44
.Ì£ HlBHEftfi^. -TS Í» J ■I i^ ' ííc . 'îu * i.t’ > iS

Í » J I i ^ ' cí.í u*î'• - dadun.unav.edudadun.unav.edu/bitstream/10171/30196/1/FA.137.690_1.pdf · tros panegyricosj nao tem duVtda que o Voffo auxilio foy quem ... Chriito

  • Upload
    lytu

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

. Ì £

H lB H E f t f i^ . -TS

Í » J■I

i ^ '

ííc. •'îu*

i . t ’ >i S

>

" í . -

iift

■ - ' ■ ' i l '

' • > ^ r ’ - ' • • ? , . . .

' 'í

■ ^ - ' • • - 1, • ■ ( > ' - • • . * lU'Ji- ••-,■ •iWv ViTÄ-Xrîî/î

I . i i^^i. ** ' *f • • * , • . -

* • • ! >4J * *

lu « « *

. . . *

t

■ ' ¡ • . ’ t í .

x ^ . : ï ; ; , : » ; : » ï . 'Í^ÍSÍÍÍMWS-:*’

^ . V» •

S ’ v ä

iMr'TCTi.i-.

KKfcw«5¿

îwwS5^^3j#i|nfh f*?£* zsSâSBzCSïiîi Htr’*tt3SK ÎTtSi VM‘‘!iiC fi ai

rM ^

Ä ; r ^ d / r t lm m

Ÿrû.t'£ < ^ -

ííWj&AíÓ/w

í ' / . ^

' v ' m .

f iP

"Jly.it U ^

■*'• ‘ %U

i .

-V« I

' 7 x .

\

« r - * *

« ♦

V . « - i i .

• « . ’ I . cw

^

s E R M A MD A T R A S L A D A ^ A M G L O R I O S A

do Invi¿iÍíGino Martyr

s. V I C E N T E>P K E G A V O

Em o día da fua feU d em a S é Metropolitana d e L isboa, a fjtñm dóo lllu fln ffim o Cabido \ & o Kobtliffim o Senado. Jjh

Pelo P .M .D I O G O D ’ A N N U N C I A C A W Conego fccular da Cógrega^aó de S. Joáo Evangclii'ta.

O F . P E R E C I D O

A o mayor Crédito de Hueíca, melhor Eímalte de Caraga- ja, Apoftolo de Valenjajamparo do Algarve,!!! uñre

Patráo de Lisboa ao gloriofo Mártir.

s. V I c E N T E.

L I S B O A .

NaOfficina d e I O A 6 G A . L R A O -

M .D C .L X X X I L "Com todas as liccnfas M W A R R A

ü í u V wv'J - - J * f%r-crb i d L IO tB i a DI: h u m a n i d a d e s

- ”T.t

I

■ . . V'

%

\

A'.V ’

.,•*

• ‘ y ' \íij.-()\\

\ ^

«' ■»

< *t

DEDICATORIAA o Invidiifimo Martyr S. Vicente.

ETSÍ'DOQgloriofo S a to)am atertad ejle ferm ao aTrasíada^ao de Vojjos ojjos^ em quem hauia de bufcar o feu patrocinio^ fenam em ús 'Vojjas Ctn-^asÍ F oyelle pregado cótatoacerto^qfoypuhltcanoau-^

ditorio a aceita^ao coni quefoy ouVido^ f e efÍa lh¿t agenciaraÓas VoJJas Reliquias ^quando no pulpito fo y repetido^ certo he que agora Iha fegurara VoJJo amparo^ quando a os o íh s de todosJe o jferece iniprefj'o, Conjiderada abreVidade dos dias emque e f e fermad foy compofoy ^ a occupacad intermedia do author em ou tros panegyricosj nao tem duVtda que o Voffo auxilio foy quem di^Qs os acertos^paraque em materia tao f c c a c o m ojjos^fe d'if- curj^jfe tao difcretamenté fob re Cm^as. S ea s fon tes bufcamo mar dondefahirao^ fendo Vos mar donde manou e f e no, pois fo s- teso authordefla obra^porjuíti^aVosdeViabu/car e feferm ao^ pois he Voffo e f e panegyrico, Eu o imprimofem ter Jen author ' d e fa publicacao algíia noticia^^ paralhe ja t i s fa f r a fuá quei- xa^que contra ammha anúfade form ara a fuam odefia^ trattei

A a

#

tfferecirVos aVos ejìe difcurfo^ que com f e dìrtgtr a os ejìa offer-^ ta fica difculpadopara com elle o meu ajfeclo^fem nenhuma cen^ fura a mtnha curiojtdade^ & empaga^meu Santo^dejìe meu limi- tado ohjequk )>os pei o o exercicio da VoJJà ptedade^ dignandoVos d ea ce ita rd esd òa jx od o Voj o patrocinio a e fle indignoJeryo Vo/-

/•

M A N G E L B A R B O S A MACHADO.

2< l l S I G < ! I J N U M F T ^ U M E N T I Cad ÍWÍ Í« t e n am mortmTnfuerit: qui cniatferdit^

qui Qcltt cu jiodit: mefequatur, J oan. 1 2,Q J J E feria ie c Evagclho, qhoje cantaalgre- ia neftc grande, & akgre dia,fendo prcfeiido fo t Chrifloem Hìcruialemhà tatos annos,fcflcpro­fecía da traslada^aó gloriofa , quf hoje Tcprin- cipiou no Algarvc,& hoje fé coxifumou S Lisboa ì

no Algarve entre motivos tato para recear^q o mcdo dos inimi gos cògélado o fague nas veas,fazia pafmar o cora^aó daquel- les feliciflimos Argonautas,qforap defcobrìromelhor theiou- roefcódido co tata cautela,q paia fe defcobrirS a.s fuasKeliqui- as fe multiplicarao no noflb prijaaeiroRey asdiIigécias:éLisboa entre júbilos de tata alegría pela ditoià poÌTcdoCorpo de tao grade S. q às fuas Cinzas fe Ihe preparou o mayor triufo, para credito dos feus ofíbs5pretédédo todos lavrarìhe no coracaó OS SepuUhros,paralhe€regiré com mayor pópaosepitaphios. Quc feria pois, feoEvagelho que hoje cata a Igreia cefic gra­de, & aiegre dia fendo proferido por Chriftocm Hiciufalcm ha tantos annos, foiTe profezia dcfla gloriofa Traslada^aóS a o menos Eu meperfuadi que affim fora: poiq Icndo doEvà- gelhoas fuas claufulas,& da Traslada^aóasluascirunfìàcias, oEvangcIfaoda Traslada^aom eparece texto , & a Traslada- ^aó do texto me parece gIofa:ou porq a Trasladaba© fo o mef- itio texto exccutado, ou porque o texto foy preceito da Tras- lada^aó gloriofa. Ora notay,& advertí.

