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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA LIVIA MARTIGNONI TEIXEIRA DA SILVA IDOSOS HOSPITALIZADOS EM RISCO DE DESENVOLVER LESÃO POR PRESSÃO: contribuição do Enfermeiro Niterói, RJ Dezembro 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

LIVIA MARTIGNONI TEIXEIRA DA SILVA

IDOSOS HOSPITALIZADOS EM RISCO DE DESENVOLVER LESÃO POR

PRESSÃO: contribuição do Enfermeiro

Niterói, RJ

Dezembro 2016

LIVIA MARTIGNONI TEIXEIRA DA SILVA

IDOSOS HOSPITALIZADOS EM RISCO DE DESENVOLVER LESÃO POR

PRESSÃO: Contribuição do Enfermeiro

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação

do Curso de Graduação e Licenciatura em Enfermagem da

Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para

obtenção do Título de Enfermeiro e Licenciado em

Enfermagem.

Orientadora: Profª. Drª. Fátima Helena do Espírito Santo

Niterói, RJ

Dezembro 2016

S 586 Silva, Lívia Martignoni Teixeira da.

Idosos hospitalizados em risco de desenvolver lesão por pressão: contribuições do enfermeiro. / Lívia Martignoni Teixeira da Silva . – Niterói: [s.n.], 2016.

57 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) -

Universidade Federal Fluminense, 2016. Orientador: Profª. Fátima Helena do Espírito Santo. 1. Enfermagem. 2. Úlcera por pressão. 3. Hospitalização. 4.

Cuidados de enfermagem. - I. Título. CDD: 610.73

LIVIA MARTIGNONI TEIXEIRA DA SILVA

IDOSOS HOSPITALIZADOS EM RISCO DE DESENVOLVER LESÃO POR

PRESSÃO: Contribuição do Enfermeiro

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação

do Curso de Graduação e Licenciatura em Enfermagem da

Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para

obtenção do Título de Enfermeiro e Licenciado em

Enfermagem.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________________

Profª Drª. Fátima Helena do Espírito Santo- Orientadora

Universidade Federal Fluminense - UFF

____________________________________________________________________

Enf Dnda Carla Lube Chibante -1ª Examinadora

Universidade Federal Fluminense - UFF

____________________________________________________________________

Prof Dr Rodrigo Hipólito – 2º Examinador

Universidade Federal Fluminense - UFF

Niterói, RJ

Dezembro 2016

“Constatar a realidade nos torna capazes de intervir nela”

(Paulo Freire)

AGRADECIMENTOS

Em especial a Deus, por ter guiado e iluminado a minha caminhada e por ter

abençoado os meus dias.

Aos meus familiares pelo amor, carinho e apoio durante o meu crescimento

pessoal e profissional.

Aos amigos que esta universidade me deu Abel, Leticia, Bruna, Thiago, Nathalia

e Luiza, por terem me dado à amizade de vocês. Obrigada por toda atenção,

convivência, choro, desespero, noites de estudo de caso, batatinhas, chocolate,

mexicano, conquistas e risadas que compartilharam comigo durante a graduação.

Estas lembranças estarão guardadas para sempre no meu coração.

À Fátima Helena, minha querida orientadora, obrigada pela amizade, atenção,

estímulo, incentivo e carinho.

À Carla Chibante não apenas pelo apoio na construção desse trabalho, mas por

todo suporte emocional.

À Banca examinadora, pelas relevantes contribuições para a construção do

estudo.

Aos colegas do Curso de Enfermagem, que chegaram juntos ao término de um

momento de grande importância.

Aos pacientes do HUAP, cuja cooperação foi decisiva no desenvolvimento desta

pesquisa.

A todos que colaboraram para a realização deste trabalho...

Muito obrigada!

RESUMO

Esse estudo aborda o risco de desenvolvimento de lesões por pressão em idosos que se

encontram hospitalizados baseado na avaliação dos fatores de risco intrínsecos e

extrínsecos que envolvem a gênese dessas lesões. Teve como objetivos: analisar o

risco de lesão por pressão em idosos hospitalizados por meio da aplicação da escala de

Waterlow e as possibilidades de intervenção do enfermeiro; caracterizar o perfil de

idosos hospitalizados em risco de desenvolver a lesão por pressão. Trata-se de um

estudo quantitativo de cunho descritivo realizado com 45 idosos nas enfermarias de

clínica médica feminina e masculina do Hospital Universitário Antônio Pedro no

período de setembro a novembro, por meio da análise documental em prontuários com

a utilização de um roteiro estruturado e da Escala de Waterlow. Este estudo é parte do

projeto de pesquisa intitulado: “Hospitalização do Idoso: perspectivas de intervenção

do enfermeiro no processo de cuidado”, aprovado pelo CEP/HUAP sob Parecer nº

996.459. Os resultados apontaram que dos idosos participantes da pesquisa a maioria

(53,33%) era de homens, a faixa etária predominante ficou entre 65 a 74 anos

(57,78%). Em relação ao resultado da escala de Waterlow, 37,78% dos idosos foram

classificados com alto risco para desenvolver lesão por pressão, 33,33% foram

classificados com risco altíssimo e 24,45% estavam em risco. Conclui-se que, diante

da constatação do risco de desenvolver lesão por pressão cabe ao enfermeiro

desenvolver/prescrever medidas preventivas individualizadas que contemplem as

vulnerabilidades e necessidades apresentadas pelo idoso no decorrer da internação.

Tais medidas devem ser pensadas levando em consideração os fatores envolvidos na

gênese das lesões.

Descritores: Idoso, Hospitalização, Úlcera por Pressão, Cuidados de Enfermagem.

ABSTRACT

This study addresses the risk of developing pressure lesions in hospitalized elderly

individuals based on the assessment of the intrinsic and extrinsic risk factors that

involve the genesis of these lesions. The purpose of this study is to analyze the risk of

pressure injury in hospitalized elderly patients by applying the Waterlow scale and the

possibilities of intervention of the nurse and to characterize the profile of hospitalized

elderly persons at risk of developing pressure injury. A quantitative descriptive study

carried out with 45 elderly people in the wards of the female and male medical clinic

of the University Hospital Antônio Pedro from September to November through the

documentary analysis in medical records using a structured script and the Waterlow

Scale. This study is part of the research project titled: "Hospitalization of the elderly:

perspectives for nurses intervention in the care process", approved by the CEP /

HUAP under Opinion no. 996,459. The results pointed out that of the elderly

participants of the survey 53,33 In relation to the result of the scale, 37.78% of the

elderly were classified as having a high risk of developing pressure injury, 33.33%

were classified With a high risk and 24.45% were at risk. It is concluded that in face of

the risk of developing pressure injuries, nurses must develop / prescribe individualized

preventive measures that address the vulnerabilities and needs presented by the elderly

during hospitalization. Such measures should be considered taking into account the

factors involved in the genesis of the lesions.

Keywords: Elderly, Hospitalization, Pressure ulcer, Nursing Care.

LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1- Características demográficas de idosos hospitalizados.

Niterói, RJ, 2016.

30

Tabela 2- Características socioeconômicas de idosos hospitalizados.

Niterói, RJ, 2016.

32

Tabela 3- Características da Situação de Saúde de idosos hospitalizados.

Niterói, RJ, 2016

33

Tabela 4- Aplicação da Escala de Waterlow em idosos hospitalizados.

Niterói, RJ, 2016.

36

9

SUMÁRIO

Página

INTRODUÇÃO

O tema e sua contextualização ........................................................................ 10

Questão de pesquisa ........................................................................................ 12

Objetivos ......................................................................................................... 12

Justificativa e Relevância ................................................................................ 13

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15

Epidemiologia do envelhecimento ................................................................. 15

Políticas Públicas de atenção ao idoso ............................................................ 16

Processo de envelhecimento ........................................................................... 18

A pele do idoso e o risco de lesão por pressão durante a hospitalização......... 19

Lesão por pressão ............................................................................................ 21

A Escala de Waterlow ..................................................................................... 23

Enfermagem gerontológica............................................................................. 24

Segurança do paciente .................................................................................... 25

METODOLOGIA

Tipo de estudo ................................................................................................. 27

Aspectos Éticos ............................................................................................... 27

Campo de estudo e participantes ..................................................................... 28

Produção de dados .......................................................................................... 28

Organização e análise dos dados ..................................................................... 29

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Características demográficas dos idosos ........................................................ 30

Características socioeconômicas ................................................................... 32

Características da situação de saúde .............................................................. 33

Achados da escala de Waterlow 36

CONCLUSÕES .......................................................................................... 43

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 45

APENDICES

Apêndice A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................... 53

Apêndice B: Instrumento de coleta de dados................................................... 54

ANEXOS

Anexo A: Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa ..................................... 56

Anexo B: Escala de Waterlow ........................................................................ 57

10

INTRODUÇÃO

Motivação para o Tema

Ao longo do Curso de Graduação desenvolvi um interesse especial pela saúde

do idoso o que me levou a participar como bolsista de projetos de extensão e pesquisa

voltados para a prevenção e promoção da saúde da pessoa idosa. Porém, no decorrer

da experiência como monitora da disciplina Enfermagem na saúde do adulto e idoso I

(ESAI I), tive maior contato com idosos hospitalizados nas enfermarias de clínica

médica do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) quando observei que muitos

idosos apresentavam diversas lesões na pele decorrentes de procedimentos técnicos,

como punção venosa e traumatismos e feridas como úlcera por pressão, dentre outras.

Considerando que a pele do idoso é mais fina e vulnerável a lesões comecei a

pensar se a equipe de saúde, principalmente a de enfermagem, conhece as

particularidades da pele do idoso para a manipulação e execução de procedimentos

que podem causar lesões na pele dos mesmos e se adotam medidas de prevenção de

feridas como as úlceras de decúbito, as quais os idosos são mais vulneráveis durante a

hospitalização. Esta observação inicial aguçou minha curiosidade despertando o

interesse em realizar um levantamento sobre o risco de desenvolvimento de Lesão por

pressão em idosos hospitalizados.

