Domício Araújo Santos, 27 anos, é agricultor familiar da comunidade de Pedrolândia, no município de Queimadas, Região Sisaleira da Bahia. Sua ligação com a terra vem desde a infância, e o aprendizado de como tirar dela o sustento da família foi crescendo à medida que ele buscou cursos e participou de projetos e intercâmbios com outros agricultores.

Em 20 tarefas de terra, Domício dividiu a propriedade por piquetes, áreas cercadas com roças de milho, feijão, sisal, espaço de preservação da caatinga e criação de animais. Um quilômetro é a distância que separa a parte de produção da casa onde ele mora com a mãe, Dona Eremita Araújo Santos, que junto com a sobrinha, Nilcélia da Silva, moradora vizinha, cuida da horta construída no quintal. Dessa forma elas ajudam na construção da segurança alimentar da família e na geração de renda.

A horta foi criada recentemente no mês de janeiro, mas já é considerada um sucesso. Frutas, hortaliças e como, tomate, pimentão, coentro, alface, cebola de cabeça, cebolinha, banana, goiaba, maracugina, mamão, quiabo, acerola, abacate estão sendo cultivados, assim como o morango que está

sendo experimentado. Toda a plantação é irrigada apenas com água de mandioca, que na proporção de um litro para um litro de água é misturada e armazenado em garrafa pet. Domício explica que serve como fertilizante e inseticida natural. Também é usado o adubo, feito com resíduo de sisal e sobras de alimentos.

Os resultados são produtos de qualidade vendidos na própria comunidade e que já geraram renda de cem reais para as mulheres. Mas o principal objetivo, como elas avaliam é a família consumindo produtos naturais, sem agrotóxicos.

Outro cultivo presente na propriedade é o do sisal, planta característica da região, que ocupa um espaço de 15 tarefas. O sisal é cevado no motor e depois é levado a uma máquina para que

legumes

Bahia

Ano 03| nº 58| agosto | 2009Serrinha-Bahia

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Hortaliças geram renda e garantem segurança alimentar

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Família envolvida nas atividades

Frutas ajudam na segurança alimentar da família

seja desfibrado. Esse trabalho é feito pelos cortadores, que vendem para os depósitos e repartem o lucro com Domício, que varia entre 400 e 500 reais a depender da safra. Do sisal ele não perde nada, pois com os resíduos faz o silo para alimentação das 20 ovelhas que cria. Guardada p

Da mesma forma ele utiliza os resíduos da mandioca, a palha do milho e do feijão, que são trituradas e armazenadas.

Preservação Ambiental

ara usar no período da seca, a silagem foi uma novidade para a comunidade, e hoje está sendo usada por muitos agricultores.

A consciência ambiental nem sempre foi o caminho trilhado por Domício, que no passado chegou a queimar alguns licurizeiros em sua propriedade, mais isso é coisa que ficou para trás. Atualmente dedica para a preservação da caatinga a área de uma tarefa e meia de terra, que além de abrigar espécies de plantas nativas, está atraindo animais, como tatu, teiú, papagaio, pombos, preá, cobras, raposa, entre outros. O agricultor fala que a caatinga era o lugar mais explorado, hoje ele tem outra prática, não corta e nem queima nada na propriedade. Das diversas plantas nativas encontra-se a aroeira, angico, gravatá, licuri, mandacaru, cassutinga, caatinga de cheiro, capim búfulo, orucrua, e outras que ele ainda está identificando.

Tecnologias que ajudam a conviver com semiárido

Na comunidade de Pedrolândia Domício conta que muita coisa mudou. Hoje noventa por cento das famílias possuem água de qualidade para beber a partir da chegada da cisterna de consumo humano do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC). Antes as pessoas buscavam água em lugares distantes no período de estiagem e dependiam dos carros pipas. Além da cisterna de consumo e da mini-barragem subterrânea que ele mesmo construiu, conta que vai receber uma cisterna de produção através do convênio entre a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Bahia) e o Governo do Estado. Ele pretende ampliar ainda mais a plantação de mandioca, feijão, milho, palma, frutas e verduras, e a produção de capim de corte.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Bahia

Ministério doDesenvolvimento Social

e Combate à Fome

Secretaria de Segurança Alimentar

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Com a água da mandioca ele molha as hortaliças

Maracugina