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I JORNADA INTEGRADA: CULTURA EMPRESARIAL Prof. Me. Eduardo Hoffmann MINI-CURSO: PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NA ESFERA CÍVEL

I JORNADA INTEGRADA: CULTURA EMPRESARIAL - Professor ... · próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos ... a pretensão de cobrança de dívidas líquidas

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I JORNADA INTEGRADA:

CULTURA EMPRESARIAL

Prof. Me. Eduardo Hoffmann

MINI-CURSO: PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NA

ESFERA CÍVEL

1ª QUESTÃO

O que é a prescrição e a decadência?

PRELÚDIO

A prescrição e a

decadência integram o

direito material, pois que

são formas de extinção do

direito OBJETIVO ou

SUBJETIVO (pretensão).

2ª QUESTÃO

Quando se pode falar ...

... em prescrição ...

... ou decadência?

HISTORICAMENTE

• Prescrição atingia diretamente a ação e por via oblíqua faziadesaparecer o direito por ela tutelado;

• Decadência, ao inverso, atingia diretamente o direito e por viaoblíqua, ou reflexa, extinguiria a ação.

CC/16

• É de decadência o prazo estabelecido, pela lei ou pelavontade unilateral ou bilateral, quando prefixado ao exercíciodo direito pelo seu titular.

• Será de prescrição quando fixado, não para o exercício dodireito, mas para o exercício da ação que o protege.

Câmara Leal

• Optou pelo critério legal

• A lei fixa o que é prazo prescricional e decadencial

• CC/02, art. 205 e 206: prazo prescricional CC/02

ATINGE DIRETAMENTE

ATINGE INDIRETAMENTE

ATINGE DIRETAMENTE

ATINGE INDIRETAMENTE

PRESCRIÇÃO

PRETENSÃO

DIREITOMATERIAL

DECADÊNCIADIREITOMATERIAL

PRETENSÃO

DIFERENÇA

Prescrição

Decorre da lei

Suspende e interrompe

É renunciável

Está contida nos arts. 205 e 206 do CC/02

Decadência

Decorre da lei ou da vontade das partes

Não suspende ou interrompe

Não é renunciável, exceto a convencional

Espalhada pelo CC/02

3ª QUESTÃO

Que é a

prescrição?

3ª QUESTÃO

A prescrição caracteriza-se pela perda:

a) do direito material subjetivo.

b) do direito de ação.

c) da pretensão.

d) da execução do direito.

PRETENSÃO

CC/16

• Prescreve à ação ou prescrevem as ações (CC/16, 177/178)

CDC/90

• Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados (CDC, 27)

CC/02

• Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. (CC/02, 189)

4ª QUESTÃO

Mas, que é a

pretensão?

PRETENSÃO

Dita o art. 189 do CC/02:

Violado o direito, nasce para

o titular a pretensão, a qual se

extingue, pela prescrição, nos

prazos a que aludem os arts.

205 e 206.

Que pela

macia e

cheirosa!

Isso é por ter

me deixado

sozinho

ontem!

Caso típico: acidente de trânsito

Violação do direito!

Art. 206. Prescreve:

§ 1o Em um ano:

I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no

próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; (...)

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da

data em que se vencerem.

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; (...)

V - a pretensão de reparação civil; (...)

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento,

ressalvadas as disposições de lei especial; (...)

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da

aprovação das contas.

§ 5o Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou

particular; (...)

REQUISITOS

Prescrição

Pretensão

InérciaDecurso do prazo

FORMAS DA PRESCRIÇÃO

Prescrição

Extintiva

Pretensão

CC/02, art. 189

Aquisitiva

Usucapião

CC/02, art. 1.238

Contagem do prazo

O lapso de tempo é contado por dias e não por hora.

Prevalece o princípio de que exclui o dia do começo e

inclui o do vencimento.

Quando o prazo é contado por ano, aplica-se o disposto

no art. 1º da Lei nº 810/49, ou seja, os doze meses do

ano se contam do dia do inicio ao dia e mês

correspondentes do ano seguinte.

