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Trabalho apresentado á disciplina “Alfabetização e Letramento”, do terceiro período do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Goiás Campus de Jataí, tratando da alfabetização da criança surda, com o objetivo de tentar entender como se dá essa alfabetização especial e se é possível que ela aconteça sem nenhuma oralização. Foi feito levantamento bibliográfico cuja análise foi baseada na minha experiência pessoal. Percebe-se a importância do contexto familiar e a dificuldade que o surdo terá em relação ao seu vocabulário restrito e uso correto da gramática em Língua Portuguesa, além da necessidade imperiosa da LIBRAS como instrumento e meio de comunicação para que essa alfabetização realmente aconteça. Ao pensar-se em atividades para alfabetização do surdo o primeiro passo é a adaptação dos materiais, como, por exemplo, o alfabeto móvel, para que o alfabeto datilológico (LIBRAS), seja inserido. Começar pelo nome da criança, iniciando e levando o aluno a marcar com seu nome todos os seus pertences e seus espaços. Poderá ser feita a leitura, comparação, identificação de semelhanças e diferenças entre os vários colegas, além do professor usar sua criatividade para trabalhar atividades diversas como: bingos, tesouros, dominós, roletas, cartazes, etc. Aproveitando a brincadeira: lançar a adivinhação em língua de sinais e de forma escrita para que os alunos respondam em sinais e em português, reforçando as palavras novas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A lei garante a inclusão e o aluno surdo é inserido em uma sala de aula junto com ouvintes, tendo direito a um intérprete. Contudo a simples presença desse profissional não garante que a verdadeira inclusão aconteça, percebe-se que o processo de alfabetização continua sendo sofrido para professores e alunos. A consciência de que o mundo da pessoa surda é visual e, apesar dos sons não fazerem parte dele, isso não significa que a educação será de qualquer forma inferior, desde que a comunicação realmente aconteça, é importantíssima para que consigamos sucesso nesse processo. Para ensinar o surdo o professor precisa pensar que seu aluno vive em um mundo visual, e, a partir desse ponto se programar abusando do uso de gravuras, desenhos, teatros, materiais concretos; tudo isso, junto com a LIBRAS, propiciará uma aprendizagem do português escrito e levará a criança a ser capaz de ler e escrever. Com a aquisição da LIBRAS por essa criança, inicia-se, então, o processo de formação da identidade surda e da aquisição de uma cultura própria, diferente da cultura dos ouvintes. Percebe-se, também, que os surdos tem cultura própria que envolve sua língua (que é diferente em cada país) e sua escrita. “A língua é um importante fator de definição identitária, e penso que não ter como primeira língua o português oral constitui uma diferença do surdo em relação ao demais brasileiros que não pode ser ignorada”. (Pereira, 2004). Existem poucas pesquisas nessa área e, na maioria das vezes, as mesmas são feitas por ouvintes, não havendo pesquisas feitas por surdos sobre a alfabetização dos próprios surdos; com o intuito de começar a corrigir essa distorção, eu graduada do curso de Pedagogia da UFG, Campus de Jataí, relato minha experiência de alfabetização. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA UFU CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL CEPAE I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA I CONALIBRAS UFU ENSINO DE PORTUGUES PARA ALUNOS SURDOS Autora: Daiana Moraes de Lima Email: [email protected] Muito ainda há que se aprender sobre a cultura da pessoa surda, sua escrita, sua identidade e sua forma de aprender. A partir da valorização da LIBRAS é possível pensar-se em uma metodologia própria para o surdo. Para conseguir aprender e se integrar na sociedade é preciso que o surdo aprenda a Língua Portuguesa escrita, pois ela não pode ser substituída para LIBRAS, contudo tal fato não diminui a importância dessa Língua gesto-visual na comunicação. Ressaltamos a necessidade urgente de pesquisas e metodologias novas nessa área. A proposta de inclusão feita atualmente, não abrange as necessidades próprias do surdo, embora tenha sido um passo importante na caminhada histórica do surdo no Brasil. e, nesse caso, citá-lo em outra publicação. Brasil. FENEIS. LIBRAS. Belo Horizonte.1995. LIMA. Daisy Maria Collet de Araújo. Educação Infantil: Saberes e práticas da Inclusão: Dificuldades de comunicação e sinalização: Surdez. MEC.Brasília 2006 SALLES, Heloisa Maria Moreira LIMA. Ensino de língua portuguesa para surdos: Caminhos para prática pedagógica. Brasília: MEC, SEESP. 2004 Realização: INTRODUÇÃO PROBLEMAS/QUESTÕES/OBJETIVOS FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA MÉTODO / METODOLOGIA REFRÊNCIAS

I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE … · sinais e de forma escrita para que os alunos respondam em sinais e em português, reforçando as palavras novas. ... isso não

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Trabalho apresentado á disciplina “Alfabetização e

Letramento”, do terceiro período do curso de Pedagogia da

Universidade Federal de Goiás – Campus de Jataí, tratando da

alfabetização da criança surda, com o objetivo de tentar entender como

se dá essa alfabetização especial e se é possível que ela aconteça

sem nenhuma oralização.

