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FGV Management MBA em Gerência de Saúde HOME CARE : INSTRUMENTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS Horacio Luiz Navarro Cata Preta [email protected] Realização Fundação Getulio Vargas FGV Management

Horacio Luiz Navarro Cata Preta - ansp.biblidocs.com.bransp.biblidocs.com.br/view/arquivos/Monografia - Home Care... · MATERIAL COMPLEMENTAR - SLIDES 18 . Home Care: Assistência

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FGV Management

MBA em Gerência de Saúde

HOME CARE :

INSTRUMENTO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS

Horacio Luiz Navarro Cata Preta [email protected]

Realização Fundação Getulio Vargas FGV Management

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Cata Preta, Horacio L.N. Home Care: Instrumento de Gestão Estratégica de Custos. FGV Management – Cursos de Educação Continuada. p. Bibliografia.

Coordenação Executiva do FGV Management: Prof. Ricardo Spinelli de Carvalho Coordenador Geral da Central de Qualidade: Prof. Carlos Longo Coordenadores de Área: Prof. Ernani Hickmann, Prof. José Carlos Sardinha, Profa.

Marta Farah, Prof. Ronaldo Andrade, Profa. Sylvia Constant Vergara. Coordenadora Acadêmica: Profa. Tania Furtado

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Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1

1.1 EMENTA 1 1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1 1.3 OBJETIVOS 1 1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 1.5 METODOLOGIA 1 1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2 1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 2 1.8. CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR 4

2. HOME CARE - CONCEITOS E ORGANIZAÇÃO GERAL DOS SERVIÇOS 5

3. HOME CARE - NOVAS OPORTUNIDADES 14

4. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR – LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 15

5. MATERIAL COMPLEMENTAR - SLIDES 18

Home Care: Assistência Domiciliar como Instrumento de Gestão

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1. Programa da disciplina

1.1 Ementa

Apresentar as atividades de Home Care como uma ferramenta estratégica para contenção de custos na prestação de serviços médico-hospitalares e de também como importante instrumento de efetividade nos tratamentos e internações domiciliares.

1.2 Carga horária total

4 horas/aula

1.3 Objetivos

• Apresentar o Home como ferramenta estratégica para contenção de custos na prestação de serviços médico-hospitalares.

• Analisar as atividades de Home Care e destacar a sua importância nos tratamentos e internações domiciliares.

• Identificar as atividades que requerem maior atenção por parte das empresas prestadoras de serviços de Home Care.

• Apresentar sugestão para estruturação de uma empresa prestadora de serviços de Home Care.

1.4 Conteúdo programático

• Conceitos • Aspectos econômicos da atividade • Visão dos compradores de serviços • Home Care Business • Aspectos legais.

1.5 Metodologia

Aulas expositivas, debates, estudo de casos. Uso de recursos audiovisuais.

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1.6 Critérios de avaliação

Trabalho individual ou em grupo, valendo 10 pontos.

1.7 Bibliografia recomendada:

Bastos, Fátima M. A. F. – Home Care: Assistência Domiciliar como Instrumento de Gestão (apostila) – FGV Management, 2001

Médici, André Cezar - Economia e Financiamento do Setor Saúde no Brasil - Faculdade de Saúde Pública/USP – 1994 Bertolli Filho, Cláudio - História da Saúde Pública no Brasil - Editora Ática - 2001 Bordin, Ronaldo e Outros - Práticas em Gestão em Saúde: Em Busca da Qualidade Dacasa Editora/UFRGS/PPGA - 1996 Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar – 3ª edição Ministério da Saúde / Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de Avaliação de Políticas de Saúde Peter R. Kongstvedt - Essentials of Managed Health Care - 2nd edition Aspen Publication - USA – 1997 Peter R. Kongstvedt e David W. Plocher - Best Practices in Medical Management Aspen Publication –USA –1998 Conselho Regional de Enfermagem – COREN. Normas para o exercício da enfermagem, São Paulo, 1997. Cunha, I.C.K. Organização de Serviços de Assistência Domiciliária de Enfermagem, São Paulo, 1991, 147p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo. Gianesi, I.G.N.; Corrêa, H.L. Administração estratégica de serviços – operações para a satisfação do cliente, São Paulo, Fundação Vanzolini – Ed. Atlas, 1994. Las Casas, A.L. Marketing de serviços – São Paulo, Atlas, 1991. Watson, G.H. Benchmarking estratégico - como transformar as técnicas de benchmarking em fator de competitividade e acréscimo de produtividade. Makron Books, São Paulo, 1994. Duarte, Yeda Ap. e DIOGO, Maria José - O Atendimento Domiciliar, um enfoque gerontológico, São Paulo, Ed. Atheneu, 2000.

