44
Mensal - Distribuição gratuita com o jornal “Público” Encarte comercial da responsabilidade de Páginautêntica - Publicações, Lda e não pode ser vendido separadamente Edição n.º 43 AGOSTO 2017 IDANHA-A-NOVA Um Município de referência no mundo rural AUTARQUIAS DE EXCELÊNCIA PORTUGAL CONTINENTAL PARTE III ESPECIAL MADEIRA | ESPECIAL AÇORES

IDANHA-A-NOVA - empresasmais

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

Men

sal -

Dis

tribu

ição

gra

tuita

com

o jo

rnal

“Púb

lico”

Enc

arte

com

erci

al d

a re

spon

sabi

lidad

e de

Pág

inau

tênt

ica

- Pub

licaç

ões,

Lda

e n

ão p

ode

ser v

endi

do s

epar

adam

ente

Edição n.º 43 AGOSTO 2017

IDANHA-A-NOVAUm Município de referência

no mundo rural

AUTARQUIAS DE EXCELÊNCIAPORTUGAL CONTINENTAL PARTE IIIESPECIAL MADEIRA | ESPECIAL AÇORES

Page 2: IDANHA-A-NOVA - empresasmais
Page 3: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Idanha-a-Nova, o quarto município de maior extensão em Portugal, com aproxi-madamente 1500 quilómetros quadra-dos, é dos destinos rurais mais apetecí-veis do território lusitano. É um território UNESCO que se caracteriza por um inex-cedível património natural e cultural, pe-la biodiversidade das suas paisagens e pela promoção de valores ecológicos: aqui ficam localizadas algumas das maiores áreas de produção biológica e biodinâmica do país. Armindo Jacinto é o presidente da câma-ra municipal, e assume-se como adepto da valorização dos recursos naturais e da economia verde. Olha para o mundo rural como um espaço de oportunidade, onde é possível conciliar o bem-estar e a proxi-midade da natureza com o empreende-dorismo, a inovação e o profissionalismo.Foi o escolhido para dar continuidade, e

reforçar, o trabalho meritório do anterior executivo. “O anterior executivo teve um papel importante ao deixar um conjunto de boas estruturas no que diz respeito à água, à eletricidade, às acessibilidades, com um ótimo trabalho também em áreas como a cultura, o social e a educa-ção”, revela Armindo Jacinto.Atualmente, um dos principais desafios é contrariar o despovoamento que afeta há décadas o interior português. O autarca defende, neste sentido, que o desenvolvi-mento harmonioso do país tem de ser um desígnio nacional. De forma a contrariar os fenómenos de despovoamento, o exe-cutivo camarário lançou, em 2015, o pro-jeto Recomeçar, uma estratégia inovado-ra para promover a melhoria das condi-ções de vida no município e atrair talento e investimento para Idanha-a-Nova.

Recomeçar em IdanhaO projeto Recomeçar desdobra-se em quatro pilares: Idanha Green Valley, um pilar ligado ao conhecimento e inovação na ruralidade; Idanha Experimenta, que dá aos interessados a oportunidade de experimentar a vida rural; Idanha Vive, que oferece condições especiais para quem vive ou pretende viver neste territó-rio; e Idanha Made In, que apoia e promo-ve todos os produtos de Idanha-a-Nova.Para Armindo Jacinto, o projeto “visa em

primeiro lugar valorizar as ideias e inicia-tivas dos idanhenses, que são aqueles que cá vivem ou que têm uma ligação permanente ou frequente ao concelho. Depois, existem os que denominamos de ‘novos idanhenses’, que vão desde jovens até aposentados que desafiamos a olhar para Idanha como um espaço para recomeçar”. A estratégia foi construída a partir de es-tudos elaborados junto dos agentes cul-turais, económicos, sociais, religiosos e políticos da região. Estão envolvidos mais de 300 projetos, com cerca de 1000 pessoas, com o apoio da câmara municipal e de vários colaboradores in-teressados no crescimento sustentável de Idanha-a-Nova, quer a nível económi-co, quer a nível social e cultural. O Recomeçar tem fomentado o investi-mento privado, o empreendedorismo, o desenvolvimento sustentável e a inova-

ção tecnológica. Muitas das iniciativas estão centradas em princípios de eco-nomia verde e, todas elas, respeitam a biodiversidade, a geodiversidade e os espaços naturais.“Fazemos parte de uma Reserva da Bios-fera da UNESCO – o Tejo Internacional – e foi no concelho de Idanha que nasceu o Geopark Naturtejo, geoparque mundial da UNESCO. Assumimo-nos como um concelho mais biológico, mais ligado à natureza e, portanto, as nossas ativida-des, incluindo as de cariz económico, ge-ram-se à volta desta nossa relação com os espaços verdes”, reforça Armindo Ja-cinto. O setor primário é, precisamente, umas das áreas em que Idanha-a-Nova se especializa, afirmando-se como um dos concelhos do país com maior área de produção biológica, desde a produção de horticultura, fruticultura, azeite, pão, queijo, entre outros produtos.

A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova é uma das autarquias com menor valor de endividamento, apostando sobretudo na qualidade de vida dos seus munícipes. Em Portugal é a única Cidade Criativa

da UNESCO na área da música, fruto da forte presença de dinâmicas desta natureza em pleno mundo rural, com apostas ainda na

inovação agrícola, no turismo, no desporto e na educação, áreas que alavancam o crescimento sustentável do concelho. Face à boa

estabilidade financeira, o executivo camarário tem levado a cabo investimentos na coesão económica e social. O plano para os

próximos quatro anos passa por reforçar políticas com provas dadas, investindo no valor da população local e em novos

povoadores e investidores que colaborem na construção de um território de excelência.

Um Município de referência no Mundo Rural

MUNICÍPIO DE IDANHA-A-NOVA

3

Armindo JacintoFestival da Melancia, Ladoeiro

“FAZEMOS PARTE DE UMA RESERVA DA BIOSFERA DA UNESCO – O TEJO INTERNACIONAL – E FOI NO CONCELHO DE IDANHA QUE NASCEU O GEOPARK NATURTEJO, GEOPARQUE MUNDIAL DA UNESCO”

Page 4: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

Indústrias Criativas com ‘selo’ UNESCOA par de setores como a agricultura ou o turismo, a Câmara Municipal de Idanha-a--Nova tem realizado uma aposta forte na área das indústrias criativas, captando vá-rias empresas e projetos inovadores para o concelho e apoiando os talentos locais.A nível nacional, o investimento da au-tarquia foi mesmo premiado em 2015, ano em que a Sociedade Portuguesa de Autores atribuiu a Idanha-a-Nova o Pré-mio de Melhor Programação Cultural Autárquica, “pelo trabalho desenvolvido em prol da cultura, nomeadamente na área da música”.Com efeito, é na música que este muni-cípio se apresenta como referência a ní-vel mundial. Considerada Cidade Criati-va da UNESCO na área da música, Ida-nha-a-Nova é a única presença portu-guesa nesta rede e a única comunidade rural em todo o mundo.Não é por acaso. Idanha-a-Nova tem uma identidade intimamente ligada à música: aposta em infraestruturas, investiga pro-fundamente as suas tradições, acolhe um número raro e diversificado de grupos tradicionais e promove, ao longo do ano,

uma quantidade impressionante de even-tos ligados à música, desde a eletrónica mais moderna aos sons tradicionais, pas-sando pelo registo erudito.Um dos grandes destaques do cartaz musical é o famoso Boom Festival. A ca-da dois anos atrai perto de 40 mil pes-soas oriundas de 160 países. O Eco Fes-tival Salva a Terra, organizado em parce-ria com a Quercus, e o Fora do Lugar, que leva o melhor da música antiga a es-paços ‘inesperados’, os CIMA - Cursos Internacionais de Música Antiga e as re-sidências artísticas do Concerto Ibérico

Orquestra Barroca são outros eventos idanhenses com impacto internacional.Armindo Jacinto refere que “são essen-cialmente atividades que as indústrias criativas têm criado e trazido para o concelho. O desafio é potenciar esses eventos para dinamizar a nossa econo-mia. Queremos que recorram a produ-tos da região, e assim têm feito, e que as empresas da nossa terra obtenham mais-valias destes eventos”.Para já, “o reconhecimento da UNESCO vem mostrar que nos territórios do mun-do rural é possível construir projetos de

prestígio internacional”, diz o autarca. A aposta na cultura é para continuar. Até porque, na terra que tem no tradicional adufe um símbolo maior da sua identi-dade, a música está sempre presente.Em Idanha-a-Nova existem vários espa-ços culturais de excelência, entre os quais o Centro Cultural Raiano, que este ano assinala o seu 20º aniversário. De-senhado pelo arquiteto Luis Marçal Grilo, este espaço é uma referência a ní-vel nacional e internacional.

Apostar na educaçãoA política do atual executivo camarário não consiste apenas em estratégias que visam o desenvolvimento do conce-lho. Há também uma grande preocupa-ção a nível social, com muito trabalho desenvolvido para criar o maior número de apoios e de benefícios para os seus cidadãos.O investimento social teve um grande impacto, sobretudo na educação. “Em Idanha-a-Nova criamos condições no setor da educação. Investimos em cre-ches, no Ensino Primário, no Ensino Bá-sico, Secundário e Superior. Apostamos também na Universidade Sénior, onde temos instalações na sede de concelho e quatro polos nas freguesias. Temos uma política de educação gratuita, em que as crianças têm acesso a transpor-te gratuito até ao 12º ano de escolarida-de. Para além disso têm manuais esco-lares gratuitos no primeiro ciclo. Damos apoio na alimentação, acesso à música, ao ballet, e temos um vasto conjunto de outras ações significativas. Para o Ensi-no Superior, concedemos um apoio com

4

Boom Festival

Monsanto Penha Garcia

“O RECONHECIMENTO DA UNESCO VEM MOSTRAR QUE NOS TERRITÓRIOS DO MUNDO RURAL É POSSÍVEL CONSTRUIR PROJETOS DE PRESTÍGIO INTERNACIONAL”

Page 5: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

o pagamento de 50% do valor das propi-nas. Há toda uma estratégia de apoio às famílias, de apoio à educação, e isto tem-nos permitido crescer em número de alunos”, refere o presidente a propó-sito das medidas tomadas neste setor.No Ensino Superior é obrigatório referir o bom trabalho realizado pela Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, unidade orgânica do Instituto Politécni-co de Castelo Branco. Entre os seus pro-jetos inovadores, destaque para o Mon-santo GeoHotel Escola, um equipamen-to pioneiro e diferenciador que permite aos estudantes colocar em prática os seus conhecimentos. Em Idanha-a-Nova a educação é enca-rada como uma aprendizagem ao longo da vida. Investir numa oferta educativa de qualidade, diferenciadora e inclusiva é fundamental para preparar o futuro do concelho.

Rigor financeiroUm problema que afeta o poder de in-vestimento dos Municípios é o atraso dos fundos comunitários. No entanto,

para a autarquia de Idanha-a-Nova, é ainda assim possível fazer investimen-tos, uma vez que esta autarquia sempre se pautou pelo rigor financeiro.Armindo Jacinto refere que “felizmente, a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova tem uma situação económica e financei-ra estável. Temos um dos índices de en-dividamento mais baixo do país. Temos

tesouraria, estratégia, executamos e pa-gamos o que temos a pagar”, explica.Para o autarca, os fundos comunitários deveriam estar mais ajustados às dife-rentes políticas de desenvolvimento. “To-dos os territórios são diferentes, com es-tratégias e necessidades próprias. Infeliz-mente, os quadros comunitários não se moldam conforme a necessidade especí-

fica de cada território. O ideal seria que os responsáveis tivessem em considera-ção as especificidades das várias regiões do país e adequar, dentro do possível, os programas de apoio”, observa o autarca.

Confiança e otimismoNuma altura em que se fala de descen-tralização de competências e de novas responsabilidades para os Municípios, Armindo Jacinto mostra-se favorável a esse processo. O importante, diz, é que novas responsabilidades venham acom-panhadas de condições para serem cumpridas.Independentemente disso, o presidente da câmara mostra-se preparado para um segundo mandato. “A minha candidatura visa dar continuidade a uma estratégia na qual acredito enquanto autarca. Se for eleito, o meu principal objetivo será moti-var os idanhenses a acreditarem na sua terra, no seu futuro, e a serem eles os agentes da mudança. Quero transmitir confiança e otimismo às empresas, às associações e a todas as pessoas do con-celho”, remata o autarca.

5

Com base nos seguintes programas fazemos de Idanha, cada vez mais, o local ideal para si, para a sua família e para o seu negócio.

Venha recomeçar em Idanha-a-Nova, estamos cá para o ajudar e acompanhar durante todas as fases.

Contacte-nos em: [email protected] www.cm-idanhanova.pt

Termas de Monfortinho

Page 6: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► José Calixto encontra-se agora no cul-minar do seu segundo mandato enquan-to órgão máximo da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz e é nessa quali-dade que, em entrevista ao Empresas+®, dá conta das principais estratégias gover-nativas que têm vindo a ser aplicadas nos últimos oito anos. “Este Município sempre seguiu uma tendência de proxi-midade para com as suas populações. Sempre existiram políticas sociais de pro-ximidade muito fortes e os investimentos em estruturas básicas foram assertivos. É nessa medida que o valor do endivida-mento considerava-se bastante elevado na altura em que o atual executivo cama-rário assumiu as suas funções, embora

esse facto se deva a uma boa aplicação e não a uma má gestão da despesa públi-ca”, elucida o autarca. “Claramente, a es-tratégia que seguimos assentou na con-tenção desse mesmo endividamento mas não queríamos, de todo, que as ge-rações atuais ficassem hipotecadas. Nes-se sentido, adotámos um adequado pla-no de gestão correta da dívida, pondera-do pelas oportunidades de que dispúnha-mos, nomeadamente pelo acesso a fun-dos comunitários”. Proximidade às populaçõesmais vulneráveisEm matéria de ação social propriamente dita, o presidente da câmara de Reguen-

gos de Monsaraz insiste, uma vez mais, na política de proximidade praticada para com os grupos da população que se en-tendem de maior vulnerabilidade, sendo eles as crianças e jovens e também os se-niores. Nesta matéria, “existem vários projetos no município. Tendo como objeti-vo uma maior qualidade de vida para os mais idosos, dou especial destaque para o projeto Seniores a Mexer, onde estão in-tegradas várias valências, não só relacio-nadas com a atividade física, mas tam-bém onde é feito um acompanhamento da vida e do quotidiano dos idosos. Vários seniores usufruem da prática de ativida-des regulares monitorizada por um con-junto de técnicos que os acompanham e

esse é, para nós, um projeto que nos or-gulha e dá motivação”. No entanto, José Calixto não deixa de esclarecer que o Ga-binete de Ação Social da câmara munici-pal dispõe de um conjunto de políticas so-ciais de proximidade com vários escalões de incidência, pelo que “não se dividem as pessoas consoante a sua idade, mas

Instalado no distrito de Évora e bem posicionado na região do Alentejo, Reguengos de Monsaraz reúne todas as condições e

características para a atração de turistas nacionais e internacionais. Este é um concelho com tradição no setor

primário e que vê na agricultura e vitivinicultura duas das suas maiores riquezas que transportam o nome deste território

além-fronteiras. Ao longo dos últimos oito anos, o executivo municipal presidido por José Calixto tem vindo a apostar na dinamização do município e na sua promoção internacional,

nomeadamente através dos vinhos da região do Alentejo, tão afamados dentro e fora do país. Numa estratégia de

continuidade, o presidente da autarquia pretende efetivar muitas das obras que estão em curso e continuar também com o

trabalho desenvolvido ao nível do apoio social.

UM MUNICÍPIO PARA A COMUNIDADE LOCAL COM PROJEÇÃO INTERNACIONAL

MUNICÍPIO DE REGUENGOS DE MONSARAZ

6

José Calixto

Page 7: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

sim pela vulnerabilidade social que pos-sam apresentar. Tanto as crianças, como os jovens ou os seniores estão integrados num instrumento que se direciona para qualquer camada. O Cartão Social do Mu-nícipe não escolhe idades e, por isso, é atribuído quando assim se revela neces-sário. Atendendo a esse facto, não existe um fundamentalismo perante a idade das pessoas, mas sim pelas suas carências em qualquer altura das suas vidas”. Descentralização de competências já é aplicadaNa temática da descentralização de com-petências do Poder Central para o poder das autarquias, o edil da Câmara Munici-pal de Reguengos de Monsaraz revela que não é necessária a aplicação de de-terminados pacotes legislativos para que determinadas matérias sejam tidas como prioridade. “Em tudo o que acontece no nosso território, temos uma especial ape-tência para olhar para esses problemas quando o são verdadeiramente e faze-mos de tudo para que possam ser resolvi-dos. Nesse sentido, existem algumas si-tuações em que, claramente, não perma-necemos à espera de quaisquer pacotes legislativos para assumirmos a posição

que é esperada pelos nossos munícipes e também aquela que consideramos ser a mais correta, como é exemplo a área da saúde”. José Calixto continua esclarecen-do que “existem várias valências na uni-dade de saúde do concelho que são pro-tocoladas com a tutela sem que tivesse havido qualquer transferência de compe-tências nesse sentido. Dispomos das es-pecialidades de psicologia, fisioterapia e estamos ainda a investir na instalação de um gabinete de estomatologia no nosso centro de saúde, para além da nutrição ou a terapia da fala que irão, em breve,

arrancar ao serviço da comunidade. To-das essas valências são assumidas pelo Município e já o eram muito antes desse pacote legislativo ser falado. Ainda nesta vertente, toda a renovação da rede de ex-tensões de saúde do concelho foi levada a cabo pela autarquia através de um pro-tocolo com o Ministério da Saúde em que houve uma cedência de posição de fun-dos comunitários que pertenciam à saú-de e que passaram para o Município, pelo que assumimos essa requalificação das extensões dos centros de saúde. A nossa principal preocupação, enquanto executi-

vo municipal, reside naquilo que é ou não necessário fazer. Sem que haja essa transferência de competências e existin-do essa necessidade, nós assumimos es-se compromisso”. Para além da área da saúde, também na educação o Município de Reguengos de Monsaraz teve um pa-pel ativo, pelo que levou a cabo a recupe-ração quase integral do parque escolar e acompanhou de perto todo este processo que lhe permitiu ser uma das poucas es-colas da região do Alentejo a ter um in-vestimento cumprido dentro dos prazos estipulados, “num acompanhamento próximo e ativo, procurando ser racionais na atividade da gestão pública”, remata o presidente.

