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História do Maranhão · Pernambuco, onde recebeu uma indenização e perdão do governador-geral, para evitar que se juntasse a outros corsários franceses e os liderasse novamente

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História do Maranhão

Maranhão Colonial (1500 – 1822)

Professor Thiago Scott

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História do Maranhão

MARANHÃO COLONIAL (1500 – 1822)

Denomina-se França Equinocial aos esforços franceses de colonização da América do Sul, em torno da linha do Equador (antigamente denominada de linha Equinocial), no século XVII. O mais significativo legado desse empreendimento colonial é a cidade de São Luís, atual capital do Maranhão, originalmente uma feitoria francesa.

O império colonial francês

O Império colonial francês no Novo Mundo também incluía a Nova França ("Nouvelle France") na América do Norte, particularmente no que é hoje a província do Québec, no Canadá, e a França Antártica ("France Antarctique"), na atual cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. As nações ibéricas consideravam que esses assentamentos violavam não apenas a bula papal de 1493, como o Tratado de Tordesilhas (1494), documentos que dividiam o globo igualmente entre ambas, excluindo as demais nações dessa partilha.

Desde 1594 Jacques Riffault estabelecera em "Upaon-açu" (ilha de São Luís) uma feitoria, deixando-a a cargo de seu compatriota Charles dês Vaux, que havia conquistado a amizade dos indígenas, alcançando inclusive o domínio da língua nativa. Dês Vaux, indo à França, causaria a vinda de Daniel de La Touche, por determinação de Henrique IV de França numa viagem de reconhecimento. Não obstante aquele soberano ter sido assassinado nesse meio-tempo, La Touche, entusiasmado com a terra, obteve de Maria de Médicis, regente na menoridade de Luís XIII de França, a concessão para estabelecer uma colônia ao sul do Equador, 50 léguas para cada lado do forte a ser construído.

A França Equinocial

O estabelecimento da chamada França Equinocial iniciou-se em Março de 1612, quando uma expedição francesa partiu do porto de Cancale, na Bretanha, sob o comando de Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière. Este nobre, que em 1604 havia explorado as costas da Guia-na com o navegador Jean Mocquet, havia tido os seus planos de colonização do Novo Mundo adiados devido à morte de Henrique IV de França em 1610. Agora, com cerca de quinhentos colonos a bordo de três navios – "Régente", "Charlote" e "Saint-Anne" -, dirigia-se à costa norte do atual estado brasileiro do Maranhão.

Para facilitar a defesa, os colonos estabeleceram-se numa ilha, onde fundaram um povoado denominado de "Saint Louis" (atual São Luís), em homenagem ao soberano, Luís XIII de França (1610-1643). No dia 8 de Setembro de 1612, frades capuchinhos rezaram a primeira missa, ten-do os colonos iniciado a construção do "Fort Saint Louis".

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Os frades capuchinho presentes entre os colonos eram Claude d'Abbeville e Yves d'Évreux, que produziram importantes relatos sobre a presença francesa no Maranhão: "História dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas", escrita por Abbeville e "Viagem ao Norte do Brasil feita nos anos de 1613 e 1614", escrita por Evreux.

Em sua extensão máxima, o território sob domínio da França Equinocial se estendia desde o litoral maranhense, até o norte do atual estado do Tocantins, dominando também quase todo o leste do Pará e boa parte do Amapá. Os franceses estabeleceram inúmeras colônias de povoamento, dentre as mais destacadas (após São Luis), estava a de Cametá, as margens do Rio Tocantins no território do Pará. Os franceses foram os primeiros a chegarem à foz do Rio Araguaia (região do Bico do Papagaio) em 1613.

Cientes da presença francesa na região, os portugueses reuniram tropas a partir da Capitania de Pernambuco, sob ordem de Alexandre de Moura e comando de Jerônimo de Albuquerque. As operações militares culminaram com a capitulação francesa em 4 de novembro de 1615.

Poucos anos mais tarde, a partir de 1620, iniciou-se o afluxo de colonos oriundos da Capitania de Pernambuco e do Reino de Portugal, tendo a povoação de São Luís começado a crescer, com uma economia baseada principalmente na agro-manufatura açucareira.

Por sua vez, os franceses fizeram novas tentativas de colonização mais ao norte, na foz do rio Amazonas e fracassaram (de onde também foram expulsos) e na região da atual Guiana Francesa, em 1626 onde lograram sucesso. Caiena viria a ser fundada em 1635 por iniciativa da "Compagnie de la France Équinoxiale" (criada nesse ano e recriada em 1645, tendo sido encerrada por duas vezes por dificuldades de gestão). O estabelecimento francês na Guiana só viria a firmar-se, entretanto, após 1674, quando passou para a administração direta da Coroa Francesa, administrada por um Governador nomeado pelo soberano. Atualmente, a Guiana Francesa é um departamento da França continental.

A batalha de Guaxanduba

Início do confronto

Na manhã de 19 de novembro de 1614, os soldados portugueses notaram que, ao lado do forte de Santa Maria, o mar estava repleto de embarcações a vela e à remo se aproximando da costa. Para atacá-los no desembarque, Diogo de Campos dirigiu-se à praia com 80 soldados portugueses, mas, percebendo que o número de inimigos era muito maior, retrocedeu. Logo, havia centenas de combatentes na praia. Os franceses dispunham de 200 soldados, muitos dos quais eram fidalgos, em duas tropas, levando coletes de aço, espadas e mosquetes de grande qualidade. Contavam com 50 canoas e 2500 índios, incluindo 2 mil índios de Tapuitapera (atualmente Alcântara) e 100 índios de Cumã (atual Guimarães). Daniel de la Touche, comandante dos franceses, estava no mar com mais 200 soldados liderados pelo cavaleiro François Rasilly. Foi iniciada uma longa troca de tiros e nesse primeiro encontro, foram mortos um soldado português e dois franceses.

