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SOM NAS IGREJAS
O critério que influenciou na escolha da Bose para o novo sistema desonorização foi o fato de a igreja ser muito eclética em estilos musicais ea solução resolveria então o principal problema: a reverberação. A igreja,construída no século passado, precisava manter suas característicastradicionais.
Karyne [email protected]
Igreja Metodista Central
São 123 anos da Igreja Metodista
Central, em São Paulo, 85 anos da
inauguração do templo no bairro Li-
berdade e 77 anos da autonomia da Igreja
Metodista. Mesmo para uma igreja que
ainda mantém as características tradicio-
nais dos templos seculares, a idéia de acom-
panhar a tendência de se investir em novos
sistemas de som não foi descartada.
Sabendo que a questão de sonoriza-
ção de igrejas é uma realidade no Brasil,
a igreja passou a investir em som profissi-
onal, levando sempre em consideração a
preservação do estilo tradicional do tem-
plo. Segundo o técnico Silas, a igreja já
passou por algumas reformulações desde
o primeiro projeto, porém nada compara-
do à seriedade deste último.
O primeiro sistema de som foi monta-
do com duas caixas antigas no P.A. e re-
tornos em forma de side fill, porém, de-
pois de tantos anos, toda a equipe técni-
ca atual da igreja e o pastor Marcos
Garcia decidiram que já estava na hora
de realizar mudanças no som e investir o
que fosse preciso em equipamento que
atendesse essa nova proposta.
Fo
tos: D
ivu
lgação
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SOM NAS IGREJAS
A primeira coisa levada em conside-
ração quando a equipe se reuniu para
pôr em discussão o que seria prioridade
nas mudanças foi a melhoria na qualida-
de de áudio, item unânime, pois a igreja
trabalha com muitos estilos de música e
era preciso ter um sistema de som que se
adequasse à igreja (especificamente fa-
lando da igreja no bairro Liberdade).
O desafio era adaptar um novo sistema
com o material que a igreja já possuía do
projeto anterior, e que funcionava muito
bem, como as caixas para monitor, e não
fazer mudanças que comprometessem a
estrutura antiga da igreja, que manteve
seus vitrais, a madeira antiga do chão, dos
bancos e do teto e dispensou tratamento
acústico. “As diferenças audíveis quando
se mudou do sistema tradicional para o
atual foram muito grandes. A pressão so-
nora perto do palco diminuiu e no fundo
da igreja o som está audível. A inteligibi-
lidade aumentou e agora temos qualida-
de sonora, podemos até ter o órgão e o pi-
ano da igreja ligados no sistema”, comen-
tou o pastor Marcos Garcia.
Mudanças,mas não muitasPor meio de um estudo da acústica da
igreja, o técnico Alan foi convidado para
fazer o projeto de som e chegou a possí-
veis soluções para as dificuldades de se
sonorizar o ambiente. O templo tem um
pé direito muito alto, 12 metros, aproxi-
madamente, com telhado em V, paredes
paralelas, vitrais, entre outros inconveni-
entes e, portanto, qualquer tratamento
acústico era uma solução cara, complica-
da e influenciaria diretamente no visual
da igreja (o que, no caso deste templo,
não poderia ser feito).
Alan foi então procurar uma solução
eletroacústica e se deparou com a possibi-
lidade de um line array Bose (as MA12 e
os subgraves MB4 Bose formam um siste-
ma line array de caixas de som projetadas
exclusivamente para ambientes com pro-
blemas de reverberação, proporcionando
um som com menor nível de ecos, facili-
tando a clareza das palavras e do som).
Esse tipo de sistema logo mostrou ser a
melhor solução técnica e financeira.
Apesar de saber da existência de al-
gumas igrejas com sistema Bose, Alan e
Silas não visitaram estes locais, contudo,
conheciam e sabiam da funcionalidade
deste sistema e como iria atender as ne-
cessidades específicas do templo. “Após
eu ter mostrado a solução para a lideran-
ça da igreja, e mostrado custos, entrei em
contato com a distribuidora da Bose no
Brasil e eles vieram até a igreja fazer uma
demonstração das caixas. Todos gosta-
ram e dei início à execução do projeto”,
explica Alan.
Após a sua primeira boa impressão, foi
a vez de Alan calcular alguns fatores a
fim de verificar se realmente seria uma
boa aposta. O primeiro foi a amplitude de
cobertura do sistema. A caixa da Bose
MA12 tem uma cobertura horizontal de
170°, o que ajuda a cobrir toda a largura
da igreja sem deixar sombras, caso fossem
colocadas nas paredes laterais.
O segundo fator foi a reverberação
do ambiente. Como o line array não
tem amplitude vertical para enviar som
em direção ao teto da igreja, a reverbe-
ração diminuiria consideravelmente,
mas Alan verificou, calculando, e o re-
sultado ficou dentro do aceitável. A
reverberação causada pelo P.A. não se-
ria um inconveniente, mas sim uma re-
verberação natural que até beneficia-
ria, não entrando na zona de dupli-
cidade do som (delay) e não prejudi-
cando a inteligibilidade.
O terceiro fator foi a distribuição de
pressão sonora pelo ambiente. O line
array tem uma curva de perda de sinal
pela distância muito boa e foi com essa
propriedade que Alan projetou o sistema
com seis caixas MA12, sendo quatro para
o P.A. e duas para torre de delay, dando
uma cobertura tal que a máxima dife-
rença seria de 8dB-SPL.
Em toda parte do projeto o diálogo
com a liderança da igreja sempre foi in-
tenso. Cada sugestão, o passo-a-passo da
As mudanças para instalar o novo sistema de som preservou o estilo tradicional da igreja, que manteve seus
vitrais e a madeira antiga do chão, dos bancos e do teto
“As diferenças audíveis quando se mudou do sistematradicional para o atual foram muito grandes. A pressãosonora perto do palco diminuiu e no fundo da igreja osom está audível. A inteligibilidade aumentou e agora
temos qualidade sonora”
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execução do sistema
foi conversado e discu-
tido com toda a equipe
e o pastor, assim, todos
estavam cientes do
prosseguimento que
o técnico dava para a
nova sonorização.
Quando da mon-
tagem do equipamen-
to e para o alinhamen-
to, não foi necessário
algum software que
permita fazer simula-
ções eletroacústicas.
Para alinhamento do
sistema, foram utili-
zados recursos do pró-
prio controlador digital da Bose e o Ultra-
curve como analisador de espectro, já que
o equalizador do P.A. é o TGE2313X.
Existem dois subgraves da Bose mo-
delo Panaray MB4 dispostos nas laterais
da igreja no chão, logo abaixo do P.A. O
sistema tem crossover pelo controlador
digital do sistema Bose. Alan disse que
após o alinhamento do sistema o técnico
Silas não precisa se preocupar em traba-
lhar independentemente com o sub.
Isso foi uma facilidade oferecida pelo
sistema em se tratando de trabalhar
com freqüências.
Lista de Equipamentos
P.A.
4 caixas Bose Panaray MA12
(projetado para seis, três de cada lado)
2 subwoofer Bose Panaray MB4
(2 caixas por lado)
1 Controlador Digital - Bose Panaray
System Digital Controller
Mesa Ciclotron Techvox Vega 2 MF40
Equalizador Techvox TGE2313X
1 Amplificador Machine 3,8 SBX
1 Amplificador Machine 2,5 SBX
Compressor dbx 166A
Processador de efeito Yamaha Rev500
2 Estabilizadores de Energia Phonic
PPC 1100
Monitor
Processador Digital Behringer Ultra-
curve DEQ2496
Equalizador Peavey Q231
(equipamento do projeto antigo)
2 caixas ativas Alto PS4HA
4 monitores Staner Upper 200R (equipa-
mento do projeto antigo)
Equipe técnica
Silas de Souza Tiburcio: técnico respon-
sável pelo áudio
Rafael Hori: técnico de áudio auxiliar
Edy Penas Valladares Kulinski: técnico
de gravação
A característicada igreja e como isso veioinfluenciar na escolha donovo sistemaA igreja tem uma característica muito
eclética, abrigando eventos de todos os
tipos, desde casamentos, cultos domini-
cais a gravações de CD, seminários e
apresentações de bandas. Para dar conti-
nuidade a essas programações, o sistema
de som teria de ser bem flexível, para dar
conforto também aos freqüentadores
que são de várias faixas etárias e de gos-
tos diferenciados. Era primordial uma co-
bertura de som de
maneira que não fos-
se muito agressiva
(melhor distribuição
de pressão sonora),
pois era a maior re-
clamação feita pelos
membros.