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Rebelo, Paulo - Qualidade em Saúde - Qualymark Editora – 1995 Sites na Web: www.acc.org Guidelines clínicos www.nlm.nih.gov Medline www.abramge.com.br Associação Brasileira de Medicina de Grupo www.fenaseg.org.br FENASEG – Federação das Seguradoras www.ciefas.com.br CIEFAS www.abraspe.com.br ABRASPE www.unimed.com.br UNIMED

www.acponline.org Guidelines clínicos www.datasus.gov.br Datasus www.ans.gov.br ANS www.saude.gov.br Ministério da Saúde www.cochrane.com Protocolos clínicos

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1.8. CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR:

Horacio Luiz Navarro Cata Preta

Graduado em Ciências Contábeis (Faculdade Moraes Junior – Rio de Janeiro);

Pós-Graduado em Gerência Financeira de Seguros e em Administração Financeira

(FGV-RJ); Contador e Auditor; Consultor especializado na área de saúde, em

administração de planos e seguros de saúde, diagnóstico situacional e

gerenciamento de custos com assistência médica;

Sócio – Diretor da HVCP Consultoria Empresarial Ltda;

Diretor de Projetos e Serviços da FENASEG – Federação Nacional das Empresas

de Seguros Privados e de Capitalização;

Ex- Diretor de Seguradoras e Entidades Abertas de Previdência Complementar;

Presidente da Comissão de Seguro Saúde da FENASEG de 1993 a 1998;

Membro da ANSP – Academia Nacional de Seguros e Previdência; titular da

cátedra de Seguro Saúde;

Coordenador do Curso de MBA em Gestão de Seguros da Universidade Candido

Mendes / Rio de Janeiro;

Professor do Curso de MBA em Gerência de Saúde da FGV/RJ.

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2. Home Care – Conceitos e Organização Geral dos Serviços

O Home Care surgiu nos Estados Unidos da América em decorrência do alto custo das internações hospitalares e também para liberar leitos de alta tecnologia, ocupados por pacientes que exigiam acompanhamentos simples e que podiam ser realizados fora do ambiente hospitalar.

O QUE É HOME CARE OU ASSISTÊNCIA MÉDICA DOMICILIAR ?

Modalidade de assistência à saúde prestada na residência do paciente ou em estabelecimento de saúde especialmente estruturados para essa atividade, por equipes multiprofissionais, geralmente compostas por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, psiquiatras, assistentes sociais e outros profissionais eventualmente necessários.

HOME CARE E OS CUSTOS COM ASSISTÊNCIA MÉDICA O Home Health Care Service nasceu para reduzir os custos hospitalares e para liberar leitos de alta tecnologia. Posteriormente suas atividades foram ampliadas para diversos outros tipos de tratamentos, cabendo especial destaque para o atendimento a pacientes crônicos, dependentes químicos, doentes mentais e sequelados, devido aos seguintes fatos:

• aumento da expectativa de vida; • avanços tecnológicos e científicos que acarretam aumento dos custos da

assistência hospitalar; • aumento das doenças crônico-degenerativas e mentais; • aumento dos casos de dependência química – alcoolismo e drogas; • aumento dos casos de seqüelas resultantes de acidentes com veículos e de outras

naturezas; • novas coberturas estabelecidas pela Lei nº 9.656/98 que regulamentou as

atividades das operadoras de planos e seguros de saúde; • exigência de períodos mais curtos de internação hospitalar pelas operadoras de

planos e seguros de saúde.

