16
I – 2.1 Texto traduzido e impresso com a autorizaçao do BMJ Publishing Company de Gut 42:: (1998). 585- 593 BRITISH SOCIETY OF GASTROENTEROLOGY DIRETRIZES CLÍNICAS Limpeza e Desinfecção de Equipamentos para Endoscopia Gastrointestinal Relatório do Grupo de Trabalho da BSG, 1997 O Relatório de um Grupo de Trabalho do British Society of Gastroenterology Endoscopy Committee Sumário 1. O glutaraldeído a 2% é o desinfetante usado com mais freqüência nas unidades de endoscopia do Reino Unido. Infelizmente, reações adversas ao glutaraldeído são comuns entre o pessoal envolvido na endosocpia e a Health and Safety Commission recomenda reduções substanciais nos níveis atmosféricos do glutaraldeído, a fim de estar em conformidade com Control of Substances Hazardous to Health Regulations (Regulamentos para Controle de Substâncias Perigosas à Saúde), 1994. O Grupo de Trabalho direcionou maneiras de eliminar ou minimizar a exposição ao glutaraldeído nas unidades de endoscopia ao analisar desinfetantes alternativos e o uso de lavadoras e desinfetadoras automatizadas. 2. O ácido peracético é um desinfetante altamente eficaz e talvez seja uma alternativa ao glutaraldeído. O ácido peracético tem odor parecido com o vinagre e uma alegação de ser menos irritante do que o glutaraldeído. A experiência com esse agente permanece relativamente limitada, e o Grupo de Trabalho recomenda que o ácido peracético deva ser usado em instalações vedadas ou ventiladas por exaustão até que outras experiências sejam realizadas. É consideravelmente mais caro do que o glutaraldeído, menos estável e grandes volumes devem ser armazenados. Causa danos cosméticos (mas não funcionais) aos endoscópios e não é compatível com algumas lavadoras/desinfetadoras. 3. O dióxido de cloro é um oxidante poderoso e altamente eficaz como desinfetante. Após ser ativado, deve ser armazenado em recipientes selados com pouco espaço morto. As fumaças são irritantes, e instalações vedadas ou ventiladas por exaustão são necessárias. O agente pode danificar alguns componentes metálicos ou poliméricos dos endoscópios e lavadoras/desinfetadoras automatizados, portanto, sua compatibilidade deve ser estabelecida com os fabricantes do equipamento antes de o agente ser usado. 4. Outros desinfetantes, como os compostos de peroxigênio e derivados de amônio quaternário não são muito adequados devido à atividade micobactericida e/ou viricida insatisfatória ou incompatibilidade com os endoscópios e lavadoras/desinfetadoras automatizadas. O álcool é eficaz, mas em contato prolongado danifica o cimento da lente. É também inflamável e, portanto, inadequado para uso em grandes quantidades nos sistemas automatizados. 5. Água superoxidizada (Sterilox) é uma solução eletromecânica (anolito), contendo uma mistura de radicais com intensa propriedade oxidizante. É altamente microbicida quando recém-preparada, desde que os artigos estejam totalmente limpos e os critérios rígidos de geração sejam atendidos, ou seja, pH, potencial de redox (oxidação-redução). Parece ser segura para os usuários, os ensaios em campo comprovaram os testes de eficácia em laboratório, o agente não é danificante e também pode vir a ser uma alternativa ao glutaraldeído. 6. Quando o glutaraldeído a 2% for usado para a desinfecção manual ou automatizada, um tempo de imersão de 10 minutos é recomendado para os endoscópios antes da sessão e em entre cada uso em pacientes. Isso destruirá as bactérias vegetativas e vírus (incluindo o HBV e HIV). Um período de contato de 5 minutos é recomendado para o ácido peracético a 0,35% e dióxido de cloro (1.100 ppm av Cl02); mas se for empregado um período de 10 minutos, a atividade esporicida também será obtida. Ao final de cada sessão, recomenda-se uma imersão de 20 minutos em glutaraldeído ou 5 minutos em ácido peracético ou dióxido de cloro. 7. Os estudos microbiológicos demonstram que 20 minutos de exposição ao glutaraldeído a 2% destrói a maioria dos organismos, incluindo Mycobacterium tuberculosis. O Grupo de Trabalho conclui, portanto, que imergir os endoscópios por 20 minutos em glutaraldeído a 2% é suficiente para os pacientes de endoscopia portadores da AIDS e outros estados de imunodeficiência ou tuberculose pulmonar. Da mesma maneira, um tempo de imersão de 20 minutos é recomendado no início das atividades e entre os pacientes de ERCP (Colangiopancreatografia

I-02 - BSG_Port

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Texto traduzido e impresso com a autorizaçao do BMJ Publishing Company de Gut 42:: (1998). 585- 593 BRITISH SOCIETY OF GASTROENTEROLOGY Sumário I – 2.1

Citation preview

Page 1: I-02 - BSG_Port

I – 2.1

Texto traduzido e impresso com a autorizaçao do BMJ Publishing Company de Gut 42:: (1998). 585-593 BRITISH SOCIETY OF GASTROENTEROLOGY

DIRETRIZES CLÍNICAS Limpeza e Desinfecção de Equipamentos para Endoscopia Gastrointestinal Relatório do Grupo de Trabalho da BSG, 1997 O Relatório de um Grupo de Trabalho do British Society of Gastroenterology Endoscopy Committee

Sumário 1. O glutaraldeído a 2% é o desinfetante usado com

mais freqüência nas unidades de endoscopia do

Reino Unido. Infelizmente, reações adversas ao

glutaraldeído são comuns entre o pessoal envolvido

na endosocpia e a Health and Safety Commission

recomenda reduções substanciais nos níveis

atmosféricos do glutaraldeído, a fim de estar em

conformidade com Control of Substances Hazardous

to Health Regulations (Regulamentos para Controle

de Substâncias Perigosas à Saúde), 1994. O Grupo

de Trabalho direcionou maneiras de eliminar ou

minimizar a exposição ao glutaraldeído nas unidades

de endoscopia ao analisar desinfetantes alternativos

e o uso de lavadoras e desinfetadoras automatizadas.

2. O ácido peracético é um desinfetante altamente

eficaz e talvez seja uma alternativa ao glutaraldeído.

O ácido peracético tem odor parecido com o vinagre

e uma alegação de ser menos irritante do que o

glutaraldeído. A experiência com esse agente

permanece relativamente limitada, e o Grupo de

Trabalho recomenda que o ácido peracético deva ser

usado em instalações vedadas ou ventiladas por

exaustão até que outras experiências sejam

realizadas. É consideravelmente mais caro do que o

glutaraldeído, menos estável e grandes volumes

devem ser armazenados. Causa danos cosméticos

(mas não funcionais) aos endoscópios e não é

compatível com algumas lavadoras/desinfetadoras.

3. O dióxido de cloro é um oxidante poderoso e

altamente eficaz como desinfetante. Após ser ativado,

deve ser armazenado em recipientes selados com

pouco espaço morto. As fumaças são irritantes, e

instalações vedadas ou ventiladas por exaustão são

necessárias. O agente pode danificar alguns

componentes metálicos ou poliméricos dos

endoscópios e lavadoras/desinfetadoras

automatizados, portanto, sua compatibilidade deve

ser estabelecida com os fabricantes do equipamento

antes de o agente ser usado.

4. Outros desinfetantes, como os compostos de

peroxigênio e derivados de amônio quaternário não

são muito adequados devido à atividade

micobactericida e/ou viricida insatisfatória ou

incompatibilidade com os endoscópios e

lavadoras/desinfetadoras automatizadas. O álcool é

eficaz, mas em contato prolongado danifica o cimento

da lente. É também inflamável e, portanto,

inadequado para uso em grandes quantidades nos

sistemas automatizados.

5. Água superoxidizada (Sterilox) é uma solução

eletromecânica (anolito), contendo uma mistura de

radicais com intensa propriedade oxidizante. É

altamente microbicida quando recém-preparada,

desde que os artigos estejam totalmente limpos e os

critérios rígidos de geração sejam atendidos, ou seja,

pH, potencial de redox (oxidação-redução). Parece

ser segura para os usuários, os ensaios em campo

comprovaram os testes de eficácia em laboratório, o

agente não é danificante e também pode vir a ser

uma alternativa ao glutaraldeído.

6. Quando o glutaraldeído a 2% for usado para a

desinfecção manual ou automatizada, um tempo de

imersão de 10 minutos é recomendado para os

endoscópios antes da sessão e em entre cada uso

em pacientes. Isso destruirá as bactérias vegetativas

e vírus (incluindo o HBV e HIV). Um período de

contato de 5 minutos é recomendado para o ácido

peracético a 0,35% e dióxido de cloro (1.100 ppm av

Cl02); mas se for empregado um período de 10

minutos, a atividade esporicida também será obtida.

Ao final de cada sessão, recomenda-se uma imersão

de 20 minutos em glutaraldeído ou 5 minutos em

ácido peracético ou dióxido de cloro.

7. Os estudos microbiológicos demonstram que 20

minutos de exposição ao glutaraldeído a 2% destrói a

maioria dos organismos, incluindo Mycobacterium

tuberculosis. O Grupo de Trabalho conclui, portanto,

que imergir os endoscópios por 20 minutos em

glutaraldeído a 2% é suficiente para os pacientes de

endoscopia portadores da AIDS e outros estados de

imunodeficiência ou tuberculose pulmonar. Da

mesma maneira, um tempo de imersão de 20 minutos

é recomendado no início das atividades e entre os

pacientes de ERCP (Colangiopancreatografia

Page 2: I-02 - BSG_Port

I – 2.2

endoscópica retrógrada), quando uma desinfecção de

alto grau é necessária.

