência da matemática e geometria nas construções das formas e nos refinos dos desenhos de letras. Este é um vídeo produzido para aproximar os interessados sobre a origem da escrita e o desenvolvimento da tipografia até a era digital.

PESQUISE

Impressora a vapor da koening, 1814 (Doppelmaschine). Fonte: https://www.pinterest.com

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Desenho Gráfico e Revolução Industrial

Impressoras de corrente e máquinas de composição mecânica promoveram a ideia de design gráfico para a publicidade e, com a introdução de litografia (processo que envolve matrizes de pedra e imagens desenhadas), ganhou mercado devido ao resultado da qualidade na nitidez dos detalhes. A indústria da impressão, contando agora com a energia, continuou crescendo, alimentando o ritmo e a necessidade de comunicação de uma socie-dade cada vez mais urbana e industrializada.

A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra entre 1760 e 1840, foi um processo radical de mudanças sociais e econômicas. No decurso do século XIX, a quantidade de energia gerada pela potência do vapor aumentou cem vezes. Durante as últimas três décadas do século, a energia elétrica e os motores a gasolina aumentaram a produtividade.

A produção em massa cria competições e investimento em materiais para atrair consumidores, investimento em propagandas e divulgações. Nesse período, detiveram-se fabricações gigantescas de papeis e criaram-se di-versas formas de letras, usadas comercialmente, o que resultou em um “não controle estético” e em fabricações gigantescas de papeis.

Até James Watt (1736-1819) aperfeiçoou a máquina a vapor, que foi implantada rapidamente a partir da década de 1780. Os poderes animal e humano foram as principais fontes de energia.

O alemão König inventou, em 1811, a prensa mecânica e introduziu a energia a vapor e o movimento rotativo no engenho de impressão. Em 1812, König criou uma outra máquina: o órgão impressor, de grande diâmetro, dividido em três partes do seu eixo, sendo que cada uma dessas partes era utilizada em cada movimento de vaivém do órgão tipográfico; assim, eram impressos três exemplares numa volta completa do cilindro. Esta má-quina era uma doppelmaschine, porque foi construída com dois cilindros para fazerem impressão simultânea. Inicialmente movida a força de braço, foi adaptada, em 1814, a vapor, e passou a imprimir 1.100 exemplares por hora. No ano de 1816, König inventou uma máquina que imprimia simultaneamente a frente e o verso de uma folha (HORCADES, 2007).

Foi desenvolvido um sistema de fábrica com fa-bricação de máquinas e divisões de trabalho. Novos materiais, particularmente ferro e aço, ficaram dispo-níveis. A Revolução Industrial mudou o curso da tipo-grafia, mecanizando o processo da impressão.

A composição tipográfica manual e a posterior re-distribuição dos tipos nas caixas ainda eram processos lentos. Surgiu, então, a máquina Linotype, criada por Ottmar Mergenthaler, em 1886. Nela era possível a composição de linhas inteiriças, formadas pelas matri-zes de chumbo derretido, que se fundiam, formando uma linha de tipo.

Impressora a vapor da koening, 1814 (Doppelmaschine). Fonte: https://www.pinterest.com

https://www.youtube.com/watch?v=7DY63gvSuYI

Operando um linotipo Veja este vídeo de um operador de linotipo, mostrando como a máquina funciona, compondo a linha de tipo.

MÍDIAS INTEGRADAS

22

Litografia - Saiba mais

https://www.youtube.com/watch?v=pVwrUUwzBRo

Litografia - A arte de representar com a repulsão da água e o óleoFique por dentro dos grandes artistas visuais que utilizaram da técnica da litografia para criarem suas obras e veja que essa técnica influenciou o modelo de impressão offset.

A xilogravura e a ilusão de óticaAcompanhe, neste documentário, a vida e a obra fascinante do artista gráfico M.C. Escher, o mago da perspectiva, e depois pesquise mais sobre as gravuras, tendo como matriz e processos da técnica da xilogravura.

PESQUISE

PESQUISE

SAIBA MAIS

Batalha dos cartazes“Na metade do século XIX, o cartaz e a folha

impressos tipograficamente encontravam a concorrência de um cartaz mais figurativo e sedutor. A litografia era o meio gráfico que possibilitava uma abordagem mais ilustrativa da comunicação pública. Na metade do século, os impressores tipográficos reagiram à concorrência das litografias fluidas e coloridas que eram usadas nos anúncios, com esforços heroicos e criativos para ampliar seu meio” (MEGGS; PURVIS, 2009).

Ziraldo, um cartazista brasileiroO ilustrador e escritor infantil, criador

de personagens famosos, como o menino Maluquinho, é um exemplo de exímio artista

visual cartazista, além de ser cartunista, chargista, pintor, dramaturgo, caricaturista.

Detalhe: Cartaz para o programa do humorista Jô Soares. Nota-se a criatividade no uso da mensagem e de suas

relações verbais e visuais. Fonte: https://www.pinterest.com

Detalhe: Joseph Morse, cartaz em xilogravura multicolorida, 1856.Fonte: http://higheredbcs.wiley.com/legacy/college/meggs/0471699020/html/Chapter09/slides/09-52.html>.