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Trincheiras

Diante do forte de Santa Maria havia um outeiro a uma distância igual a um tiro de falcão, limitado a norte pelo mar e ao sul pelo rio do qual os portugueses retiram a água. Os franceses desembarcaram pelo mar. Sob o comando de Monsieur de La Fos-Benart, cerca de 400 tupinambás que lutavam pelo lado francês receberam a ordem de fortificar o máximo que pudessem seu topo: construíram, ao todo, 7 trincheiras com pedras grandes, fortificando todo o espaço entre a maré e o topo do outeiro, de modo que as canoas que chegavam ficavam parcialmente ocultas. Por um caminho secreto, Jerônimo de Albuquerque subiu o morro com 75 soldados e 80 arqueiros, enquanto Diogo de Campos atacava os franceses e indígenas que desembarcavam. Em terra, saltou de uma canoa com um trombeta (mensageiro), que levava o brasão de armas reais da França e uma carta em francês escrita por Daniel de La Touche, a qual dizia que os portugueses deviam se render em 4 horas ou seriam massacrados. Diogo de Campos percebeu que a carta era uma tentativa dos franceses de ganhar tempo e obter informações sobre o estado das tropas portuguesas.

A esta altura, o grupo de soldados e arqueiros que acompanhava Jerônimo de Albuquerque já havia chegado à primeira trincheira. Os índios que a defendiam com os franceses eram uma grande multidão, e neles, os portugueses não perdiam um tiro. Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière, observava do mar que o exército francês sofria pesadas baixas: em menos de uma hora, a área ao redor do forte de Santa Maria estava repleta de mortos franceses e indígenas. Ravardière mandou para próximo da praia os navios mais velozes para prevenir maiores danos à sua tropa, mas, sob o bombardeio da artilharia portuguesa, foi forçado a desistir. Havendo os portugueses dominado o outeiro fortificado, Diogo de Campos ordena que eles ateiem fogo a todas as canoas, que estavam abicadas na base do morro.

Desistência francesa

Com todas as canoas em chamas, os franceses restantes em terra não tiveram como fugir e tudo o que puderam fazer foi se recolher na fortificação no topo do outeiro. Entre eles estavam Monsieur de la Fos Benart e Monsieur de Canonville. Ao final da batalha, próximo ao outeiro, muitos dos soldados portugueses se punham à frente dos mosquetes dos inimigos, que ainda resistiam. Turcou, que era o intérprete dos franceses na comunicação com os índios, foi baleado pelos portugueses, e com ele, Monsieur de la Fos Benart, líder dos indígenas que lutavam com os franceses. Sem orientação, os índios restantes, mais de 600, começaram a fugir, descendo o outeiro e a eles se misturaram os soldados franceses, que não possuíam mais pólvora para atirar.

Trégua e expulsão dos franceses

Após a Batalha de Guaxenduba, as tropas francesas restantes no Maranhão estavam recolhidas no Forte de Saint Louis. Para ganhar tempo, Ravardière propôs uma trégua aos portugueses e sua proposta foi aceita, ficando estipulado que um oficial português e um francês fossem à França e um oficial português e um francês fossem a Portugal, para procurar nas cortes desses países uma solução para o conflito.

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Com o cessar-fogo anunciado, portugueses, franceses e nativos permaneceram em paz. Em outubro de 1615, chega ao Maranhão o capitão-mor de Pernambuco, Alexandre de Moura, trazendo um reforço de tropas e mantimentos. Por ser de patente superior, assumiu o comando geral das tropas portuguesas. Sob seu comando, os portugueses violaram o tratado feito com os franceses e intimaram Daniel de la Touche a abandonar o Maranhão em 5 meses, comprometendo-se a indenizá-lo. Como garantia de sua palavra, Ravardière entrega o Forte de Itapari. Três meses depois, chegaram da Europa Diogo de Campos e Martim Soares, trazendo mais tropas portuguesas e ordens terminantes da corte para os franceses abandonarem definitivamente o Brasil. Em 1º de novembro de 1615, Alexandre de Moura ordenou que o Forte de São Luís fosse cercado e desembarcou suas tropas na ponta de São Francisco.

O forte foi atacado e, após 2 dias de combates, La Ravardière se rendeu. Em vez de indenizar os franceses, como fora combinado, os portugueses os embarcaram de volta para a França em dois navios, apenas com o que lhes era indispensável. Alguns franceses ficaram no Maranhão, como Charles Des Vaux, que ajudava na comunicação com os nativos; os que permaneceram eram em sua maioria ferreiros. Em janeiro de 1616, Daniel de La Touche foi levado à força para Pernambuco, onde recebeu uma indenização e perdão do governador-geral, para evitar que se juntasse a outros corsários franceses e os liderasse novamente. Em 1619, ao exigir o aumento da pensão estipulada pela Coroa portuguesa, foi preso em Lisboa, permanecendo encarcerado por três anos na Torre de Belém.

Lenda do milagre de Guaxenduba

No livro "História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará", de 1759, o padre José de Moraes relata a aparição de Nossa Senhora da Vitória entre os batalhões portugueses, animando os soldados durante todo o tempo da batalha e transformando areia em pólvora e seixos em projéteis. Nossa Senhora da Vitória é considerada a padroeira de São Luís e a Catedral da Sé da cidade recebe seu nome e uma escritura em latim, que diz: 1629 • SANCTÆ MARIÆ DE VICTORIA DICATUM • 1922.

Revoltas Nativistas: A Revolta de Beckman

A Coroa Portuguesa decidiu criar a Companhia de Comércio do Maranhão em 1682. Essa era a fórmula daquela época para o desenvolvimento da nas regiões que os europeus colonizaram como os seguintes objetivos: o sistema de estanco a ser monopolizado, que teve o privilégio garantido para o comércio de produtos primeiramente necessários; a compra exclusiva e obrigatória de toda a produção do estado; e o fornecimento comprometido de escravos vindos da África, mais adequados para a dureza atarefada da agricultura em terras de clima equatorial, como forma de compensação proibitiva da caça ao indígena.

Mas a estratégia não surtiu efeito, ou seja, houve a degeneração do sistema: para a compra, o pagamento do indivíduo que representava a companhia era muito barato. Durante a venda, as cobranças eram cada vez maiores; a continuação dos religiosos da Companhia de Jesus no Brasil era a luta contra a escravidão indígena; havia fraude nos pesos e medidas; dos escravos que os portugueses prometiam não houve aparecimento; e as fazendas e os gêneros eram de qualidade inferior.