De tres couiasfcz hojeChrifto men^aonefleEvangelho, do gra6 de trigo, que fendo vivo fc vio na terra morto, mortm

fitm t. do amor quc nos perde: Am*t ferdtti & do odio,queA 3 nps

5 SermaÓdaTraslaJacao,nos ganha & fiaa ln ientt:4 o fequ lto do mundopara o d i fua peiToi,w? feqmtHr. Pois tres coufas quer Chrifto no varaó A p o fto U c o ,Morte, Odio, & fequito? fim,porq quer q cada KuìTide n o s f j^ a defurcs traslada^oes: porque quer que pela lu i fé f i ja m o s huma trasladacáo da vida para a morte,da noiTa V i d a para a noiTa 'm oxtt^m ortm m : quer outra tras- lada^ao do noiTo amor, qttt am¿it. para o noÌTo odio quiodit. Se quer outra tr-^slada^aó do fequito do mundo para o feu Ìequi-

de lofte que ftem deicifrado efte E v a n g e lh o v e Chriito a querer nos V aroes Apoftolicos tres trasladacoes:poi: que quer eui os Vacoens Apoftolicos tres mudabas: trasla- dat^aó d i vida para a ìtiorte, traslada^aó do amor para o odio,6 tñslada^áo do. mundo para elle ; & feifto he o que-Chrifto nofeu Evatigelho in cu lca , ifto h e o q n a folem nUade ieen* contra, porque cm Sam Vicente tres traslada^oes fe defcobre: porque foy trasladado de Valenza para o A lg a rv c ,fo y trasla­dado do Alga rve para Santa jufta, 6c foy trasladado de Santa Jufta para efta Santa Sèe. A s traslada^óes que Chrifto mada no E v a g e lh o jà SaÓ Vicente n i v\da as tinha iatisfcito , & e o m o defpois da morte jà naó podia executallas, tra^ou defpoisda morte tres traslada^ocs Saó Vicente: trasladarfe da vida para amorcc; corno pella fua Fè citava ja Saó Vicente martirizado, n o ihe era polli ^el,porque naó tinha morte para onde ie tras- hdaiTe, nenì vida de que dcí-fiíeíTc; trasUdarfe do am or para o odio menos: porque deípois da morte implicava em S, V icc- te eftì traslada<¿36. TrasUdarfe do M üdo para Chrifto tao pouc o , porque pelos privilegio^,do feu martìrio alfì fe tinha idé-titicado h jm com o outro na com panhia, que com o fe fofíem a m ;fm a p e f fo a .c ìb ia ó a m b o s dentro no proprio rhrono vhà ego [am ilíic(tí & w inifier mms. AiTitn^poisfe Vicente naó po­de defpoisda morce fatìsfjzrr as Trasladacoes do Evangelho, quato as circüftácias,trace deípois da morte tres Ttasladaf^oes. para fat is fizccao Evangelho quanto afubftancìa : ne fejam as Trasbada^ocs cm Viceacc mais, ne fc jaóas TrasladacoSs eni Vicente menos; porque ncm o Evangplho inculca menos, ne

o Èva-

fe Evangelho manda m a is , & psraqueas traslada<^ôes do E v à- gelhofiquem fatiifeitss na v id a , deicmpcnhadas naniortc , os mefraos efftitcs liveranias T raslac i^ oës de S. Vi^ cente dcipois da morte, que devem fer e m á vid? as Traslada- çc£s do Evargelboraquelle meitno fim, que C h n ftc qtiCT,quc o i e u f e r v o tcnha nas trasladE^ccs delua v id a ,ttvc S V iië te nas iuas T rasiadaçoês deipoisda morte: pcrquc aqutila cauia porq o V arâo A p rfto lico fe deve trasladar da vida para 3 m or­te Toi o m otivo porque S. Vicente fe trasladcu de Valeça para o A lg a rv c ,a q u e ilc m eim o m otivo porq Ce ha de trasladar do am or para o od io ,foi a ra isô porque S. Vicente fe trailatíou do A lg arv e p ara S. ]ufìa: & aquella mefma rafaópor q do lequìto d o M undo fe ha de trasladar p arao icquito de C h iif t t - , fo i r a eauia porqueS.Vicente ic trasladcu de S Jufta para ffta S.Secj ÒcfedeS. Vicenteefta fo i com o E v a n g e l io a confoim idade, queguardou nas fuas tres Trasladaç< e s , efteierà do Scrm aó o fe u alfùpto,astres Trasîadaçoës deS Vicetedefpois da motte conform es com as Trasladsçoês do E varg e lh o mandadas na vidaj porque os mefmos motivos, que haode ter as Traslada- çoës do Evangelho na vida,tiveraó as Trasîadaçoës de S. V i ­cente deipois da morte. Entremos a difcorrer,pois lemos ma­teria para difcuriar.

1

A Piioaeira Trasladaçaô q C h i iñ o manda a o V arao Apof- to lico no E varge lho , que fsça na vida, he qae da vida fe traslade para a morte, morîuum fuerit^ & le preguntardes

a os SS.Padres,& Sagrados Exj.ofuores,qual b e o m otivo pr rq C hrifto nos manda T rasladar de extremos taô difiantes, quaes faô a v ida, & a morte? rerpondei-vos-haô,que he a F é : porque porta em igual balança a F è com a vida,por nao pcrdermos jo> pofneyts, ya de tanto preço, temos obrigaçaô de nos trasladarmos para a morte,defprefando a viá^^moríuum trasladnçaô nafua vida onde obrigava do Evangelho o feu preceito ,'fezdefi S. Vicente cm Valenç3,porq pofta por D acian oem igual equi* l ib r io jo u a T raslad açaô da F« para a infidclidade, ou a T ra s ­

lada*

■8 S em a o da Trasluda^aoladaqao da vida para a m orte,da vida fe TrasI adou S. V icente para am orte ,fican do fem p rea Ìua F è exa ltad a , & ficando femptc a i u a P e triunfante, mas, corno a mais alta esfera, fo- b ìo d e S . Vicente o feu amor no feti Ìactificio , vendo que dei- pois da motte naó podia. fazcr a Traslada^aó da vida ; porque.

. pelo tr iu n fod aFé atinha deixado, corno defpojo,nas maòs da m orte , para q ainda defpoisda morte fe viife nelle o Eva- gelho obedecido, & os feus preceitos generofamente cxecuta* dos.tom au aprimeira Traslada^aó da morte mandada na vidao feu firn paca aprimsira T rasladacaó do feu Corpo.

Hifioria Jafia O C o rp o d c S. Vicente em Valenca íepultado, tao pro«' EccUftaíii d igoem fazer beneficios, com o iaiportunos os Valencianos ?f ./ í/9o implorarem feus favores, mas com tanto c-cdito pelas fu ­

as uaaraviJhas,que, co m o diz o liluftriflÍmoSenhor Arcebifpo D. K odrigo da C unha,feperfuadiráo aIgum aspeflbas,queos de Vilen<;i fc nao contentavaócom Ihedaras idolias de m ár­tir,& Ike tributavao as U tñas de R.ey: porque co m o a Déos íc pcrfuadiao que o vensravaó nos cultos que davao a feus o í fo j , & na venera^aó de íuas Ciazas;aíTimSdiz S. V icente ,& a F é cor­re em V a le n t i com a prefenca de mcu corpo tanto perigo,quc paíTa na opiniao d i muitos barbaros a idolatria a vcnera^aó, q íe tributa a meusoíTos? pois eu me trasladare! para o A lgarve, puraque a F i em Valenza fique triunfante. Déos mandarne trasUdsr da vida para a morte pela F é , -poiseu jaq u ed efpo is da morte naó poíTo fazer efta trasladacaó , eu Ihe tomare! e m o t iv o p ira me trasladar, porque a inda dcfpois de m orto Ihequeroobcdecer.

