View
239
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
E.V. Hoxey & N. Thomas Capítulo 21 Os agentes químicos na forma gasosa têm sido usados para fumigação há mais de 100 anos. As primeiras aplicações foram feitas para desinfecção (Aronson, 1897) e desinfestação (Cotton & Roark, 1928) ou para diminuir a população microbiana em condimentos e borrachas (Griffith & Hall, 1940). Os primeiros registros sobre o uso de produtos químicos gasosos para a esterilização 4. Agentes oxidantes 4.1 Plasma de gás 1. Introdução
Citation preview
II – 6.1
Texto traduzido e impresso, com a autorização do Blackwell Science, Ltda referente a Principles and Practices of
Disinfection, Preservation and Sterelization, Terceira Edição, 1999
Editores: A.D. Russell, W.B. Hugo, & G.A.J. Ayliffe
Capítulo 21
Esterilização Gasosa*
E.V. Hoxey & N. Thomas
1. Introdução 2. Princípios Gerais
2.1 Caraterísticas de um esterilizante gasoso ideal 2.2 Tipos de esterilizante gasoso 2.3 Mecanismo de ação
2.3.1 Agentes alquilantes 2.3.2 Agentes oxidantes
2.4 Principais características dos equipamentos de esterilização 2.4.1 Câmara do esterilizador 2.4.2 Controlador e registrador 2.4.3 Sistema a vácuo 2.4.4 Vaporização e umidificação
2.5 Indicadores biológicos 2.6 Validação 2.7 Controle e monitoração de rotina 2.8 Resíduos dos esterilizantes gasosos
3. Agentes alquilantes
3.1 Óxido de etileno 3.1.1 Perspectiva histórica 3.1.2 Aplicações 3.1.3 Propriedades físicas e químicas 3.1.4 Fatores que afetam a atividade microbicida 3.1.5 Processo de esterilização 3.1.6 Validação e controle de rotina
3.2 Formaldeído 3.2.1 Perspectiva histórica 3.2.2 Aplicação 3.2.3 Propriedades físicas e químicas 3.2.4 Fatores que afetam a atividade microbicida 3.2.5 Processo de esterilização
3.2.6 Validação e controle de rotina 4. Agentes oxidantes
4.1 Plasma de gás
4.1.1 Perspectiva histórica 4.1.2 Aplicações 4.1.3 Propriedades físicas e químicas 4.1.4 Fatores que afetam a atividade microbicida 4.1.5 Processo de esterilização 4.1.6 Validação e controle de rotina
4.2 Peróxido de hidrogênio 4.2.1 Perspectiva histórica 4.2.2 Aplicações 4.2.3 Propriedades físicas e químicas 4.2.4 Fatores que afetam a atividade microbicida 4.2.5 Processo de esterilização 4.2.6 Validação e controle de rotina
4.3 Ácido Peracético 4.3.1 Perspectiva histórica 4.3.2 Aplicações 4.3.3 Propriedades físicas e químicas 4.3.4 Fatores que afetam a atividade microbicida 4.3.5 Processo de esterilização 4.3.6 Validação e controle de rotina
4.4 Ozônio 4.4.1 Perspectiva histórica 4.4.2 Aplicações 4.4.3 Propriedades físicas e químicas 4.4.4 Fatores que afetam a atividade microbicida 4.4.5 Processo de esterilização 4.4.6 Validação e controle de rotina
4.5 Dióxido de cloro 4.5.1 Perspectiva histórica 4.5.2 Aplicações 4.5.3 Propriedades físicas e químicas 4.5.4 Fatores que afetam a atividade microbicida 4.5.5 Processo de esterilização 4.5.6 Validação e controle de rotina
5. Referência
1. Introdução
Os agentes químicos na forma gasosa têm sido usados
para fumigação há mais de 100 anos. As primeiras
aplicações foram feitas para desinfecção (Aronson, 1897)
e desinfestação (Cotton & Roark, 1928) ou para diminuir a
população microbiana em condimentos e borrachas
(Griffith & Hall, 1940). Os primeiros registros sobre o uso
de produtos químicos gasosos para a esterilização
relatam o uso do óxido de etileno na década de 30 (Gross
& Dixon, 1937).
Apesar dessa larga experiência com esterilizantes
gasosos, os métodos de escolha para esterilização nas
aplicações médicas são o uso de temperaturas elevadas,
como calor úmido ou seco ou o uso de radiação ionizante
* As opiniões expressas neste capítulo são dos autores e não devem ser consideradas políticas da Medical Devices Agency
II – 6.2
(Dewhurst & Hoxey, 1990). Os processos de esterilização
que empregam agentes físicos são os preferidos devido à
sua relativa simplicidade; as condições necessárias para
obter a esterilidade podem ser definidas com rigor e
diretamente medidas. Como resultado, os procedimentos
são relativamente simples, tanto para demonstrar que um
processo definido é capaz de esterilizar um produto
especificado (validação) como para controlar e monitorar,
demonstrando que o processo validado é reproduzido
rotineiramente (veja Capítulo 25).
Para os processos de esterilização gasosa, entretanto,
não somente as condições físicas, tais como temperatura
e pressão, precisam ser controladas e monitoradas, mas
também uma variedade de variáveis químicas devem ser
levadas em consideração. Dever haver meios disponíveis
para liberar o esterilizante gasoso, na forma química
apropriada, para todas as partes da carga de
esterilização. É preciso prestar muita atenção para obter a
concentração necessária de esterilizante e a distribuição
do esterilizante por toda a câmara e carga do esterilizador.
O esterilizante também deve penetrar no produto.
Geralmente, a obtenção dessas condições químicas não
pode ser demonstrada através de medições diretas. A
validação dos processos de esterilização gasosa inclui,
invariavelmente, estudos nos quais os microorganismos
de referência depositados em transportadores
(indicadores biológicos (Bls)) são expostos a frações do
processo de esterilização definido. Além disso, o controle
de rotina requer sempre o uso de Bls adicionais,
juntamente com a monitoração contínua das variáveis
físicas de processo.
Pela sua natureza, os esterilizantes gasosos podem ser
tóxicos. Alguns esterilizantes gasosos são inflamáveis
e/ou explosivos e têm potencial para causar danos ao
meio ambiente. Além disso, os resíduos dos esterilizantes
podem permanecer nos produtos após a esterilização.
Com isso, o uso de esterilizantes gasosos pode requerer
precauções de segurança, controle da emissão do
esterilizante após o processamento e uma disposição
especial para remover os resíduos dos produtos.
Entretanto, os métodos físicos de esterilização, que
utilizam temperaturas elevadas ou radiação ionizante, não
são universalmente aplicáveis. Nem todos os produtos
que precisam ser esterilizados conseguem tolerar a
exposição a temperaturas que excedam aos 100 ºC, e a
radiação ionizante pode produzir alterações químicas
indesejáveis em alguns materiais. Há, portanto, uma
contínua necessidade por métodos de esterilização que
sejam adequados para os itens sensíveis ao calor, que
não influenciem de maneira prejudicial as propriedades
dos artigos esterilizados.
Tradicionalmente, os esterilizantes gasosos têm sido
empregados para esterilizar produtos incompatíveis com o
calor úmido, calor seco ou radiação ionizante. O óxido de
etileno e o formaldeído são os esterilizantes gasosos mais
comuns usados, porém esses agentes possuem
limitações e problemas reconhecidos associados ao seu
uso. Por essa razão, esterilizantes gasosos alternativos
têm sido desenvolvidos de forma que possam ser
aplicados nas instalações industriais e nos
estabelecimentos de cuidado com a saúde.
2. Princípios Gerais
2.1 Caraterísticas de um esterilizante gasoso ideal
Existem várias características ideais para um processo de
esterilização gasosa, incluindo:
1. alta atividade microbicida contra bactérias, incluindo
esporos bacterianos, fungos e vírus;
2. extrapolação da cinética da inativação microbiana, a
fim de prever o nível de garantia de esterilidade
obtido por um processo definido;
3. capacidade de controlar e monitorar todas as
variáveis no processo de esterilização;
4. capacidade de penetrar na embalagens;
5. compatibilidade com uma ampla faixa de produtos e
materiais;
6. ausência de resíduos deixados nos produtos
esterilizados;
7. operação abaixo de 65 ºC;
8. ausência de riscos para os operadores do processo
de esterilização;
9. curto tempo de processo;
10. requisitos regulatórios definidos;
11. baixo custo.
Nenhum processo de esterilização gasosa disponível
apresenta todas essas características. Com isso,
selecionar um processo de esterilização gasosa
apropriado requer o equilíbrio das vantagens e
desvantagens das opções disponíveis. Neste capítulo,
devemos considerar o grau no qual os esterilizantes
gasosos possuem essas características desejáveis.
2.2 Tipos de esterilizante gasoso
Os agentes de esterilização gasosa podem ser
classificados como agentes alquilantes e agentes
II – 6.3
oxidantes, com base no seu mecanismo de ação
microbicida.
Os agentes alquilantes incluem os dois esterilizantes
gasosos mais amplamente usados: o óxido de etileno e o
formaldeído. Outros agentes alquilantes são: o óxido de
propileno (Bruch & Koesterer, 1961), β-propiolactona
(Hoffman & Warshowsky, 1958) e o brometo de metila
(Kolb & Schneitner, 1950). Esses agentes não são
normalmente usados para a esterilização de produtos
médicos e não serão considerados neste artigo.
Os agentes de oxidação incluem os plasmas de gás,
peróxido de hidrogênio, ácido peracético, ozônio e dióxido
de cloro. Os registros das propriedades microbicidas
desses produtos químicos encontram-se disponíveis já
algum tempo, porém as aplicações como esterilizantes é
relativamente recente.
