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HOBBES E O ESTADO DE NATUREZA Acadêmico: Ares Yamamoto Müller Orientador: Prof. Rogério Portanova Copyright © 1999 LINJUR. Reprodução e distribuição autorizadas desde que mantido o “copyright”. É vedado o uso comercial sem prévia autorização por escrito dos autores.

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HOBBES E O ESTADO DE NATUREZA

Acadêmico:

Ares Yamamoto Müller

Orientador:

Prof. Rogério Portanova

Copyright © 1999 LINJUR. Reprodução e distribuição autorizadas desde que mantido o “copyright”. É vedado o uso comercial sem prévia autorização por escrito dos autores.

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THOMAS HOBBES

Nasceu em 5 de abril de 1588 em Westport, na

Inglaterra, e faleceu em Hardwick, em 1679

Veio a ser um dos maiores pensadores políticos da

modernidade

De origem humilde, teve seus estudos custeados

por um tio

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THOMAS HOBBES

Dedicou grande empenho no estudo dos

pensadores clássicos

Contraíu uma aversão à democracia, tornando-se

um dos maiores pensadores do absolutismo

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THOMAS HOBBES

Tomou com grandes pensadores de seu tempo,

com Francis Bacon e Galileu

Preocupado quanto à situação política da

Inglaterra, tornou-se defensor do Rei Carlos I

Tornou-se preceptor do Príncipe de Gales (futuro

Carlos II), então exilado com sua corte em Paris

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PRINCIPAIS OBRAS

De Cive, publicada em 1642

Leviathan (sua principal obra), publicada em

1651

ambas foram publicadas durante seu exílio em

Paris

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MATERIALISMO MECANICISTA

O homem natural é alvo de um materialismo mecanicista

Toda a realidade estaria ligada à ação e reação dos corpos em movimento

O homem não poderia fugir a essa lei universal

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O ESTADO DE NATUREZA

Hobbes nunca afirmou a verdadeira existência de tal Estado, podendo ser entendido como um momento hipotético

Tem a ausência do Estado e de uma autoridade como característica principal

Não haveriam leis que regessem o comportamento humano, o homem seguiria apenas sua vontade

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O ESTADO DE NATUREZA

Não havendo leis, não haveriam crimes Cada um agiria de acordo com suas vontades Seria um estado de guerra permanente de todos

contra todos

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AS LEIS DA NATUREZA

Únicas leis presentes no Estado de Natureza Conjunto de idéias, ou regras, que intervêm

na conduta humana no sentido de proteger o valor maior, que é o da vida

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AS LEIS DA NATUREZA

São estabelecidas pela razão, vinculadas à mente e ao consentimento de cada indivíduo

Antes da moral, ou de qualquer outra obrigação, é lícito que o homem lute por sua vida

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O HOMEM NATURAL

É o homem em seu estado puro, que vive no Estado de Natureza

O homem, em seu estado natural move-se exclusivamente pelos seus medos e desejos

Na luta pela dominação não poupa a vida de nenhum de seus concorrentes

É um ser individualista por natureza

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O HOMEM INDIVIDUALISTA

É natural que na escolha entre as suas vontades e as do outro, o homem escolha pelas suas

O homem natural não se importa com os outros homens, apenas consigo mesmo

Para o homem natural não existe fraternidade ou compaixão

O homem faz apenas aquilo que é fruto de sua vontade

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MEDOS E DESEJOS

O homem se move segundo seus medos e desejos

Para satisfazer seus desejos ou fugir de seus medos o homem é capaz de qualquer ato

Ele foge das coisas que possui medo e luta para conquistar as coisas que deseja

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MEDOS E DESEJOS

Juntos, esses medos e desejos, são os motivos pelo qual o homem vive, e o movimento dessa vida não poderia existir sem estes

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A GANÂNCIA

O homem natural é coberto pela cobiça, de tal forma que ele tentará se apoderar de qualquer bem que deseje, independendo de suas necessidades e da utilidade de tal bem

O homem ambiciona indefinidamente mais coisas do que presentemente tem, não sendo a obtenção de um objeto senão o caminho para conseguir outro

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A GANÂNCIA

A ganância humana é como o fogo, que consome tudo o que estiver ao seu redor e puder servir de combustível, e só cessa quando não puder consumir mais nada, ou quando for apagado por um agente externo

A felicidade humana se resumiria a um contínuo progresso de seus desejos

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A DISCÓRDIA

Haveria três causas para a discórdia no estado de natureza: a desconfiança, faz com que o homem esteja

sempre se preparando para um possível ataque a competição entre os homens, a luta pela

dominação, dominar a todos para não haver ameaças

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A DISCÓRDIA

Haveria três causas para a discórdia no estado de natureza: a honra, o homem lutaria sempre para manter

uma boa imagem, ser glorificado, isso inclui a vaidade e o desejo de se mostrar como mais poderoso e capaz

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A IGUALDADE

Na natureza todos os homens são iguais, livres e têm os mesmos direitos sobre todas as coisas