Gtf« M o rre o ]o fe p h ,aq u e lU que foy V íc e - R e y d o E g y p to ,qxjr t Magüftades aípirarem Tempre as ifen^oes das leis có-

m u as, íó a th é agora nao puderaÓ alcancar privilegio para amv>rtelhís refpeitar a fwa c o ro a , nem ternero feu dominio: morreo em fim Jofeph , mas t o d o o íe u em^enho foy pedic a os fi lh osd s lícael que o trasladiíTcm do Egipto, ASfortateojJ'x m eavohifcum S^tiáo que fe jo feph , íe quería m elhorarde fe- pulchcojcm nenhuma parte podia Jofeph, term elh o rtu m u -

Ir,

lo,nem mais rerpeitadafepulcur3,q u e foiTemais fo b e tb o o b c- l i ic o d a fu a memoria j porque^como de Jo fc p h , reccbfiram os Egypcios tantos favores, he cèrto q còftiVandoie a Jcicph tao obrigados,ihc lavrariaó para o éterro do icu corpo o mais condecorofo tum ulo,& para depcTito tíos icus cfics a nielhor U rn a , venerandolhe as iuas Cinzas cora tanto reipeito , com o delle reccbcraó os beneficios,pois fe e m nenhunia parrr ie po­dia Joieph, fepultar cora mais decencia do que no E g y p to , co- m o ie manda Jofvph,trasladar do Egy prò com tanto cuydadoj af^ortAteoJfíimeÁVobifcíim^efferte offkm eahfnc, N o ta i ,d jz S a ó ] o a ó C h r ilo fto m o ,]o fe p h , andou muyco diicrcto em procu­ra ra trasladaçaôdefuas reliquias, porque temía que os Egyp- eios lembrados de feus beneficios, efquecendo-fe de que o uat- tarara com o h o m ím , o adorafl'cra co m o a Dscis ne É^yptíj,diz ü Santo memores beneficior^mejus^cHmpro morefuo facUe homi' nesDeos appellent^corporejujii h^berentímpietatiiocca^fioney^w:^''- d iz Joícphjóc mcu corpo fepultado entre os Egypcios pode cau- far na Eé o mayor erro,pois cu me trasladarei do Egypto, paraq f ic a n d o a F c triunfante , dem o s h o m e n sa D éos as latrías de D c o s , & d e m as reliquias de Jo fe p h , as idolias de ]o fe p h ,e u mudarci os ficios pelas trasladaçoês,paraque )oíeph,fenaó ado­re por D£0s,anres leconhcça por Joíeph, ne E g jptit corporejufti h^htrent impietdtis occafionem : em Jofeph , as lulpcitas d o q no , Egypto podcria h ave ro o b rigaraó a írasladarjcm Vicére a fal- í idadeque os M ouros prefunaiaó naveneraçaô dcsC htiftáos ás fuas Reliquias, Jhe difpuferaó atrasladaçaô ao s íe u so ffo ? , pacaque o erro da prcíumpcaó ficaffc conhecido, & aFc Îahilfe triunfante, Jo feph , trasladouí'e de entre a terra dos Egypcics para a terra da promiíTaó, paraque antre os líraelitas ficafícm os feus oíTos fem cau farcm aos homens-tao grande erro ,V ite - tetrasUdoufed¿ Valencade entre a barbarídade dos M ouros para a rerra da promííTaó,que era o A lgarve , para fcr venerado entre os Chriftaóseom o cuito que pediaóas íuas Rf;l iquias/e que fe offendefie,na opiniaó de ignorares a nrOa F é co m ap re - fença dos feus o f ío s ,& com a companhia d o fcu corpo.

B M as

■ I o Sermao da T m ladncaoM a s ó T r is la d a ç a ô portentoía ,q u e diminuindo em V i ­

cente as vencra^oés à.s Tuas C inzas iobiilcs es feus oÎTos, ou as iuas Reliquias ao mayor credito, pois requintaftes tato em V i- centedcfpois da morte os feus extrem os, que no m otivo da Trasladaijaò dos feusoiToslhe fizeitcs obrar por Deos huma fineia raò prodigiofa, q podendoa fàzer por Deos às fuas C in* z3? ,D ecs ainda que empenhafíe todo o feu poderla nao podia faz,*r pelos feus oflbs. Vicente fendo tido por Deos na defvai- rada preiüpçâo dos homens trasladouíe de V a léca para o A l ­garve g ira dcixar de fer Deos na opiniaó dos Baibarcs,ifto fez Vicente por Deos na fua primeira T rasladaçaô » mas iñ o nao podía fazer Deos cm nenhum cafo por S, VicentejVicete dei- x n u p o r D :o s de íer Deos na errada imaginacaó dos homens na Trasladocaó de feusoíTos, mas Deos nao podía dcixar de f.*r Deos por Vicente,ainda na o p in ia ó , & que chegafíem de Vicente as fuas C inzas a taó gran deexce íT o ,fó porque a íua T é tivefle em V a le n ca o m ayor triunfo,grande credito de Sao Vicente na primeira T rasladaçaô de feu corpo. Parece q mais f -z Vicente defpois da morte na T rasladaçaô dos feus oíTos, do que fizeraó todos os Santos na fua vida primeiro q u e fe rc - dufiífe a Cinzas o feu corpo, pois permitir a fua T raslad açaô , para que os feus ofibs certificaffem aos homens a fiia natureza, &3sfLías Cinzas Ihe negaííem a divindade ,q u e o s ignorantes prcíumíaó nas fuas R e liq u ias , n a ó ió tez a fua Fé triunfante, mas fobio o íeu lerviço a taô Inperior esfera , que a todos fi- cou aventajado na T rasladaçaô do feu corpo,

j V ay S. Paulo fazendo húa larga relaçaô dos fcus írabalhoství\ contrapcfiçaôdo ierviço dos demais Apoftf.'los,6íglí>rcaf^

J í .T . i . deque ninguemfizera por Chrifto mais do q u e e l le , porqne fuperabundátemente trab^lhara mais que o so u t io s , abundé- tins íl'ís omnibus labor avi', aíTim feria co m o S . P ju Io affirnia: mas parece que S. Paulo no mefmo C ap . íe encontra -, porque Gonfeça que dos Apoftolos fora o \Aúv[\o^'Egofúminimus

J} Jú ru n t:^ o \s ítS . P-.uilo côfeça nos demais Diícipulos mayoraníigu idád enotrabalhü d a lg te ja , co m o pode fcr c a t o que

• ícn*

íendo elle o ultimo foíTe nos férvidos íupcrabundante, & no q fizera, tao fuperiormente fe levantara, que nnais que os outros {ttvitzabm dantíu s ómnibus labor a v í : N o r a y , naó vedes q diz o texto , que em L ic a o n ia , vendo de Paulo as maravilhas 14. o ju lgaó por Déos vindo ao vc\ur\áo ^D iijim ilesfa jlihom ini» bus defcendcrunt ad »c/:& Paulo para desfazer eftc erro ,& p3ra- q nao periguaíTe a F é na fuá adoracaó publicou a fuá narurefa para íe negar a divindade F irt quid hac facitis nos mortales fu - m us: & he tao grande acqaó negarme a aivindade, que me tri* butam, que ainda que baja outro mais amigo nos trabalhos, e fteh eo mais fuperabundantenos fervicos ahundantius omni^ bus la b o ra v i\\^ o icz porC h rifto Paulo em Licaonia , & ifto fez Vicente por C hriftoem os muros de Valenca,ondeeftava fepultado, com efta diíFeren^a,que o que em Paulo diíTe a lin- goa profcriaó emVicéce os offos,hom6s diziapaulo ccm a lin- goa , naó vos engancis comigo,porque cu naó í'ou Deos,eu íou hu m homem com o vos ftm iles 'uobts hcmines'. hom ens, diziaó de Vicente os offbs, naó vos_enganeis com igo, porque cu naó fou Deos,rrasladai as minhas C inzas porq os mcus cíTos cílaó pregando a ignorancia deíles Barbaros, que ísó de huma ere- atura as minhas Cinzas, & naó de hum Déos as minhas R e l i ­quias d o m i m q u i s j i m i l i s t íbP. S e n h o r i ó i - z iaó de Vicente os íeus cíTo5,haveis de primitur que íeT ra la- de o m e u corpo , porque haóde aos hc m ésp iégaras rrinhas C in zas , que com o vós naó ha femelhante qms fim ilis tibi'í 5l íe na minha morte me naó poíTo trasladar da vida cu rirarey ( fim da minha Trasladacaó da vida para a Trasladacaó da minha

moríuum fu erií: 2A fegunda Trasladacaó, q Chrifto nos manda fazcr no Eváge- Iho na noíTa vida,he do nc fío amor^w/ ameit para o flo odio quíodot'. havemos de nos trasladar do am or ccm que amamos a noíla v'ida,paca aquellc od io jccm que abortccemí'í: a ncJÍTa morte ; pois pelos prect ifos de Chrifto o cd io da nc fla morte ha de ícro emprcgo do noíTo afFs.fto,&o am or da nc íT'a vida ha de íer oeftim uio do n o íT o cd io , Óí qual í c i á o f im p o iq Chtif-