As propriedades de vários esterilizantes gasosos estão
sumariadas na Tabela 21.1. A Tabela 21.2 fornece
algumas informações básicas sobre seu uso seguro.
2.3 Mecanismo de ação
2.3.1 Agentes alquilantes
Os agentes alquilantes são produtos químicos altamente
reativos, que interagirão com vários componentes
celulares. Phillips (1949) relatou que a atividade
microbicida de um grupo de agentes alquilantes gasosos
estava diretamente relacionada à atividade alquilante de
cada produto químico. Os sítios de possível reação
incluem os grupos amino, sulfidrila e hidroxila das
proteínas e os nucleosídeos puros de ácidos nucléicos
(Phillips, 1952; Hoffman, 1971; Adams et al. 1981).
O formaldeído reage irreversivelmente com os ácidos
nucléicos e isso causa a inibição da germinação (Trujillo &
David, 1972). O formaldeído reage com os nucleotídeos,
ácido ribonucléico (RNA) e ácido desoxirribonucléico
desnaturado (DNA), para criar derivativos de monometilol,
e com proteínas e ácidos nucléicos para criar
polimerização cruzada de metileno que forma as
polimerizações cruzadas de nucleoproteínas (Wilkins &
MacCloud 1976; Bedford & Fox 1981; Benyajati et al.
1983). O formaldeído não reagirá com o DNA natural, a
menos que as ligações de hidrogênio interfilamentares
sejam rompidas primeiro (Chattoraj, 1970; Kozlov &
Debabov, 1972). Spicher & Peters (1976, 1981) e Wright
et al. (1997) relataram o renascimento dos esporos
tratados com formaldeído aquoso e vapor a baixa
temperatura com formaldeído (LTSF), através do
tratamento por calor pós-processamento. Isso sugere que
o mecanismo de ação do formaldeído é complexo. É
interessante observar que o hidróxido de sódio também
pode causar o renascimento dos esporos tratados com
glutaraldeído (Dancer et al., 1989), sugerindo que o
mecanismo de ação preciso dos agentes alquilantes
permanece inexplicável.
2.3.2 Agentes oxidantes
Os agentes oxidantes usados como esterilizantes gasosos
também são altamente reativos e podem interagir com
vários componentes celulares. Mais uma vez, o
mecanismo preciso de ação não foi identificado.
O peróxido de hidrogênio provavelmente é o agente
oxidante que mais tem sido estudado com detalhes.
Turner (1983) sugeriu que sua ação seja devido à
produção de radicais de hidroxila, os quais reagem com
os lipídios das membranas, os ácidos nucléicos e outros
componentes celulares. Jacobs (1989) e Mecke (1992)
relataram a interação dos radicais livres produzidos em
um plasma com componentes celulares importantes, tais
como enzimas, ácidos nucléicos e membranas das
células.
A destruição bacteriana pelo ozônio pode ocorrer como
um resultado da ação na superfície da célula, levando à
desintegração da parede da célula bacteriana (National
Research Council, 1980). O ozônio ataca a glicoproteína,
glicolipídio e determinados aminoácidos na membrana
bacteriana. O ozônio também rompe a atividade
enzimática da célula, reagindo com os grupos de
sulfidrilas. Ele também age nos ácidos nucléicos das
células, modificando as bases de purina e da pirimidina
(Greene et al., 1993).
O objetivo primário para a inativação do poliovírus, pelo
dióxido de cloro, é o genoma viral (Alvarez & O'Brien,
1982), embora estudos subsequentes com o bacteriófago
f2 (Hauchman et al., 1986), bacteriófago ∅ 174 e o
poliovírus 1 (Hauchman, 1983) indiquem que os ácidos
nucléicos permanecem infectantes após o tratamento com
dióxido de cloro. Noss et al. (1986) relatou que o
componente da proteína do vírus f2 parece ser o sítio da
lesão letal, produzida pelo dióxido de cloro.
II – 6.4
Tabela 21.1: Sumário das propriedades dos esterilizantes gasosos.
Esterilizante Fórmula Química Nomes Alternativos Peso Molecular Ponto de Ebulição (°C)
Óxido de Etileno C2H40
Óxido de Dimetileno,
Oxirano
44,05 10,8
Formaldeído
CH2O Metanal 30,03 -19,1
Peróxido de Hidrogênio
H2O2 - 34,02 150,2
Ácido Peracético CH2COOOH Ácido Peroxiacético
Ácido Etanoperoxóico
76,05 110
Ozônio
O3 - 48 -111,35
Dióxido de Cloro CIO2 - 67,45 11
Tabela 21.2: Sumário das informações de saúde e segurança dos esterilizantes gasosos.
Esterilizante Publicação sobre Toxicidade Tipo de Limite de Exposição
Limite de Exposição a Longo Prazo* (partes/106)
Limite de Exposição a Curto Prazo† (partes/106)
Óxido de Etileno
International Agency for Research
on Cancer (1994)
MEL‡ 5 15§
Formaldeído
International Programme on
Chemical Safety (1991a)
MEL‡ 2 2
Peróxido de
Hidrogênio
International Agency for Research
on Cancer (1985)
OES|| 1 2
Ácido Peracético
Não estabelecido - -
Ozônio
International Programme on
Chemical Safety (1990)
OES|| 0,1 0,3
Dióxido de Cloro
International Programme on
Chemical Safety (1991b)
OES|| 0,1 0,3
* O limite de exposição a longo prazo é especificado em uma média ponderada de 8 horas (Health and Safety Executive, 1996).
† O limite de exposição a curto prazo é especificado para um perído de referência de 15 minutos (Health and Safety Executive, 1996). ‡ Um limite máximo de exposição (MEL) é estabelecido em consideração a fatores sócio-econômicos e risco residual à saúde (Health and
Safety Executive, 1996).
§ Nenhum limite de exposição a curto prazo é citado; portanto, este limite é considerado em três vezes o limite de exposição a longo prazo
(Health and Safety Executive, 1996).
|| Um padrão de exposição ocupacional (OES) é um nível no qual não há indicação de um risco à saúde (Health and Safety Executive,
1996).
II – 6.5
2.4 Principais características dos equipamentos de
esterilização
Embora as especificações detalhadas dos equipamentos
dependam do esterilizante empregado, todos os
equipamentos de esterilização devem ser projetados para
conter esterilizantes tóxicos e potencialmente perigosos
para o meio ambiente, como também ser projetados para
evitar o risco de incêndios e explosões. Uma norma
internacional, que especifica os requisitos de segurança
para os esterilizadores, que utilizam gases tóxicos, está
sendo preparada (International Electrotechnical
Commission, 1996). Além disso, uma norma específica
para o esterilizador, que emprega o LTSF, encontra-se
disponível (British Standards Institution, 1990) e uma
norma para o esterilizador, que utiliza óxido de etileno,
está para ser publicada (Comité Européen de
Normalisation, 1994a).
As principais características de um esterilizador para o
processo de esterilização gasosa são: câmara do
esterilizador; controlador automático; registrador para as
variáveis de processo, ou seja, temperatura, tempo,
concentração do esterilizante, umidade; sistema a vácuo;
meios para a geração do esterilizante gasoso e, se
necessário, umidade.
2.4.1 Câmara do esterilizador
Os artigos são expostos ao esterilizante gasoso em uma
câmara selada. A câmara é, geralmente, aquecida para
obter uma temperatura controlada e uniforme durante a
exposição. O método mais comum de aquecimento é
aquele que envolve a câmara em um envoltório, através
do qual circulam água ou ar aquecidos. As câmaras
menores podem ser aquecidas eletricamente, contanto
que não ofereçam um risco de explosão.
As câmaras do esterilizador são, normalmente,
consideradas vasos de pressão, pois a maioria dos ciclos
de esterilização inclui estágios que operam acima ou
abaixo da pressão atmosférica. Elas devem ser
projetadas e fabricadas para estar em conformidade com
os regulamentos de vasos de pressão (International
Electrotechnical Commission, 1996).
As câmaras de esterilização podem variar no tamanho,
de 1501 a 30 m3, ou maiores. O tamanho da câmara
depende da natureza do gás esterilizante e do volume
dos produtos a serem esterilizados. Câmaras maiores
podem requerer um sistema de recirculação, para obter e
manter uma distribuição uniforme do gás esterilizante por
toda câmara e carga.
2.4.2 Controlador e registrador
Os esterilizadores, que utilizam esterilizantes gasosos,
possuem controladores automáticos para reproduzirem,
consistentemente, o ciclo de esterilização e operarem
com segurança. O controlador automático estuda a
seqüência dos estágios de operação, que formam o ciclo
de esterilização. As variáveis criticas de ciclo são
registradas continuamente durante todo o ciclo de
esterilização. A função de registro deve ser independente
do controlador automático. Ela não deve apenas registrar
o funcionamento do controlador, deve fornecer uma
verificação independente dos parâmetros críticos, como,
por exemplo, uma simples falha em um sensor não pode
resultar na aceitação de um ciclo insatisfatório como
satisfatório.
2.4.3 Sistema a vácuo
Os esterilizadores, que usam esterilizantes gasosos,
possuem um sistema de evacuação para remover o ar da
câmara e carga no início do ciclo de esterilização. Esse
sistema auxilia a penetração do esterilizante por toda a
carga e evita que o ar/esterilizante potencialmente
inflamável ou explosivo seja misturado na câmara.