Como já foi expli-
cado anteriormente,
os técnicos Alan e Si-
las e o pastor Marcos
Garcia procuravam
não afetar a estrutura
da igreja e o visual
com as novas aquisi-
ções de equipamen-
tos. A questão da fle-
xibilidade os fez pensar também no restan-
te do sistema, como mesa e periféricos.
A mesa Ciclotron Techvox Vega 2 MF
40 foi escolhida pela facilidade de opera-
ção por parte dos técnicos e quantidade
de recursos oferecidos por um custo acei-
tável para o projeto. Essa console faz P.A.,
monitoração de palco e esporadicamen-
te é utilizada para as gravações.
Continuação daconclusão do sistemaO projeto foi feito para que a igreja tives-
se mais duas caixas MA12 fazendo delay,
porém, a igreja escolheu separar o projeto
em duas partes para viabilizá-lo. Isso não
impediu que o pastor investisse para que
toda a instalação fosse preparada para fina-
lizar esta segunda etapa de conclusão do
sistema de som. Alan ressaltou que a única
diferença é que o sistema foi projetado para
ter uma diferença máxima de 8dB SPL
(como já foi dito acima) entre a caixa e o
pior ponto de cobertura, agora sem a torre
de delay, existe 15dB-SPL de diferença.
Palco e grupo de louvorAs mudanças feitas no palco foram pra-
ticamente uma adaptação do sistema de
Integrantes do coral da Igreja Metodista Central de São Paulo, que trabalha com vários estilos musicais
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Para saber mais
monitoração anterior com as novas caixas.
Silas explicou que o novo projeto previa tro-
car alguns monitores para que fossem usa-
dos pelos vocais e para uso do pastor no púl-
pito. Os instrumentistas passariam a utilizar
um sistema de monitoração por fones.
Por vários motivos, a equipe da igreja
optou por continuar com sistema integral
de monitoração de chão e deixar que a
compra do sistema in-ear fosse parte da
segunda etapa do projeto a ser concluída.
Sendo assim, Silas deixou alguns moni-
Seis caixas MA12 e dois subgraves Panaray MB4formam o sistema de P.A. da igreja
tores antigos para serem usados para os
músicos do grupo de louvor.
Ainda em relação ao palco, outra gran-
de mudança foi a retirada do side fill, an-
tes utilizada com muita cautela, pois as
altas reverberações influenciavam direta-
mente no som do P.A. Por esse motivo, o
side-fill utilizado no palco (antes do proje-
to) foi desativado. Mais um motivo pela
qual o side não é utilizado é a disposição
dos músicos, que se posicionam apenas de
um lado da igreja e em alguns eventos eles
tomam o local do púlpito, que fica atrás do
local utilizado frequentemente.
Isso ajudou a disciplinar o som gera-
do pelo grupo de louvor e passaram a
controlar o volume gerado no palco.
Nesse caso, a configuração ficou assim:
duas novas caixas de monitor são da
Alto, modelo PS4HA, e estão dispostas
no chão para os vocais, outras duas cai-
xas estão dispostas no púlpito para os
pastores e mais duas caixas estão dispos-
tas para os instrumentistas. “Para nós,
como ministério de louvor, as mudanças
do projeto foram sensíveis, pois agora te-
mos mais clareza do som e escutamos
tudo através dos novos retornos que
agora estão no chão e não mais como
side. E a igreja também sentiu a mudan-
ça do ministério após a finalização do
projeto”, disse o técnico Silas, satisfeito
com a nova aquisição do som.
Ciclotron Techvox Vega 2 MF 40 para P.A.,monitoração de palco e gravações na igreja
O novo sistema de sonorização agradou ao ministériode louvor que agora percebe mais clareza do som
O projeto foi feito paraque a igreja tivesse
mais duas caixas MA12fazendo delay, porém,
a igreja escolheuseparar o projeto em
duas partes paraviabilizá-lo