O Tema e sua contextualização

O envelhecimento se destaca como um dos impactos mais significativos nas

mudanças demográficas do Brasil devido ao crescimento da fração da população idosa

e simultâneo declínio da população jovem (MOREIRA, 2014).

11

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1980 a

2010 a porcentagem de pessoas acima de 65 anos no Brasil subiu de 4,01% para

7,38% quadro que deve se manter ao longo do tempo (BRASIL, 2014).

Como consequência desse aumento da população idosa no Brasil, evidenciado

pelas pesquisas demográficas, justifica-se o desenvolvimento de estudos que abordem

temáticas do envelhecimento, da velhice e dos idosos (VALADARES; MORAES,

2013).

Entre as temáticas do envelhecimento a saúde do idoso segundo Vaz e

Scortegagna (2015), tem se mostrado um elemento central por exercer forte impacto

sobre a qualidade de vida da população idosa. Nesse sentido, o Estatuto do Idoso,

regulamentado pela Lei 10.741 de outubro de 2003, no qual caracteriza como idoso o

indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos apresenta como uma das formas para

se priorizar o direito à saúde a capacitação dos recursos humanos nas áreas de geriatria

e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos (BRASIL, 2003).

Assim, o entendimento das modificações comuns decorrentes do

envelhecimento é essencial para assegurar uma prática competente que pode auxiliar

na redução de agravos a saúde e favorecer o bem-estar do idoso (FREITAS et al

2011).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2006) envelhecer é processo

sequencial, individual, cumulativo, irreversível, universal, não patológico de

deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie,

de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio

ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte.

Com o avançar da idade devido às condições específicas, tais como: a

diminuição da espessura dérmica, redução do número das fibras elásticas, processo de

rigidez do colágeno, redução do tecido adiposo subcutâneo, principalmente nos

membros, redução de capilares cutâneos, resultando em diminuição do suprimento

sanguíneo e ressecamento, a pele dos idosos torna-se mais susceptível ao

desenvolvimento das lesões (SMELTZER; BARE, 2011).

Para Vieira (2014), associadas às características próprias do envelhecimento

cutâneo, as pessoas idosas apresentam predisposição às doenças crônicas não

transmissíveis, as quais podem interferir na capacidade perceptiva, circulação

sanguínea, oxigenação, mobilidade, nível de consciência, alterações dos níveis de

eletrólitos e proteínas que levam à internação hospitalar.

12

Entre as lesões cutâneas que mais acometem os idosos a lesão por pressão (LP)

tem aumentado nos últimos anos com destaque para aqueles agudamente

hospitalizados ou que necessitam de cuidados institucionais de longo prazo (MORAES

et al 2016).

Somado a isso, as lesões de pele representam um grande desafio para os

profissionais de saúde que prestam cuidados, ocasionando aumento de custos no

tratamento, internação hospitalar prolongada, além de desconforto e impacto negativo

sobre a qualidade do serviço prestado e a qualidade de vida dos pacientes

(CAMPANILI, 2015).

A prevenção das lesões de pele está entre as questões relacionadas à segurança

do paciente entendida como a redução a um mínimo aceitável, o risco de dano

desnecessário associado ao cuidado de saúde (BRASIL, 2014).

No que se refere ao idoso hospitalizado, Bezerra (2015, p.3) destaca que:

O desenvolvimento das lesões é encarado como indicadores negativos da

qualidade da assistência, principalmente de enfermagem. Isto se deve ao

fato de que a manutenção da integridade da pele é responsabilidade do

enfermeiro e de toda a equipe, por serem profissionais aptos para garantir a

higiene corporal e bucal, bem como a identificação de fatores possíveis de comprometer a integridade da pele dos idosos hospitalizados. Logo, na

avaliação diária do idoso, cabe ao enfermeiro e sua equipe a inspeção e

descrição individualizada dos locais críticos e dos demais fatores de risco

para o desenvolvimento destas lesões.

Entretanto, “(...) na prática clínica ainda é comum muitos profissionais de

saúde apresentarem mais habilidade e competência para implementar medidas para o

tratamento das lesões de pele que para sua prevenção” (BORGES; DOMANSSKY,

2014, p.2).

Assim, considerando as alterações do envelhecimento, a vulnerabilidade do

idoso para desenvolver lesões cutâneas durante a hospitalização que podem gerar

complicações ao mesmo, bem como prolongar o período de hospitalização e acarretar

aumento dos custos hospitalares, este estudo teve como objeto: Idosos hospitalizados

em risco de desenvolver lesão por pressão.

Questão de pesquisa: Qual o risco de lesões por pressão em idosos hospitalizados?

Objetivos

1.4.1. Objetivo geral

13

Analisar o risco de lesão por pressão em idosos hospitalizados por meio da aplicação

da escala de Waterlow e as possibilidades de intervenção do enfermeiro

Objetivos específicos

Caracterizar o perfil de idosos hospitalizados em risco de desenvolver a lesão por

pressão

Aplicar a escala de Waterlow a idosos hospitalizados

Justificativa e relevância

Como descrito acima, o crescente envelhecimento populacional é uma

tendência contínua que está ocasionando uma mudança no perfil demográfico do

Brasil. Com o aumento da expectativa de vida, doenças com incidência relacionada

aos desgastes físicos se tornam mais frequentes (FORTES; SUFFREDINI, 2013).

Como uma das consequências o número de clientes idosos nos serviços

hospitalares deve aumentar ao longo das próximas décadas. Em relação a isso,

Quintana et al (2014) ressalta que a constatação do envelhecimento populacional faz

da saúde do idoso um importante foco de cuidado. Com base nessa afirmativa, a

educação em saúde voltada aos trabalhadores de enfermagem visa ampliar a qualidade

de assistência aos indivíduos e à coletividade e a melhoria do processo de trabalho

desses, principalmente no que diz respeito à prevenção de lesões de pele

(JACONDINO et al., 2010).

Para Bezerra (2015), é necessário estimar prevalência da ocorrência de lesões

em idosos hospitalizados para delinear o perfil dessa clientela e elaborar medidas de

apoio à preparação de protocolos que apontem melhores alternativas para o cuidado

deste grupo populacional.

Assim, este estudo pretende contribuir para melhorar a qualidade da assistência

de enfermagem ao idoso hospitalizado na instituição, no que se refere ao

conhecimento das especificidades que envolvem o processo de envelhecimento e suas

implicações para o planejamento de uma assistência com ações de prevenção e

identificação riscos de LP em idosos hospitalizados visando uma assistência integral e

segura durante a hospitalização.

14

Espera ainda incentivar estratégias de atualização da equipe de enfermagem na

instituição sobre a temática saúde do idoso, bem como maior abordagem dessa

temática na formação de enfermeiros e técnicos de enfermagem na referida área, tendo

em vista o aumento das demandas dessa clientela nos serviços de saúde.

Para a pesquisa, espera-se ampliar os conhecimentos acerca da temática e

fomentar outros estudos vinculados ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em

Enfermagem Gerontológica (NEPEG) na perspectiva de melhoria crescente de

promover uma assistência de enfermagem a clientela idosa mais qualificada e segura

no ambiente hospitalar.

15

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Epidemiologia do envelhecimento

Segundo o Ministério da Saúde o Brasil atravessa um processo de rápido

envelhecimento da população. São mais de 20 milhões de idosos, que representam

aproximadamente 11% do total da população. Estima-se que esse contingente triplique

até 2050 (BRASIL, 2012).

Segundo Costa (2011) o envelhecimento da população resulta de diversos

fatores provenientes de mudanças sociais, culturais, econômicas e políticas na

sociedade. O autor ainda destaca que a estrutura demográfica mundial no século XXI

era constituída predominantemente por jovens devido às altas taxas de natalidade e

mortalidade. Entretanto, a partir do final do século XIX, as nações iniciaram o

processo denominado transição demográfica concomitante ao desenvolvimento

urbano, social e industrial de cada país dando início à diminuição nas taxas de

mortalidade, seguida da diminuição das taxas de fecundidade e consequente aumento

na expectativa de vida.

Outro fenômeno apontado na literatura é a feminização do envelhecimento. De

acordo com o Portal Brasil a expectativa de vida da população masculina passou de

71,0 anos em 2012 para 71,3 anos em 2013. Já para as mulheres a alteração foi de 78,3

anos para 78,6 anos (BRASIL, 2014).

Segundo Nicodemo e Godoi (2010), as mulheres constituem a maioria da

população idosa em todas as regiões do mundo, e as estimativas são de que as

mulheres vivam, em média, de cinco a sete anos a mais que os homens. Ainda segundo

o autor as mulheres acumulam, no decorrer da vida, desvantagens, como violência,

discriminação, salários inferiores aos dos homens, dupla jornada, baixa escolaridade,

solidão pela viuvez, além de apresentarem maior probabilidade de serem mais pobres

16

do que os homens, dependendo, assim, de mais recursos externos (NICODEMO;

GODOI, 2010).

Baseado nos aspectos de mudança no perfil etário em nosso país, Oliveira

(2015) relatou que concomitante à transição demográfica ocorre também uma

transição epidemiológica, a qual revela as modificações ocorridas ao longo do tempo

nos padrões de morbimortalidade. Esta transição epidemiológica abrange, segundo a

autora, três alterações básicas. Sendo elas: a substituição das doenças transmissíveis

por doenças não transmissíveis; a transferência da carga de morbimortalidade dos mais

jovens para os mais longevos; e o deslocamento de uma situação de saúde com

predomínio de mortalidade para uma na qual a morbidade prevalece.