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A Fotografia

A fotografia é resultado de uma evolução, ao longo de muitas observações e descobertas de processos físi-co-químicos, desde a Antiguidade, dos estudos e do desenvolvimento da câmara escura, até ser conhecida e co-mercializada. Sendo o daguerreótipo encarregado desse fato, se consolidou no período da Revolução Industrial e se tornou parte importantíssima para os processos atuais das artes visuais e da cultura da sociedade.

Os ilustradores agora eram “forçados” à fantasia e à ficção e ganhavam nova liberdade de expressão. Novas tecnologias alteraram radicalmente as existentes, e tanto as técnicas de impressão como a ilustração foram drasticamente transformadas. À medida que a reprodução fotomecânica substituía as lâminas feitas à mão, o processo fotográfico monopolizava o registro “mais real” dos momentos, fazendo com que as características textuais e dos tons da imagem reticulada mudassem a aparência da página impressa.

Detalhe: O cavalo em movimento, 1883. A fotografia em série demonstrou a capacidade das imagens gráficas para registrar relações espaciotemporais. As imagens em movimento tornavam uma possibilidade (MEGGS; PURVIS, 2009).

Fonte: <http://100photos.time.com/photos/eadweard-muybridge-horse-in-motion>.

História da fotografia - Saiba Mais

História da fotografia – Vários processosFique por dentro da história da fotografia no mundo e como ela chegou no Brasil.

PESQUISE

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Detalhe: A. M. Cassandre, cartaz para Dubonnet, 1932. Dubo (dúvida): o homem olha em dúvida para seu copo; Du bon (algo bom): a bebida é saboreada;Dubonnet: o produto é nomeado enquanto o copo é novamente enchido (MEGGS; PURVIS, 2009).

O aumento do comércio e da comunicação entre países asiáticos e europeus no final do século XIX causou uma colisão cultural entre o oriente e o ocidente, que experimentaram mudanças como resultado de influências recíprocas. Esse período combinou estilos de arte e design gráfico com vários avanços tecnológicos, incluindo o processo de tela fotográfica de meio-tom, retículas, litografia colorida, filmes e televisão. Nessa época, predo-minaram tanto estilos de abordagem mais livres quanto estilos mais métricos, seguidos pela busca de equilíbrio proporcional entre as composições das peças gráficas.

Veja abaixo um exemplo de comunicação com o vinho, que dialoga com o consumidor e enaltece a marca do produto. É interessante perceber a abordagem do estilo do traço, das técnicas e da narrativa criada pelo artista visual Cassandre, designer influente de pintores, cartazistas e desenhistas de tipos. Ele foi influenciado pelos movimentos cubistas e surrealistas e ajudou a criar, mais tarde, o movimento que conhecemos como Art Déco.

Já outros artistas comerciais, como eram também conhecidos os designers, eram chamados e contratados por agências de publicidade. Um bom exemplo de projeto feito em uma agência é o “Beba leite diariamente”, de 1935, do britânico modernista Ashley Haviden.

As letras pinceladas de Ashley mais tarde tornaram-se tipos conhecidos como Ashley Script (Escrita de Ashley), criados pela Monotype - empresa especializada na criação de fontes tipográficas e responsável por mui-tas inovações na tecnologia de impressão.

Alguns movimentos artísticos e suas influências nas artes gráficas

UNIDADE II

Detalhe: Beba leite diariamente Fonte: https://pinterest.com>.

Detalhe: Ashley Script, fonte da Monotype, 1955.Fonte: https://pinterest.com>.

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A arte nova, do francês art nouveau, surgiu como um estilo estético. Sua exuberância de formas e curvas forneceu exemplos de tipografia que incorporavam todas as características que os objetos, as ilustrações e a arquitetura trouxeram, passando a dar um peso nas letras usadas na publicidade, nas revistas e nos pôsteres, refletindo esse processo de criação mais livre.

A arte asiática, como a pintura dos vasos de cerâmicas, proporcionou artistas e designers europeus e norte-a-mericanos com abordagens para o espaço, a cor, as convenções de desenho e os assuntos que eram radicalmen-te diferentes das tradições ocidentais. Essa arte logo ganhou as áreas da arquitetura, pintura, arte comercial, ornamentação, mobília etc.

Cada país europeu desenvolvia o conceito da nova arte de acordo com seu momento e sua cultura local. Enquanto na França estava mais ligado à arquitetura e ao movimento da Belle Époque, da cidade luz Paris, na Inglaterra já estava mais ligado às produções de ilustração e ao design gráfico.

Art Nouveau

Detalhe: Pôster Alphonse Mucha. Fonte: https://www.wikiart.org/en/alphonse-mucha/job-1896

Detalhe: Toulouse Lautrec - Cartaz do Moulin Rouge (1891). Fonte: https://pt.wikipedia.org

Detalhe: Capa de livro de Arthur Mackmurdo, Wren’s City Churches, 1883: frequentemente citado entre incunables de Art Nouveau. Fonte: https://pt.wikipedia.org

https://www.youtube.com/watch?v=Va34sAvO7VE

Art Nouveau Preocupava-se com a originalidade da forma, tinha relação direta com a Segunda Revolução Industrial e com a exploração de novos materiais, como o ferro e o vidro. Acompanhe mais!