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A transformação da indignação foi em revolta. O mais importante líder do movimento foi Ma-nuel Beckman. Beckmann nasceu em Lisboa. Seu pai era alemão e sua mãe portuguesa. A pro-fissão de Beckmann era a de senhor de engenho no Mearim. Consta que foi assinado pelos conspiradores um papel em círculo. O objetivo desse documento era para que ninguém tivesse o direito de acusação contra nenhum deles por liderar o motim. Foi confundido por Beckmann a liberdade instintiva do comércio com o preconceito feroz contra o escravo: a vulnerabilidade era do indígena vitimado. A prisão doméstica do capitão-mor Baltasar Fernandes estava peran-te a custódia da esposa. Em seu colégio, ficou a incomunicabilidade do jesuítas. O fechamento das entradas do estanco armazenado foi definitivo.

Não era desejo da Junta dos Três Estados (clero, nobreza e povo) a independência. Naquela época esta junta já estava constituída. O governo colonial do Brasil enviou Tomás Beckman ao reino de Portugal. Tomás era irmão de Manuel. Foi explicado por ele ao monarca lusitano que não houve revolta contra Tomás. O desejo dos conspiradores foi ser livre para comerciar—o motivo era o fechamento do estanco armazenado—e para a caça ao indígena. Por essa razão, foram expulsos pelos conspiradores os religiosos da Companhia de Jesus, que embarcaram em dois navios.

Decidiu-se criar uma guarda cívica e foram demitidos funcionários que não tiveram certeza se eram leais. Foi enviado por Beckmann um ministro plenipotenciário a Belém. Manuel Beckman dirigiu-se a Alcântara. Entretanto, não foi apoiado em ambos os lugares. Não foi aceito por Be-ckman uma proposta de corromper o governador Francisco de Sá de Meneses. Entretanto, foi iniciado o fracasso da chama do levante. São Luís recebeu o novo governador Gomes Freire de Andrade em 15 de maio de 1685. O militar português era comandante de uma tropa formada por 150 soldados, que confraternizaram com os soldados terrestres. Os mais importantes con-jurados foram embora. O desembarque foi presenciado por Beckmann e apenas no dia poste-rior serviu como refúgio seu engenho. Em seu engenho ocorreu o aprisionamento do líder da revolta. A explicação para o motivo da prisão de Beckmann é essa: traiu seu afilhado Lázaro de Melo.

Foi concluído pela abertura da devassa que a introdução e a manutenção do sistema de estan-co era sinônimo de calote, engano e hostilidade. Mas Gomes Freire assinou sentença lavrada contra Jorge de Sampaio, Francisco Deiró e Manuel Beckman. Foi feita a declaração de culpa destes três homens por serem criminosos contra a autoridade real. Veio a fuga de Deiró e seu enforcamento em efígie. O padecimento de Sampaio e Beckman foi causada pela coragem da pena de morte. Foi declarada a extinção por Gomes Freire do contrato do estanco. Os jesuítas foram devolvidos pela mesma pessoa que extinguiu o estanco e acertado o governo.

A continuidade dos jesuítas era a disposição dos indígenas em aldeias no início do século XVIII. As oscilações das ordens do monarca estavam num dilema: ou a declaração de guerra contra os gentios ou não atacar os que já foram conciliados. A chegada da capitão-mor Bernardo Pe-reira de Berredo e Castro foi em 1718. Os mineradores ainda não exploravam o cobre no Brasil em 1749. Até essa época, eram utilizados como moeda novelos de algodão ou varas de pano. A partir de 1755 a vida dos indígenas passou a pertencer a um novo regime: foi a declaração da liberdade da raça, por mais que o seu serviço fosse pedido pelos colonizadores. Entretan-to, nesse caso a obrigação do colono seria o fornecimento de alimentação e de uma pequena quantidade de dinheiro. A extinção da Companhia de Jesus foi em 1760. A prisão e o embarque de 86 padres fez com que fossem as escolas fossem fechadas, que as iniciativas de povoamento fossem retraídas e que a língua geral fosse abandonada.

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Maranhão e a Independência do Brasil

A Capitania do Maranhão teve como último governador o Marechal do Exército de Portugal Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca. A qualidade desse político foi a de um excelente admi-nistrador. O militar português imprimiu o jornal mais antigo já publicado no estado, O Concilia-dor do Maranhão, fato que marca a chegada da tipografia em território maranhense. Mas na-quela época, a independência já era prevista pelo sentimento de nativismo. As duas forças que concorreram para a independência foram: uma decisiva e outra circunstancial. A força decisiva era a rebelião local. Apoiavam a rebelião local os cidadãos do Piauí e os sertanejos cearenses. Foi repetido pelos cidadãos do Piauí e sertanejos cearenses o s mesmos caminhos que os índios andaram 300 anos antes na Serra da Ibiapaba. A segunda força foi circunstancial, quando esti-veram presentes os navios de Lord Thomas Cochrane. Em 1823, o imperador Pedro I do Brasil contratou Lord Thomas Cochrane para ser o comandante da esquadra brasileira em combate com os colonizadores vindos de Portugal. Quando o almirante inglês esteve presente no Brasil, foi desencorajado por ele qualquer resistência tentada por parte dos colonizadores vindos de Portugal que moravam em São Luís.

Os separatistas já haviam feito o domínio das terras em direção ao litoral. Foi completada a vitória por Cochrane e assegurada a independência durante a entrada no porto e foram obri-gados a se render os reforços portugueses que chegaram nos dias anteriores. Foi iniciada uma fase de disputas pelo governo. Marcou esta fase de disputas políticas o contraste entre o na-tivismo exaltado e o conservadorismo moderado. As disputas políticas foram redundantes em violências contrárias aos portugueses. A linha radical teve como principal representante o pro-fissional do direito provisionado Miguel Inácio dos Santos Freire Bruce. O advogado provisio-nado expulsou todos os colonizadores vindos de Portugal. A redução da expulsão foi para os portugueses que não tivessem propriedade ou não fossem profissionais.

