IED - O Caso Dos Exploradores de Caverna - Análises Da Internet

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    Jusnaturalismo, Positivismo Jurdico e a Exegese em O CasoDos Exploradores de Cavernas

    CONSIDERAES PRELIMINARES

    J imaginou como difcil o julgamento de um caso concreto, j imaginou-seno lugar de um juiz quando tendo que resolver certos casos muito difceis deaplicao pela complexidade dos fatos, faltas de prova ou ainda por lacunasquase irresolveis na lei? Logo no primeiro ano de Direito - e na maioria dasfaculdades do curso assim - tive que me defrontar com uma obra clssica, OCaso dos Exploradores de Cavernas de FULLER. Ler esse livro umaoportunidade para todos aqueles que querem ser militantes jurdicos.Proporciona ao aluno entender a dificuldade de se fazer Direito. No pense oleigo que Direito , simplesmente, a aplicao de normas, a relao advogado-cliente-juiz, Estado e legislao, muito mais que isso. O Direito compreende aFilosofia, a Sociologia, Psicologia, Cincia Poltica, Antropologia, MedicinaLegal, Criminologia, Cincia, Religio e Normas. Mas essas so somenteclasses de aplicao na matria. O Direito resguarda a vida, a liberdade, adignidade, em suma, os direitos e deveres de todo cidado e estabelece limitespor meio de ordenamentos jurdicos a tudo quanto h na Terra, debaixo daTerra, esfera, estratosfera e at o espao alm da Terra - essa questo trata-sedo princpio da territorialidade, ou seja, a demarcao de jurisdio de cadaEstado - etc. No entanto, no cabe aqui falar do conceito de Direito, at porqueessa questo pra obra extensa e no h concordncia na doutrina. Meushonorveis professores costumam dizer que no Direito tudo relativo e tudo"depende". Alis, no ele uma cincia exata, humana e social, embora

    compreenda em seu bojo o que exato, concreto, abstrato, cientfico, filosfico,etc. Deu pra entender um pouco a dificuldade do assunto? Pois . No hcomo ir mais alm. Adentremos, ento, ao que objetiva este artigo de opinio.Comeando com o resumo de O Caso dos Exploradores de Cavernas.Recomendo a leitura completa dessa obra-prima.

    RESUMO:

    "Em maio de 4299 iniciava o fictcio Caso dos Exploradores de Cavernas, em

    que cinco homens membros de uma Sociedade Espeleolgica ingressam emuma caverna de rocha calcria em Stowfield. Quando j infiltrados e distantesda entrada da caverna houve um grande desmoronamento que veio a obstruira entrada (e sada) da caverna. Devido a demora dos exploradores em retornarfoi enviada uma equipe de socorro ao local.

    A equipe de resgate trabalhava firmemente quando fora surpreendida pornovos problemas perdendo dez homens de sua equipe. Enquanto isso osexploradores, presos no interior da caverna, esgotavam dos alimentos de quedispunham.

    At que fora descoberto que os exploradores portavam um rdio transmissor pilha, que atravs deste equipamento conseguiram fazer contato com os tais

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    presos na caverna. Os exploradores questionaram ento os responsveis peloresgate a cerca de quanto tempo levaria para que fossem efetivamenteresgatados, porm obtiveram como resposta dez dias. Ento os exploradoresexpuseram ao mdico da equipe de resgate o quanto de alimento aindadispunham e se conseguiriam sobreviver esses dez dias, mas a informao

    que obtiveram do mdico foi negativa, ento, Wheltmore, um dos exploradores,perguntou se eles sobreviveriam se se alimentassem de carne humana, omdico por sua vez respondeu meio a contragosto positivamente.Questionaram se algum aconselharia a concretizao de tal, quem sabe umpadre, uma autoridade etc., porm ningum se manifestou e fora ento perdidoo sinal de transmisso pelo rdio, porque acabara pilha do rdio dosexploradores e no conseguiram mais contato.

    No trigsimo segundo dia a equipe de resgate conseguiu libertar osexploradores, porm Wheltmore j estava morto, pois tinha servido de alimentopara seus companheiros. A morte ocorreu no vigsimo terceiro dia que se

    encontravam presos no interior daquela caverna, trs dias aps perderem ocontato com a equipe de resgate pelo rdio transmissor.