MÍDIAS INTEGRADAS

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A evolução do design gráfico no século XX está muito ligada à poesia, arquitetura e principalmente à pintura. O cubismo, que se iniciou no início desse século e sofreu uma influência do impressionista Paul Cézanne, defen-dia que o pintor “deveria tratar a natureza com as formas de cilindro, esfera e cone” e passou a representar as formas da natureza através de formas geométricas audaciosas, representando as partes de um objeto no mes-mo plano. Essa nova maneira de retratar a realidade passou a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.

O precursor desse movimento foi o artista espanhol Pablo Picasso, que mudou o modo artístico de ver, desafiando os padrões de representações estéticas do Renascimento, expondo uma série de trabalhos, aplican-do planos geométricos à figura humana, elementos da arte ibérica, formas das esculturas, máscaras e tecidos africanos. O movimento se dividiu em duas partes: analítico e sintético. O analítico explorava a desconstrução dos objetos em formas geométricas, de forma que seu todo ficasse exposto, e vários pedaços do mesmo objeto, com a paleta de cores reduzida a cores neutras, ao cinza, bege e aos castanhos. O sintético utilizava elementos que transmitissem mais de uma dimensão, aprofundando o lado sensível. Eram utilizados colagens, recortes, pedaços de madeira e outros materiais.

Detalhe: Pablo Picasso, Les Demoiselles d’Avignon de Pablo Fonte:. https://pinterest.com

Detalhe: O homem de chapéu azul, 1937, de Fernand Leger.Fonte:. https://www.wikiart.org/

Detalhe: Guernica, 1937, de Pablo Picasso. A obra, que é uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”, tem traços também surrealistas. Isso faz com que a pintura contemple duas vanguardas ao mesmo tempo: surrealismo e cubismo. Fonte:. https://pinterest.com

https://www.youtube.com/watch?v=LZdeljd_0BA

Cubismo - história da arte, avançando pelo século XX Veja como é fantástica essa arte milenar que os chineses desenvolveram para transformar a escrita em obras de arte.

MÍDIAS INTEGRADAS

Cubismo

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Dadaísmo

Formado por um grupo de artistas, poetas e escritores, teve como base o príncipio da desconstrução, da ex-pressão da arte pela arte, dos valores subjetivos e negação de preceitos incorporados pelo pensamento humano em relação à preocupação estética da arte.

O termo dada significa, em francês, “cavalinho de pau” ou “brinquedo de criança”, e também remete à lin-guagem típica dos bebês, que simboliza, por consequência, o caráter nonsense das obras dadaístas (Wikipédia).

A Primeira Guerra tinha deixado horrores, e a Europa estava preocupada. Em 1916, o movimento dadaísta emergiu como uma crítica aos padrões de arte da época e das estruturas sociais que permitiram que tal evento acontecesse, protestando rancorosamente contra as organizações políticas.

Visualmente, esses conceitos refletem os novos ingredientes da diagramação, uma estética totalmente as-simétrica, com formatos diferentes, quebrando grids, estruturas modulares e recomendações tipográficas. Os textos, contendo tom de voz agressivo, desimportância de rimas e desorganização, tiveram forte influência na literatura, juntamente com os chamados ready made (objetos prontos), artefatos tirados de seu contexto e ex-postos como objetos de arte, parte dessa manifestação radical.

Detalhe: A fonte, de Marcel Duchamp, 1917. Fonte:. https://pinterest.com

Detalhe: Pôster para Dada Matinée, do holandês Theo Van Doesburg, 1923.Fonte:. https://commons.wikimedia.org

Detalhe: Ilia Zdanevich.Fonte:. https://pinterest.com

https://www.youtube.com/watch?v=YWdx_uhkYbI

Dadaísmo Vejo como é fantástica essa arte milenar que os chineses desenvolveram para transformar a escrita em obras de arte.

MÍDIAS INTEGRADAS

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Surrealismo

O surrealismo impactou o design gráfico, que foi variado e pioneiro em pensamentos. Embora enraizado no dadaísmo, desenvolveu novas técnicas e conceitualmente trouxe à tona a incorporação da fantasia e intuição, mostrando que esses conceitos subjetivos poderiam ser expressos visualmente.

Essa “super-realidade” não se tratava somente de expressão estética ou de estilo visual, mas sim de pen-samento. Era um modo de questionar, conhecer e sentir um estilo de vida, pois, nesse período, que era con-traposto ideologicamente ao movimento dadá, havia uma fé poética no homem e em seu espírito, liberto das convenções sociais e morais, enaltecendo a intuição e o sentimento.

Dos poetas aos pintores, grande parte desses artistas influenciou significativamente as comunicações visuais, com impacto na fotografia e nas ilustrações, como, por exemplo, o alemão Max Ernst, gravurista que mesclava técnicas de colagens para criar estranhas composições mescladas. O espanhol Salvador Dali influenciou o design gráfico com o uso de suas perspectivas profundas, inspirando designers a dar profundidade nas páginas impres-sas com sua abordagem naturalista, bizzara, onírica e plasticidade ímpar nos cartazes e nas imagens editoriais. Já o belga René Magritte manteve um diálogo poético entre realidade e ilusão, verdade e ficção, mantendo o uso de mudanças de escalas nos elementos das composições, desconsiderando a presença da gravidade e dos direcionamentos de luz e sombra.