Apoio ao setor empresarialAquando do início do primeiro mandato, desde logo foram enumerados dois seto-res fundamentais que seriam alvo de uma estratégia muito clara e assertiva. “Considerámos como estruturais os seto-res da vitivinicultura, naturalmente asso-ciada à agricultura, e o turismo em espa-ço rural, estabelecida a relação entre os dois através do enoturismo. Esses são os setores fundamentais, bem como todos os subsetores que estão à sua volta. Tudo

7

Page 8: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

aquilo que foi feito foi no sentido de valo-rizar tudo o que possa criar valor econó-mico. Se o concelho produz 30 milhões de litros de vinho por ano de elevada qua-lidade, obviamente que uma pequena va-lorização desse produto em mercados que são concorrenciais é colocarmos bas-tantes rendimentos disponíveis no conce-lho e isso é claramente percetível. Toda a estratégia, primeiro de candidatura e da atribuição de Cidade Europeia do Vinho, em 2015, e depois a consolidação da marca “A Capital dos Vinhos de Portugal” veio, no fundo, valorizar aquilo que se faz por aqui nas nossas terras férteis. Dispo-mos hoje de um setor vitivinícola com pu-jança e com capacidade de colocação dos seus produtos em mercados nacio-nais e internacionais. Contemplamos Re-guengos de Monsaraz claramente a ter uma posição de notoriedade superior ao passado e uma capacidade hoteleira de cerca de 600 camas onde é revelada uma taxa de ocupação bastante elevada”, or-gulha-se o autarca alentejano. Cultura e turismo são alvo de investimento“O ponto de partida é o seguinte: regista-vam-se 30 mil visitantes no nosso territó-rio há cerca de dez anos e o ponto de chegada, hoje em dia, é o registo de 100

mil visitantes apenas no ano passado. Por entre estes números houve, de facto, investimentos muito significativos na área do turismo em espaço rural e tam-bém no enoturismo. Neste momento, dis-pomos de uma oferta turística muito rele-vante e atrativa, sendo certo que as pes-soas nos visitam por algum motivo. Os ex--líbris do concelho, para além do conjunto patrimonial de Monsaraz e da sua paisa-gem cultural envolvente, com 150 monu-mentos megalíticos no concelho, referin-do ainda o maior Centro de Olaria da Pe-nínsula Ibérica, o vinho e o azeite e tudo o que gera à sua volta. Temos nove pro-dutores vitivinícolas no território e tam-bém a maior cooperativa agrícola. Por es-sa ordem de ideias, apresentamos aqui, de facto, um conjunto de pontos de inte-resse para além do astroturismo, que é um nicho em que estamos a apostar, e tudo aquilo que tem a ver com o patrimó-nio cultural, como é o caso do Cante Alen-

tejano”, orgulha-se José Calixto fazendo esforços para que esteja disponível um plano de promoção internacional do pró-prio concelho e da região alentejana. “Consideramos que este percurso ao ní-vel dos setores do turismo e da viticultura tem sido muito relevante e os fatores que nos distinguem são dignos de uma pro-moção ativa”. Rede de abastecimento de águas e saneamento em Reguengos de MonsarazPara o presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, a rede de abastecimento de águas, bem como a matéria do saneamento constituem uma das principais referências do concelho. “O município apresenta uma taxa de 100% de água segura. O ciclo urbano da água está, em termos técnicos, a um nível ele-vado, embora com necessidades cons-tantes de investimento, principalmente

na rede em baixa. Todas as nossas povoa-ções dispõem de estações de tratamento de águas”, explica José Calixto. Estratégia futura de continuidadePara o presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz é importante apostar na continuidade de um projeto planificado e que tem vindo a dar os seus frutos. “Pretendemos concluir o trabalho que tem vindo a ser feito ao longo dos dois últimos mandatos e também dar segui-mento à obra em causa, incluindo sempre os jovens e a população em geral na ges-tão autárquica, algo que consideramos uma das chaves destes dois quadriénios. Reguengos de Monsaraz é hoje um territó-rio importante no âmbito do movimento europeu de promoção dos territórios vi-nhateiros, através da rede europeia de Ci-dades do Vinho, cuja presidência assumi-mos no ano passado e, portanto, essa é uma área de atuação do autarca de Re-guengos, numa rede que representa 600 cidades na Europa. É importante para o concelho ter esta notoriedade”, diz com orgulho José Calixto.Para além disso, em agosto deste ano co-memoram-se os 25 anos da Exporeg, uma exposição de atividades económicas do concelho que se tem tentado valorizar nos últimos anos e que, neste contexto de valo-rização do enoturismo e vitivinicultura, sur-ge em 2017 com a vertente daquele que é um dos fatores decisivos para o desenvol-vimento de Reguengos de Monsaraz, a chegada do regadio agrícola ao concelho com ações concretas para valorizar esse aspeto. “Tentamos juntar as peças todas para valorizar aquilo que nos atribui um va-lor acrescentado e é por essa via que pre-tendemos continuar com o trabalho até então desenvolvido”, remata o edil.

8

Page 9: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► O Empresas+® chegou a Montemor-o--Novo. Sobressai desde logo o seu patrimó-nio rico e vastíssimo. De acrescentar ainda a sua paisagem exuberante. Este concelho, pertencente ao distrito de Évora, tem todas as condições, sejam elas de cariz natural, patrimonial ou gastronómica, para seduzir qualquer um. O Município tem sempre sabi-do aproveitar as suas características intrín-secas. Depois de ver, respirar e sentir os ares de Montemor-o-Novo, o Empresas+® esteve à conversa com Hortênsia Menino, autarca da câmara municipal.Está a terminar agora o seu primeiro mandato enquanto presidente do Municí-pio, apesar de já assumir funções autár-quicas desde 2005. Afirma, por isso, que este tem sido um mandato de continuida-de, explicando o porquê.“Foi um mandato de continuidade por uma boa razão. Nós consideramos que o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na câmara municipal tem permitido res-ponder às necessidades da população e, ao mesmo tempo, temos planeado e pro-

jetado o desenvolvimento local do conce-lho. Assumimos que este mandato era de continuidade, necessariamente ajustando e adaptando àquilo que era a realidade lo-cal. O mandato começou numa situação em que o país estava mergulhado numa profunda crise económica e social e, por-tanto, era importante olhar para essa rea-lidade”, começa por explicar.No que à sua ação diz respeito, a edil des-taca algumas áreas e alguns projetos que merecem realce pelo seu contributo para o desenvolvimento do território. “Deixava só algumas notas daquilo que foram as marcas desta intervenção e do trabalho deste mandato: primeiro, valorizamos muito o Poder Local Democrático, nascido com o 25 de Abril de 1974, que teve na sua raiz uma gestão aberta e participada com o envolvimento das pessoas, na pro-ximidade aos seus problemas e anseios”.Explica Hortênsia Menino que foi mantido “um programa regular de visitas e de con-tacto com a população, assim como tam-bém com os trabalhadores da câmara, en-volvendo-os nas decisões, na perspetiva de que estando mais próximos, conhecen-do as expectativas das pessoas, podemos acertar melhor nas decisões que estamos a tomar. Ao mesmo tempo, mantivemos um elevado grau de descentralização de competências do Município para as juntas de freguesia, que é uma questão de princí-pio e de projeto político, que valorizamos muito pela dimensão que tem. O valor con-tratualizado para todas as freguesias é su-perior a 345 mil euros, a que acrescem 100 mil euros anuais em protocolos de co-laboração com todas as freguesias do

concelho. Isto permite que as freguesias tenham um conjunto de recursos que lhes permite uma resposta mais rápida e mais próxima às populações”.Este mandato ficou marcado também pelo fortalecimento das relações com os agen-tes económicos locais. “Criámos o Progra-ma Mor+ Economia – Desenvolver, Em-preender e Inovar, que aposta na ligação e envolvimento dos empresários, no contac-to e visitas às empresas, na apresentação de programas e medidas de apoios e in-centivos às atividades económicas.Criámos também o programa, Ao Sabor das Estações, que deu um salto qualita-tivo do ponto de vista de promoção dos produtos alimentares e das produções locais. Dentro deste programa, lança-mos em 2016 a Semana da Bolota, que visa precisamente despertar a atenção para um produto com estas característi-cas tão próprias. Um produto do monta-

do que está presente na nossa paisa-gem, iniciativa que desenvolvemos em conjunto com a Herdade do Freixo do Meio, realizando-se em março, com o envolvimento também de outros produ-tores e agentes económicos do conce-lho. A propósito disso, queremos cons-ciencializar a população para a impor-tância da preservação do montado.Numa outra dimensão de intervenção au-tárquica, que em Montemor tem um pa-pel estruturante, a cultura, trabalhamos na dinamização de projetos, espaços e

Situado no distrito de Évora, a meio caminho entre Lisboa e Espanha, Montemor-o-Novo é uma terra de cultura e património, repleto de oportunidades e potencialidades rurais. O Município

tem tido um papel relevante na dinamização e desenvolvimento dessas potencialidades. A presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Hortênsia Menino, eleita pela

CDU - Coligação Democrática Unitária, assumiu como uma das prioridades de intervenção para o mandato o apoio às atividades económicas e a captação de novos investimentos:

“temos planeado e projetado o desenvolvimento local do concelho, ajustando e adaptando àquilo que é a realidade económica e social do país e da região”.

Um concelho com identidade alentejana

MUNICÍPIO DE MONTEMOR-O-NOVO

9

Hortênsia Menino

Page 10: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

equipamentos que já estão consolida-dos. Montemor-o-Novo tem nesta área um trabalho muito importante ao nível da dimensão de valorização cultural, apoio à criação artística, programação e patrimó-nio, e por isso mantivemos um conjunto de projetos que estão consolidados pelo que a sua manutenção tem um peso rele-vante na atividade que fazemos: bibliote-ca municipal, galeria municipal, arquivo municipal, escola de ballet e lançámos as oficinas de teatro.Importante também foi a manutenção de uma intervenção no apoio à área social, numa perspetiva de que a dimensão so-cial tem de fazer parte da qualidade de vida. Conferimos um apoio importante, permitindo com que o financiamento da câmara municipal fosse suficiente para garantir a concretização de um conjunto de projetos que as IPSS estavam a pro-gramar”, realça Hortênsia Menino.

Apoio e intervenção social“A importância da educação, como pedra basilar no desenvolvimento da socieda-de, afirmando a garantia de uma escola pública e universal como prioridade, teve expressão no investimento do novo cen-tro escolar, na ordem dos dois milhões e 200 mil euros. Teve uma comparticipa-ção comunitária na ordem de um milhão e 400 mil euros. Este investimento veio, de facto, do ponto de vista da qualifica-ção dos edifícios e das infraestruturas, dar uma resposta mais eficaz”. Este edifício passa a integrar salas de jar-dim de infância e sala de primeiro ciclo com equipamentos modernos e adequa-dos. “Destaco também um conjunto de atribuição de bolsas de estudo a estu-dantes do Ensino Superior que, ao longo deste mandato, contabilizam um valor superior a 200 mil euros. Temos um con-junto de intervenções que, dizendo res-peito àquilo que são as competências das autarquias, não deixam de ser impor-

tantes, nomeadamente a ação social es-colar, onde temos ido mais além do que é previsto do ponto de vista da lei”, assume a autarca.Não podemos ainda esquecer de mencio-nar o projeto À descoberta das Quatro Ci-dades, que nasceu do trabalho de gemi-nação entre Montemor-o-Novo, Marinha Grande, Fundão e Vila Real de Santo An-tónio. Cidades distantes entre si, mas que têm a particularidade de terem sido elevadas à categoria de cidade no mes-

mo dia, a 11 de março de 1988. A partir daqui, foi criada uma rede de geminação, tendo prosseguimento com este projeto de intercâmbio entre as diferentes esco-las do primeiro ciclo das quatro cidades.O apoio social teve expressão também na criação de um centro comunitário de apoio à população, através de um proto-colo com uma associação local, no apoio na construção de uma casa de acolhi-mento residencial especializada, que contribuiu para o funcionamento da va-

lência de apoio domiciliário e na constru-ção de um lar residencial.“Estamos a falar de criação de respostas que não existiam e, em outros casos, no reforço de respostas já existentes. Por um lado, aumentamos as repostas social e os apoios garantem melhores condi-ções de vida, por outro lado estas institui-ções têm um papel importante até pela criação de emprego”, sublinha.

Uma postura muito própriaÉ assim que podemos caracterizar este mandato: com uma postura e um posicio-namento muito próprio, onde cada ques-tão é analisada ao pormenor.No processo de descentralização de com-petências, por exemplo, a autarca consi-dera que a proposta apresentada pelo atual Governo deve ser aprofundada.“A proposta é muito generalista e remete para decretos-lei para a sua concretiza-ção. Considero que, logo à partida, devia haver um conjunto de informação mais alargada quer dos custos como dos re-cursos que estão envolvidos nesse qua-dro de descentralização, que permitisse às autarquias avaliar se estão em condi-ções de poder receber essas competên-cias. Não há dúvida que quem está mais próximo, se tiver os meios e os recursos, fará melhor, de forma rápida, mas é pre-ciso que haja recursos para isso. A proxi-midade por si só não garante tudo. Te-mos de ter meios para resolver os proble-mas”, revela.

Promoção do serviço PúblicoA manutenção e os investimentos nas re-des de abastecimento de água e sanea-mento são, em muitos casos, um proble-ma para a generalidade das autarquias. Em Montemor-o-Novo, fruto duma discus-são alargada, em 2009 foi tomada uma decisão, com vista ao futuro nesta área. “Equacionamos quais eram as condições para gerir o serviço, mantendo como ser-viço público, e nesse sentido nós integra-mos uma parceria pública para a água e para o saneamento entre o Estado portu-guês e 20 concelhos do Alentejo.Embora tenha sido assinado em 2009, só integramos a parceria em 2012/2013. Apenas neste mandato é que foram visí-veis um conjunto de investimentos, que para nós, foram muito importantes e que estão a tornar-se realidade [ETAR de La-vre, nova ETAR da cidade]. Esta parceria tem características únicas a nível nacio-nal, com uma enorme vantagem: as autar-quias podem participar na discussão sobre

10

“MONTEMOR-O-NOVO TEM UM TRABALHO MUITO IMPORTANTE AO NÍVEL DA DIMENSÃO CULTURAL, PROGRAMAÇÃO E DE PATRIMÓNIO, E POR ISSO MANTIVEMOS UM CONJUNTO DE PROJETOS QUE ESTÃO CONSOLIDADOS E QUE A SUA MANUTENÇÃO TEM UM PESO RELEVANTE NA ATIVIDADE QUE FAZEMOS”

Page 11: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

tarifários e investimentos. Assim, é garan-tido um serviço que continua a ser públi-co, com uma intervenção pública e que tem um tarifário ajustado à prestação des-se serviço”, afirma Hortênsia Menino.

Apoio empresarialA valorização e promoção do concelho tem tido também expressão na integra-ção no projeto Dá-te a Conhecer, dinami-zado pela Câmara Municipal da Marinha Grande, e que surge da geminação. O projeto tem permitido a cooperação e troca de experiências entre empresários dos dois concelhos e permitiu estabele-cer um conjunto de contactos entre uni-dades empresariais do concelho de Montemor-o-Novo. “Ao nível do trabalho com a empresas do concelho, fizemos um encontro de em-presários para criar um trabalho em rede entre as empresas já instaladas. Temos o Centro de Acolhimento a Micro Empresas – CAME - que tem funcionado como uma porta de entrada de um conjunto de in-vestimentos numa fase inicial. É um es-

paço de incubadora de empresas que po-dem, a partir daí, programar e ter outros espaços. Temos algumas intenções de in-vestimento na área do turismo e da trans-formação de carnes e de produtos ali-mentares. Montemor-o-Novo não ficou alheio à situação de crise económica e à preocupação dos empresários, prestan-do assim apoio no acesso às fontes de fi-nanciamento, questão fundamental para haver negócio e investimento”, destaca.

Componente cultural“Temos encarado a cultura como parte integrante do desenvolvimento do nosso concelho e também como fator de iden-tidade e promoção da região. Isso tem--nos levado a ter uma intervenção em várias áreas que, no seu conjunto, aca-ba por contribuir para este objetivo ge-ral”, realça a edil.Para além de um importante apoio ao movimento associativo local, o concelho tem um conjunto de espaços e atividades municipais que a câmara municipal tem dinamizado. Foi criada há muitos anos,

no âmbito da cultura e da educação, uma biblioteca, uma galeria, uma escola de ballet e a Oficina da Criança, um espaço aberto de tempos livres que estimula a criatividade. “Neste mandato, construí-mos um novo edifício para a Oficina da Criança, inaugurado no final de abril. Te-mos também vindo a trabalhar na preser-vação e valorização do património: para isso lançámos a Morbase, uma platafor-ma online que pretende vir a reunir no mesmo espaço virtual um conjunto de

elementos patrimoniais, incluindo mate-riais videográficos, documentários e tra-balhos em 3D”, desvenda.

Um trabalho em continuidade Já muito foi feito, mas muito mais gosta-va Hortênsia Menino de ter conseguido concretizar no mandato que agora está a terminar. A autarca destaca três projetos que faltam cumprir e que a levam, por is-so, a querer continuar o trabalho nos pró-ximos anos. “A questão da recuperação do mercado municipal, projeto concluído e aprovado, mas que ficou por concreti-zar. A intervenção estratégica neste eixo de valorização da cultura e património, da instalação do centro de artes transdis-ciplinares no Convento da Saudação, que teria a perspetiva de recuperar o patrimó-nio existente. Também não conseguimos fazer todas as intervenções que eram ne-cessárias ao nível da renovação da rede viária municipal e de arruamentos urba-nos”, assume.Em jeito de conclusão, a autarca subli-nha que Montemor-o-Novo tem possibili-dades e oportunidades que podem e de-vem ser valorizadas, sobretudo na com-ponente pecuária e na dimensão da cul-tura e património.

11

“TEMOS ENCARADO A CULTURA COMO PARTE INTEGRANTE DO DESENVOLVIMENTO DO NOSSO CONCELHO E TAMBÉM COMO FATOR DE IDENTIDADE E PROMOÇÃO DA REGIÃO”

Page 12: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Administrativamente pertencente à re-gião Centro do país, o concelho de Mira é considerado como um dos principais po-los de atração turística instalado no dis-trito de Coimbra. Dona de uma faixa lito-ral e localização atrativa e invejável, é bem no meio das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto que está à beira-mar plantada esta terra, onde nem os ventos fortes que, por vezes, se fazem sentir, são impeditivos da visita por parte de centenas de turistas nacionais e também estrangeiros. Na época balnear, as praias de Mira batem os recordes de bandeira azul a nível nacional e esse é um marco sublinhado por Raul Almeida, que tem no turismo um dos seus principais propósi-tos eleitorais.

O presidente da câmara, eleito no ano de 2013 para a condução do seu primeiro mandato, é formado em Direito pela Uni-versidade Lusíada do Porto e tem vindo, desde então, a investir todos os recursos que se encontram ao seu alcance para contribuir de forma ativa para o desenvol-vimento de Mira. Raul Almeida confessa que, há quatro anos, “encontrou uma au-tarquia financeiramente equilibrada mas deveras desorganizada no que respeita ao seu funcionamento geral. Por exemplo, não existia uma organização efetiva no que à candidatura aos fundos comunitá-rios concerne, e foi nesse sentido que diri-gimos todos os nossos esforços, para im-por na câmara municipal uma dinâmica mais organizada”. Indo de encontro a esse aspeto, foi aqui feita uma transformação efetiva e que deu aso à criação de novas oportunidades para proporcionar aos ci-dadãos uma melhor qualidade de vida.

Promover uma cidadania ativaCom focos voltados para a promoção de cidadãos com uma voz ativa em Mira, “houve ainda uma mudança de paradig-ma, quer em relação aos funcionários, quer em relação à participação dos cida-dãos nas decisões e deliberações por parte da câmara municipal. Estamos a

apostar numa abertura por parte da au-tarquia à participação dos cidadãos, o que veio permitir também uma motiva-ção diferente para os munícipes e até pa-ra os nossos funcionários. Pretendemos que as pessoas sejam parte integrante das decisões tomadas em prol da sua ci-dade”, orgulha-se Raul Almeida.

Dinamização do turismo como objetivo eleitoralUm dos eixos fundamentais que guiam o programa eleitoral do atual executivo pas-sa pela dinamização do turismo no muni-cípio de Mira e que diretamente contribui para a promoção da própria cidade e para assinalar a sua presença no mapa de Por-tugal. Raul Almeida acredita que se conse-guiu aumentar significativamente o núme-ro de visitantes ao concelho, portugueses e de nacionalidade estrangeira. “Conse-guimos que a Praia de Mira fosse procura-da por todos e apostámos ainda em algo que, para nós, é um grande motivo de or-gulho e que tem a ver com a tentativa de quebrar a sazonalidade que é reconheci-da na nossa região”. Em tão pouco tempo, é certo, “não se consegue quebrá-la na to-talidade mas já foi possível percorrer parte do caminho. Esse é também um desafio por parte do Governo e no seu próprio pro-

grama para o desenvolvimento do turismo está focada essa temática”. Em Mira, exis-tem todas as condições e infraestruturas propícias à prática do turismo, desde ho-téis a restaurantes, no entanto, a sua utili-zação é feita, em grande parte, na época alta. “É necessário combater a sazonalida-de e pretendemos fazer com que essa economia local funcione, não só no verão, mas também nos restantes meses do ano”. Na ótica de Raul Almeida, tal facto tem vindo a ser conseguido com a dinami-zação de diversas atrações e eventos que convidam à participação de diversos pú-blicos e que vão desde a área do desporto à promoção de atividades na natureza e, essencialmente, em ambiente de praia. Mira como um motor de desenvolvimento económicoUm outro pilar eleitoral prende-se com a questão do desenvolvimento económico na região e, nesse sentido, foram canali-zados grandes investimentos para a construção de uma nova zona industrial e ainda para a melhoria das já existentes. “Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, conseguimos aumentar o nosso volume de exportações neste qua-driénio e ser, assim, o concelho do distri-to de Coimbra com maior índice de cres-

O concelho de Mira é vulgarmente conhecido pela sua localização privilegiada à beira-mar e é nesse sentido que comporta um dos

principais pontos de atração turística da região Centro de Portugal, por parte de turistas nacionais e ainda do público

estrangeiro. A dinamização e o convite ao turismo em Mira foi um dos desafios a que Raul Almeida se propôs com a sua candidatura à presidência da câmara municipal, em 2013. Com a aproximação do fim do primeiro quadriénio de mandato, “o trabalho até então

realizado foi positivo mas há ainda muito para fazer por Mira”, desde uma contínua aposta no tecido empresarial ao empenho na

promoção de uma voz ativa por parte dos munícipes. Em entrevista ao Empresas+®, o autarca deu conta não só dos principais

objetivos cumpridos ao longo dos últimos quatro anos, mas também dos desafios que pretende ainda ver efetivados e que

considera serem fundamentais para o desenvolvimento de Mira.