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PONTOS IMPORTANTES DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR Para o paciente e sua família: • Maior conforto para o paciente • Menor risco de infecção hospitalar • Redução do tempo de recuperação • Menor risco de reinternação • Humanização do atendimento • Melhor qualidadade de vida dos pacientes • Educação e treinamento da família em relação à doença ou lesão do paciente Para as operadoras de planos e seguros de saúde: • Redução do custo do tratamento • Serviços cobrados pelo sistema de pacotes, diárias, paciente-dia, o que permite

conhecer antecipadamente o custo provável do tratamento Para o hospital: • Liberação dos leitos de alta tecnologia • Melhoria no relacionamento com a operadora MODALIDADES DE ATENDIMENTO DOS SERVIÇOS DE HOME CARE: • Preventivo

• Assistência em Domicílio

• Internação Domiciliar

• Prevenção básica: imunizações, educação em saúde de cuidadores e familiares

• Prevenção secundária: detecção de doenças e seu controle clínico, visando

reduzir as internações hospitalares

• Prevenção terciária: detecção de pacientes portadores de doenças crônicas e

seu controle.

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PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS A SEREM PRESTADOS NA ASSISTÊNCIA OU INTERNAÇÃO DOMICILIAR 1. Análise e detalhamento do tratamento a ser prestado ao paciente 2. Verificação da arquitetura e facilidades existentes no domicílio do paciente 3. Equipamentos que deverão ser utilizados no domicílio do paciente:

• equipamentos de conforto e prevenção: colchão, cadeira de rodas, cama hospitalar, andador e outros;

• equipamentos necessários para a terapêutica: inaladores, cilindros de oxigênio, oxímetro, concentrador de oxigênio, inalador, aspirador e outros;

• custo dos equipamentos, que poderão instalados mediante aluguel ou compra, pagos pelo próprio paciente ou seus familiares ou podem ser conseguidos mediante empréstimo ou doação de entidades filantrópicas.

4. Organização da Assistência Domiciliar:

• protocolo de atendimento terapêutico • multidisciplinaridade da equipe • atuação de cada profissional • otimização do tempo de atendimento • flexibilidade dos profissionais • treinamento do cuidador (membro da família) • plano de visitas médicas • avaliação periódica do paciente • prontuário médico • logística e suporte administrativo (fornecimento de medicamentos,

materiais, equipamentos e outros recursos, forma faturamento e cobrança) 5. Outros profissionais envolvidos no processo de atendimento domiciliar:

• arquitetos e engenheiros • eletricistas • advogados

6. Cálculo dos serviços de enfermagem no ambiente domiciliar

Os serviços de enfermagem deverão estar balizados nos seguintes aspectos:

• grau de dependência do paciente • estrutura da família e o nível colaboração e participação demonstrado ou

declarado pela família para a realização dos cuidados • nível de estabilidade clínica do paciente na ausência do profissional de

enfermagem

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• segurança da família para a realização de cuidados, como a administração de dieta por sonda gástrica, gastrostomia, jejunostomias, aspiração de secreção traqueal e oral, manipulação de bombas de infusão, respiradores, aspirações, inaladores, entre outros.

A estabilidade clínica do paciente associada à segurança do cuidador familiar em assumir os cuidados é a condição necessária para se conseguir diminuir o número de horas de assistência de enfermagem na residência do paciente. A estrutura familiar é fundamental no processo de diminuição ou aumento do número de horas de assistência de enfermagem.

7. Alterações ambientais:

• espaço suficiente para a colocação do mobiliário necessário à assistência ao paciente;

• espaço para movimentação de cadeira de roda/higiênica ou maca, ângulo para realização de manobras nos corredores, largura das portas, escadas e degraus, entre outros;

• espaço do banheiro para o paciente e o auxiliar de enfermagem para banho de chuveiro ou de ducha de mão;

• barras de suporte nos corredores, banheiros e em outros cômodos da casa; • móveis, tapetes e outros itens que possam impedir ou dificultar a circulação

do paciente em cadeira de rodas/higiênica, andador, muletas ou por seus próprios meios;

• iluminação suficiente para a prestação dos cuidados; • tomadas elétricas para o funcionamento dos aparelhos que serão utilizados:

inalador, aspirador, bomba de infusão, respirador, aparelho de eletrocardiograma, abajur e outros eventuais;

• outros itens de segurança para o paciente e profissional de saúde. 8. Mobiliário e equipamentos básicos (outros poderão ser necessários):

• cama hospitalar, com colchão e grade de proteção; • escada com dois degraus • cadeira de rodas • cadeira higiênica • aspirador de secreção (elétrico) • inalador ultrassônico • suporte de soro • colchonete tipo caixa de ovo • colchão de ar

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CUIDADOR • Aquele que presta cuidado a indivíduos fragilizados e de alta dependência,

zelando pelo seu bem estar físico, social, espiritual e econômico, se assim for ajustado.