Politicas públicas de atenção ao idoso

Com as mudanças na estrutura etária dos países, a questão do envelhecimento

passou a ganhar destaque na discussão e elaboração das políticas sociais de assistência

e saúde. Esse debate teve como marco inicial a I Assembleia Mundial sobre

Envelhecimento, da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU), realizada em

1982 em Viena-Áustria, com a participação de 124 países, incluindo o Brasil. Na

referida Assembleia, foi elaborado o Plano de Ação para o Envelhecimento,

documento contendo estratégias e recomendações prioritárias nos diversos aspectos

que envolvem o processo de envelhecimento (SANTOS E SILVA, 2013).

No Brasil, segundo Fernandes e Soares (2012), as ações governamentais em

prol das pessoas idosas eram, até então, de cunho caritativo e de proteção, foi destaque

nos anos 70 a criação de benefícios não contributivos, como as aposentadorias para os

trabalhadores rurais e a renda mensal vitalícia para os necessitados urbanos e rurais

com mais de 70 anos que não recebiam benefício da Previdência Social. Apenas em

1994 foi instituída a Política Nacional do Idoso (PNI), pela Lei 8.842 de 1994, com

objetivo de “assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover

sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade” (Art. 1°, Lei 8.842/94).

Essa lei foi resultado de proposições da sociedade e de movimentos sociais e, segundo

Pestana (2011, p. 25):

A PNI utiliza eixos específicos em áreas de promoção e assistência social,

educação, saúde, trabalho e previdência social, habitação e urbanismo,

justiça, cultura, esporte e lazer, trazendo como ações governamentais desde

17

o estímulo a criação de modelos alternativos de atendimento ao idoso, à

adequação curricular que inclui o ensino de geriatria, reconhecida como

especialidade clínica, além da criação de universidades abertas da terceira

idade e acesso ao transporte, cultura e lazer.

Alguns anos depois, em 1999, entrou em vigor a Portaria 1.395/1999 do

Ministério da Saúde (MS) que estabelece as diretrizes essenciais que norteiam a

definição ou a redefinição dos programas, planos, projetos e atividades do setor na

atenção integral às pessoas em processo de envelhecimento e à população idosa. Essas

diretrizes são: a promoção do envelhecimento saudável, a prevenção de doenças, a

manutenção da capacidade funcional, a assistência às necessidades de saúde dos

idosos, à reabilitação da capacidade funcional comprometida, a capacitação de

recursos humanos, o apoio ao desenvolvimento de cuidados informais, e o apoio aos

estudos e pesquisas.

Já o Estatuto do Idoso foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo

Presidente da República em 2003, passando a integrar as políticas de atenção ao idoso,

com o intuito de ampliar os direitos dos idosos com mais de 60 anos de idade. Ele era

mais abrangente que a PNI e trouxe penas severas para os casos de desrespeito ou

maus-tratos aos idosos (BRASIL, 2003).

De acordo com Martins et al (2007), a partir da criação do Estatuto do Idoso, o

atendimento aos idosos deve ser priorizado, por meio de políticas públicas de saúde,

promovidas pelo Estado. Os profissionais de saúde devem estar capacitados e

conhecer as peculiaridades da saúde do idoso.

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) foi estabelecida em

2006 pela Portaria GM/MS n. 2.528/2006 (BRASIL, 2006). Seu principal objetivo é a

recuperação, manutenção e promoção da autonomia e independência dos idosos, por

meio de medidas coletivas e individuais, sempre seguindo os princípios e diretrizes do

Sistema Único de Saúde (SUS). Ela foi atualizada quando o SUS implementou o Pacto

pela Vida, que é uma das prioridades, articuladas e integradas, assumida pelos seus

gestores.

Outro importante avanço nas políticas voltadas para a saúde do idoso foi o

Pacto pela Saúde, lançado em 2006 pelo Ministério da Saúde que é um conjunto de

estratégias para trazer inovações aos processos e instrumentos de gestão do SUS. Ele é

composto por cartilhas, divididas em volumes, onde o volume 12 trata da Atenção à

Saúde da Pessoa Idosa e Envelhecimento, em que se observa que “A Saúde do Idoso

aparece como uma das prioridades no Pacto pela Vida, o que significa que, pela

18

primeira vez na história das políticas públicas no Brasil, a preocupação com a saúde da

população idosa brasileira é explicitada” (BRASIL, 2010, p. 10). Diante dessas

políticas pode-se ter um parâmetro para o atendimento das necessidades dos idosos

quando da sua hospitalização e gerando um maior respeito aos seus direitos.

O processo de envelhecimento

O envelhecimento pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo um processo

gradativo para uns e mais rápido para outros. Essas variações são dependentes de

fatores como estilo de vida, condições socioeconômicas e doenças crônicas

(Trompierim e Fechine, 2012).

Para Vieira (et al.,2015) dentre as doenças mais relacionadas ao processo de

envelhecimento, as mais prevalentes são as alterações sensoriais, as doenças ósseas e

musculares, cardiovasculares e o diabetes.

Em relação às alterações sensoriais nos idosos Lamas e Paúl (2013, p.6)

destacam:

A diminuição do número e funcionalidade dos corpúsculos de Pacini e os

de Meissner, leva ao aumento dos limiares táteis. Como consequência o

idoso consegue tolerar um estímulo mais extremo sem perceber que causa

dor. Associada à perda de corpúsculos de Pacini, está à diminuição da

sensação do posicionamento dos membros e das articulações, o que pode

comprometer o equilíbrio e a coordenação. Sendo o tato um sentido

importante na estruturação da consciência, mudanças ocorridas poderão

limitar o reconhecimento da presença, forma, tamanho e temperatura de

objetos em contato com o corpo.

Como consequência das alterações sensoriais ocorridas no processo de

envelhecimento os idosos ficam mais suscetíveis a lesões da pele, que se podem

agravar pela demora na cicatrização das feridas, processo que se torna mais lento,

devido à diminuição de vascularização e pelo enfraquecimento da junção derme-

epiderme (BYINGTON, 2010).

19

Entre as alterações musculares presentes no processo de envelhecimento temos

a Sarcopenia, redução de massa muscular esquelética associada à redução de força

e/ou desempenho físico, se destaca entre os idosos levando a fragilidade, quedas,

fraturas, limitação para atividades de vida diária e maior risco desenvolver outras

lesões (MARTINEZ,2015).No ambiente hospitalar, a inatividade muscular pela

restrição ao leito, desnutrição e impacto funcional das doenças agudas e/ou crônicas

gera redução da síntese proteica, chegando a 30% ao longo dos 10 dias de repouso,

perda de massa magra global e a perda de força de membros inferiores (KORTEBEIN

ET AL,2011).

No sistema cardiovascular o envelhecimento leva a um processo de

transformação que inclui alterações na circulação sanguínea, aumento da espessura do

miocárdio, deposição de colágeno, aumento da rigidez do coração além de interferir

no processo de regulação da pressão arterial (PINHEIRO et al,2015). Para Benvenides

(et al,2012) alterações na circulação sanguínea e declínio das glândulas sudoríparas e

sebáceas acarretando em distúrbios na termoregulação e, consequentemente, uma pele

ressecada.

A pele do idoso e os riscos de Lesão por pressão durante a Hospitalização

A pele é um órgão que reveste e delimita o organismo protegendo-o e

interagindo com o meio exterior. Corresponde a 15% do peso corporal do homem

participando de forma interativa e interdependente do sistema como um todo, além de

ser usada pelo indivíduo para manifestar condições psíquicas e de ter conotações de

ordem racial, social e sexual (SODRÉ; AZULAY, 2013).

Estruturalmente a pele é composta por três grandes camadas de tecidos: a

superior (epiderme); a intermediária (derme ou cório); e a profunda (hipoderme ou

tecido celular subcutâneo). Ela apresenta variações e pregas, articulares e musculares,

orifícios polissebáceos e orifícios sudoríparos. Devido a essa estrutura e somado as

características físicas, químicas e biológicas a pele como órgão possui entre suas

funções: formar barreira contra a penetração de agentes externos e impedir perdas do

meio interno, proteção imunológica, termoregulação, percepção, formar obstáculo à

ação da radiação ultravioleta, produção e excreção sebácea e sudorípara (SAMPAIO;

RIVITTI, 2014).

20

Por meio de sua aparência a pele torna-se o órgão que demonstra o avanço da

idade. Seu estado depende de uma série de fatores, tais como: idade, sexo, clima,

alimentação, hábitos e situação de saúde do indivíduo (GONÇALVES et al 2015).

Para Brandão e Brandão (2011) existem dois principais componentes do

envelhecimento cutâneo: intrínseco, relacionado à idade e aos fatores genéticos; e o

extrínseco, relacionado à ação dos fatores externos (exposição solar, agentes químicos

e tabagismo).

Ainda segundo os autores entre as várias modificações histológicas cutâneas

que ocorrem com o envelhecimento estão às variações no tamanho, formato e

coloração das células da epiderme, diminuição na densidade dos melanócitos (10 a

20% a cada década) que resultam em menor proteção contra os raios ultravioletas e na

densidade e resposta das células de Langerhans, diminuição do colágeno (1% ao ano),

dos vasos sanguíneos, além de anormalidades nas terminações nervosas. (BRANDÃO;

BRANDÃO, 2011).

As alterações mais comuns na pele das pessoas idosas incluem ressecamento,

pigmentação desigual e diversas lesões proliferativas. Outras modificações próprias do

envelhecimento, tais como: adelgaçamento na junção derme epiderme, reposição

celular lenificada, diminuição do número e capacidade funcional das glândulas

sudoríparas e sebáceas, declínio das funções de barreira, percepção sensorial e

termoregulação podem contribuir para a vulnerabilidade aumentada ao cisalhamento e

ao trauma (SMELTZER; BARE, 2011).

Diante das fragilidades cutâneas, o desenvolvimento de lesões por pressão

(LPs) durante a hospitalização constitui um grande problema de saúde, pois pode

acarretar desconforto físico, aumento do risco de complicações adicionais,

prolongamento da hospitalização e elevação de custos relacionados ao tratamento

(MATOS et al,2011).