“UMA TERRAÀ BEIRA-MAR PLANTADA”

MUNICÍPIO DE MIRA

12

Page 13: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

cimento nesta matéria”, explica o autar-ca. O investimento na construção de um novo polo industrial tem em vista a cria-ção de novos postos de trabalho e o in-centivo à fixação das empresas no conce-lho que podem contar com incentivos em termos de IMI, por exemplo.

Apoios à educação e participação dos jovens em atividades comunitáriasNa vertente educativa, foi feito um investi-mento na Escola Básica de Mira e com re-curso aos incentivos do Portugal 2020. “Proceder-se-á à remodelação dessa es-cola tendo em vista a criação de uma sala sensorial para crianças com dificuldades na aprendizagem”, obra essa que terá iní-cio já no final do presente ano letivo. Em relação às atividades de enriquecimento curricular, a autarquia tem apostado em proporcionar às crianças de Mira momen-tos lúdicos que visam o conhecimento e também a prática de uma vida ativa e ocu-pação de tempos livres, em conjunto com o agrupamento escolar. Os transportes es-colares têm vindo a sofrer uma melhoria e

no que respeita às refeições no âmbito de escola, essas são asseguradas pela câ-mara municipal. “Há também um grande contributo da co-munidade escolar na questão ambiental. Há pouco tempo fomos distinguidos como o município mais azul devido às nossas atividades tendo em vista a preservação do ambiente”, diz Raul Almeida que tem vindo a promover a educação ambiental onde o contributo da comunidade escolar se tem revelado uma grande mais-valia.

Envelhecimento ativo em MiraE porque para o Município é importante que os idosos tenham um envelhecimento saudável e ativo, foi criada uma rota solidá-ria para idosos, a Gira em Mira e, em todas as aldeias do concelho, uma vez por sema-

na, “um transporte da câmara municipal conduz os idosos ao centro da vila e leva--os de volta a casa para que tenham opor-tunidade de tratar dos seus assuntos e até mesmo fazer compras, sem gastos na des-locação”. Foi ainda criado o projeto da Uni-versidade Sénior que conta com 100 pes-soas inscritas e entusiasmadas com ativi-dades relacionadas com a tecnologia, a jardinagem ou a aprendizagem de línguas. Raul Almeida acredita que Mira segue a política da Organização Mundial de Saúde: a prática de um envelhecimento ativo.

Empenho no futuro“Nos últimos quatro anos, muito trabalho foi feito e o balanço é extremamente posi-tivo, embora haja ainda muitas situações passíveis de intervenção. Temos projetos

e estudos em mão e existe necessidade de intervenção, essencialmente no que respeita à questão das águas e do sanea-mento. É preciso agir, edificar obra e, para tal, Mira precisa de contar com apoios e incentivos”. Relativamente ao turismo, há ainda mais apostas a fazer e o objetivo é fazer com que “a Praia de Mira se conver-ta novamente no polo de atração turística que era há 30 anos”, anseia o presidente que tem ainda o objetivo de fortificar as re-lações empresariais no concelho, aprovei-tando a sua localização privilegiada, “tão perto do Porto e de Aveiro”.

13

“HÁ POUCO TEMPO FOMOS DISTINGUIDOS COMO O MUNICÍPIO MAIS AZUL DEVIDO ÀS NOSSAS ATIVIDADES TENDO EM VISTA A PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE”

Page 14: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► É no distrito de Coimbra que encon-tramos o concelho de Vila Nova de Poia-res, reconhecido como a “Capital Univer-sal da Chanfana”. Os motivos para visi-tar este município não se prendem uni-camente com a gastronomia, e quem nos endereça o convite é João Henri-ques, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares desde 2013. A terminar agora o seu primeiro mandato, o edil analisa o trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos e perspetiva o caminho de Vila Nova de Poiares, um “concelho com futuro”.

Reequilíbrio financeiroEm 2013, quando João Henriques se apresentou para a gestão do Município, sabia à partida que iria encontrar uma situação difícil em várias áreas: organi-zacional, estrutural e financeira. Foram identificadas as áreas prioritárias de in-tervenção, nomeadamente a rede de abastecimento de água e de saneamen-to básico do concelho, mas além da con-cretização de investimentos nestes seto-

res, o autarca viu-se obrigado a corrigir a maior dificuldade do Município, nomea-damente a sua sustentabilidade finan-ceira. “Sabíamos que íamos encontrar uma dívida de enorme dimensão, mas não com a dimensão que viemos a en-contrar. Aos 16 milhões de euros que es-tavam identificados na nossa contabili-dade como dívida efetiva, acrescenta-mos mais quatro milhões, ou seja, 21 milhões de euros, dívida superior a qua-tro vezes mais as nossas despesas cor-rentes. Isto colocava, em termos de ges-tão, um problema muito complexo. O Go-verno da altura criou uma via de apoio aos municípios - Fundo de Apoio Munici-pal (FAM) - para situações de endivida-mento extremo, como era o nosso caso. Preparamos a nossa candidatura a esse fundo de assistência, entretanto tivemos um apoio transitório de quase um milhão de euros para fazer face às nossas despe-sas. Até alcançarmos o fim das negocia-ções decorreram dois anos e meio, mas ainda assim fomos o segundo Município do país a ter o visto do Tribunal de Contas. Três anos depois de tomar posse conse-guimos resolver a situação, ou seja, rees-truturamos toda a dívida. Colocamos no FAM os empréstimos de durabilidade mais curta, com taxas de juro mais elevadas e colocamos também toda a dívida a forne-cedores, num total de um pouco mais de 14 milhões de euros. Projetamos um pla-no de ajustamento de pagamento para 25 anos, com uma taxa de juro bastante favo-rável ao Município, o que faz com que nes-te momento a câmara seja sustentável”, afirma orgulhosamente o autarca.

Segundo passo: problemas estruturaisCom o Município sustentável financeira-mente, João Henriques passou a direcio-nar a sua ação para os problemas que identificou como estruturais. “Temos uma rede abastecimento de água bas-tante desgastada, a grande maioria dela já tem mais de 40 ou 50 anos de vida, al-guma ainda em fibrocimento. Neste mo-mento temos perdas na rede de abasteci-mento em baixa superiores a 50%. Ou se-ja, mais de metade da água que nos é for-

necida e que pagamos, fica pelo caminho e não chega ao consumidor final. Temos também uma percentagem muito baixa de rede de saneamento. Neste momento pouco mais de um terço da população de Vila Nova de Poiares é servida de rede de saneamento básico. É um valor muito baixo tendo em conta aquilo que são as práticas comuns no resto do país. É aqui que importa concentrar os nossos esfor-ços de investimento. Estamos a tentar aproveitar ao máximo a oportunidade dos fundos estruturais, estamos a fazer

A terminar o primeiro mandato à frente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, João Henriques destaca a

reestruturação da dívida, a aquisição da sustentabilidade do Município e a mudança da imagem pesada que a população

tinha sobre a Câmara Municipal de Poiares como os principais marcos alcançados. Há ainda um caminho a

percorrer, nos próximos quatro anos, para a continuidade do trabalho iniciado em 2013.

Um Município aberto, transparente e confiante

MUNICÍPIO DE VILA NOVA DE POIARES

14

João Henriques

Page 15: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

algumas candidaturas, algumas delas já aprovadas. Temos já cerca de meio mi-lhão de euros de candidaturas aprovadas neste momento, de obras que estão em curso e estamos a trabalhar na elabora-ção de novos projetos e no lançamento de concursos de mais empreitadas para este tipo de intervenções”, sublinha.

Um concelho culturalmente ativoHá um outro conjunto de áreas que mere-ceram a devida atenção e o devido investi-mento por parte do atual executivo. Quem o garante é João Henriques, que salienta a área cultural e social. “Vila Nova de Poia-res tem um conjunto de equipamentos in-teressantes a esse nível, mas são equipa-mentos que foram construídos e que não foram devidamente aproveitados, nem de-vidamente utilizados ao serviço da popula-ção. Estes equipamentos têm até boas condições para a atividade para que fo-ram projetados. Estamos agora a colocá--los ao serviço da população. Vila Nova de

Poiares é hoje um concelho que conheci-damente tem uma dinâmica cultural e so-cial muito grande, com eventos frequentes em várias áreas – teatro, música, expres-são plástica, pintura, feiras. Para essas atividades tentamos reunir ou conseguir cativar os parceiros locais, nomeadamen-te o associativismo local no sentido de se envolverem nestas dinâmicas que esta-mos a conseguir. Isto é algo que nós con-seguimos fazer muito mais pela nossa ca-pacidade de dinamização, do que propria-mente em investimento financeiro”.

Uma imagem positivaMudar a imagem que as pessoas tinham do Município de Vila Nova de Poiares foi o desafio mais empolgante para João Henri-ques. Hoje em dia as pessoas não falam em obras em particular, mas reconhecem que a imagem mudou e que hoje a autar-quia transmite confiança, serenidade e transparência. Palavras do edil que apos-tou forte na imagem e na comunicação do Município. “Respira-se um ar mais saudá-

vel em Poiares e as pessoas andam feli-zes. A comunicação e a relação entre o Município, os seus responsáveis, a popu-lação e as pessoas que nos visitam, é uma relação saudável, aberta, sem complexos. Gostamos de ter uma política de proximi-dade, de relacionamento e de uma comu-nicação completamente transparente e aberta para com as pessoas. Informamos, dizemos o que estamos a fazer, o porquê de o fazermos, mostramos as contas, mostramos os preços. Existe uma comuni-cação completamente descomplexada, aberta e transparente”, sublinha.

Um caminho a percorrerFilho da terra, João Henriques nasceu há 45 anos em Vila Nova de Poiares e assu-me ter uma enorme paixão pela sua terra e pelas pessoas que aí residem. E essa é essencialmente a grande razão pela qual pretende continuar o trabalho desenvolvi-do até então à frente dos destinos do Mu-nicípio. “O trabalho que iniciamos, que es-tá a ser bem feito, está longe de ser con-

cluído. Só fizemos uma pequena parte – reestruturação da dívida, aquisição da sustentabilidade do Município e a mudan-ça da imagem pesada que a população ti-nha sobre a Câmara Municipal de Poiares. Mas, há ainda por resolver a rede de aces-sibilidades, a rede de água e saneamento básico e queremos potenciar as grandes riquezas do nosso concelho, nomeada-mente a gastronomia. Não me refiro ape-nas à Chanfana, mas também a outras iguarias que são características do conce-lho de Poiares e que são de excelente qua-lidade. Queremos potenciar uma nova marca que criamos – Poiares CapriLand - a âncora de um plano de desenvolvimento estratégico assente numa marca, que pre-tendemos que sirva de fio condutor ao de-senvolvimento de um conjunto de ações, não só ao nível da caprinocultura, mas também ao nível do artesanato e de ou-tras riquezas do concelho. O objetivo é aproveitar, potenciar e criar condições pa-ra a criação de mais-valias em torno des-tes produtos endógenos locais. Existe ain-da uma carência identificada ao nível do alojamento, pois Vila Nova de Poiares não tem grandes unidades hoteleiras. Quere-mos intervir neste sentido e por isso o tra-balho tem de ser continuado”, remata.

15

Page 16: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Sede de um dos maiores municípios de Portugal, com uma área superior a 1114 quilómetros quadrados, Coruche convida a sentir as suas mais naturais sensações. Situado no distrito de Santa-rém, o concelho concilia os prazeres à mesa com as fantásticas paisagens riba-tejanas, não esquecendo ainda as diver-sas atividades ao ar livre que tornam a vi-sita a Coruche uma verdadeira surpresa.Por isso, deixe-se levar num passeio de balão, relaxe montado a cavalo, faça des-porto em contacto com a natureza, desça o rio Sorraia de canoa, visite o Museu Municipal e descubra o centro histórico. São apenas sugestões do muito que po-de fazer em Coruche, uma localidade que faz da qualidade de vida uma das suas grandes imagens de marca.Se falamos em Coruche, temos natural-mente que sublinhar o trabalho desenvol-vido pelo Município no desenvolvimento da vila. Desde 2013 que o executivo ca-marário é liderado por Francisco Oliveira, que tem encetado um trabalho de conti-nuidade iniciado em 2002. “Houve um caminho traçado nos manda-tos anteriores que teve continuidade no meu mandato. Ainda assim, há diferen-ças, no sentido em que há sempre novas adaptações a novas circunstâncias na política, bem como novas necessidades

que nos vão surgindo”, começa por escla-recer Francisco Oliveira em declarações ao Empresas+®.

Desenvolvimento económico alicerçado no empreendedorismo Os primeiros quatro anos de presidência de Francisco Oliveira (2013-2017) foram marcados pela transição dos quadros co-munitários. Talvez por isso, houve a ne-cessidade de resolução de algumas in-fraestruturas e a necessidade de lança-mento de candidaturas a novos projetos enquadrados no Portugal 2020. Para além deste trabalho, o autarca esclarece as suas principais apostas neste quadrié-nio que agora termina.“A nossa ação focou-se essencialmente na área do desenvolvimento económico. O concelho tem um potencial turístico muito forte e procuramos criar dinâmicas para atrair empresas e conseguirmos ge-rar emprego”. Neste sentido, a autarquia assumiu a aquisição de um terreno de 47 hectares e projetou o novo Parque Em-presarial do Sorraia, na zona industrial do concelho. Haverá cerca de 94 lotes disponíveis pa-ra área empresarial, havendo já a certeza de várias empresas que irão iniciar ativi-dade nesta localização. A acompanhar esta aposta está a atratividade fiscal pa-ra as empresas. “Vendemos lotes entre os 50 cêntimos e os 2.5 euros por metro quadrado, consoante o número de pos-tos de trabalho a serem criados, e ofere-cemos também isenção de taxas a 50% para o licenciamento das empresas”.

Francisco Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Coruche desde 2013, tem encetado um trabalho de

continuidade, delineado para o concelho desde 2002. Ainda assim, não faltam adaptações, apontamentos e ideias

próprias que se têm revelado em resultados positivos para o concelho. O desenvolvimento económico da região, alicerçado

no empreendedorismo e na criação de emprego, juntamente com a revitalização das freguesias têm sido as grandes

apostas deste primeiro mandato. Coruche, Capital Mundial da Cortiça, é cada vez mais um nome de referência no mapa de

Portugal. Venha descobrir este território.

Surpreenda-se em CorucheMUNICÍPIO DE CORUCHE

16

Francisco Oliveira

Page 17: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

Revitalizar com base na educaçãoO setor da educação, um dos pontos em análise na conversa com Francisco Olivei-ra, revestiu-se de elevada importância para o atual executivo camarário. Para além da requalificação do parque esco-lar, o Município de Coruche assumiu um protocolo com o Governo, ficando com a responsabilidade na área da educação desde o pré-escolar até ao segundo ciclo.Ainda num anterior mandato foram cons-truídos três centros escolares, tendo nos últimos quatro anos sido requalificados mais dois, nas freguesias de Santana do Mato e da Branca, cuja obra está a decor-rer neste momento . Ainda assim, o inves-

timento nesta área não pára. “Vamos continuar as melhorias das infraestrutu-ras escolares, com um novo pavilhão pa-ra a escola básica em Coruche, com me-lhores e novas acessibilidades, entre ou-tras que nos propomos fazer”, destaca.O autarca assume ainda a necessidade de manter as escolas e coletividades a funcionar, empregando assim dinamismo e vitalidade às freguesias, que conti-nuam a sofrer com o envelhecimento da população.“O índice de envelhecimento tem aumen-tado, associado ao facto de termos uma taxa de natalidade negativa. Por isso, é crucial apostarmos nas coletividades de cada freguesia. É um objetivo claro refor-

çar as infraestruturas na área desportiva e cultural, de forma a criar mais e melho-res condições para a fixação da popula-ção”, sublinha.

Aposta em CorucheO atraso da chegada dos fundos comuni-tários do Portugal 2020 é um facto con-creto. Ainda assim, Francisco Oliveira destaca o papel do Governo no desblo-queio desta situação. “Neste momento estamos muito con-centrados nos projetos que definimos como prioritários no PEDU, Plano Estra-tégico de Desenvolvimento Urbano, para o qual foram aprovados cinco milhões de euros de financiamento, o que para o

nosso concelho foi muito importante”. Importante porque o autarca considera haver muito a fazer, nomeadamente ao nível do centro histórico. “Estamos numa fase de requalificação de algumas áreas urbanas, o que pode tra-zer vida ao nosso centro histórico. Num futuro próximo iremos avançar com o no-vo Centro Cultural de Coruche, localizado também no centro da vila. O objetivo pas-sa por continuar a fazer crescer o nível de qualidade de vida em Coruche. Isso refle-te-se no investimento na educação, nas infraestruturas, na segurança, nos espa-ços de lazer e de cultura, a par do apoio social disponibilizado à população”, re-força o edil.

17

Capital Mundial da CortiçaCoruche é o maior produtor mundial de cortiça, produzindo mais de cinco milhões de rolhas de cortiça por dia. Naturalmente que o título de Capital Mundial da Cortiça não podia caber melhor do que a este concelho. Dentro desta fileira destaca-se a realização da FICOR – Feira Internacional da Cortiça, que atrai a Coruche os maiores especialistas desta área. No concelho localiza-se também o Observatório do Sobreiro e da Cortiça que tem contribuído para a defesa da sustentabilidade económica da Fileira da Cortiça, promove os valores ecológicos e ambientais do Montado de Sobro, apoiando a investigação e dando a conhecer as novas utilizações e novos produtos, desta nobre matéria-prima. É aqui que está sediado o Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça, que tem como objetivo a criação de um quadro de referência da investigação para o futuro da fileira e para a definição da Agenda Nacional para a investigação do Sobreiro e da Cortiça. De salientar também que Coruche faz parte integrante da RETECORK (Rede Europeia de Territórios Corticeiros), sendo inclusive presidente da comissão executiva.

“VENDEMOS LOTES ENTRE OS 50 CÊNTIMOS E OS 2.5 EUROS POR METRO QUADRADO, CONSOANTE O NÚMERO DE POSTOS DE TRABALHO A SEREM CRIADOS, E OFERECEMOS TAMBÉM ISENÇÃO DE TAXAS A 50% PARA O LICENCIAMENTO DAS EMPRESAS”

Page 18: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► No panorama nacional, a Câmara Municipal de Évora foi uma das autar-quias do país com maior desequilíbrio fi-nanceiro e económico. Em 2013, regista-va mais de 90 milhões de euros em dívi-da, prazo médio de pagamentos de 867

dias, um desequilíbrio orçamental de 18 milhões de euros negativos, resultados operacionais de 11 milhões de euros ne-gativos e resultados líquidos de 12 mi-lhões negativos. Este foi o retrato negro que Carlos Pinto de Sá encontrou aquan-do a sua chegada à presidência do Muni-cípio. Para agravar tudo isto, havia ainda uma descredibilização total da autarquia perante os seus concidadãos e uma ab-soluta desorganização interna. Teve, por isso, um trabalho de recuperação difícil.Consciente desta situação, Carlos Pinto de Sá não se comprometeu a fazer gran-des investimentos na campanha eleito-ral. “Não valia a pena criar falsas expec-tativas. O nosso compromisso era recu-perar o equilíbrio financeiro e económico e isso está a ser conseguido. No final de 2016 já tínhamos reduzido a dívida em

cerca de 17 milhões de euros. Terminá-mos o ano sem pagamentos em atraso e estamos a cumprir os prazos de paga-mento. Reduzimos os resultados negati-vos em 88% e, com o Plano de Sanea-mento Financeiro, ganhámos uma pe-quena almofada financeira para fazer al-gum investimento estruturante, ainda que de forma limitada”, conta o autarca.