• Assiste o paciente em suas atividades diárias e pode ser classificado como: • Formal: quando exercido por profissional da área de saúde • Informal: quando os cuidados são realizados por familiares, amigos ou

voluntários • Principal – quando assume responsabilidade total pelos cuidados e as

atividades pessoais do paciente • Secundário – quando tem responsabilidade apenas por alguns aspectos dos

cuidados contratados CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS PRESTADOS POR EMPRESA DE HOME CARE: A empresas de Home Care para a prestação de serviços devem possuir determinados setores devidamente estruturados e bem definidos, cabendo destacar os seguintes: SERVIÇO MÉDICO • Avaliação clínica inicial e de todo histórico do paciente • Identificação das patologias incapacitantes e associadas • Efetuar o planejamento terapêutico • Estabelecer o protocolo de atendimento • Atender as intercorrências (doenças agudas e subagudas) • Determinar as internações e a emissão dos pedidos correspondentes • Realizar pequenos procedimentos (punção, sonda enteral, etc) • Efetuar anotações no prontuário do paciente ASSISTÊNCIA SOCIAL • Orientação e aconselhamento familiar • Avaliação econômica e social • Orientação previdenciária e sobre as coberturas dos planos e seguros de saúde • Orientação sobre grupos comunitários de apoio • Análise e orientação do relacionamento entre doente e familiares • Apoio e orientação em caso de óbito no domicílio • Encaminhamento de situações que requeiram orientação ou ação jurídica

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SERVIÇO DE ENFERMAGEM • Planejar e executar a assistência de enfermagem • Controlar materiais, medicamentos e equipamentos e sua reposição • Planejar e executar atividades de desinfecção e esterilização de materiais • Realizar relatórios diários individualizados da assistência prestada • Zelar pela limpeza e ordem do material, medicamentos e dos equipamentos • Ministrar medicamentos via oral e parenteral • Realizar curativos e pequenos procedimentos (sonda enteral, sonda uteral,

enteroclisma, nebulização, etc) • Realizar cuidados especiais (troca de bolsas de colostomia, citostomia, cânulas

de traqueostomia, orientação de insulinoterapia, cuidados com as sondas em geral)

• Controlar sinais vitais • Realizar orientações quanto às medidas dietéticas e relacionadas com a

medicação e a assistência prescrita • Fazer o controle, o acondicionamento e o destino do lixo (materiais pérfuro-

cortantes, infectantes e outros) • Efetuar anotações no prontuário do paciente SERVIÇO DE FISIOTERAPIA • Realizar avaliação dos comprometimentos cardio-respiratórios, do aparelho

locomotor e neurológico, assim como planejamento e prática da reabilitação das mesmas, propiciando o maior grau de independência possível;

• Orientar os familiares quanto às atividades de vida diária; • Auxiliar no acompanhamento de atividades externas que visam a recuperação

das funções e o treinamento físico • Facilitar adaptações dos pacientes e familiares ao espaço físico existente e aos

recursos cinésio-mecano-terapêuticos: próteses, órteses, rolos, bolas, roldanas e outros que forem necessários;

• Realizar procedimentos de fluidificação e umidificação do aparelho respiratório, assim como aspirações de secreções respiratórias e coleta das mesmas para cultura, se necessário;

• Executar atividades cinesioterápicas, eletroterápicas, termoterápicas e mecanoterápicas;

• Executar cuidados gerais quanto ao posicionamento e mobilizações do paciente: transferências, mudanças de decúbito, marcha, evitando complicações e deformidades;

• Fazer relatório de controle de recursos utilizados: sondas de aspiração, luvas, máscaras, soro fisiológico, medicamentos, inalatórios e outros;

• Fazer relatório diário das condutas realizadas, orientações e evolução do paciente.