Ao final do ciclo de esterilização, o gás esterilizante é
removido da câmara e carga, assim a carga pode ser
retirada com segurança. Isso é geralmente obtido,
evacuando a câmara. Em alguns casos, pulsações
alternadas consistindo em evacuação, seguida da
admissão de ar ou gás inerte, são empregadas para
melhorar a remoção do esterilizante da carga. O gás
esterilizante removido da câmara, ao final do ciclo de
esterilização, deve ser descartado de maneira segura, e
os regulamentos devem restringir a liberação dos gases
esterilizantes no meio ambiente (Brandys, 1993).
2.4.4 Vaporização e umidificação
O esterilizante gasoso pode ser gerado in situ ou ser
fornecido: (i) como sólido; (ii) como líquido ou solução ou
(iii) como um gás liquefeito em cilindros pressurizados.
Nos três últimos casos, é comum passar o esterilizante
por um vaporizador aquecido. A operação eficaz do
vaporizador é monitorada para cada ciclo de
esterilização, já que a admissão do esterilizante não-
II – 6.6
aporizado pode levar a um ciclo de esterilização ineficaz
e apresentar um risco à segurança.
O controle de umidade na câmara é necessário para
alguns esterilizantes gasosos, cuja eficácia depende da
umidade. O método recomendado para aumentar a
umidade é a admissão de vapor na câmara. O método
alternativo de admissão de água nebulizada apresenta
um risco de contaminação microbiológica para a carga
(Comité Européen de Normalisation, 1994b). Quando o
vapor é gerado de uma fonte externa, a fonte de vapor
deve ser controlada para assegurar que ele não seja nem
muito úmido nem muito seco, a fim de ser eficaz na
umidificação da carga. Além disso, qualquer aditivo
presente na linha de água, pela qual o vapor é criado,
deve ser controlado para assegurar que esse aditivo não
seja transportado pelo vapor e contamine a carga. O
capítulo 19A, que trata da esterilização por calor úmido,
fornece informações mais detalhadas.
2.5 Indicadores biológicos
Os indicadores biológicos são usados para avaliar a
eficácia de um esterilizante gasoso, na inativação de
microorganismos durante o desenvolvimento do
processo, como parte da validação e para a monitoração
rotineira do processo de esterilização. Eles são
posicionados por toda a carga, incluindo os locais
julgados como os mais difíceis de serem atingidos pelo
esterilizante gasoso. Um dispositivo de desafio de
processo pode ser usado. Esse dispositivo é construído
de maneira a expor o produto a condições de pior caso
para o processo de esterilização. Para a monitoração de
rotina, os Bls são geralmente colocados em posições nas
quais possam ser prontamente corrigidas.
Um Bl é formado por um número reconhecido de
microorganismos de referência específicos, normalmente
esporos resistentes depositados em um material
transportador. O transportador geralmente mais usado é
o papel, embora outros materiais, como metal, fios de
seda e tubos de vidro, sejam empregados.
Para o desenvolvimento ou validação de processo, os
organismos indicadores podem ser diretamente
depositados nos produtos. Uma vantagem da inoculação
direta é que ela permite o acesso a locais do produto nos
quais um Bl não atingiria. Entretanto, a inoculação de um
produto pode ser difícil de controlar; uma disposição
desigual do inócolo, por exemplo um grumo, altera a
resistência aparente dos microorganismos no produto
inoculado.
Os requisitos para os Bls para os testes dos processos
de esterilização, tais como o óxido de etileno e o LTSF,
estão especificados nas normas européias (Comité
Européen de Normalisation, 1995a, b, c, d). Algumas
características-chave de um Bl estão reunidas nessas
normas, incluindo: uma cepa pura de um
microorganismo; uma população reconhecida desse
microorganismo definido; a resistência reconhecida ao
processo de esterilização definido, expressa como tempo
de redução decimal (valor D); um transportador
adequado que possa suportar o transporte e o manuseio,
bem como o processo de esterilização para o qual é
indicado, pode ser prontamente colocado em uma carga
e não retém nenhuma substância (como os resíduos do
esterilizante) que inibem o crescimento de organismos
sobreviventes; uma embalagem primária para evitar a
contaminação e danos, bem como para facilitar o
manuseio; meios para recuperar os microorganismos
sobreviventes, incluindo condições definidas de cultura
(temperatura do meio e incubação). A Tabela 21.3 ilustra
os organismos de teste normalmente utilizados em Bls
para os processos de esterilização gasosa.
Tabela 21.3: Exemplos de indicadores biológicos para os processos de esterilização gasosa.
Processo de Esterilização Organismo de Teste
Óxido de etileno Bacillus subtilis
Formaldeído e Vapor a Baixa Temperatura
(LTSF)
Bacillus stearothermophilus
Plasma de gás de peróxido de hidrogênio B. subtilis
Ácido peracético B. subtilis ou B. stearothermophilus
Dióxido de cloro B. subtilis
Ozônio B. subtilis
II – 6.7
2.6 Validação
Um processo de esterilização deve ser validado antes de
ser colocado em uso normal (Commission of the
European Communities, 1993). A validação é a
demonstração de que um processo especificado,
operado dentro das tolerâncias definidas, produzirá
consistentemente produtos que estarão em conformidade
com a especificação predeterminada. Os fatores-chave
que precisam ser demonstrados em uma validação de
um processo de esterilização são aqueles nos quais os
produtos são realmente estéreis e têm seu desempenho
conforme indicado, sem apresentar um risco ao paciente
ou ao usuário. Está sendo preparada uma norma
internacional, que especifica os requisitos gerais para a
caracterização de um agente esterilizante e para a
validação e o controle de rotina de um processo de
esterilização (International Standards Organization,
1997). Essa norma se aplicará a qualquer processo de
esterilização, para o qual uma norma específica não
tenha sido preparada: atualmente as únicas normas
específicas que foram publicadas para o processo de
esterilização gasosa estão relacionadas com o uso do
óxido de etileno (Comité Européen de Normalisation,
1994b; International Standards Organization, 1994).
O desenvolvimento de processo é realizado antes da
validação, a fim de definir as variáveis de processo e as
tolerâncias aceitáveis. A validação dos processos de
esterilização possui dois estágios distintos: qualificação
de instalação (ou ajustes finais) e qualificação de
desempenho (Comité Européen de Normalisation, 1994b;
International Standards Organization, 1994).
A qualificação de instalação é a demonstração de que os
equipamentos de esterilização atendem à sua
especificação e desempenham conforme indicado,
quando instalados e operados em seu ponto de uso.
Essa qualificação é empreendida mesmo com o
equipamento de esterilização vazio ou utilizando material
de referência homogêneo. Ela demonstra o
funcionamento correto do equipamento e a capacidade
de fornecer condições físicas especificadas. Um
elemento da qualificação de instalação, para o processo
de esterilização gasosa, é a determinação da
distribuição de temperatura na câmara vazia do
esterilizador.
A seguir, há a qualificação de desempenho, que utiliza o
equipamento instalado para demonstrar que o processo
especificado é capaz de produzir itens estéreis, que
sejam seguros e desempenhem como indicado. Essa
qualificação pode ser subdividida em dois elementos:
qualificação física e qualificação microbiológica.
A qualificação física de desempenho é a demonstração
da obtenção consistente das condições especificadas por
toda a câmara do esterilizador carregado. Por exemplo,
os sensores para temperatura e umidade devem ser
colocados em locais selecionados no produto. Os dados
gerados durante a qualificação de instalação são usados
na seleção dos locais a serem monitorados na
qualificação física de desempenho.
A qualificação microbiológica de desempenho utiliza os
Bls, para demonstrar que o processo de esterilização
pode inativar um desafio definido dos microorganismos
de referência. Essa qualificação é empreendida através
da distribuição dos Bls por toda a carga de esterilização
e, depois, pela exposição da carga ao processo, que é
uma parte do processo que será normalmente usado. Ao
final da exposição parcial, os Bls são removidos da carga
e cultivados quanto aos sobreviventes. A partir dos dados
obtidos, uma previsão pode ser feita, como a
probabilidade de microorganismos de referência
sobreviventes em um processo de esterilização completo.
Geralmente, existem duas metodologias para fazer essa
previsão:
1. estimar o número de microorganismos
sobreviventes à exposição parcial e fazer a
extrapolação, com base no número inicial de
microrganismos e o no número de sobreviventes;
2. empregar uma exposição parcial após a qual
nenhum BI apresente crescimento e, depois,
adicionar um fator de segurança, normalmente
duplicando o tempo de exposição no qual os
sobreviventes foram obtidos (Comité Européen de
Normalisation 1994b; International Standards
Organization, 1994).
A avaliação do produto é realizada paralelamente aos
estudos de validação para demonstrar que os produtos
continuam em conformidade com a especificação após o
processamento e que os resíduos do esterilizante, que
permanecem nos produtos, estão abaixo dos limites
predeterminados.
O resultado da validação é uma especificação de
processo que pode ser usada para o controle e
monitoração de rotina do processo de esterilização.
II – 6.8
2.7 Controle e monitoração de rotina
O controle e monitoração de rotina demonstram que o
processo de esterilização validado foi liberado dentro das
tolerâncias definidas. Esta demonstração fornece
evidências de que os artigos processados em um
determinado processo de esterilização são estéreis e,
quanto a isso, são adequados para o uso indicado.
O controle de rotina abrange as atividades que
asseguram que o processo especificado está liberado, e
a monitoração fornece evidências documentárias de que
isso ocorreu. Os elementos de controle de rotina incluem:
fornecimento de procedimentos documentados para o
manuseio dos itens antes e depois da esterilização;
calibração dos instrumentos usados para controlar e
monitorar o processo de esterilização; manutenção
planejada e preventiva para o equipamento de
esterilização e para as plantas associadas e uma
especificação do processo de esterilização, incluindo as
tolerância em torno das variáveis de processo.