Algumas doenças crônicas não transmissíveis são prevalentes na população

idosa, como o acidente vascular encefálico e a hipertensão arterial sistêmica, além de,

por muitas vezes, provocarem imobilização no leito, estado nutricional deficitário e

pressão em proeminências ósseas, são causas frequentes de comprometimento da

integridade da pele da pessoa idosa hospitalizada (VIEIRA et al,2014).

Na atualidade está evidente que a ocorrência de LPs, em decorrência de sua

etiologia multifatorial, extrapola os cuidados dos profissionais de enfermagem.

Entretanto, eles têm se responsabilizado pela implementação de medidas preventivas

21

sistematizadas adotando protocolos baseados em diretrizes internacionais

(CASTILHO E VALÉRIO, 2015).

Lesão por pressão

A National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e a European Pressure

Ulcer Advisory Panel (2009), definem Ulcera por pressão como uma lesão localizada

na pele, tecido, ou estrutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea,

resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento.

Complementando esta definição Melo (2014), em seu estudo, destaca que a tolerância

dos tecidos à pressão e a isquemia dependem da natureza dos próprios tecidos, sendo

influenciada pela habilidade da pele e das estruturas de suporte, como vasos sanguíneos,

colágeno e fluido intersticial, em redistribuir a pressão aplicada na superfície do tecido para a

estrutura do esqueleto.

Em 13 de abril de 2016, a NPUAP anunciou a mudança na terminologia Úlcera

por Pressão para Lesão por Pressão com o objetivo de descrever de forma mais precisa

esse tipo de lesão, tanto na pele intacta como na pele ulcerada. Além da nomenclatura

os algarismos arábicos passam a ser empregados na indicação dos estágios da lesão ao

invés dos romanos (SOBEST, 2016). O sistema de classificação dos estágios da Lesão

também atualizado e inclui as seguintes definições: Lesão por Pressão Estágio 1( pele

íntegra com eritema que não embranquece), Lesão por Pressão Estágio 2 ( perda da

pele em sua espessura parcial com exposição da derme), Lesão por Pressão Estágio 3

(perda da pele em sua espessura total ), Lesão por pressão Estágio 4 (perda da pele em

sua espessura total e perda tissular), Lesão por Pressão Não Classificável (perda da

pele em sua espessura total e perda tissular não visível), Lesão por Pressão Tissular

Profunda (descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não

embranquece). Houve ainda a inclusão de duas definições adicionais: A Lesão por

Pressão Relacionada a Dispositivo Médico (resulta do uso de dispositivos criados e

aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos) e a Lesão por pressão em membranas

mucosas, encontrada quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local do

dano (NPUAP, 2016).

22

Dentre as alterações mais comuns de longos períodos de internação em

hospitais as lesões por pressão (LP) são que mais impactam tanto os pacientes e seus

familiares como o sistema de saúde, já que envolve prolongamento de internações,

risco de infecções, outros agravos, além de elevar custos de tratamento (ANDRADE

2016).

Os fatores de risco para lesão por pressão são todos aqueles que predispõem o

indivíduo a períodos prolongados de isquemia induzida por pressão, e que reduzem a

capacidade de recuperação tecidual da lesão isquêmica (COSTA et al ,2015) .

Esses fatores se dispõem em extrínsecos e intrínsecos ,segundo Carvalho e Ferreira

(2010,p.79):

Dentre os fatores extrínsecos que podem levar ao aparecimento destas

lesões, destacam-se: pressão, cisalhamento, fricção e umidade. O principal fator etiológico é a pressão; a implicação patológica no tecido pode ser

atribuída à intensidade e duração da pressão exercida e à tolerância

tecidual. Dentre os fatores intrínsecos, destacam-se: idade, estado

nutricional, perfusão dos tecidos, doenças crônicas, anemia, imobilidade,

sensibilidade cutânea, distúrbios vasculares, distúrbios neurológicos,

incontinências, dentre outros.

Além disso, também é importante o tipo da força ou da combinação de forças

(isto é, pressão, cisalhamento, fricção) exercidas no tecido. Forças de pressão e

cisalhamento afetam principalmente as camadas de tecido mais profundas, enquanto a

fricção afeta principalmente as camadas superficiais (ROLIM et al 2013) . Ainda Em

relação aos fatores de risco para ocorrência de lesão por pressão, dentre os grupos de

pacientes, as pessoas idosas apresentam maior risco para o desenvolvimento da lesão,

o que pode ser justificado pelo próprio processo de envelhecimento, responsável por

modificações na pele e nos tecidos subcutâneos, e alterações cardiocirculatórias

ocasionadas pelas doenças crônicas não transmissíveis (LIMA et al,2015).

23

A Escala de Waterlow

A escala de Waterlow foi desenvolvida pela enfermeira Judy Waterlow, em

1985, com o intuito de avaliar os riscos para lesão por pressão, após os resultados de

uma pesquisa com 650 pacientes hospitalizados no Hospital Universitário Musgrove

Park, no Reino Unido, que incluía diversas unidades de internação. O objetivo da

escala de Waterlow é conhecer sobre os fatores causais, oferecer um método de

avaliação de risco e grau de lesão, além de prevenir e/ou tratar ativamente, conforme

necessário (STUDART et al.,2010).

Para Waterlow (1988) um paciente que sofre uma combinação de fatores

predisponentes é mais suscetível para o desenvolvimento de úlceras de decúbito.

Devido a isso, esta escala é composta por sete categorias principais: Relação peso

/altura (IMC), Avaliação da pele em área de risco (tipo de pele), Sexo e idade,

Continência, Mobilidade, Apetite e Medicações. Há também outras quatro categorias

de fatores de risco que complementam a escala: Subnutrição do tecido celular, Déficit

neurológico e Cirurgia. Cada categoria possui seus subitens que recebem valores de

pontuação distintos.

Na categoria Relação peso/ altura as subcategorias e suas respectivas

pontuações são: Média (0 pontos), acima da média (1 ponto), obeso (2 pontos), abaixo

da média (3 pontos). A categoria Avaliação da pele em área de risco (tipo de pele):

saudável (0 pontos), muito fina (1ponto), seca ( 1 pontos), com edema (1 ponto),úmida

(1 ponto), descorada (2 pontos), quebradiça/macerada (3pontos). Categoria Sexo e

idade: masculino (1 ponto), feminino (2 pontos), 14-49 anos (1ponto), 50-64 anos (2

pontos), 65-74anos (3 pontos), 75-80 anos (4 pontos), acima de 80 anos (5 pontos).

Categoria Continência: sonda vesical de demora (SVD) ou continente (0 pontos),

ocasionalmente continente (1 ponto), SVD e incontinente (2 pontos), duplamente

incontinente (3 pontos). Categoria Apetite: normal (0 pontos), pouco (1ponto),

somente líquido (2 pontos). Categoria Medicação: alta dosagem de corticoides ou anti-

inflamatórios (4 pontos). Categoria Subnutrição do tecido celular: caquexia (8

pontos), insuficiência cardíaca (5 pontos), doença vascular periférica (5 pontos),

anemia (2pontos), fumante (1 ponto). Categoria Déficit neurológico: diabetes (4

pontos), paraplegia motora ou sensitiva (6 pontos) e Categoria Cirurgia: abaixo da

medula lombar (5pontos), acima de duas horas (5 pontos).

24

Conforme o total da pontuação os pacientes são divididos em três grupos: Em

risco (10 a 14 pontos), Alto risco (15 a 19 pontos) e Altíssimo risco (acima de 20

pontos).

Enfermagem Gerontológica

Segundo Hoffman (2013) a Enfermagem gerontológica tem por objetivo

salvaguardar e melhorar a saúde do idoso na medida do possível, e fornecer conforto e

cuidados na medida do necessário.

Os idosos fazem parte do grupo que mais necessita de assistência à saúde,

incluindo a hospitalar, uma vez que estão mais propensos às internações. Segundo

Carvalhais e Sousa (2011, p. 76), “na velhice o risco de hospitalização em situações

agudas e crônicas aumenta, pois, as pessoas idosas tendem a apresentar

multipatologias e níveis acentuados de dependência”. De acordo com Sousa e Ribeiro

(2013, p. 867):

As pessoas idosas são, atualmente, os principais clientes dos vários níveis

de cuidados de saúde, sendo descritos como pacientes mais inconvenientes

e/ou indesejados, principalmente pelas situações clínicas mais complexas

(polipatologia) e necessidades de mais cuidados.

No cuidado de enfermagem gerontológico, alguns aspectos devem ser

observados como “promover e manter o estado funcional e ajudar os idosos a

identificar e usar suas forças para atingir a dependência ótima” (SMELTZER; BARE,

2012, p.197).

O enfermeiro exerce várias funções como cuidar, informar, educar, orientar e

confortar. Sendo assim, o enfermeiro deve estar preparado para atender às

necessidades da população idosa, visto que estes são vulneráveis e, muitas vezes,

esquecidos. Na maioria dos casos, os cuidados aos idosos demandam mais tempo, o

que exige com que o enfermeiro tenha paciência e seja dedicado. E, segundo

Carvalhais e Sousa (2011, p. 76):

Uma hospitalização tende a reforçar os sentimentos negativos da pessoa idosa e remetê-la para uma postura mais passiva e regressiva, o que pode

ser acentuado se os profissionais reforçarem, mesmo que sem intenção, essa

ideia da incompetência. [...] Neste contexto, o papel do enfermeiro é

fundamental na promoção da qualidade de vida e do envelhecimento bem

25

sucedido. Os hospitais são, principalmente, instituições de cuidados de

enfermagem, todos os dias e todas as horas os profissionais de enfermagem

prestam cuidados aos pacientes.

Além disso, os profissionais da equipe de saúde, dentre os quais os de enfermagem,

devem estar capacitados para atender às necessidades específicas dos idosos, bem

como ter um olhar humanizado no cuidado. Mas, segundo Almeida e Aguiar (2011, p.