Um Município atento às questões sociaisNo que ao setor da educação diz respei-to, Carlos Pinto de Sá não nega que en-controu uma situação igualmente difícil.

“O anterior executivo tinha assinado com o Governo um contrato de execução, se-melhante ao que o atual Governo anun-ciou agora com a transferência de compe-tências, e esse contrato deu um prejuízo de mais de 400 mil euros e, mais grave, impôs a redução de pessoal, menos 44 operacionais, criando uma situação de ru-tura nas escolas”, conta. Ainda assim, o executivo camarário realizou alguns inves-timentos significativos nas escolas e irá in-vestir cerca de um milhão de euros em es-colas municipais, sobretudo para resolver os problemas de amianto ainda existen-tes. “Demos grande atenção a esta área

Évora é uma verdadeira cidade-museu dada a sua diversidade histórica e cultural. Este é um dos principais fatores que faz com

que seja uma das principais referências da região do Alentejo, que atrai milhares de visitantes de várias nacionalidades. O concelho

desenvolveu-se também com base no seu espólio cultural, e consequente reconhecimento pela UNESCO como Património da

Humanidade. Apesar de ser um território turisticamente atrativo, tem vindo a sofrer algumas dificuldades, fruto da crise económica

que assolou o país. Carlos Pinto de Sá chegou à presidência do Município em 2013 e viu-se a braços com uma situação difícil, de

“desequilíbrio financeiro estrutural”, falência técnica. Foi com muito esforço e dedicação que geriu os últimos anos da autarquia com

contenção nos investimentos, mas sem esquecer as áreas de maior importância para o contínuo desenvolvimento territorial.

Um património em constante desenvolvimento

MUNICÍPIO DE ÉVORA

18

Carlos Pinto de Sá

Page 19: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

pois a escola pública é essencial para to-dos terem acesso à educação e temos de ter escolas públicas com qualidade”, acrescenta o presidente.A área social é uma área que preocupa particularmente o Município. “Um terço da nossa população são pessoas refor-madas, pensionistas e idosas. São cerca de 18 mil pessoas que recebem, em mé-dia, pouco mais do que 330 euros men-sais. Esta situação preocupa-nos, denun-ciamo-la e reivindicamos políticas nacio-nais que aumentem estes rendimentos”. O Município tem levado a cabo um con-junto de iniciativas com as instituições particulares de solidariedade social do concelho, potenciando os recursos de to-das. “Fizemos uma aposta no alargamen-to e aprofundamento da nossa rede so-cial que passou de 20 para mais de 40 instituições. Apesar das dificuldades, conseguimos ir mais além do que inicial-mente prevíamos”. A autarquia tem em curso um programa para garantir a me-lhoria das condições de habitabilidade e pretende aumentar o apoio às institui-ções para o melhoramento dos seus equipamentos e da sua oferta social.

Um setor prioritárioO despovoamento do interior é outra das grandes preocupações do autarca que acredita que as pessoas só se fixam se tiverem emprego. Por isso, a aposta no setor económico é outra das suas prioridades. Na sua opinião, as políticas nacionais têm vindo a empurrar cada vez mais pessoas para o litoral do país. “O Poder Central devia apostar mais em políticas de coesão territorial sérias por-que as que há são insuficientes. No que depende de nós, definimos uma estraté-gia de dinamização, diversificação e crescimento da base económica, apos-tando nos diferentes setores e na interli-gação entre eles. Para nós, desde a agricultura até à inovação, tudo é impor-tante”, nota o edil. E acrescenta: “Um dos nossos principais objetivos era construir um cluster da aeronáutica. Com a convergência de esforços, no-meadamente das associações do setor, o cluster foi criado e tem sede em Évora. Estão a instalar-se mais de uma dezena de empresas com investimentos na or-dem dos 170 milhões de euros e criação de 964 postos de trabalho diretos”.

Carlos Pinto de Sá afirma que o desafio é responder às necessidades de mão de obra qualificada quer com trabalhado-res da região quer atraindo novos traba-lhadores ao concelho.

Cultura e turismo como um sóA cidade de Évora é detentora de um pa-trimónio único e inigualável, que lhe va-leu o reconhecimento como Património da Humanidade pela UNESCO há 30 anos. A par deste reconhecimento, o Município tem desenvolvido um conjun-to de iniciativas que atualmente atraem centenas de milhares de visitantes à re-gião e, por isso, para o autarca de Évora, a cultura e o turismo são áreas que es-tão intimamente ligadas. “Temos vindo a definir um programa de revitalização pa-ra o centro histórico de Évora e, para além do investimento municipal de 9.5 milhões de euros, vamos ter cinco mi-lhões para apoiar particulares e institui-ções a recuperar prédios e ainda para apoiar o comércio tradicional e a habita-ção. Quanto à cultura, não tínhamos oferta e animação no centro histórico e hoje a dinâmica na cidade é visível e es-tende-se por todo o concelho. O Teatro Garcia de Resende tem uma programa-ção regular e estamos neste momento a valorizar a cultura como um vetor estra-tégico de desenvolvimento, juntando os agentes culturais, as associações e defi-nimos programas com várias componen-tes”, nota Carlos Pinto de Sá.

O turismo é uma área que tem crescido fortemente no concelho, e este cresci-mento (superior a 20% por ano) é mesmo superior à média do país. Para apoiar o crescente turismo na região, Évora cap-tou investimento privado tendo criado vá-rias unidades hoteleiras novas e de gran-de qualidade. “Temos ainda algumas de-bilidades na receção ao turista, mas es-tamos a trabalhar nesse sentido com a criação de um centro de apoio ao turista que se insere no nosso programa de me-lhoramento dos espaços públicos”, acres-centa o presidente.

“Demos o salto que precisávamos mas queremos ir mais longe”Évora está finalmente a sair do período negro que travou o seu desenvolvimento nos últimos anos, graças ao enorme es-forço deste executivo camarário e dos agentes locais. Carlos Pinto de Sá afirma, em relação ao município, que “demos o salto que precisávamos mas queremos ir mais longe. Temos a perspetiva de fazer o investimento estruturante que Évora tanto precisa”, recorda o autarca que vê o seu trabalho inacabado e, por isso, am-biciona poder dar continuidade ao proje-to que assumiu há quatro anos. Mas lem-bra que tudo só foi possível graças ao empenho e dedicação da sua equipa de trabalho, que tem desenvolvido um tra-balho notável em prol da reorganização do município.

19

“UM DOS NOSSOS PRINCIPAIS OBJETIVOS ERA CONSTRUIR UM CLUSTER DA AERONÁUTICA. COM A CONVERGÊNCIA DE ESFORÇOS, NOMEADAMENTE DAS ASSOCIAÇÕES DO SETOR, O CLUSTER FOI CRIADO E TEM SEDE EM ÉVORA”

Page 20: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Maria Joaquina Matos é a presidente do Município de Lagos desde 2013. A con-cluir o seu primeiro mandato, a autarca assume ao Empresas+® as dificuldades, os obstáculos e os principais projetos con-cluídos durante estes quatro anos. “A situação do Município de Lagos nessa altura [em 2013] era delicada, difícil, co-mo na grande maioria dos restantes Muni-cípios. Mas o que é importante evidenciar é que estamos num momento de equilí-brio, temos cumprido todos os nossos compromissos vindos do passado, e ainda assim, libertando recursos financeiros pa-ra novos projetos e investimentos”, come-ça por explicar.

Uma estratégia bem definida“Para este mandato foram definidos cinco eixos estratégicos: Município dinâmico, competitivo e sustentável; Município soli-dário, multicultural e inclusivo; Município de diálogo, cidadania e participação cívi-ca; Município de história, arte e de cultura; Município eficiente e inovador, que encon-traram concretização em objetivos estra-tégicos que se desenvolveram em objeti-vos operacionais, projetos e atividades”. No fundo, o Município tem apostado forte-

mente na valorização patrimonial, em-preendendo todos os esforços no sentido de reafirmar Lagos enquanto cidade histó-rica e de estórias e, com especial determi-nação, na diversificação da sua oferta tu-rística, promovendo os recursos endóge-nos, nomeadamente as paisagens natu-rais, valorizando-as, e gerando assim con-dições favoráveis ao desenvolvimento de um novo segmento de turismo e uma nova oportunidade de combate à sazonalidade.“Temos apostado na construção de um município cada vez mais sustentável, não só do ponto de vista ambiental, mas tam-bém do ponto de vista estrutural. Assumi-mos a Rota da Escravatura como projeto de reafirmação da nossa marca – Lagos dos Descobrimentos, e estamos a dar se-guimento à nossa aposta na educação”.Maria Joaquina Matos nota que todo o tra-balho que tem vindo a ser desenvolvido, tem sido possível graças a uma gestão cri-teriosa e ponderada dos recursos financei-ros existentes, evidenciada nos documen-tos de caráter económico, merecendo a di-minuição da dívida e do prazo médio de pa-gamentos (neste momento a dez dias), em agravamento da carga fiscal sobre as famí-lias, uma nota especial, dado que esta tem sido uma preocupação sempre presente e de crucial importância na política de gover-nação deste executivo. “Temos orientado as nossas ações de forma conducente à elevação da população, e ao reforço da coesão social e territorial”, completa.

Educação e ação social: uma aposta na obra e nas bases complementaresEm Lagos fez-se, na última década, um grande investimento na requalificação e

ampliação do parque escolar, de modo a proporcionar à comunidade educativa as melhores condições de trabalho, de ensi-no e aprendizagem. Esse esforço está bem patente na requalificação da Escola Básica Sophia de Mello Breyner Andre-sen, uma Escola Básica com pré-escolar situada na cidade que, não sendo das mais antigas, acusava já muitas deficiên-cias, designadamente ao nível das cober-turas, do conforto térmico, da mobilidade e dos espaços exteriores. A intervenção

que está em fase de conclusão irá dotar o concelho de um estabelecimento esco-lar totalmente renovado, representando esse esforço um encargo para o Municí-pio de quase um milhão de euros. Em ter-mos do parque edificado da rede escolar tem também como objetivo a requalifica-ção e ampliação da EB1 da Vila da Luz ou a substituição do atual estabelecimento por uma escola nova, estando ainda a ser avaliada, face às projeções que a carta educativa vier a demonstrar, a necessida-

O concelho de Lagos é um destino de referência por toda a região do Algarve. É uma referência não só para quem o quer visitar, mas também para quem quer viver, trabalhar ou investir. Nos

últimos anos Lagos teve um desenvolvimento notável no quadro regional e nacional, atuando essencialmente em áreas de grande

interesse para a população e para o território.

Um município para viver, visitar, trabalhar e investir

MUNICÍPIO DE LAGOS

20

Maria Joaquina Matos

Page 21: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

de de se construir mais uma escola bási-ca do segundo e terceiro ciclos.Mas as medidas implementadas no setor da educação foram muito para além da componente do edificado. A dotação ao nível dos recursos humanos (pessoal não docente), uma área crítica do funciona-mento de qualquer estabelecimento es-colar, mereceu uma atenção constante, pois, mesmo no período de maiores difi-culdades financeiras, o Município conse-guiu garantir sempre o cumprimento do rácio estabelecido na lei, reforçando os mesmos com outras respostas. Para além de garantir as matérias da competência direta do Município na área dos transportes escolares e da ação so-cial escolar, a autarquia apostou de for-ma muito expressiva em outras verten-tes, como por exemplo a oferta das ativi-dades de enriquecimento curricular, esta-belecendo para o efeito parcerias com as associações culturais e desportivas do concelho e diversificando o leque de ativi-dades oferecidas, que passou a incluir também a sensibilização para a cultura científica através de uma parceria com o Centro Ciência Viva de Lagos que tem merecido muito interesse da parte dos alunos, ou a dinamização de projetos de complemento educativo nas áreas da se-gurança, da educação ambiental, do des-porto e da saúde. “A sistematização e aprofundamento destas políticas conhe-cerão um incremento ainda maior com a adesão do Município à Rede de Cidades Educadoras recentemente deliberada”, acrescenta a presidente.“Lagos na Rota do Envelhecimento Ativo” é a expressão que o Município tem utiliza-do com regularidade para designar o con-junto de políticas, projetos, atividades e

serviços que lançou para chamar a aten-ção para as necessidades específicas des-ta faixa etária, cada vez mais expressiva, da população. Através do projeto Saúde em Movimento, que está presente em to-das as freguesias e principais núcleos do concelho, têm-se trabalhado essencial-mente as questões do bem-estar físico e psicológico, atuando em aspetos da mobi-lidade, flexibilidade e coordenação, da in-teração, mas também do convívio e de aprendizagens que se refletem diretamen-te no aumento da condição de saúde dos seus utentes, com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.Na área social existe ainda em funciona-mento um Gabinete de Atendimento à Pessoa Idosa vocacionado para dar res-posta a esta faixa etária, não apenas nas áreas de responsabilidade municipal, mas em outras dimensões que implicam o encaminhamento para outras entida-des e a articulação direta com as mes-

mas. O apoio social ao nível da medica-ção dá resposta aos agregados em situa-ção de maior fragilidade socioeconómi-ca. O trabalho de articulação realizado ao nível da rede social e do Conselho Muni-cipal Sénior, órgãos de consulta e partici-pação, tem permitido identificar novas necessidades e coordenar a atuação do Município com as demais respostas exis-tentes na comunidade. De relevar ainda o apoio logístico e financeiro às associa-ções que têm desenvolvido um trabalho incansável e muito interessante junto desta faixa etária.

Um município empreendedorMaria Joaquina Matos destaca o papel relevante do espírito empresarial e em-preendedor que contribui para o desen-volvimento e crescimento económico do território. “Achamos que é por aqui, na criação de condições para que os investi-mentos possam ser realizados, que está

o papel da autarquia. E porque assim é, temos promovido várias ações que visam estabelecer um clima de confiança entre autarquia, empresas e empreendedores do concelho. Já visitámos as nossas Áreas de Acolhimento Empresarial e pro-movemos reuniões com empresários e empreendedores dos diferentes setores económicos, com especial relevo para as áreas dos setores estratégicos do mar e turismo, não só para auscultarmos os seus anseios e preocupações, mas tam-bém para recolhermos os seus contribu-tos e ideias para um concelho que é de todos nós”, refere a presidente, acres-centando que cultivamos, como princípio orientador, a implementação de políticas de proximidade que promovam o diálogo e a participação de todos os seus muníci-pes, incluindo também aqueles que ado-tam Lagos como local para a implemen-tação das suas ideias de negócio e das suas empresas”.Desde logo o Município procurou estabele-cer parcerias e redes de partilha e foi nes-se contexto que nasceu a iniciativa Fun & Know, ao estruturar a oferta de um produ-to turístico composto por dez equipamen-tos lúdicos e culturais, quatro públicos e seis privados, únicos e diferenciadores no

21

Page 22: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

concelho. Esta parceria tem também co-mo objetivo o aumento de visitantes nos diferentes equipamentos e, assim, estra-tegicamente, atuar na diversificação da oferta turística, na complementaridade dos produtos e serviços turísticos e no ate-nuar da sazonalidade do turismo. Desen-volveu igualmente, em parceria e em rede com entidades regionais, a AMAL - Comu-nidade Intermunicipal do Algarve. Trata-se de um atendimento personalizado a todos os empresários e empreendedores que desejem implementar ou desenvolver a sua atividade económica no concelho de Lagos e/ou no Algarve. Ainda neste âmbi-to, o Município de Lagos promoveu um evento, o primeiro meeting de empreende-dorismo Lagos Start on to Start up, que aconteceu como consequência lógica da abordagem que o Município tem vindo a desenvolver no relacionamento com o seu tecido económico e empresarial.

Lagos, terra de turismo e de culturaLagos ambiciona ser um destino de exce-lência para quem aqui vive, para quem aqui trabalha, para quem aqui desenvol-ve uma atividade económica e para quem o visita. Nesta medida, Lagos procura que o turismo que oferece, se diferencie dos outros destinos pela excelência dos seus produtos e serviços. Excelência es-sa que se obtém valorizando a autentici-dade do produto local, diferenciando a oferta disponível, através de produtos e serviços complementares que permitam criar uma dinâmica económica que com-bata a sazonalidade. Sendo Lagos uma terra de cultura e de gentes do mar, não podemos dissociar uma coisa da outra. A aposta diferencia-dora de Lagos tem que contemplar a cul-tura e os equipamentos, as suas tradi-ções, histórias e património, naturalmen-te em colaboração com os agentes cultu-rais, que se constituem como parceiros locais e que tornam possível potenciar o que foi referido.

Relativamente aos eventos, os que têm uma grande tradição e que por isso continuam, como por exemplo a Arte Doce, o Festival dos Descobrimentos ou o Banho 29, inserem-se também nesta estratégia global do desenvolvi-mento local.O turismo afigura-se também como um fator estratégico de desenvolvimento da economia portuguesa, constituindo-se como uma atividade transversal estrutu-rante, determinante para o crescimento económico, social e cultural, com vanta-

gens diretas para o aumento de recei-tas, para a criação do emprego, reforço da imagem externa e a valorização do património cultural e ambiental. Neste sentido, a autarquia tem estado empe-nhada em responder aos desafios que o turismo enfrenta, procurando, ao longo dos anos e em parcerias concertadas, potenciar a capacidade de atração do município e da região enquanto destinos turísticos de excelência, numa ótica de valorização da sua história, da sua cultu-ra e da sua identidade como cidade dos

descobrimentos. O grande objetivo é afirmar Lagos como um dos destinos tu-rísticos de eleição e uma marca de refe-rência tanto em termos nacionais como internacionais. “Para este objetivo, te-mos apostado na defesa e recuperação do património histórico edificado, na construção e apetrechamento de equi-pamentos culturais, mas igualmente no apoio à criação e à produção artística e na organização ou participação em gran-des eventos”, nota a presidente.

O que falta fazer e o que leva a recandidatar-se?“As promessas eleitorais constantes no nosso programa para o mandato 2013-2017 foram cumpridas. Foi um período de recuperação e consolidação financei-ra. Ainda assim, nunca deixámos de cum-prir a nossa missão dando cumprimento a todas as atribuições e competências inerentes a uma autarquia, apoiando na ação social, na habitação, na educação, no desporto, na cultura, no ordenamento do território, entre outras, com o objetivo de alcançar a coesão social e territorial do município. Mas os nossos projetos, e a minha/nossa visão e motivação para ter-mos um concelho ainda melhor, não se esgotaram. E por isso, projetamos con-cretizar uma série de obras, nomeada-mente a terceira fase do Anel Verde, re-qualificação da Ponta da Piedade, requa-lificação das estruturas e renovação do saneamento básico em diversos arrua-mentos, ou a requalificação e ampliação do Museu Municipal Doutor José Formo-sinho, entre tantos outros projetos e ações que gostaríamos de ver concretiza-dos”, conclui Maria Joaquina Matos.

22

“TEMOS APOSTADO NA DEFESA E RECUPERAÇÃO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO EDIFICADO, NA CONSTRUÇÃO E APETRECHAMENTO DE EQUIPAMENTOS CULTURAIS, MAS IGUALMENTE NO APOIO À CRIAÇÃO E À PRODUÇÃO ARTÍSTICA E NA ORGANIZAÇÃO OU PARTICIPAÇÃO EM GRANDES EVENTOS”

Page 23: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Olhão é o principal porto piscatório do Algarve, e isso revela muito do que é uma das principais atividades do município: a pesca. Por toda a cidade, são evidentes os sinais e cenários de uma vida alicer-çada no mar, sendo que os restaurantes de Olhão são os principais responsáveis por transmitir essa inacreditável mescla de sabores marítimos. Ainda assim, o município desenvolveu-se em todos os setores – agricultura, indústria, comér-cio e turismo. O presidente, que cumpre o seu primeiro mandato, revela que a situação financei-ra da câmara municipal não era devas-tadora mas, ainda assim, e devido ao momento de crise que se atravessava, acumulou uma dívida significativa.António Miguel Pina, formado em Econo-mia pela Universidade do Algarve, revela que, no início do seu mandato, em 2013, a dívida da autarquia e das empresas municipais de médio/longo prazo ronda-va valores perto dos 42 milhões de eu-ros sendo que, atualmente, esse valor está perto dos 27 milhões. O que foi fei-to? “Acabámos com alguns eventos, houve uma reestruturação dos quadros camarários e desaceleração do investi-mento, sendo que o nosso foco principal foi equilibrar as finanças”. Mesmo num período de gestão mais con-trolada, António Miguel Pina revelou que existiram três setores em que não houve qualquer redução de investimento, no-meadamente na educação/desporto, na ação social e cultura/juventude. “Fomos dos poucos concelhos algarvios que, mesmo em períodos de maior dificulda-

de, continuámos a atribuir os subsídios relativos aos clubes. Continuámos, igual-mente, a apoiar a manutenção e efetuá-mos algum investimento no parque esco-lar. Também a distribuição de apoios na ação social se manteve inalterada. Na cultura, apostámos na formação de pú-blicos e no apoio aos nossos artistas. Achamos que estes setores são funda-mentais e fizemos um esforço considerá-vel para não desinvestir neles”.