Detalhe: A persistência da memória, de Salvador Dalí, 1931.Fonte:. http:www.wikipedia.org

Detalhe: A persistência da memória, de Salvador Dalí, 1931.Fonte:. http:www.wikipedia.org

https://www.youtube.com/watch?v=zAGmM9BMTH4

Esse movimento incentivou a poesia, o design e o cinema. Assista essa videoaula sobre esse movimento importante na história da arte e depois busque por filmes que usaram e foram influenciados pelos conceitos do surrealismo.

PESQUISE

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Bauhaus

A escola foi fundada pelo arquiteto alemão Walter Gropius, em meados de 1919. Ele acreditava que o design criaria uma nova sociedade e um melhor modo de vida. Talvez a influência mais importante no design dos dias de hoje seja da Bauhaus, com seus princípios funcionais de tornar o mundo um lugar melhor.

Como é citado no livro História do Design Gráfico (MEGGS; PURVIS, 2009), o objetivo da Bauhaus era libe-rar a capacidade criativa de cada aluno, desenvolver a compreensão da natureza física dos materiais e ensinar princípios fundamentais do design subjacentes a toda arte visual. Os estudos dos contrastes visuais e as análises de pinturas dos antigos mestres procuravam desenvolver a consciência perceptiva, as habilidades intelectuais e experiências emocionais.

O movimento De Stijl e o construtivismo eram evidentes influências na expressão gráfica da Bauhaus. Assim, fica claro perceber a presença do geometrismo, das cores primárias e da diagramação em diagonais, dando ação e enfoque aos elementos. Houve grande produção de variedades de tipos, empregando elementos da Tipografia Bauhaus, tipos sem serifa, numerais grandes e “barras” horizontais e verticais, cuja função é enfatizar ou organi-zar a informação que, nesse período, devido ao aspecto racionalista, só utilizava caixa baixa.

Detalhe: Joost Schmidt, cartaz de exposição da Bauhaus, 1923. Ressonâncias de cubiscmo, construtivismo e De Stijl dão prova de que a Bauhaus se tornou um repositório onde movimventos diversos eram combinados em novos enfoques de design (MEGGS, 1942-2002). Disponível em: <https://pinterest.com>

Detalhe: Herbert Bayer, alfabeto universal, 1925. Esta experiência de redução do alfabeto a um conjunto de caracteres geometricamente construídos maximixa as diferenças entre as letras para maior legibilidade. As letras caixa-baixa mostram pesos diferentes. Variações posteriores incluem os estilos negrito, condensado, de máquina de escrever e cursivo. (MEGGS, 1942-2002). Disponível em: <https://pinterest.com>

https://www.youtube.com/watch?v=H4tB3ZqM1uA

Bauhaus - a face do século XX Complemente seus conhecimentos com esse documentário incrível da escola que simboliza grande parte do desenvolvimento artístico e arquitetônico, design e industrial do mundo.

MÍDIAS INTEGRADAS

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Art Decó

Também faz parte dos movimentos vanguardistas do começo do século XX o movimento Art Déco, que teve seu auge nos anos de 1930, trazendo também, para seus conceitos, as formas geométricas. Predominam as linhas retas, semicirculares ou circulares estilizadas, além de contar também com o design abstrato. Exploraram--se temas, ilustrando as formas femininas e as formas de animais.

A decoração geometrizada na tipografia, ilustração, arquitetura, nos cartazes, nas esculturas, joias e nos móveis foi vista como estilo elegante, funcional e ultramoderno. Nessa época, o estilo passou a ter uma relação lado a lado da produção industrial, e com os materiais, formas acessíveis e custos de serem reproduzidos em grande escala.

Detalhe: Schulz Neudamm. Pôster do filme Metrópolis (1926). Disponível em: <https://pinterest.com>

Detalhe: Foto do Tetro Goiânia, inaugurado em 1942. Como outras cidades brasileiras, Goiânia também recebe uma grande influência do estilo Art Déco em sua Arquitetura. Disponível em: <http://www4.goiania.go.gov.br>

Detalhe: Broadway Engraved. Disponível em: <https://pinterest.com>

https://www.youtube.com/watch?v=vndL5tTTReE

Aprendizado visual sobre Art Déco

Assista esse audiovisual com animações de imagens de produtos com formas da estética luxuosa e geométrica da Art Déco.

MÍDIAS INTEGRADAS

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Pop Art

Alguns autores dizem que a pop art é o marco da passagem da modernidade para a pós-modernidade na cultura do ocidente. O movimento foi criado na década de 1950, na Inglaterra, e veio de um grupo de artistas de Londres (chamado grupo independente), que se reuniu para discutir sobre arte. As barreiras das artes visuais e os costumes populares se espalharam em 1960 nos Estados Unidos, década em que o mundo vivia o momento de grande consumo da publicidade, do cinema e da cultura de massa.