A monitoração de rotina envolve a medição e registro das
variáveis de processo, incluindo temperatura, pressão,
umidade e admissão do esterilizante gasoso. Se todas as
variáveis do processo de esterilização puderem ser
diretamente monitoradas e registradas, os registros
resultantes fornecerão evidências suficientes de que o
ciclo de esterilização validado foi reproduzido. Nesta
situação, os artigos podem ser liberados após a
esterilização, com base nesses registros (Hoxey, 1989).
Isso é denominado liberação paramétrica. Os requisitos
para a liberação paramétrica dos produtos, após a
esterilização por óxido de etileno, foram incluídos nas
normas para a validação e controle de rotina da
esterilização por óxido de etileno (Comité Européen de
Normalisation, 1994b; International Standards
Organization, 1994).
Para os processos de esterilização gasosa, a
monitoração direta da concentração, distribuição e
penetração do esterilizante por toda a carga nem sempre
é prática. A liberação paramétrica, com isso, nem sempre
é usada atualmente (veja também Capítulo 25). É mais
comum a monitoração das variáveis físicas de ciclo ser
complementada pela colocação dos Bls na carga de
esterilização. Ao final do ciclo de esterilização, os Bls são
removidos e cultivados. Os produtos podem ser
liberados após a esterilização, se os registros
demonstrarem que o ciclo foi liberado dentro dos limites
definidos e que nenhum microorganismo sobrevivente foi
recuperado dos Bls.
2.8 Resíduos dos esterilizantes gasosos
Os traços de esterilizante que permanecem nos produtos
após a esterilização são denominados resíduos e podem
ser subsequente e lentamente sorvidos pelos produtos,
causando risco ao paciente. Os resíduos dos processos
de esterilização gasosa causam uma preocupação
particular devido à toxicidade de muitos esterilizantes
gasosos. A International Standards Organization está
preparando uma norma geral para a determinação dos
limites permissíveis para resíduos de processo, usando
como base as avaliações de saúde (International
Standards Organization, 1995).
O nível dos resíduos em um produto dependerá dos
materiais com os quais o produto é fabricado e do
esterilizante utilizado e será influenciado pelo ciclo de
esterilização empregado. Para acelerar a desabsorção
dos resíduos, um processo de esterilização pode incluir
uma fase de aeração, na qual o produto é exposto a uma
temperatura elevada, a um fluxo de ar elevado e a uma
combinação dos dois. As condições especificadas para a
aeração devem ser demonstradas para obter o nível de
resíduo predeterminado e ser monitoradas, como parte
do processo de esterilização (Comité Européen de
Normalisation, 1994b; International Standards
Organization, 1994).
Se um esterilizante gasoso decompor-se rapidamente e o
produto decomposto não apresentar um risco, os
resíduos não representam um problema. Os exemplos
são: (i) plasmas, os quais formam-se novamente como
fonte de gás; (ii) peróxido de hidrogênio, que se
decompõe em oxigênio e água; (iii) ácido peracético, que
se decompõe em ácido acético e água e (iv) ozônio, que
se decompõe em oxigênio. Entretanto, a cinética da
decomposição do esterilizante dependerá do produto e
necessitará de uma consideração particular; por exemplo,
Ikarashi et al. (1995) relatou os resíduos de peróxido de
hidrogênio em uma variedade de materiais a níveis
capazes de induzir um efeito citotóxico.
O esterilizante gasoso, para o qual a questão dos
resíduos tem sido considerada com mais detalhes, é o
óxido de etileno (Page, 1993). Os resíduos de interesse
são o próprio óxido de etileno e os principais produtos de
transformação formados pelas reações durante o
processo de esterilização; o etilenocloroidrina, formado
pelas reações com cloro orgânico e o etilenoglicol,
formado pelas reações com água. Uma norma
internacional foi publicada (International Standards
II – 6.9
Organization, 1996), fornecendo meios de determinação
dos limites permissíveis para os resíduos de óxido de
etileno, com base na provável duração da exposição de
um indivíduo aos resíduos acima do tempo de duração,
equilibrando o risco de exposição aos resíduos em
comparação com os benefícios da intervenção médica.
Uma revisão dessa norma está em preparação.
Os resíduos de formaldeído podem ocorrer como
paraformaldeído na superfície e/ou como formaldeído
absorvido no material (Handlos, 1977). O nível dos
resíduos em vários materiais, após a exposição ao
formaldeído gasoso, tem sido pesquisado (Handlos,
1977, 1979, 1984; Profumo & Pasavento, 1986; Vink,
1986). Handlos (1984) concluiu que as quantidades de
formaldeído dissolvidas nos materiais plásticos serão
pequenas, comparadas ao óxido de etilelo, se o processo
de esterilização for projetado para remover o
paraformaldeído da superfície do artigo pela pulsação a
vapor. Vink (1986), entretanto, relatou que, em um teste
de seleção para toxicidade aguda, alguns materiais
esterilizados por formaldeído pareceram ser tóxicos.
Poucas são as publicações sobre os resíduos de dióxido
de cloro após a esterilização. Jeng & Woodworth (1990a)
relataram a praticidade do dióxido de cloro como um
esterilizante para oxigenadores. Os oxigenadores
apresentam problemas específicos quanto aos resíduos,
porque todo o sangue do paciente circula através desse
produto. A partir de um estudo restrito, eles concluíram
que o dióxido de cloro não causa problemas de
toxicidade aguda, hipersensibilidade ou mutagenicidade.
3. Agentes alquilantes
3.1 Óxido de etileno
3.1.1 Perspectiva histórica
Cotton & Roark (1928) relataram que as concentrações
de óxido de etileno a 3,2 a 32 mg/l exterminaram uma
variedade de insetos. A atividade bactericida do óxido de
etileno foi relatada em uma requisição de patente por
Schrader & Bossert (1936), porém eles não forneceram
dados que comprovassem essa atividade. Uma outra
requisição de patente, por Gross & Dixon (1937), incluiu
relatórios de testes, usando 48 microorganismos
diferentes em algodão úmido, açúcar cristal e tabaco
úmido cortado. Griffith & Hall (1940) também receberam
uma concessão de patente do uso do óxido de etileno
como esterilizante para produtos alimentícios. A
avaliação básica da eficácia microbicida do óxido de
etileno foi realizada por Phillips & Kaye (Kaye, 1949;
Kaye & Phillips, 1949; Phillips, 1949; Phillips & Kaye,
1949).
Um trabalho adicional está sendo empreendido para
aumentar a compreensão sobre a ação microbicida do
óxido de etileno e para desenvolver um processo de
esterilização aprovado, utilizando esterilizadores
automatizados para aplicação industrial e nas instalações
de cuidados com a saúde (Ernest & Shull, 1962a,b;
Ernest & Doyle, 1968). Além dos estudos sobre a
inativação de bactérias e esporos bacterianos (Bruch,
1961; Kereluk et al., 1970), a inativação de fungos por
óxido de etileno (Liu et al., 1968; Blake & Stumbo, 1970;
Dadd & Daley, 1980) e sua eficácia viricida (Klarenbeek &
Van Tongeren, 1954) têm sido pesquisadas.
Mais recentemente, foram preparadas normas para os
esterilizadores de óxido de etileno, bem como para
validação e controle de rotina da esterilização por óxido
de etileno (Comité Européen de Normalisation, 1994 a,b;
International Standards Organization, 1994). Entretanto,
nenhum conjunto de normas das condições para a
esterilização por óxido de etileno foi adotado e cada
processo de esterilização é desenvolvido e seu
desempenho, qualificado microbiologicamente para o
produto a ser esterilizado (Hoxey, 1989).
3.1.2 Aplicações
O óxido de etileno é amplamente usado para esterilizar
produtos que são sensíveis ao calor, umidade ou
radiação. Embora tenha sido aplicado para a
esterilização de uma ampla variedade de produtos
(Bruch, 1961), a principal aplicação, hoje em dia, é para a
esterilização de dispositivos médicos de uso único feitos
de plástico. Também é usado para a esterilização de
alguns recipientes de plástico vazios, para o envase
asséptico subsequente com produtos farmacêuticos. O
óxido de etileno também tem aplicações nos
estabelecimentos médicos para a esterilização de
dispositivos médicos reutilizáveis, por exemplo,
determinados endoscópios flexíveis, que não suportariam
a exposição ao calor úmido.
O aumento da conscientização da necessidade de evitar
a exposição ao óxido de etileno, juntamente com o
conceito defasado das misturas de clorofluorocarbono-12
(CFC-12) e óxido de etileno (veja Seção 3.1.3) e os
requisitos de segurança rigorosos para a operação dos
esterilizadores, que utilizam o óxido de etileno puro, tem
induzido muitos usuários à reavaliação do uso do óxido
II – 6.10
de etileno. Houve um aumento na utilização de
subcontratadas especializadas em esterilização, no
reprojeto dos produtos, para tornarem-se compatíveis
com outros métodos de esterilização e no interesse em
outras formas de esterilização gasosa, induzindo ao
fechamento muitas instalações internas de esterilização.
Apesar dessas tendências, o óxido de etileno continua
sendo o método mais comum de esterilização gasosa e
provavelmente continuará a ser nos próximos anos.
3.1.3 Propriedades físicas e químicas
À temperatura e pressão ambientes, o óxido de etileno é
um gás incolor e, em concentrações acima de
aproximadamente 430 partes/106, possui odor doce e
parecido com o do éter (Amoore & Hauttala, 1983).