43):

Com relação ao cuidado à população idosa, podemos dizer que o idoso é um cliente

diferente de um adulto jovem por possuir alterações biológicas próprias da idade.

Essas diferenças tais como a apresentação de doenças crônicas, rápido declínio

do estado geral, interações entre as muitas medicações que utilizam, risco de

iatrogenia, presença de déficits sensoriais e cognitivos, influem no cuidado e não

devem ser ignoradas.

Para Carvalhais e Sousa (2011, p.76) “O internamento hospitalar numa pessoa

idosa gera diversas emoções e conflitos difíceis de vivenciar, resolver ou verbalizar,

podendo gerar depressão, desorientação e/ou declínio intelectual”. Nesse sentido, o

cuidado gerontológico é abrangente e exige a participação de uma equipe

interdisciplinar, pois, como refere Pestana (2012, p.43), “um dos aspectos

fundamentais do cuidado gerontológico está na equipe interdisciplinar e na inclusão da

família nos aspectos de cuidar”.

Segurança do Paciente

A segurança do paciente tem sido tema de fundamental importância e

influência direta na qualidade da assistência. E por sua vez, a enfermagem está

envolvida nesse processo como promotora de ações de segurança por meio de suas

práticas de cuidado (CAVALCANTE et al 2015).

A cultura da segurança é definida pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária, na RDC nº 36/2013 como “conjunto de valores, atitudes, competências e

comportamentos que determinam o comprometimento com a gestão da saúde e da

segurança, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as

falhas e melhorar a atenção à saúde”.

No ano de 2013 foi instituído pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria

nº529 o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que tem por objetivo

26

contribuir para a qualificação do cuidado em todos os estabelecimentos de saúde do

território nacional, sejam eles públicos ou privados de acordo com a prioridade dada à

segurança do paciente. As ações do PNSP devem se articular às demais politicas de

saúde para integrar e somar esforços aos cuidados em redes de atenção à saúde.

Corroborando com o PNSP, no mesmo ano foram lançadas as Portarias

1.377/13 e 2.095/13. A primeira dispõe sobre os protocolos básicos de segurança do

paciente sendo eles: Protocolo de Cirurgia Segura, Prática de Higiene das mãos e

Prevenção de Lesão por pressão (LP). No que se refere à prevenção de úlcera por

pressão o protocolo destaca a avaliação do risco de desenvolvimento de LP, avaliação

da pele para detectar a existência de LP ou lesões de pele já instaladas, elaboração de

medidas preventivas para úlcera por pressão conforme classificação de risco entre

outras providencias. Já a segunda portaria complementa a primeira ao instituir mais

três protocolos de segurança do paciente: Protocolo de Prevenção de Quedas; o

Protocolo de Identificação do Paciente e o Protocolo de Segurança na Prescrição e de

Uso e Administração de Medicamentos.

Assim sendo as portarias citadas protocolam as 6 metas de segurança do

paciente: identificar corretamente o paciente; melhorar a comunicação entre os

profissionais de saúde; melhorar a segurança na prescrição, uso e na administração de

medicamentos ; assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente

corretos; higienizar as mão para prevenir infecções e reduzir o risco de quedas e lesão

por pressão.

27

METODOLOGIA

Tipo do estudo

Trata-se de uma pesquisa quantitativa de cunho descritivo, conforme Lima

(2013), a pesquisa descritiva é desenhada apenas para descrever as variações das

situações existentes, porém, sem levar em consideração a causalidade ou hipóteses

diferenciadas que possam ter contribuído para chegar ao resultado.

Aspectos Éticos

Esse estudo segue o preconizado na Resolução 466 de 2012 do Conselho

Nacional de Saúde (CNS); é parte do projeto de pesquisa intitulado: “Hospitalização

do Idoso: perspectivas de intervenção do enfermeiro no processo de cuidado”,

aprovado pelo CEP/HUAP sob Parecer n0

996.459, que possui como pesquisador

responsável Fátima Helena do Espírito Santo. O Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) foi assinado pelos idosos, em orientação pela pesquisadora para a

devida compreensão e delimitação do objetivo de sua participação.

Campo de Pesquisa

A presente pesquisa se deu no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP).

Este hospital foi inaugurado no dia 15 de janeiro de 1951 e denominado Hospital

Municipal Antônio Pedro. Atualmente, o HUAP é a maior e mais complexa unidade

de saúde da Grande Niterói e, portanto, considerado na hierarquia do SUS como

hospital de nível terciário e quaternário, isto é, unidade de saúde de alta complexidade

de atendimento.

O HUAP atende a população da Zona Metropolitana II que engloba, além de

Niterói, as cidades de Itaboraí, Magé, Maricá, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim

28

e Tanguá. Sua área de abrangência atinge uma população estimada em mais de dois

milhões de habitantes e, pela proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, atende

também parte da população desse município.

O HUAP presta serviços em consultas ambulatoriais, internações, diagnóstico

por imagem e métodos gráficos, Bancos de Sangue e de Leite. Além da estrutura

hospitalar e ambulatorial, compreende ainda em suas instalações serviços de farmácia,

cozinha, lavanderia, segurança, coleta seletiva de rejeitos, notificação de doenças e

investigação epidemiológica.

A Clínica Médica conta atualmente com 12 leitos e atende às especialidades de

cardiologia, pneumologia, endocrinologia, gastroenterologia, nefrologia, neurologia,

dermatologia e clínica médica. As enfermarias masculinas localizam-se no sexto andar

e as femininas estão dispostas no sétimo andar do prédio principal. Os pacientes são

admitidos pelo Sistema de Emergência referenciada, de acordo com uma

hierarquização e utilização dos sistemas de referência e contrarreferência preconizados

pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – através do Núcleo Interno de Regulação,

responsável pela comunicação com o Serviço de Emergência e regulação dos leitos

disponíveis.

Participantes da Pesquisa

Os participantes desta pesquisa foram 45 idosos internados nas enfermarias de

Clínica médica e cirúrgica feminina e masculina do referido Hospital. Como critérios

de inclusão: ambos os sexos, a partir de 60 anos, não apresentar lesão por pressão na

admissão e ter até 48 horas de internação na unidade. E como critérios de exclusão:

idosos impossibilitados de estabelecer comunicação oral e que fossem transferidos

para outro setor.

Produção de Dados

A coleta de dados foi realizada no período de setembro a novembro de 2016,

por meio da análise documental em prontuários com a utilização de um roteiro

estruturado e da Escala de Waterlow, que quantifica o risco de lesão por pressão em

29

idosos hospitalizados. Esta escala foi desenvolvida a partir da escala de Norton

adicionando novos itens, os quais foram obtidos após investigação dos fatores

etiológicos das Lesões por pressão. (ROCHA; BARROS, 2017).

Organização e Análise dos Dados

Os dados deste estudo foram identificados e dispostos em planilha tipo Excel®

e, posteriormente, submetidos à análise estatística simples.

30

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Características Demográficas dos Idosos

A Tabela 1 refere-se à caracterização demográfica dos idosos hospitalizados,

destacando-se as variáveis sexo, distribuição etária e procedência.

Tabela 1: Caracterização demográfica dos idosos participantes do estudo. Niterói, RJ,

2016.

Variáveis n %

Sexo

Feminino 21 46,67

Masculino 24 53,33

Distribuição etária

60-64 8 17,78

65-74 57,78

75-80 7 15,55

+80 4 8,89

Procedência

Niterói 21 46,67

São Gonçalo 17 37,78

Rio de Janeiro 5 11,11

Outros 2 4,44

Fonte: SILVA, L.M.T. Coleta de dados através da análise documental em prontuários, HUAP, Niterói, set-nov, 2016.

31

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) sobre a

população brasileira no século XXI, um fenômeno demográfico observado entre os

idosos é a concentração de mulheres nesse grupo etário. A razão de sexos para a

população com mais de 60 anos de idade indica que existem aproximadamente 80

homens para cada 100 mulheres, resultado dos diferenciais de mortalidade entre os

sexos, cujas taxas para a população masculina são sempre maiores do que aquelas

observadas entre as mulheres (BRASIL, 2015).

Entretanto, nesta pesquisa constatou-se a prevalência de idosos do sexo

masculino com 53,33% enquanto as idosas do sexo feminino foram 46,67%. Resultado

semelhante foi encontrado no estudo de Freitas et al. (2014) na qual 57% dos idosos

internados em unidade clínica eram do sexo masculino.

A literatura refere que as mulheres utilizam mais os serviços de saúde que os

homens, principalmente os serviços ambulatoriais. Em contrapartida, estudos mostram

que as internações hospitalares são maiores em homens com doenças crônicas,

principalmente pela dificuldade em realizar o acompanhamento de seu estado de

saúde, gerando uma pré-disposição para os eventos agudos e como consequência um

maior número de internações (TRAVASSOS et al., 2000; SWEETING, 1996).

A distribuição etária dos idosos foi separada por faixas estando a maior

concentração da amostra (57,78%) entre 65 e 74 anos, seguida por 60 a 64 anos

(17,78%), de 75 a 80 anos (15,55%) e entre aqueles com mais de 80 anos (8,89%).

Conforme o último censo realizado no país a expectativa de vida do brasileiro é em

média de 75 anos (IBGE, 2013). Na pesquisa realizada por Silva et al. (2015), 52,6%

dos idosos internados em unidade clínica de um hospital escola estavam na faixa etária

entre 60 a 69 anos.

Em relação à procedência dos idosos, estes foram distribuídos de acordo com

os municípios de Niterói (46,67%), São Gonçalo (37,78%), Rio de Janeiro (11,11%) e

Outros (4,4%). Os resultados apresentados estão em conformidade com o atendimento

do HUAP por ser um hospital de nível terciário e quaternário de atenção, organizado

de acordo com o SUS, tendo um sistema de referência local e regional.