Setores fundamentais Como foi referido, estas áreas são prepon-derantes para este executivo. No setor da educação, este ano, houve um acréscimo do investimento, seja na melhoria do par-que escolar, seja na oferta dos livros de Português e Matemática ao segundo e ter-ceiro ciclos, dos livros das disciplinas nu-cleares no secundário ou nos manuais e li-vros de fichas e material didático a todos. “A educação é um dos principais pilares

da nossa sociedade. Estamos convictos que esta deve ser gratuita para todos, sem exceção. Os alunos terão sensivelmente o mesmo apoio por parte da autarquia, num investimento superior a 250 mil euros”, conclui António Miguel Pina. Relativamente à terceira idade, a autar-quia desenvolveu um programa baseado na atividade física e recreativa, devida-mente personalizado: as aulas bissema-nais de ginástica já são consideradas um sucesso, devido ao número de pes-soas inscritas nelas. “Investimos em téc-nicos de educação física, pessoas quali-ficadas, para ficarem encarregues de promover a atividade física junto dos quase 500 seniores inscritos. Para além disso, pelo menos duas vezes por ano, promovemos viagens pelo país, de modo a que possam conviver e conhecer no-vos sítios”. Mas outros apoios existem em diversas áreas, como no desporto para as camadas mais jovens aos clu-

bes do concelho e aos jovens, através da Casa da Juventude.Sobre a descentralização de competên-cias, o presidente António Miguel Pina refe-re que o Município de Olhão está disponí-vel para receber essas responsabilidades, mas ressalva que existe algum receio no que concerne às regras e ao encaixe finan-ceiro que permita assumir essas incum-bências: “o mais certo é que as verbas e as regras não sejam as mais adequadas à realidade. Por exemplo, a quantia que re-cebemos no setor da educação é insufi-ciente, serve apenas para uma pequena manutenção. Conseguimos, ainda assim, fazer esta gestão, mas esta perspetiva dei-xa, de facto, alguma preocupação”.

As redes de abastecimento e saneamentoCom uma taxa de cobertura no abasteci-mento de água e saneamento a rondar os 90%, a grande preocupação que existe

O Município de Olhão destaca-se pela forma

exemplar como tem vindo a efetuar a gestão dos seus

recursos. Sendo um dos diamantes algarvios, a cidade

de Olhão é, atualmente, motivo de orgulho para os olhanenses,

não só pelo turismo, mas também pela forma veloz como

se tem vindo a desenvolver.

Olhão de rigor e excelênciaMUNICÍPIO DE OLHÃO

23

António Miguel Pina

Page 24: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

neste setor está ligada à remodelação das redes, que possuem já mais de 40 anos. “A rede carece de investimentos avultados e era nossa expetativa que os fundos comu-nitários financiassem parte deles, o que, in-felizmente, não aconteceu”. Em relação ao saneamento, foi aprovada uma candidatu-ra de três milhões e 500 mil euros, e está prestes a ir a concurso um projeto de cerca de meio milhão, para investir no sanea-mento básico. No que respeita à ilha da Ar-mona, o investimento será de aproximada-mente 1.5 milhões de euros em sanea-mento básico, já no próximo mandato.

O setor empresarial do concelhoOlhão caracteriza-se por ter potencial nos três setores de atividade, uma mais-valia para o concelho algarvio. Para além da pesca, o concelho está bastante ligado à agricultura, com a produção de frutos ver-melhos e exóticos, como a pera abacate e a manga. A existência de um microclima que encaixa com o exigido para o desen-volvimento destas frutas é fundamental. A floricultura é outro setor importante, sen-do que existem três unidades de produção de flores no concelho. “Para além disso, somos o maior produtor de bivalves do país, nomeadamente de amêijoa e ostra, o que torna o concelho único na área da piscicultura. As fábricas de produção de sal e de flor de sal, assim como as fábricas de conservas que existem, são fundamen-tais naquilo que é a exportação de produ-tos da região e a internacionalização das nossas empresas”, conclui o autarca. Igualmente importante para o tecido eco-nómico do concelho é o turismo. Refira--se que, a nível percentual, a cidade de Olhão foi a que mais se desenvolveu no Algarve nos últimos anos. Refere António Miguel Pina que “há meia dúzia de anos, o surgir de uma unidade hoteleira de cin-co estrelas e, simultaneamente, termos conseguido que a Ria Formosa fosse elei-

ta uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, trouxe uma visibilidade e uma pujança que levaram a que muitos qui-sessem conhecer este destino”. O resto do trabalho tem sido feito pelos olhanen-ses, cuidando e cativando, pelos sta-keholders, crescendo e incrementando com novos produtos e novas ofertas, bem como pela autarquia, fomentando parce-rias, fazendo pontes e facilitando a quem quer investir, bem como criando medidas para atrair esse investimento.

Cultura e turismo, um chamariz para o concelhoRecuando alguns anos, António Miguel Pi-na refere que existiu, em determinada al-tura, necessidade de reduzir investimento e terminar com alguns equipamentos on-de não existia muita dinâmica. As verbas disponibilizadas para o setor cultural não permitiam contratar artistas de renome e, por esse facto, criou-se uma janela de oportunidades para promover a cultura lo-cal. “Apoiámos o Conservatório de Música

de Olhão, que é dos melhores do Algarve, assim como a Casa da Juventude, essa sim, muito dinamizada por grupos infor-mais de jovens e pessoas que vão apare-cendo”, refere o autarca. Existe apoio, por parte do Município, para grupos de teatro com formação teatral, não só para jovens, mas também para a terceira idade, promovendo, desta forma, uma conexão “avô-neto” muito interes-sante. Outros grupos ligados à música, dança e cinema são apoiados pela autar-quia, e o resultado foi o aumento da pro-dução de cultura a nível local com um custo substancialmente mais baixo. “Ho-je, ao olhar para Olhão, tenho a certeza de que conseguimos transformar uma ci-dade que tinha um estigma de cidade in-dustrial, numa cidade vista com bons olhos, ficando rapidamente com a ideia de que a cidade está em alta. Olhão está na moda”, sublinha.Mas nada disto acontece por acaso, reve-la António Miguel Pina. O presidente refere que houve uma estratégia para atrair a unidade hoteleira de cinco estrelas para a cidade, assim como um plano para promo-ver a Ria Formosa, sendo que existe, ain-da, o desafio de candidatar este espaço a Património Mundial da UNESCO. Faz parte da estratégia de António Miguel Pina con-tinuar a desenvolver a cidade, para que Olhão possa ser um nicho diferenciado de mercado na área do turismo no Algarve. “A nossa região é conhecida e valorizada pe-las suas praias, o que é ótimo. Mas Olhão,

24

“INVESTIMOS EM TÉCNICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, PESSOAS QUALIFICADAS, PARA FICAREM ENCARREGUES DE PROMOVER A ATIVIDADE FÍSICA JUNTO DOS QUASE 500 SENIORES INSCRITOS”

Page 25: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

para além de praias paradisíacas, de areias finas e águas cálidas e de acesso condicionado [barco] tem mais do que is-so: oferecemos esta cidade e toda a sua cultura, proximidade e experiência únicas que se podem viver”.O centro histórico da cidade é indubita-velmente inspirador, caracterizado pela arquitetura cubista, única no mundo, que tem atraído o interesse de muitos, no-meadamente de turistas estrangeiros

que, através dos benefícios fiscais dos países emissores, bem como dos incenti-vos que o Município criou para a reabilita-ção do centro histórico, fazem com que as zonas consagradas da cidade de Olhão sejam reabilitadas, nalguns casos para pequenas unidades hoteleiras [alo-jamentos locais].

Um trabalho merecedor de continuidadeSegundo António Miguel Pina, ainda existe muito trabalho para ser feito, ra-

zão pela qual decidiu recandidatar-se. No setor da educação, falta ao Municí-pio concluir a requalificação da rede es-colar, projeto que pensa concluir no pró-ximo mandato. A requalificação e manu-tenção da rede viária do concelho mere-ce, também, a atenção do autarca, sen-do que existe um programa para dar res-posta à necessidade de melhoria de condições, num investimento anual de um milhão de euros. A construção de um novo campo de fute-bol, assim como a requalificação de um

pavilhão municipal que já tem 30 anos, são, no setor desportivo, as próximas obras que o Município pretende concluir, ambas já em fase de concurso público. Para breve, e na sequência do programa POLIS, iniciar-se-á a requalificação da zona ribeirinha, fator determinante para o desenvolvimento do concelho de Olhão no setor do turismo.

Gabinete de Apoio ao Investidor e do Turismo são duas grandes apostasO apoio ao empreendedorismo é um desa-fio importante do próximo mandato, na medida em que o Município irá criar um Gabinete de Apoio ao Investidor, com in-tenção de dar resposta às boas oportuni-dades de negócio e às ideias inovadoras. “É preciso dar condições ao empreende-dor, não só financeiras como logísticas. Acho que é muito por aí que se vai efetivar o desenvolvimento do nosso país”. Quanto ao Gabinete de Turismo, “está a ser preparada a criação de um Plano de Desenvolvimento Turístico e de Marketing, para que possamos, em conjunto com as empresas, as instituições, o terceiro setor e, muito importante, com as pessoas – os olhanenses – encontrar o nosso rumo, o nosso farol, para que todos rememos no mesmo sentido – crescer mantendo a alma olhanense intacta”, conclui.António Miguel Pina termina, referindo que “é notório a forma como os olhanen-ses valorizam cada vez mais o seu conce-lho e a sua cidade. Esse sentimento de or-gulho mostra que estamos no bom cami-nho. Temos crescido de forma sustentada, temos projetos para o futuro, estamos a criar os alicerces de uma cidade que se quer limpa, organizada, amada pelos seus e querida por quem nos visita. Há muito para fazer, não tenho dúvidas. Por isso mesmo, sou candidato. Quero continuar a fazer acontecer no meu concelho, na mi-nha cidade”, terminou.

25

Festival do Marisco em OlhãoEntre os dias dez e 15 de agosto, decorre no Jardim Pescador Olhanense o Festival do Marisco que, como o próprio nome indica, é uma montra para o bom marisco da região. Este festival ocorre há 32 anos e é uma excelente alternativa à típica noite de bares e discotecas. Durante o evento, o marisco é servido em diversos espaços gastronómicos, sendo que posteriormente à degustação, a animação continua através de música, geralmente, cantada na língua portuguesa. Na edição que se segue, a de 2017, os artistas confirmados para animar a noite são Tony Carreira, Richie Campbell, D.A.M.A, Diogo Piçarra, Nelson Freitas e Seu Jorge. Um variado e excelente leque de artistas musicais é, para além do próprio marisco, um fator convidativo para que os turistas visitem Olhão durante este período.

“É NOTÓRIO A FORMA COMO OS OLHANENSES VALORIZAM CADA VEZ MAIS O SEU CONCELHO E A SUA CIDADE. ESSE SENTIMENTO DE ORGULHO MOSTRA QUE ESTAMOS NO BOM CAMINHO”

Page 26: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Contrastando com grande parte da região, o concelho de Vila do Bispo é das poucas áreas do Algarve onde a nature-za selvagem e as belezas e riquezas pro-porcionadas pelo mar se mantêm prati-camente inalteradas. Tal deve-se, em parte, ao facto de uma parcela conside-rável do território estar incluído no Par-que Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e Rede Natura 2000, que faz desta porção de litoral europeu dos mais bem conservados.Estas particularidades que envolvem o concelho conferem-lhe paisagens deslum-brantes e uma beleza única que, certa-mente, não deixam ninguém indiferente. É a última paragem de uma viagem pela

Costa Vicentina, viagem essa que atraves-sa o Cabo de São Vicente, que dista seis quilómetros da Ponta de Sagres, conheci-da pela sua fortaleza situada no cimo de uma falésia escarpada de cortar a respira-ção. Prosseguindo pela costa algarvia, as praias paradisíacas proporcionam uma estadia tranquila, em contacto com as mil e uma sensações que culminam numa harmonia perfeita, existindo ainda a possi-bilidade de praticar os mais variados tipos de atividades, com especial ênfase para aquelas ligadas à natureza e ao mar.Vila do Bispo define-se como um conce-lho tranquilo, afastado das imensas mul-tidões que rumam à região do Algarve, durante o período do verão. Percorrendo o concelho podemos encontrar ainda um rico património com uma carga histórico--cultural que nos remonta a séculos pas-sados, e nos fazem viajar pelo tempo, não tivesse o Infante Dom Henrique aqui vivido e Sagres sido ponto de partida pa-ra naus lusitanas quando da epopeia dos Descobrimentos. A gastronomia do con-celho baseia-se sobretudo no peixe e no marisco, não fosse o mar, o principal car-tão de visita.Geograficamente falando, Vila do Bispo pertence ao distrito de Faro. Ocupa uma área de quase 179 quilómetros quadra-dos e tem perto de 5300 habitantes, re-gistados nos últimos censos, distribuí-

dos por quatro freguesias: Sagres, Vila do Bispo e Raposeira, Budens e Barão de São Miguel.O concelho de Vila do Bispo tem registado uma evolução significativa a vários níveis, sobretudo nos últimos anos, ocupando ho-je um lugar de destaque no panorama na-

cional. Por essa mesma razão, não quise-mos ficar indiferentes a este município e estivemos à conversa com Adelino Soares, presidente da autarquia que está prestes a concluir o seu segundo mandato. O autar-ca não é propriamente novo nestas andan-ças, e levava já uma experiência conside-

Situado no extremo mais ocidental do Algarve e do território nacional, Vila do Bispo é um concelho que reúne em si um conjunto de particularidades que fazem desta região algarvia, única no país. Tendo como ponto mais conhecido a vila de Sagres e o promontório do Cabo de São Vicente, as suas principais riquezas advêm de uma

natureza, na sua maioria, ainda em estado selvagem, da beleza e tranquilidade das suas praias, na sua maioria distinguidas com a

Bandeira Azul ou Bandeira Dourada da Quercus, do seu riquíssimo património histórico e cultural e ainda da afirmação que, ao longo

dos últimos tempos, tem vindo a granjear como um concelho de referência a diversos níveis em todo o panorama nacional.

Parámos por cá, para conhecer junto do município, os segredos do trabalho desenvolvido por detrás de todo este destaque.

Vila do Bispo, um concelho a descobrir

MUNICÍPIO DE VILA DO BISPO

26

Adelino Soares

Praia de Burgau, Budens

Page 27: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

rável quando foi eleito pela primeira vez. Antes havia cumprido um mandato como vereador e um outro como deputado da As-sembleia Municipal. Mas a situação en-contrada aquando da sua chegada “ao le-me” do Município não foi propriamente a melhor. A câmara tinha uma grande dívida em mãos, na ordem dos 15 milhões, numa altura em que o país atravessava uma complicada crise económica.“A estratégia foi criar mecanismos para reduzir essa mesma dívida mas, ao mes-mo tempo, não deixar de investir. Esse objetivo tem vindo a ser concretizado. Ao fim destes anos conseguimos um decrés-cimo da dívida, onde já reduzimos mais de dez milhões de euros e temos vindo a investir em medidas e infraestruturas de que o concelho estava deficitário”, conta o presidente.

As diferentes áreas de atuação: educação e ação socialNo que se refere à educação, a autarquia fez um forte investimento, nomeadamen-te com a construção de um novo centro escolar, capacitado a acolher alunos do pré-escolar, do primeiro ciclo e não só. O Município disponibiliza ainda refeições e transportes para todos os jovens estu-dantes, e apoio financeiro para as famí-lias com mais dificuldades.O mesmo acontece ao nível social e na terceira idade. A câmara decretou várias formas de apoio, nomeadamente à nata-lidade e no que se refere a consultas mé-dicas, comparticipação nos medicamen-tos e rendas de habitação no que à popu-lação mais idosa diz respeito. Adquiriu também uma Unidade Móvel de Saúde, que percorre todas as localidades do con-celho para prestar cuidados de saúde pri-mários. Ainda a nível social, conjunta-

mente com a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo, “abrimos uma estrutura residencial para idosos e uma creche que nos permite que estes serviços sejam mais eficazes e abranjam a totalidade do território do concelho”, refere o autarca, destacando ainda a preocupação que tem existido em desenvolver uma relação muito saudável entre o Município e todas as instituições particulares de solidarie-dade social e associações do concelho. “Temos esse cuidado talvez porque esti-ve sempre ligado a instituições e à vida associativa. Esforçamo-nos para conse-guirmos arranjar sedes para as coletivi-dades e temos adquirido várias instala-ções com essa finalidade. Quem viveu muitos anos em instituições com muitas dificuldades financeiras e condições pre-cárias até, sem meios e sem recursos, consegue ter uma visão diferente, garan-tindo a essas mesmas instituições mais estabilidade para que possam continuar

a desenvolver um bom trabalho em prol da comunidade”.Na sequência destes investimentos, o au-tarca garante que muitos deles vão acon-tecer, ainda este ano, com recurso ao fi-nanciamento municipal. Muitos dos es-paços que estão sob a alçada da câmara municipal e que não estavam a ser utili-zados, vão ser intervencionados e con-vertidos em espaços destinados às vá-rias coletividades do concelho.

A atividade empresarial do concelhoPor várias razões, que já tivemos oportuni-dade de enumerar, no concelho de Vila do Bispo a atividade económica dominante é o turismo. Neste sentido, e aproveitando--se das potencialidades do seu território, a autarquia tem desenvolvido um trabalho muito importante em conjunto com as em-presas aqui sediadas numa ótica de pro-moção turística do concelho.

Importa ressalvar aqui uma questão im-portante, que talvez muitos de nós ainda não tenhamos dado conta. O concelho de Vila do Bispo é, como já vimos, das poucas regiões algarvias que harmoniza a sua riqueza balnear com a sua nature-za selvagem. Naturalmente, durante a época alta, o turismo no concelho atinge o seu auge e aqui sabe-se muito bem ti-rar partido disso, mas é preciso também saber rentabilizar a época baixa, mos-trando que Vila do Bispo não vive só de sol e de praia. Nesse sentido, a autar-quia tem marcado presença em feiras e certames internacionais ligados ao tu-rismo e organizado eventos como o Fes-tival do Percebe (marisco típico desta costa), e os resultados não se têm feito esperar, tendo vindo a verificar-se uma maior afluência de turistas durante a época baixa. Uma importante conse-quência de tais medidas é o reflexo que tal tem tido na diminuição da taxa de de-semprego do concelho.“Temos que reconhecer que o nosso se-tor principal é o turismo, embora haja também atividade piscatória e agrícola

27

Igreja de Vila do Bispo

Praia do Beliche, Sagres Cabo de São Vicente, perspetiva aérea

Page 28: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

mas essas acabam sempre por se asso-ciar e lucrar também com a questão do turismo. O que temos vindo realmente a fazer é criar condições para que as em-presas possam laborar o ano inteiro e penso que isso está a ser muito visível. A nossa taxa de ocupação turística tem au-mentado significativamente, também por força do crescimento do turismo no país, mas em Vila do Bispo a sua presença é cada vez mais expressiva”, acrescenta Adelino Soares.