Enquanto ocupava o cargo de primeiro presidente provincial, Lord Cochrane acusou Bruce por causa da veiculação das ideias pró-república, pelo que foi preso e deposto pelo oficial da mari-nha britânica. O almirante inglês mandou o infrator ao Rio de Janeiro, onde foi julgado inocente. O principal expoente da tendência moderada foi José Félix Pereira de Burgos. Nomeou-se ainda primeiro comandante de armas na vila de Itapecuru (atual Itapecuru-Mirim). Foi passado então o comandante para o lado em que se encontravam os independentes. Foi assegurado a eles que o vale fosse dominado totalmente. Em troca desse favor, a ação dos portugueses foi limitada.

Os reis Dom João VI de Portugal e Dom Pedro I do Brasil tiveram como amigo pessoal o bispo D. Joaquim de Nazareth. Foi defendido por Sua Excelência Reverendíssima que o Brasil fosse unido diretamente com Portugal e que fossem desmembradas as que se chamavam "provín-cias austrais". O então religioso era amigo pessoal de João VI de Portugal e de Pedro I do Bra-sil. A força da exaltação nativista era maior que a do nacionalismo liberal de Bruce. Bruce era um nacionalista liberal e a exaltação nativista tinha estreita relação com o desejo de república. As principais pessoas que representavam o nacionalismo exaltado foram o boiadeiro baiano Salvador Cardoso de Oliveira, Domingos da Silva e o capitão-do-mato João Ferreira do Couto. O boiadeiro baiano Salvador Cardoso de Oliveira foi o primeiro defensor da independência e que fez a sua junção com os cidadãos do Piauí e do Ceará, na margem oriental do rio Parnaíba. Domingos da Silva era conhecido pelo apelido de Matrauá e foi um dos participantes do movi-mento revolucionário da Balaiada. O capitão-do-mato João Ferreira do Couto esteve à frente de uma guerrilha formada por quarenta homens. Manga do Iguará foi invadida e o comandante do contingente local morreu assassinado.

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Houve uma reunião entre Salvador Cardoso de Oliveira e os independentes do Piauí no dia 12 de março de 1823. No dia seguinte, a primeira tropa que lutou pela independência do Brasil, que era formada por oitenta homens, foi o contingente militar que teve a participação na bata-lha do Jenipapo. No final de março, no arraial de São João dos Matões, piauienses e maranhen-ses, que vieram da margem oriental do rio Parnaíba, saudaram o imperador e a independência foi jurada. No dia 17 de abril, o brigadeiro português João José da Cunha Fidié veio do Piauí para invadir Caxias. No dia 18 de junho, o tenente-coronel José Félix Pereira de Burgos foi passado para os independentes e o resto da tropa se rendeu. O tenente-coronel José Félix Pereira de Burgos era comandante-geral de Itapecuru-Mirim. Entre 18 e 20 de julho, ou seja, num período de três dias, Burgos, através de uma câmara geral, fez quatro membros eleitos para a direção do governo civil, e deixou que o povo da capital indicasse mais três pessoas. Escolheram a pró-pria pessoa cujo sobrenome era Burgos para ser o governador das armas. No dia 23 de julho, a junta de São Luís foi intimada pelo novo governo para a independência a ser proclamada. E, no dia 10 de agosto, em Caxias, Fidié foi demitido a si mesmo e o tenente-coronel Luís Manuel de Mesquita rendeu-se.

Naquela época, em São Luís, a junta provisória reuniu um conselho e foi pronunciada por ela a independência. Por parte da tropa foi tentada a proclamação, mas receberam a tiros, nas ime-diações do palácio do governo, os soldados que juravam fidelidade ao comandante português marechal Agostinho de Faria. Durante o dia 14, no porto de Itaqui foram atracados sete navios com tropas vindas de Portugal, que escapavam da derrota em território baiano. A junta dissol-veu a câmara e a tropa que era contra a independência foi comunicada, no momento em que foi deliberado o envio de emissários aos chefes independentes para a negociação de armistício, até a solução do caso pelos monarcas Pedro I do Brasil e João VI de Portugal. No dia 26 de ju-nho, o porto de São Luís recebeu a entrada do almirante Cochrane. Dois dias depois, Cochrane proclamou a independência.

Pelos interesses conflituosos, mas especialmente os sentimentais, entre brasileiros que nasce-ram no Brasil e brasileiros naturalizados foi tomada a época compreendida entre as décadas de 1800 e 1850 do século XIX. A radicalidade foi do nativismo. A agitação invadiu São Luís, ao sa-bor dos acontecimentos do governo. A grande classe baixa, os mestiços de brancos com índios e os trabalhadores braçais da escravidão, não tinham limitação em estar presente nos aconte-cimentos, porém muitos deles eram tomados em parte dessa multidão oprimida. Entre 1838 e 1840, houve o susto da sociedade no terrível movimento revolucionário da balaiada. Depois de vencer os balaios, foi estabilizado o domínio dos caucasianos e reafirmada a estrutura da sociedade.

Desde 1771 teve início a escravidão. Geralmente, a atividade econômica dos imigrantes vindos de Portugal era o comércio. Houve a continuidade da chegada dos imigrantes portugueses pelo porto de São Luís. Era feita domesticação dos indígenas como caboclos. A profissão dos indíge-nas nas fazendas era a de agregados ou vaqueiros e na capital a de artífices. Em São Luís, era sofrida pelos indígenas a habilidade dos pretos concorrentes, escravos ou na maioria das vezes alforriados, e dos economicamente desprivilegiados vindos da Europa. Pelas famílias europeias de baixa renda era trazida de Portugal dos outros países europeus a ciência artesanal que não precisa de capital.

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A Batalha do Jenipapo

A Batalha do Jenipapo ocorreu às margens do riacho de mesmo nome, foi uma das batalhas mais sangrentas feitas pela Independência do Brasil, ocorreu no dia 13 de março de 1823 e con-solidou o território nacional. Consistiu na luta de piauienses, maranhenses e cearenses contra as tropas do Major João José da Cunha Fidié, que era o comandante das tropas portuguesas, encarregadas de manter o norte da ex-colônia fiel à Coroa Portuguesa. Os brasileiros lutaram com instrumentos simples, não com armas de guerra, não tinham experiência. Perderam a ba-talha, mas fizeram com que a tropa desviasse seu destino. Foi uma das mais marcantes e san-grentas batalhas travadas na guerra da independência do Brasil.