    Segundo os companheiros de Wheltmore, este sugeriu e todos acordaram emsortear em lances de dados a vtima que serviria de alimentos aoscompanheiros. Mas um pouco antes de realizar o sorteio Wheltmore quisesperar mais uma semana, porm seus companheiros alegaram quebra decontrato. Wheltmore mostrando-se revel um de seus companheiros lanou osdados em nome desse, porm a sorte caiu sobre Wheltmore que foi morto eserviu de alimento para seus companheiros. Foram ento os quatroexploradores encaminhado a julgamento no Tribunal do Jri, na qual foramculpados de homicdio doloso e condenados pena de morte porenforcamento.

    Depois de dissolvido o corpo dos jurados encaminharam uma petio,assinada por todos, ao Chefe do Poder Executivo, solicitando que a pena deenforcamento fosse convertida em priso, por seis meses. O juiz age tambmde igual forma. Os condenados apelam da deciso Suprema Corte deNewgarth."

    Tirado do site http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3167 em 20 denovembro de 2012 s 15:00 hs.

    ANLISE / ASPECTOS NOTRIOS

    "Um aspecto mpar nesta obra, a insero comedida e sutil da filosofiaaplicada ao campo jurdico, com evocao a princpios socrticos, sofistas,aristotlicos, platnicos, kelsianos, hegelianos, maquiavlicos dentre outros. H

    tambm a colocao filosfica quanto ao contrato social celebrado, aos

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    estados natural e de direito, ao papel do Estado, ao Poder, moralidade, legalidade, e quanto prpria justia."

    "Um dos primeiros elementos passveis de anlise a morte de deztrabalhadores, que estavam a realizar o resgate dos exploradores de cavernas.

    Pode-se argumentar que tais mortes so um elemento a ser consideradoquanto absolvio dos acusados, uma vez que a vida deles custou onzeoutras."

    "H tambm a possibilidade de se confrontar diversos elementos em umaanlise desta obra literria; como a noo de direito, justia, lei, As fontes dodireito, e os princpios gerais do direito, assim como a analogia, tm papel dedestaque na obra de Fuller, e constituem um desafio parte no que se refere sua assimilao, correta compreenso e aplicabilidade crtica em um estudo daobra."

    Tirado so site www.filosofix.com.br/blogramiro/?p=3671 em 20 de novembrode 2012 s 15:26 hs. Por Eduardo Silva Gonalves.

    "Todas essas questes so abordadas com maestria no texto do professor deHarvard Lon L. Fuller, que tem por pano de fundo o julgamento de quatroaventureiros sobreviventes de um acidente que os reteve durante quasequarenta dias em uma caverna e que os obrigou a matar um terceirocompanheiro que com eles se encontrava, no 33 dia de aprisionamento, o quefez com que no padecessem de inanio e pudessem escapar vivos dessehorrvel incidente."

    "Nesse pano de fundo surgem todas as controvrsias e dvidas hermenuticase de conscincia dos julgadores, representadas para o leitor por meio do votode 4 dos membros da Corte do presidente Truepenny, quais sejam os juzesFoster, Tatting, Keen e Handy."

    "Nesse sentido, o termo ingls foster - que designado como sobrenome doprimeiro dos julgadores, que possui uma viso mais elstica do que seja odireito, defendendo inclusive a existncia de hipteses de sobrevivncia de

    estados de natureza em nossa atual sociedade significa criatividade,fomento."

    "Keen, que o sobrenome do juiz mais apegado ao legalismo estrito, significapujana, firmeza. Handy, por seu lado, tem o sentido de alcunhar de habilidosoaquele que assim seja designado, caracterizao essa que corresponde sfeies do ltimo dos julgadores."

    "Enquanto Foster prega que teria havido verdadeiro estado de natureza, adenominada luta de todos contra todos, de Hobbes, o que tornaria invlida aaplicao de determinada lei geminada em um meio social, o magistrado Keen

    simplesmente se atm aos termos da norma, dizendo que se escrito quequem matou intencionalmente deve ser condenado, no importam as

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    condies em que se deu tal ato, mesmo sendo, como no caso, a morte de uma necessria continuao da vida de quatro. No importando que, sehipoteticamente considerssemos os trs sujeitos como o representante detoda a humanidade, toda a humanidade seria extinta, ao revs de s uma partedele dever se dar ao sacrifcio."

    Tirado do site http://monografias.brasilescola.com/direito/resumo-obra-caso-dos-exploradores-caverna.htm s 15:49 hs. Por Silmara Aguiar Mendez.

    1. OPINIO ZEYCH

    1.1 A QUESTO JUSNATURALISTA / JUSPOSITIVISTA

    O jusnaturalismo um Direito no positivado que est acima das regras de umEstado, est baseado na condio de sobrevivncia natural do homem, ouseja, o jusnaturalismo justo por natureza e no por lei. Numa lei natural existeo instinto de sobrevivncia que apela para o ato de qualquer amplitudeconsiderando a preservao da vida. O jusnaturalismo aparece na Declaraode Independncia do Estados Unidos da Amrica (1776) e na Declarao dosDireitos do Homem e do Cidado (1789) que constitui os incipientes atos daRevoluo Francesa. No direito natural, se age de forma razovel. Aristtelesem A Poltica diz que, o melhor regime, talvez, no se governa com base na lei.Uma forma de Direito Natural. Encontra-se, ainda, jusnaturalismo, noliberalismo, estoicismo e principalmente no cristianismo. Est no Direito Naturalo que concernente s leis da natureza, enquanto que no Direito Positivado oque concernente s leis postas. Para o jusnaturalismo uma norma no vlida, nem justa. "O Direito natural no escrito, no criado pela sociedade,nem formulado pelo Estado. Como o objetivo natural indica, um direitoespontneo, que se origina da prpria natureza social do homem e que revelada pela conjugao da experincia e razo. constituda por umconjunto de princpios, e no de regras, de carter uiversal, eterno, imutvel."(Introduo ao Estudo do Direito - NADER, Paulo. Ed. Forense, pag. 77).

    No juspositivismo o que vale o que est escrito na lei. Numa feitura denormas jurdicas no se observa a moral, a no ser como forma de adequaoao bem comum. A moral dificilmente explicada, pois para ela existem variasinterpretaes e conceitos, que vo de acordo com a base de uma crena.Portanto, diante do princpio de igualdade de Direito no se deve olhar pelamoral de um para julgar todos. Nesse sentido, prova o bem comum ser demelhor escolha para um regimento de lei. A teoria do positivismo a teoria quese governa pela razo, pelo fato, pela melhor adequao e, quando exclui amoral, para no privilegiar uma s parte.

    1.2 OS VOTOS DOS MINISTROS / INSTNCIAS

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    O julgamento do ministro Foster atitude dos exploradores de caverna jusnaturalista e se apia no princpio de territorialidade. Segundo ele, o mbitogeral da situao em que se encontravam os exploradores favoreceu a decisoque, segundo ele, foi tomada por impulso de sobrevivncia, sendo essadeciso por parte deles compreensvel e aceitvel, vigorando a uma lei maior

    que a do Direito Natural. Esta, estando acima da lei, deve ser compreendidano como um desrespeito lei vigente, mas como uma forma de efetivar a leide um modo mais preciso. Seu voto portanto, de absolvio.

    O ministro Tatting apela para a emoo e razo ao mesmo tempo, estandoconfundido por elas, fazendo com que se eximisse da responsabilidade dejulgar aquilo que no considerava ser capaz. Seu voto, portanto, nulo.

    O ministro Keen d o seu voto a favor da execuo, no considerando se oque fizeram foi certo ou errado diante de sua opinio, mas segundo o que certo e errado na lei. Uma opo juspositivista.

    O ministro Handy, o ltimo a dar o parecer sobre o caso, faz meno repercusso que causou o julgamento na imprensa, e falando sobre a opinioda maioria que era de 90% a favor da clemncia ou de uma comutao,expressa que este fato deveria ser levado em considerao para absolviodos rus. Termina por dizer que seu voto de acordo com o bom senso.Absolvidos, para ele.

    O que foi relevante mesmo, a deciso proferida pelo presidente do Tribunal.Executados. Contudo, a pergunta que no abandona os escrpulos : Essadeciso justa, moral, vivel, lcita, a favor do bem comum, favorecealgum, desfavorece algum?

    1.3 POSITIVISMO JURDICO COMO MELHOR OPO

    No Direito no se pode escapar de uma deciso, deve-se julgar cada casosegundo a lei. Mas que lei? Jusnaturalista ou juspositivista? A alegao doministro Foster, representao da primeira instncia que, na sua hiptese, oshomens estavam incapazes de viver em sociedade alegando que, por este fato,

    deveria ser aplicado o jusnaturalismo. S que Foster estava equivocado, pois averdadeira lei natural aplicada no positivismo jurdico, isto porque, a naturezado homem, viver em sociedade, e no s. Em um Estado de Direito Positivoas pessoas conseguem viver mais harmonicamente do que em um Estado deDireito Natural, onde no h regras para convivncia, e a sociedade precisa dochamado "contrato social" em favor do bem comum.

    O naturalismo , na realidade, o prprio Estado positivado, que reconhece queo homem vive em sociedade, e isso natural. Foster quando disse que nopoderia haver ali algo que caracterizasse sociedade, errou, porque a presenade duas pessoas existentes num mesmo lugar j caracterstica de sociedade.

    Se os exploradores foram julgados por haverem matado Wethmore, significa olocal do "crime" territrio jurisdicional de onde foram julgados os sobreviventes.

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    E assim, tambm, injustifica-se a aplicao do jusnaturalismo. O Direito nojulga o indivduo em relao a si prprio, mas em relao sociedade, elaque precisa do amparo jurdico para garantir a paz social. O juiz pode condenaralgum que ameaa matar-se? No. Mas pode punir se ameaa matar a outro.

    " na sociedade que o homem encontra o ambiente propcio ao seu plenodesenvolvimento. Qualquer estudo sobre ele h de revelar o seu instinto devida gregria. O pretenso "estado de natureza", em que os homens teriamvivido em solido, originalmente, isolados uns dos outros, mera hiptese,sem apoio na experincia e sem dignidade cientfica." (Introduo ao Estudo doDireito - NADER, Paulo. Ed. Forense, pag. 22).

    Baseando-me nos fatos conhecidos, percebo que Whetmore embora tenhaentrado com a ideia de execuo de um dos presos, para o aumento dopercentual de chances de sobrevivncia dos demais, se exauriu de sua posioinicial, querendo esperar mais um ou mais dias, at que, se no fossemretirados dali, e a situao se tornasse irrelutante, tornassem a pensar numamaneira de sacrificar algum. No se trata aqui de saber o que teria acontecidose fosse de outra forma, mas de julgar os acontecimentos comprovados.Whetmore, na minha opinio, sofreu presso psicolgica quando tentou seescusar do voto e, interpelado se voltaria atrs ou no se sentiu coagido alanar os dados, onde, por meio deste intento, foi morto no trigsimo terceirodia preso. No entanto, ainda me pergunto: Como os espeleologistas devem sercompreendidos, visto que estavam todos encarcerados e com risco de vida? Erespondo: Se estavam eles encarcerados (presos), estarem l justifica estaremlivres de cumprir com o que est escrito na lei? No era o lugar ainda territriode Commonwealth? Ali mesmo, debaixo de pedras no vigoravam as leis? Sealgum ali estivesse s, no comeria de areia para tentar sobreviver? E naimpossibilidade de ajuda, no morreria? Digo que mais tico e moral morrerde fome do que comer seu semelhante.

    Usar-se de antropofagia justificaria se algum ali j estivesse morto. O queno foi o caso. Mas ningum ali pensou em deixar um morrer primeiro. Numalei igualitria no subsiste a lei do mais forte em detrimento do mais fraco como a do jusnaturalismo. E s mais uma pergunta: Seria para o bem comumsacrificar um em favor da maioria? questo de interpretao. A lgica noprova, mas diante da prova, subsiste a lgica de acordo com a lei. Numa leique compreende que se deve preservar a vida humana deve-se, ento,preservar a vida humana, porque mais justo. Casos como os dosexploradores de caverna servem para discusses e, talvez, reformas na lei.Mas uma lei que j compreende que a vida humana deve ser preservada acimade qualquer coisa quanto a isto, precisa ser reformada? Acredito que no. Se

    existem casos sem escapatria de morte, preciso aceitar o fato e morrer.Afinal a morte a nica certeza que temos em vida. Julgo pela lgica da razo

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    factual e legtima. Minha posio , portanto, juspositivista em razo do que foie exposto acima.

    1.4 O ORDENAMENTO JURDICO-PENAL BRASILEIRO APLICVEL AOSRUS ESPELEOLOGISTAS

    Todavia, a nossa lei de crimes soluciona casos como esse. Entendamos bem,aqui se trata de Cdigo Penal. O CP define crimes e comina pena. O que isso? Essa legislao trata de descrever certos atos humanos em dadascircunstncias estabelecendo que, nos casos de leso ao bem jurdico, ou seja,naqueles resguardados pelo Estado e que no podem ser infringidos; emhavendo infrao, por conseguinte, haver punio ou sano por parte doEstado.

    Os artigos da lei penal so chamados de tipos penais, neles constituemelementos que so palavras-chave para a definio do crime descrito. Sofatos punveis. S que nessa mesma legislao existem atos que, mesmoconsiderados crimes, em certas circunstncias no so passveis de sanopenal. Em que circunstncias ento? Quando em "legtima defesa", "estado denecessidade", "exerccio regular do direito" e "estrito cumprimento do deverlegal". So circunstncias chamadas de causas de excluso da antijuridicidadeou da ilicitude.

    Compreenda melhor. O que crime? Fato tpico e antijurdico. O fato tpico ofato descrito na lei como sendo crime e antijurdico porque vai contrrio a ela.Compreende ao, tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade. Nascircunstncias como, p. ex., legtima defesa, tanto a antijuridicidade quanto aculpa excluda da ao. Leia os artigos:

    Art. 23No h crime quando o agente pratica o fato:

    Iem estado de necessidade;

    IIem legtima defesa;

    IIIem estrito cumprimento de dever legal ou no exerccio regular de direito.

    Pargrafo nico O agente, em qualquer das hipteses deste artigo,responder pelo excesso doloso ou culposo.

    Isso quer dizer que se os rus exploradores ou espelelogos tivessem sobjurisdio brasileira em nosso tempo, estariam exclusos de toda culpa. De toda

    forma, todos eles, no momento de necessidade, fizeram um contrato "de boca",ou seja, todos eles concordaram que um deles, pela sorte, teria de morrer para

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    alimentar aos outros. A sorte decidiu que o iderio dessa faanha seria avtima. Os outros alegaram que no poderia haver quebra de contrato. S que,de acordo com o nosso Cdigo Civil, esse tipo de contrato seria passvel deanulao, pois todos estavam em "Estado de Perigo" e nessas circunstncias normal que o psicolgico humano concorde com qualquer alternativa para

    salvar a prpria vida ou de outrem de seu afeto. No caberia aqui, portanto, ouso do CC. Mas, para melhor entendermos o caso - j adiantei no incio que aaplicao do direito no to fcil assim - teamos algumas consideraes.

    ESTADO DE NECESSIDADEARTIGO 24

    Art. 24 Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato parasalvar de perigo atual, que no provocou por sua vontade, nem podia de outromodo evitar, direito prprio ou alheio, cujo sacrifcio, nas circunstncias, no

    era razovel exigir-se.

    1 No pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal deenfrentar o perigo.

    2Embora seja razovel exigir-se o sacrifcio do direito ameaado, a penapoder ser reduzida de um a dois teros.

    uma situao de perigo atual de interesses legtimos e protegidos peloDireito, em que o agente, para afast-la e salvar um bem jurdico prprio ou deterceiro, no tem outro meio seno o de lesar o interesse de outrem,igualmente legtimo. Trata-se de uma causa de excluso da antijuridicidade.Assim, mesmo tpico o fato, no h crime em face da ausncia de ilicitude. imprescindvel que o sujeito conhea a situao do estado de necessidade, daexistncia de perigo atual ou iminente, do risco inevitvel, e que o perigo noseja provocado pelo agente.

    LEGTIMA DEFESAARTIGO 25:

    Art. 25 Entende-se em legtima defesa quem, usando moderadamente dosmeios necessrios, repele injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu oude outrem.

    a repulsa, a injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem,usando, moderadamente, os meios necessrios. Trata-se de causa excludenteda antijuridicidade. Assim, embora tpico o fato, no h crime em face da

    ausncia de ilicitude.

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    A partir do momento em que o Estado chamou a si a justia, aplicando a lei aocaso concreto, trouxe cinsigo a responsabilidade pblica de resolver conflitos.Entretanto, no podendo estar, atravs de seus agentes, em todos os lugaresao mesmo tempo, deve facultar pessoa agredida a legtima defesa de seusdireitos, pois, caso contrrio, o direito deveria ceder ao injusto, o que

    inadmissvel.

    Valhamo-nos unicamente desses dois exemplos. O que deve ser aplicado aocaso dos espeleologistas? inevitvel que num caso desse qualqueradvogado recorra ao Estado de necessidade para defender seu cliente. Setratando de legislao brasileira, est certo. A Carta Magna brasileira consagraa inviolabilidade do direito a vida declarando esse princpio (a vida) comoclusula ptrea. Seria, no mnimo, incoerente permitir a violao desse direito,contudo, compreenda que, em se tratando de legtima defesa e estado denecessidade no h que se falar em inconstitucionalidade, pois, tambmnesses casos o que se busca o direito a vida. E nesse ponto um aspecto

    jusnaturalista notrio: sobrevive o mais forte.

    CONCLUSO

    Assim sendo, mesmo achando que o direito a vida deve ser resguardado detodo modo, admito ser o Direito relativo, ou seja, extinto de todo absolutismo;de modo que, no havendo escapatria numa circunstncia crucial, justifica-seo uso devido e moderado da fora em circunstncias para legtima defesa eestado de necessidade. Isso tudo nos mostra, mais que isso, prova, nossoestado de natureza ou animal, mesmo sendo humanos, de instinto desobrevivncia. Se com o direito positivado j difcil a resoluo de conflitos,principalmente quando se trata de resguardar a vida, pensemos como seriauma sociedade sem regras ou jusnaturalista, que apregoa ser a natureza dohomem e a moral maior que qualquer lei posta!

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    O Caso dos Exploradores de CavernaDiscute o conflito entre a interpretao literal das leis e sua adequao a cada caso concreto.

    Newgarth, 4299. Cinco membros de uma sociedadeespeleolgicaentram em umacavernae acabam soterrados. As

    vtimas conseguem entrar em contato com as equipes de resgate que esto do lado de fora dacavernaatravs de

    umrdio.

    Depois de vinte dias so informados de que o resgate ir demorar e podem morrer de fome. Um dos exploradores,

    Whetmore, convence os outros de que um deve ser sacrificado para servir de comida aos outros e prope um sorteio

    para escolher o sacrificado. Whetmore resolve no participar desse sorteio, e seus amigos se sentem trados por ele,

    porm, consistem em sacrificar algum e o sorteado acaba sendo whetmore -aquele que deu a ideia. Depois que so

    resgatados, os quatro sobreviventes vo a julgamento porhomicdio.Comea ento um debate entre os juzes

    sobreDireito naturaleDireito positivo.A tese naturalista defendida pelo juiz Foster que alega aexcluso de

    ilicitudedoestado de necessidade.O juiz Foster afirma, ainda, que os exploradores estavam fora da sociedade,

    convivendo em uma realidade diferente e que por isso no estariam sujeitos s leis de Newgarth. Por outro lado, o juiz

    Keen, defendendo o positivismo, sustenta que as leis devem ser aplicadas a qualquer custo (dura lex, sed lex). O juiz

    Keen afirma que os exploradores cometeram homicdio e portanto devem ser condenados.

    Resumo da obra o caso dos exploradores dacaverna

    O Caso dos Exploradores de Caverna

    O caso dos Exploradores de Caverna , sem qualquer dvida, uma das mais didticas formas de se

    introduzir ao estudante de direito as preocupaes hermenuticas que cercam o estudo daquela que a

    mais importante cincia social, seja pelo seu papel e escopo fundamental, seja pela congruncia das

    demais em suas investigaes, caracterizando uma saudvel e necessria interdisciplinariedade.

    Como se l em sua introduo nenhuma disciplina jurdica to problemtica, to suscetvel de

    abordagens diversas o que, alis, a prpria discusso que at hoje persiste quanto a seu objeto

    testemunha do que a Introduo Cincia do Direito, e, no entanto, nenhum ensino to fecundo e

    eventualmente to fecundante quanto aquele que se ministra aos que se iniciam no estudo do direito.

    O direito, em seu desenvolver histrico, como nos diz Fernando Aguillar, sempre esteve marcado por

    controvrsias e dissidncias interpretativas, o que fez, inclusive, que estudiosos como Karl Popper

    quisessem negar um seu carter cientfico, em no se adotando o mtodo aplicvel s cincias naturais.

    Superada essa espcie de crtica, temos, hodiernamente, o entendimento de que convivemos com uma

    cincia da argumentao, que propicia uma certa gama de entendimentos contrrios sobre pontos

    especficos, excludentes entre si, mas plausveis, por vinculados a um substrato de idias. assim que,

    sem adentrarmos no campo da antijuridicidade, podemos perceber situaes postas ao judicirio que,

    envolvendo pretenses objetivamente idnticas (mas subjetivamente diversas), geram solues

    antagnicas.

    A obra que intendemos ora analisar trata, de um modo geral, dessa problemtica, abordando uma das

    maiores dissenses estudadas pela disciplina da Introduo ao Estudo do Direito, que o embate entre o

    direito natural e o positivismo jurdico. Como houvramos dito em nossas primeiras palavras, um srioproblema de hermenutica, de interpretao do direito, que se pe aos aplicadores do direito com maior

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Espeleologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espeleologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espeleologiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1diohttp://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1diohttp://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1diohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Homic%C3%ADdiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Homic%C3%ADdiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Homic%C3%ADdiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_naturalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_naturalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_naturalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_positivohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_positivohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_positivohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_de_ilicitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_de_ilicitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_de_ilicitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_de_ilicitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_necessidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_necessidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_necessidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dura_lex,_sed_lexhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dura_lex,_sed_lexhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dura_lex,_sed_lexhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dura_lex,_sed_lexhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_de_necessidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_de_ilicitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Exclus%C3%A3o_de_ilicitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_positivohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_naturalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Homic%C3%ADdiohttp://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1diohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cavernahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espeleologia
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    freqncia do que imaginamos. Ser estrito ao que dispe a letra da lei ou tentar interpret-la de forma

    mais consentnea com a realidade social e ftica que se nos apresenta, procurando fazer do direito um

    instrumento da justia e no, por vezes, um impedimento a ela. E por outro lado, afastar-se da lei e abrir

    caminhos para arbtrios infundados ou seguir risca a mens legislatoris?

    Todas essas questes so abordadas com maestria no texto do professor de Harvard Lon L. Fuller, que

    tem por pano de fundo o julgamento de quatro aventureiros sobreviventes de um acidente que os reteve

    durante quase quarenta dias em uma caverna e que os obrigou a matar um terceiro companheiro que

    com eles se encontrava, no 33 dia de aprisionamento, o que fez com que no padecessem de inanio e

    pudessem escapar vivos desse horrvel incidente.

    Desse homicdio, que foi gerado por uma situao extremamente agnica surge toda a problemtica

    hermenutica que o tema central do arrazoado. Aps terem sido condenados forca em primeira

    instncia, os quatro acusados recorrem dessa deciso, Suprema Corte de Newgarth, que ter, de forma

    final, o destino dos quatro desalentados em suas mos.

    Nesse pano de fundo surgem todas as controvrsias e dvidas hermenuticas e de conscincia dos

    julgadores, representadas para o leitor por meio do voto de 4 dos membros da Corte do presidente

    Truepenny, quais sejam os juzes Foster, Tatting, Keen e Handy.

    Interessante notar que os nomes dos juzes no foram escolhidos em vo. Indicam, podemos assim

    dizer, sua posio em relao ao caso concreto a eles posto, como tambm sua prpria viso sobre o

    direito.

    Nesse sentido, o termo ingls foster - que designado como sobrenome do primeiro dos julgadores, que

    possui uma viso mais elstica do que seja o direito, defendendo inclusive a existncia de hipteses desobrevivncia de estados de natureza em nossa atual sociedade significa criatividade, fomento.

    Keen, que o sobrenome do juiz mais apegado ao legalismo estrito, significa pujana, firmeza. Handy,

    por seu lado, tem o sentido de alcunhar de habilidoso aquele que assim seja designado, caracterizao

    essa que corresponde s feies do ltimo dos julgadores.

    Os magistrados supra citados devem exercer cognio sobre os fatos resumidamente citados e aplic-los

    regra jurdica denominada N.C.S.A. 12 A, que em seu texto prega: quem quer que intencionalmente

    prive a outrem da vida ser punido com a morte.

    Embora se saiba que realmente os quatro homens foram os responsvel diretos pela morte do quinto,

    denominado Roger Whetmoreque foi quem teve a idia do assassinato de um deles, por sorteio, para a

    manuteno dos restantes seria justo conden-los sabendo-se do horror por que passaram e da

    situao extremamente limtrofe que os levou a liquidar um semelhante para no serem tambm tragados

    pela fome?