Os homens são iguais segundo as suas capacidades, medos e desejos

As habilidades humanas, se ponderadas, são equivalentes, não havendo homens melhores que outros (uns são mais fortes, outros mais inteligentes, ou mais hábeis)

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A IGUALDADE

E é essa igualdade de desejos e necessidades, que acaba ocasionando os conflitos, pelas disputas entre os homens

Sendo um homem igual ao outro, com as mesmas capacidades, não haveria motivo compreensível para que este homem fosse obedecer, seguir os comandos, de outro homem

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VERSÃO DE LOCKE

Locke também desenvolveu uma teoria sobre o Estado de Natureza

Acreditava nesse Estado de Natureza como uma passagem real da história da humanidade, quando os homens viviam ainda em um estágio pré-social e pré-político

Locke idealiza um homem bom por natureza

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VERSÃO DE LOCKE

Não haveria grandes discórdias entre os homens Todos desfrutariam de uma mais perfeita liberdade

e igualdade, eram dotados de razão e seguiam as leis naturais

Locke não dar tanta importância, quanto Hobbes, ao contrato social

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O CONTRATO SOCIAL

Feito com objetivo de preservar a vida, o bem maior do ser humano

O Estado de Natureza não é um ambiente seguro O temor de uma morte violenta e o desejo de uma

vida segura levam o homem a renunciar sua condição natural de liberdade

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O CONTRATO SOCIAL

Criou-se a necessidade de uma força maior, que protegesse a vida do homem, para que este não precisasse viver em uma situação de medo constante

Consistiria na transferência dos direitos de cada homem para uma só pessoa, que aglutinaria um direito e um poder absoluto sobre todas as coisas e todos os homens

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O CONTRATO SOCIAL

Os homens se comprometeriam a respeitar normas que garantissem sua vida mais tranqüila

Essa pessoa seria o soberano, que teria o poder de fazer todas as lei

Representa o término do Estado de Natureza e o início da Sociedade Civil

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PROPRIEDADE NO ESTADO DE NATUREZA

Não existia propriedade antes da formação do Estado

Não haveria garantias de propriedade Só se pode falar em propriedade, quando ocorre o

reconhecimento da apropriação

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PROPRIEDADE NO ESTADO DE NATUREZA

Cada homem seria proprietário daquilo que pudesse conquistar

Tudo pertencia a todos, logo, nada pertencia a ninguém

O homem só era dono de uma propriedade enquanto, conseguisse mantê-la sob o seu domínio

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PROPRIEDADE APÓS O CONTRATO

A propriedade de Hobbes era vinculada ao Estado Ao Estado, caberia a função de dividir as terras e

conceder propriedades O soberano poderia confiscar a propriedade de

qualquer cidadão A propriedade não existiria frente ao soberano,

mas seria garantida frente aos outros súditos

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PROPRIEDADE PARA LOCKE

A propriedade de um homem é a sua vida , sua liberdade e suas terras

A propriedade precede a formação do Estado É um direito natural do homem, que não pode ser

violado pelo Estado Um homem só seria dono das terras que pudesse

trabalhar

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PROPRIEDADE PARA LOCKE

Terras devolutas não possuiriam donos a propriedade é a dádiva de Deus ao homem.

Sendo a vida inclusa na propriedade nós não poderíamos atentar contra a vida do próximo, ou contra a nossa própria vida, pois nós seríamos propriedade divina

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PROPRIEDADE PARA LOCKE

Nós seríamos proprietários, por delegação divina, das terras e dos animais inferiores, para destes tirarmos nossa sobrevivência

Toda a propriedade estaria assenta no reconhecimento recíproco, de que o direito de um é o dever de outro

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FUNÇÃO DO ESTADO

Hobbes adota uma concepção absolutista o Estado teria como função garantir a vida do

homem

Para Locke adota uma concepção burguesa a função estatal seria a garantia da propriedade

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CONCEPÇÃO REALISTA

Hobbes apresenta um homem mau, vivendo em estado de guerra de todos contra todos

Teve como objetivo de defender o absolutismo da monarquia inglesa

Apresenta um ângulo mais realista se comparado com os pensadores de sua época

Nega a concepção de um homem de valores e virtudes, apresentando um homem com defeitos valorativos, individualista, egoísta e ambicioso

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BIBLIOGRAFIA

BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. 10.ed. Brasília: Editora UnB, 1998.

HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil (os pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 3. ed. 1983.

MARTINS NETO, João dos Passos. Uma introdução ao estudo do Leviatã. Florianópolis: 1993.

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BIBLIOGRAFIA

MASTERS, Roger D. “Hobbes e Locke”. In: Pensadores políticos comparados. Brasília: UnB, 1983.

RIBEIRO, Renato Janine. Ao leitor sem medo: Hobbes escrevendo contra o seu tempo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

Disciplina: Informática Jurídica

Professor: Aires J. Rover

Florianópolis, 5 de dezembro de 1999