A data não consta nos livros de História e poucos sabem do ocorrido, mesmo no Piauí, onde ocorreu a batalha. Contudo, após alguns movimentos por parte de políticos, historiadores e da população, a data foi acrescida à bandeira do Piauí, e está em curso a implantação do estudo da Batalha do Jenipapo na disciplina de História. Durante as comemorações e reflexões do dia 13 de março o município de Campo Maior faz a entrega da Medalha do Mérito Heróis do Jenipa-po e o Governador do Piauí, a Ordem do Mérito Renascença do Piauí, oportunidade em que o mesmo usa a faixa governamental.

O texto a seguir encontra-se exposto em quadros, presentes no Monumento aos Heróis do Je-nipapo, que contam resumidamente a História da Batalha e relatam o desenrolar dos episódios posteriores; além de um poema em homenagem aos combatentes.

I – D. João VI, ao retornar a Portugal em 1821, reconheceu que a Independência do Brasil era impossível de conter-se. Desejava preservar o norte do país, reunido, como colônia portugue-sa, Pará, Maranhão e Piauí. Este, de grande riqueza em gado bovino, poderia cortar o suprimen-to de carne a outras regiões brasileiras, inclusive ao sul. Para o comando das armas em Oeiras, então Capital do Piauí, o rei nomeou o militar português João José da Cunha Fidié, empossado a 9 de agosto de 1822.

II – A 7 de setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga, o Príncipe Regente D. Pedro proclama a Independência do Brasil. Em Parnaíba, um grupo de patriotas, à frente dos quais João Candido de Deus e Silva e Simplício Dias da Silva, declara sua adesão à causa da Indepen-dência e aclama Imperador o Príncipe D. Pedro a 19 de outubro de 1822. Com o objetivo de su-focar o levante, Fidié marcha para Parnaíba, cerca de 700 quilômetros distante, com tropas de linha, lá chegando em 18 de dezembro de 1822. Encontrou a vila guardada pelo brigue Infante Dom Miguel, vindo do Maranhão, com tropa e armamento em seu auxílio. Os chefes da revolta refugiaram-se em Granja no Ceará.

III – Em Oeiras, a 24 de janeiro de 1823, Manuel de Sousa Martins, futuro Visconde da Parnaíba, proclama a Independência e assume a presidência da Junta do Governo do Piauí. Ao receber, a 28 de fevereiro de 1823, a notícia dos sucessos na Capital, Fidié delibera regressar, no comando de mais de 1100 homens bem armadas. Disponha de 11 peças de artilharia e o seu exército se aumentara de contingentes do brigue Infante Dom Miguel e da guarnição de Carnaubeiras, no Maranhão. Alimentava o propósito de castigar os revolucionários de Oeiras.

IV – Na viagem de volta, o militar português, sabendo que o centro das forças nacionalistas es-tava em Campo Maior, que aderira à Independência a 2 de fevereiro de 1823, para lá segue em marcha forçada. Na vila, o capitão Luís Rodrigues Chaves convocou os piauienses, mais de mil, a que se juntaram 500 cearenses, uns e outros mal armados de foices, espadas, chuços, facões

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e velhas espingardas de caça. Fidié desconhecia o número das forças inimigas, entretanto não ignorava que tinha de enfrentar matutos sem disciplina nem instruções militar, mas dispostos a morrer pela causa da Independência.

Diz Abdias Neves: "E só a loucura patriótica explica a cegueira desses homens que iam partir ao encontro de Fidié quase desarmados."

V – O mato às margens do rio Jenipapo se compõe de vegetação baixa. O caminho dos patriotas se bifurcava. O comandante João da Costa Alecrim e seus comandados tomaram à direita e pela esquerda seguiram o comandante Luís Rodrigues Chaves e os seus soldados. Era 13 de março de 1823, 9 horas da manhã. O primeiro encontro foi fortemente repelido pelos patriotas sob o comando dos primos de Manuel de Sousa Martins, o Capitão Inácio Francisco de Araújo Costa e seu Irmão, o Padre Marcos de Araújo Costa, filhos do antigo ouvidor de Oeiras Capitão Marcos Francisco de Araújo Costa. Mas Fidié atravessou o Jenipapo, escolheu posição e dispôs os seus homens. Logo se alvejaram os brasileiros por peças de artilharia. O recurso estava em atacar os portugueses ao mesmo tempo de todos os lados e separá-los. Houve tentativa, rechaçada. Outros ataques se deram, com grandes perdas de vidas. A fuzilaria inimiga arrasava o campo. O combate durou até as 2 horas da tarde. Algumas fontes afirmam que houve 200 brasileiros entre mortos e feridos. Outras registram 400[2].

VI – Fidié conquistou vitória aparente. Perdeu parte de sua bagagem de guerra. Acampou a um quilômetro de Campo Maior, na fazenda Tombador. Poucos dias depois, partiu no rumo do Es-tanhado, hoje União, e daí passou a aquartelar-se em Caxias, no Maranhão, onde piauienses e cearenses o cercaram e fizeram que ele se rendesse a 31 de julho de 1823. Assim se fez a Inde-pendência em terras piauienses[3]. Aqui foi preservada a unidade nacional. Escreve João Cândi-do de Deus e Silva: "As próprias mulheres não ficavam indiferentes: mandavam os maridos, os filhos, os irmãos para a guerra e a fim de que levassem munições e armas vendiam as jóias, se mais nada tinham a vender. A mulher piauiense mostrou, nessa ocasião, a grande fortaleza, o ânimo varonil de lendárias heroínas. Foi inexcedível de amor pelo triunfo completo da Indepen-dência — que abraçara, desde as primeiras proclamações."