Cultura e património atrativosO património histórico do concelho soma já muitos anos. Esta herança deixada pe-los seus antepassados, e que se multipli-ca pelas várias localidades, conferem-lhe um valor incalculável, digno de uma visi-ta, que é como quem diz, uma viagem pe-lo tempo. A começar pelos monumentos megalíticos que são raros em todo o lito-ral algarvio e abundam em grande diver-sidade no território do concelho. Por en-tre as suas diferentes artérias, encontra-mos vários exemplos do seu rico patrimó-nio militar, como é o caso do Forte de São Luís de Almádena, o Forte do Beliche, as Ruínas Lusitano-Romanas e, claro está, o Cabo de São Vicente com o seu imponen-te farol e a Fortaleza de Sagres. Em mui-tos destes monumentos, estão bem pa-tentes alguns vestígios arqueológicos. No que ao património civil diz respeito, o concelho é composto por diferentes pra-ças, moinhos e monumentos erguidos em honra dos vila-bispenses.O património religioso assume também um grande destaque com as múltiplas igrejas e capelas, de construção tipica-mente algarvia e que foram erguidas em diferentes séculos. Associam-se a estas diferentes romarias de cariz religioso e po-pular que ocorrem ao longo de todo o ano.De salientar ainda as parcerias de inves-

tigação celebradas pelo Município em di-versas áreas com instituições prestigia-das a nível nacional, como sejam a Uni-versidade do Algarve ou a Escola Naval, através das quais tem vindo a ser efetua-do um estudo sério sobre o território por forma a proporcionar um conhecimento mais aprofundado do mesmo não só à população residente, mas igualmente a todos aqueles que o visitam e que têm re-sultado na publicação de diversos livros, tendo como temas os estudos e as inves-tigações realizadas, obras essas que re-presentam um valioso legado de conheci-mento deixado pela câmara não só para o presente, mas também para as gera-ções vindouras.E porque a cultura não se pode dissociar do turismo, a autarquia tem procurado promover iniciativas, algumas delas pio-neiras, que convidam as pessoas a expe-riências únicas pelo concelho. Um bom exemplo disso é o Festival de Observação

de Aves & Atividades de Natureza que ocorre no primeiro fim de semana de ou-tubro e que tem já conquistado algumas distinções.

Projetos em curso em prol dodesenvolvimento do concelhoNo decorrer dos dois mandatos, lidera-dos por Adelino Soares, muitos foram os projetos concretizados, alguns dos quais financiados no âmbito do anterior quadro comunitário. Neste momento, o Municí-pio tem já a garantia de financiamento para algumas obras que pretende imple-mentar, nomeadamente a reabilitação do edifício dos antigos celeiros de Vila do Bispo para a criação do Equipamento Pú-blico de Ação Cultural (EPAC), o Celeiro da História, onde o visitante poderá fazer uma visita virtual pelo concelho e onde estará exposto parte do espólio arqueoló-gico, etnográfico, geológico e paleontoló-gico do mesmo. “Temos a obra já em fase

de adjudicação pois esse financiamento é uma parte integrante do pacote inicial que foi negociado para a região do Algar-ve”. Adelino Soares adianta ainda que existem outros financiamentos destaca-dos para o novo mercado de Sagres e pa-ra a recuperação da Praça da República de Sagres e de Vila do Bispo. Para além disso está também já em fase de adjudi-cação a construção de uma nova sede do Clube Infante de Sagres e a nova Ecovia e Ciclovia que atravessa todo o concelho.

Um trabalho de sucessoPrestes a terminar o seu segundo man-dato, Adelino Soares não esconde a sa-tisfação por detrás do trabalho até agora desenvolvido. É possível e até normal que algo tenha ficado por fazer mas, no entendimento do autarca, mediante as condições disponíveis, “fizemos tudo o que estava ao nosso alcance”. O edil sa-lienta ainda o reconhecimento obtido mediante um estudo que a Universidade do Minho realiza há alguns anos a esta parte em parceria com a Microsoft e que, num universo de 308 autarquias, distin-guiu o Município com um segundo lugar em termos globais no índice da presença das câmaras na Internet e um primeiro lugar no que respeita aos serviços online disponibilizados aos munícipes através do website da câmara. “Fomos eleitos o melhor Município nos nossos serviços online. Recordo-me que, quando iniciei funções, o nosso serviço informático pa-ra além de estar algo obsoleto não era devidamente rentabilizado e agora con-seguimos ser uma referência no país a este nível. Tem sido uma preocupação nossa aumentar os índices de transpa-rência, nomeadamente através de um in-cremento do fluxo de informação dispo-nibilizado no nosso website e nas redes sociais onde estamos presentes”.Mas a autarquia não se tem ficado por aqui, os prémios recebidos a nível nacio-nal, nomeadamente a eleição para Muni-cípio do Ano - 2015 da Universidade do Minho, o prémio da Sustentabilidade 2015/2016 da Expo Eventos, e a Men-ção de Mérito no projeto Melhor Municí-pio para Viver, do Instituto de Tecnologia Comportamental, são a prova de que o concelho de Vila do Bispo está cada vez mais a afirmar a sua posição no panora-ma nacional.Terminada assim a visita ao concelho de Vila do Bispo, ao escrever estas linhas, damos por nós com vontade de cá voltar, tão breve quanto possível.

28

“A NOSSA TAXA TURÍSTICA TEM AUMENTADO SIGNIFICATIVAMENTE, TAMBÉM POR FORÇA DO CRESCIMENTO DO TURISMO NO RESTANTE PAÍS, MAS AQUI EM VILA DO BISPO A SUA PRESENÇA É CADA VEZ MAIS EXPRESSIVA”

Desportos náuticos em Vila do Bispo, Surf

Praia da Mareta Costa Ocidental de Vila do Bispo, pormenor

Page 29: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Dono de um clima em que a tempera-tura se revela amena durante todo o ano, o concelho de Faro concentra em si carac-terísticas que fazem deste um forte polo de desenvolvimento na região do Algarve. Também os seus traços de natureza, mar-cados pela presença da Ria Formosa e do consequente Parque Natural da Ria For-mosa, uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, têm neste território uma grande expressão. O seu contributo é grande na atração de diversas espécies

de aves aquáticas migratórias que ali en-contram as condições ideais para se fixa-rem durante o inverno, como é o caso do flamingo ou a andorinha-do-mar que nes-te meio podem ser observadas. Todo o património histórico e cultural me-rece destaque ao falar desta cidade, con-tribuindo em larga escala para o convite ir-recusável a uma visita a Faro por parte de um cada vez maior número de turistas oriundos de outros pontos do país e tam-bém de outras partes do globo. O peixe e o marisco frescos enchem pratos que abrem o apetite e são imagem de marca dos principais cardápios, sempre acompa-nhados dos afamados vinhos da região e que incentivam as noites bem passadas ao som de toda a animação presente nas ruas, especialmente nos meses de verão e como já é habitual no Sul do país. Rogério Bacalhau tem 55 anos. Antes da sua eleição como presidente da câmara nas últimas eleições autárquicas, regis-tadas no ano de 2013, o atual edil assu-miu a função de vice-presidente do ante-

rior executivo camarário tendo à sua res-ponsabilidade os pelouros das finanças, dos recursos humanos, do património e da educação. “Este é um mandato que resulta de um trabalho contínuo que marcou o quadriénio anterior. Nessa al-tura, assumimos a gestão da autarquia e do concelho e deparámo-nos com uma situação muito agravada no que respeita à sua organização e saúde financeira. Primeiro que tudo, tivemos de instaurar um plano de reequilíbrio que passou pe-la reorganização de todos os serviços. Podemos dizer que apenas em 2015 nos foi possível, de alguma forma, recuperar a estabilidade financeira que nos permi-te, na atualidade, olhar para o futuro e contribuir ativamente para o desenvolvi-mento da economia do concelho”. Ainda no ano de 2015, Faro pôde con-templar a totalidade da dívida saldada pelo que, no ano seguinte, “iríamos co-meçar a investir no município e no desen-volvimento do seu espaço público, equi-pamentos desportivos, educacionais, cul-

turais e sociais. Devido à subsistência do plano de reequilíbrio em que a autarquia se encontrava, o Governo não nos permi-tiu esse investimento, muito embora ti-véssemos verbas próprias para o fazer, o que se traduziu no adiamento dessas obras para o presente ano”, afirma Rogé-rio Bacalhau, que acredita ter agora con-dições para abstrair o seu Município dos constrangimentos e ter autonomia para decidir o rumo que o concelho pode e de-ve tomar, considerando este como “um mandato de extrema importância”.

Valorização constante para o setor educacionalA ação municipal para a área da educa-ção tem-se regido, ao longo dos últimos anos, por uma contínua aposta no setor e por uma afincada relação entre os dife-rentes estabelecimentos de ensino e a própria autarquia. Rogério Bacalhau, pro-fessor de matemática, continua a assu-mir a responsabilidade pelo pelouro da educação e confessa não a delegar a nin-

Rica em património histórico e cultural, Faro é hoje uma cidade que fica na memória dos que por lá passam. Não só os costumes, como

também o rico património, a própria gastronomia e os eventos culturais são fortes indicadores e motivos de atração, nunca

esquecendo a animação noturna ou a Ria Formosa que fazem deste um importante ponto turístico na região do Algarve. Na zona litoral

do concelho, é possível usufruir daquele que é considerado uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, o Parque Natural da Ria

Formosa. Nas ilhas da Culatra, da Barreta e do Farol, são as belas praias que ganham forma e cativam pela sua Bandeira Azul. Rogério

Bacalhau termina este ano o seu primeiro mandato à frente da autarquia de Faro, mandato este marcado pela recuperação

financeira da autarquia, que em 2009 bateu no fundo, atolada em dívidas e compromissos que não conseguia saldar e pelo

crescimento económico de um concelho que quer agora, mais do que nunca, tirar partido das suas virtudes para se afirmar como um

destino turístico singular no Algarve. Em entrevista ao Empresas+®, o edil ressalva o facto de que foi possível concretizar a árdua

missão de, “após estes últimos quatro anos, os farenses passarem a ter um maior gosto pelo seu território”.

“UM CONCELHO QUE EVOLUI CONSIGO”

MUNICÍPIO DE FARO

29

Rogério Bacalhau

Page 30: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

guém. “É uma área que está muito pre-sente para mim e à qual dedico uma es-pecial atenção. Neste sentido, o atual executivo tem vindo a contribuir para a melhoria dos equipamentos escolares e também tem sido feita uma grande apos-ta nos recursos humanos a eles afetos. Procedeu-se à remodelação de um con-junto de equipamentos educacionais que existem no concelho e estamos prestes a lançar um concurso para terminar essa mesma fase de requalificação e obras em sete escolas, bem como a construção de três salas do ensino pré-escolar”. A atuação da câmara no setor da educação tem seguido, por isso, uma linha de me-lhoria em todos os equipamentos munici-pais a ele respeitantes mas também a questão dos recursos humanos tem me-recido a dedicação do presidente que efetivou a contratação de cerca de 50 pessoas com o objetivo de solucionar o problema da falta de assistentes opera-cionais nas escolas de Faro. O autarca assume a sua participação habitual em todos os concelhos gerais dos agrupa-mentos e revela uma grande proximidade que permite a rápida resolução de qual-quer problema detetado num qualquer estabelecimento de ensino. E recorda, com orgulho, a primeira grande obra do seu mandato: a Escola Básica da Lejana, inaugurada a sete de setembro de 2014.

Proximidade às instituiçõesque promovem a coesão social Relativamente à questão referente aos apoios à população idosa por parte do

Município, o edil reconhece que tem sido feito um importante acompanhamento às muitas instituições que operam neste concelho algarvio. “Conseguimos, no ano passado, ceder apoios de ordem finan-ceira a essas mesmas instituições pois passámos um período de tempo em que isso não nos era possível. Temos vindo a apoiar muito ativamente essas entidades e toda a causa social e temos, nomeada-mente no nosso teatro municipal, um es-petáculo sénior todos os meses em que estendemos o convite a essas organiza-ções, para que tragam os seus utentes e ali assistam a uma tarde cultural”.

Descentralização de competênciasQuando questionado acerca da even-tualidade de se concretizar a transfe-rência de competências do Poder Cen-tral para as autarquias, Rogério Baca-lhau proclama a sua opinião favorável dizendo que concorda com “a descen-

tralização de qualquer competência que o Governo e as instituições estejam dis-postos a passar para o Poder Local. Faro tem já implementado um protocolo de descentralização de competências na área da educação e que se tem revelado muito favorável para as escolas. Por exemplo, no que respeita aos recursos humanos, dispomos de mais pessoas do que aquelas que os rácios definem. Relativamente à manutenção, disponibi-lizamos todos os serviços da câmara pa-ra essa finalidade. Se houver algum pro-blema numa escola, entram em contac-to com a autarquia e na hora seguinte alguém irá resolvê-lo. Esta proximidade permite solucionar problemas de forma mais célere, o que não seria esperado no caso de ser o Governo o responsável por essas medidas. Sou a favor da des-centralização de competências, até por-que quem está mais próximo tem, de certeza, mais conhecimento e capacida-de de gestão”.

Setor empresarial e atração de investimento No que concerne à matéria do desenvol-vimento económico de Faro e à atração de investimento para o seu território, foi feita uma reorganização em termos de serviços. Neste sentido, “qualquer inves-tidor que contacte a câmara será recebi-do o mais rapidamente possível. Temos capacidade para aprovar projetos num curto espaço de tempo pois é esta a preocupação dos investidores, o tempo que será dedicado ou não aos seus an-seios. Há uma relação direta entre a câ-mara municipal e quem quer investir, pois quem mostra essa vontade não tem tempo para esperar pela demorada aprovação de um projeto. Há aqui um grande contributo da nossa parte, em termos de executivo, mas eu considero que é dado um ainda maior contributo por parte dos serviços e das pessoas que efetivam estes processos que per-cebem este problema e tentam dar res-posta dentro e fora do horário de expe-diente”, orgulha-se o presidente. Um outro fator preponderante para a atração de investimento para Faro tem sido a requalificação de todo o espaço público do concelho. “Toda a cidade tem sido recuperada e reabilitada nos últi-

30

“SOU A FAVOR DA DESCENTRALIZAÇÃO DE COMPETÊNCIAS, ATÉ PORQUE QUEM ESTÁ MAIS PRÓXIMO TEM, DE CERTEZA, MAIS CONHECIMENTO E CAPACIDADE DE GESTÃO”

Page 31: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

mos anos e penso que essa é uma mais--valia para aqueles que se queiram ins-talar cá, essencialmente no que respeita às questões do acesso e da qualidade da rede viária”.

O turismo e a cultura de FaroA dinamização constante, durante todo o ano, de uma série de eventos de cariz cul-tural é, para Rogério Bacalhau, um dos motivos que mais tem incentivado à pro-clamação de Faro como uma cidade alta-mente vocacionada para a prática do tu-rismo. Esta ascensão tem-se revelado rá-pida e, nos últimos três anos, foi possível verificar o aumento da procura por parte de turistas nacionais e estrangeiros. “Fa-ro nunca foi uma cidade de turismo, sem-pre foi mais associada aos serviços. As pessoas que por cá passavam vinham em trabalho mas hoje conseguimos con-

trariar essa tendência. Temos uma res-posta ao nível do turismo que está em crescimento e conseguimos, em pouco tempo, duplicar o número de camas no concelho. Atualmente, dispomos de cer-ca de 3500 camas, o que ainda é pouco. Note-se ainda que as taxas médias de ocupação na nossa hotelaria classificada são as mais altas do Algarve e mantêm--se elevadas até durante a chamada épo-ca baixa. É seguindo essa ordem de ideias que antecipo aqui um potencial de crescimento muito significativo no que respeita a esta matéria”. Com o grande volume de eventos que têm vindo a ganhar força e fama no con-celho, há pessoas que se deslocam de outras cidades e não têm a oportunidade de pernoitar em Faro, dada a crescente afluência de turistas e esse é, na ótica do presidente da câmara, “um problema

que tem de ser resolvido pois constitui uma grande oportunidade para um contí-nuo desenvolvimento económico. Esta-mos a investir nesse sentido e temos já alguns projetos de novas unidades hote-leiras prontas a ser construídas, bem co-mo outros que serão submetidos a uma breve aprovação. Espero, nos próximos anos, que consigamos continuar a atrair os turistas para que seja possível dupli-car o número de dormidas registadas no concelho. É uma mais-valia para todos os intervenientes e é algo em que iremos continuar a apostar fortemente”. A própria recuperação do património da cidade tem sido motivo de visita e apre-ciação. O Museu Municipal de Faro re-gistou o triplo das visitas num curto es-paço de tempo e o próprio teatro munici-pal, com capacidade para 700 pessoas, teve, no ano transato, o melhor ano em

termos do número de assistências, re-gistando cerca de 45 mil espetadores ao longo de todo o ano. “Temos apostado muito na vertente cultural, na requalifi-cação dos espaços e na própria criação de espaços novos de modo a criar atrati-vidades para que o turista possa esco-lher o concelho para uma visita”.

“O farense tem hoje um gostodiferente pelo concelho”Este é um mandato que, do ponto de vis-ta de Rogério Bacalhau, fica caracteriza-do por dois vetores. “Em primeiro lugar, acho que é possível ao farense, hoje em dia, ter uma perceção e gosto diferentes pelo seu concelho. Conseguimos que as pessoas gostassem mais de Faro e com todo o conjunto de eventos e requalifica-ção urbana dos últimos anos, os muníci-pes estão agora mais reconciliados com a própria cidade. O segundo vetor tem a ver com a questão financeira. Neste quadriénio, estivemos preocupados em resolver o passado e, independente-mente de quem assuma o próximo man-dato, terá todas as condições para deli-near um rumo e, assim, desenvolver o concelho. O Município terá uma capaci-dade de investimento que andará entre os cinco e os dez milhões de euros por ano, todos os anos, com recurso a fun-dos próprios e, através dos fundos co-munitários, essa capacidade poderá ser alargada. Faro tem futuro e, hoje, somos mais Faro. Espero que os próximos anos sejam repletos de um desenvolvimento pleno do concelho, a todos os níveis”.

31

“EM PRIMEIRO LUGAR, ACHO QUE É POSSÍVEL AO FARENSE, HOJE EM DIA, TER UMA PERCEÇÃO E GOSTO DIFERENTES PELO SEU CONCELHO”

Page 32: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Uma das pessoas responsáveis pelo atual reconhecimento que o município de Silves tem é a presidente da câmara municipal, Rosa Palma. Já tinha cumpri-do funções na autarquia, sendo verea-dora no mandato anterior e revela que essa experiência adquirida foi importan-te, mas, ainda assim, não tinha a perce-ção real e total sobre a situação finan-ceira em que se encontrava a câmara. Um dos objetivos primordiais da edil, quando assume a presidência, foi tentar sanar esta situação de instabilidade fi-nanceira. As medidas que Rosa Palma começou por implementar estão ligadas à promoção do comércio local, dando primazia às empresas do concelho na aquisição de bens e serviços. O aumen-to da frota automóvel, através da com-pra de viaturas em segunda mão, foi ne-gociado com empresas locais. “Fazemos de tudo para que exista dinâmica no ne-gócio local e tentamos estimular as em-presas”. Atualmente, a situação finan-ceira da câmara municipal está recupe-rada e é visível o trabalho realizado pela autarquia. “Estamos a gastar muito di-nheiro com encargos e despesas que não foram realizadas por este executivo, mas temos de honrar os compromissos, independentemente de concordar com

eles ou não”. O ato de regularizar as contas do Município levou o seu tempo, sendo que vários procedimentos de obras só agora começaram a ser execu-tados. O Município está bastante atento à população, tanto que, anualmente, é feito um relatório sobre os pedidos e ideias dos munícipes com base no pro-cesso do Orçamento Participativo de na-tureza consultiva que é levado a cabo desde 2015. “Para além de tudo isso, eu desloco-me a todas as freguesias para ouvir a população e, de certa maneira, ir ao encontro dos verdadeiros problemas, sendo que as pessoas são geralmente muito humildes nos seus pedidos”, ex-plica a autarca silvense. Após a situação prioritária de contenção e recuperação da banca, o Município está agora numa fase de crescimento, apostando na ino-vação e em estratégias que permitam a realização de trabalho em rede, quer in-ternamente, quer externamente. “Este tipo de trabalho”, diz Rosa Palma, “per-mite-nos potenciar a inclusão e fortale-cer os laços, quer dentro da autarquia, quer com as instituições externas, como as associações locais, as instituições re-gionais e, até, parceiros extrarregionais e extranacionais, como acontece no pro-jeto Odyssea, por exemplo. A replicação de boas práticas e a partilha de ideias dentro de redes vem, por vezes, colma-tar lacunas e reforçar práticas positivas promovendo, assim, uma política que prima pelo desenvolvimento mais sus-tentado, global, integrador e pela des-centralização”.

Intervenção na educação e terceira idade são prioritáriasA presidente Rosa Palma, professora de formação, é, também por isso, sensível à temática da educação. Foi com algu-

ma urgência que se viu obrigada a inter-vir nas escolas, muito devido ao grande desinvestimento e falta de manutenção ocorridas nos mandatos anteriores. “Se tivesse havido manutenção, algumas das intervenções teriam sido pouco sig-nificativas. Como não houve, essas fal-tas de manutenção passaram a ser pro-blemas estruturantes, tornando, assim, o trabalho bastante mais complexo, ten-do em conta que as nossas verbas são verdadeiramente limitadoras”. No con-celho existem 22 escolas e em todas elas foram realizados investimentos, em mobiliário, quadros interativos, projeto-

res multimédia, computadores, obras de melhoramento dos espaços, alteração das salas e cantinas, substituição de te-lhados de amianto. Em relação à tercei-ra idade, foram trabalhados e dinamiza-dos programas nos polos de Educação ao Longo da Vida, que promovem uma troca mútua de saberes intergeracio-nais, proporcionando àqueles que os frequentam uma atualização e renova-ção dos conhecimentos. Estes projetos estimularam a criação de novos polos, o que veio a acontecer em Pêra e Silves, que foram criados de raiz, através da ce-dência de um local para estes grupos,

O azul dos mares coaduna-se com o verde dos laranjais de Silves, existindo um equilíbrio perfeito entre o que

é entendido como litoral e interior, dentro do mesmo concelho. Se adicionarmos cultura, história e património,

temos a receita aprimorada que torna a Capital da Laranja numa das mais encantadoras cidades do Algarve.

Silves é capital da laranjaMUNICÍPIO DE SILVES

32

Rosa Palma

Page 33: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

tentando responder ao isolamento a que algumas destas pessoas poderiam estar sujeitas. Pratica-se desporto e outras atividades como teatro, aulas laborato-riais, existindo um envolvimento e um convívio onde a alegria é notória e, se-gundo a presidente Rosa Palma, se es-pera que dure muitos anos. “Os nossos técnicos deslocam-se aos locais com o intuito de dinamizar atividades junto da população. Contamos com uma equipa multifacetada e qualificada que visa re-solver as situações das populações”. As-sociada a estas temáticas, surge natu-ralmente o tema da descentralização de competências para as autarquias. A opi-nião da presidente Rosa Palma é clara: “Não concordo com a descentralização de competências, porque elas são ape-nas delegadas e não são acompanha-das das verbas que permitam praticar e executar esses serviços. Toda a necessi-

dade deve ser respondida e não se pode passar uma “coisa que já está doente” para que outra pessoa a consiga sanar, sem os medicamentos necessários, mais ainda, em circunstâncias em que há orçamentos e possibilidades de tra-balho ainda mais reduzidas”.

Água e saneamentosão hoje, melhor geridos,em SilvesRosa Palma refere que existiu, em ante-riores mandatos, um desinvestimento no setor da água e saneamento. “Não sei se foi com a intenção de vir a privati-zar ou entregar a alguma entidade ges-tora. O certo é que encontrámos este setor completamente esvaziado. Os pró-prios trabalhadores estavam esqueci-dos, e nós temos tentado modificar isso. Isto é muito complexo, porque estamos a falar de investimentos que não são vi-

síveis”. A edil defende o interesse públi-co que passa, precisamente, por man-ter o setor da água público. A rede de abastecimento de água revela alguns problemas graves devido ao que já se mencionou, mas atualmente, o Municí-pio está a efetuar grandes investimen-tos, com o objetivo de requalificar a re-de já existente e com a perspetiva de a tornar ainda mais abrangente. A percen-tagem de perda de água e os outros in-dicadores estão a caminhar num senti-do positivo, sendo que as melhorias co-meçam a ser visíveis. No início do man-dato, em 2013, o nível de perdas era de 50% e está, atualmente, nos 42%. “Co-locámos vários contadores nos mais va-riados locais públicos que, até então, não os possuíam. Adquiriu-se um soft-ware moderno para a gestão da fatura-ção da água com várias valências que substituiu o anterior, extremamente ob-soleto. O setor passou a funcionar com liderança efetiva e sentido estratégico. Vários projetos e obras estão em curso, e gradualmente iremos renovando e re-qualificando a extensa rede”, dá conta Rosa Palma.

Município trabalha para apoiar setor empresarialSobre o tecido empresarial a autarca re-fere que, de uma forma geral, a região algarvia tem uma indústria incipiente. Ainda assim, Rosa Palma revela que Sil-ves dispõe de uma fábrica de transfor-mação de laranja, uma de aglomerados de cortiça com alguma pujança e uma outra de transformação de alfarroba. “É claro que no município existe uma rede alargada de oficinas e pequenas unida-des económicas de cariz industrial que

não é despiciendo, e ajuda a fortalecer a economia local. Mas, na verdade, o peso da indústria no tecido económico conce-lhio é fraco, à imagem do Algarve, e diria também à imagem do país, que sofreu um profundo processo de desindustriali-zação ao longo dos últimos anos. Realço como fenómeno positivo a existência de alguns parques empresariais que têm dado uma dinâmica interessante à eco-nomia local, que é importante apoiar e aprofundar”, salienta.Existem também, em Silves, algumas empresas ligadas à gastronomia regio-nal, aos vinhos e à exportação de citri-nos. “Nós representamos 60% da pro-dução dos citrinos do Algarve. Temos inclusive uma marca registada, Silves: Capital da Laranja, que registámos há pouco tempo, satisfazendo, desta for-ma, os produtores e os próprios comer-ciantes”. Para além desta marca regis-tada, no município de Silves também existe uma marca associada ao produto vinho: Vinhos de Silves, igualmente criada, tal como a marca anteriormente mencionada, com o propósito de pro-mover não apenas a excelência dos produtos/produtores, mas o território

33

Page 34: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

enquanto espaço único, no qual se po-dem viver experiências irrepetíveis. Em relação ao setor terciário, que é de facto o setor predominante, o comércio, a restauração, a hotelaria e atividades conexas estão bastantes presentes no tecido económico.

Fundos comunitários: Silves aposta no Portugal 2020O Município de Silves está atento às possibilidades de financiamentos, ape-sar de as verbas dos fundos comunitá-rios ainda não terem chegado. O progra-ma Portugal 2020 não permite efetuar muitas obras de raiz, tendo uma forte componente promotora da reabilitação de infraestruturas já existentes. Ainda assim, a presidente considera que o Al-garve é prejudicado em relação a este programa de apoio. “Somos definitiva-mente prejudicados em relação ao 2020, porque o Estado olha para o nú-mero de pessoas que são cá residentes e a fatia de dinheiro que nos é destinada acaba por ser sempre menor, o que é in-justo, considerando que em boa parte do ano [e com uma sazonalidade ten-dencialmente menor] acolhemos muitos visitantes/turistas, aos quais temos de prestar bons serviços, tornando atraen-te o nosso território. É importante equi-par as regiões daquilo que é essencial, e é para aí que se deve olhar, não em ter-mos do número de pessoas, mas sim numa repartição de financiamentos con-soante as necessidades e que permitam melhorias claras”. O Município tenta ir ao encontro daquilo que iria permitir mo-bilizar economicamente a região, possi-bilitando o aumento das ofertas de em-prego. O essencial, para a autarca, é res-ponder de forma satisfatória às necessi-dades básicas da população e dos muní-cipes. “Existe um aceleramento dos pro-jetos, da nossa parte, para que o finan-ciamento entre nas nossas contas. Ain-da assim, não invalida que uma percen-tagem do investimento nos caiba a nós.

O Município de Silves está seguramente no topo dos municípios algarvios no que concerne ao aproveitamento dos fundos comunitários, estando a aproveitar to-das as oportunidades que surgem.

Cultura e turismo sãodeterminantes para SilvesTambém neste setor tem sido realizado um elevado investimento a nível da au-tarquia. O imponente Castelo de Silves é uma das mais importantes marcas cul-turais e patrimoniais silvenses, que ser-ve de chamariz a tudo o que acontece neste concelho, fortemente ligado à his-tória. Aliás, o seu passado, onde são vi-síveis as marcas dos vários povos que ocuparam o território – entre os quais se destacam os povos muçulmanos, bem como a posterior presença cristã, mas onde encontramos cartagineses, fení-cios, romanos e judeus – garante uma

diversidade patrimonial que dá uma identidade única a esta região. A Feira Medieval de Silves, que ocorre em agos-to, é um dos eventos que tem vindo a au-mentar o número de visitantes e que procura, precisamente, promover a des-coberta desse rico passado histórico. “Apesar de termos uma zona litoral, 70% da nossa área pertence ao interior, sen-do que as nossas áreas são muito dife-renciadas e o património cultural é bas-tante diversificado. Promovemos várias iniciativas, cativámos pessoas a virem visitar Silves e em termos culturais criá-mos uma dinâmica muito forte”, comen-ta Rosa Palma. A autarquia reabriu o Teatro Mascarenhas Gregório, que apre-senta atualmente uma programação va-riada e constante ao longo do ano. O mesmo é, assim, palco de eventos cultu-rais e por ele já passaram nomes como Jorge Palma, Vitorino, Diogo Piçarra, An-

tónio Zambujo, entre muitos outros. De-vido à localização interior de Silves, exis-tem algumas dificuldades relativas ao transporte dos munícipes, existindo um programa para fazer chegar a cultura às restantes freguesias. “Penso que divul-gamos muito bem o nosso património, mesmo numa vertente pedagógica. O Castelo de Silves é o segundo monu-mento mais visitado do Algarve”, acres-centa. A ideia da autarquia é que as pes-soas que visitem Silves não o façam com “o tempo contado”, mas que visi-tem e conheçam calmamente a realida-de local. Rosa Palma salienta, também, o crescimento do alojamento local, que considera bastante positivo.

Para o futuro do concelhoExistem, ainda, vários projetos que a presidente considera que devem ser concluídos num futuro próximo. A impor-tância de ir ao encontro das necessida-des dos munícipes é um vetor preponde-rante na governação de Rosa Palma, que refere que “o que as pessoas dese-jam para si, não é muito complexo e, desta forma, penso que é possível cor-responder às suas expetativas e concre-tizar esses projetos. Mas, por outro lado, a ambição da autarquia é muito grande, sendo que após o saneamento financei-ro da autarquia realizado no primeiro ano de mandato, dispomos de efetiva capacidade para projetar e executar obra a um nível elevado, contra as ex-pectativas gerais. A diferença entre o passado e o presente está simplesmen-te na gestão, na organização e planea-mento, na forma como desenvolvemos o trabalho coletivo”. A edil demonstra von-tade de permanecer no cargo, pois acre-dita que toda a equipa está a fazer um trabalho de excelência. “Eu sou uma pessoa que promove efetivamente aqui-lo que é o serviço público e esse é o meu compromisso. Quero que as pessoas possam voltar a acreditar nos políticos e na política”.

34

“PROMOVEMOS VÁRIAS INICIATIVAS, CATIVÁMOS PESSOAS A VIREM VISITAR SILVES E EM TERMOS CULTURAIS CRIÁMOS UMA DINÂMICA MUITO FORTE”

Page 35: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Situado no distrito de Faro, o concelho de Albufeira compreende uma área apro-ximada de 140 quilómetros quadrados, e cerca de 40 mil habitantes, sendo tam-bém uma das principais referências turís-ticas portuguesas. Ainda hoje é possível verificar em Albufei-ra a existência de muitos registos físicos da presença Árabe na cidade, desde as ruas, às casas e ao castelo. Atualmente, Albufeira vive de forma intensa o turismo, aproveitando a localização privilegiada em que se encontra. Face à crise económica que o país atra-vessava, quando Carlos Silva e Sousa as-sumiu a presidência da Câmara Municipal de Albufeira, em 2013, o autarca encon-trou o Município com vários problemas fi-nanceiros, que limitavam em muito a ca-pacidade de intervenção do seu executivo. O primeiro objetivo consistiu então na re-cuperação financeira, tendo encetado um plano de atração a empresários com ca-pacidade de investimento no concelho. Ao mesmo tempo, foi necessário assegurar

que a câmara municipal pudesse atuar em situações de carência social do muni-cípio. Pode-se afirmar, aos dias de hoje, que a situação económica da Câmara Mu-nicipal de Albufeira é positiva, os impostos baixaram para a taxa mínima e vários fo-ram os projetos realizados nestes últimos quatro anos, sempre com o objetivo de au-mentar a qualidade de vida no município.

“Sentir o concelho atrativo”“Com a redução de impostos que imple-mentamos, queremos que sintam que o concelho de Albufeira é atrativo do ponto de vista empresarial. Se um concelho for apetecível, as leis do mercado fazem o resto. E Albufeira é um concelho apetecí-vel”, declara o presidente, a propósito do interesse na atração de empresários que invistam no concelho. Em Albufeira, existe mesmo uma associação entre o Municí-pio e os vários empresários, chamada Agência de Promoção de Albufeira, onde colaboram com vista à promoção turística do destino. Os resultados têm-se revelado bastante positivos e, cada vez mais, Albu-feira é um concelho procurado, sobretudo pelo ramo hoteleiro.Para acompanhar esta procura, ao longo destes últimos quatro anos o Município de Albufeira apostou em estruturas de qualidade e no aproveitamento da costa e das praias, sendo inclusivamente o con-celho com mais bandeiras azuis do país. Estas apostas têm-se revelado vencedo-ras e atraído cada vez mais o investimen-to empresarial.

Manter a cidade atrativa é uma prioridade para a autarquia e o investimento segue no sentido de continuar a aumentar a pro-cura por Albufeira, uma vez que “sem a mesma, o empresário não aparece por-que não quer perder dinheiro. Para isso, procuramos manter o concelho atrativo, dinamizá-lo na parte cultural, com o obje-tivo de que quem nos visita goste e volte”, frisa Carlos Silva e Sousa.

Investimentos em AlbufeiraVários foram os investimentos executa-dos pelo executivo camarário para dina-mizar a cidade como um todo, e não ape-nas como uma zona balnear. Existe um processo na área de ocupação urbana com vista a valorizar o património local e, neste contexto, a Praça da República foi requalificada, o chamado Quintal da Câ-mara, situado no local da antiga Igreja

Prestes a terminar o seu primeiro mandato como presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Carlos Silva e Sousa prepara a

sua recandidatura para dar continuidade ao trabalho executado nos últimos quatro anos. Desde 2013 que se tem dedicado a reparar os danos da crise financeira que esteve instalada no

país. Ainda outra prioridade deste primeiro mandato foi a criação da capacidade de investimento, com o objetivo de aumentar a

atratividade da cidade e, com isso, contribuir para o seu desenvolvimento económico.

Trabalhar em proldos munícipes

MUNICÍPIO DE ALBUFEIRA

35

Carlos Silva e Sousa

Page 36: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

Matriz de Albufeira, destruída em 1755, irá iniciar também uma obra de requalifi-cação com vista a tornar-se numa nova zona de atração turística. Também o Cas-telo de Paderne está inserido no processo de recuperação de edifícios, neste caso, numa obra efetivada entre a câmara e ou-tros parceiros.Uma outra aposta da câmara municipal centra-se em áreas ainda por explorar. “Estamos neste momento a concluir o de-senvolvimento de três percursos pedo-nais. Fizemos também a ligação entre Al-bufeira e a Via Algarviana, uma ligação que começa no posto de turismo à entra-da de Albufeira, e vai até ao concelho de Loulé, numa distância de seis quilóme-tros e 700 metros. Temos neste projeto a colaboração deste município vizinho”, re-fere Carlos Sousa, que procura também reforçar o posicionamento do concelho no turismo de saúde e de natureza. Um problema que tem assolado todos os municípios de uma forma geral é o atraso dos fundos comunitários. O autarca con-sidera que os fundos são essenciais para um município poder investir, embora sa-liente que Albufeira, neste momento, tem uma capacidade de investimento maior do que nos anos anteriores. Com o atraso

do Portugal 2020, tornou-se obrigatório utilizar fundos próprios para se poder realmente investir. “Os Municípios têm de fazer os seus processos de investimento com fundos próprios, o que não é o me-lhor. É uma solução mas não a melhor. Eu não posso ficar à espera dos fundos e por isso fomos investindo muito na reabilita-ção urbana, com a recuperação do tribu-nal por exemplo, e ainda uma série de projetos de interesse público. Um dos in-vestimentos que está em curso é um Pla-no de Drenagem de Albufeira. É uma obra que não se vê, vai ser subterrânea, mas é importante para proteger vidas humanas. O projeto é para avançar o mais rápido possível e espero que isso aconteça no próximo mandato”, anuncia o autarca. Importa salientar que em 2015 Albufeira foi afetada pelas cheias, que colocou a baixa da cidade submersa, além de des-

truições de propriedades. Este projeto servirá precisamente para prevenir ca-tástrofes desta dimensão.

Preocupação socialO trabalho produzido pela Câmara Munici-pal de Albufeira desde 2013, não tem si-do executado apenas a pensar no desen-volvimento do território. Desde o início que sempre foi assumida uma enorme preocupação social. Em relação às esco-las, foram efetuadas obras de manuten-ção e requalificação nos espaços. A obra da escola da Guia foi toda ela financiada pelo Município de Albufeira. No que diz respeito aos alunos, houve um cuidado muito grande com as refeições na escola. Face à carência financeira de muitas fa-mílias, a autarquia oferece apoios para que todas as crianças tenham a possibili-dade de almoçar na escola.

Também existe um apoio significativo ce-dido às famílias, no que diz respeito ao ar-rendamento, que se tem assumido como uma ajuda para pessoas que enfrentam uma situação de desemprego. O facto de Albufeira ser uma cidade sazonal, que vi-ve sobretudo da época balnear, faz com que este fator se agrave no inverno, e este apoio ao arrendamento é uma forma de ajudar a população mais necessitada.

Os dois ladosda descentralizaçãode competênciasNuma altura em que muito se debate a descentralização de competências, Car-los Silva e Sousa não deixou de dar o seu parecer em relação ao tema. Em de-clarações com o Empresas+®, o presi-dente da Câmara Municipal de Albufeira assume a sua concordância com o prin-

36

Page 37: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

cípio. Ainda assim, indica que “não po-demos fazer isso de forma parcial e em relação a competências que são do Es-tado. Por exemplo, na área da saúde, não podemos gerir um centro de saúde. Não temos competências, nem poder hierárquico sobre os médicos. O que po-demos fazer nestes casos é cooperar e colaborar com as instituições”. Desta forma, Carlos Silva e Sousa considera que os Municípios não podem assumir todas as responsabilidades a partir do conceito de descentralização de compe-tências, havendo responsabilidades e encargos que terão sempre de perten-cer ao Poder Central.Por outro lado, existem casos em que a descentralização faz total sentido. “Por exemplo, no caso da gestão das praias e do planeamento das mesmas, nós faze-mos praticamente tudo, com o apoio das autoridades marítimas. Somos os princi-pais responsáveis, fornecemos os meios e entendo que a gestão seja da compe-tência dos Municípios. Na exploração do mar, tenho divergências com o Poder Central. O mar é de todos e sou muito

contrário a alguns interesses privados que possam sobrepor-se ao interesse co-mum. Não pretendo que venham pes-soas de fora, que nunca fizeram nada pe-la região nem pelos cidadãos, e que en-trem em colisão com o interesse público, ou que venham fazer ocupações do mar em zonas de navegação e em zonas de

pesca. Se o Poder Central permite isso, então estou frontalmente em colisão com o Poder Central, porque entendo que se trata de colisão com o interesse público”, refere o edil, assumindo ao mesmo tem-po a importância em proteger o interesse dos concidadãos e do turismo local. Para reforçar as competências do Município

nesta área, o autarca refere ainda que “é necessário entender a importância do tu-rismo na região. Para além das praias, também a frente marítima devia depen-der de um parecer vinculativo das câma-ras municipais, sob pena de termos aí ou-tras entidades a invadir o nosso território com interesses de menor dimensão, con-tra o interesse comum da população. O interesse das regiões coincide com o in-teresse nacional”.

RecandidaturaCarlos Silva e Sousa não termina aqui o seu ciclo e considera que tem ainda muito trabalho pela frente. Os primeiros quatro anos serviram para trabalhar na recupe-ração financeira do Município e colocar em marcha alguns projetos de desenvolvi-mento e de cariz social. Para o futuro, o atual presidente pretende continuar a de-senvolver novos projetos e concluir aque-les que já estão em curso e refere ainda que se recandidata “pelo desafio de ter a câmara em boas condições financeiras, e porque tenho muitos projetos para a cida-de e para os albufeirenses”.

37

Page 38: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Portimão tem sido, nos últimos anos, palco de distintos eventos e atividades que fazem desta cidade algarvia um destino de referência e eleição por parte de turistas nacionais e estrangeiros. Es-ta distingue-se pelas paisagens pinta-das de azul intenso, com um mar calmo e águas com uma agradável temperatu-ra, para além de toda uma oferta turísti-ca que permite temporadas em cheio marcadas pela diversão e por um ritmo desenfreado de atividades ao ar livre. Como um destino de férias popular, Por-timão demarca-se pela famosa Praia da Rocha que convida à prática dos despor-tos náuticos, como é o caso do windsurf e da pesca submarina, e também por uma extensa gama de unidades hotelei-ras e restaurantes de prestígio.

Em outubro de 2013 Isilda Gomes veio a assumir a presidência da Câmara Muni-cipal de Portimão. Licenciada em Ensino de Matemática e Ciências da Natureza, a autarca, à conversa com o Empresas+®, recorda o período vivido no Município há quatro anos, quando foi eleita como pre-sidente da câmara pelos portimonen-ses. “Nos primeiros meses de trabalho por parte deste executivo, era até incer-ta a capacidade de pagamento dos ven-cimentos aos funcionários da autarquia. Encontrámos a câmara municipal com uma dívida colossal à banca e com cen-tenas de credores. A cada dia eram de-tetados novos problemas que eram gra-ves e, embora eu soubesse da sua exis-tência, não sabia exatamente da sua im-plicação e impedimento do dia a dia, bem como das dificuldades que os mes-mos acarretavam”, explica Isilda Gomes. Junto da sociedade, dos próprios empre-sários e da banca, a imagem da câmara municipal não era vista com bons olhos e um dos principais encargos da presi-dente nos primeiros meses “foi precisa-mente tentar restaurar a sua credibilida-de junto das diversas entidades que de-veriam trabalhar em cooperação com o Município e tal foi sendo conseguido partindo de uma grande honestidade”,

com uma atitude de total abertura pe-rante os parceiros e fazendo alusão às verdadeiras capacidades de reestrutura-ção dessa mesma divida pela câmara.“Foi importante não fazer promessas que sabíamos não poder cumprir e, apesar de termos de reduzir ao mínimo todas as despesas, fizemos um grande esforço pa-ra que todos os equipamentos munici-pais continuassem no ativo, como é o ca-so de algumas estruturas desportivas, as piscinas ou o teatro”, facto este que, para

Isilda Gomes, constituiu uma “grande vi-tória”. Aos poucos, todo o esforço foi ge-rando resultados pelo que, durante o atual quadriénio, foi possível recuperar parte de uma dívida na ordem dos 162 milhões de euros, dívida essa que se po-siciona, neste momento, nos 120 mi-lhões. “Esta recuperação pressupõe, pa-ra o nosso executivo permanente, um grande orgulho e significa que pagámos, em média, cerca de um milhão de euros de dívida por mês, para além da redução

A pesca e o turismo têm sido duas das vertentes que marcam o município de Portimão, com uma forte atividade relacionada com as

calmas marés que banham esta cidade portuguesa do distrito de Faro e servem ainda de convite à visita de turistas nacionais e

estrangeiros. A Praia da Rocha, conhecida a nível internacional, é apenas um dos ex-líbris da cidade portimonense que, pelo seu areal

dourado e mar tranquilo, não foge do roteiro de milhares de pessoas que escolhem o Algarve como destino de eleição para as suas

férias. Certo é que Portimão não é apenas um ponto turístico pelo que lhe é reconhecida uma ímpar qualidade de vida, para além de

todo o investimento em prol do incentivo à criação de novas empresas e jovens empresários, sendo esta uma aposta que

mereceu especial dedicação nos últimos quatro anos por parte da presidente Isilda Gomes que termina, neste ano eleitoral, o seu

primeiro mandato na presidência da Câmara Municipal de Portimão.

UM DESTINO DE ELEIÇÃO NO ALGARVE

MUNICÍPIO DE PORTIMÃO

38

Isilda Gomes

Page 39: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

do número de 1303 credores para 328 em apenas dois anos, o que nos levou, nos anos de 2015 e 2016, a atingir os melhores resultados financeiros da histó-ria do Município”. Na visão de Isilda Go-mes, a reestruturação financeira da au-tarquia e o restaurar da sua normalidade foi um passo com uma importância gi-gante e que permitiu uma nova capacida-de de investimento, até então perdida.

Os portimonenses como uma prioridadeTanto na área da educação como nos objetivos onde é contemplada a terceira idade, vários projetos foram estabeleci-dos neste mandato tendo em vista a constante melhoria na qualidade de vi-da dos cidadãos de Portimão. “A câmara municipal comparticipa cerca de 1400 crianças com 180 mil euros do orça-mento do município e parte desse orça-mento tem sido também canalizado pa-ra a conservação de jardins de infância e escolas do primeiro ciclo. Para alunos que residam a uma maior distância dos equipamentos escolares, o transporte é gratuito e para os restantes existe um desconto de 40% no título de transpor-te. Procedeu-se ainda à contratação de auxiliares para as escolas, algo que não se verificava desde 2010 e tem havido, por isso, um investimento no que respei-ta à área da educação. A autarquia mos-tra-se ainda disponível para o acompa-nhamento de agregados familiares mais carenciados, com a distribuição de bens alimentares ou refeições, bem como com o apoio ao arrendamento por parte de munícipes com dificuldades a esse e outros níveis. Cerca de uma centena de agregados familiares beneficiam ainda de uma comparticipação municipal no que respeita à aquisição de medicamen-tos, através de protocolos estabelecidos entre a autarquia e um conjunto de far-mácias que permitem aos utentes o le-vantamento de medicação numa deter-minada ordem”, explica a presidente.

Rede Social de Emergência MunicipalUma das grandes preocupações do atual executivo logo após as autárquicas de 2013, consistiu na criação de uma Rede Social de Emergência Municipal. Com esta, a qualquer hora e em qual-quer situação, é dada aos munícipes uma rápida e eficiente resposta relativa-mente a problemas de qualquer ordem. Isilda Gomes explica que “a câmara mu-nicipal conta com o apoio de diversas associações agregadas a esta rede que permitem dar uma resposta imediata a qualquer situação de exclusão social. Não posso admitir que haja situações de fome, por exemplo, em Portimão e, nes-te momento, dispomos de todas as con-dições para que isso não se verifique na

nossa comunidade, uma vez que temos criado um mecanismo que nos permite intervir a qualquer momento com a doa-ção de bens alimentares, por exemplo, ou a disponibilização de equipamentos que fornecem refeições já cozinhadas. É fundamental o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelos diversos organis-mos em cooperação com o Município que se mostra sempre disponível”.

Atração de investimento e estreita relação com os empresáriosUm dos grandes objetivos até ao final do mandato passa pelo apoio ao comér-cio tradicional e também por dar condi-ções a jovens empresários para que es-tabeleçam os seus projetos e negócios

na cidade de Portimão. “O sombrea-mento do coração do comércio tradicio-nal da cidade é uma prioridade que vem permitir transformá-la numa espécie de centro comercial ao ar livre. Em relação às empresas, temos facilitado no que respeita à apresentação de projetos e temos ainda um centro de negócios criado, que em breve abrirá portas no Autódromo Internacional do Algarve e que reúne todas as condições necessá-rias para a captação de projetos de jo-vens empresários. Queremos proporcio-nar-lhes um espaço de acolhimento e desenvolvimento dos seus negócios pa-ra que possam vir a estabelecer as suas empresas no concelho e, nesse aspeto, a autarquia está empenhada em garan-tir qualidade nos serviços que está a prestar junto do tecido empresarial por-timonense”.

Aposta no turismo é projeto a longo prazoIsilda Gomes considera que “um municí-pio turístico por excelência tem de ter eventos âncora que sejam publicitados a nível internacional. Para além da Taça do Mundo de Ginástica Rítmica ou o Open de Golfe, outros eventos como uma prova do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 em motonáutica são apostas que vieram para ficar. Conseguimos vol-tar a colocar Portimão nas rotas interna-cionais e tal tem sido possível graças ao esforço da autarquia e à participação das gentes locais e dos turistas”. A au-tarca não nega que muito investimento ficou por fazer porque estiveram impedi-dos legalmente de investir, no entanto, ressalva o facto de ter vindo a apostar na concretização de planos que não constavam no seu projeto eleitoral, con-siderando essa uma mais-valia de gran-de importância para os portimonenses, “que merecem que seja feita uma inter-venção a todos os níveis na sua cidade, tendo em vista uma constante melhoria da sua qualidade de vida”.

39

Page 40: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

► Osvaldo Gonçalves assumiu a presi-dência da Câmara Municipal de Alcoutim com um objetivo concreto, o de desenvol-ver económica e socialmente este conce-lho. “Quando cheguei, foi sempre assumi-do por mim que a situação financeira da câmara municipal era boa, com uma boa gestão financeira, e isso facilitou-nos o trabalho, inclusive naqueles anos mais ri-gorosos de 2013 e 2014. Conseguimos passar ao lado dessas dificuldades pela boa situação financeira, inclusive fazer contratação de pessoal, dentro do possí-vel”, explica o edil.Sofrendo da problemática da interioridade no nosso país, o atual executivo tem vindo a criar soluções para diminuir o impacto deste fator na região. “Somos um conce-lho que sofre de assimetrias, principal-mente a nível geográfico. Isso exige de nós um esforço redobrado, estarmos presen-tes diante as entidades patronais, mas também tentar afirmar a Câmara Munici-pal de Alcoutim a nível nacional. Uma das primeiras medidas que tomei foi reunir com as juntas de freguesia e, aproveitan-do o que tinha sido alterado com a Lei 75,

fiz algo inédito, que foi delegar competên-cias nas próprias juntas, para que as pró-prias freguesias sentissem que quanto mais próximo estivessem dos cidadãos, mais rapidamente conseguiam atender às primeiras dificuldades. A descentralização aproxima mais as pessoas. Temos um concelho muito extenso, com 576 quiló-metros quadrados, com cinco freguesias. Essa dispersão não pode acentuar mais a distância e a dificuldade de chegar ao Po-der Local. Foi uma das minhas apostas primárias, essa descentralização. O con-celho tem um problema enorme a nível de rede de transportes, sendo que basica-mente esta não existe. Temos um serviço de proximidade com viaturas nossas, com dois ou três circuitos semanais em que fa-zemos o transporte das pessoas para vi-rem à vila e para voltarem às aldeias. Quanto mais próximos estamos das pes-soas, melhor”, comenta.A descentralização de competências é um tema que tem estado em cima da me-sa a nível nacional e que, internamente, está a ser posta em prática pelo atual executivo. “Julgo que é um processo de extrema importância mas igualmente de-licado. Há uns tempos recebi uma cha-mada com o intuito de discutir a descen-tralização de competências e eu fiquei bastante satisfeito. Posteriormente aper-cebi-me que queriam passar para a au-tarquia o trabalho todo, gestão de equi-pamentos, gestão de uma frota automó-vel, gestão de pessoal não clínico. Isso só me iria trazer mais problemas. Ou esta estratégia é acompanhada por um paco-te financeiro aceitável e por profissionais capazes, ou então não faz sentido”, con-fessa Osvaldo Gonçalves.

Desde 2013 que tenta abrir uma esta-ção de saúde que encerrou numa das freguesias mais interiores do concelho que é Vaqueiros, onde parece existir uma forte abertura nesse sentido. “Esta-mos a tentar intervir no edifício, mas é um processo muito complexo mesmo, muito delicado”, assume. No que respeita à rede de abastecimen-to de águas e saneamento público no

concelho, Osvaldo Gonçalves admitiu que foi feito um grande trabalho para do-tar toda a região de uma rede extensa e eficiente. “Temos uma grande parte do concelho devidamente dotado de rede de saneamento e um conjunto de candi-daturas que foram aprovadas, mas que sem os apoios não conseguimos execu-tar essas obras. Temos um conjunto de iniciativas para conseguir levar água de

Nas margens do rio Guadiana, a escassos metros da vizinha Espanha, podemos encontrar um refúgio onde o verde das colinas cobre uma localidade cheia de história. Falamos de Alcoutim, uma

vila que tem Osvaldo Gonçalves como presidente da câmara municipal desde 2013, um autarca que tem lutado por consolidar a

identidade desta região do interior.

Apostar na qualidade de vida dos munícipes

MUNICÍPIO DE ALCOUTIM

40

Osvaldo Gonçalves

Page 41: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

qualidade às localidades, mas posso di-zer que mais de 70% do concelho está servido com água de qualidade. A nível do saneamento, temo-lo em todas as se-des de freguesia, também em alguns montes, ainda que neste caso seja mais difícil”, confessa o edil.

A importância da educaçãoA educação tem sido um dos principais focos do trabalho desenvolvido pelo atual executivo ao longo deste primeiro manda-to. A baixa taxa de natalidade e a falta de crianças tem sido um grande desafio com que se têm deparado ao longo dos anos. “Nós na educação temos um dos maio-res problemas que existe, que é a falta de crianças. Temos um agrupamento esco-lar com duas escolas e menos de 40 alu-nos. Isto já por si cria dificuldades. O cus-to que é fazer esta gestão quando se fa-zem transportes de um ou dois miúdos é

enorme. Atualmente temos um conjunto de apoios para a educação. Para já, toda a alimentação é paga por nós, para além dos apoios por turma, dando a todos os alunos uma bolsa. Suportamos integral-mente as despesas dos transportes. Te-mos uma bolsa de estudo para os jovens licenciados, atribuída arbitrariamente, in-dependente dos resultados e do estrato social. Damos imensos apoios, de uma forma transversal. Na componente extra-curricular damos também um forte apoio.

Temos alguns problemas no que diz res-peito à colocação de professores, mas is-so nunca fez com que alguém ficasse sem ter aulas, devido a um grande esfor-ço por parte dos professores substitutos. Isto só se consegue pela proximidade, que nos ajuda imenso”.

Qualidade de vida para a terceira idade“No dia um de fevereiro inauguramos um lar que tinha sido terminado no final de

2016. Houve um esforço enorme ao ne-gociar os acordos de recuperação. Foi a última grande obra a pensar na terceira e quarta idade, mas não só, pois elas com-plementam também 22 postos de traba-lho. Foi um investimento totalmente fi-nanciado pela Câmara Municipal de Al-coutim, com um investimento de um mi-lhão e 300 mil euros e cedemos o contra-to a uma IPSS que está a fazer a gestão do equipamento. Existe uma grande preocupação com os idosos, temos mui-tas atividades que os mantém ocupados. Quero destacar a Universidade Sénior, que é um projeto que os mantém ativos e saudáveis. Temos um conjunto de ativi-dades relacionadas com o exercício e gi-nástica. Também promovemos um en-contro de tratamento termal em que to-das as pessoas que tenham essa neces-sidade médica podem usufruir destes tratamentos numa estação termal, onde os custos são totalmente suportados por nós. A afluência tem sido significativa, rondando sempre os 60 participantes”, sublinha Osvaldo Gonçalves, salientando que, de acordo com a realidade local,

41

Page 42: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

a melhoria da qualidade de vida dos cida-dãos da terceira idade é um foco funda-mental para o trabalho desenvolvido, criando assim condições para um enve-lhecimento ativo e com qualidade.

Área empresarial e florestal como apostasApesar de este ser um concelho com ca-racterísticas muito rurais, Alcoutim não deixa de ser atrativo para os empresá-rios e esta tem sido uma das apostas do atual executivo, atrair investimento para a região. “Tivemos no dia sete de março uma visita do ministro da economia, Ma-nuel Caldeira Cabral, com o secretário de estado da energia, Jorge Seguro San-ches, e um conjunto de empresários que viram aprovado o licenciamento da construção de um parque fotovoltaico com 221 megawatts de potência, com um investimento total de 200 milhões de euros. Esta obra, juntamente com ou-tros projetos que têm vindo a ser apre-sentados, tem sido o grande boom da-quilo que pode vir a ser a curto médio prazo o investimento feito pela Câmara Municipal de Alcoutim. Isto acontece porque temos uma tipologia única de ex-

posição de solar. É de salientar que hou-ve um impedimento para alguns investi-mentos que ponderámos executar. Te-mos um parque empresarial em Alcou-tim que de há três anos para esta parte recebeu mais quatro ou cinco propostas de investimento empresarial, mas que têm de aguardar pela abertura do qua-dro comunitário, que também tardou. Se tivesse vindo mais cedo, eventualmente

teríamos mais duas ou três empresas consolidadas”, explica o autarca.Paralelamente à atividade empresarial no concelho, Alcoutim tem vindo a conso-lidar a sua imagem no panorama nacio-nal pela sua área florestal significativa. “Sendo um concelho rural, tivemos uma intervenção na área das florestas onde houve uma forte aposta de pinheiro man-so. De uma década para a outra, passa-

mos a ser um concelho florestal. Ainda assim percebeu-se que estes gastos não tiveram um retorno, por exemplo, porque estes pinheiros não dão pinhas nem dão madeira. Percebeu-se que houve aqui um erro. Tentei perceber de que forma pode-mos olhar para o futuro. Uma atividade muito importante também é a caça, e as alterações nos habitats vieram prejudicar muito esta atividade. O pinheiro cria zo-nas de sombra que a própria perdiz não gosta, por isso foi um investimento que prejudicou outra área importante para nós”, sublinha o edil.“O meu mandato surgiu entre o fim de um quadro comunitário e o lançamento do seguinte, e isso foi negativo para nós. Não existe possibilidade de assegurar a execução de grandes obras sem o apoio dos quadros comunitários”, acrescenta.

A atratividade cultural e históricaO Festival do Contrabando e o Artes do Guadiana são dois dos ex-líbris culturais do município de Alcoutim, levando às margens do Guadiana milhares de pes-soas para assistir a estes eventos. “Não abdicamos da nossa ruralidade e preten-demos tornar visitável aquilo que é nos-so, da forma como somos, criando obvia-mente condições de alojamento e refei-ções. O nosso ex-libris é realmente o rio Guadiana, e neste momento existe ape-nas uma empresa a explorar esta verten-te e que faz um trabalho excelente”, con-fessou o autarca, salientando que uma das principais preocupações é ir ao en-contro das pessoas e perguntar o que mais se pode fazer para potenciar o turis-mo na região. As presenças na BTL têm sido também uma aposta do atual execu-tivo que vê um grande potencial de atrati-vidade na região.

Continuar a investir em AlcoutimOsvaldo Gonçalves e o atual executivo da Câmara Municipal de Alcoutim querem continuar a apostar no município e nos munícipes. Como tal, o objetivo para o pró-ximo mandato passa por continuar a in-vestir em infraestruturas e serviços que melhorem a qualidade de vida dos cida-dãos e atraiam mais visitantes à região. “Gostava muito de ver concluído um proje-to que estou a iniciar, que é um Projeto de Parque de Campismo de Alcoutim, com uma dimensão a nível regional e nacional. Gostava que ficasse feito com o meu cunho, no meu mandato”, termina

42

“NÃO ABDICAMOS DA NOSSA RURALIDADE E PRETENDEMOS TORNAR VISITÁVEL AQUILO QUE É NOSSO, DA FORMA COMO SOMOS, CRIANDO OBVIAMENTE CONDIÇÕES DE ALOJAMENTO E REFEIÇÕES”

Page 43: IDANHA-A-NOVA - empresasmais

FICHA TÉCNICA Propriedade, Edição, Administração e Autor: Páginautêntica – Publicações, Lda Administração, Redação e Departamento Gráfico: Rua Barros Lima, 754, 2º andar - 4300-061 Porto, Tel. 225 360 898 [email protected], www.empresasmais.pt Editora: Isabel Oliveira Produção de Conteúdos: Carina Pereira, Carina Sousa, Joana Araújo, Osvaldo Silva Paginação e Design: Pedro Furtado Cabral

Gestão de Comunicação: Alberto Santos, Gonçalo Silva, João Silva, Rui Fernandes, Sofia Santos Secretária de Direção: Andreia Dias Periodicidade: Mensal Depósito Legal: 370221/14 Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial,

sem prévia autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, exceto nos anúncios com localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos não são da responsabilidade do editor.

Page 44: IDANHA-A-NOVA - empresasmais