Esteticamente, a pop art tem referências dos traços orgânicos da art nouveau e da filosofia do dadá, como rebelde contra os valores culturais tradicionais. Pop significa popular e é um rótulo dado a objetos que eram considerados indignos de atenção artística, mas faziam parte da sociedade cultura popular.

Com o objetivo da crítica tônica ao bombardeamento da sociedade capitalista pelos

objetos de consumo da época, ela operava com signos estéticos de cores inusitadas

massificados pela publicidade e pelo consumo, usando como materiais principais: ges-

so, tinta acrílica, poliéster, látex, produtos com cores intensas, fluorescentes, brilhantes

e vibrantes, reproduzindo objetos do cotidiano em tamanho consideravelmente gran-

de, como de uma escala de cinquenta para um, objeto pequeno, e depois ao tamanho

normal (Wikipédia).

Detalhe: Roy Lichtenstein. Moça chorando, 1964. Roy Lichtenstein começou a ficar conhecido pelo trabalho inspirado no formato das histórias em quadrinhos e na crítica às culturas de massa, feitas com grande ironia. Uma das marcas registradas do trabalho de Roy Lichtentein é o uso dos Pontos de Ben D, que consistiam basicamente em combinar dois ou mais pontos diferentes e do mesmo tamanho para criar uma nova cor, simulando os pontos reticulados das histórias em diversas cores. Disponível em: <https://pinterest.com>

Detalhe:Andy Warhol, Marilyn Diptych, 1962. Warhol reinventou a pop art com a reprodução mecânica e seus múltiplos serigráficos, temas do cotidiano e artigos de consumo, como as reproduções das latas de sopas Campbell e a garrafa de Coca-Cola, além de rostos de figuras conhecidas como Marilyn Monroe, Michael Jackson, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara, Brigitte Bardot e símbolos icônicos da história da arte, como Mona Lisa. Estes temas eram reproduzidos serialmente com variações de cores. Disponível em: <https://pinterest.com>

https://www.youtube.com/watch?v=qL-G3_c9Evk

A cultura de massa e a publicidade da Pop Art

Assista esse audiovisual que reforça o entendimento do movimento Pop Art, que surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos, nos anos 1950 e 1960, em um momento que o mundo vivia o paraíso do consumo.

MÍDIAS INTEGRADAS

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Talvez por complexo da nossa cultura do “vira-lata”, às vezes nos posicionamos como um pensamento infe-rior a certas ocasiões. Segundo Landim (2010), havia uma mentalidade de que não adiantava investir em design no Brasil, por este ser um país periférico no sistema econômico mundial e por ter uma função destinada como exportador de matérias-primas. Sendo assim, grande parte das produções industriais fica por conta das grandes multinacionais. Esse fato fez gerar total insatisfação na comunidade de designers, pois o pensamento dessas empresas era de importar projetos diretamente do país matriz estrangeiro.

A produção gráfica no Brasil tem o embasamento de duas vertentes: o uso das técnicas de gravura, que tem caráter de expressão artística, e a indústria gráfica, na qual se desenvolve o processo de automatização dos pro-cessos de impressões; ambas ocorreram paralelamente no início do século XX, onde se desenvolveram.

Houve instituições que lecionavam tanto para as artes expressivas da gravura quanto para o setor gráfico de ramo comercial, como: o Liceu de Artes e Ofícios (fundado em 1858 por Francisco Joaquim Bethencourt da Silva), o Curso de Artes Gráficas da Fundação Getúlio Vargas (fundado em 1946 por Tomás de Santa Rosa), com orientação curricular para artista gráficos, e a Escola Nacional de Belas Artes (onde se implementou o ensino das técnicas de gravura em 1951).

Brasil nas artes gráficas

UNIDADE III

Detalhe: rótulo de marca registrada na Junta Comercial entre 1875 e 1901. A imagem identificava produtos agrícolas ou derivados. Fonte: O Design Brasileiro antes do Design, p. 6.

Detalhe: na litografia, o artista visual podia facilmente trocar o texto, mantendo a imagem. Fonte: O Design Brasileiro antes do Design, p. 6.

Detalhe: a capa feita por Wasth Rodrigues, do livro Urupês, de Monteiro Lobato (1918), ganhou fama como sendo o marco inicial do design de livros no Brasil. Fonte: O Design Brasileiro antes do Design, p. 75.

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Detalhe:A Revista Tico-Tico (1904) foi a primeira revista de quadrinhos infantil fabricada no Brasil. Disponível em: <https://keyimaguirejunior.wordpress.com/2015/04/15/o-tico-tico-o-mais-brasileiro-dos-almanaques>

Detalhe:A Revista Tico-Tico (1904) foi a primeira revista de quadrinhos infantil fabricada no Brasil. Disponível em: <https://keyimaguirejunior.wordpress.com/2015/04/15/o-tico-tico-o-mais-brasileiro-dos-almanaques>

Grande parte da produção do design brasileiro se desenvolveu com cartazes, almanaques, revistas e capas de discos de vinil. Estes, inclusive, eram grandes aliados da expressão de posicionamento democrático na época da ditadura, que muitas vezes era censurado nas músicas.