32

Características Socioeconômicas

Na tabela 2 foram apresentados os dados referentes às características

socioeconômicas dos idosos relacionadas à situação conjugal, a escolaridade e a

ocupação.

Tabela 2: Características socioeconômicas dos idosos hospitalizados. Niterói, RJ,

2016.

Variáveis n %

Situação conjugal

Casado(a) 23 51,1

Solteiro(a) 3 6,67

Viúvo(a) 13 28,89

Separado(a) 6 13,33

Escolaridade

Fund. Incompleto 13 28,89

Ens.fund.completo 9 20

Nível médio incompleto 3 6,67

Nível médio completo 15 33,33

Superior incompleto 2 4,44

Superior completo 3 6,67

Ocupação

Aposentado 28 62,22

Pensionista 12 26,67

Outro 5 11,11

Fonte: SILVA, L.M.T. Coleta de dados através da análise documental em prontuários, HUAP, Niterói, set-nov, 2016.

A situação conjugal dos idosos, em sua maioria, é de casados (51,1%). Os demais

são viúvos (28,89%), separados (13,33%) e solteiros (6,67%). Estudo relacionado à

prevenção de leões em idosos quanto à situação conjugal, a maioria referiu ser viúva

52,5% (MORAES et al. ,2015).

No que se refere à variável escolaridade, a maioria apresentou ensino médio

completo (33,33%). Porém, somando as variáveis fundamental incompleto (28,89%) e

fundamental completo (20%) nota-se que 48,89% dos idosos possuem menos de 10

anos de estudo. No Brasil, a média de escolaridade é de 7,1 anos de estudo, o que

representa uma escolaridade abaixo da conclusão do ensino fundamental (IBGE,

2010). Niterói é o município que apresenta maior média de anos de estudo dos idosos

no país com cerca de 8,2 anos seguido por no Rio de Janeiro e Águas de São Pedro

(7,3 anos) (BRASIL,2010).

33

Para Freitas (et al., 2011) fatores, como o nível de escolaridade e o estado civil

são importantes, para averiguar se o aspecto educativo, emocional e a vida social

influenciam diretamente nos indicadores de saúde.

Em relação à ocupação, 62,22% eram aposentados e 26,67% pensionistas.

Segundo a Secretaria de Políticas de Previdência Social, 82,1% dos idosos brasileiros

estão protegidos pela Previdência Social sendo 86,7% homens e 78,6% mulheres.

Entre os que recebem aposentadoria há predominância de homens, já dentre os

pensionistas e beneficiários que acumularam pensão e aposentadoria, prevaleceram às

mulheres, que em média possuem expectativa de vida mais elevada e tendem a mais

frequentemente usufruir de pensões deixadas por seus cônjuges (BRASIL, 2011).

Características da Situação de Saúde

Os resultados das características da situação de saúde dos idosos foram

apresentados na tabela 3, onde foram destacados os diagnósticos principais, a presença

de comorbidades e os diagnósticos secundários. As patologias apresentadas pelos

participantes da pesquisa foram agrupadas conforme a Classificação Internacional das

Doenças (CID-10).

Tabela 3: Características da Situação de Saúde de idosos hospitalizados. Niterói, RJ,

2016

VARIÁVEIS n %

Diagnóstico Principal CID-10 (n = 45)

Doenças do Aparelho Circulatório. 14 31,11

Doenças do Aparelho Digestivo. 4 8,89

Doenças do Aparelho Respiratório. 6 13,33

Neoplasias (tumores). 10 22,22

Doenças do Aparelho Geniturinário. 3 6,67

Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e

alguns transtornos imunitários

3

6,67

Doenças do sistema osteomuscular e do tecido

conjuntivo.

4 8,89

Doença do Sistema Nervoso. 1 2,22

Presença de comorbidades (n =45)

Sim 42 93,33

Não 3 6,67

Diagnóstico Secundário CID-10 (n =79)

Doenças do Aparelho Circulatório. 36 45,57

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas. 21 26,58

34

Doenças do Aparelho Respiratório. 1 1,27

Doenças do sistema osteomuscular e do tecido

conjuntivo.

5 6,33

Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e

alguns transtornos imunitários

16 20,25

Fonte: SILVA, L.M.T. Coleta de dados através da análise documental em prontuários, HUAP, Niterói, set-nov, 2016.

Os diagnósticos clínicos mais frequentes, divididos por grupos de causa,

incluíram em primeiro lugar as doenças do aparelho circulatório (31,11%),

destacando-se: aneurisma de coronária, endocardite bacteriana, acidente vascular

encefálico, doença reumática aórtica, angina instável, trombose, insuficiência cardíaca

congestiva (ICC) e infarto agudo do miocárdio (IAM). Em seguida, as neoplasias

(22,22%), dentre as quais: adenoma viloso de sigmoide, neoplasia de bexiga, neoplasia

de reto, neoplasia de pulmão, leucemia mielóide aguda e adenocarcinoma de próstata.

As doenças do aparelho respiratório aparecem em terceiro lugar somando 13,33%,

destacando-se: pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e edema

pulmonar.

Os demais diagnósticos encontrados foram distribuídos entre doenças do

aparelho digestório (8,89%), destacando-se: cirrose hepática, pancreatite aguda,

doença de Crohn. Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (8,89%),

entre as quais: gonartrose de joelho, fratura de colo de fêmur e hidroma cotovelar.

Doenças do aparelho geniturinário (6,67%), entre as quais: uretrite, estenose de uretra

e síndrome nefrótica. Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns

transtornos imunitários (6,67%), destacando-se: anemia hemolítica, anemia

microcítica, crise falcêmica.

A prevalência de doenças do aparelho circulatório entre idosos hospitalizados

também foi encontrada no estudo de Chayamiti e Caliri (2011) uma vez que foi

evidenciado um maior número de pacientes com doenças do sistema cardiovascular

em relação às doenças do sistema nervoso e outras. O mesmo acontece com o estudo

de Rogenski e Kurcgant (2012), realizado em unidades de internação de um hospital

escola onde houve predomínio das doenças cardiopulmonares.

Alguns estudos mais anteriores também mostraram a prevalência das doenças

do aparelho circulatório seguidas pelas doenças do aparelho respiratório e neoplasias

(PAZ, 2004; ALVARENGA e MENDES, 2003; PAZINATTO, 2003).

35

Em relação ao número de neoplasias superar os de doenças do aparelho

respiratório nessa pesquisa, cabe ressaltar que o HUAP se caracteriza como uma

Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), na qual

muitos pacientes são hospitalizados na Unidade de Clínica Médica, local da pesquisa,

para realizarem procedimentos como quimioterapia e radioterapia e outros exames.

Entre as comorbidades apresentadas as doenças de natureza do aparelho

circulatório apresentaram maior percentual (45,57%) com destaque para a Hipertensão

Arterial Sistêmica (HAS) e varizes de membros inferiores. O maior percentual de

doenças do aparelho circulatório entre as comorbidades apresentadas também foi

encontrada na pesquisa de Oliveira (2014) com idosos internados em um hospital

escola de Brasília. Além disso, as principais causas das úlceras crônicas no idoso são

de origem vascular, resultantes da insuficiência venosa crônica em 70 a 90% dos casos

(BENEVIDES et al., 2013).

Segundo Barreto e Marcon (2015), HAS representa hoje um dos principais

fatores de risco cardiovasculares apresentando alta prevalência e baixas taxas de

controle. No Brasil, sua prevalência varia de 22% a 44% para adultos, chegando a

mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70

anos (BRASIL, 2013).

As doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas representaram 26,58% das

comorbidades apresentadas, sendo elas o hipotireoidismo e diabetes mellitus tipo 2.

De acordo com estudo realizado pelo Ministério da saúde, mais de um quinto dos

indivíduos com 65 anos ou mais referem diagnóstico médico de diabetes (BRASIL,

2014).

Em relação às doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos e alguns

transtornos imunitários (anemia), 20,25% apresentaram esse tipo de comorbidade. O

estudo de Corona (2014) revelou que a disfunção hematológica mais encontrada nos

idosos foi a anemia, sua etiologia pode ter diversas causas, como as deficiências

nutricionais e doenças crônicas.

Já as doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo corresponderam

a 6,33% das comorbidades apresentadas pelos idosos (artrose e lúpus eritematoso),

enquanto as doenças do aparelho respiratório somaram apenas 1,27%.

Corroborando com os achados desta pesquisa em relação aos diagnósticos

clínicos principais e comorbidades, Carmo e Rosa (2015) identificaram que doenças

como as anemias, doenças vasculares, doenças respiratórias, hipertensão arterial

36

sistólica, o diabetes mellitus descontrolado, lesão da medula espinhal, sepse e infecção

podem contribuir para presença e evolução de lesões por pressão.

Riscos de lesão por pressão em idosos hospitalizados pela aplicação da escala de

Waterlow

Os resultados da aplicação da Escala de Waterlow em idosos hospitalizados

foram dispostos na tabela 4. Os dados apresentados foram divididos nas 11 categorias

que compõe a escala, além da classificação de risco dada pelo somatório das

categorias (em risco, alto risco e altíssimo risco).

Tabela 4: Aplicação da Escala de Waterlow em idosos hospitalizados. Niterói, RJ,

2016.

ITENS N %

IMC (n =45)

Média 18 40

Acima da Média 9 20

Obeso 2 4,44

Abaixo da média 16 35,56

TIPO DE PELE (n =66)

Saudável 8 12,12

Muito fina 12 18,18

Seca 21 31,82

Com edema 11 16,67

Úmida e pegajosa 1 1,51

Descorada 9 13,64

Quebradiça 4 6,06

SEXO/IDADE (n =45)

Masculino 24 52,33

Feminino 21 46,67

50-64 8 17,78

65-74 26 57,78

75-80 07 15,55

>80 4 8,89

CONTINÊNCIA (n =45)

Uso de sonda ou continente 11 24,45

Ocasionalmente continente 13 28,89

Uso de sonda e incontinente fecal 6 13,33

Duplamente incontinente 15 33,33

37

Fonte: SILVA, L.M.T. Coleta de dados através da análise da escala de Waterlow, HUAP, Niterói, set-nov, 2016.