VII – Glória aos vaqueiros e roceiros humildes, que lutaram sob o comando dos bravos Luís Ro-drigues Chaves, João da Costa Alecrim, Inácio Francisco de Araújo Costa, Salvador Cardoso de Oliveira, Alexandre Nery Pereira Nereu, Pedro Francisco Martins, Simplício José da Silva e José Pereira Filgueiras. Eles permaneceram durante muitos anos no esquecimento. Apenas algumas toscas pedras marcavam o lugar das sepulturas com restos desses valentes, mortos sem que deixassem à posteridade ao menos os modestos nomes. A gratidão dos piauienses, porém, um dia se positivou neste Monumento do Jenipapo, na campina formosa — o lugar mais sagrado da história.

IX – O Combate do Jenipapo

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"Parda manhã de março. Espessos nevoeiros

Cobrem o campo fatal de flores matizado.

Propaga o eco o som estrídulo e pausado

Das vezes de avançar em carga dos guerreiros.

Sou o clarim marcial num brado agudo e forte,

Os bravos impelindo às fúrias do combate.

O tropel dos corcéis mais brusco torna o embate

Dos férreos batalhões marchando para a morte.

Povo do Piauí, vaqueiros ou soldados,

Quando a pátria te chama, aflita, nesses dias,

Nessas horas fatais de transes desgraçados.

É que sabes mostra-te abnegado e valente!

Se Fidié triunfou, tu, ao morrer, sabias

Que a nossa boa terra ficava independente!"

Clodoaldo Freitas

Referências:

https://ihgb.org.br/

http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=131&infoid=435&sid=12

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a_Equinocial

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/invasoes-francesas-no-brasil/invasoes-francesas-2.php

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SLIDES – MARANHÃO COLONIAL (1500 -1822)

Maranhão antes dos europeus• Os primeiros habitantes do Maranhão faziam parte de dois grupos

indígenas: os tupis e os jês. Os tupis habitavam o litoral. Já os jês habitavam o interior. Os dois povos indígenas que pertencem ao grupo tupi são os guajajaras e os urubus. Os guajajaras e os urubus apenas foram pacificados em pleno século XX.

• Os Guajajara são um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Habitam mais de 10 Terras Indígenas na margem oriental da Amazônia, todas situadas no Maranhão. Sua história de mais de 380 anos de contato foi marcada tanto por aproximações com os brancos como por recusas totais, submissões, revoltas e grandes tragédias. A revolta de 1901 contra os missionários capuchinhos teve como resposta a última "guerra contra os índios" na história do Brasil.

Índios Guajajaras, foto de Marlon Santos Delai

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França Equinocial (1612):0 Maranhão Francês

• França não aceita o tratado de Tordesilhas• Falta de controle sobre todo o litoral brasileiro por parte dos portugueses• “entrada” da Amazônia, acesso à região mineradora espanhola (Peru,

Bolívia, Chile)• Século XVI: presença francesa na região (contato comercial)• União Ibérica (1580 – 1640) e as invasões estrangeiras.• Em 1594 Jacques Riffault estabelecera em "Upaon-açu" (ilha de São

Luís) uma feitoria, deixando-a a cargo de seu compatriota Charles dês Vaux, que havia conquistado a amizade dos indígenas, alcançando inclusive o domínio da língua nativa

Daniel de La Touche

• O estabelecimento da chamada França Equinocial iniciou-se em Março de 1612, quando uma expedição francesa partiu do porto de Cancale, na Bretanha, sob o comando de Daniel de La Touche, Senhor de la Ravardière. Este nobre, que em 1604 havia explorado as costas da Guiana com o navegador Jean Mocquet, havia tido os seus planos de colonização do Novo Mundo adiados devido à morte de Henrique IV de França em 1610. Agora, com cerca de quinhentos colonos a bordo de três navios - "Régente", "Charlote" e "Saint-Anne" -, dirigia-se à costa norte do atual estado brasileiro do Maranhão.

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• Para facilitar a defesa, os colonos estabeleceram-se numa ilha, onde fundaram um povoado denominado de "Saint Louis" (atual São Luís), em homenagem ao soberano, Luís XIII de França (1610-1643). No dia 8 de Setembro de 1612, frades capuchinhos rezaram a primeira missa, tendo os colonos iniciado a construção do "Fort Saint Louis".

Ilustração da obra de Claude d'Abbeville, "Histoire de la mission..." (Paris, 1614): levantamento da cruz na colônia francesa.

• Os frades capuchinho presentes entre os colonos eram Claude d'Abbeville e Yves d'Évreux, que produziram importantes relatos sobre a presença francesa no Maranhão: "História dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas", escrita por Abbeville e "Viagem ao Norte do Brasil feita nos anos de 1613 e 1614", escrita por Evreux

• Em sua extensão máxima, o território sob domínio da França Equinocial se estendia desde o litoral maranhense, até o norte do atual estado do Tocantins, dominando também quase todo o leste do Pará e boa parte do Amapá. Os franceses estabeleceram inúmeras colônias de povoamento, dentre as mais destacadas (após São Luis), estava a de Cametá, as margens do Rio Tocantins no território do Pará. Os franceses foram os primeiros a chegarem à foz do Rio Araguaia (região do Bico do Papagaio) em 1613

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Expulsão dos Franceses • Cientes da presença francesa na região, os portugueses

reuniram tropas a partir da Capitania de Pernambuco, sob ordem de Alexandre de Moura e comando de Jerônimo de Albuquerque. As operações militares culminaram com a capitulação francesa em 4 de novembro de 1615.

• Poucos anos mais tarde, a partir de 1620, iniciou-se o afluxo de colonos oriundos da Capitania de Pernambuco e do Reino de Portugal, tendo a povoação de São Luís começado a crescer, com uma economia baseada principalmente na cana-de-açúcar.

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Batalha de Guaxenduba

• A Batalha de Guaxenduba foi um confronto militar ocorrido em 19 de novembro de 1614 onde hoje se localiza a cidade de Icatu, no estado do Maranhão, no Brasil, entre forças portuguesas e tabajaras, deum lado, e francesas e tupinambás, de outro.

• A batalha foi um importante passo dado pelos portugueses para a expulsão definitiva dos franceses do Maranhão, a qual viria a ocorrer em 4 de novembro de1615. A expulsão dos franceses possibilitou que grande parte da Amazônia passasse para domínio português e, posteriormente, brasileiro.