Na década de 1960, o regime autoritário, que teve início com o golpe militar, era de constante censura e con-trole. O principal reflexo dessa revolta no Brasil foi através do movimento da Tropicália, que buscou uma forma de oposição e libertação do clima opressivo, que regia as relações sociais nos anos pesados da ditadura.

https://www.youtube.com/watch?v=9TEnVbGJMts

Design gráfico e indústria fonográfica brasileira

Complemente seus conhecimentos assistindo a esse documentário sobre a arte das capas de discos da indústria fonográfica brasileira. Exibido no canal Arte 1, em 2016.

MÍDIAS INTEGRADAS

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É nessa época que começam a chegar ao País informações sobre a Contracultura eu-

ropeia e americana. Ganham destaque na mídia os debates sobre o uso das drogas,

sobre a psicanálise, as políticas do corpo, a criação dos circuitos alternativos, as ações

e produção dos poetas beats americanos, do feminismo, do gay power, do black power

(RODRIGUES, 2006).

Com grandes influências do design que veio de fora, principalmente germânico, em 1963 criou-se a Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI). Um dos responsáveis por este feitio foi um dos maiores nomes do design gráfico no século XX: Aloísio Magalhães, de-signer, pintor, gravador, cenógrafo e figurinista.

Aloísio, um dos pioneiros do design gráfico brasilei-ro, se destacou nas artes gráficas e identidades visuais, desenvolvendo cerca de centenas de marcas, além de desenhos de notas e moedas brasileiras. É tamanha sua contribuição para o design brasileiro que, no dia 5 de novembro (data de seu nascimento), foi decretado o dia do designer no Brasil.

Detalhe: capa do disco de Caetano Veloso, de 1968, uma das muitas obras assinadas por Rogério Duarte. Nota-se a influência do psicodelismo e das cores vibrantes. Disponível em: < Fonte: http://www.wikipedia.org>

Detalhe: pôster para o filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Rogério Duarte, além de artista gráfico, era músico, compositor, poeta, tradutor, professor universitário e precursor da Tropicália. Com influência da cultura e elementos pop, foi responsável pela produção de grande quantidade de cartazes. Disponível em: <http://www.wikipedia.org>

Detalhe: Álbum Gilberto Gil, de 1968, feito também por Rogério Duarte. Seus projetos são marcados por cores e cultura bem brasileiras, representados nas capas de discos da tropicália. Disponível em: <http://www.wikipedia.org>

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Detalhe: algumas marcas em destaque de Aloísio. Da esquerda para direita: Petrobrás – 1964; Banco do Estado do Rio Grande – 1965; Quarto centenário do Rio de Janeiro – 1963; Globo – 1965; Banco Nacional – 1974; Banco Central – 1966; Light, Bienal SP – 1965; Unibanco - 1962. Disponível em: <http://designculture.com.br/aloisio-magalhaes-o-pioneiro-do-design-grafico-brasileiro>

Detalhe: proposta para a cédula de 1.000 cruzeiros (1977), desenhada com João de Souza Leite e Washington Dias Lessa. Ao lado, a logo da Light, 1966. Nota-se o espelhamento da letra “L” formando um raio estilizado (ícone da eletricidade). Disponível em: <http://designculture.com.br/aloisio-magalhaes-o-pioneiro-do-design-grafico-brasileiro>

Detalhe: várias marcas desenvolvidas por Wollner. Nota-se a influência do modernismo, da escola de Ulm: a precisão geométrica, o equilíbrio e a racionalidade para a construção de uma marca feita para funcionar e ser esteticamente entendível e agradável visualmente.

Quem fazia parte do corpo docente e também ajudou na criação da ESDI foi outro grande designer gráfico brasileiro, Alexandre Wollner. Ele foi aluno da primeira turma do Instituto de Arte Contemporânea do Masp e depois convidado por Max Bil para a escola de Ulm, juntamente com Geraldo de Barros, Walter Macedo e Ruben Martins, o primeiro escritório de design do país: FormInform.

Wollner também foi responsável por uma parcela de produção de projetos de identidade corporativa no Brasil. Entre as empresas para as quais trabalhou, estão: Cofap, Info Globo, Itaú, Coqueiro Sardinhas, Atlas Eleva-dores, Mac, Sumaré, Papaiz, Ultragaz, Hering, Philco, Eucatex, Metal Leve e Indústrias Klabin.

https://www.youtube.com/watch?v=s7LOZLMRRO0

Alexandre Wollner e a Formação do Design Moderno no Brasil Veja como se deu o fortalecimento do design ao assistir esse documentário, um dos principais nomes na formação do design moderno no Brasil.

MÍDIAS INTEGRADAS

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Detalhe: o daguerreótipo foi o primeiro processo fotográfico a ser anunciado o comercializado ao grande público. Foi divulgado em 1839, tendo sido substituído por processos mais práticos e baratos apenas no início da década de 1860. Disponível em: <www.wikipedia.com>

Detalhe: computador da Xerox, anos 70, com interface gráfica e mouse. Disponível em: <www.pinterest.com>

A impressão que você hoje consegue fazer rapidamente, seja em papel ofício pela impressora a laser, em um banner de largo tamanho ou uma lona pela impressão a jato de tinta especial, em uma caixa feita com a impressão offset, com acabamento especial, visando a uma forma atrativa para embalagem, passou por longos processos e influências.