O óxido de etileno é inflamável e explosivo, com uma
faixa de concentração inflamável no ar de 3-100% v/v. É
fornecido em cilindros, como um gás pressurizado, para
o uso como gás puro com específicas precauções de
segurança para a instalação, ou para ser misturado com
um diluente inerte, tais como o dióxido de carbono ou
hidroclorofluorocarbono (HCFC), para fornecer uma
mistura não-inflamável e não-explosiva. Historicamente, o
gás diluente mais comum era o CFC-12, mas o uso
desse gás está defasado devido ao impacto ambiental
causado pela suas propriedade de diminuição da camada
de ozônio (United Nations Environment Programme,
1987; Jorkasky, 1993). As misturas de óxido de etileno e
HCFC foram introduzidas como uma substituição
provisória para o óxido de etileno-CFC-12. Embora os
HCFCs tenham um potencial de diminuição da camada
de ozônio significativamente menor que os CFCs, eles
ainda possuem um impacto ambiental. As misturas de
óxido de etileno-HCFC são submetidas a um
regulamento específico na Europa (Commission of the
European Communities, 1994) e estão programadas para
terem seu uso interrompido, no mundo inteiro, em 2030
(United Nations Environment Programme, 1987). As
substituições com potencial zero de diminuição da
camada de ozônio estão sendo desenvolvidas.
As propriedade e algumas informações de segurança e
saúde relacionadas ao óxido de etileno encontram-se
sumariadas nas Tabelas 21.1 e 21.2.
3.1.4 Fatores que afetam a atividade microbicida
Temperatura. A temperatura tem a mais marcante
influência sobre a eficácia do óxido de etileno como
esterilizante. O aumento da temperatura aumenta o
índice de inativação de microorganismos; várias
pesquisas relataram que um aumento da temperatura de,
aproximadamente, 10 ºC duplica o índice de inativação,
sendo o valor exato de aumento influenciado pela
concentração de óxido de etileno (Phillips, 1949; Ernst &
Shull, 1962a; Kereluk et al., 1970). O inverso também se
aplica e uma diminuição da temperatura de 10 ºC terá,
aproximadamente, o índice de inativação. Entretanto,
verifica-se que a expansão da temperatura de 10 ºC
sobre a carga de esterilização induzirá a uma diferença
de 100% no índice de inativação entre os locais mais
quentes e mais frios.
Concentração do esterilizante. Aumentar a
concentração do óxido de etileno aumenta o índice de
inativação microbiana, até uma concentração platô acima
da qual aumentos da concentração não induzem ao
aumento da eficácia (Ernst & Shull, 1962a; Kereluk et al.,
1970). Ernst & Shull (1962a) relataram que a
concentração platô depende da temperatura empregada;
a uma umidade relativa de 30 a 50%, as concentrações
platô foram registradas como 800 mg/l a 30 ºC e 500 mg/l
a 54 ºC.
Umidade. Kaye & Phillips (1949) relataram a importante
influencia da umidade sobre a eficácia do óxido de
etileno. Winano & Stumbo (1971) sugeriram que a
presença de água era importante para a reação
alquilante prosseguir. O teor de umidade de um
microorganismo está relacionado diretamente à umidade
do ambiente que o cerca, e o microambiente adjacente
ao microorganismo é importante para determinar a
resistência ao óxido de etileno (Kereluk et al., 1970). Uma
vez que o microorganismo fica desidratado, sua
resistência ao óxido de etileno aumenta e pode ocasionar
um período significativo de equilíbrio com a alta umidade
para reverter esse efeito (Gilbert et al., 1964). Dadd et al.
(1985) observou que a aplicação de um vácuo intenso no
ciclo de esterilização por óxido de etileno causaria a
desidratação do microorganismo e, por essa razão,
aumentaria a resistência; a necessidade de um estágio
no ciclo de esterilização para reidratar o microorganismo
foi salientada.
A umidade ótima para a eficácia microbicida foi relatada
como 35% (Ernst & Shull, 1962b; Gilbert et al., 1964),
porém na prática, a maioria dos processos de
esterilização por óxido de etileno operam entre 40 e 80%
de umidade relativa, devido à significativa quantidade de
materiais que absorvem umidade, tais como materiais de
embalagens, inclusos em uma carga de esterilização.
Entretanto, é preciso tomar cuidado para evitar a
II – 6.11
presença do excesso de água livre, já que isso pode
induzir à formação de etileoglicol ou óxido de etileno
inativos que se dissolvem na água livre, reduzindo a
concentração de óxidode etileno (Dadd et al., 1985).
3.1.5 Processo de esterilização
O processo utilizado para esterilização por óxido de
etileno geralmente consiste em três fases distintas: (i)
pré-condicionamento, (ii) ciclo de esterilização e (iii)
aeração. As modernas instalações operam com um
sistema de "célula", com câmaras separadas para as três
fases. O produto é transferido automaticamente de uma
célula para a outra, reduzindo o potencial de exposição
do operador ao óxido de etileno.
Uma ampla variedade de condições foram empregadas
para a esterilização por óxido de etileno (Tabela 21.4). A
recente tendência é diminuir a concentração de óxido de
etileno, a fim de reduzir os níveis dos resíduos nos
artigos ao final do ciclo de esterilização, reduzindo, desse
modo, o tempo necessário para a aeração.
Pré-condicionamento. O pré-condicionamento ocorre à
pressão atmosférica, antes de o produto ser transferido
para a câmara do esterilizador, a fim de elevar a
temperatura e umidade da carga para os níveis
requeridos para a esterilização. A duração do ciclo de
esterilização é reduzida e o rendimento do processo de
esterilização, aumentado, se isso for feito antes de o
produto ser colocado na câmara do esterilizador.
Tabela 21.4: Sumário da faixa de condições usadas para a
esterilização por óxido de etileno.
Variável do Processo Faixa Encontrada
Tempo de Exposição 1-24 h
Concentração do Óxido de Etileno 250-1200 mg/l
Temperatura 25-65 °C
Umidade 30-85%
O aumento da temperatura de uma carga grande e densa
pode também aumentar o tempo significativamente, em
particular para os processos que operam a 50-55 ºC. O
pré-condicionamento pode durar de 12 a 18 horas.
Ciclo de esterilização. O ciclo de esterilização ocorre
em uma câmara vedada e consiste em uma série de
estágios sob o controle de um controlador automático. Os
estágios são: (i) remoção do ar; (ii) teste de vazamento;
(iii) condicionamento; (iv) admissão do esterilizante; (v)
exposição; (vi) remoção do esterilizante; (vii) fluxo e (viii)
interrupção de ar (Comité Européen de Normalisation,
1994a). Esses estágios encontram-se ilustrados na
Figura 21.1.
Durante o estágio de remoção do ar, um vácuo é criado
em um nível preestabelecido, para remover o ar da
câmara e da carga. O sistema de vácuo é, então,
desligado e a pressão na câmara, monitorada por um
período predeterminado; se a pressão subir além da
quantidade definida, isso indica que há um vazamento na
câmara e o ciclo é finalizado.
O vapor, então, entra na câmara a uma pressão
preestabelecida, selecionada para obter a umidade
necessária durante o condicionamento. O estágio de
condicionamento serve para substituir a umidade que foi
removida durante a remoção de ar na câmara e carga. A
penetração da umidade na carga é assistida pela pressão
reduzida.
Após o condicionamento, o esterilizante é admitido na
câmara, através do vaporizador até que a pressão
preestabelecida requerida para obter a concentração
necessária de óxido de etileno seja atingida. A pressão
também dependerá da mistura de esterilizante usada;
ciclos de óxido de etileno puro, juntamente com ciclos
que utilizam óxido de etileno misturado com nitrogênio ou
HCFC, que opera a uma pressão subatmosférica,
enquanto que as misturas de óxido de etileno e dióxido
de carbono operam a 2-6 bar acima da pressão
atmosférica. O funcionamento correto do vaporizador é
monitorado, normalmente, através da medição da
temperatura do gás esterilizante conforme entra na
câmara, para assegurar que somente o óxido de etileno
gasoso seja admitido. A concentração é verificada
independentemente: (i) da redução de peso nos cilindros;
(ii) da medida do volume de óxido de etileno líquido que
flui para o vaporizador ou (iii) da análise da concentração
de óxido de etileno na câmara (Comité Européen de
Normalisation, 1994a,b; International Standards
Organization, 1994).
Os artigos são expostos ao óxido de etileno por um
tempo definido. Durante a exposição, a pressão na
câmara é monitorada. Já que o óxido de etileno é
absorvido pela carga, a pressão da câmara diminui. O
óxido de etileno adicional pode ser admitido durante o
período de exposição, para manter a pressão
especificada; essas admissões são denominadas
'adicionais'.
II – 6.12
Os estágios de remoção e fluxo do esterilizante retiram o
óxido de etileno da câmara e da carga, permitindo que a
câmara seja descarregada com segurança. O
esterilizante é primeiramente removido pela evacuação, e
o estágio subsequente de fluxo consiste em pulsações
formadas pela admissão de ar ou gás inerte, seguido da
evacuação. Isso é repetido por um número definido de
vezes. Após o estágio de fluxo, o ar é admitido na
câmara à pressão atmosférica. É importante que os
produtos sejam, então, removidos e não sejam deixados
na câmara fechada, pois o óxido de etileno se desprende
lentamente da carga e se acumula na câmara. Isso pode
causar um risco para a segurança (International
Electrotechnical Commission, 1996).