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SERVIÇO DE TRANSPORTE A função primordial do Serviço de Transporte é realizar traslados da equipe e de todos os recursos (materiais, medicamentos e equipamentos) necessários para o atendimento domiciliar SERVIÇO ADMINISTRATIVO • Organizar a pastas e documentos do paciente • Efetuar o agendamento de exames, consultas externas, internações, remoções e

outros procedimentos requeridos pelo tratamento • Prestar atendimento telefônico • Localizar membros da equipe e providenciar transporte, quando necessário • Efetuar o faturamento periódico dos serviços prestados. ALMOXARIFADO O Almoxarifado deve ter para pronta entrega itens básicos determinados pela enfermagem e cuja quantidade deverá ser dimensionada em função da quantidade pacientes sob tratamento. A imobilização de recursos financeiros deve ser cuidadosamente analisada para não comprometer o fluxo de caixa da empresa. ASPECTOS LEGAIS IMPORTANTES: Todas as atividades deverão ter a supervisão de um médico e as atividades dos auxiliares de enfermagem e técnicos deverão ter a supervisão do um enfermeiro. É importante que se obtenha uma declaração do paciente ou do responsável pelo mesmo, informando que é seu desejo e/ou da família ser tratado em casa, sendo assistido por uma equipe composta por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas e outros profissionais, se necessário, com infra-estrutura de equipamentos e materiais. Para resguardar a empresa de Home Care de processos judiciais, recomenda-se que devam ser mantidos os seguintes registros: • Histórico do paciente

• realizado pelo médico responsável pelo acompanhamento do tratamento do paciente com anotações detalhadas desde o início até a alta

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• Prescrições médicas • impresso próprio, no qual a enfermeira deverá anotar os horários em que

foram efetuadas as administrações de medicamentos ou outros procedimentos terapêuticos

• Histórico de enfermagem • anotações sobre a rotina da vida do paciente antes da doença, para análise

da sua evolução e identificação de fatos que possam influenciar na evolução do tratamento

• Prescrições de enfermagem • cuidados relativos ao estado físico e emocional do paciente, compreendendo

seus hábitos e costumes e da família e também avaliação da cultura e valores da família, horários e rotinas da casa, entre outros

• Evolução médica • formulário que deve conter anotações do médico com data, hora, assinatura

e carimbo do médico; • todas as ocorrências devem ser anotadas, analisadas e justificadas, até a alta

do paciente, quando for o caso. • Evolução de enfermagem

• formulário que permite a anotação da data, hora, assinatura da enfermeira, o tempo de permanência desse profissional na casa do paciente, com descrição de suas atividades visando o gerenciamento dos cuidados, orientação aos familiares e paciente, verificação de materiais e equipamentos, organização da escala dos funcionários e comunicação com a equipe multidisciplinar

• Anotações de enfermagem • devem ser realizadas pelos auxiliares e técnicos de enfermagem no sentido

de responder às prescrições dos cuidados de enfermagem • Controle de sinais vitais

• anotações de enfermagem relacionadas ao controle de sinais vitais e balanço hidro eletrolítico efetuadas pelos profissionais designados para os cuidados.

PRONTUÁRIO DO PACIENTE • A família deve ter cópia do prontuário em seu poder para qualquer

eventualidade e também para as situações de internação ou atendimento emergencial.

• O prontuário deverá ser relato de todos os procedimentos realizados no paciente e deverá guardar estrita conformidade com o protocolo de atendimento (caso exista).

• Em caso de processos judiciais o prontuário e o protocolo de atendimento são peças importantes para comprovação dos procedimentos realizados no paciente.

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AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS – SATISFAÇÃO E QUALIDADE A avaliação da satisfação e da qualidade dos serviços geralmente é feita através de formulário específico apresentado a cada período de tempo determinado pelo programa de avaliação dos serviços prestados. É recomendável que os casos novos sejam avaliados semanalmente no primeiro mês e posteriormente a cada quinze dias até a alta ou “desmame”. O sistema de avaliação deve ser realizado mediante de pesquisa de opinião dos familiares e pacientes em relação aos serviços prestados pelos profissionais envolvidos. Os casos de agudizações, complicações e reinternações também constituem fatores importantes para a avaliação da qualidade dos serviços

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3. HOME CARE – Novas Oportunidades

