Hospital Real de Todos-Os-Santos

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Universidade Lusfona de Humanidades e Tecnologias

Curso de Histria

Hospital Real de Todos-os-Santos

Amostra 1: Catlogo, museu Rafael Bordalo Pinheiro.

Histria de Portugal Moderno

Professora Doutora Adelina Amorim2011

Fernando Manuel Rodrigues Pinto Varela dos Santos A 21001597

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ndice,

Introduo3

Acervo, Torre do Tombo.4Histria administrativa

Acervo, Museu da Cidade de Lisboa..6Museu Rafael Bordalo Pinheiro

Sntese histrica10

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Amostra 2: Torre do Tombo Cdigo referncia da Cpia do Alvar de Merc ao Hospital Real de Todos-os-Santos PT / TT / CC / 2 / 17 / 140

Cdigo de referncia:PT TT HSJ Ttulo: Hospital de So Jos Datas de produo:1479 1973 Nvel de descrio: fundo Dimenso:8001 Liv:2723 Cx;1 Doc.

Introduo

Para elaborao do estudo que aqui apresento referente ao Hospital Real de Todos-ossantos,pareceu-me,que o acervo existente na Torre do Tombo e no Museu da Cidade de Lisboa o mais significativo actualmente disponvel. Esta investigao pretende interpretar o fenmeno acerca da poltica de centralizao da assistncia pblica em Portugal por volta de 1479.

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O Hospital Real de Todos-os-Santos, surge assim, como o primeiro exemplo da poltica de centralizao da assistncia pblica. O hospital foi construdo segundo o modelo dos de Florena e Siena. Dos hospitais anteriores, de 4 ou 5 camas,passava-se para um de 150,cuja mdia anual de doentes ascendia a 2500 ou 3000.Sabe-se,porm,que em 1598 era j insufuciente,p.235. Provavelmente O Hospital Real de Todos-os-Santos foi uma das mais importantes construes lisboetas, celebrada por cronistas e reconhecida pelos habitantes como um plo de sociabilidade e de ordenamento urbano. Desaparecido com o terramoto de 1755,a sua memria ficou presente em inmeras representaes grficas, mas no s,p.4.

Acervo, Torre do Tombo Histria administrativa O Hospital Real de Todos-os-Santos,hoje designado por Hospital de So Jos, foi criado por D. Joo II,quando ainda prncipe herdeiro, tendo este obtido autorizao da Santa S, a 13 de Agosto de 1479,para reunir os rendimentos de diversos pequenos hospitais de Lisboa e seu termo, a fim de construir um grande hospital destinado assistncia de pobres e enfermos . O monarca recorreu ainda a doaes pessoais, a rendimento de bens vinculados, de agremiaes dosofcios mecnicos e doaes feitas por particulares, entre outros. Ao longo dos tempos outras fontes de rendimento foram concedidas ao hospital, nomeadamente provenientes das licenas para representao de peras e comdias cujo direito foi atribudo ao hospital por carta rgia, de 9 de Abril de 1603 por 1300$000 reis de esmola, pagos em quartis pelos rendimentos da casa da moeda. Posteriormente a lotaria foi outro dos rendimentos do hospital. O lanamento da primeira pedra teve lugar em 15 de Maio de 1492,mas a construo s ficou concluda no reinado de D.Manuel.A sua edificao foi feita em terrenos da cerca do convento de So Domingos de Lisboa, os quais correspondem actual Praa da Figueira.D. Manuel seguiu as instrues deixadas em testamento pelo seu antecessor, quer no que respeita construo quer sua organizao, e, em 1504,deu-lhe regimento, no qual estabelecia o seu funcionamento, as categorias e o nmero de funcionrios de cada uma delas:capeles,provedor,escrivo do provedor,vedor,fsico,cirurgies,almoxarife,escrivo do almoxarife,enfermeiros,cozinheiro,porteiro e guarda portas,boticrio,ajudantes de botica, enfermeira de mulheres,cristaleira,lavadeira,alfaiata,hospitaleiro,barbeiro e sangrador, como empregados para servirem o provedor,atafoneiro,assadeira e forneira.O regimento estipulava ainda as obrigaes e tarefas de cada um bem como os seus vencimentos. A instituio que comeou a funcionar ainda antes do edifcio estar concludo, foi baptizada com o nome de Hospital Real de Todos-os-Santos.Em forma de cruz, com os quatro braos iguais, correspondendo o brao com o portal para o exterior, igreja e os outros trs s enfermarias, duas de homens:So Vicente e So Cosme e uma de mulheres:Santa Clara. No centro da cruz ficava o altar mor o que permitia a todos os doentes assistir aos ofcios divinos. Por trs das camas ficavam portas que permitiam retirar os mortos sem que os outros doentes disso se apercebessem. Havia tambm junto a cada cama armrios