Aeração. O objetivo da aeração é desprender o óxido de
etileno e os produtos de reações dos artigos, a fim de
atingir os níveis predeterminados de resíduos. Isso é
geralmente conseguido, mantendo a carga a temperatura
elevada por um tempo definido, com um fluxo de ar
elevado para melhorar a remoção. Matthews et al. (1989)
relatou que a aplicação de microondas aumentou a
remoção dos resíduos de óxido de etileno.
Figura 21.1: Ilustração de um ciclo de esterilização por óxido de etileno operando abaixo da pressão atmosférica.
3.1.6 Validação e controle de rotina
Os requisitos para a validação e controle de rotina da
esterilização por óxido de etileno foram publicados em
uma norma internacional (International Standards
Organization, 1994) e européia (Comité Européen de
Normalisation, 1994b). Essa norma descreve as
metodologias para a qualificação física e microbiológica e
fornece um guia sobre detalhes práticos, incluindo: o
número de sensores ou Bls a serem usados; a colocação
desses sensores e Bls durante os estudos de
qualificação e os critérios de aceitação.
A validação da esterilização por óxido de etileno inclui
todos os elementos descritos na seção de generalidades
desse capítulo: qualificação de instalação, qualificação
física de desempenho e qualificação microbiológica de
desempenho.
Se a liberação paramétrica for utilizada com freqüência, a
qualificação microbiológica de desempenho é necessária
para criar uma compreensão sobre a inativação dos Bls
através de processos especificados. Isso pode ser obtido
de uma das duas maneiras: pela criação de uma curva
de sobrevivência para as microorganismos de referência
nos Bls ou pela estimativa do valor D do microorganismo
de referência. Um método para determinar o valor D pela
técnica de número mais provável (MPN) foi especificado,
conforme descrito por Pflug & Holcomb (1983).
Para o controle de rotina com liberação paramétrica,
todas as variáveis de processo devem ser diretamente
monitoradas: tempo, temperatura (incluindo a
temperatura na carga), pressão, umidade e concentração
Tempo
Obs. para Figura 21.1: Os estágios do clico ilustrado são: i) Remoção do ar ii) Teste de vazamento iii) Injeção de vapor iv) Condicionamento v) Injeção de esterilizante vi) Exposição vii) Remoção do esterilizante viii) Fluxo xi) Interrupção de ar
Pre
ssã
o (
bar
)
II – 6.13
do esterilizante. O produto pode ser liberado, se todas as
variáveis de processo estiverem dentro dos limites
especificados (Sordellini, 1997). Alternativamente, se os
Bls forem usados como um elemento da monitoração de
rotina, a qualificação microbiológica de desempenho
pode usar uma metodologia de "meio ciclo". Nessa
metodologia, nenhum sobrevivente é obtido de um ciclo,
no qual o tempo de exposição foi reduzido para a metade
do tempo normalmente usado.
Para o controle de rotina com Bls, o tempo, a
temperatura e a pressão da câmara ainda devem ser
monitorados e registrados, porém a umidade pode ser
interpretada a partir dos registros de temperatura e
pressão, e a concentração do esterilizante deduzida da
elevação da pressão na admissão do esterilizante,
juntamente com a perda de peso dos cilindros do
esterilizante ou do volume do óxido de etileno
vaporizado.
3.2 Formaldeído
3.2.1 Perspectiva histórica
As primeiras pesquisas sobre as propriedades
bactericidas do formaldeído foram relatadas por Loew
(1886), e seu uso como um descontaminante de fases a
vapor para salas data de 1890 (Aronson, 1897). Um
sistema para desinfecção em uma câmara a vácuo
aquecida a 80 a 90 ºC com um tempo de exposição de
30 minutos, usando formaldeído gerado pelo
aquecimento da solução de formaldeído, foi
documentado por Sprague (1899). O método foi
registrado como inativador de esporos de Bacillus
anthracis, porém nenhuma quantificação precisa foi
realizada. Nordgren (1939) analisou amplamente o
histórico do formaldeído como um agente de desinfecção
e pesquisou sua eficácia bactericida. Ele concluiu que o
formaldeído tem uma ação bactericida forte, porém
apenas possui uma capacidade limitada de esterilização
sem temperaturas elevadas e pressão reduzida para
ajudar na penetração de orifícios estreitos.
A atividade do formaldeído contra uma ampla variedade
de microorganismos, incluindo as bactérias vegetativas,
fungos e vírus foi demonstrada (Spicher & Peters, 1976;
Ide, 1979).
Alder & Gillespie (1961) pesquisaram o uso do vapor à
pressão subatmosférica para a desinfecção de
cobertores de lã e, posteriormente, demonstraram que a
adição de formaldeído com o vapor produziu uma
combinação esporicida (Alder et al., 1966). Eles
concluíram que a combinação de LTSF, operando a 80
ºC era barata, eficiente e de fácil controle. Trabalhos
posteriores (Pickerill, 1975; Hurrell et al., 1983;
Robertshaw, 1983) aperfeiçoaram ainda mais o processo,
e esterilizadores automatizados foram desenvolvidos, os
quais têm sido muito usados nas instalações médicas,
particularmente na Escandinávia, Alemanha e Reino
Unido.
3.2.2 Aplicação
O vapor com formaldeído a baixa temperatura tem sido
muito usado nas instalações médicas, particularmente no
norte da Europa, para a esterilização de dispositivos
médicos reutilizáveis, que não suportariam a esterilização
por calor úmido. Esse sistema tem sido usado para a
esterilização de equipamentos endoscópicos, tais como
laparoscópios, telescópios e derivações de fibra ótica
(Hoxey, 1991). Entretanto, o LTSF não é muito usado
para aplicações industriais ou nas instalações médicas
norte-americanas.
3.2.3 Propriedades físicas e químicas
O formaldeído puro e seco é um gás incolor com um odor
pungente característico; ele se polimeriza à temperatura
ambiente para produzir uma película branca de
polioximetilenoglicol. O gás de formaldeído causa
irritação nos olhos, nariz e garganta em níveis tão baixos
quanto 0,05 a 0,5 partes/106 (Sintim-Damoa, 1993). O
gás de formaldeído é inflamável e forma uma mistura
explosiva com o ar a composições de 7 a 72% v/v,;
entretanto, a concentração de formaldeído usada nos
processos de esterilização gasosa está bem abaixo da
faixa explosiva e não é inflamável.
O formaldeído é fornecido como solução (formalina) ou
como hidrato de polímero (paraformaldeído).
Como solução, o formaldeído se apresenta como
monoidrato, metilenoglicol (CH2(OH)2) e uma série de
polioximetileno de baixo peso molecular aumenta
conforme o aumento da concentração de formaldeído. A
formalina contém formaldeído a 37 a 40% p/v e metanol a
10 a 15% p/v para inibir a polimerização.
O paraformaldeído é uma mistura de poliximetilenoglicol,
que contém formaldeído a 90 a 99% com um equilíbrio de
água livre e combinada. O paraformaldeído vaporiza
gradualmente, gerando o gás de formaldeído
II – 6.14
monomérico; essa despolimerização é acelerada com o
aumento da temperatura.
O formaldeído gasoso, para ser usado como um
esterilizante, pode ser produzido pelo aquecimento da
formalina ou do paraformaldeído. Alternativamente, para
a fumigação de salas, o formaldeído gasoso pode ser
gerado, iniciando uma reação exotérmica com a adição
de um agente oxidante forte, tal como permanganato de
potássio, à formalina (Walker, 1964).
As propriedades e algumas informações de saúde e
segurança relacionadas ao formaldeído encontram-se
sumariadas nas Tabelas 21.1 e 21.2.
3.2.4 Fatores que afetam a atividade microbicida
Temperatura. Nordgren (1939) avaliou o efeito da
temperatura em uma faixa de 10 a 70 ºC sobre o índice
de inativação dos microorganismos e observou um
aumento no índice de inativação com o aumento da
temperatura. Entretanto, o Public Health Laboratory
Service (1958) relatou uma pequena diferença no índice
de inativação com o aumento da temperatura entre 0 e
30 ºC.
Pesquisas preliminares sobre o efeito da temperatura na
esterilização por LTSF a uma concentração de 14 mg/l
demonstraram que, uma redução da temperatura de 80
para 70 ºC produziu apenas uma leve diminuição do
índice de inativação, porém um aumento adicional para
65 ºC produziu uma redução significativa do índice de
inativação (Hoxey, 1984). Wright et al. (1996), entretanto,
relatou mais tarde que a uma concentração de 12 mg/l, o
aumento da temperatura de 63 para 83 ºC não produziu
um aumento do índice de inativação.
Umidade. O efeito da umidade sobre a inativação
microbiana pelo formaldeído tem sido pesquisado por
vários pesquisadores. Nordgren (1939) demonstrou um
aumento do efeito microbicida com o aumento da
umidade para até 50% de umidade relativa, porém um
aumento pequeno com a umidade a 95%. Isso
geralmente é confirmado (Cross & Lach, 1990), embora o
Public Health Laboratory Service (1958) tenha
identificado uma umidade relativa ótima de 80 a 90%, e
Spiner e Hoffman (1971) tenham relatado que a umidade
relativa em excesso de 50% era importante.
Concentração. Como seria esperado, a atividade do
formaldeído aumenta de acordo com a concentração.
Nordgren (1939) demonstrou um aumento significativo na
atividade com o aumento da concentração de 0,1 para
1,3 mg/l. O Public Health Laboratory Service (1958)
relatou um relação linear entre a concentração e o índice
de inativação entre 0,04 e 0,31 mg/l, e Spiner e Hoffman
(1971) chegaram a uma conclusão similar para a
concentração na faixa de 1,1 a 10,6 mg/l.