No item Índice de Massa Corporal (IMC) 40% dos idosos estavam com o peso

na média, 35,56% abaixo da média, 20% acima da média e 4,4% estavam obesos. Em

contrapartida, nos estudos realizados por Rinald (2012) e Ribas (2011) com idosos

hospitalizados tiveram uma maior porcentagem de idosos com IMC abaixo da média.

Ainda sobre a variável IMC, na pesquisa de Ursi e Galvão (2012), o IMC

médio do grupo estava dentro da faixa de normalidade e o desenvolvimento de lesão

por pressão foi verificado em 48,7% dos pacientes.

Em relação ao tipo de pele, 31,82% dos idosos apresentaram pele seca. Este

tipo de pele pode ser também um sinal de desidratação, que se caracteriza pela

MOBILIDADE (n =45)

Total 11 24,44

Inquieto/Agitado 1 2,22

Apático 6 13,33

Restrito/Contido 17 37,78

Inerte 0 0

Dependente de cadeira de rodas 10 22,44

SUBNUTRIÇÃO DO TECIDO CELULAR (n =39)

Caquexia 11 28,20

Insuficiência Cardíaca 3 7,69

Doença Vascular Periférica 5 12,82

Anemia 16 41,03

Fumante 4 10,26

DEFICIÊNCIA NEUROLÓGICA (n =15)

Diabetes 14 93,33

Paraplegia motora ou sensitiva 1 6,67

CIRURGIA GRANDE PORTE/ TRAUMA (n =45)

Abaixo da medula lombar 0 0

Acima de 2 horas 0 0

APETITE (n =45)

Normal 26 57,78

Pouco 17 37,78

Somente líquido 2 4,44

SONDA NASOGÁSTRICA OU

NASOENTERAL

Anorético 0 0

MEDICAÇÃO (n =45)

Alta dosagem 2 4,44

PONTUAÇÃO (n=45)

Em risco (10 a 14 pontos) 11 24,45

Alto Risco (15 a 19 pontos) 17 37,78

Altíssimo Risco (≥20 pontos) 15 33,33

Fora de Risco 2 4,44

38

diminuição de água e perda de eletrólitos totais do organismo. Nesse estado ela

apresenta elasticidade diminuída, pouca tolerância ao calor, à fricção e à pressão,

tornando-a susceptível à ruptura (ARAÚJO et al 2011). Em acordo com os achados

dessa pesquisa, o estudo de Danilo (et al., 2009) evidenciou que as alterações mais

prevalentes nessa faixa etária é a pele ressacada/descamativa, sendo consequência da

insuficiente hidratação corpórea como um todo, tendo como fator a diminuição das

glândulas sudoríparas e sebáceas.

Idosos com a pele muito fina representaram (18,18%), seguidos por (16,67%)

com edema, (13,64%) que apresentaram a pele descorada, (12,12%) apresentam pele

saudável, (6,6%) quebradiça e somente (1,51%) apresentou a pele úmida. O excesso

de umidade se caracteriza como uma das causas do desenvolvimento de lesão por

pressão ao gerar uma inflamação e levar a ruptura da pele constantemente exposta

(GRAY et al, 2011).

Na pesquisa realizada por Fernandes (et al., 2012) com idosos hospitalizados

os resultados da categoria tipo de pele da Escala de Waterlow foram distintos ao desta

pesquisa com maior porcentagem entre os que apresentaram pele muito fina (35,8%),

seguida por seca (28,3%) e com edema (17,3%).

No item idade/sexo houve predominância de idosos do sexo masculino

(52,33%) e a distribuição etária mais prevalente foi de 65-74 anos (57,78%) como foi

discutido nas características sociodemográficas desta pesquisa. Segundo Waterlow

(1985), a idade é um fator frequentemente associado ao aparecimento de úlceras de

decúbito e o sexo feminino recebe o dobro da pontuação do sexo masculino por

demonstrar prevalência de lesões maior que pacientes do sexo masculino. No estudo

de Rocha (2007), 65% dos pacientes que desenvolveram lesão por pressão eram do

sexo feminino.

Quanto à continência, 33,33% foram classificados como duplamente

incontinentes, seguido por 28,89% ocasionalmente continentes e 24,45% continentes

ou em uso de sonda. A menor porcentagem se deu entre os que estavam em uso de

sonda e com incontinência fecal 13,33%.

A intolerância tissular pode ser exacerbada pela incontinência urinária e ou

fecal (CAMPOS, 2010). O aparecimento de lesão por umidade/incontinência está

diretamente relacionado com alterações a nível do pH da pele, que geralmente se

encontra em níveis ácidos (4-5,5). O pH eleva-se para níveis básicos em contato com

amônia (resultado da degradação da ureia urinária) e exacerbado pela urease fecal.

39

Nestas situações a pele torna-se mais permeável, sendo agravado pela presença de

umidade nesses locais (FERRAZ et al., 2014).

No que se refere à categoria mobilidade, identificou-se a maior porcentagem de

idosos restritos ou contidos (24,44%). Resultado semelhante ao estudo de Fernandes

(2012), no qual 67,9% dos idosos estavam restritos ao leito. Pessoas idosas e/ou com

dificuldade para detectar sensações que indiquem a necessidade de mudança de

posição, como aquelas com paraplegia, em coma, submetidas às cirurgias de grande

porte, com trações ortopédicas, em sedação ou sob restrição mecânica com aparelhos

gessados, constituem a população de risco para o desenvolvimento de lesão por

pressão (Rogenski e Kurcgant, 2012).

Em estudo realizado por Silva (et al, 2010), 39,1% dos idosos hospitalizados

estavam muito limitados quanto à mobilidade. Já no estudo realizado por Miyazaki (et

al, 2010), com profissionais de enfermagem, 86,5% apontaram a imobilidade um dos

principais fatores de risco para o desenvolvimento de lesão por pressão.

Na categoria subnutrição do tecido celular, 41,03% apresentaram anemia,

28,20% caquexia, 12,82% doença vascular periférica, 10,26% eram fumantes e 7,69%

possuíam insuficiência cardíaca. Em estudo realizado por Silva (2016) com idosos

institucionalizados, a prevalência de anemia entre os idosos foi de 38%. Houve

predominância da anemia leve em ambos os sexos (masculino: 26,8%; feminino:

21,1%). Além disso, extremos de peso corpóreo como caquexia e a obesidade são

fatores relevantes e que estão envolvidos na gênese das lesões por pressão

(CROZETA, 2011).

Na pesquisa de Gomes (2010), a prevalência de úlcera por pressão entre os

fumantes foi de 42,6% e entre os não fumantes foi de 30,6%. O tabagismo também

pode ser considerado um fator de risco, pois produz efeitos no organismo que

interferem no fluxo sanguíneo provocando vasoconstrição, favorecendo a diminuição

do aporte de oxigênio e nutrientes para as células (ASCARI et al., 2014).

Com relação ao subitem deficiência neurológica 93,33% possuíam diabetes e

6,67% paraplegia motora. No estudo de Araújo (et al.,2011), 8 pacientes pontuaram

nesta categoria, sendo 4 com diabetes e 4 com paraplegia. As doenças isquêmicas

cardiovasculares são mais frequentes e mais precoces em indivíduos com diabetes

(ALENCAR, 2011). A nefropatia diabética acometeu 23% dos indivíduos com DM

entrevistados na pesquisa de Targiano (et al, 2016). Ainda segundo os autores a

neuropatia diabética é uma complicação comum e devastadora, compreendendo um

40

conjunto de síndromes clínicas, e normalmente afeta artelhos e, em seguida, os pés e

as pernas. Instala-se a fraqueza muscular distal com deformidade óssea no paciente,

afetando o sistema nervoso periférico sensitivo e motor.

Em estudo realizado por Costa (et al, 2013), a prevalência de lesão por pressão

em indivíduos com paraplegia motora foi de 82 casos para 126 indivíduos, ou seja,

65,1%. Entretanto, a média de idade dos participantes da pesquisa foi de 45 anos.

Nenhum idoso desta pesquisa foi submetido à cirurgia no período da coleta de

dados. Com isso, este subitem não teve pontuação. Porém, no estudo de Pachemskhy

(2010), os resultados demonstraram 37% de incidência de lesão por pressão em

pacientes internados em clínicas cirúrgicas. Em contrapartida, o estudo não indicou se

os participantes realizaram a cirurgia no período de internação investigado.

Na categoria apetite, 57,78% dos idosos apresentaram apetite normal, 37,78%

pouco e 4,44% somente líquido. Resultado semelhante ao encontrado no estudo de

Melo (et al, 2011), no qual 52,8% dos idosos apresentaram apetite normal e 37,7%

pouco apetite.

Alterações do estado nutricional em indivíduos idosos contribuem para

aumento da morbimortalidade, o déficit nutricional predispõe a uma série de

complicações graves reconhecidas, incluindo menor resposta imune e tendência à

infecção, menor síntese proteica e deficiência de cicatrização (CINTRA et al,2012).

As deficiências calórico-proteicas interferem e dificultam a cicatrização por

diversos fatores, dentre eles, destacam-se a depressão do sistema imune, a redução da

síntese de colágeno, a inibição da contração da ferida e a redução da proliferação de

fibroblastos (QUEIROS et al, 2016).

Em relação à alta dosagem de medicação (corticoides) apenas 4,4% dos idosos

pontuaram nessa categoria por estarem em pulso terapia. “O Cortisol aumenta o

catabolismo proteico, afeta os mecanismos do corpo e inibe a produção de colágeno, o

que provoca nos tecidos moles aumento do risco de desenvolvimento de lesão por

pressão” (BORGES; DOMANSSKY, 2014, p.158).