B 2 to

1 2 S erm aodaT rn skda(^ ao^ g to nos manda na noflfa vida fazer cfta trasladsi^aoi S. AugnftU IS. in j f i nho, W / amare neperdei. M 5da-nos Chrifto trasladar do ncíTo unnetn. am or para o nofio odio.porque nos naó percsm os,ntm anos-

ia memoria fe íepulte. & í'c cfìe he c nrciivc ,quc deve icr a l’e- gunda traslada^aó, que Chrifto manda no Evangelho,efte foy tam bEo moti<'o q S Viccnte teve na fua fegundaTrasiada^aó dcfpois da morte,riaòpcdcndo }à im ita raX ras lad sc aò d o È v a gclhonos termes donde , & para onde fe trasladava , quacs € r a ó o a m o r ,& o odiOjtomoLi o firn á fegunda TrasladacaÓ da vida.'paraquedo A lgarvefetrasladaffe j^ara S. Jufta iegunda vez deípois da morte.

Sepultado nc A lg a rv e o corpo de S Viccnte,efiava taó per dido,q ÍÓ o indicio dsrhüs corvos o c ó fe rvav aó ,& íó dous ho­mes por tiadií^ap fab iaó jq no A lgarve eftava, mas ignoravao o lugsr onde )2ziaó as Íuís Cinzas , & í e dcprfitavaó os fcus ofíbs::fl'im:diz S. Viccnte,& o meu corpo eftá taó ignorado , q na memoria dos homes eftá rao perdido,pois paraq íc nao per- caó as minhas C inzas trasladem*íe do A lgarve pata S ]iifta os m cnscfíbs; & fedefpoisda mcrte n aó p o flb im itara legunda traslada^aó do Evangelho mandada na vida, cu tirarci á fegü- da traslada^aó da vida o m otivo para a minha fegunda trasla- d ic a o deípois da morte. Déos m sndam c trasladár na vida do am or para o odio, por me naó perder ncperdas ; pois cu paraq íe me n aó percaó as minhas Reliquias hei de fazer deípois da morte a minha fegunda Trasladac^aó.

C h eg araó ao A lg arv e aquelles ditofcs ventureiros ,q u e fe cffereccraó ao Serenifìlaio R e y D AfFonfo, para Ihe ivcm dtf- cobrir hum theíouro de tanto preco ,com que nao íó enrique- ceíTe a íua Cidade, mas le defendeííe todo o íeu R e y n c ; & co­m o as m em orissdo lugar, onde eftava de Vicente o feu Sepul- c h ro , erao ta ó c o n fu f is , ignorando-fe totalmente o tum ulo, onde deícan^avaó as fuas C inzas, fez S. Vicente hum cflupen» d o m il3 g r “ para a traslada(;aó de feus oíTos , & foy o cafo, que ignorándoos homes aonde fecfcondia o ihefouro,que bufca-v a ó com tanto dcfvelo, & q u eiiaó defcobrir com tam o cuy-

dado

de^SaÔ Vicente^ 1 5dado, fez o S. que huns corvos Ihc dcfcobriiTem o feu fepul- chro ,on de fc guardavaô as fuas Reliqujïis. Indicio Cdvvofum Jiaifgitur dcmtiticuUrum^acfacelU Vcfisgia tn'uenerunî Qx^à^ pîcdigic : hû tjusiec- corpo defuntüjhuns oflos na terra iVpulradcs, huas C inzas def- conhecidasfazcrcm ,que huns corvos as d c iccb ii i icm jpataq os homens as trasladaííciii.

Os oflbs à i ]o icph ,quardo o? trasladara© do Fgvpfo para a C id ad ed e Sichcm , djz o Spirito S. q prcferizaraoo j^ ejus^cj} m ori€prophctavcïunt'i^2. 0 f\n\zôào'Dci\\x\G^iViiO A U fide ^{a- uct^-j. lando do m ilagreq Elifcu f e z , quando deu vida a hum m orto , explicado aquellas palavras & mortuti prophctnvît corpus, e ju so frcfbeT A vit v&l o mcfn o q ,qu e tàzer mi-iagre, com o q,fuppcfts aexpi iiçaô deftc authcr, & douf.fl'mio cxpt-firor. podemos diier que o fTcfhetAuerunt que o Spirito S. diz dos cfl^-s de]ofc{:h, val tanto com o dizcr que fiicraô hum m ilagre, mas da Eicrittura naô conila : porque, pondcm e a 1er com bé coriofidade ahiftor ia da T rasladaçaô de Jo ie pb, athe fepultarcm cm Sichem asiuas C inzas , naô encotrcy naeferittura com alguma maravilha,qucfi?eir£.-m na iraslada- çao os feus c fios jq milagre pois fariao de ] ofcph, as iuas C in ­zas, quando do Egypto ie trasladou para Sichem o ieu corpo?& fed-e jofcph, os leus c f ìb s o fijcraô ,p o iq o naòaponta acs- criiurat ota notcm: dcfpois de ]oicph fepultado atè áíua T ra s ­ladaçaô íe pañaraó cento, & quarenta, ôf q u a tro a n n o s , que tantos (fliveraô os fiihcs de llrael no Egypto deipois da fua morte 5 quando Moyies ihc quiz trasladar as fuas Cinzas enterrandollie os feus i ü b s ,d iz o A b u le n ie , & H u g o Car- deal,referindo a cpiniaô dealguns autores, que n aô h a\ ia rr-e- m orja no Egypto do ieu iepulchrt:; porque as inntidaçccs do N i lo tinhí.óeícondido as iuas C î o z a s , & para fe dei'cobrirem as Reliquias de i^u corpo, hutna o v e lh a fo y a que nu ftrcu o lugar^ aondecftnvsôés'itus cü cs^ h m clocn per cn;cm fu i^ eos*

& prodigiosdcfìcgenero ,faô m arsv jlh as d e tsô lupc- rior cî!f<rr3.,quc o dilcurfo com q ie cncaieccm, he íó o Íílencio cm qu cíc íepukaó.

B j Eñe

I ¿j. S en m o da TrasladacaóEftem ilagre fiícraó de jo feph , os íeus oíTos naTrasladacao