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para os doentes guardarem os seus objectos pessoais. O edifcio tinha vrias dependncias anexas que serviam de apoio s enfermarias:botica,coznha,despensa,lavandaria,servios administrativos, instalaes para os funcionrios.D.Joo III mandou reparar algumas dependncias e erguer outras como uma casa para doidos e uma enfermaria para convalescentes, dando ao mesmo tempo vrias esmolas em dinheiro,drogas,cera, acar, roupas e outras. O edifcio sofreu alguns danos com o incndio, este em 1750 que atingiu a igreja e vrias dependncias pelo que D. Jos ordenou a compra de vrias propriedades destinadas sua reconstruo.Com o terramoto de 1 de Novembro de 1755 o edifcio ficou completamente arruinado. Foram erguidos hospitais provisrios em S. Bento e na casa dos Almadas e depois no Rossio e s portas de Santo Anto, enquanto se faziam as adaptaes necessrias no colgio de Santo Anto, que pertencera aos Jesuitas.Vinte anos depois,procedeu-se transferncia dos doentes e servios para as novas instalaes. Sob a orientao do ento enfermeiro mor,Francisco Furtado de Mendona os habitantes de Lisboa, incluindo a nobreza da corte e as comunidades religiosas, ajudaram a transportar as macas com os doentes e feridos. O hospital passou a chamar-se Real de So Jos, homenagem ao monarca,mantendo-se a estrutura orgnica e funcional que tinha antes do terramoto. No sculo XIX a necessidade de expanso motivado pelas epidemias, o aparecimento de novas doenas, o avano da medicina, levou anexao de vrios edifcios, alguns deles monsticos, vagos com a extino das ordens religiosas, passando a instituio a chamar-se Hospital Real de So Jos e anexos. Os relatrios apresentados ao rei pelos enfermeiros mores, nomeadamente quando tomavam posse do lugar, testemunham as dificuldades e os problemas com que a assistncia se debatia. No sculo XIX vrios regulamentos e portarias tentaram melhorar os servios. Em 1889 pelo ministro do reino foi dada ordem para se procederem a obras de adaptao e melhoramento do edifcio. Este processo terminou em 1898.Em 1901 o funcionamento da instituio foi completamente remodelado pelo enfermeiro mor Curry Cabral.Com a Repblica, a estrutura aprovada em 1901 manteve-se,deixando,no entanto, o hospital de ter a designao de Real e, em 1913,a designao passou a ser a de Hospitais Civis de Lisboa, essa que se manteve at 1958.Neste ano, com a criao da Direco Geral da Sade, a designao de Hospitais Civis de Lisboa foi revogada, ficando os hospitais, cada um per si, dependentes da referida direco, voltando a existir o Hospital de So Jos. Com a criao do Ministrio da Sade, a autonomia dos Hospitais Civis de Lisboa ficou limitada, tendo desaparecido completamente 1961,coma criao da Direco geral dos Hospitais Civis. A organizao do hospital sofreu diversas alteraes. O ltimo regulamento data de 1993.A portaria n 11/93 de 6 de Janeiro, do Ministrio da Sade, reconheceu que o surgimento de novas especialidades e subespecialidades e das progressivas exigncias qualitativas de quem recorre aos hospitais, obriga a uma maior complexidade e diferenciao na organizao hospitalar. A portaria refere tambm a importncia de regulamentos internos. Este regulamento assinado em 20 de Novembro 1992 e nele se define os seus objectivos, funes e valncias: estrutura dos servios de assistncia:departamentos,servios e reas funcionais.

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Acervo, Museu da Cidade de Lisboa Museu Rafael Bordalo Pinheiro

Amostra 3: Desenho annimo, cerca de 1570.Hospital Real de Todos-os-Santos.

Amostra 4: Fotografia de Francisco de Holanda cerca de 1530? Hospital Real de Todos-os-Santos.

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Amostra 5: Enfermarias.

Amostra 6: Dietas e remdios

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Amostra 7:Tijela,prato fundo e prato raso (sec.XVII)

Amostra 8:Almofarizes,urinol,bebedor,seringa de clister, Escarradores e copo (sec.XVIII)

Histria de um hospitalNos finais do sculo XV,aps a morte de D. Afonso V,era precria a assistncia pblica, sobretudo nas cidades como Lisboa;os hospitais e as albergarias que existiam no s iam fechando por carncias monetrias, como os que funcionavam no serviam para suprir as necessidades de um nmero de pobres, cada vez maior, das crianas engeitadas,das vtimas de surtos pestferos e dos doentes em geral. Para ultrapassar esta situao, a ideia de se construir um grande hospital que reuniria algumas das edificaes hospitalares espalhadas pela urbe, pareceu ser a atitude mais eficaz. Assim, em 1479,a pedido de D. Joo II,o Papa Sixto IV concede a bula Ex debito solicitudinis autorizando a construo do hospital, que viria a ser renovada, por morte do Papa, pelo seu sucessor Inocncio VIII,em 1485.