Foi feito levantamento bibliográfico cuja análise foi baseada na

minha experiência pessoal. Percebe-se a importância do contexto

familiar e a dificuldade que o surdo terá em relação ao seu vocabulário

restrito e uso correto da gramática em Língua Portuguesa, além da

necessidade imperiosa da LIBRAS como instrumento e meio de

comunicação para que essa alfabetização realmente aconteça.

Ao pensar-se em atividades para alfabetização do surdo o

primeiro passo é a adaptação dos materiais, como, por exemplo, o

alfabeto móvel, para que o alfabeto datilológico (LIBRAS), seja inserido.

Começar pelo nome da criança, iniciando e levando o aluno a

marcar com seu nome todos os seus pertences e seus espaços.

Poderá ser feita a leitura, comparação, identificação de semelhanças e

diferenças entre os vários colegas, além do professor usar sua

criatividade para trabalhar atividades diversas como: bingos, tesouros,

dominós, roletas, cartazes, etc.

Aproveitando a brincadeira: lançar a adivinhação em língua de

sinais e de forma escrita para que os alunos respondam em sinais e em

português, reforçando as palavras novas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A lei garante a inclusão e o aluno surdo é inserido em uma sala

de aula junto com ouvintes, tendo direito a um intérprete. Contudo a

simples presença desse profissional não garante que a verdadeira

inclusão aconteça, percebe-se que o processo de alfabetização

continua sendo sofrido para professores e alunos. A consciência de que

o mundo da pessoa surda é visual e, apesar dos sons não fazerem

parte dele, isso não significa que a educação será de qualquer forma

inferior, desde que a comunicação realmente aconteça, é

importantíssima para que consigamos sucesso nesse processo.

Para ensinar o surdo o professor precisa pensar que seu aluno

vive em um mundo visual, e, a partir desse ponto se programar

abusando do uso de gravuras, desenhos, teatros, materiais concretos;

tudo isso, junto com a LIBRAS, propiciará uma aprendizagem do

português escrito e levará a criança a ser capaz de ler e escrever.

Com a aquisição da LIBRAS por essa criança, inicia-se, então, o processo de formação da identidade surda e da aquisição de uma cultura própria, diferente da cultura dos ouvintes. Percebe-se, também, que os surdos tem cultura própria que envolve sua língua (que é diferente em cada país) e sua escrita. “A língua é um importante fator de definição identitária, e penso que não ter como primeira língua o português oral constitui uma diferença do surdo em relação ao demais brasileiros que não pode ser ignorada”. (Pereira, 2004). Existem poucas pesquisas nessa área e, na maioria das vezes, as mesmas são feitas por ouvintes, não havendo pesquisas feitas por surdos sobre a alfabetização dos próprios surdos; com o intuito de começar a corrigir essa distorção, eu graduada do curso de Pedagogia da UFG, Campus de Jataí, relato minha experiência de alfabetização.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU

CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE

I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

I CONALIBRAS – UFU

ENSINO DE PORTUGUES PARA ALUNOS SURDOS Autora:

Daiana Moraes de Lima

Email: [email protected]

Muito ainda há que se aprender sobre a cultura da pessoa surda, sua escrita, sua identidade e sua forma de aprender. A partir da valorização da LIBRAS é possível pensar-se em uma metodologia própria para o surdo. Para conseguir aprender e se integrar na sociedade é preciso que o surdo aprenda a Língua Portuguesa escrita, pois ela não pode ser substituída para LIBRAS, contudo tal fato não diminui a importância dessa Língua gesto-visual na comunicação. Ressaltamos a necessidade urgente de pesquisas e metodologias novas nessa área. A proposta de inclusão feita atualmente, não abrange as necessidades próprias do surdo, embora tenha sido um passo importante na caminhada histórica do surdo no Brasil.

e, nesse caso, citá-lo em outra publicação.

Brasil. FENEIS. LIBRAS. Belo Horizonte.1995.

LIMA. Daisy Maria Collet de Araújo. Educação Infantil: Saberes e práticas da Inclusão:

Dificuldades de comunicação e sinalização: Surdez. MEC.Brasília 2006

SALLES, Heloisa Maria Moreira LIMA. Ensino de língua portuguesa para surdos:

Caminhos para prática pedagógica. Brasília: MEC, SEESP. 2004

Realização:

INTRODUÇÃO

PROBLEMAS/QUESTÕES/OBJETIVOS

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

MÉTODO / METODOLOGIA REFRÊNCIAS