das fuas C inzas , eíte meím o ttiilagre fifcraó de S. Vicente as fu­as C in z is na T ras lad acaó de feus oíTos:hum no E gypto ,& cu* tro no A-lgarvesmas com efta diferenca,que iendo o fepulchro de ]of(5ph,crcondido,foi por huma ovclha para a fuaTraslada- Caó m an ifc fto ,& fendo o fepulchro de Sao Vicente^no A l ­garve ignorado, para a T rasladacaó fo ip o rh u n s corvos dtf-» cuberto; & pois porque naó permitce Déos,que aíTim com o os oííüs de ]ofcph,fe va lem de hüa ovclha para inftrumentode íe trasladarcm, que as Cinzas de S. Vicente tenhaó outra o v c ­lha para inftrumento daTrasladacaó de feus oíTosí&íclhedef» cobriílí o feu corpo'fe a ovclha eftava já enfinada a moftrar os íepulchros paradefcobrir na T rasladacaó as Reliquias , porq naó q u izq a Vicéte hüa ovclha moftraíTc o lugar das fuas C in - zasí*fe naó q hú co rvo manifeftáíTc o fepulchro dos feus oflos para a T rasladacaó do feu corpoí he a rafaó,naó advertís q fc a ovelha defcobriíTe deVicente os íeus oíros,aíTim com o mani fcftou de jofeph, as fuas C in z a s , que vinha Déos afaler igual a Viccncc com Joíeph, nos milagres , & igual com Jo íe p h , em os favcrcsípois nao ha de fcr aíTim:porquc vay muyta diferen- Ca de T rasb d .icaó a T ra sh u a ca ó ; da de Jofeph no Egypto, á de Vicente no Alg3tv-e: andou o am orde Chrifto com tanto empenho entre tr;¿shdacaó, & trasladacaó, entre a de Vicente & a de Jofeph, que deícobándo huma ovelha na de Jo íeph , as fuas Cinzas, fó porque Joíeph , naó ficaíTe igual com Vicente nos favores, quiz que hum corvo Ihe defcobriíTe o fepulchro do feu co rp o , para a T raslad acaó dos feus oíros,com o V icen­te f ) i todo oem prego do am or de Chrifto,naó fe havia de fa- tisfafer o feu amor com Ihe com unicar os favores que a outre fv*7., Cfinaó com Ihefafer huns favores ,q u e a ncnhum outro cómunicaraj Dar'.he poder a Vicente para que tom iííe huma ovelha para inftrumeco de Ihe deícobrir as C inzas, i(To era dar a Viccncc o m eím o que dcu a Jofeph, mas concederlhepodcc psraquehu'.n c o rv o fo l le inftru^neuti) da T ras lad acaó de feus o ft jS j i i ío era dar a Vicente na fuá g lo rio fa T raslad acaó o que

a nin-

de Suo Vicentefl ningueni perir.ettio, & niño confifte o fer am ad o , que na rc- psrti^aó dos favores , os que a ou trem je ccncedtm ao am a- ' do íenáo permitSc, & os que ao am ado fe perm ittem , a nenhü cu tre fe conccdam.

Enee ítou Chrifto ao Evangelifta no feu peito,& diz o dcu- tifíimo Zerda, que o peito de Chrifto fcy íó efpecial T h rcn o , que a oao concedeo Cht iño no mudo, lem que a ninguem pa­ra elle perniíttifi'edireito,porque do peito íó para o Evangelifta guardou apciTe./,4/«J illudporttofm t joannis : E pois no pciro h a d c j o á o te ro feu T h r c n o : & porque raíaó fe naó erigirla o T hrono nos braco?, porque Iho nao formaria ñas máosr cu porque Ihonaodar ia nospés? hadeihe conccdcr o favor do peitoS & hadelhe negar olugar <?3 S máos ? a pcíTe dos bracos? & o l c g r o d o s , f c s ? f ì , & noray, oencoíiallo nos brscos era 2. favor, que fczá efpoí'a/^'y^ ejus fub capite m eo.é" dcxterailhus

otra lc lloñ as palmas era fa v o r ,q u e fez lap-encia )uá.Qsju¡lorum a n m a in 7nAn»T>eifunt: P o llo acs pcs, era lu- ^.v \. gar,que concedeo á Magdalena, y ¿ w i Domim: M as r e - ■ "‘'• •'7* coíla llo no peito era favor,que nem fe zá M 3gdalen?,nfm per- niittío aos juños, nem concedeo á cípofa , & cr mo ]<.áo era o { t n 3.x\-\záo^quemdiÍigchatJBSXJSy.üiín o havia dcí]f;gulaij- i¡i far nos favores, que aquelles m im os,que concfdco acs curros per privilegio,nao os havia de cocedor a Jt;áo por i/ccao.aquel Ies favores, que concedeo a ]oao por i¡en<^ao, nao os havia de per mitiir aos oiuros por privilegio.Defta íorte fe houve Chris- to com o Evangelifta,&dcfta forte íc houve Chrifto com V icc- ten a ícgunda Traslada^ao de fcus oífos, & sfílm com o fora offender Chrifto ao feu amor,igualar a Jo a o Cí m os dcmais , a flim íeria c ffcn^ajgualar a Vicente com Jofeph, S e a joí'cph p e rm itr io o fav o r ,d e q u eh u n ia ovclha deíccbriíTc no Egypto as fuasCinz^s,para íingulariíar a V icéte nos exrremos^permirra que hnm Ci.;rvo no A lgarve o manifcfte, porque afíim fica V i ­ccnte fingular em os favores,nam admittindo com panhia em oscxccftbs.

P o iè m e u v e jo q u e o s l id o s em a eícriítura me fazcis con ­tra

¡tim o v . t

I (5 ^ Serrm o da Trasladacaó tr¿i efta doutrtna hum argumento, que nao pode ter boa repof- ta. Se Deos nao quiz que a o v e lh a foffe da Trashd^C^o de S. Vicente o inftrumcato, porque a Jofeph.ni fus TrusU da- c iórlnha concedido cftc favor; tamben:i clic fez o nncfmo be­neficio a Elias em o deierto , quc hoje fez a Vicente em o A l- garvc, porque a Elias fcrviraó os corvos em o deferro, corvi

5. Rgjum quoque d f f i r ik m etpumm. Se a Vicente o ic rv ira ó os corvos cap.iT.v j-jQ Algatve, logo nao ficou Vicente na T rasladacaó fingular

cii3 o i favores, pois ficou igual có Elias em os naimo.s;& fe ihe perm ittio as fcmclhancas coin E lias , porque Ihe naó pern:iit- tio as igualdades con:i Joíeph? Refpondo, he verdade que a E l i ­as, (Se a V icínte ferviram os corvos,m as a Vicente terviraó-no com hu:na fingularidadc, cona que nara íerviraó a Elias : porq a Elias m íniftravaó-lheofuftento, corvi quoque deferebam nem, & a Vicente moftravaó-lhe aos homens a íepuhura .para

tiaJ!bÍ7 ~ trasUdarera as deliqui as,¿»i//«« corvorum [acelli veftigia in» venerunt^ & com o fc divcrfificaraó os corvos no miniílerio, ainda ficaraó fingulares em os favo res ;& com o os finv do íervi- C o foráotam d iv e r fo s por i f fo a in d i que a ambos,os corvos miniílranfem,ficou Vicente fingular em a T ra s la d a c a ó ; mas daqui naíce ella bem curiofa queftaó; Se aonde fe moftrariaó os corvos maiscxfrcmofosíminiftrando a Elias em o deferto o feii íuftento,ou guu d and o d cV icen te no A lgarve o feu fcpulchro5

D ig o q u c p u a com Vicente, & naó para com Elias : porque os corvos a E lias,ídm iniñrando-lhe o íuftento perpétuavaó- Ihe a vida em o deierto, & a Vicente os corvos guardando-Ihe noAlgacve a fepultura.cterm fiváo-lhe a m em oria em o fepul­chro, porqa.:,de que fe alli confer^fava enterrado de S. Vicente o feu cocpoj'ó m aiTiÍecia dos co'-vos fe fandava a vcrdade de alli eft u e m os íeus o(To /<??w probationem adá ideru n íji corvi iU Ik .ip^itrerent. E mais voíTo amate he qué vos eternifa a m em o­ria D a fcpuUura, do q qué vos perpetua a vida na aíTiftencia,