Dificuldades vrias (reunir verbase anexao dos pequenos hospitais) levaram que s em 15 de Maio de 1492 fosse lanada a 1 pedra do Esprital grande de Lisboa na orta de Sam domingos. O local de escolha para a construo deste edifcio compreendia a rea de uma horta que pertencia ao Convento de S. Domingos situada entre o Rossio, o Poo do Borratm e a Rua da Betesga.Joo Brando no seu Tratado de Majestade,d-nos uma razo para esta escolha de D.Joo II:como Prncipe piadoso,queredo prover e pondo por obra, e vendo como aquela parte do Rossio estava despejada e ssitio bom pera se fazer a tall hobra como hora esta edificada,ho quall era dado pellos Reis passados a Sam Domingos, e por lhe a quebrar sua pose,lhepedia aquelle sitio em que hora esta asentado,e os padres lho dero,e por elle lhe deu sertos moyos de trigo e cevada e serts casas.Aos olhos da cincia mdica da poca este local, muito hmido e pouco arejado por estar entalado entre o casario do Borratm e da Betesga, no teria sido o mais indicado.Alis,em 1629,um documento rgio refere-se a uma possvel mudana do hospital para lugar mais so. Das intenes de fundao, alm das apontadas, sobreleva o acto piedoso, pelo que se depreende da leitura de algumas crnicas, ou at do prprio testamento de D. Joo II: Item porque minha teno he de mandar fazer pelo amor de Deus hum Spital em Lixboa da vocao de todolos Santos para remdio meu sprital e corporale dos pobres enfermos.

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No entanto, o monarca morre em 1495,sem ver concluda a obra do hospital, deixando apenas as paredes emgallgadas,na expresso de J.Brando.Esta viria a ser concluda por D. Manuel que fez muita parte della () e para elle mandou dar todas hs couasa necessrias em muita abastana, e pr todo em muita perfeio,tendo para o efeito requerido nova bula papal, dada em 1501,pelo Papa Alexandre VI. difcil definirmos, ao certo, o que estava feito por ocasio da morte de D. Joo II por as referncias serem escassas a este respeito, excepo do comentrio de Damio de Gis que,reportandoa D. Manuel, nos diz ser este responsvel por todalas casas que estam na face do rossio desde a rua da bitesga,at ao mosteiro de S. Domingos.

O hospital no levou muitos anos a ser construdo pois logo em 1502 se registaram os primeiros internamentos, acompanhando a nomeao do principal pessoal hospitalar, como o ProvedorEstevo Martins, os fsicos,enfermeiros,o cirurgio, o boticrio,etc.Em 1503,uma carta de D.Manuel I,d a obra do hospital como acabada,conferindo-lhe,no ano seguinte o Regimento.Assim,pelo menos a partir de 1504,estavam em funcionamento trs enfermarias, uma casa de boubas (sflis),uma casa dos engeitados e um albergue. Ao longo dos anos o edifcio viria a sofrer vrias intervenes motivadas no s pelo aumento,inevitvel,do nmero de doentes, quer por incidentes que o atingiram e danificaram profundamente. Com D.Joo III surgem as casas para doidos e uma enfermaria para convalescentes; em meados do sec. XVII eram em nmero de 14 as enfermarias, tendo aumentado para 20,nos incios do sec.XVIII,em obras que os monarcas foram fazendo medida das necessidades, mas sempre em conjugao com as capacidades financeiras.D. Joo V,por exemplo, teria intervido na igreja, enfermarias e na fachada voltada ao Rossio com a grande somma de dinheiro que se lhe aplicou da testamentaria de um Francisco Pinheiro,diz-nos J. Bautista de Castro. Em Outubro de 1601 o hospital era atingido por um incndio que vai destruir o interior da igreja. Deste acidente, interpretado como um sinal do cu,ficou-nos a descrio de Pero Roiz Soares:a hua depois da meia noute se queimou a Igreja e capella do ospital de todos-os-Santos que no Roio de Lix Igreja e templo muito suntuosso ardendo com tanta fria e ympeto() que por mais deligensias que se fizero no pudero salvar o sacrrio nem coussa algu da Igreja acodindo todo o povo e o vizo Rey sendo o fogoo de maneira que alumiava toda a cidade fazendo atam crara que paresia de dia () e somente com grande perigo salvaro as portas da Igreja e as tiraro por causa de no cair o portall que he o mais cupioso dobras que se pode ver en toda a cristandade as quais portas da Igreja se seno tiraro sem falta o porttil viera abaixo e milagrosamente ficou em pee e quis nosso sr que foi a noute quieta sem vento que se o ouvera ardera a cidade. Mais devastador foi um segundo incndio, em 1750 que atingiu igreja e vrias dependncias hospitalares, registado no opsculo Relao verdadeira e individual do formidvel incndio que se ateou no Hospital Real de Todos-os-Santos da Cidade de Lisboa, em 10 de Agosto, deste anno de 1750:Comeou este lastimoso incndio em huas poucas de aparas das obras,na casa que chamo das tinas, que he aonde se aquenta agua para os banhos dos doentes;daqui,segundoo relato, passou casa do Irmo Maior, depois para a enfermaria de S.Cosme e Damio, seguiu para a casa dos doidos, morgue, enfermaria de S. Pedro a de S. Loureno,a de S. Joo de Deus, S. Francisco de Sales,S. Francisco Xavier,Santa Clara e a de Santa Joana;chegou casa de anatomia, cozinha e casa dos engeitados,tendo passado para a igreja atravs da capela mor; arderam ainda algumas das residncias