8. A limpeza e desinfecção de endoscópios devem ser

empreendidas por pessoal treinado e em uma sala

dedicada. A limpeza total com detergente ainda é a

primeira e mais importante fase do processo.

9. As lavadoras/desinfetadoras automatizadas tornaram-

se uma parte essencial da Unidade de Endoscopia.

As máquinas devem ser confiáveis, eficazes, fáceis

de usar e evitar a poluição atmosférica, pelo

desinfetante, se um agente irritante for usado. Cubas

de desinfetante não devem ser usadas, a menos que

haja confinamento ou unidades ventiladas por

exaustão sejam providenciadas.

10. É preferível um regime minucioso de limpeza e

desinfecção, conforme descrito nesse documento.

11. Quando possível, acessórios de "uso único" ou

autoclaváveis devem ser usados. O risco de

transmissão de infecções a partir de artigos

descontaminados inadequadamente deve ser

avaliado em comparação aos custos. A

responsabilidade legal pelo desempenho seguro do

produto, ao reutilizar acessórios indicados para uso

único, passará a ser do usuário ou de seus

funcionários, e não do fabricante; isso deve ser

evitado a menos que os critérios do Ministério da

Saúde sejam atendidos. Os fabricantes são

incentivados a produzir mais artigos reutilizáveis,

passíveis de limpeza e desinfecção por autoclave.

12. A vigilância da saúde da equipe é obrigatória e deve

incluir uma avaliação admissional em relação à asma,

problemas de sensibilidade dérmica e de mucosa e

funcionamento dos pulmões através da espirometria.

Os registros de saúde ocupacional devem ser

mantidos por 30 anos.

13. Os envolvidos na prática da endoscopia devem ser

vacinados contra a hepatite B, usar luvas e roupas de

proteção apropriadas e proteger feridas e arranhões.

14. Fundos são cada vez mais necessários para as

aquisições de equipamento endoscópico, incluindo

mais endoscópios, lavadoras/desinfetadoras,

equipamento de ventilação por exaustão e acessórios

de uso único.

Introdução Em 1988, um Grupo de Trabalho da British Society of

Gastroenterology (BSG) publicou as recomendações para

a limpeza e desinfecção dos equipamentos flexíveis para a

endoscopia gastrointestinal (1). As conclusões do Grupo

de Trabalho foram publicadas na forma de uma diretriz de

boas práticas, que as unidades de endoscopia

gastrointestinal usam desde então. Os preparados de

aldeído (glutaraldeído ativado a 2% e produtos

relacionados) foram recomendados como desinfetantes

antivirais e antibacterianos de primeira linha, e um tempo

de imersão ou contato de 4 minutos foi recomendado como

o suficiente para a inativação das bactérias vegetativas e

vírus (incluindo o HIV e HBV).

Foram necessárias modificações nessas recomendações

devido às mudanças na legislação de segurança e um

aumento na irritabilidade e sensibilidade do pessoal

médico aos desinfetantes de aldeído. Um segundo Grupo

de Trabalho foi convocado e, em 1993, publicou-se um

relatório especial sobre "Aldehyde disinfectants and health

in Endoscopy Units" (Desinfetantes à base de aldeído e a

saúde nas Unidades de Endoscopia) (2). Esse relatório

aconselhava o uso seguro do glutaraldeído e desinfetantes

similares contendo aldeído.

Um análise extensiva das infecções após a endoscopia

gastrointestinal flexível e broncoscopia foi publicada por

Spach et al, em 1993 (3).

Em dezembro de 1994, um terceiro Grupo de Trabalho foi

convocado pela BSG para determinar como as

recomendações de 1988 deveriam ser modificadas. Esse

Grupo de Trabalho concluiu que a maioria das

recomendações do relatório anterior sobreviverão ao teste

de tempo. No Reino Unido, não houve registros de

transmissão de infecções, resultantes da descontaminação

inadequada dos endoscópios gastrointestinais, por seguir

as recomendações de 1988. Muitos países e fabricantes

de desinfetantes recomendam atualmente uma imersão de

10 minutos ou mais em glutaraldeído a 2% para a

endoscopia de rotina. Isso melhora a margem de

segurança.

Recentemente um Device Bulletin DB 9607, emitido pela

Medical Devices Agency of the Department of Health on

the Decontamination of Endoscopes, aconselha que o

usuário de desinfetantes adote os tempos de

imersão/contato indicados pelos fabricantes (4). Essas

indicações devem ter o suporte de estudos experimentais,

que demonstrem a eficácia contra os microorganismos

significativos em termos de resistências e associação com

o procedimento de endoscopia. Os principais fabricantes

de glutaraldeído a 2% recomendam um tempo de contato

de 10 minutos para os patogênicos vegetativos, incluindo

Ps. aeruginosa e vírus, como o HIV e HBV.

Em resposta, o Grupo de Trabalho direcionou dois

aspectos relacionados à limpeza e desinfecção.

Page 3: I-02 - BSG_Port

I – 2.3

i. Seleção do desinfetante: o glutaraldeído a 2% é o

agente mais usado. É um desinfetante eficaz,

relativamente barato e não danifica os endoscópios,

acessórios e equipamentos automatizados de

processamento, mas as questões de saúde e

segurança são uma fonte considerável de

preocupação. É provável que o nível de exposição

ocupacional legal para o glutaraldeído seja reduzido

substancialmente nos próximos anos. Isso tornará

mais difícil e oneroso adotar o Health and Safety at

Work Act 1974 (Lei de Saúde e Segurança no

Trabalho) e, assim, estar em conformidade com

Control of Substances Hazardous to Health

Regulations (Regulamentos para Controle de

Substâncias Perigosas à Saúde), introduzidos em

1988 e revisados em 1994. Dessa maneira, o Grupo

de Trabalho analisou o status atual do glutaraldeído

na prática endoscópica, avaliando os desinfetantes

alternativos.

ii. Limpeza e desinfecção de endoscópios: Os

endoscópios não-imersíveis virtualmente

desapareceram da prática clínica no Reino Unido, e a

maioria das unidades de endoscopia gastrointestinal

usam lavadoras/desinfetadoras automatizadas. O

Grupo de Trabalho examinou e tentou definir os

procedimentos ótimos de limpeza e desinfecção de

endoscópios, com particular referência ao uso dessas

máquinas.

Desinfetantes O Grupo de Trabalho analisou os seguintes agentes:

i. Glutaraldeído a 2% (ex.: "Cidex", "Asep", "Totacide

28")

ii. Ácido peracético (ex.: "Nu-Cidex" e "Steris")

iii. Compostos de Peroxigênio (ex.: "Virkon")

iv. Dióxido de cloro (ex.: "Tristel", "Dexit", "Medicine")

v. Compostos de amônio quaternário (ex.: "Sactimed

Sinald", "Dettol ED")

vi. Álcoois (ex.: Etanol, Isopropanol, Espírito Metilado

Industrial)

vii. Água superoxidizada (ex.: "Sterilox")

(i) Glutaraldeído: O glutaraldeído alcalino ativado a 2%

é eficaz contra as bactérias vegetativas, fungos e a maioria

dos vírus (5-8). Uma exposição de dois minutos inativa a

maioria dos agentes infectantes, incluindo o HIV (9) e o

enterovírus (7,10). O vírus da hepatite B é destruído após

2,5 a 5 minutos (11-13). Embora a possível transmissão de

HCV tenha sido registrada após a colonoscopia, as

diretrizes nacionais para limpeza não foram seguidas (14).

Não há dados relativos à atividade contra o vírus da

hepatite C, mas é provável que esse agente frágil seja

destruído rapidamente. O glutaraldeído destrói os títulos

elevados de M. tuberculosis dentro de 20 minutos e os

mais baixos dentro de 5 a 10 minutos (15,16). M. avium

intracellulare é exterminado após 60-75 minutos (17,18),

enquanto que os esporos bacterianos requerem três horas

ou mais (19). Embora haja pouca evidência, o Helicobacter

pylori será provável e rapidamente exterminado pelo

glutaraldeído (20), mas a limpeza total é importante porque

esse microorganismo pode ficar protegido pelo muco

gástrico. Os priônios estão presentes principalmente no

cérebro e tecido nervoso de pacientes com encefalopatias

espongiformes transmissíveis, como a Doença de

Creutzfeldt-Jakob. O isolamento do sangue e outros

tecidos é raro. Não há evidência de transmissão durante a

endocopia gastrointestinal. Contudo, os priônios são

resistentes aos desinfetantes de instrumentos, incluindo o

glutaraldeído em concentrações usadas normalmente para

desinfetar os endoscópios (21). São também resistentes

aos processos convencionais de esterilização, incluindo a

autoclave. A limpeza total é essencial e deve minimizar o

risco de infecções. A endoscopia deve preferivelmente ser

evitada em pacientes com suspeita ou confirmação de

doença por priônio.

Esses dados sugerem que as recomendações anteriores,

relacionadas à endoscopia em pacientes portadores da

AIDS ou outros estados de imunodeficiência, sejam

bastante cautelosas. Foi declarado que os endoscópios

devem ser imersos em glutaraldeído a 2%, durante uma

hora, antes do uso nesses pacientes

imunocomprometidos, a fim de evitar a transmissão da

infecção. Os dados microbicidas mais recentes

demonstram que um período de contato de 20 minutos

com o glutaraldeído a 2% deve ser suficiente para a

desinfecção antes e após o uso em pacientes portadores

da AIDS e outras imunodeficiências sintomáticas. Esse

tempo de contato é também recomendado para os

endoscópios limpos após o uso em pacientes com suspeita

ou confirmação de infecções micobacterianas, mas um

tempo de exposição de 60-75 minutos é sugerido para o M.

avium intracellulare (17,18). Além disso, Hanson et al.