O amor da M jgd akn a canoniza(e por grande na efcrittura , porque le^UQJo as approvacoes de Chrifto , fe avalia pelo m a­yor amor,da Magdalena o fcu exctemo. V ilcx it multum^ & po-

is

is ptibíjca-fc na efcrittura o amor da Magdalena por cxceíTivc>& o de Pedro porque nao feria para Chriíto extrcmofc? nao ¿ í ¿*.7. fehade fa llar no am or de Pedro, & nao h ade e fqueceroa- 7* m o rd a Magdalena? hum hade íer am or gran d e , 5c outre nao ha de fer excefílvorfe a Magdalena deu c íeqijjto a Chrifto,Pe­dro pelo feguir naô deixou barcos^ & redes pelo acompar.hat? he certo quefí, porque tudocófta da efcrittura com toda a cla- refa:pois logo em que delinquió o am or de Pedro, para naô tee da eferitturaefta approvsçaô? & em q fe cm prcg o u o d a M ag- d iienapara tee da efcrittura cfte abono ? N o r a y , o empenho de Pedro no m ayor a¿to em que prorrompeo o feu a m o r , foi q contandolhe C h riftoa fua morte, Ihe deíejou perpetuara v i ­da. & a Magdalena,vendo que os homes quc- r iaó na íepultura defterrar de feu meftre a fua lembrâça , cho- rou muitas lagrimas, diz Santo Auguftinho, para Ihe eternífac a Chrifto a fua memoria em o feu fepulchro. memoria tá* t im a g iflr im n rentAnebat^h&lxccx'i eo am o rd eP ed ro tevepor fim etcrnifar emChrifto a vida?5co daMagdalena teve por fim per- petuarlhe amemoria na íepulturaf pois canonize«fe por grande efte exccflb ,&naó íe publique por cxceífivo aquelle extremofo, naô ame mais Pedro, ame mais a Magdalena: porque nao ama tato oqu eetern ifa a v id a ,c o m o o q u e perpetua nafepultura a lembrança: fiquem logo menos cxccffivos no deferto os cor­vos para com Elias na aífiñencia, & fiquem mais extremofos para com Vicente os corvos na T raslad açaô : porq mais am a­tes forao para Viceré nafepuUüra em o guardar,doqpara có Eli as em o deferto em Ihe afíiftir ; & moftra Vicente també o quá- to os am a, que apartando*fe do lugar, em que no A ’garve tan­tos annos aíTiftÍra,fó nao fe atreva a deixar os corvos de que fe acom panhara : porque defenterrado o íeu cc rp o ,5c recolhidas no navio as fuas Reliquias, dous corvos hum na popa, & o u tro na proa com a fuavidadedas fuas v o fcs ,5c c o m o tflrondo das fuas afas, foraó os primeiros, que celebrara© fua T rasladaçaô gloriofa , (ervindo para nos a íua armonia de doce clarim,para celebrar a noífa dita, ÔC de triftcs finaes, para o A lgarve chorar a íua perda. G Q q u â -

i 8 Serm n o da T ra sL u la ca o ,’ O h quanto feria cntaò para ver as dcmonftracoes do ien» tìmento, que faria aqueìle Prom ontorio Sagrado, quando v io qu eá fua companhia fe Ihe tiravaó a s R e l iq u ia s , q dcpofitara tantos annosi os eccos do m a r , que rebatcndo a íua furia em os penhaícos retumba vaó em os montes,pareceriam vozes, c5 qae publicando a fua pena ,repetiam a fua amorofa qucix^! as agoas 5 que quebradas na praya corriaóoucra vez para o m ar, donJe vieraó,pareciaó lagrimas, com q u ech oravaó a fua per­da, convertendo em olhos as fuas areas , paraque explicando atuam agoa,en carcce írem afu a pena 5 as ondas fe qiiebravao naprayadefentidas, poisdcraó amorofa hofpedajem a quem Ihcs roubou hum thefouro de tanto prc^o, dc ix ldo pobre a hu P ro m ó to r io taó r ico j as meímasondas K 'vantandofee ò o na-

■ v io , ou o queriam prender para Ihe naó fu g ir , ou promettiao aos navegares todo o ouro de fuas areas pela poíTe de fuas R e ­liquias, & deitando correntes ao baxel.o detinham, para lifon« ja de íua laudadej as nuvens, que guiadas do vente vinhaó da meíma parte,que elles deixavaó, parece q ueerao correos que o Promontorio mandava da íua pena, & proprios da fua lafli- m a jise fcu m asq u e hiam correndo contra o curfo do navio fe fica vaó atra z delle, com o p^ra le v a rá terra repoíla de q quáto o A lgarve fcntia a lúa falia, tanto os navegantes íe a l^ r a v a m pela fua poíTcj ló o s corvos foraó as prendas, que do A lgarve trouxecófígo para fanta Juíta S. Vicenrejmas íe os corvos erao os que no A lgarve perpctuavaó a fua kmbraiica,eftcindo o feu corpo para nos roralníente perdido, porque as íuas Reliquias cftavaó para nos ignoradas, configo 05 rrouxe para L isboa S.- Vícenrcjtcndo nelles o iníirun'cnto de fenaó perder,pois fo raó os corvos o motiuode fe trasladar;& fe íe naó pode deípois da morte trasladar do amoi para o odio,para fenáó perder,foube- iepara íenaó perder deípois da m o rte ,p ira S^nta juOa trasla­dar. ^ ía m a tjfe rd e f,q u ió d itcK fio d iíjn o lt am are,neperdas.

3

A ferceir3,& u l t im a T r a s la d a ^ a o ,q u e C h r i í t o nos encul- ca no Evágclho para ex^cutarmos na notla vida,he tra s-

U d ac

" deSaoV'icente, i pladarm onos do fequito do M u d o para o feu fequito.Havem os de trocar os ícquicos,para obfervarmos pontualméceo prccei- to das traslada^oes : porque de feguir ao mundo nos havem os de trasladar para feguir a Chrifto; & qual fei à o m otivo porq Chrifto pretéde da noífa vida efta terceira traslads^aoinao ne- ceflltamos para o fa b c r , nem de P ad re , que o diga , né de ex- pofitor ,q u eo dcc iare : porque C h rifto no mefmo Evangtlho o expreíTa. Honorificabit eum Pater meus. Hade-fe trasladar o Varaó ApoftoUco do Mundo para m im , para fe engradecer, & para fc honrar ; & fc efta he a caufa porque Chrifto nos m í ­da trasladar terceira vez no M undo, cfte foy o m otivo porque fe trasladou S. Vieem e terceira vez deípois da morte.

C h e g o u a L isb oa aquelleditoío baxel ,q u e íe r n i r ao O ri­ente trafía do A lgarve para Portugal o meihor thefou ro , Un* ^ado ferro, fafendo-fe os Soldados Atlante do mclhot C e o , apadrinhandoíe do filcncio da noite,o puferaó em S Juftajdefte templo fez para efta S. Sé S .V icé te a fuá terceira T raslad acaó ; Scfelerdes com coriofidade a lenda dcfte dia,achareis^q o m o ­tivo , porque S. Vicente de S. Jufta fc trasladou para efta S. Sé fo y a mayor honra,com queeftiveffe O rtaefiáijft:ntiononfAr~ WA ubi cor-fus martyris honorificetiui collocareíur o honont*

ficentÍHí da trasladacaó com o concorda com o honortficahit do Evangelho. A terceira T raílad acao ,d a vida diz S. Vicente niá- da aChnftofá íer,paraq por ella logre o V aráoA p ofto lico o lu­gar da mayor honra. XJbi ego fum illtc m intjier meuí^hono» rificdbtt eum : Pois eu já que nao poíTo fazer efta terccira Tras»- lada^ao defpois da morte,eu Ihe tomarei o m otivo,dado ahon ra do lugar de minhas C inzas por cauía para arerceiraTí a^la- daqáo de meus o ífos .l7¿¿ corpus honorificentiw collocaretur he muito para repararas grand'.’ s diligencias, q S. Vicente fez deípois d a 'motte pela honrada fepulrura, que h ;via de ter na íua terceira Trasladacaó: ja trasladádoíe de Valeva para o A l - garv f; do A lgarve para S. Jufta: d e S ]ufti para efta S Sé ; tudo delxou S .V jcére á patria, os bcns,a vida,mas a honra da lepul- tura ü lo a quiz deixar, ou por obeJccer aiada defpois da aior-

C z- te

2 O Sérm ao d a Trcísladcícaote á T rasladaçaô do Evangelho mandada na v id a , ou porque

z. 'Regum tudo fe pode dcixar, mas a honra da fepultura nao íe pode per- 1 7 . V. dzï^Vbihonorificentius corpus martyris collooAretur,

T e v e Achitofeldefgoílos com A b [a U 5 ,por nao tomar o feu confelho^ & a trevcndo-fe a dcixar as honras de v a l id o , & as conveniencias da corte, & a perder a propria vida nas maos da morte, fó nao quiz deixar afu \ patria, porque adverte o texto, que fe partira para a íua terra, A hiit in C ivitatem fuam\ Pois hQ h om em já taó refoluto a fazer do M undo tao pouco ca fo ,q u e defprefaos P a lac ios , q deixa os valimcntos ,q d e fp re ía a mef- ma vida, com o n a ó d i ix i a fua patria ? íc vay cô re fo lu çaô de m orrer,com o naô morrerÁ fora da íua terra ? S* fe determina a elle fer o verdugo da fua vida , que mais tenti o tnorrer na fua

Chulea- ’ ou fora da fua patria? A.bulenfc o dÍíTe. m luit caré^ Jfh ic . ve honirefe^ulchri^Sx. h ecou ía ta ó grade a honra de hua fepuU

tura,que rendo Achitòfel valor para perder a vida,para del^pre- far o governo, fó fe nao atreveo dcixar defpois da morte a ho­ra da fepultura- Nolm t carere honore fepulchri: l í lo fez A c h itò ­fel pela honra do fe p u lch ro ,& ifto fez S. Vicente pela honra da fepultura, que haviaó de ter os feus oíTos na terceira T ras- Jadacaó defpois da fu j morte: mas com eíla differenca,q A ch i­tòfel bufcou os feus naruraes, paraque as fuas C inzas tiveflern defpois da morte honrado tum ulo, & S. Vicente deixou acó * panhia de S, ]u ( la , q era haa Santa, nao fó da fua patria , mas tambem do íeu m efm o fangue,fó oaraque fe Ihe lavraíTe a feus oíTos o o b e l i fc o da mayor hón.U hihonorificentiusalU caretur. M as íe S juña tevcaprimeira poíTe das Reliquias de S, Vicente, co m o permitte o S. a T rasladaçaô das fuas Cinzas para eíla S. ca fa ,offendendo a iuft ca da primeira poíTe d o feu corpo? Se achou em S. juíia a primeira hofped3)em ,com o paga com húa trasladaçaô o darlhe S. Juila a fua cafa para terem as lúas C in ­zas o melhor d^poíito ? & fe S.Vicente ha de bufcar efta cafa, paraque aceita de S Juila © feu T e m p io ?& fe ha de deixar ofeu Tem plo,paraque vai S. Vicente a primeira v e z , que vem para J-isboa, para íua caía? Direi, S. Vicente era Kvuito .difcreto,5c

era.

de Sao Vicente, ~ o. l€ra S. Vicente muito p o lí t ic o , & a l úa difcri^ao, & a fua poli­tica o obrigaraó a que a c a í a d c S . ju fta fo ííe a pritreira , a on­de eniraüc.mas que nella fe nao detiveííe;a íua politica, & aíua cortcfia o obrigaraó a que a cafa de S Ju í la fcíTe a primcira on­de entrafl'c,porque S.Jufta era Caftelhana,& S. Viccnte Heípa- nholjóc con^oem Portugal era S. Viccnte eftrangeiro, pedia a fua política , & pedia a lúa ccrte fia , que etri caía de huma S. da fua na^aó foffede S. V icé te a íua hoípedaje, com o v if ita ,q hiam fazer os íeus cíTos aquella S.mas pella íua cortefía,&peU la fua politica eftava S. Vicente ob rigad oa trasladarfe dcfta Igreja; porque fendo ncfla cafa a fua morada,era íulpeitofa era Portugal íua afiftcnciajporq confiderada a oppoficaó das duas nacéis Caftelhana ,& Portuguefa, parecía que cm Portugal vi* nh aS . Vicente a fazer mayor o partido de C a íle lU jp o is naó, diz S Vicente, traslademfe os meus o f íb s , porque fe oíer C a í* telhano no fangue me fez buícar eña caía, o fer Portugués cm o so ñ o s me obriga a dcixar efteTem plojosd iasde hofpedsjem m e pede a minha politica , & m e enfina a minha cortcfia , que efteja ncfte T e m p lo , mas a minha cortefia, 6c a minha politica m eem b aig a a aíTiftencia nefta cafa.

Seguindoa efte d ifcurfo temos a S. Vicente Caftelhano , 5c temos a S.Vicente Portugués: Portugués em os oíToSj&Cafte- Ihano no fan g u e , Casftelhano por ob riga^ áo , mas Portugués por affc‘d o , & quem exprimentará o amparo das fuas R e liq u i­as? os Caftelhanosjou os Portugueícs'^ D igoqueaíT im os Por- tuguefes, com o os Caftelhanos 5 mas para o patrocinio have- mos nos de fer preferidos 5 porqués os Caflelhanos faó os íeus naturaes, & os Portuguefes faó os íeus am antes, faó os Cafte- Ihanos os íeus naturaes,pois a h u n s , 6c outroscorrepelas veas o m eírao fangu e , es Portuguefes faó os íeus am antes, pois Ihe fom os defcobrir o corpo, para ter na nofTa com panhia os feus oíTos,&para as R e liq u as ,o primeiro lugar naó tem os na- turaeSyO primeiro lugar tem o s amantes.

A o fepulchro de Chrifto cam inharao os dous difcipulos; P e d r0 i& J o a ó ,& advertindoo tcxto,quc]oàochegaraprim et- *..6.

1 0

2 2 Serm .ío da Trasladacaór o á fepiiltura. Vcnlt prirrms a¿ monumentum y Sexenio d ro fa h io lo g o ]oi6enrrou///ímx//>, P o is jo a ó v tm pritiieiro & fica de fora? Pedro vcm defpois, & entra dentro ? o primeiro lu g ir teai no Pedro? ¿cofegundo lugar para a fepultura temno ]oaó> fi, 5c noray; naquella fepultura eftavaó as Reliquias de. Q \\ú^o Vidit Unteamim fudarium^ quod ftterat ¡tipra caput ejHS. ]oaoera de Chrifto feu parente, mas Pedro era deC hriñ o . o íeu amante. E para as Reliquias náo temo primeiro lugar os amantes naturais, tem o primeiro lugar os amantes, quando muito os natures f i o os fegundos,mas os amantes lao os primeiros, & íe os Portuguefes fáo de Vicente os feus amantes, & os feus naturaes os Caftelhanos,quem du- vida,q foy grande a noífa ventura na Traslada^áo de feus o í- íos, & na t^sferencia de fuas Cinzas,q para eílarem mais hó* radas efcolheráo nefta S Sé a fepulrura.

SÒ o q notava nríta T raslad acáo gloriofa h e , q concoredo, paraellaollluftriífin íio C a b i d o , & o n obilií f im o S e n a d o ,o C ab id o tomou por íua conta a fepultura de S. V icente,& o Se nado na fcfta, que dedica as íuas Reliquias tomou á fuá conta a X ra s la Ja cá o d e íeus oííos;pois hüs Ihe dáo afepultura,& ou» tros Ihe f^zem a Trasladacaó? íim q quando concorre o ll lu f- ■tciíllmo C ab ido,c6 o nobililTimo Senado para a T rasladacaó de hü S ito , ao Cabid^'ì fierteee na fuá Sé dar a ícpuliura a íeus o(Tos,m :s a.>Senadü h c q copete aT raslad acáo defuasCinz'as.

O ran d o íe trasladaráo doEgypto'de jofeph os feus offos,diz o 1 *í;rado texto, que fó Moyfcs Ihe trasladara as íuas Cinzas.

ExoJ .x^^Tidít quoque Moyjes offa, [ofephftcum , N o t a y o í« / / / , mas quár do ihe houverào de dar a íepmtura em Sichem afíirma a diyi-

Jjfits 14. n i eícritaira,qncmuiros o fepulcaráo neíta Cidade Oj^aquoque Jo[eph fspeítcrm tin Stcht^m advcrti n.i fepelierunt'.^oX^iAoyizs úh^‘ do Egypto com hum »-.ivo inteiro , & íó elle f i z a T ras* lad icáoáqii 'H es ofl'«_/íi.2'«/¿> o / a A quando v áo d ar a íépuUura á quelUs C inzas láo mmtos os que lavráo o íepu lchroáquelle corpo? ós que o fe pul tao náo f5o os q u e o trasladáo, & os que

o ttasíadÁo n io fáo us que o fepuUáoSos deSichem o lepultao,m as

de S a o V icen îê . o 5m a s Moyfes he que o traslada: f), Sichem era hua das cidadcs de refugio, que gofava immunidade para os dclinquentes,aon- de m oravam o's Levitas, & S a c e r d o t e s . m munitatem. diz Abulenfe.C idade onde vivem Sacerdotes con) immunida- de para os culpados era figura da Igre)a,&de que ígrcjaí o A bu /« jofu'e lenfe o declara. Eftes Sacerdotes. & Levitas, que afíiftiaó nefta lo-Eí 12. C idade figura da Igreja tinham hum Sacerdote, que era Pontí­fice , que os governava, & elles em difimos tinham as fuas i t - Á ss^Sufcipiehatprim itias,¿rfruÚ m dtcim arum .lgrq^ onde prc- fide huiii Pontífice, & os Sacerdotestem as fuas rendas cm d i­fimos , he Se porque do C ab id o eftas faó as íuas renda«,&pois os Sacerdotes íepulraó as Reliquias de Jofeph , & M oyíes t; as- lad adc Joíeph as fuas Cinzas? fi diz o Abulenfe. Hocnon p erú - nehat ad ornees ^fed eis qui regunt rcmpublicám , ó fc ipublic ¿e c f ' jíctadifponunt N a ô pertencia o trasladar a codos,íenaó a Moy* m Exod. íesjpo-que o transferir aquellas C inza s tocava aos que gover- n av aó a re publica,quem governa a républica he o ncbihfllmo Senadc'5 3ÍTim5 & a l l i ‘trasladando-fe de Jofcph as íuas R e l i ­quias cócorria o liluftrifíimo C ab id o ,& o nobiliíTimoScnado, pois o Senado faca a T rasladaçaô dos o((cs yTulit ojfa ,m a s o C ab id o cié na Sé a fepultura das C in za« , f e p c l ie r u t in Suhcm .

E canto f y donobiliiïrm o Senado oc^upacáo a T raslad a­ça ô gloriofa,que havendo de dar armas á fua C idade,foi a nao das Reliquias de S.Vicente o brafaóda fua grandef3,para pcr- petuarem da T rasladaçaô a fua memoria: Pois fe L isboa ha de ter huá nao por armas, porq Ihe naÓ dará por arrr as o Senado hua nao da IndÍ3,€mprefa q foi dos íeusReyf?H e ara íaó ,a nao da India he hüa nao de riqueías,a nao de S.Vicente he búa nao de R e liq u ias , & com o o Senado fe copócm de Princcpe?, nao fa ç a o cafo dos th e fo u rc s , fa c a ó íó cftim acaodas Reliquiasjq os pequeños d a ó 'íe p o r contenifs ecm 05 theíouros,os Prince- pcí fó fe cüfiderao rico s,quádoícus thefouros faó as Reliquias.

Os Ifraelitas quando íahiraó do E g y p to , d iz o r c x r o , q tra- fiam todo o feu o u ro , 5c toda a fua ^i^tz.Petierunt ah Egjptiis- *í> [a a\gm eá^drm rcá. M as M oyfes í o trouxe configo de jü lcph

»5

2 Sennao da Trastad.i^ao-Eiai U C in z is T d iio jfa fo fep h :^ ?o \s huns t ra z e m a p r a ta , &«5S.* ' outro traz confido de Jofeph as fu is Cinzas? firn que M oyics

era hum Princepe adoptado em filho da Princefa do Egypro, & O S demais, que naó tiveram de M oyfes a ventura ,a prata, & o ouro fv>y a íua riquei'a; de M oyfes, que era hum Princepc, fò O S oiTos de hum S. havia de fcr o fcu thefouro.

O h corno ficou a noiTa Cidade rica com eftas C inzas/ ò co­m o f ico u o noiTo R e in o engrandecido com efles oiTos! fa^a outrcm eleicaò de quaeiquer armas,queLisboa com a nao das Reliquias de S.Viccnte ie contentai porq fó com o feu corpo fc exalta. Meu S Caftelhano no fangue,mas Portugués em os of- foSjfe tato fufpiraites pela noÌTa companhia,para terdes defpois da morte ncita S. Se o mais co»decoroio tu m u lo ; lembrevos ovoiTo Portugal, porquem corrciles tantas térras, para deica- ^arcm nelle as voiTas Cinza?;, procurailhe as fuas melhoras, jà que té nos voiTos oifos o fe u am paro,5ca nós ab r i-n o so so lb o s paraqu e imitando asvoCfa.s virtudes, iigamos todos os voiTospaÌfoSjfaiendoYoscòpanhiano C e o quc vos fo len ifana terrà.

L A U S D E O V I R G I N I Q U E M A R I A

. >•. . <- ‘ jrV • •. • • . m- m ^V - • *• .

s: ’ •

\

\

‘ V* . ft.-' -íi’:;' «l-■f?±

• •. -■ • ; , . 1 ^ * " : f ; '■’> • ' •■■ '. \ . ' . 1 '

j .-. f . , .•..i,-«' •;,.;’i'";

'• ■■ I-■' •■■' i. ' ' V-•*' --U - -y •!

I. fiíT:, —f'.M.’ íí: ' . •. v . --'y-' ■ ■

pwft'* 'î /'iÄi 'vn ìv*t r i , i i S f* ; - • ’ ( i r-^^^LfÎM3Ç * " »wiH

■ 5.T:l.ffiTíí-:-

,.i..í«í't'-. ,

¡j5#Ví"'V''l‘ ÍííMirTÍw-í'fSsfp ».i-.r.........

m é w ' -

p!r;^'ï&-ii;S^P Ä Ä

.•■/ÍífSií

A-- •.•.r> '. ; j * . -, : ; -

i''.: A w

;'t

•. ■. V-:¿!'

ÎIH'J kmv-.’-IïTi

;r;:r;-:r,¡;’u:::ruJ;i}H.?H

:;vi

• tfi.««•.••••««• >*,« • •'... .fir-, ï/*v*-* . • .. , , , , . . . ' 4- ' J,, . •_ • . , , , . { f ........................ *, ^ Y',* .f»: •i'.*»'*^ » .V ^« . ,|.r^ *1» »‘-«I't.?.► •'* ■ , :V k . ;• • i . . : v-r

. • J*.’ . -ii • .'«-•• * ^ .............. , W**.H V»?- ),*T*4i»''

fs-

. -; . M-

. n r<>«>

* » » » » — • . . . . ,.

r-ri’ îf Riî•T j »-

‘>tv

4«l^«

• J3fc -b''

9 -7 '' * • * / '■ * ' > »<r, ** ,

riiiiisar

* Á : ■ ' ■;.

W\*