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de funcionrios do hospital e at a botica. Refere ainda este texto que o incndio no atingiu as imediaes nem a Ermida de N.Sr do Amparo, a enfermaria dos frades capuchos, tendo poupado,milagrosamente,a fachada da igreja. Em resumo, arderam as dependncias da zona Este, para o lado do Borratm,parte sul voltada Betesgae,zona sudoeste com frente para o Rossio.

As condies de permanncia no hospital aps este acidente,tornaram-se difceis e foi necessrio evacuar os doentes que estiveram no Convento do Desterro enquanto se reparavam as reas menos danificadas do edifcio. Planearam-se obras de remodelao mais profundas para as zonas destrudas, com planos de alargamento, pelo que se depreender do Decreto de 6 de Junho de 1752 que se refere compra de 14 propriedades, entre as quais estava o Palcio dos Marqueses de Cascais e Lourial,nas Rua da Betesgae do Poo do Borratm.O certo que estas obras no chegaram sequer a ser feitas e o hospital viria a ser atingido por nova catstrofe, o Terramoto de 1755,antes de ter conseguido recompor-se. Desta feita os doentes internados foram colocados em tendas na Praa do Rossio, e ali permaneceram, cerca de Trs semanas, at serem levados para uns celeiros ou cocheiras nas Portas de Santo Anto, para umas casas de D. Anto de Almada e para o Mosteiro de S.Bento. Mas depressa se tomaram medidas drsticas e logo um ano depois j estavam 4 enfermarias em funcionamento, passando a 19 a partir de 1761,mas continuava-se sem Igreja. Finalmente em 1769 chega a condenao do Hospital Real que por Decreto de D. Jos I seria transferido para o ento extinto Colgio Jesuta de Santo Anto-o-Novo,transferncia que s viria a concretizar-se nos primeiros dias de Abril de 1775.O novo hospital passou a chamar-se Hospital Real de S.Jos e o que restava do de Todos os santos foi demolido, dando cumprimento ao projecto aprovado para a reconstruo de Lisboa. Em 1953 falou-se no monumento a propsito do aparecimento de parte da escadaria da Igreja no antigo restaurante Irmos Unidos,e logo pouco tempo depois (1960),por ocasio das obras do metropolitano, foi possvel recuperar uma parte das runas do hospital em escavaes arqueolgicas.

Em suma, estes dois exemplos que aqui apresento so representativos de uma elevada importncia do Hospital Real de Todos-os-Santos no contexto da modernidade em Portugal. Em ambos os exemplos possvel Identificarmos as vivncias de existncia colectiva na sociedade portuguesa da modernidade na esfera poltica,econmica,social e cultural.

Sntese Histrica

No meu trabalho de heurstica, entendi que os acervos documentais que encontrei na Torre do Tombo e Museu da cidade de Lisboa eram os mais representativos para estudo do meu objecto. Tentei na minha investigao decifrar a importncia do

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hospital no contexto da transio de um sistema social. A expanso, a centralidade das cidades, a burguesia urbana, o comrcio, a peste negra e o desenvolvimento tecnolgico na Europa romperam com o paradigma Medieval. Muito provavelmente, a construo do Hospital Real de Todos-os-Santos foi um fenmeno de elevada importncia no contexto das especificidades da sociedade portuguesa do perodo moderno.

Bibliografia,SERRO,Joel Dicionrio de Histria de Portugal:Volume1.1 ed..Porto:Livraria Figueirinhas,[S.D.].[S.ISBN] MUSEU RAFAEL BORDALO PINHEIRO Hospital Real de Todos-os-Santos Sculos XV a XVIII.1 ed..Lisboa:Museu da Cidade de Lisboa,1993.[S.ISBN] TORRE DO TOMBO Cpia do Alvar de Merc ao Hospital Real de Todos-os-Santos.1 ed..Lisboa:Torre do Tombo,[S.D.]

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