Acompanhe aqui, de acordo com a coleta do material do Centro de Belas Artes de São Paulo, uma breve des-crição, por tópicos, dos acontecimentos que levaram à origem dos sistemas de impressão.

l 3.000 anos atrás: ábaco; primeiro aparelho para proces-sar informação;l 1642: somadora;l 1801: cartões perfurados;l 1834: aparelho analítico;l linotipo;l litografia;l fotografia;l máquina de escrever;l 1938 a 1945: cifragem de mensagens de guerra;l 1946: ENIAC; 17.480 válvulas de rádio; 4 toneladas; 30m

de comprimento; 180m2; processava 5 mil somas por segun-do;l 1947: Mark I e Mark II (IBM); primeiro bug;l 1950: transistor para substituir as válvulas; microchip;l anos 70: alto (Xerox); plataforma gráfica; ícones; mou-

se; sistema operacional (Smalltalk); processo de mapas de bits; acesso à rede;l 1975: altair (MITS); chip da Intel; 256 bytes de RAM;

sistema operacional baseado em BASIC; Bill Gates e Paul Allen;l 1975: microsoft; MS-DOS;l 1976: apple I (Apple); Steve Jobs, Stephen Wozniak e

Ron Wayne; montado;l 1981: IBM-PC; MS-DOS; Fabricantes: Dell, Accer, Com-

paq, Toshiba, HP entre outros;l 1985: Windows; plataforma gráfica; instalação de apli-

cativos gráficos;l popularização do computador;l anos 90: popularização da internet;l 2000 wireless; l blog;l telas por comando touch (touch screen).

Um pouco sobre a origem dos sistemas de impressão

UNIDADE IV

37

Segundo Marina Oliveira (2002, p. 32), uma das maneiras mais eficazes de se classificar os processos de im-pressão é através da forma e do tipo de funcionamento da matriz que cada processo utiliza.

Processos planográficos: a matriz nesse processo é plana. É através de fenômenos físico-químicos de repul-são e atração que tinta e água se alojam em áreas gravadas para reprodução no suporte. Exemplos: litografia, offset, offset digital e driografia (offset sem água).

Processos eletrográficos: conhecidos também como processos digitais ou eletrônicos, pelo fato de que as imagens a serem produzidas se constituem de dados informatizados ou digitalizados. A matriz nesse processo também é plana, porém, o impresso é determinado na matriz ou no suporte e ocorre por fenômenos eletrostá-ticos. Exemplos: impressão digital, eletrofotografia e xerografia.

Processos permeográficos: a imagem que será impressa é formada por áreas permeáveis ou perfuradas da matriz. Exemplos: serigrafia, stencil e mimeógrafo eletrônico.

Processos relevográficos: a matriz em alto relevo recebe um entintamento e é impressa mediante pressão. É o mesmo princípio dos carimbos. Exemplos: xilografia, tipografia e flexografia.

Processos encavográficos: nesse processo, a matriz tem o mecanismo inverso do processo relevográfico; ela é de baixo relevo, ou seja, os elementos que serão impressos são formados por sulcos que armazenam a

Detalhe: infográfico ilustrativo explicando as etapas da impressão offset. Disponível em: < www.graficaprinti.com.br>

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Detalhe: relação do resultado gráfico dos estilos de impressões. Fonte: www.graficaprinti.com.br

tinta que será transferida para o papel ou outro substrato mediante pressão. Exemplos: água forte, talho doce, rotogravura e tampografia.

Processos híbridos: são processos que envolvem componentes de sistemas diferentes, com matrizes pró-prias de um deles, mas aplicadas à impressão própria de outro. Em geral são de equipamentos de tecnologia muito específicos. Exemplos: impressora índigo, impressão eletrostática, letterset e di-litho.

Processos digitais diversos: a impressão é realizada por uma matriz virtual formada por impulsos elétricos de um sistema informatizado. São processos diferenciados entre si e, em geral, são adequados à quantidade de impressões. Exemplos: plotter, plotter elestrostática, plotter de transferência térmica, impressão a jato de tinta, corte eletrônico, transferência térmica, sublimação, routters etc.

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM

A primeira impressão é a pré-impressãoCom a ajuda desse blog da internet, acompanhe a explicação de uma série de vídeos

que narra por meio de animação os processos principais de impressão. Após isso, pesquise e escreva para melhorar o entendimento sobre o assunto e tire as dúvidas com seu professor. Pesquise mais sobre os processos de impressão e como a evolução das tecnologias pode interferir no resultado gráfico/estético das artes visuais.

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O designer gráfico ou profissional das artes visuais tem o dever de sempre focar em defender o valor do design para formar um mercado mais saudável, evoluindo cada vez mais essa maravilhosa habilidade de criar linguagens visuais. Por isso, sempre devemos buscar referências, analisando o mercado e desenvolvendo um aprendizado com o que já foi produzido. Aliar parte teórica e conceitual do design com a prática, desde o signi-ficado das cores, as proporções, o alinhamento, a composição e os contrastes, passando por estudos técnicos de como funciona determinado tipo de impressão, forma de tipografia para tela ou para impresso a linguagens mais contemporâneas de design em movimento, vídeos, animações, é fundamental para nossa evolução profissional.

