IGREJA INCLUSIVA NO TEA

CONCEITOS

Antes de falarmos em inclusão é preciso conhecer alguns

conceitos como: exclusão, segregação e integração.

EXCLUSÃO

A exclusão ocorre quando as pessoas com deficiência são rejeitadas pela sociedade, sendo excluídas do

convívio social. Ao longo da História elas eram vistas como “inferiores. Durante uma boa parte da idade

moderna, as pessoas com deficiência foram consideradas pessoas sem valor, daí o termo “inválido”. Por

serem consideradas sem valor, o poder público e mesmo as famílias não julgavam necessários grandes

gastos de energia e recursos para o atendimento dessas pessoas. Por isso, não haviam práticas voltadas

para a educação delas. Assim, o isolamento foi uma das práticas mais comuns destinadas às pessoas com

deficiências.

SEGREGAÇÃO

A segregação ocorre quando não há convivência em espaços comuns. As pessoas com deficiência circulam em

ambientes separados projetados ou usados para responder a deficiências particulares ou diversas, isolados das

outras pessoas. No modelo de exclusão já haviam se desenvolvido em diferentes momentos históricos, locais para

isolamento das pessoas com deficiência. Na década de 1910, aproximadamente, tais lugares começam a se

tornar instituições oficiais, particulares ou estatais, onde as pessoas podem ser internadas. Isso significa que a

sociedade desenvolveu formas organizadas de lidar com as pessoas com deficiência, embora ainda houvesse

semelhança com o isolamento, visto que a pessoa com deficiência era mantida em uma instituição pela vida toda.

De maneira diferente da completa exclusão, o modelo social da segregação era o assistencialismo

INTEGRAÇÃO

A integração é um processo de homogeneização, busca-se “tratar” a pessoa com

deficiência até que ela se ajuste aos requisitos padronizados da sociedade. Em

meados do século XX, a medicina passa a ser vista como quase estritamente uma

prática para curar doenças que acometem o organismo (modelo médico). O

indivíduo é acometido por uma deficiência, que é algo que precisa ser tratado,

curado e resolvido. Então ele passa por um tratamento para reduzir os efeitos da

deficiência, para que ele seja reabilitado e se torne mais adequado para a vida em

sociedade. A forma que a sociedade organiza para atender às pessoas com

deficiência são os centros de reabilitação, ou seja, ainda é vigente a concepção de

que quem deve mudar é a pessoa, e não a sociedade.

INCLUSÃO

E finalmente, o processo de inclusão, onde se entende que o desafio está

em diminuir as barreiras para a participação plena das pessoas com

deficiência na sociedade. Ao contrário do que faz o modelo médico, o

modelo social não compreende a deficiência como uma característica

negativa. Assim, a pessoa com deficiência não é entendida como uma

pessoa que tem menos valor do que a pessoa sem deficiência. Do ponto de

vista da inclusão, entende-se que o problema da exclusão está na

sociedade, e não na pessoa. Enfim, a fonte de dificuldade são as barreiras

que estão na sociedade, e, portanto é a sociedade que deve se adequar às

pessoas com deficiência, e não o contrário.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA EM 1994

A declaração de Salamanca é considerada um marco no que diz respeito à inclusão social porque pela

primeira vez a nível internacional é realizada uma conferência dentro do atual ciclo de debate

exclusivamente voltada às pessoas com deficiência, na época, denominadas pessoas com

necessidades educacionais especiais.. O principal entendimento firmado nessa declaração é de que

as crianças com deficiência se beneficiam e devem passar pelo processo de ensino-aprendizagem no

ambiente comum a todas as crianças, com e sem deficiência.

A inclusão de pessoas com deficiência está acontecendo em praticamente todos os países do mundo,

principalmente a partir da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência, pela Organização

das Nações Unidas (ONU), em 2006.

JESUS: O PRIMEIRO A FAZER INCLUSÃO!

A evangelização que não inclui as pessoas com deficiência é incompleta e não

expressa plenamente o amor de Deus.

Vejamos quem é este grupo, e como era visto no Antigo e no Novo Testamento:

1. A deficiência no Antigo Testamento: Se por um lado, nenhum deficiente podia ser

admitido no ofício sacerdotal, por outro, vemos um coxo ser convidado a estar

perpetuamente à mesa do rei (Lv 21.16-23; 2 Sm 4.4; 9.10). O profeta Isaías, por

seu turno, consola o seu povo, prometendo-lhe que, no porvir, todas as pessoas com

deficiências serão inclusas na restauração de Israel (Is 35.1-10).

2. A deficiência no Novo Testamento: Jesus Cristo, sendo a expressão máxima do amor

de Deus, veio para incluir a todos, judeus e gentios, pobres e ricos, deficientes e não

deficientes, em um só corpo (Jo 3.16; Rm 12.5).

Sendo Ele um homem de dores e experimentado no sofrimento, jamais se negou a

receber um cego, um paralítico ou mesmo um leproso (Is 53.3; Mt 8.2; 9.6; Lc 7.21).

O Filho de Deus inclui a todos em seu plano redentor, pois o amor divino vai além de

nossas deficiências ou suficiências.

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SUGESTÃO DE LEITURA

➢ 2Sm 9.10: A inclusão de um coxo à mesa do rei Davi

➢ Mc 7.31-37: O surdo que ouviu Jesus e foi curado

➢ Jo 9.25: A confissão do cego que foi curado

➢ At 3.1-10: O paralítico que foi curado e exaltou a Deus

➢ Is 35.1-10: As pessoas com deficiências no plano divino

➢ Lc 7.22: O Evangelho de Jesus ama e inclui a todos

AUTISMO Mateus 18:14 “Assim também não é vontade de vosso Pai, que

estás nos céus, que um destes pequeninos se perca”.

Essa tarefa, hoje, cabe a nós. Através de estratégias e didática

apropriada, podermos incluir as pessoas com deficiência e em especial

as crianças com autismo no Plano da Salvação, ensinando-lhes a

Palavra de Deus e sobretudo acolher as famílias dessas crianças.

Somente dessa forma, eles poderão vir a superar todos os seus limites

espirituais, emocionais e sociais

FAMÍLIAS ESGOTADAS E DESESTRUTURADAS

As crianças com autismo e outros transtornos de desenvolvimento jásão uma realidade nas igrejas, seja com presença nos cultos ou nassalinhas da EBD. Seus pais e mães chegam à igreja, na maioria doscasos, apresentando um quadro preocupante, de stress, de crisespessoais e conjugais e de sintomas depressivos.

As famílias de crianças com autismo enfrentam grandes desafios:

1 - O de buscar um diagnóstico para o comportamento atípico do filho(a), que só é concedido depois da criança ser analisada por inúmerosprofissionais da área da saúde. Essa espera é angustiante e nemsempre o diagnóstico é definido.

2 -A busca pelo tratramento As dificuldades residem, sobretudo, nafalta de profissionais preparados para lidar com o transtorno,especialmente quando buscam na rede pública e acabam esgotando osrecursos financeiros com profissionais que atendem apenas particular.

QUAIS AS NECESSIDADES DAS FAMÍLIAS

Necessidade de aceitação: são discriminadas, julgadas pelo comportamento dos

filhos. As famílias precisam ser acolhidas com as necessidades das crianças;

Espaço de acolhimento;

Amizade e apoio religioso;

Amor incondicional;

ESFORÇOS E RENÚNCIAS

3 - E em muitos casos, um dos cônjuges ainda opta por sair

do seu trabalho, abrir mão da carreira profissional para

atender às necessidades do seu filho(a). Uma realidade de

muitas renúncias, só suportadas com uma boa dose de amor. A

consequência de tantos esforços já se conhece: esgotamento

mental, emocional e físico, tanto nas famílias que cuidam de

pessoas com deficiência, como também nas crianças que são

submetidas a intensas e numerosas terapias.

4- "Sentimento de “incapacidade” diante do desafio que lhes

foi posto. Assim, mesmo os menores sinais de evolução no

tratamento terapêutico já servem para alimentar a esperança,

vibra-se com as pequenas conquistas, com cada fase

transposta, são como injeções de ânimo para continuarem

investindo na educação e no cuidado de seus filhos, sonhando

com sua inserção numa sociedade que pouco soube acolher.

CONSEQUÊNCIAS DA EXLUSÃO

5 – A luta dos pais por políticas públicas de amparo às crianças com autismo e suas famílias

que visam combater o preconceito e levar informações à sociedade;

6 -Casos de exclusão do sistema escolar e de suas atividades extracurriculares, restaurantes,

lojas, aviões, ou seja, crianças com autismo são excluídas sistematicamente de suas

comunidades. Mas isso tem um custo. A consequência é que muitas famílias não conseguem

adaptar-se ao recebimento de um filho (a) com algum tipo de deficiência, nem redefinir seus

papéis dentro da estrutura familiar, a fim de se ajustarem a um novo estilo de vida. Divórcios,

depressão e desamparo marcam a realidade da vida delas. E são estas famílias,

“quebradas” pela cansativa e injusta luta na vida e pela vida que estão chegando às

nossas comunidades, a nossa igreja.

ACOLHIMENTO DA IGREJA

A partir deste panorama, a igreja, seguindo o Ministério de Jesus (Jo 4) que recebeu e cuidou da

vida humana (Lc 5, 7, 9, 10...), pode assumir um importante papel de acolhida e de cuidado.

E a Igreja pode ser acolhedora com gestos muito simples: ela pode se aproximar destas

famílias e de seus filhos (as) e os tratar com dignidade; ela pode recebê-los bem em seus

templos, propiciando, especialmente às pessoas com deficiência, condições de mobilidade nos

seus espaços físicos; pode instrumentalizar as lideranças que exercem trabalhos com

crianças e adolescentes sobre o autismo; pode oferecer espaços e momentos de

espiritualidade e educação religiosa de apoio para que as famílias possam trocar experiências e

se ajudarem mutuamente, aprender a se comunicar com as pessoas com autismos buscando

ouvir suas necessidades.

O QUE SIGNIFICA ACOLHIMENTO?

Aproximar as pessoas , fortalecer laços.

Definição: Hospitalidade

Hebreus 13:2 Não se esqueçam da hospitalidade, foi praticando-a que sem

saber acolheram ANJOS.

ANJO AZUL: termo usado para as crianças autistas. O adjetivo ANJO AZUL se

refere ao fato desse transtorno ser mais frequente em meninos e tem como

símbolo a cor azul ( na proporção de 4 meninos para cada menina)

Previlégio da Igreja: INCLUIR, ACOLHER ANJOS AZUIS!

AÇÕES DA IGREJA NO PROCESSO DE INCLUSÃO

Entrevistar a família: Necessidades da família e

conhecer as necessidades da criança para evitar rótulos

e também adaptar os materiais e conteúdos;

Buscar os recursos ( matérias, humanos etc) para ajudar

a acolher a família e a criança;

OBS: Inclusão se faz com parceria, rede de apoio( igreja,

sociedade, saúde) CRAS, assistência social,

aconselhamento, bibliografia, pesquisas etc.

ATENÇÃO !

• Dentro do universo da pessoa com TEA no ambiente de aprendizagem ( EBD)

temos :

• Adaptação de conteúdo;

• Adaptação de material e ambiente;

• Manejo de comportamento /crises

• Capacitação para professores da sala;

Mediadores;

• Oficinas ou rodas de conversa para igreja.

O QUE SERIA ADAPTAR?

• Adaptar conteúdo é tornar mais fácil a aprendizagem ,e não apenas elaborar

uma tarefa com um grau de dificuldade menor para a criança (aluno).

• Adaptar conteúdo é diferente de adaptação de material, ambiente ...embora

adaptar material e ambiente é uma ação necessária para que haja a adaptação

de conteúdo .

ADAPTAÇÃO DO AMBIENTE

Caso as crianças com TEA estejam dentro da igreja eu preciso saberquanto tempo de banco ela aguenta e esses pais precisam estásentados em locais estratégicos caso precisem sair para que ocomportamento se regule evitando constrangimento;

A maioria dos autistas tem que ser previamente instruídos por pistasvisuais (foto ou desenho) aonde irá naquele dia e o que será suarotina. Eles estranham tudo e qualquer mudança de ambiente eentram em crise no local;

Ambientes que possuem ventiladores, lâmpada fria, poluição visual,precisam ser adaptados e atentar-se a pequenas atitudes que paranós é normal para eles são um transtorno, como: arrastarcadeiras, som alto – o autista possui uma audição altamente sensível,podem ouvir o som de uma sirene, muito antes que ela chegue…então para que a crise não se instale, o ambiente tem que seradaptado com linguagem através das pistas (visuais).

ADAPTAÇÃO DA SALINHA DA EBD

Precisa funcionar nos mesmos moldes da sala de aula do Ensino Regular:

▪ Professor

▪ Mediador

▪ Atividades adaptadas de acordo com a necessidade de cada criança.

PISTAS VISUAIS

ADAPTAÇÃO DE MATERIAL

O OBJETIVO DO MURAL É AJUDAR NA INTERAÇÃO DA CRIANÇA E JOVEM AUTISTA NO

SIGNIFICADO DA ORAÇÃO, APRENDENDO DE FORMA LÚDICA E INTERATIVA.

MATERIAL ADAPTADO

ADAPTANDO O CONTEÚDO

USAR APOIO VISUAL ;

Evite deixar a turma enfileirada prefira círculos;

Evite leituras extensas;

Ofereça dicas ,fale claramente o que o aluno tem

que fazer;

Use atividades lúdicas;

Explore as atividades em grupo e coletivas;

Fale sobre a importância de respeitar as

diferenças .

CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES DA EBD

Palestras Informativas e cursos;

Irmãos que acolherão os pais;

Irmãos que ficarão com as crianças para os pais assistirem o culto;

Irmãos que ficarão como mediadores na sala de aula.

Só assim estaremos contribuindo para inclusão.

SUGESTÕES PEDAGÓGICAS

Ambiente interativo para que todos possam participar;

Não expor a criança em atividades que constranja;

Possibilitar a cooperação para que haja ajuda mútua;

Dê tempo para as respostas;

Use recursos visuais;

Possibilite a interação de todos inclusive dos mais tímidos;

Previna para que as outras crianças não discriminem;

Mantenha a comunicação aberta com os pais;

Busque informações em bibliografias;

JESUS AMA A TODOS E QUER VER TODOS INCLUÍDOS

Seja um instrumento de Deus para ministrar essas crianças;

Realize o trabalho do Senhor dando seu melhor;

Se você está aqui hoje sendo capacitado é porque DEUS o CHAMOU e vai te

capacitar da melhor forma possível;

Seja multiplicador desse CHAMADO!