(7,16) demonstrou que a limpeza total dos endoscópios

removeu 3-5 log10 de organismos contaminantes.

Há outros aldeídos disponíveis, sempre em combinação

com outros desinfetantes. Tais combinações são

elaboradas para aumentar a atividade antiviral e

antibacteriana, bem como reduzir as reações adversas na

equipe. O "Gigasept" (formaldeído e dialdeído sucínico) é o

mais usado. É, contudo, inferior ao glutaraldeído em sua

Page 4: I-02 - BSG_Port

I – 2.4

atividade microbicida na concentração de uso e requer

tempos maiores de contato. Além disso, ocorreram

reações tóxicas nos indivíduos expostos. Esse agente

parece apresentar pouca vantagem sobre o glutaraldeído a

2%.

O maior problema, associado ao uso de desinfetantes à

base de aldeído, é a reação adversa entre os envolvidos

na endoscopia (2). Tal reação pode apresentar-se como

dermatite (podendo ser generalizada) (22), conjuntivite

(23), irritação nasal (24) e asma (25,26). Esses problemas

foram reconhecidos por Health and Safety Executive.

O Health and Safety at Work Act 1974 (Lei de Saúde e

Segurança no Trabalho) requer que os empregadores

assegurem, o máximo possível, a saúde, segurança e

bem-estar de todos os funcionários. A Lei (Act) também

requer que os funcionários estejam em conformidade com

as precauções estabelecidas para assegurar o trabalho

seguro. Control of Substances Hazardous to Health

Regulations 1994 (Regulamentos para Controle das

Substâncias Perigosas à Saúde) (COSHH) requerem que

os empregadores avaliem os riscos à saúde da equipe ao

expor-se aos produtos químicos de risco, como o

glutaraldeído, para evitar tal exposição onde for possível

ou então assegurar seu controle adequado. Os métodos de

controle da engenharia devem ser usados em preferência

aos equipamentos de proteção individual. Não estar em

conformidade com o COSHH consiste em uma

transgressão, além de expor a equipe aos riscos,

resultando em multas para o empregador, de acordo com

Health and Safety at Work Act 1974 (Lei de Saúde e

Segurança no Trabalho). Há critérios específicos

relacionados aos níveis de exposição, que são definidos

em termos de média de padrão de exposição ocupacional

(OES) e nível máximo de exposição (MEL). O "OES" é o

nível atmosférico para o qual a exposição deve ser

reduzida. É permitida uma margem de segurança aos

empregadores, desde que uma programação seja

estabelecida até que os níveis requeridos sejam realmente

alcançados. O "MEL" é a exposição que não deve ser

excedida, e os empregadores devem reduzi-la a esse

nível. O glutaraldeído atualmente tem um OES de 0,2 ppm

(0,7 mg/m3). MEL's de 0,02 ppm (média ponderada de oito

horas - TWA) e 0,05 ppm (período de referência de 15

minutos) levariam a uma melhoria nas normas gerais de

controle, se praticável.

O Health and Safety Commission's Advisory Committee on

Toxic Substances (ACTS) recomenda que:

1. Os limites máximos de exposição para o glutaraldeído

sejam estabelecidos a:

i. 0,02 ppm como TWA (média ponderada) de 8

horas;

ii. 0,05 ppm acima do período de referência de 15

minutos e que esses limites sejam acompanhados da

observação de "Sen" (sensibilizante).

2. O OES existente para o glutaraldeído seja retirado da

publicação de 1998 do EH40, de acordo com a

aprovação da Comissão e

3. O HSE publique uma diretriz de controle da

exposição em 1999. A retirada do OES significa que

todas as exposições ao glutaraldeído devem ser

adequadamente controladas, e que as exposições

que atendem ao OES não sejam mais consideradas

um controle adequado.

O COSHH obriga o empregador a fazer uma avaliação

sistemática do risco de exposição ao glutaraldeído, por

parte da equipe, e instituir medidas para lidar eficazmente

com essa exposição. A ação, que deve ser tomada,

encontra-se nas Tabelas 1 e 2. Há vários aspectos dos

regulamentos do COSHH que criam problemas para as

unidade de endoscopia e salas de operação.

Tabela 1

Regulamentos COSHH para Substâncias Perigosas

1. Remover a substância perigosa, substituindo-a por um

material mais seguro ou alterando o processo.

2. Quando isso não for possível, a exposição deve ser

controlada ao confinar o processo, usando

equipamentos de extração e ventilação e adotando procedimentos seguros de trabalho e manuseio. O

equipamento de proteção individual pode ser usado

para obter um controle adequado, quando outras

medidas não forem possíveis ou, então, como medidas

adicionais para obter um controle adequado.

3. Assegurar que as medidas de controle sejam usadas,

mantidas e testadas adequadamente. Os sistemas de

ventilação por exaustão, instalados como medida de controle, devem ser inspecionados e testados, no

mínimo, a cada 14 meses.

4. Monitorar a exposição da equipe e executar a vigilância

da saúde.

5. Instruir a equipe sobre os riscos e precauções

apropriadas a serem tomadas.

Page 5: I-02 - BSG_Port

I – 2.5

Tabela 2

Proteção Individual na Endoscopia

1. Usar aventais impermeáveis descartáveis, que devem

ser descartados se ficarem sujos de desinfetante.

2. Usar luvas nitrílicas longas o suficiente para

protegerem os antebraços dos respingos. Essas luvas

devem ser trocadas regularmente, pois absorvem

glutaraldeído.

3. Os óculos de segurança previnem a irritação da

conjuntiva e protegem o usuário dos respingos.

4. As máscaras faciais descartáveis impregnadas com

carvão podem reduzir o inalação do vapor dos

desinfetantes, mas a experiência de uso ainda não é

muito difundida.

5. Um respirador para vapor, aprovado pelo HSE, deve

estar disponível em caso de derramamentos ou outras emergências. Deve ser armazenado longe dos

desinfetantes, pois o carvão absorve as fumaças,

sendo então necessária a troca freqüente dos

respiradores.

1. Algumas unidades ainda usam os banhos abertos ou

sistemas automatizados para a limpeza e

desinfecção, mas sem instalações para remoção ou

contenção do vapor tóxico. Essa prática deve ser

descontinuada.

2. Na realidade, a ventilação está longe do ideal, e o

uso dos sistemas de ventilação/extração, para

proteger a área limpa, não é universal. O

glutaraldeído deve ser ativado, usado e descartado

em um sistema de contenção ou exaustão.

3. Algumas máquinas automatizadas para limpeza e

desinfecção requerem o enchimento e esvaziamento

manual dos desinfetantes, expondo a equipe ao

contato direto ou ao vapor.

4. Mesmo as unidades melhores equipadas, com

sistemas de limpeza totalmente automatizados, estão

sujeitas ao derramamento acidental.

5. Medir os níveis atmosféricos de aldeído,

principalmente a baixas concentrações, é difícil. O

único método confiável envolve o uso de filtros

impregnados seguido por um ensaio de cromatografia

líquida de alta performance (27).

É possível que nos próximos anos, o uso de aldeídos será

reduzido devido às dificuldades e alternativas seguras que

estão sendo buscadas. Essas alternativas devem ser, no

mínimo, tão eficazes como desinfetantes como o

glutaraldeído, não danificar os endoscópios, acessórios e

equipamentos de processamento, não ser irritantes e

sensibilizantes para os usuários e ter custo acessível. Até

o momento nenhum agente atende a esses ideais e talvez

nenhum desinfetante seja encontrado. Com certeza, a

ventilação adequada e outros meios de proteção serão

ainda necessários para a maioria dos, senão todos,

desinfetantes de instrumentos.

A recente introdução das máquinas de desinfecção

automatizadas, que usam o glutaraldeído em baixas

concentrações, tem o potencial de reduzir o risco de

exposição da equipe. A eficácia do glutaraldeído nessas

máquinas é mantida pelo aquecimento das formulações à

base de ácido a 45 - 55 °C, e o uso de materiais novos a

cada ciclo reduz a possibilidade de contaminação e

infecção cruzada. Tais desenvolvimentos são bem-vindos,

mas ainda é necessária uma avaliação a longo prazo para

comprovar sua importância, principalmente porque o

aumento da temperatura do desinfetante aumenta a

volatilidade, danificando o instrumento.

Em resposta às recomendações dos fabricantes de

desinfetantes, da Medical Devices Agency e dos

responsáveis pela formulação da política em outros países,

o Grupo de Trabalho recomenda um aumento nos tempos

de imersão em glutaraldeído a 2%, entre cada uso de

paciente, de 4 para 10 minutos. Esta alteração não é

baseada em dados microbiológicos e não significa que os

pacientes são expostos a riscos desnecessários há 9 anos

desde que a imersão de 4 minutos foi recomendada. É,

entretanto, um alteração por razões de política, o que pode

aumentar a margem de segurança, embora não

desconsidere a necessidade de uma limpeza eficaz dos

instrumentos antes da desinfecção. O uso crescente das

máquinas automatizadas para limpeza e desinfecção e o

número cada vez maior de endoscópios em atividade,

desde que as recomendações anteriores foram publicadas,

devem possibilitar a introdução dessa alteração sem

apresentar muitas dificuldades para a maioria das

unidades de endoscopia. A imersão de 20 minutos ao final

da sessão deve continuar, mas o tempo de contato de 10

minutos entre cada uso de paciente deve ser adequado no

início da sessão (Tabela 3).