Tradicionalmente, a atividade do designer tem sido vista pela sociedade como um ser-

viço ‘artístico’ prestado a clientes de diferentes áreas – comércio, indústria, editoras,

instituições culturais etc. – e, portanto, não pode ser considerada uma prática des-

vinculada de outros interesses. Além disso, associa-se ao compromisso de comunicar,

visando obter determinadas respostas e efeitos do público ao quão se dirige. Entretan-

to, ao buscar certas reações de sua audiência, o designer tem a possibilidade de usar

diferentes recursos e estratégias, transitando por diversas possibilidades de articulação

de mensagens em seus aspectos visuais (GRUSZYNSKI, 2000, p.11).

Embora o profissional da criação esteja ligado a conceitos de estéticas, atualmente, no século XXI, os de-signers, aliados à tecnologia, estão cada vez mais atingindo outros campos, produzindo e editando conteúdos, produzindo projetos multimídias, criando exposições, alimentando sites, revistas e livros digitais. Devido a diver-sas metodologias e processos variados, o pensamento de diferencial competitivo ultrapassa a visão somente da representação visual e molda pensamentos aplicados para lidar com uma variedade de problemas, como por exemplo, no design de produtos, na melhoria da eficácia da segurança em determinados ambientes, aeroportos, hotéis e hospitais.

Pensamentos mudam e influenciam comportamentos, desde pensar uma embalagem que impacte menos nas poluições ecológicas e incentivar clientes de um banco a poupar investimentos, a melhorar uma experiência virtual na compra de um determinado produto ou interação física com ambiente. O designer agora não se limita a criar objetos elegantes para embelezar o mundo ao seu redor, mas sim inovações que podem melhorar de forma útil esse mundo.

Dualidade constante: a opinião do cliente e a forma singular de se expressar

UNIDADE V

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEMDesign thinkingPense. Inspire-se. Faça. Veja esse vídeo e busque mais sobre o termo design thinking.

Veja que, com a criatividade e metodologia de inovar, podemos inovar.

https://www.youtube.com/watch?v=4N5arlodPGw

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Construindo um conceito. Este infográfico foi retirado de um site como um guia de princípios e elementos para auxiliar quem está iniciando na área das artes visuais/design e reforçar o aprendizado de quem já atua no ramo. Confira as dicas:

Detalhe: infográfico com 20 princípios de composição para uma melhor estética visual. Disponível em: <www.trampos.com>

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Um elemento essencial em qualquer layout é a ti-pografia. Ela ganha um significado que vai além do ca-ráter funcional. São elementos que dão cara à lingua-gem e devem ser muito bem estudados, pois qualquer projeto, o mais simples que seja, pode fazer a diferen-ça na comunicação de algum espectador.

Veja nesta página as partes principais do tipo e como funciona quando estas são compostas em linha. Estude, pratique, faça e exercite sua criatividade para compor visuais impactantes.

Detalhe: tipos compostos em linhas e suas relações de orientação de elementos (NIEMEYER, 2010, p. 35).

Detalhe: Partes do tipo (NIEMEYER, 2010, p. 34).

42

BATTISTONI FILHO, Duilio. Pequena história da arte. 19. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.

BROWN, Tim. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Trad. Cristina Yamagami. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

CAMARGO, Mário de (org.). Gráfica: arte e indústria no Brasil: 180 anos de história. São Paulo: Bandeirantes Gráfica, 2003.

CARDOSO, Rafael (org.). O design brasileiro: antes do design. São Paulo: Cosacnaify, 2005. FAJARDO, E.; SUSSEKIND, F.; VALE, M. Oficina de gravura. Rio de Janeiro: SENAC, 1999.

FARIAS, Priscila. Tipografia digital. O impacto das novas tecnologias. Rio de Janeiro: 2AB, 2001.

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GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. 8. ed. ver. e ampl. São Paulo: Escri-turas Editora, 2008.

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HOLLIS, Richard. Design Gráfico: uma história concisa. Tradução Carlos Daudt. São Paulo: Martins Fontes, 2000. (Coleção a). Título Original: Graphic Design.

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LANDIM, P. C. Design, empresa e sociedade [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 191 p. ISBN 978-85-7983-093-8. Available from Scielo Books.

MEGGS, Philip B.; PURVIS, Alston W. História do design gráfico. São Paulo: Ed. Cosac Naify, 2009.

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Referências

Inaciolândia

Gouvelândia

Quirinópolis

V icentinópolis

Acreúna

Santo Antônioda Barra

Rio Verde

Jataí

Turvelândia

Porteirão

Maurilândia

Castelândia

Portelândia

Santa Ritado Araguaia

Serranópolis

Aporé

Itajá

Itarumã

CachoeiraAlta

Paranaiguara

Represa deSão Simão

Doverlândia

Baliza

Bom Jardimde Goiás

Aragarças

Nerópolis

Urutaí

Cristianópolis

Ipameri

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