1. Buscando novas oportunidades: As Operadoras de Planos e Seguros de Saúde, são as principais compradoras de serviços de Home Care, especialmente para as novas coberturas estabelecidas pela Lei nº 9.656/98 e Resoluções da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar. Por outro lado, há uma parcela significativa de pacientes particulares que têm capacidade econômica para comprar serviços de Assistência Médica Domiciliar e que não o fazem por não terem informações adequadas sobre os serviços disponíveis e respectivos custos. É importante que a empresa prestadora de serviços de Home Care tenha os custos dos atendimentos devidamente estabelecidos e controlados, para que seja possível estabelecer tabelas de preços com as diferentes opções de atendimento e oferecer diferenciais competitivos. Mais de 150 empresas atuam nesse mercado, porém poucas possuem uma estrutura organizacional e de custos eficiente. A empresas que pretendem atuar nesse mercado de prestação de serviços deverão elaborar um plano de negócios (business plan) detalhado, suportado por estudos mercadológicos, econômicos e financeiros.

2 . Custos operacionais:

Os custos da mão de obra direta e indireta devem ser levantados observando-se a proporcionalidade e capacidade da participação de cada profissional nos serviços, assim como a utilização de materiais, medicamentos e equipamentos. As planilhas devem incluir todos os gastos com salários e encargos dos funcionários e terceiros. Os custos devem compreender: aluguel e manutenção do espaço ocupado; os móveis, equipamentos, veículos e respectiva depreciação; as despesas com marketing; e, despesas diversas.

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4. Assistência Domiciliar – Legislação aplicável

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Lei nº 8.078/90 • Capitulo III - Direitos Básicos do Consumidor: • Artigo 6º • I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por

práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos.

• Capítulo IV – Da qualidade de produtos e serviços, da prevenção e reparação dos danos

• Seção 1 – Da Proteção à Saúde e Segurança • Artigo 8 – Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não

acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar informações necessárias e adequadas ao seu respeito.

• Artigo 9 – O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar de maneira ostensiva e adequada, a respeito de sua nocividade e periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.

• Artigo 10 – O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade e periculosidade à saúde ou segurança.

• Seção II – Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço • Artigo 12 – O fabricante, o produtor, o construtor e o importador respondem

independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes do projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

• Artigo 14 – O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação de danos causados por defeitos relativos a prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

• Artigo 18 – Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes

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diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

• Parágrafo 6º - São impróprios ao uso e consumo: I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.

• Artigo 23 – A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.

• Capítulo VI – Da Proteção Contratual • Seção 1 – Disposições gerais • Artigo 46 – Os contratos que regulam as relações de consumo, não obrigarão os

consumidores se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

• Artigo 47 – As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.

RESPONSABILIDADE LEGAL • IMPRUDÊNCIA – Agir sem cautela ou de forma temerária; • NEGLIGÊNCIA – Inércia, passividade de quem podendo ou devendo agir de

certo modo, não o faz por preguiça ou indolência. • IMPERÍCIA – Falta de conhecimento técnico da profissão. DIREITOS CONSTITUCIONAIS • CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – • Artigo 5 – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

• I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

• II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei;

• III – ninguém será submetido tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

• IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; • Artigo 6 - São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a

segurança, previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

• Título VII – Da Ordem Social • Capítulo II – Da Seguridade Social

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• Artigo 194 – A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social

• Artigo 196 – A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

• Artigo 197 – São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

• Artigo 199 – A assistência a saúde é livre a iniciativa privada. ÓRGÃOS QUE ATUAM NA REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR • CFM/CRM – Conselhos Federal e Regionais de Medicina • COFEN/COREN – Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem • Ministério da Saúde • SUS – Sistema Único de Saúde • ANVISA – Agência de Vigilância Sanitária ASSOCIAÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO: ABRAHHCARE – Associação Brasileira de Home Health Care – Rua Afonso Brás, 508 – São Paulo – Cep. 04511-001 Telefone: (011) 821-9843 – Fax: (011) 822-1196. ABEMID – Associação Brasileira de Empresas Médicas de Internação Domiciliar WOCHH - World Organization for Care in the Home and Hospice. NAHC – National Association do Home care. AAHCP – American Academy of Home Care Physicians. AFHHA – American Federation of Home Health Care Agencies.

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5. MATERIAL COMPLEMENTAR

Slides em power point