• Em 23 de agosto de 1614, Diogo de Campos parte do Recife com 300 homens e, no Rio Grande do Norte, se junta a Jerônimo de Albuquerque, que leva consigo um grande contingente de indígenas.

• A expedição portuguesa com 500 homens liderados pelo capitão-mor Jerônimo de Albuquerque acampa na barra do rio Perejá (Periá) com a intenção de buscar um local para edificar uma fortificação, enfrentando falta de alimentos e de água de qualidade.

• Um grupo de 14 exploradores portugueses descobre um local adequado para a construção de um forte, e a expedição novamente zarpa em 2 de outubro de 1614. Em 26 de outubro, chegam a uma área chamada de Guaxindubá pelos indígenas, na margem direita da Baía de São José, entre muitas ilhas e canais estreitos. Ali, sob a orientação do engenheiro Francisco Frias de Mesquita é construída uma fortificação de forma hexagonal à qual é dado o nome de Forte de Santa Maria, a cerca de 20 km da atual sede do município de Icatu.

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Estátua representa a Batalha de Guaxenduba, quando um exército chefiado por Jerônimo de Albuquerque venceu e expulsou os franceses em 19 de novembro de 1614

No livro "História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará", de 1759, o padre José de Moraes relata a aparição de Nossa Senhora da Vitória entre os batalhões portugueses, animando os soldados durante todo o tempo da batalha e transformando areia em pólvora e seixos em projéteis. Nossa Senhora da Vitória é considerada a padroeira de São Luís e a Catedral da Sé da cidade recebe seu nome e uma escritura em latim, que diz: 1629 • SANCTÆ MARIÆ DE VICTORIA DICATUM • 1922.

Detalhe da estátua em São Luís (MA)

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• Após a Batalha de Guaxenduba, as tropas francesas restantes no Maranhão estavam recolhidas no Forte de Saint Louis. Para ganhar tempo, Ravardière propôs uma trégua aos portugueses e sua proposta foi aceita, ficando estipulado que um oficial português e um francês fossem à França e um oficial português e um francês fossem a Portugal, para procurar nas cortes desses países uma solução para o conflito.

• Com o cessar-fogo anunciado, portugueses, franceses e nativos permaneceram em paz. Em outubro de 1615, chega ao Maranhão o capitão-mor de Pernambuco, Alexandre de Moura, trazendo um reforço de tropas e mantimentos. Por ser de patente superior, assumiu o comando geral das tropas portuguesas. Sob seu comando, os portugueses violaram o tratado feito com os franceses e intimaram Daniel de la Touche a abandonar o Maranhão em 5 meses, comprometendo-se a indenizá-lo. Como garantia de sua palavra, Ravardière entrega o Forte de Itapa

• Três meses depois, chegaram da Europa Diogo de Campos e Martim Soares, trazendo mais tropas portuguesas e ordens terminantes da corte para os franceses abandonarem definitivamente o Brasil. Em 1º de novembro de 1615, Alexandre de Moura ordenou que o Forte de São Luís fosse cercado e desembarcou suas tropas na ponta de São Francisco.

• O forte foi atacado e, após 2 dias de combates, La Ravardière se rendeu. Em vez de indenizar os franceses, como fora combinado, os portugueses os embarcaram de volta para a França em dois navios, apenas com o que lhes era indispensável.

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• Alguns franceses ficaram no Maranhão, como Charles Des Vaux, que ajudava na comunicação com os nativos; os que permaneceram eram em sua maioria ferreiros. Em janeiro de 1616, Daniel de La Touche foi levado à força para Pernambuco, onde recebeu uma indenização e perdão do governador-geral, para evitar que se juntasse a outros corsários franceses e os liderasse novamente. Em 1619, ao exigir o aumento da pensão estipulada pela Coroa portuguesa, foi preso em Lisboa, permanecendo encarcerado por três anos na Torre de Belém

• Os franceses fizeram novas tentativas de colonização mais ao norte, na foz do rio Amazonas e fracassaram (de onde também foram expulsos) e na região da atual Guiana Francesa, em 1626 onde lograram sucesso. Caiena viria a ser fundada em 1635 por iniciativa da "Compagnie de la France Équinoxiale" (criada nesse ano e recriada em 1645, tendo sido encerrada por duas vezes por dificuldades de gestão).

• O estabelecimento francês na Guiana só viria a firmar-se, entretanto, após 1674, quando passou para a administração direta da Coroa Francesa, administrada por um Governador nomeado pelo soberano. Atualmente, a Guiana Francesa é um departamento da França continental.

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MA Colonial: Revoltas Nativistas

• Os chamados movimentos nativistas constituíram-se em revoltas isoladas ocorridas no Brasil, nos séculos XVII e XVIII, em que se aprofundaram as situações de conflito entre os "filhos da terra" e os chamados "reinóis”

• Fizeram parte: a Aclamação de Amador Bueno em São Paulo; a Revolta de Beckman, no Maranhão; a Revolta de Filipe dos Santos, em Vila Rica; a Guerra dos Emboabas (MG), Guerra dos Mascates (PE).

Criação da CIA de Comércio do MA

• Nova Política Colonial (1640 – 1808): fortalecimento do mercantilismo após a União Ibérica (1580 – 1640).

• Ocupar melhor e explorar com mais efetividade.• A Companhia de Comércio do Maranhão (ou Companhia de Comércio do

Estado do Maranhão e Grão-Pará), foi uma empresa comercial privilegiada, de caráter monopolista, criada sob o reinado de dom Pedro II (1667-1706), em Portugal, para atuar no Estado do Maranhão. Durou de 1682 a 1685.

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• Fundada conforme alvará de 12 de fevereiro de 1682, em caráter de exclusivo comercial, destinava-se a fomentar a agromanufatura de açúcar e o cultivo de algodão, por meio do fornecimento de crédito e de escravos africanos aos produtores da região, assegurando o transporte em segurança daqueles géneros em segurança para a Europa.

• Era prevista a importação de dez mil escravos africanos em vinte anos da Costa da Guiné.

