Upload
vodat
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
© Índigo (texto), 2013© Bruno Nunes (ilustrações), 2013
Gerência editorial Cláudia Ribeiro Mesquita
Coordenação editorial Graziela R. S. Costa PintoEdição e preparação Fabio WeintraubAssistência editorial Monica Felicio da RochaRevisão Marcia Menin
Edição de arte Laura Daviña e Natalia ZapellaProdução industrial Alexander Maeda
1ª edição maio de 2014
Todos os direitos reservados aEDiçõES SMRua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz 55Água Branca 05036-120 São Paulo/SP BrasilTel. (11) 2111-7400www.edicoessm.com.br
Ilustrações Bruno Nunes
- Índigo -
Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CiP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índigo Meu amigo Ovídio / Índigo ; ilustrações Bruno Nunes. -- São Paulo : Edições SM, 2014.
iSBN 978-85-418-0402-8
1. Ficção - Literatura infantojuvenil i. Nunes, Bruno. ii. Título.
14-03891 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:1. Ficção : Literatura infantil 028.5 2. Ficção : Literatura infantojuvenil 028.5
Durante anos fiquei pensando se deveria escrever esta história ou não. Ela é um pouco assustadora. Após a leitura, talvez você tenha dificuldade para dormir à noite. Talvez tenha pesadelos medonhos. Cada vez que relembro esses acontecimentos, eu mesma costumo acordar aos berros. Só me acalmo depois de levar as mãos à cabeça e me certificar de que está tudo em ordem.
Tudo começou numa festa de aniversário. Na época, era moda fazer festas temáticas. Foi durante a Festa Encantada no Bosque. Enquanto as meninas rodopiavam e saltitavam feito borboletas, os meninos debandaram: metade mocinhos, metade bandidos. Entre eles encontrava-se Ovídio. Ele tinha fama de ser meio cabeça avoada. Vivia esquecendo as coisas em tudo quanto era lugar. Às vezes se esquecia até de si mesmo. Nada muito grave, pelo menos até aquele dia.
5
O bosque terminava num penhasco. Os adultos cansaram de nos avisar sobre os perigos de brincar ali, mas ninguém lhes deu ouvidos. E foi assim que Ovídio sofreu o acidente.
6
A brincadeira estava tão boa que Ovídio não quis parar. No fim da festa ele pegaria a cabeça de volta. Esse foi seu erro.
Chegando em casa, Ovídio pressentiu que havia esquecido algo.
— Ovídio, não se esqueça de escovar os dentes antes de dormir!
Ele sentiu um frio na barriga. Sentou-se na beirada da cama, completamente desorientado. Não conseguia raciocinar direito. Minutos depois o sono falou mais alto, e ele dormiu feito uma pedra.
8 9
Enquanto isso, Ovídio não conseguia pregar o olho, apreensivo com a situação. Ele nunca havia ficado tanto tempo parado no mesmo lugar. Se continuasse assim, ia ter um faniquito.Lembrou-se de um programa que havia visto dias antes, sobre puberdade, e da insinuação de que seu corpo passaria por mudanças. Só podia ser isso.
Horas depois, teve um estranho pensamento. “Acho que morri.”
Gritou:— Oiê! Cheguei!
Ninguém respondeu. — Deus! Ô de casa! Deeee-us... cheguei!
Nem os anjinhos deram as caras. — São Pedro! Quero entrar.
Nada de São Pedro.