Page 6: I-02 - BSG_Port

I – 2.6

Tabela 3

Tempos de Contato Recomendados para Endoscópios Gastrointestinais

Tempos de contato do desinfetante

(minutos)

Glutaraldeído

a 2%

Ácido

peracético

a 0,35%

Dióxido

de cloro

Antes de uma sessão Entre cada paciente

10 5 5

Final da sessão Desinfecção de alto grau

Ex.: Antes da ERCP**

Antes do uso em

pacientes

imunocomprometidos

Após o uso em pacientes com tuberculose pulmonar

20 5* 5*

Após o uso em um

paciente com infecção

reconhecida por M. avium

intracellulare ou outra

micobactéria altamente

resistente

60-120 5* 5*

* A atividade esporicida é obtida em 10 minutos.

** Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada.

(ii) Ácido peracético: O ácido peracético foi introduzido

em 1955, como um agente desinfetante ou esterilizante,

sendo usado principalmente nas indústrias de alimentos e

de tratamento de esgoto. Foi usado para a

descontaminação de isolantes plásticos e equipamentos

médicos, mas raramente no Reino Unido. Seus

constituintes são o peróxido de hidrogênio e ácido acético

e, como concentrado, é corrosivo e irritante. Age pela

liberação de radicais livres de oxigênio e hidroxil,

decompondo-se em oxigênio, água e ácido acético.

O ácido paracético apresenta atividade rápida contra as

bactérias vegetativas, fungos, esporos bacterianos e vírus

(28-31). As bactérias vegetativas, incluindo as

micobactérias, são exterminadas em menos de 5 minutos,

e os esporos de Bacillus subtilis são destruídos em menos

de 10 minutos. Há dois preparados comercialmente

disponíveis: o ácido peracético a 0,2% ("Steris") demonstra

reduzir o M. tuberculosis e M. avium intracellulare em 5

logs em 15 minutos (17), e o ácido peracético a 0,35% (Nu

Cidex) demonstra reduções no M. tuberculosis H37Rv, M.

avium intracellulare, M. kansasii e M. chelonae em 4 a 5

minutos (32). O ácido peracético demonstra também ser

ativo contra uma faixa de vírus, incluindo o poliovírus,

rotavírus (33), HBV e HIV (34). O teste do fabricante,

usando uma solução a 0,35%, apresentou reduções de log

acima de 8 nos testes de suspensão e superfície, com

herpes simples e poliovírus, em imersão de menos de 5

minutos. A prevenção da excistação do criptosporídeo foi

reportada com as soluções a 0,2% e 0,35% (35).

Diferente do "Nu Cidex", o ácido peracético "Steris" pode

ser usado somente em máquinas dedicadas (Steris System

Processor) (36). Essa máquina utiliza o ácido peracético a

0,2% a uma temperatura elevada de 50 °C em máquina

fechada. O tempo de exposição do desinfetante é de 12

minutos, com um tempo de processo geral de

aproximadamente 30 minutos. A máquina não é

comercializada como lavadora/desinfetadora, mas como

esterilizador, pois utiliza um agente esporicida - uma vez

apenas - e enxágua os artigos processados em água

estéril (isenta de bactérias). O desinfetante, ácido

peracético a 35%, é fornecido em cartucho de duplo

compartimento e com uma única dose. A embalagem é

automaticamente perfurada quando colocada na máquina.

Conforme a água filtrada entra, ela dissolve os

constituintes e produz uma diluição de trabalho de ácido

peracético a 0,2%. O aparelho parece ser seguro para o

usuário e altamente eficaz na desinfecção/esterilização de

endoscópios flexíveis e rígidos sensíveis ao calor, mas é

caro, comporta apenas um endoscópio flexível por vez e os

efeitos a longo prazo ainda não foram estabelecidos.

O "Nu Cidex" é fornecido em um recipiente de

compartimento duplo. É ativado quando o concentrado de

ácido peracético a 5%, em um compartimento, é colocado,

pelo usuário, em outro compartimento contendo inibidor de

corrosão/estabilizante tamponado. O recipiente é projetado

de maneira que o usuário não entre em contato com a

solução, até que a concentração de 0,35% seja obtida. A

concentração de uso não é considerada irritante, mas tem

um odor desagradável de vinagre.

Durante o primeiro e os seguintes anos de uso, no Reino

Unido e Irlanda, em mais de 180 hospitais, houve 12

reclamações de clientes para o "Nu Cidex", sendo 5

relacionadas às reações adversas à saúde (comunicação

pessoal - Johnson & Johnson Ltd.). Os sintomas dessas

reações incluíram nariz escorrendo, olhos coçando e uma

sensação de garganta "arranhando". Em todos os casos,

alegou-se que o padrão de exposição ocupacional (OES)

dos ingredientes, ou seja, peróxido de hidrogênio e ácido

acético, não foi excedido, e o nível calculado de ácido

peracético na atmosfera era quase insignificante. Acredita-

se que o ácido peracético pode exacerbar os sintomas de

coriza e gripe. Não parece prudente, então, recomendar

que o "Nu Cidex" possa ser usado com segurança sem

uma ventilação adequada e medidas de proteção

Page 7: I-02 - BSG_Port

I – 2.7

individual. Em uma pesquisa recente, conduzida pela BSG

Associates Group (ainda não publicada), 15 de 106

participantes relataram que experimentaram ou estavam

usando o Nu-Cidex como uma alternativa ao glutaraldeído.

Seis desses participantes reportaram problemas de

irritação, oito afirmaram que em sua opinião a ventilação

era necessária, seis estavam preocupados com a

compatibilidade do processador e cinco, com a

compatibilidade do endoscópio. Dois de 15 usuários não

relataram problemas. Poucos usuários de outras

alternativas ao glutaraldeído comentaram sobre os

problemas de compatibilidade ou irritação. Ainda é incerta

a afirmação de que ocorrerá menos problemas de alergia e

toxicidade direta com o ácido peracético do que com o

glutaraldeído.

O "Nu Cidex" é menos estável do que o glutaraldeído e,

uma vez preparado, requer a substituição a cada 24 horas;

portanto, a armazenagem dos recipientes pode ser um

problema quando o espaço for limitado. Ele pode ser

usado repeditadamente por mais de 24 horas, desde que a

diluição não seja excessiva. Também é considerado mais

oneroso do que o glutaraldeído, mas se as reações de

sensibilidade e alegações subsequentes forem

comprovada e significativamente menos freqüentes, será

um importante avanço.

Não há nenhuma preocupação com o efeito do "Nu Cidex"

sobre algumas máquinas de desinfecção, que contém

vedação à base de polímeros e componentes de cobre em

seu circuito hidráulico. Essas partes são adversamente

afetadas após exposição prolongada (comunicação

pessoal - Olympus KeyMed Ltd.) ao ácido peracético. Até o

momento não há informações relacionadas às máquinas

automatizadas produzidas por outras companhias. É

preciso lembrar que o desinfetante fica em contato durante

muito mais tempo com o equipamento de processamento

do que com os endoscópios e acessórios. O "Nu Cidex"

também causa descoloração e descamação dos

componentes eletrogalvanizados e curvatura dos

endoscópios, mas esses efeitos parecem ser puramente

cosméticos e não apresentam conseqüências funcionais.

Desde que isso seja confirmado pelos testes atuais, o

ácido peracético pode ser usado como uma alternativa ao

glutaraldeído. O fabricante recomenda os tempos de

exposição, para o "Nu Cidex", de 5 minutos para a

desinfecção e de 10 minutos para a esterilização. O Grupo

de Trabalho recomenda um tempo de imersão de 5

minutos para a atividade bactericida e viricida. Contudo, se

a atividade esporicida for necessária, um tempo de

imersão de 10 minutos será usado.

(iii) Compostos de peroxigênio: O "Virkon" é um

desinfetante estável de peroxigênio, que é eficaz contra a

maioria das bactérias vegetativas e vírus, mas é

comprovadamente menos eficaz do que o glutaraldeído no

combate às micobactérias (18,37) e enterovírus, tais como

o poliovírus (10). Além disso, alguns compostos de

peroxigênio afetam os componentes dos endoscópios e

equipamentos de processamento automatizados. O Grupo

de Trabalho não recomenda os desinfetantes de

peroxigênio para a endoscopia gastrointestinal.

(iv) Dióxido de cloro: O dióxido de cloro e outros

agentes liberadores de cloro são usados para o controle do

lodo e tratamento de água potável e servida. Os

desinfetantes de instrumentos, conhecidos como "Tristel",

"Dexit" e "Medicide" estão comercialmente disponíveis.

Esses produtos são compostos por dois componentes,

uma base e um ativador, requerendo adição e diluição de

acordo com as instruções do fabricante, ou seja, 1 porção

da base, 1 porção do ativador e 8 porções de água. Podem

ocorrer erros na preparação, embora isso não se aplique

ao "Tristel" e "Medicide"', pois são fornecidos em suas

concentrações de uso.

O dióxido de cloro recém-preparado é altamente eficaz e

destrói com rapidez os esporos bacterianos, ou seja B.

subtilis e outras bactérias que não são esporos, incluindo

M. tuberculosis, M. avium intracellulare e outras

micobactérias atípicas e Pseudomonas aeruginosa. Os

esporos de B. subtilis são muito resistentes aos

desinfetantes e, dessa maneira, são ideais para os testes

discriminatórios e rigorosos dos novos desinfetantes (19).

A atividade esporicida é mantida por 7 a 14 dias desde que

o desinfetante seja armazenado em recipientes selados,

com um mínimo de espaço vazio acima da solução (38).

Esse requisito será difícil de obter em muitas das

lavadoras/desinfetadoras automatizadas, e outros testes

serão necessários para avaliar a estabilidade em um

período acima de 14 dias. Quando usado de acordo com

as condições prescritas pelos fabricantes, a atividade

esporicida é comprovada em 10 minutos, e a atividade

bactericida e viricida, em 5 minutos (o mesmo tempo que o

"Nu Cidex").