• Entre os privilégios de que se beneficiava, além do monopólio do comércio com o Estado do Maranhão por 20 anos, destacavam-se a isenção de impostos, um juízo privado, a via executiva para a cobrança de suas dívidas e a liberdade de descer do sertão maranhense os indígenas que desejasse para tê-los ao seu serviço.

• A Companhia foi acusada de desvalorizar os géneros que deveria adquirir, cobrando em excesso pelas mercadorias da metrópole, fraudar os pesos, recusar-se a transportar produtos pouco lucrativos, transgredir a regularidade das frotas, o que estragava produtos armazenados a espera do embarque, além de não disponibilizar os escravos africanos conforme acordado. As reclamações levaram à eclosão da Revolta dos irmãos Beckman (1684) e à posterior extinção da própria Companhia (1685).

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Revolta dos Beckman (Bequimão) em 1684

• O problema da escravidão indígena• A forte atuação dos jesuítas dificultou o uso do trabalho escravo

indígena, fator que veio a aumentar ainda mais a crise de mão de obra. Para tentar resolver o problema, os senhores de engenho locais organizaram tropas para invadir os aldeamentos organizados pelos Jesuítas e capturar indígenas como escravos. Estes indígenas, evangelizados, constituíam a mão-de-obra utilizada pelos religiosos na atividade de coleta das chamadas drogas do sertão. Diante das agressões, a Companhia de Jesus recorreu à Coroa, que interveio e proibiu a escravização do indígena,

• O problema com a Cia de Comércio do MA• os comerciantes locais sentiam-se prejudicados pelo monopólio

da Companhia;• os grandes proprietários rurais entendiam que os preços

oferecidos pelos seus produtos eram insuficientes;• os apresadores de indígenas, contrariados em seus interesses,

reclamavam da aplicação das leis que proibiam a escravidão dos nativos;

• a população protestava contra a irregularidade do abastecimento dos gêneros e os elevados preços dos produtos.

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Eclode a Revolta

• Após alguns meses de preparação, aproveitando a ausência do governador Francisco de Sá de Meneses, em visita a Belém do Pará, a revolta eclodiu na noite de 24 de fevereiro de 1684, durante as festividades de Nosso Senhor dos Passos.

• Sob a liderança dos irmãos Manuel e Tomás Beckman, senhores de engenho na região, e de Jorge de Sampaio de Carvalho, com a adesão de outros proprietários e comerciantes insatisfeitos com o governo, um grupo de sessenta a oitenta homens mobilizou-se para a ação, assaltando os armazéns da Companhia.

Junta Revolucionária• A 25 de fevereiro a revolta de Beckman estava consolidada,

organizando-se na Câmara Municipal, uma Junta Geral de Governo, composta por seis membros, sendo dois representantes de cada segmento social: latifundiários, clero e comerciantes. As principais deliberações foram:

• a deposição do Capitão-mor;• a deposição do Governador;• a abolição do estanco (monopólio sobre um produto de forma ilegal);• a extinção da Companhia de Comércio;• a expulsão dos Jesuítas.

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• A Junta enviou emissários a Belém do Pará, onde se encontrava o Governador deposto do Maranhão, objetivando a adesão dos colonos dali. O Governador recebeu-os, prometendo-lhes abolir a Companhia do Comércio, anistiar a todos os envolvidos, e ainda honras, cargos e verbas (4 mil cruzados) caso os revoltosos depusessem as armas. A proposta foi recusada.

• Do mesmo modo, a Junta enviou Tomás Beckman como emissário à Corte em Lisboa, visando convencer as autoridades metropolitanas que o movimento era procedente e justo. Sem sucesso, recebeu voz de prisão no Reino e foi trazido preso de volta ao Maranhão, para ser julgado com os demais revoltosos.

Repressão de Portugal

• A Metrópole Portuguesa reagiu, enviando um novo Governador para o Estado do Maranhão, Gomes Freire de Andrade. Ao desembarcar em São Luís, em 15 de maio de 1685, à frente de efetivos militares portugueses, este oficial não encontrou resistência.

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• Gomes Freire, então, restabeleceu as autoridades depostas, ordenando a detenção e o julgamento dos envolvidos no movimento, assim como o confisco de suas propriedades. Expediu ordem de prisão contra Manuel Beckman, que fugira, oferecendo por sua captura o cargo de Capitão dos Ordenanças. Lázaro de Melo, afilhado e protegido de Manuel, trai o padrinho e entrega-o preso, obtendo a recompensa.

• Apontados como líderes, Manuel Beckman e Jorge de Sampaio receberam como sentença a morte pela forca. Os demais envolvidos foram condenados à prisão perpétua. Manuel Beckman e Jorge Sampaio foram enforcados a 2 de novembro de 1685 (10 de novembro, segundo outras fontes). A última declaração de Manuel foi: "Morro feliz pelo povo do Maranhão!". Tendo os seus bens ido a hasta pública, Gomes Freire arrematou-os todos e devolveu-os à viúva e filhas do revoltoso.

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MA e a independência do Brasil

• No Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram muito ligadas à Metrópole e a exemplo de outras províncias se recusaram a aderir à Independência do Brasil. À época, o Maranhão era uma das mais ricas regiões do Brasil. O intenso tráfego marítimo com a Metrópole, justificado pela maior proximidade com a Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais com Lisboa do que com o sul do país. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em Portugal. A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da Independência no Piauí.

• A Junta controlava ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o principal centro era a vila de Caxias. Esta foi a localidade escolhida pelo Major Fidié para se fortificar após a derrota definitiva na Batalha do Jenipapo, no Piauí, imposta pelas tropas brasileiras, compostas por contingentes oriundos do Piauí e do Ceará. Fidié teve que capitular, sendo preso em Caxias e depois mandado para Portugal, onde foi recebido como herói. São Luís, a bela capital e tradicional reduto português, foi finalmente bloqueada por mar e ameaçada de bombardeio pela esquadra do LordCochrane, sendo obrigada a aderir à Independência em 28 de julho de 1823. Os anos imperiais que seguiram foram vingativos com o Maranhão; o abandono e descaso com a rica região levaram a um empobrecimento secular, ainda hoje não rompido.

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Óleo sobre tela, arte pictórica de "Artes Paz" retratando a batalha do Jenipapo