Home Introdução Virtual, Real ou Surreal? A Física do ... · Second Life e a ensinada na escola, dentro da noção de Realidade na Ciência e de Virtualidade (Lévy, 1996) e (Eco,

15-dez-2008 © www.fisica-interessante.com 1/20

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Renato P. dos Santos(ULBRA/Canoas)

Virtual, Real ou Surreal?A Física do Second Life

Introdução

O que é Real?

Second Life

LSL

Hiper-realismo

Virtual

Física ‘real’

Física ‘ideal’

Física do SL

Surrealismo

Implicações

Conclusão


Introdução Resumo

• Física do Second Life é ‘surreal’

• Second Life é ambiente ideal para “micromundos da física”, para manipulação de leis físicasPapert(1985)

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Conclusão


Objetivos

• analisar a realidade da Física do Second Life

• discutir as diferenças entre a Física do Second Life e a ensinada na escola, dentro da noção de Realidade na Ciência e de Virtualidade (Lévy, 1996) e (Eco, 1985)

• discutir implicações pedagógicas

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Conclusão


O que é Real?

O que é Real?

• “Morpheus: O que é real? Como você define real? Se você está falando do que pode ser cheirado, provado e visto, então real é simplesmente um sinal elétrico interpretado por seu cérebro.”

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Second Life

Second Life (SL)

• mundo virtual, hospedado e operado pela Linden Lab

• tudo (avatares, objetos, paisagens, texturas e textos) é hospedado em servidores da Linden Lab

• utilizadores (‘residentes’) podem andar pelo terreno, desfrutar da paisagem em 3D, voar, utilizar carros e outros veículos, interagir com outros avatares, jogar ou criar objetos

• a maior parte do atual ambiente (móveis, roupas, jóias, veículos, armas e até edifícios inteiros) foi construída pelos próprios residentes

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Second Life (SL)


LSL

LSL (Linden Scripting Language)

• interatividade nos objetos• quase 400 funções• várias com interesse p/ a Física• llGetPos(): posição do objeto• llGetVel(): velocidade do objeto• llGetOmega(): velocidade angular• llGetForce(): força aplicada• etc.

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Massa

• medida da inércia translacional, medida em lindogramas (Lg)

• llGetMass()

• no SL, massa depende apenas do tamanho e forma do objeto, mas não do material de que é feito, seja ‘nuvem’ ou pedra – massa de um avatar depende apenas da sua altura(!)– acessórios afixados ao avatar não alteram sua massa,

exceto sapatos (aumentam sua altura)

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Energia

• na Física: serve p/ comparar processos, medida em Joules

• no SL: medida da atividade de objetos, usada para otimização da grade, variando de 0% a 100%. – ‘armazenada’ no objeto– ações sobre o objeto ‘retiram’ energia– grade ‘repõe’ energia a uma taxa fixa– ⇒ uma ação não pode se realizar se demandar

‘muita’ energia!

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Hiper-realismo

• more: mais do que o que você espera, melhor do que o ‘original’ (ECO, 1985)

• Palace of Living Art

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Hiper-realismo

Laughing Cavalier (1624), Frans Hals


Hiper-realismo no SL

• se o inimigo cai sempre do mesmo jeito, acaba a ilusão

• ⇒ truques p/ que os jogadores possam conduzir mais rápido, saltar mais longe ou repicar mais alto do que o normal

• more (Eco, 1985): mais divertido, mais emocionante, mais absorvente, hiper-real, ‘melhor’ do que o original

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Virtual

Virtual

• Lévy (1996): virtual não se opõe ao real

• virtualização (retorno do real ou do atual em direção ao virtual): não é nem boa, nem má, nem neutra, mas é presença visível na transição cultural acelerada que vivemos hoje

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Física ‘real’

Física ‘real’

• Aristóteles:• “nullum violentum potest

esse perpetuum” (Dugas, 1955, p. 21)

• não há movimento ‘infinito’

• = parou de empurrar, parou de andar

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Física ‘ideal’

Física ‘ideal’

• Galileu: esferas absolutamente esféricas e absolutamente rígidas, movendo-se sobre planos absolutamente lisos, sem atrito, num espaço geométrico puramente euclidiano, sem resistência do ar, etc. (Koyré, 1992, p. 98)

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Física ‘ideal’

• Ensino de Ciência: fora do mundo real, laboratórios e exercícios abstratos

Física ‘ideal’

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Física do SL

Física do SL

• SL: não é uma virtualização da Física ‘real’ ≠simulador tradicional como Modellus

• também não é implementação da Física ‘ideal’, Newtoniana, oferecida pelo Havok

• pode ser feita ‘hiper-real’ (Havok)

• é ‘SURREAL’ (livre)

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Surrealismo SurrealismoHome

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Conclusão La Condition humaine II (1935), René Magritte

SurrealismoLe Derby d'Epsom (1821), Théodore Géricault


Implicações

Implicações

• permite questionar: – ‘o que é uma lei física?’, – ‘o que é Ciência?’, – ‘a Ciência estuda o Real?’, – ‘a Ciência está pronta ou em construção?’, – etc.

• Papert (1985): antes de se tornarem receptivos às leis de Newton, eles deveriam conhecer outras leis de movimento, não tão complexas, sutis e contra-intuitivas como as leis de Newton.

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Conclusão

• SL é ambiente ideal para implementar micromundos físicos alternativos, onde se poderia manipular uma variedade infinita de leis do movimento, de Aristóteles, Newton e Einstein, ou mesmo inventadas pelo aluno (Papert, 1985)

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Referências

• DUGAS, René. A History of Mechanics, Neuchâtel : Ed. du Griffon, 1955.

• ECO, Umberto. Viagem na Irrealidade Cotidiana. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1984.

• KOYRÉ, Alexandre. Estudos Galilaicos. Lisboa : Dom Quixote, 1992.

• LÉVY, Pierre. O Que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.

• LSL Wiki. s.d. Disponível em: <http://lslwiki.net/lslwiki/>. Acesso em: 29 out. 2008.

• PAPERT, Seymour. Micromundos: incubadores para o conhecimento. In: _____. Logo : Computadores e Educação. São Paulo : Editora Brasiliense, 1985, pp. 148-164.

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