Embora o "Tristel", "Dexit" e "Medicide" sejam descritos

pelos fabricantes como de uso seguro, fumaças intensas

de dióxido de cloro são desprendidas durante a preparação

e uso. Como ocorre com outros irritantes respiratórios, eles

também podem ser substancialmente minimizados se

instalações com ventilação por exaustão e/ou fechadas

forem usadas. As fumaças são desagradáveis, mas os

testes realizados em nome dos fabricantes demonstraram

Page 8: I-02 - BSG_Port

I – 2.8

um nível de ClO2 desprendido abaixo dos limites de

exposição determinados pelo HSE no EH40/95. O Grupo

de Trabalho, contudo, recomenda muito que as emissões

de vapor devem ser extraídas e/ou adequadamente

refreadas.

O dióxido de cloro também causa mais danos aos

componentes dos instrumentos e processadores do que o

glutaraldeído. Até onde se sabe, nenhum fabricante líder

em endoscópios realizou testes de compatibilidade com os

componentes dos instrumentos. A experiência com o

dióxido de cloro demonstra a ocorrência de descoloração

do envoltório de plástico preto dos endoscópios flexíveis,

mas essa alteração pode ser somente cosmética. Se o

dióxido de cloro for usado em componentes das

lavadoras/desinfetadoras, os tempos de contato devem ser

provavelmente mais longos e, portanto, há maior

probabilidade de danos. Alguns testes de compatibilidade

de material foram realizados pela Birmingham University, e

um sumário desse trabalho é colocado à disposição pelos

fornecedores de desinfetantes.

(v) Compostos de amônio quaternário: São

relativamente atóxicos e não provocam danos, mas

geralmente apresentam deficiências no espectro

antimicrobiano. O Grupo de Trabalho anterior afirmou que

o "Dettox" (atualmente "Dettol ED"), baseado em uma

combinação de compostos de amônio quaternário, EDTA e

surfactantes, não poderia ser recomendado para uso de

rotina devido à baixa atividade viricida. Um produto

melhorado, "Sactimed" ("Sinald") demonstra um efeito

micobactericida moderado (18,39), mas há falta de

evidência de sua eficácia contra o enterovírus. Não pode

ser recomendado, portanto, como um desinfetante para os

endocópios gastrointestinais.

(vi) Álcool: O Grupo de Trabalho anterior recomendou o

álcool a 70% como uma segunda opção de desinfetante. É,

no mínimo, tão eficaz quanto o glutaraldeído em sua

atividade contra as bactérias vegetativas, incluindo as

micobactérias, e contra os vírus, com exceção de uma

atividade um tanto mais lenta contra o enterovírus (10).

Contudo, não destrói os esporos bacterianos, mas esses

não estão geralmente associados à infecção pós-

endoscopia.

Infelizmente, a exposição prolongada ao álcool a 70%

desintegra os adesivos usados nos endoscópios flexíveis,

danifica o selo e desnatura alguns plásticos. Embora possa

ser usado para irrigar e secar os canais dos endoscópios e

limpar a região de controle e o tubo de inserção do

instrumento, os problemas com a exposição mais

prolongada e o fato de que o álcool constitui um risco de

incêndio torna-o uma opção inadequada para uso em

lavadoras/desinfetadoras automatizadas. O álcool pode ter

um papel na irrigação dos canais dos endoscópios, a fim

de secá-los antes da armazenagem (40). Etanol,

isopropanol e espíritos metilados industriais a 70% foram

usados com esse propósito.

(vii) Água superoxidizada (Sterilox): O Sterilox é uma

solução de sal ionizado (anolito) produzido por um

aparelho eletromecânico e contém uma mistura de radicais

com fortes propriedades oxidizantes. A solução é gerada

no ou próximo ao ponto de uso, usada uma vez somente e

não deve ser armazenada por mais de 24 horas a

temperatura ambiente. O Sterilox é altamente microbicida e

sua eficácia é similar às outras alternativas ao

glutaraldeído, tais como o ácido peracético e o dióxido de

cloro. Para assegurar um efeito totalmente microbicida, é

essencial que os artigos sejam totalmente limpos e que

todos os critérios de produção do fabricante sejam

atendidos, ou seja, corrente geradora, potencial de redox

(oxidação-redução) e pH.

O Sterilox recém-preparado demonstrou ação esporicida e

micobactericida mais rápida do que o glutaldeído a 2%,

sob condições de nenhuma ou mínima sujeira

(Comunicação pessoal: JR Babb, CR Bradley e PA

Griffiths, Hospital Infection Research Laboratory,

Birmingham, Reino Unido). Um redução de 10>6 log nos

esporos de Bacillus subtilis e de 10>5 log em

Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium avium

intracellulare é obtida em menos de 5 minutos.

No momento, a experiência com o Sterilox em

procedimentos hospitalares é limitada, e para a instalação

é preciso repensar os atuais métodos e custos da

desinfecção. Se os testes de campo demonstrarem que ele

pode ser gerado confiável e economicamente no local, e o

fabricante possa estabelecer que não danifica os

endoscópios e equipamentos de processamento, ele pode

melhorar muito o processo automatizado para desinfecção

de endoscópios e ser considerado junto com as outras

alternativas ao glutaraldeído.

Uso de Novos Desinfetantes

Os desinfetantes à base de aldeído atualmente em uso são

irritantes e sensibilizantes, mas as alternativas mais

seguras para uso talvez sejam menos eficazes que os

desinfetantes ou possam danificar os endocópios e

equipamentos de processamento. Se uma alternativa ao

Page 9: I-02 - BSG_Port

I – 2.9

glutaraldeído será experimentada, o Grupo de Trabalho

ndossa o conselho dado por Babb e Bradley, em 1995

(34):

1. Informe aos fabricantes de instrumentos e

equipamentos de processamento, pois o uso de uma

alternativa ao glutaraldeído pode invalidar a garantia

e/ou assistência técnica (A maioria dos fabricantes

estão dispostos a apenas dar uma assistência e

talvez concordem em verificar os instrumentos e

equipamentos de processamento periodicamente

quanto aos sinais de danos).

2. Analise cuidadosamente os custos da mudança,

tendo em mente a vida útil do desinfetante.

3. Garanta que os artigos processados sejam totalmente

limpos e que os tempos de contato indicados pelos

fabricantes sejam obtidos, a menos que haja uma

notificação de organizações profissionais.

4. Estabeleça o que é necessário em termos de

regulamentos do COSSH, ou seja, ventilação, roupas

de proteção individual e assegure que seus custos

sejam adequados.

Informe suas experiências, sejam elas favoráveis ou não, à

BSG, Microbiology Advisory Committee do Ministério da

Saúde, centros de referência e fabricantes de instrumentos

e desinfetantes.

Opções de Desinfetantes

Infelizmente, os endoscópios flexíveis não tolerarão altas

temperaturas de processamento, ou seja, mais de 60 °C, e

portanto, não podem ser autoclavados ou desinfetados

com água quente ou vapor subatmosférico. Podem ser

esterilizados , contudo, por outros meios desde que sejam

totalmente limpos, e os critérios dos fabricantes, atendidos.

As opções de esterilização incluem:

Óxido de Etileno: Esterilizadores de óxido de etileno

subatmosférico ou a baixa pressão, operando a

temperaturas abaixo de 60 °C, são adequados para

esterilizar a maioria dos endoscópios flexíveis desde que

uma tampa de ventilação de EO seja usada de acordo com

as instruções do fabricante, e o instrumento seja

adequadamente embalado ou contido. Contudo, poucos

hospitais possuem esterilizadores de óxido de etileno; o

gás é perigoso e deve ser somente usado quando

equipamentos adequados, rígidos controles ambientais e

funcionários especialmente treinados estejam disponíveis.

Os indicadores biológicos são necessários para a

monitoração de rotina.

Esse processo provavelmente não será adequado se for

necessário um rápido rodízio de instrumentos, devido aos

períodos longos (1 a 7 dias) de processamento, período de

incubação para os indicadores e aeração para remover os

resíduos gasosos. Há outros conselhos sobre esse método

de esterilização em Medical Devices Agency Guidance on

Decontamination of Endoscopes do Microbiology Advisory

Committee (4).

Plasma de Gás: É um gás altamente excitado e produzido

pela aplicação de energia a um gás sob vácuo, fazendo

com que os íons e moléculas dentro do plasma colidam

para produzir os radicais livres. Esses interagem com os

microorganismos para desintegrar sua função. O sistema

mais conhecido é o Sterrad* que utiliza um plasma de gás

de peróxido de hidrogênio a baixa temperatura (<50 °C). O

fabricante (Advanced Sterilization Products) alega que os

endoscópios flexívesi podem ser processados por esse

sistema, mas adaptadores especiais (ativadores de H2O2)

são necessários para uso com dispositivos de lúmens, a

fim de assegurar que o desinfetante ou esterilizante tenha

acesso a essas áreas. Os lúmens muito longos e estreitos

e os que terminam em uma ponta fechada são impróprios

para a esterilização por plasma de gás. O endoscópio deve

ser totalmente limpo e seco antes da esterilização e

processo - materiais de embalagem compatíveis devem

ser usados. O ciclo todo dura apenas 75 minutos, mas

como ocorre com o óxido de etileno, indicadores biológicos

são necessários para a monitoração de rotina e requerem

longos períodos de incubação. Embora as emissões

resultantes do processo sejam atóxicas, esses problemas

técnicos, especialmente o tempo de ciclo longo, tornam o

uso do plasma de gás impraticável para o processamento

de rotina da maioria dos instrumentos gastrointestinais.