Por disposição do artigo 2º da Lei nº 810/49, o mês se

conta de determinada data a igual data do mês

subseqüente, assim, o mês pode ter prazo maior ou menor

que 30 dias.

Todos esses prazos de dia, meses e anos terminam na

meia-noite do dies ad quem.

5ª QUESTÃO

João dos Santos é citado em 12.06.2012,

em uma execução de título extrajudicial

apresentada por Francisco da Silva.

O título executivo que embasa a

execução é um cheque emitido por João

dos Santos em 09.05.2010 e levado a

compensação em 12.10.2010, e que foi

estornado com carimbos ‘11’ e ‘12’ (sem

fundos).

A execução foi proposta em 01.06.2012.

5.1 Questão

Em vista do caso acima,

poderia o Juiz decretar

de ofício a prescrição da

pretensão da execução?

5.2 Questão

João dos Santos, poderia comparecer

no processo, via embargos do

devedor e, renunciar à prescrição?

Isto é, poderia ele se manifestar no

sentido de querer discutir a origem

do título ou eventual pagamento

realizado ao credor?

Decretação de ofício da

prescrição

Lei nº 11.280, de 26 de fevereiro de 2006

(...)

Art. 3o O art. 219 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 219. (...)

§ 5o O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição”.

(...)

Art. 11. Fica revogado o art. 194 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil.

Da renúncia à prescrição

CC/02, art. 191, fixa:

A renúncia da prescrição pode ser

expressa ou tácita, e só valerá, sendo

feita, sem prejuízo de terceiro, depois

que a prescrição se consumar; tácita

é a renúncia quando se presume de

fatos do interessado, incompatíveis com

a prescrição.

Portanto, como compatibilizar a

com a ?

Autos nº 001/2012

Diante do fato de que a presente execução foi propostaapenas em 01.06.2012, isto é, em prazo bem superior àqueledescrito no art. 59 da Lei nº 7.357/85 e, em consideração aodisposto no art. 191 do CC/02, faculto ao Executado, emquerendo, manifeste-se acerca da renúncia à prescrição.

Por outro lado, sem qualquer manifestação, tornem osautos conclusos para decretação da prescrição.

Cascavel, 13 de junho de 2012.

Antonio de Souza Silva

Juiz de Direito

6ª Questão

Koita do Santo foi vitima de acidente detrânsito em . Sendo que em

, apresentou ação de indenizaçãopor danos morais em face de FranciscoPereira. Após a apresentação da competentedefesa e instrução do processo foi prolatadasentença de total procedência. FranciscoPereira resolve então apelar, quando então sedá conta que a pretensão de Koita do Santoestaria prescrita.

6.1 Questão

Em que momento

se pode alegar a

prescrição?

6.2 Questão

Há alguma consequência

para quem não alega no

momento oportuno?

Aliás, qual é o momento

oportuno?

CC/02, art. 193

CPC/73, art. 22

A qualquer momento pode

ser alegada e responderá o omisso, pela

delonga!

7ª Questão

Há algo

imprescritível?

Direitos da personalidade

Integridade física

Integridade intelectual

Integridade moral

Integridade do meio

ambiente

DIREITOS DA PERSONALIDADE

BENS PÚBLICOS

Coisa pública

CF/88, art. 191,

parágrafo único

CC/02, art. 102

Dec.-Lei nº

9.760/46, art. 200

DIREITOS FACULTATIVOS

OUTRAS

• CPC/73, art. 4º: O interesse do autor podelimitar-se à declaração: I - da existência ou dainexistência de relação jurídica;

Ações declaratórias

• CC/02, art. 627: Pelo contrato de depósitorecebe o depositário um objeto móvel, paraguardar, até que o depositante o reclame.

Reaver bens

• CC/02, art. 1.167: Cabe ao prejudicado, aqualquer tempo, ação para anular a inscriçãodo nome empresarial feita com violação da leiou do contrato.

Nome empresarial

anulação

8ª QUESTÃO

Por algum motivo o prazo

prescricional pode parar

ou mesmo não iniciar?