As pesquisas sobre o efeito da concentração do
formaldeído sobre a esterilização por LTSF a 80 ºC
sugeriram que o aumento da concentração, além da faixa
de 6 a 20 mg/l, tem apenas um pequeno efeito no índice
de inativação; um aumento posterior na concentração
para 27 mg/l teve um efeito marcante (Hoxey, 1984).
Trabalhos posteriores feitos por Wright et al. (1996),
entretanto, relataram que, a 73 ºC um aumento do índice
de inativação foi observado com o aumento da
concentração de 3 para 12 mg/l, porém não houve
nenhum aumento posterior do índice de inativação de 12
para 18 mg/l.
3.2.5 Processo de esterilização
O vapor a baixa temperatura com ciclos de esterilização
por formaldeído tem sido pesquisado a temperaturas
entre os 60 e 80 ºC, porém a temperatura de operação
mais comum é de 73 + 2 ºC, selecionada para equilibrar
a compatibilidade de material com o fácil controle da
temperatura (Pickeril, 1975; Alder, 1987). As
concentrações de formaldeído de 8 a 16 mg/l são
geradas, vaporizando 0,5 a 1 ml de formalina/30 L em
uma câmara (Hurrell et al., 1983), embora o uso de
concentrações mais altas tenha sido relatado (Pickerill,
1975; Alder, 1987).
O ciclo de esterilização consiste em uma série de
estágios: (i) vácuo inicial; (ii) fluxo de vapor; (iii) pulsação
de formaldeído-vapor; (iv) período de descanso; (v)
remoção do esterilizante e (vi) interrupção do ar. Esses
estágios encontram-se ilustrados na Figura 21.2.
O vácuo inicial é retirado para remover o ar da câmara e
carga. É seguido então pela admissão de vapor na
câmara com o bombeamento do vácuo ainda em
funcionamento, para purgar o ar da câmara e aquecer a
carga.
O próximo estágio do ciclo é uma série de pulsações. Um
volume estabelecido de formalina é admitido no
vaporizador e o gás de formaldeído resultante, admitido
na câmara. Após um período de descanso de 2 minutos,
para permitir que o formaldeído penetre na carga, o vapor
é admitido na câmara à pressão requerida para obter a
II – 6.15
temperatura de operação. Um vácuo é, então, retirado
novamente e a admissão de formaldeído repetida. O
número de repetições desse estágio pode variar até 20
pulsos.
O estágio de pulso pode ser seguido de um período de
descanso, no qual o formaldeído, seguido de vapor, é
admitido à pressão requerida e essas condições
mantidas por um período estabelecido. Esse estágio nem
sempre está incluso, já que ficou demonstrado que a
concentração de formaldeído diminui rapidamente
durante esse período de descanso (Handlos, 1979;
Marcos & Wiseman, 1979; Hurrell et al., 1983).
O formaldeído é removido do esterilizador e da carga,
através da evacuação e fluxo alternados e repetidos com
vapor ou ar. Handlos (1979) demonstrou um nível de
resíduos reduzido, quando a pulsação a vapor foi usada
nessa fase, porém tal pulsação requer a inclusão
subsequente de um estágio de secagem prolongado, sob
vácuo, para secar a carga. O ciclo finaliza com a
admissão de ar à pressão atmosférica.
Figura 21.2: Ilustração de um ciclo de esterilização por LTSF.
3.2.6 Validação e controle de rotina
Os procedimentos para validação e controle de rotina do
LTSF foram publicados (Ministério da Saúde, 1994).
Para a validação, os procedimentos inicialmente se
assemelham aos requisitos para qualificar um
esterilizador a vapor ou um desinfetador a vapor a baixa
temperatura (veja Capítulos 19A e 25). Essas medições
físicas demonstram o desempenho aceitável do
esterilizador ao garantir a penetração do vapor e a
obtenção da temperatura necessária por toda a carga.
Esses estudos são seguidos pela qualificação
microbiológica de desempenho do ciclo do LTSF. Isso
consiste na repetição do ciclo para demonstrar a
distribuição e penetração. Para demonstrar a distribuição,
os Bls que contêm esporos de 106 de Bacillus
stearothermophilus de resistência definida (Comité
Européen de Normalisation, 1995c) são retirados de suas
embalagens e suspensos nos fios em uma estrutura
dentro da câmara. Além disso, dois dispositivos de
desafio de processo são usados para demonstrar a
penetração. O dispositivo de desafio de processo usado
é um tubo de aço inoxidável enrolado em espiral, com
uma pequena câmara em uma extremidade, na qual um
BI pode ser colocado (Line & Pickerill, 1973). Esses
dispositivos de desafio são expostos ao ciclo de
Tempo
Obs. para Figura 21.2: Os estágios do clico ilustrado são: i) Remoção do ar ii) Injeção de formaldeído iii) Injeção de vapor iv) Evacuação v) Pulsações repetidas vi) Exposição vii) Fluxo viii) Remoção do ar
Pre
ssã
o (
bar
)
II – 6.16
operação e nenhum crescimento deve ser observado na
incubação dos Bls.
Para o controle de rotina, os registros são examinados, a
fim de verificar se as variáveis físicas do ciclo foram
reproduzidas dentro das tolerâncias definidas. Além
disso, cada ciclo contém uma hélice Line-Pickerill que
incorpora um Bl. Ao final do ciclo, o Bl é transferido para
os meios de crescimento e incubado; a ausência de
crescimento na incubação confirma que o ciclo foi
satisfatório.
4. Agentes oxidantes
4.1 Plasma de gás
4.1.1 Perspectiva histórica
Um processo de esterilização por plasma de gás foi
patenteado em 1968 (Menashi, 1968). A patente registra
o método para a esterilização de frascos parenterais,
pela produção de uma descarga de freqüência de alta
tensão de um arame introduzido no frasco. O processo
conseguiu inativar esporos de 106 em frascos em menos
de 1 segundo. Uma patente subsequente (Ashman &
Menashi, 1972) foi concedida para a esterilização de
superfícies de recipientes, usando plasmas de halogênio
a baixa temperatura e baixa pressão. Um fluxo através do
sistema de esterilização por plasma para dispositivos
médicos foi desenvolvido pela Boeing Company em 1974
(Fraser et al., 1974, 1976).
A esterilização de frascos, usando um plasma induzido
por um laser, foi primeiramente relatado por Tensmeyer
(1976). Em 1981, um sistema foi desenvolvido, no qual a
vida do plasma era mantida por um campo de
microondas, sem a introdução de qualquer objeto no
frasco (Tensmeyer et al., 1981). Isso foi posteriormente
desenvolvido por Peeples & Anderson (1985a,b) para
estabelecer um sistema para simplificar a inicialização e
prolongar a vida do plasma. A esterilização de frascos de
10 ml vazios foi reportada, juntamente com a destruição
de alguns esporos bacterianos.
Mais patentes foram emitidas sobre 'plasma gerado', uma
combinação de plasma e aldeídos (Gut Boucher, 1980) e
esterilização através de embalagens seladas e porosas,
com pulsação de pressão de plasma para aprimorar a
atividade esporicida em orifícios e lúmens estreitos
(Bithell, 1982a,b).
O uso do gás de peróxido de hidrogênio para gerar um
plasma em uma câmara foi registrado, como um
processo de esterilização, por Addy (1991). Essa foi a
base para um sistema de plasma de gás para a
esterilização de instrumentos nos serviços médicos, que
se tornou comercialmente disponível no início de 1990.
Mais recentemente, também se tornou disponível um
esterilizador que utiliza um plasma secundário. As
amostras de plasma, geradas por radiação
eletromagnética na câmara de geração de plasma, flui
para a câmara de esterilização (Caputo et al., 1993). O
ácido peracético é o precursor para esse sistema.
4.1.2 Aplicações
Os sistemas de esterilização por plasma de gás são
indicados, a princípio, para o reprocessamento de
dispositivos médicos usados no ambiente de cuidados
com a saúde. Eles têm sido usados nos Estados Unidos
e em parte da Europa, principalmente na Alemanha,
desde de o início de 1990, embora ainda esteja em seu
estágio inicial de uso.
O plasma de gás é adequado para o reprocessamento de
instrumentos e dispositivos que não suportam
temperaturas elevadas (maiores que 60 ºC) e é visto
como uma alternativa para o óxido de etileno e
desinfetantes químicos líquidos, particularmente para
endoscópios flexíveis, embora o plasma de gás seja
incapaz de penetrar os lúmens longos e estreitos, tais
como os de dentro de um endoscópio. Um adaptador
especial que contém o precursor deve ser inserido no
dispositivo com lúmen para que o plasma seja gerado in
situ.
Os artigos para reprocessamento devem estar
completamente secos, já que a umidade interfere na
capacidade de obter o vácuo necessário. Determinados
materiais, tal como o material de embalagem de celulose,
absorvem o peróxido de hidrogênio e não podem ser
processados, devido às alterações subsequentes na
pressão que o peróxido de hidrogênio causa.
O plasma de gás está sendo considerado para a
esterilização de certos dispositivos médicos, pois possui
vantagens com relação à compatibilidade de material,
comparado com os processos de esterilização existentes.
II – 6.17
4.1.3 Propriedades físicas e químicas
O plasma de gás é considerado um quarto estado,
distinto dos sólidos, gases e líquidos. Os plasmas
ocorrem naturalmente, como na aurora boreal ou podem
ser gerados a baixa temperatura, como na iluminação
fluorescente. Os plasmas consistem em íons, elétrons e
espécies neutras (Bell, 1974; Addy, 1991).