    Tem-se, ento, o embate entre os diferentes pontos de vista, j citados, dos quatro juzes representantes

    das diversas correntes jurdicas, o que um interessante exerccio de argumentao calcado na defesa

    do que poderamos dizer ser o direito natural, principalmente por parte do juiz Foster, do positivismo

    estrito, kelseniano, do juiz Keen, e de uma viso moderada do magistrado Handy, alm do non liquet

    representado pelo segundo a se pronunciar, o juiz Tatting.

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    Interessante nesse embate notar como os radicalismos podem coexistir no direito e at sarem

    vitoriosos, o que so os casos dos magistrados Foster e Keen, o primeiro essencialmente jusnaturalista e

    o segundo ferrenhamente positivista.

    Enquanto Foster prega que teria havido verdadeiro estado de natureza, a denominada luta de todos

    contra todos, de Hobbes, o que tornaria invlida a aplicao de determinada lei geminada em um meio

    social, o magistrado Keen simplesmente se atm aos termos da norma, dizendo que se escrito que

    quem matou intencionalmente deve ser condenado, no importam as condies em que se deu tal ato,

    mesmo sendo, como no caso, a morte de um a necessria continuao da vida de quatro. No

    importando que, se hipoteticamente considerssemos os trs sujeitos como o representante de toda a

    humanidade, toda a humanidade seria extinta, ao revs de s uma parte dele dever se dar ao sacrifcio.

    Superlativizar as ocorrncias , por vezes, uma interessante forma de enxergar a realidade e suas graves

    conseqncias.

    Ao analisar toda a situao posta, no posso concordar nem com a primeira opo, que tornaria deverasampla a seara da inaplicabilidade do direito, com reflexos negativos para a sociedade, que toda vez que

    se visse em situaes agnicas, como se deu semana passada nos EUA, v.g., se encontraria em

    verdadeiro estado de natureza, nem com a viso legalista, positivista, que transforma o direito em letra

    fria.

    O positivismo, como corrente jusfilosfica, encontra prementes qualidades e vcios imperdoveis. Foi,

    certamente, um dos maiores artfices da cientifizao de nossa cincia, a partir de sua metodizao e

    busca por um objeto. Foi, no entanto, uma faca de dois gumes, que gerou um fenmeno de hermetismo

    tal que confinou o direito, antes meio de resoluo de conflitos sociais, instrumento da civilidade, em fim

    em si mesmo. Por isso, no Brasil, visto at como rano o termo positivismo, abstraindo-se do signomuitos de seus mais frutferos significados, resignando-se o termo ao pejorativo.

    Por todo o exposto, entendemos ser mais consentnea com o caso a soluo do magistrado Handy, o

    habilidoso, que sem se ater a extremismos, concilia os dois posicionamentos antagnicos e, sem destruir

    ou afastar a existncia de um estado de direito e tambm ser fazer do direito um instrumento indiferente

    realidade social, consegue fornecer aos jurisdicionados a aplicao da justia ao caso concreto.

    Entre o misonesmo e o filonesmo, entendidos no texto de forma radical, fica-se com o bom senso da

    atitude mediana, que sopesa fatores como conseqncias imediatas e mediatas da deciso: no se cria

    uma abertura que poderia gerar o entendimento afastador do direito, efeito mediato da vitria de umaresto nos termos daquele da lavra do magistrado Foster, nem se deixa de considerar a angstia e o

    indescritvel sofrimento por que passaram os homens que tiveram que se servir de um semelhante para

    no morrerem. Nos termos exatos do juiz Handy: o mundo no parece mudar muito, mas desta vez no

    se trata de um julgamento por quinhentos ou seiscentos frelares e sim da vida ou morte de quatro homens

    que j sofreram mais tormento e humilhao do que a maioria de ns suportaria em mil anos.

    Entre o direito natural e o positivismo, fico com a realizao da justia, embasada no nesta ou naquela

    teoria, mas no bom senso e na lei, no somente em uma ou em outra. Uma soluo que no prevaleceu

    na obra analisada.

    Devido a Truepenny e Keen terem votado pela confirmao da sentena, e a Tattling ter se abstido

    de votar, empatando a votao

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