Impedimento

Suspensão Interrupção

IMPEDIMENTO

Marido causa

dano à esposa

em 01.02.2008

Ocorre o divórcio

em 28.05.2010

Início do prazo

prescricional é

em 29.05.2010

Prazo final para

propositura da ação de

reparação de danos é

em 29.05.2013

Art. 197. Não corre a

prescrição: I - entre

os cônjuges, na

constância da

sociedade conjugal;

Caso simples

Joãozinho é nascido em

13.06.1998, diante de tal

condição análise as situações

a seguir apontando a data em

que ocorrerá a prescrição de

cada pretensão.

Caso simples

Joãozinho

jogando bola

com seus

amigos, em local

inapropriado,

acaba por

acertar com a

bola uma BMW

X6 e lhe causa

grande dano!

Caso simples

De imediato o proprietário do

veículo além de proferir várias

ofensas contra Joãozinho o

ofende fisicamente, lhe causando

várias escoriações, tal como,

costelas e dentes quebrados e

arranhões.

Caso simples

Portanto temos agora, duas pretensões:

1. De Joãozinho contra o proprietário do

veículo pelos danos causados à sua

integridade física.

2. A do proprietário contra Joãozinho

pelos danos causados ao veículo.

Questiona-se, quando estarão prescritas?

Caso simples

Joãozinho poderá propor ação até:

13.06.2014, quando terá 16 anos;

13.06.2015, quando terá 17 anos.

13.06.2016, quando terá 18 anos;

13.06.2017, quando terá 19 anos;

13.06.2018, quando terá 20 anos;

13.06.2019, quando terá 21 anos.

Caso simples

O proprietário pode propor até:

13.06.2014, quando terá 16 anos;

13.06.2015, quando terá 17 anos;

13.06.2016, quando terá 18 anos;

13.06.2017, quando terá 19 anos;

13.06.2018, quando terá 20 anos;

13.06.2019, quando terá 21 anos.

Caso simples

Por quê?

Suspensão do prazo

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes

de que trata o art. 3o;II - contra os ausentes do País em serviço público da

União, dos Estados ou dos Municípios;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças

Armadas, em tempo de guerra.

Suspensão do prazo

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer

pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de

dezesseis anos;II - os que, por enfermidade ou deficiência mental,

não tiverem o necessário discernimento para a

prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não

puderem exprimir sua vontade.

9ª QUESTÃO

Ticio Azar Ado sofreu acidente de trânsito em13.06.2008. Devido as sequelas, ficouhospitalizado em coma por 06 meses e mais 16meses em casa, sem qualquer comunicação,momento em que se recuperou plenamente.

Assim é que em 10.03.2011, notificouextrajudicialmente o causador do acidente,Senhor Mévio de que deveria pagar por todas asdespesas médico-hospitalares, no valor total deR$ 458.569,35 mais indenização por danos moralno valor de R$ 622.000,00.

Interrupção da prescrição

Na data de hoje, Tício Azar Ado lhe consultapara que apresente a competente ação deindenização, pois que Mévio não realizouqualquer pagamento.

Eis então a questão: está prescritaa pretensão indenizatóriade Tício em face deMévio?

Interrupção da prescrição

Interrupção da prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderáocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar acitação, se o interessado a promover no prazo e na forma da leiprocessual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo deinventário ou em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, queimporte reconhecimento do direito pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr dadata do ato que a interrompeu, ou do último ato do processopara a interromper.

Prazo de 03

anos Prazo de 03

anos

Quando há

interrupção,

reinicia-se novo

prazo!

Data do evento

13.06.2008 Causa

interruptiva da

prescrição!

Interrupção da prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderáocorrer uma vez, dar-se-á:

I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar acitação, se o interessado a promover no prazo e na forma da leiprocessual;

II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;

III - por protesto cambial;

IV - pela apresentação do título de crédito em juízo deinventário ou em concurso de credores;

V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, queimporte reconhecimento do direito pelo devedor.

Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr dadata do ato que a interrompeu, ou do último ato do processopara a interromper.