Com relação à classificação final de risco dos idosos, 37,78% apresentaram

alto risco para o desenvolvimento de lesão por pressão, seguidos de 33,33% com

altíssimo risco e 24,45% em risco. Apenas 4,44% dos participantes da pesquisa não

apresentaram risco de desenvolvimento de lesão por pressão.

O estudo para melhor comparativo entre os resultados encontrados nesta

pesquisa é o de Fermandes (2012) por ter sido realizado somente com idosos

41

internados em enfermarias de clínica médica. Nesse estudo foi verificado pelo

resultado da Escala de Waterlow que: 18 (33,96%) dos idosos não apresentavam risco;

também 18 (33,96%) evidenciavam alto risco; 12 (22,64%) estavam em risco e 5

(9,43%) evidenciavam altíssimo risco. Assim, 35 (66,03%) idosos possuíam risco para

desenvolverem lesão por pressão.

Já nos demais estudos abaixo apresentados os sujeitos da pesquisa estavam

hospitalizados em setores de maior complexidade.

Conforme o escore total da escala de Waterlow, no estudo de Araújo et al.

(2011,) encontrava-se em risco 27,27% e 58,33% em altíssimo risco. No estudo de

Borghardt et al (2015), a média de pontos atingida pelos sujeitos foi de 15,45 pontos,

que caracteriza uma situação de alto risco para o desenvolvimento de lesões por

pressão. E no estudo de Studart et al (2010), realizado somente com pacientes

portadores de lesão medular, 75% dos sujeitos possuíam altíssimo risco de

desenvolvimento de lesão por pressão.

Perante a probabilidade do desenvolvimento de lesão por pressão o ideal a se

fazer é atuar na prevenção. Para isso, o profissional deve ser capaz de avaliar o estado

geral do paciente e enumerar as características que podem levar ao aparecimento da

lesão (COSTA et al, 2015).

A utilização de escalas de avaliação de risco para o desenvolvimento de lesão

por pressão, segundo Soares et al (2015), é de grande valia para a enfermagem, pois

proporciona um planejamento do paciente hospitalizado sistematizado, o que facilita o

processo de diagnóstico, tratamento e prevenção dessas lesões. Dessa forma, a equipe

pode atuar efetivamente na prevenção dessas lesões, diminuindo a sobrecarga de

trabalho da enfermagem, melhorando a assistência e reduzindo os custos para a

instituição hospitalar.

De acordo com a Resolução nº 510 de 2015, o enfermeiro tem respaldo técnico

para avaliação, classificação e tratamento das lesões cutâneas. Além disso, cabe a ele

atuar no desenvolvimento de protocolos e atuar juntamente com a equipe de saúde no

planejamento de estratégias de cuidados para, assim, promover melhor atendimento e

maior qualidade de vida para o paciente (COFEN, 2015).

Com isso, diante da constatação do risco de desenvolver lesão por pressão cabe

ao enfermeiro desenvolver/prescrever medidas preventivas individualizadas que

contemplem as vulnerabilidades e necessidades apresentadas pelo idoso no decorrer da

internação. Tais medidas devem ser pensadas levando em consideração os fatores

42

envolvidos na gênese das lesões por pressão como: pressão, cisalhamento, fricção e

umidade, estado nutricional, doenças crônicas, imobilidade, dentre outros. Além dos

fatores próprios do avançar da idade que podem ocasionar redução da tolerância dos

tecidos à pressão e a isquemia. As ações de enfermagem para a prevenção de lesões por

pressão devem garantir ao idoso um cuidado humanizado, permitir as ações

sistematizadas, gerando economia de recursos, amenizar o estresse do paciente/equipe

durante a internação e reduzir o período de internação e o risco de infecção hospitalar.

A equipe de enfermagem deve ser treinada para realizar corretamente o

posicionamento do paciente no leito e fazer mudanças de decúbito, realizar controle da

unidade na pele do paciente, realizar trocas frequentes de fraldas (e não utilizar mais

de uma por vez) para prevenir dermatites por incontinência e consequente perda de

integridade cutânea na região.

43

CONCLUSÃO

A partir dos resultados do estudo constatou-se que dos 45 idosos participantes

da pesquisa a maioria 53,33% era de homens, a faixa etária predominante ficou entre

65 a 74 anos (57,78%). Em relação à situação conjugal, 51,1% dos idosos eram

casados, a procedência predominante foi de idosos do município de Niterói (46,67%) e

a escolaridade da maioria era o ensino médio completo com 33,33%. Em relação à

situação de saúde dos idosos, 31,11% apresentaram como diagnóstico clínico principal

doenças do aparelho circulatório. Além disso, 93,33% apresentou algum tipo de

comorbidade com destaque para as doenças do aparelho circulatório (45,57%) em

especial a HAS.

Já em relação aos achados da aplicação da escala de Waterlow, identificou-se

relação ao IMC que 40% dos idosos estavam com o peso na média, 31,82%

apresentaram o tipo de pele seca, 33,33% eram duplamente incontinentes, 37,78%

estavam em situação de mobilidade restrito/contido e a subnutrição do tecido celular

estava prejudica em 41,3% dos idosos devido ao diagnóstico de anemia. Dos 15 idosos

com deficiência neurológica contemplada pela escala, 93,33% eram diabéticos.

Nenhum idoso havia sido submetido à cirurgia até o momento da coleta de dados. Em

relação ao apetite, 57,78% dos idosos apresentaram apetite normal. Apenas 4,44% dos

idosos faziam uso de alta dosagem de corticoides por estarem em pulso terapia.

Com o somatório final da escala, 37,78% dos idosos foram classificados com

alto risco para desenvolver lesão por pressão, 33,33% com risco altíssimo e 24,45%

estavam em risco.

A adoção de um instrumento para avaliação do risco de desenvolver lesão por

pressão em idosos deve fazer parte dos protocolos da equipe de enfermagem. Uma vez

que achados da análise desses instrumentos dão subsídios às intervenções planejadas

pelo enfermeiro para uma assistência de qualidade ao idoso hospitalizado.

44

Esses protocolos devem preconizar a avaliação do idoso no momento da

admissão no setor com a reavaliação de acordo com a rotina previamente estipulada ou

mudança na situação de saúde do idoso.

Durante o período de coleta de dados o número de leitos das enfermarias de

clínica médica tanto feminina quanto masculina estavam reduzidos, em decorrência da

reestruturação do hospital com obras de modernização nos andares, e também da

redução no quadro de funcionários da instituição diante do término de contratos

temporários. Tal redução no número de leitos no setor implicou em dificuldade para

conseguir um contingente mínimo de participantes que se encaixassem nos critérios de

inclusão para pesquisa.

Espera-se com esse estudo incentivar estratégias de atualização da equipe de

enfermagem na instituição sobre a temática saúde do idoso, bem como maior

abordagem deste assunto na formação de enfermeiros e técnicos de enfermagem na

referida área, tendo em vista o aumento das demandas dessa clientela nos serviços de

saúde.

45

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53

APÊNDICE A:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Hospitalização do idoso: perspectivas de intervenção do enfermeiro no processo

Pesquisador Responsável: Profa Dra Fátima Helena do Espírito Santo.

Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense

Telefones para contato: (21) 26299477 (22) 988191890

Nome do voluntário: _____________________________________________________

Idade: ___________________ anos

R.G. ___________________________________

O (A) Sr. (a) está sendo convidado a participar do estudo O cuidado com a pele do idoso

hospitalizado: contribuições do Enfermeiro, sob responsabilidade do pesquisador Fátima Helena do

Espírito Santo e suas orientandas. Esta pesquisa tem como principal objetivo: Discutir as perspectivas

de atuação do enfermeiro ao idoso. Participando desta pesquisa, o (a) Senhor (a) estará contribuindo para a ampliação dos

conhecimentos em relação à atuação da Enfermagem junto ao idoso hospitalizado. A pesquisa será

realizada mediante a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa baseada na Resolução no 466, de 12 de

dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde e mediante seu consentimento a partir deste termo.

A presente pesquisa não oferece riscos ou danos físicos, econômicos ou sociais. Caso o (a)Sr.

(a) tenha qualquer dúvida relacionada a pesquisa, poderá entrar em contato com o pesquisador, por

telefone ou pessoalmente. O pesquisador garante o acesso às informações atualizadas durante todo o

estudo. Sua participação é voluntária, de maneira que está livre para retirar este consentimento e deixar

de participar do estudo a qualquer momento, sem nenhum prejuízo. As informações relacionadas à sua

privacidade serão mantidas em caráter confidencial. Ao final do estudo, as informações poderão ser

divulgadas em textos, periódicos ou eventos científicos da área de saúde. Eu, _______________________________, RG no_______________ declaro ter sido informado e

concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito. Rio de Janeiro, RJ,

_____ de ____________ de _______.

___________________________________

Nome e assinatura do participante

____________________________________

(Pesquisadora)

__________________________________

Testemunha

54

APEÊNDICE B

INSTRUMENTO DE COLETA DE DASOS

Data:

Setor:

1- Identificação:

Nome:

_______________________________________________________________________

Sexo: M ( ) F ( ) Idade:________ anos

Ocupação: ____________________ Procedência: ____________________

Situação conjugal: ( ) solteira(o) ( ) casada(o) ( ) viúvo ( ) separado

Escolaridade: __________________________

2- Dados da internação

Data da internação:

Motivo da internação:

Diagnóstico Clínico atual:

3- Cirurgia:

( ) sim ( ) não Tempo cirúrgico:

4- Comorbidades:

Diabetes ( ) Hipertensão ( )

Outras:______________________________________________________________________

5- Medicações utilizadas / dose:

____________________________________________________________________________

55

____________________________________________________________________________

7- Já possui alguma lesão: ( ) sim ( ) não

8- Tabagista: ( ) Sim ( )Não

9- Peso: Kg Altura:

10- Hemoglobina:

56

Anexo A: