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O enfoque sociológico do meio ambiente

Maria Elisa Scoz Silvestre

Orientador: Rogério Portanova

Copyright © 1999 LINJUR. Reprodução e distribuição autorizadas desde que mantido o “copyright”. É vedado o

uso comercial sem prévia autorização por escrito dos autores.

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Ética Ambiental

Estudo da conduta do homem em relação à natureza

Existe sempre de acordo com a consciência ambiental e com o compromisso com a conservação da vida no planeta

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Contexto histórico

Ao longo da história podemos distinguir três principais correntes que relacionam o meio ambiente com a evolução das sociedades Economia Ambiental Economia Ecológica Economia Marxista

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Economia Ambiental

Princípio básico Integração dos recursos naturais ao mercado

Defende a atribuição de preços aos bens naturais, ou seja, o estabelecimento de um valor para a conservação do meio ambiente

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O ideal seria que cada fração de recurso natural obtivesse um preço no mercado

Com estas medidas, esta corrente pretende resolver o problema de uma possível escassez dos recursos naturais

Ponto-chave Uso racional do meio ambiente

Economia Ambiental

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Economia Ecológica

Baseia-se nas leis da termodinâmica Crítica à concepção tradicional da economia Os principais fundamentos desta crítica

A economia deve ser vista como um sistema aberto inserido num ecossistema fechado, e não simplesmente como um sistema fechado

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A economia tradicional não atenta para os aspectos energéticos e o caráter renovável ou não dos recursos naturais

A economia tradicional move-se baseada na dinâmica dos preços, e esquece da dinâmica da natureza, que tem um ritmo diferente

Economia Ecológica

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Limites da Economia Ambiental e Ecológica

O sistema capitalista impõe obstáculos à utilização das propostas destas correntes É ele que sugere às empresas o que produzir,

com que tecnologias e recursos A decisão das pessoas e empresas a respeito dos

seus recursos e dejetos é definida por uma análise custo-benefício

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Estas correntes não partem de uma crítica ao sistema capitalista, mas tentam introduzir suas idéias no sistema tal como ele é

Não propõem uma alteração no modo de produção capitalista

Limites da Economia Ambiental e Ecológica

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Economia Marxista

Está a frente das outras correntes Relaciona a sociedade humana com o

restante do mundo vivo e com o abiótico Defende a necessidade substituição do

sistema capitalista, pois este é baseado na exploração irracional do meio ambiente

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Causas da crise ambiental

Transformações políticas e econômicas da humanidade

As transformações na natureza ocorreram proporcionalmente às necessidades do homem Sociedade primitiva – subsistência Sociedade escravagista – produção de excedente

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Sociedade feudal – avanço das técnicas com conseqüente aumento de produção

Sociedade mercantil – comércio Sociedade capitalista – aumento da concorrência

causando grande exploração

Causas da crise ambiental

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Capitalismo e meio ambiente

Preocupação com o meio ambiente começou na década de 70 A questão ambiental tornou-se foco de debates e

discussões pois os estragos na natureza começaram a aparecer

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Nova visão

Meio ambiente não significa mais apenas os recursos naturais

Significa a relação entre homem e natureza, os impactos da ação humana sobre a natureza bem como os aspectos sociais envolvidos

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Sociedade não ambiental

A sociedade capitalista possui todas as características de uma sociedade não ambiental

A concorrência desenfreada faz com que os homens não tenham tempo para pensar na natureza

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O individualismo gera indiferença em relação a questão ambiental

Sociedade não ambiental

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Uma possível saída

A ética do profissional capitalista pode ser uma saída para a crise ambiental em que nos encontramos

Isto porque, hoje em dia, é muito enfatizada a necessidade de profissionais éticos no mercado de trabalho

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A ética profissional e a questão ambiental

Profissional ou empresa ética é aquela que está atenta às questões sociais e ambientais

A depredação do meio ambiente, ocorrida na era capitalista, tinha o fim de possibilitar lucros extraordinários para as empresas

Este princípio de depredação começa a ser revertido, pois começam a surgir novos meios de se obter lucro sem prejuízo para a natureza

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Surge o conceito de empresa-cidadã Aquela que obtém seus lucros sem prejudicar o

meio ambiente Aquela que presta serviços à comunidade, ou

seja, tem uma responsabilidade social

A ética profissional e a questão ambiental

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A ética profissional como medida estratégica

A responsabilidade social e ambiental passou a ter natureza estratégica

As empresas começaram a enxergar estas ações éticas como meio de conquistar clientes

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Obstáculo à ética profissional

Porém estes meios, que possibilitam a uma empresa ser ética, ser ecologicamente correta, encarecem seus produtos

O custo de cuidar do meio ambiente é elevado

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Os dois lados de uma eterna discussão

As discussões sobre ambientalismo oscilam entre dois extremos De um lado está a defesa dos recursos que

restaram da exploração histórica da natureza De outro lado está o desenvolvimento do

capitalismo em plena atividade e expansão

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Uma crise mundial

A crise ecológica deixou de ser local para se tornar global

Não é mais exclusividade de determinadas áreas do planeta

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Duas falsas posturas de solução da crise

Conservadorismo Corrente que prega apenas a conservação dos

recursos naturais ainda existentes Quer conservar a atividade capitalista como está,

sem assumir verdadeiros compromissos de defesa ambiental

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Ecodesenvolvimento Acredita nas novas tecnologias como forma de

reverter a destruição do meio ambiente Acredita na utilização de técnicas como o uso da

energia solar, a reciclagem de materiais e o controle de poluentes

Duas falsas posturas de solução da crise

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O problema está na aplicação desta teoria O que falta nesta proposta é saber como guiar a

tecnologia para uma ação ecológica e desviá-la do propósito capitalista de só gerar lucros

Duas falsas posturas de solução da crise

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A construção social da questão ecológica

O ecologismo incorpora uma multiplicidade de correntes políticas associadas aos pensamentos da sociedade Corrente Ecofundamentalista Corrente Eco-realista Corrente Ecocapitalista Corrente Eco-socialista

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Ecofundamentalistas

Apostam na construção de uma sociedade ecologista na periferia da sociedade existente

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Eco-realistas

Movimento oriundo do socialismo utópico e de vertentes do pensamento liberal

Negam o socialismo e o capitalismo Defendem uma sociedade baseada na

pequena propriedade, no cooperativismo e na autogestão

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Ecocapitalistas

Acreditam que a economia de mercado é a única a regular eficientemente a relação entre o homem e a natureza

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Eco-socialistas

Dizem que não há compatibilidade entre o capitalismo e o meio ambiente

Desta forma fica evidente que esta corrente apóia algumas idéias marxistas

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Homogeneidade dos movimentos ambientalistas

Estes movimentos, estas correntes ambientalistas, necessitam de certa homogeneidade, para adquirir força

Há uma diversidade de ideologias, objetivos e estratégias

Alguns movimentos chegam ao ponto de se desvirtuar do seu objetivo principal

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Esta pluralidade de pontos de vista acaba por resultar em conflitos entre os próprios movimentos

Estes conflitos diminuem a confiabilidade dos mesmos

Homogeneidade dos movimentos ambientalistas

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Uma real postura de defesa

Cada pessoa pode fazer a sua parte, mas para isso é preciso que haja uma grande mudança nos paradigmas sobre os quais está inserida a nossa sociedade

O ideal de felicidade da sociedade capitalista é calcado no consumo

Para satisfazer este consumo as empresas têm de recorrer a uma exploração irracional da natureza

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A solução seria unir as classes sociais em torno deste ideal, para pressionar o poder econômico e governamental

Cada indivíduo precisa se enxergar como peça fundamental de preservação da natureza

Uma real postura de defesa

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Bibliografia

BRUGGER, Paula. A ética profissional e o espírito do capitalismo: uma questão ambiental.

OLIVIERI, Alejandro, FLORIT, Luciano. A construção social da questão ecológica: um questionamento do final do século.

SILVA, Carlos Eduardo Lins da. Ecologia e Sociedade: uma introdução às implicações sociais da crise ambiental. São Paulo: Loyola, 1978

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O enfoque sociológico do meio ambiente

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Bibliografia

BACKER, Paul. Gestão Ambiental: a administração verde. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995.

WALDEN, Maurício. Ecologia e lutas sociais no Brasil. São Paulo: Contexto,1992.

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UFSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

DEPARTAMENTO DE DIREITO

DISCIPLINA: INFORMÁTICA JURÍDICA

PROFESSOR: AIRES JOSÉ ROVER