Lavadoras/Desinfetadoras Automatizadas para Endoscópios Esses equipamentos se tornaram uma parte essencial da

maioria das unidades de endoscopia, pois aumentam a

capacidade do instrumento e reduzem o contato da equipe

com o desinfetante (41). A máquina deve ser eficaz,

segura e suportar o tipo e capacidade do endoscópio. Há

disponíveis várias lavadoras/desinfetadoras de diferentes

concepções. Essas máquinas não eliminam a necessidade

de limpeza manual do tubo de inserção, canal de

sucção/biópsia, ponta do instrumento e recessos da

válvula, mas oferecem várias vantagens:

a. Asseguram total irrigação de todos os canais, ou seja,

biópsia, sucção, ar, água, água auxiliar, CO2, embora

o canal elevador nos duodenoscópios não possam

ser irrigados pela maioria das máquinas comerciais.

Page 10: I-02 - BSG_Port

I – 2.10

b. Oferecem um procedimento de descontaminação

mais confiável e reproduzível do que o

processamento manual e são mais convenientes para

a equipe de endoscopia.

c. Reduzem a probabilidade de exposição dos olhos,

pele e respiratória ao desinfetante.

As lavadoras/desinfetadoras também têm algumas

desvantagens:

a. É necessária a manutenção regular para garantir que

os tanques, tubulações, drenos, filtros e outros

componentes da máquina fiquem isentos de

depósitos, película biológica e visgo.

b. Os endoscópios processados podem recontaminar-

se, durante a fase de enxágüe, com a água

alimentada. O Ministério da Saúde recomenda uma

desinfecção da máquina antes do processamento,

incluindo todas as passagens de fluidos (4,42).

Pseudomonas aeruginosa, outras bactérias gram-

negativas e micobactérias atípicas foram isoladas das

máquinas e água de enxágüe, pois causaram, em

determinadas ocasiões, infecção e "pseudoinfecção"

da máquina. Alguns isolados de Mycobacterium

chelonae das máquinas são extremamente

resistentes ao glutaraldeído, e um desinfetante

alternativo, ou seja, um agente liberador de cloro ou

ácido peracético, deve ser usado para a desinfecção

da máquina (42,43). A água usada para o enxágüe

final deve ser de qualidade adequada para os

endoscópios processados e, portanto, o sistema de

tratamento da água talvez seja necessário. Os

amolecedores de água, cartucho de filtro de

membrana de 0,2 µ, luz ultravioleta e tratamento por

calor, foram usados para evitar a contaminação por

película biológica e microorganismos.

c. A limpeza manual do endoscópio continua a ser um

pré-requisito essencial para a limpeza e desinfecção

automatizadas.

d. Se nada for feito para conter ou extrair o vapor

irritante, os níveis atmosféricos podem aumentar

devido ao deslocamento do ar carregado de

desinfetante quando os fluidos são bombeados ou

drenados dos compartimentos da máquina.

e. As máquinas e os sistemas de ventilação por

exaustão e tratamentos de água são caros para

compra, instalação e manutenção.

f. A diluição excessiva do desinfetante com a

subsequente redução da potência pode ocorrer

devido ao remanescente da solução de limpeza ou

água de enxágüe. (44,45).

g. Ocorrerá a formação de desinfetante se a água de

enxágüe for reutilizada, transferindo os resíduos

tóxicos ao endoscópio e causando irritação à mucosa

do paciente ou olhos do endoscopista. É preferível

que a água de enxágüe não seja reutilizada.

Algumas características especiais ou de desempenho são

opcionais, mas todas as máquinas devem limpar,

desinfetar e enxaguar todos os canais internos e

superfícies externas de uma variedade de endoscópios

usados de acordo com os protocolos do Hospital Infection

Control Committee e/ou diretrizes nacionais. Instruções e

treinamentos devem ser dados pelos fabricantes das

máquinas sobre como conectar os instrumentos à

lavadora/desinfetadora, a fim de assegurar a irrigação em

todos os canais. A máquina deve ser programável para

adotar os tempos de desinfecção recomendados pelos

fabricantes de desinfetantes, Ministério da Saúde e

sociedades profissionais, como a BSG. Devem ter também

um tempo de ciclo compatível com a carga de trabalho da

unidade. Outras características a considerar quando

adquirir essas máquinas são:

a. o número de endoscópios que podem ser

processados simultaneamente.

b. um contador de ciclo e indicador de falha.

c. um sistema de controle para uso quando o

desinfetante produz vapor irritante ou sensibilizante.

Há máquinas disponíveis que conseguem conter e/ou

condensar os vapores irritantes ou fazer a exaustão

diretamente para o ambiente externo ou absorvê-lo

em um filtro de carbono.

d. um sistema de tratamento de água, que evite a

recontaminação dos instrumentos processados

durante o enxágüe. A filtragem por meio de filtros

retentores de bactérias, com poros de 0,2 a 0,45 µ, é

satisfatória. O uso de filtros pode criar problemas

adicionais, e os usuários devem estar cientes da

necessidade de descontaminar o sistema de filtragem

e liberação de água. A água livre de bactérias é

preferível, mas não essencial para o enxágüe de

endoscópios, exceto quando o endoscópio for usado

para ERCP (colangiopancreatografia endoscópica

retrógrada). Os broncoscópios e endoscópios

cirúrgicos invasivos também requerem água isenta de

bactéria. A fim de evitar a formação de resíduos de

desinfetantes, é preferível que a água de enxágüe

seja descarregada a cada final de ciclo.

e. um ciclo de desinfecção confiável, eficaz e simples

para a máquina.

Page 11: I-02 - BSG_Port

I – 2.11

f. uma instalação de secagem a ar para expelir os

fluidos e secar os canais do endoscópio ao final de

cada ciclo.

g. uma instalação para irrigar os canais do endoscópio

com álcool antes da armazenagem.

h. uma instalação de teste de vazamento.

i. uma cópia dos parâmetros do ciclo, que possa ser

mantida para os registros de garantia da qualidade.

É essencial confirmar se a máquina é compatível com o

desinfetante usado. O desinfetante permanecerá em

contato com a máquina por períodos muito mais longos do

que com o endoscópio. É preciso obter notificações de

compatibilidade com os fabricantes de desinfetantes e

máquinas. Os usuários são aconselhados a analisar

relatórios de testes independentes antes de adquirir um

equipamento de processamento automatizado.

Limpeza e Desinfecção:

Recomendações práticas:

A limpeza e desinfecção de equipamentos de endoscopia é

um procedimento especializado e deve ser realizado

somente pelo pessoal que foi treinado para tal propósito e

que possui uma compreensão dos princípios envolvidos.

Se um procedimento de endoscopia de emergência é

realizado fora de hora, alguém com esse conhecimento

deve estar disponível e ser responsável pela limpeza e

desinfecção do equipamento.

O aspecto mais importante do processo é a limpeza

manual dos instrumentos feita com detergente. O objetivo

é remover todo o sangue, secreções e material orgânico

antes de as superfícies entrarem em contato com o

desinfetante. Se esse processo não for efetuado por

completo, o material orgânico pode fixar-se, e os

organismos não serem acessados pelo desinfetante.

Cuidado extremo deve ser tomado nesta fase do processo

de limpeza. Todos os endoscópios modernos são

totalmente imersíveis, mas as tampas devem ser

encaixadas quando necessário (por exemplo,

videoendoscópios). As instruções dos fabricantes devem

ser seguidas continuamente.

As seguintes recomendações são feitas para a limpeza e

desinfecção de endoscópios, para as quais é preferível o

sistema automatizado. No início do dia:

1. Os instrumentos a serem usados durante os

procedimentos programados devem ser verificados

quanto aos defeitos.

2. Se os instrumentos foram totalmente limpos e

desinfetados no final do dia anterior, devem passar

por um processo de limpeza e desinfecção (ou

submetidos a um procedimento de desinfecção

manual) com, no caso do glutaraldeído, uma

exposição de 10 minutos no início do dia seguinte.

Não há necessidade de limpar os canais do

endoscópio desde que isso tenha sido feito no final

do dia anterior.

3. Todos os canais devem ser irrigados com

desinfetante, usando ou não um irrigador de canais. É

preciso tomar cuidado para assegurar que o

desinfetante entre em contato com todos os orifícios

do conector-guia de luz e extremidade distal do

instrumento. A proteção individual adequada deve ser

usada pela equipe durante a imersão dos

equipamentos em desinfetantes.

4. O instrumento deve ser totalmente imerso no

desinfetante durante o tempo de contato adequado:

um timer deve ser usado para indicar quando o tempo

correto será atingido. Uma variante desse processo é

incluir o endoscópio em um ciclo de autodesinfecção

da lavadora/desinfetadora, no início do dia ou sessão,

desde que um desinfetante compatível com o

endoscópio seja usado.

5. O canal elevador ou auxiliar de alguns endoscópios

requer a irrigação manual com uma seringa de 2 ml e

um adaptador de canal. Uma nova seringa deve ser

usada para cada endoscópio.

6. As válvulas que serão usadas durante os

procedimentos programados, de preferência um

conjunto por caso, devem ser desinfetadas da mesma

maneira.

7. Após a desinfecção, os endoscópios e válvulas

devem ser enxaguados em água isenta de bactérias,

assegurando que todos os traços de desinfetante

sejam removidos dos canais, corpo de controle e

ocular. A água de enxágüe deve ser trocada

freqüentemente para evitar a formação de resíduos

desinfetantes tóxicos. Os endoscópios devem ser

secos cuidadosamente, e as válvulas, inseridas.

8. O instrumento deve então ser conectado à fonte de

luz e à bomba de sucção. O ar deve ser assoprado

através dos canais para expelir o excesso de fluido.

9. O instrumento deve então estar pronto para uso.

Quando uma lavadora/desinfetadora for usada, as etapas 3

a 7 devem ser executadas pela máquina.

Limpeza e Desinfecção de Endoscópios: Entre cada

paciente (casos):

1. Antes de o instrumento ser desconectado da fonte de

luz ou processador de vídeo, o canal de ar/água deve

Page 12: I-02 - BSG_Port

I – 2.12

ser irrigado com água por, no mínimo, 15 segundos, a

fim de assegurar que o sangue, muco e outros

resíduos sejam expelidos. Alguns fabricantes

fornecem uma válvula especial para esses casos. O

tubo de lavagem auxiliar deve ser conectado à porta

de biópsia, e o botão de sucção, apertado por 15

segundos, estando a ponta distal do endoscópio e o

tubo de lavagem imersos em água limpa para

remover os resíduos dos canais de sucção e biópsia.

A superfície externa do tubo de inserção deve ser

limpo com pano para remover o material orgânico. O

endoscópio deve então ser desconectado.

2. O instrumento deve ser testado quanto a vazamentos

e verificado quanto a defeitos ou danos óbvios antes

de ser imerso em detergente neutro ou enzimático

adequado.

3. A superfície externa do endoscópio deve ser

cuidadosamente limpa, principalmente em volta da

seção de controle, controles de angulação,

extremidade distal (especialmente o bico de ar/água)

e mecanismo elevador dos duodenoscópios, usando

uma escova de dentes macia.

4. Todas as válvulas devem ser removidas e limpas

individualmente com um pedaço de lã de algodão ou

escova pequena.

5. O canal de sucção/biópsia deve ser limpo com uma

escova flexível de tamanho correto. Esse processo

pode ser repetido até que a escova de limpeza

pareça estar limpa na extremidade distal e no

conector de luz. A escova deve ser passada pelo

orifício de sucção, em duas direções, ou seja, tubo de

inserção e "umbigo". Quando aparecer na

extremidade distal, a escova deve ser limpa com uma

escova de dentes macia antes de ser retirada. Esse

processo deve ser realizado, de preferência, sob a

água, a fim de evitar o risco de espirrar e produzir

névoas. Antes da recolocação, a escova é novamente

limpa com uma escova de dentes.

6. Quando os canais forem limpos, os orifícios de

sucção e ar/água devem ser limpos com um pedaço

de lã de algodão ou escova de dentes pequena.

7. Todos os canais do endoscópio devem ser irrigados

com detergente neutro ou enzimático, por meio de um

dispositivo para irrigar todos os canais. A sucção e

insuflação de ar devem ser aplicadas para remover

os resíduos de fluidos.

8. Após encher um canal auxiliar ou elevador com

desinfetante, o endoscópio pode ser desinfetado em

uma lavadora/desinfetadora automatizada. Se esse

processo é feito manualmente, as etapas 3 e 4,

descritas anteriormente na seção "No início do dia",

devem ser seguidas. Então, todos os canais devem

ser enxaguados da mesma maneira com água isenta

de bactérias. Neste estágio, o ar pode ser injetado

nos canais para expelir o excesso de fluido, que

possa diluir o desinfetante (44,45).

9. O endoscópio está agora pronto para a desinfecção.

O instrumento deve ser totalmente imerso em

desinfetante durante o tempo de contato adequado,

assegurando que todos os canais fiquem cheios de

desinfetante. Um timer garantirá os tempos de

imersão corretos.

10. O instrumento é enxaguado de acordo com as etapas

7 e 8 da seção "No início do dia".

11. As superfícies de trabalhos relevantes, tais como a

parte de cima do carrinho de endoscopia, devem ser

limpas com panos entre o uso em cada paciente;

essa limpeza é feita geralmente com álcool de acordo

com a política do hospital. Após o endoscópio ter sido

desinfetado, enxaguado e seco, novas válvulas

devem ser inseridas, e o instrumento pronto para uso,

colocado em uma superfície limpa.

Limpeza e Desinfecção de Endoscópios: Após o último

paciente (caso):

1. Os endoscópios usados durante os procedimentos

programados devem ser testados, quanto a

vazamentos, limpos e desinfetados. Quando o

glutaraldeído a 2% for usado, o tempo de contato

deve ser de 20 minutos, enquanto que para o ácido

peracético e dióxido de cloro deve ser de 5 minutos.

2. Os endoscópios devem ser secos antes da

armazenagem. O álcool a 70% pode ser aspirado nos

canais, a fim de auxiliar a secagem. A secagem

completa reduz o risco de proliferação microbiana

subsequente.

3. O endoscópios devem então ser guardados

pendurados em um armário ventilado especial, e não

em suas caixas de transporte.

4. Todas as válvulas usadas durante os procedimentos

programados devem, após a desinfecção e enxágüe,

ser secos com uma pedaço de lã de algodão e

lubrificados com óleo siliconizado, conforme instruído

pelo fabricante. Não devem ser guardados em suas

caixas.

Limpeza e Desinfecção de Acessórios:

Os acessórios requerem a mesma atenção aos detalhes.

Alguns acessórios são de uso único e, quando o acesso

para limpeza for difícil ou o artigo for sensível ao calor, seu

uso deve ser incentivado.

As escovas de citologia, alças de polipectomia, agulhas de

injeção e alguns acessórios de ERCP

Page 13: I-02 - BSG_Port

I – 2.13

(colangiopancreatografia endoscópica retrógrada) podem

ser de uso único. O risco de transmitir infecção ao reutilizar

artigos possivelmente contaminados deve ser avaliado em

comparação ao custo dos acessórios de uso único. Muitos

acessórios podem ser autoclavados, e seu uso deve ser

estimulado. Podemos citar os frascos de água, pinças de

biópsia, dilatadores e fios-guia. Durante a ERCP

(colangiopancreatografia endoscópica retrógrada)

acessórios descartáveis devem ser usados, sempre que

possível, ou os acessórios devem ser suficientemente

autoclavados, se reutilizados, para permitir o uso de um

acessório por paciente, sem a necessidade de desinfetar

durante os procedimentos programados.

O Medical Devices Agency Bulletin DB 9501 chama a

atenção para os riscos potenciais, tanto clínicos quanto

legais, associados ao reprocessamento e reutilização dos

dispositivos médicos designados para uso único (46). Os

usuários, que desconsideram essa informação e preparam

os artigos de uso único para reutilização, sem as devidas

precauções, podem estar transferindo, dos fabricantes

para si mesmos ou a seus funcionários, a responsabilidade

legal do desempenho seguro do produto.

As pinças de biópsia em forma de espiral e outros

acessórios, que são difíceis de limpar com as mãos,

devem ser limpos por ultra-som e enxaguados antes da

autoclavação ou desinfecção. Outros acessórios, que

requerem a desinfecção, incluindo as próprias escovas de

limpeza, devem ser limpos com detergente e escova macia

antes da desinfecção.

Proteção do Pessoal:

É essencial que a equipe de endoscopia tenha o

equipamento de proteção individual correto disponível,

sempre que precisar, e sejam treinados em seu uso

(Tabela 2). Cada unidade de endoscopia deve ter uma

política para tratar o derramamento de desinfetantes, e

toda a equipe deve ser treinada em sua implementação.

Deve haver número suficiente de pessoal treinado para a

limpeza e desinfecção totais. Treinar a equipe nesses

aspectos de seus trabalhos é de vital importância.

Tabela 2

Proteção Individual na Endoscopia

1. Usar aventais impermeáveis descartáveis, que devem

ser descartados se ficarem sujos de desinfetante.

2. Usar luvas nitrílicas longas o suficiente para

protegerem os antebraços dos respingos. Essas luvas

devem ser trocadas regularmente, pois absorvem

glutaraldeído.

3. Os óculos de segurança previnem a irritação da

conjuntiva e protegem o usuário dos respingos.

4. As máscaras faciais descartáveis impregnadas com

carvão podem reduzir o inalação do vapor dos

desinfetantes, mas a experiência de uso ainda não é

muito difundida.

5. Um respirador para vapor, aprovado pelo HSE, deve

estar disponível em caso de derramamentos ou outras emergências. Deve ser armazenado longe dos

desinfetantes, pois o carvão absorve as fumaças,

sendo então necessária a troca freqüente dos

respiradores..

Saúde da Equipe:

Todos os integrantes da equipe, que usam ou entram em

contato com o glutaraldeído, devem ser incluídos no

programa de triagem de saúde, que compreende:

• Entrevista admissional para verificação de casos de

asma, sintomas na pele e mucosa, tais como rinite e

conjuntivite e teste da função pulmonar por

espirometria.

• Testes anuais da função pulmonar por espirometria.

• Preenchimento anual de questionário da saúde.

• Notificação imediata de erupções cutâneas e

problemas no tórax e seio nasal.

• Os registros devem ser mantidos por 30 anos.

Recomenda-se que essa política seja ampliada para incluir

outros desinfetantes usados na endoscopia, porque os

riscos associados às alternativas são ainda

desconhecidos. Além disso, embora a endoscopia não seja

um "procedimento com tendência à exposição"

(Comunicação pessoal: Técnico Médico Chefe), é

extremamente aconselhável que toda a equipe envolvida

na prática endoscópica seja vacinada contra hepatite B.

Outras recomendações relacionadas ao risco de

ferimentos com a agulha e os perigos de cortes abertos,

abrasões e outras lesões cutâneas, reportados pelo Grupo

de Trabalho anterior, permanecem inalteradas.

Gostaríamos de agradecer ao Sr. Phil Gifford do Health

and Safety Executive por seus conselhos profissionais e

Srta. Carole Mumford, por sua ajuda administrativa.

Page 14: I-02 - BSG_Port

I – 2.14

Referências

1. Weller IVD, Williams CB, Jeffries DJ, Leicester RJ,

Gazzard RG, Axon ATR, Hanson PJC, Ayliffe G,

Barrison I, Neumann C.

Cleaning and disinfection of equipment for

gastrointestinal flexible endoscopy: interim

recommendations of a Working Party of the British

Society of Gastroenterology.

Gut 1988. 29 : 1134-1151.

2. Cowan RE, Manning AP, Ayliffe GAJ et al. Aldehyde

disinfectants and health in endoscopy units.

Gut 1993. 34 : 1641-1645.

3. Spach DH, Silverstein FE, Stamm WE.

Transmission of infection by gastrointestinal

endoscopy and bronchoscopy.

Ann. Int. Med. 1993. 118 : 117-128.

4. Medical Devices Agency Device Bulletin.

Decontamination of Endoscopes. (November 1996)

MDA DB 9607.

5. Ayliffe GAJ.

Principles of Cleaning and Disinfection. Which

disinfectant?

In: Infection in Endoscopy. Gastrointestinal

Endoscopy Clinics of N America 1993. 3 : 441-429.

6. Sattar SA, Springthorpe VS, Karim Y, Oro P.

Chemical disinfection of non-porous, inanimate

surfaces experimentally contaminated with four

human pathogenic viruses.

Epidemiol. Infect. 1989. 102 : 493-505.

7. Hanson PJ, Bennett J, Jeffries DJ, Collins JV.

Enteroviruses, endoscopy and infection control: an

applied study.

J. Hosp. Infect. 1994. 27 : 61-67.

8. Russell AD.

Review: Glutaraldehyde: Current status and uses.

Infection Control and Hosp. Epidemiol. 1994. 724-

733.

9. Hanson PJV, Gor D, Jeffries DJ, Collins JV.

Elimintion of high titre HIV from fibreoptic

endoscopes.

Gut 1990. 31 : 657-659.

10. Taylor R, Ayliffe GAJ, Bradley CR.

Virucidal activity of disinfectants: studies with the

poliovirus.

J. Hosp. Infect. 1990. 15 : 339-345.

11. Murray SM, Freiman JS, Vickery K, Lim D, Cossart Y,

Whiteley DK.

Duck hepatitis virus: a model to assess efficiency of

disinfectants against hepadnavirus activity.

Epidemiol. Infect. 1991. 106 : 435-453.

12. Bond W, Favero MS, Petersen NJ, Ebert JW.

Inactivation of hepatitis B virus by intermediate to high

level disinfectant chemicals.

Journals of Clinical Microbiology 1983. 18 : 535-538.

13. Kobayashi H, Tsuzuki M, Koshimizu K et al.

Susceptibility of hepatitis B virus to disinfectant or

heat.

Journal of Clinical Microbiology 1984. 20 : 214-216.

14. Bronowicki JP, Venard V, Botte C, Monhoven N,

Gastin I, Choue L, Hudziak H, Rhin B, Delanoe C,

LeFaou A, Bigart MA, Gaucher P.

Patient to patient transmission of Hepatitis C virus

during colonoscopy.

New England Journal of Medicine 1997. 337 : 327-

240.

15. Best M, Sattar SA, Springthorpe VS, Kennedy ME.

Efficacies of selected disinfectants against

Mycobacterium tuberculosis.

J. Clin Microbiol. 1990. 28 : 2234-2239.

16. Hanson PJV, Chadwick MV, Gaya J, Collins JV.

A study of glutaraldehyde disinfection of fibreoptin

bronchoscopes experimentally contaminated with

Mycobacterium tuberculosis.

J. Hosp. Infect. 1992. 22 : 137-142.

17. Collins FM.

Bacterial activity of alkaline glutaraldehyde against a

number of atypical mycobacterial species.

J. Appl. Bacteriol. 1986. 61 : 247-251.

18. Holton J, Nye P, McDonald V.

Efficacy of selected disinfectants against

mycobacteria and cryptosporidia.

J. Hos. Infect. 1994. 27 : 105-115.

Page 15: I-02 - BSG_Port

I – 2.15

19. Babb JR, Bradley CR, Ayliffe GAJ.

Sporicidal activity of glutaraldehyde and hypoclorites

and other factors influencing their selection for the

treatment of medical equipment.

J. Hosp. Infect. 1980. 1 : 63-75.

20. Akamatsu T, Tabata K, Hironga M, Kawakami H,

Uyeda M.

Transmission of Helicobacter pylori infection via

flexible fibreoptic endoscopy.

American Journal of Infection Control 1996. 24 : 396-

401.

21. Taylor DM

Inactivation of unconventional agents of the

transmissible degenerative encephalopathies. In:

Principles and Practice of Disinfection, Preservation

and Sterilization 1992.

Ed: Russell AD, Hugo WB, Ayliffe GAJ; Blackwell

Scientific Publications, London.

22. Hansen KS.

Glutaraldehyde dermatitis.

Cont. Derm. 1983. 9 : 81-82.

23. Beauchamp RO, St Clair MBG, Fennel TR et al.

A critical review of the toxicology of Glutaraldehyde.

Crit. Rev. in Toxicity 1982. 22 : 143-174.

24. Corrado OJ, Osman J, Davies RJ.

Asthma and rhinitis after exposure to glutaraldehyde

in endoscopy units.

Human Toxical. 1986. 5 : 325-327.

25. Meredith SK, Taylor VM, McDonald JC.

Occupational respiratory disease in the United

Kingdom 1989. a report to the British Thoracic Society

and the Society of Occupational Medicine by the

SWORD project group.

Brit. J. Ind. Med. 1991. 48 : 292-298.

26. Cannon RPG, O’Hickey S, Burge SP.

Glutaraldehyde asthma: does it exist?

British Thoracic Society December 1992. Abstract

P24.

27. Cuthbert J, Groves J.

The measurement of airborne chromatography.

Ann. Occ. Hyg. 1995. 39 : 223-233.

28. Ossia-Ongagna Y, Sabatier R.

Comparison of in vitro activity of six disinfectants on

bacteria from contamination in haemodialysis water.

J. Pharm. Belg. 1993. 48 : 341- 345.

29. Baldry MGC.

The bactericidal, fungicidal and sporicidal properties

of hydrogen peroxide and pancreatic acid.

J. Appl. Bact. 1983. 54 : 417-423.

30. Bayliss CE, Waites WM, King NV.

Resistance and structure of spores of B subtilis.

J. Appl. Bact. 1981. 50 : 379-390.

31. Kline LB, Hull RN.

The virucidal properties of peracetic acid.

Am. J. Clin. Path. 1960. 33 : 30-33.

32. Lynam PA, Babb JR, Fraise A.

Comparison of the mycobactericidal activity of 2%

alkaline glutaraldehyde and Nu-Cidex (0.35%

peracetic acid).

J. Hosp. Infect. 1995. 30 : 237-240.

33. Harekeh MS.

Inactivation of enteroviruses, rotaviruses and

bacteriophages by peracetic acid in a municipal

sewage effluent.

FEMS Microbiol. Lett. 1984. 23 : 27-30.

34. Lopez M, Henin Y, Nguyen L, Salmon CH.

Les acides perproprionique et peracetique detruisent

le VIH en suspension, mais n’inhibient pasle virus

dans les unites de san contamine.

Rev. Fr. Transfusus Haemobiol. 1990. 33 : 97-100.

35. Holton J, Sherry, N, McDonald V.

Efficacy of Nu Cidex against mycobacteria and

cryptosporidia.

J. Hosp. Infection. 1995. 31 : 235-237.

36. Bradley CR, Babb JR , Ayliffe GAJ.

Evaluation of the Steris System 1 Peracetic Acid

Endoscope Processor.

J. Hosp. Infection. 1995. 29 : 143-151.

37. Broadley SJ, Furr JR, Jenkins PA, Russell AD.

Antimycobacterial activity af Virkon.

J. Hosp. Infection. 1993. 23 : 189-197.

Page 16: I-02 - BSG_Port

I – 2.16

38. Babb JR, Bradley CR.

A review of glutaraldehyde alternatives.

Br. J. Theatre Nursing 1995. 5 : 22-24.

39. Nicholson G, Hudson RA, Chadwick MV, Gaya H.

The efficacy of the disinfection of bronchoscopes

contaminated in vitro with Mycobacterium tuberculosis

and Mycobacterium intracellulare in sputum: a

comparison of Sactimed-1-Sinald and glutaraldehyde.

J. Hosp. Infection. 1995. 29 : 257-264.

40. Alfa MJ, Sitter DC.

In hospital evaluation of contamination of

duodenoscopes: a quantitative assessment of the

effects of drying.

J. Hosp. Infection. 1991. 19 : 89-98.

41. Bradley CR, Babb JR.

Endoscope decontamination: automated vs. manual.

J. Hosp. Infection. 1995. 30 (suppl) 537-542.

42. Babb JR, Bradley CR.

Endoscope decontamination: where do we go from

here?

J. Hosp. Infection. 1995. 30 (suppl) 543-455.

43. Griffiths PA, Babb JR, Bradley CR, Fraise.

Glutaraldehyde resistant Mycobacterium chelonae

from endoscope washer disinfectors.

Jnl of Applied Microbiology 1997. 82 : 519-526.

44. Babb JR, Bradley CR, Barnes AR.

Review of microbiocidal activity of glutaraldehyde with

progressive dilution in an automated system.

J. Hosp. Infection. 1992. 20 : 21-54.

45. Whyman CA, McDonald SA, Zoutman D.

Unsuspected dilution of glutaraldehyde in an

automated washer for flexible fibre-optic endoscopes.

Can. J. Infect. Control 1991. 6 : 91-93.

46. Medical Devices Agency Device Bullettin.

The reuse of medical devices supplied for single use

only.

(January 1995). MDA DB9501.