10ª QUESTÃO

Em 05.08.2007, João da Silva foi vítima de

acidente de trânsito, sendo que em 05.08.2010,

apresentou ação de indenização na Comarca de

Cascavel em face do causador do dano, que foi

devidamente citado em 16.08.2010, sendo o

mandado juntado nesta mesma data.

Em sua defesa, alegou da ocorrência da

prescrição da pretensão de ressarcimento.

Quando da sentença, o magistrado reconheceu

estar prescrita a pretensão de João da Silva.

10ª Questão

Diante de tal situação é

que se questiona se

está correta a

sentença?

05.08.2007

Data do

acidente

05.08.2007

Data da

propositura

19.08.2007

Data da citação

e juntadaPrazo superior à 03 anos

10ª Questão

Prazo superior à 03 anos05.08.2007

Data do

acidente

19.08.2007

Data da citação

e juntada

05.08.2007

Data da

propositura

CPC/73, art. 263: Considera-se proposta a

ação, tanto que a petição inicial seja

despachada pelo juiz, ou simplesmente

distribuída, onde houver mais de uma vara.

A propositura da ação, todavia, só produz,

quanto ao réu, os efeitos mencionados no

art. 219 depois que for validamente citado.

DECADÊNCIA

EXPLICATIVO NECESSÁRIO

Decadência é a perda do direito potestativo pela inércia do seu

titular no período determinado em lei.

Seu objeto são os direitos que conferem ao respectivo titular o

poder de incluir ou determinar mudanças na esfera jurídica de

outrem, por ato unilateral, sem que haja dever correspondente,

apenas uma sujeição.

Na decadência, que é instituto de direito material, há a perda de

um direito previsto em lei.

O legislador estabelece que certo ato terá que ser exercido dentro

de um determinado tempo, fora do qual ele não poderá mais

efetivar-se porque dele decaiu o seu titular.

EXEMPLOS

Art. 178. É de quatro anos o prazo de

decadência para pleitear-se a anulação do

negócio jurídico, contado:

I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II - no de erro, dolo, fraude contra credores,

estado de perigo ou lesão, do dia em que se

realizou o negócio jurídico;

III - no de atos de incapazes, do dia em que

cessar a incapacidade.

EXPLICATIVO NECESSÁRIO

Em princípio, os prazos decadenciais são fatais eperemptórios, pois não suspendem, nem seinterrompem, nesse sentido:

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não seaplicam à decadência as normas que ,

ou .

Por sua vez, reza o artigo 208:Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts.195 e 198, inciso I.

11ª QUESTÃO

Mario é pai de Antonio, Carlos e Antonia.

Antonio conta com 21 anos de idade;

Carlos tem 17 anos de idade, e;

Antonia tem 10 anos de idade.

Na data de hoje, Mario sem o consentimento

da esposa ou autorização judicial estabelece

uma compra e venda de uma vasta área de

terras, entre ele e seu filho Antonio.

Como é do conhecimento de todos, dita o art. 496 do CC/02 que é

anulável a venda de ascendente

a descendente, salvo se os

outros descendentes e o cônjuge do

alienante expressamente houverem

consentido.

Por sua vez, fixa o parágrafo único que em ambos os casos, dispensa-se o

consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação

obrigatória.

Portanto, qual é o prazo decadencial que

Carlos e Antonia possuem para

pleitearem a anulação do negócio?

CC/02, art. 179: Quando a lei

dispuser que determinado ato é

anulável, sem estabelecer prazo

para pleitear-se a anulação, será

este de dois anos, a

contar da data da conclusão do

ato.

Portanto,

quais são as

respostas?

Para Carlos o prazo até que ele

complete 19 anos, pois que, 02 após

a realização do ato.

Para Antonia (10 anos) tem o prazo

de 08 anos para pedir a anulação.

Por sua vez, reza o art. 208:Art. 208. Aplica-se à decadência o dispostonos arts. 195 e 198, inciso I.

E, o art. 198, fixa:

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;

É o fim!

OBRIGADO! Me. Eduardo Hoffmann

[email protected]

http://professorhoffmann.wordpress.com