Comercialmente, o plasma é gerado em uma câmara
fechada sob vácuo, usando radiofreqüência ou energia
de microondas para criar fortes campos magnéticos ou
elétricos necessários para excitar o gás. O gás é
ionizado pelo campo elétrico, e as partículas
eletricamente carregadas e produzidas (íons e elétrons)
são subseqüentemente aceleradas pelo campo elétrico e
entram em contato entre si para produzir a ionização e a
dissociação molecular. Isso produz radicais livres,
elétrons, íons e radicais excitados, que dão ao plasma a
sua reatividade. Esses plasmas gasosos são
classificados como plasmas a baixa temperatura e
também são reconhecidos como plasmas gasosos sem
equilíbrio ou de descarga incandescente.
4.1.4 Fatores que afetam a atividade microbicida
Fonte de plasma. Addy (1991) relatou que o plasma
gerado de peróxido de hidrogênio possui uma atividade
esporicida maior que o plasma produzido do vapor de
água, hidrogênio, oxigênio ou óxido nitroso de
precursores. Isso acontece por causa da energia mais
baixa, necessária para criar os radicais de hidroxila, que
a maioria dos outros precursores e pelo fato de que as
espécies reativas geradas do peróxido de hidrogênio
estão entre as mais reativas.
A atividade esporicida foi considerada diminuída, já que a
distância da fonte de geração aumentou para o oxigênio,
hidrogênio, óxido nitroso e dióxido de nitrogênio dos
gases precursores (Addy, 1991). A atividade esporicida
aumenta com a força de radiofreqüência, como faz a
temperatura (Addy, 1991).
Concentração. O aumento da concentração do peróxido
de hidrogênio foi considerado o fator que aumenta a
atividade esporicida (Addy, 1991).
4.1.5 Processo de esterilização
Um ciclo típico de esterilização para o sistema de plasma
de gás de peróxido de hidrogênio inclui: (i) a remoção do
ar; (ii) a injeção do peróxido de hidrogênio (iii) a difusão,
(iv) o plasma de gás e (v) a aeração. Isso encontra-se
ilustrado na Figura 21.3.
A câmara de esterilização é evacuada para cerca de 0,3
mbar. O tempo necessário para obter a condição de
vácuo requerida pode ser de cerca de 20 minutos, porém
dependerá do teor de umidade da carga e, por essa
razão, os itens devem estar secos quando forem
colocados na câmara. A umidade em excesso impedirá a
obtenção das condições necessárias e o ciclo não
funcionará.
Uma vez que o vácuo requerido é obtido, um pequeno
volume da solução de peróxido de hidrogênio (a 58% p/v)
é dispensado de um cassete, vaporizado e injetado na
câmara de esterilização. O vapor de peróxido de
hidrogênio se difunde por toda a câmara e carga. A
energia de radiofreqüência é aplicada ao peróxido de
hidrogênio da fase de vapor na câmara para gerar o
plasma de gás.
Após o estágio de plasma requerido, a câmara é injetada
com ar, e a pressão atmosférica é reestabelecida com a
introdução de ar filtrado.
4.1.6 Validação e controle de rotina
Não existem normas específicas para a validação e o
controle de rotina da esterilização, que utiliza sistemas de
plasma de gás. Para uma aplicação particular, os
protocolos de validação e controle de rotina devem ser
preparados, com base na norma que fornece os
requisitos gerais para a validação e o controle de rotina
dos processos de esterilização, que estão sob
desenvolvimento (International Standards Organization,
1997).
O ciclo é submetido ao controle e monitoração
automáticos. Os fatores a serem monitorados incluem a
pressão, temperatura, iniciação de plasma, admissão da
quantidade especificada de gás gerado e duração de
cada estágio do ciclo. Um registro dos parâmetros do
ciclo é criado e comparado com sua especificação.
Um Bl e um indicador químico estão disponíveis para
serem usados com o sistema de plasma de peróxido de
hidrogênio. O Bl consiste em esporos de Bacillus subtilis,
localizados na extremidade fechada de um dispositivo
com lúmen, que são posicionados no ponto na câmara
II – 6.18
que cause o maior desafio ao processo. O indicador
químico é colocado na câmara para indicar a presença
de peróxido de hidrogênio.
Figura 21.3: Ilustração de um ciclo de esterilização de plasma de gás de peróxido de hidrogênio.
4.2 Peróxido de hidrogênio
4.2.1 Perspectiva histórica
A atividade microbicida do peróxido de hidrogênio é
reconhecida há mais de 100 anos. As primeiras
aplicações foram analisadas por Curran et al. (1940) e
têm sido usadas na indústria alimentícia, para a
esterilização de filtros e tubulações desde 1916 (Schumb
et al. ,1955).
Pesquisas sobre a eficácia microbicida do peróxido de
hidrogênio têm sido realizadas nas fases líquidas e de
vapor. Vários autores demonstraram que o peróxido de
hidrogênio é esporicida (Swartling & Lindgren, 1968;
Toledo et al., 1973; Stevenson & Shafer, 1983; veja
também o Capítulo 10C).
Duas aplicações mais recentes do peróxido de hidrogênio
têm sido como 'gás gerado', para sistemas de
esterilização por plasma de gás (veja Seção 4.1) e como
processo de peróxido de hidrogênio em fase a vapor
(VPHP) (Rickloff & Graham, 1989; Klapes & Vesley,
1990; Johnson et al., 1992; Capítulo 10C). O VPHP foi
desenvolvido em três modos: (i) um sistema de vácuo
intenso, que opera com a admissão de peróxido de
hidrogênio vaporizado em uma câmara evacuada, (ii) um
modo de "fluxo total", o qual usa uma mistura de peróxido
de hidrogênio vaporizado e ar filtrado como transportador
de gás e (iii) um sistema combinado de 'vácuo intenso
com fluxo total' para os artigos dos equipamentos que
podem agir como uma câmara própria, como os
liofilizadores ou isoladores (Klapes & Vesley, 1990;
Johnson et al., 1992). Klapes e Vesley (1990) relataram a
inativação dos esporos de B. subtilis de 106 em alguns,
mas não em todos os locais de uma centrífuga, após a
exposição por 32 minutos, usando um processo
combinado de 'vacuo intenso-fluxo total' a 4 ºC. Johnson
et al. (1992) pesquisou a descontaminação dos
liofilizadores com VPHP. Eles não observaram nenhuma
Tempo
Obs. para Figura 21.3: Os estágios do clico ilustrado são: i) Remoção do ar ii) Injeção de peróxido de hidrogênio iii) Difusão iv) Plasma de gás v) Aeração
Pre
ssã
o (
bar
)
II – 6.19
diferença considerável na mortalidade, comparando o
processo de vácuo intenso com o modo combinado de
'vácuo intenso-fluxo total' e relataram os problemas da
penetração do vapor nos espaços mortos do sistema.
4.2.2 Aplicações
O uso do peróxido de hidrogênio tem aumentado com a
crescente aplicação de operações de embalagens
assépticas nas indústrias alimentícia, farmacêutica e de
correlatos. O peróxido de hidrogênio pode ser aplicado
como líquido, vapor ou aerossol.
Foi descrito um sistema de enevoamento com um
aerossol de peróxido de hidrogênio, seguido de uma
secagem com ar quente, para aplicações em embalagem
asséptica de alimentos (Posey et al., 1988; Posey &
Swank, 1989). A aplicabilidade do peróxido de
hidrogênio para a descontaminação de componentes de
aeronaves espaciais também foi relatada (Wardle &
Renninger, 1975).
O processo de VPHP em diversos modos foi proposto
como adequado para a esterilização de produtos
médicos, tais como endoscópios, e para a
descontaminação de equipamentos para os processos
assépticos, tais como isoladores, tubulação ou
liofilizadores e de equipamentos contaminados, tais como
centrífugas, incubadoras, gabinetes de segurança ou
caixas de luvas (Rickloff & Graham, 1989; Klapes &
Vesley, 1990; Johnson et al., 1992). Entretanto, o sistema
VPHP não pode ser usado com materiais de celulose,
incluindo materiais de embalagem à base de papel.
Alguns danos aos materiais foram registrados com o
nylon, algumas superfícies de alumínio anodizadas e
alguns epóxidos (Rutala & Weber, 1996).
4.2.3 Propriedades físicas e químicas
Na forma pura, o peróxido de hidrogênio é um liquido
incolor, porém é geralmente encontrado como uma
solução em concentrações de até 50% p/v. Ele se
decompõe rapidamente em água e oxigênio. As
propriedades e algumas informações de saúde e
segurança, relacionadas com o peróxido de hidrogênio
encontram-se sumariadas nas Tabelas 21.1 e 21.2.
4.2.4 Fatores que afetam a atividade microbicida
Temperatura. A temperatura exerce um efeito acentuado
na atividade do peróxido de hidrogênio em uma solução,
um aumento de aproximadamente 10 ºC na temperatura
dobra o índice de inativação (Curran et al., 1940;
Swartling & Lindgren, 1968; Toledo et al., 1973). Johnson
et al. (1992) concluíram que uma temperatura entre 10 e
50 ºC era necessária para uma condição viável de
esterilização, relatando uma pequena diferença na
ativação acima dessa faixa de temperatura, porém
encontraram uma inativação reduzida a 60 ºC. Eles
concluíram que essa inativação reduzida era devido às
altas temperaturas que promovem a decomposição do
peróxido de hidrogênio. Klapes & Vesley (1990),
entretanto, relataram uma atividade esporicida aceitável a
uma temperatura de 4 ºC.
Concentração. Um aumento na concentração da
solução de peróxido de hidrogênio leva a um aumento
nos índices de inativação (Swartling & Lindgren, 1968). A
concentração que pode ser obtida confiavelmente na
fase de vapor, entretanto, é limitada e as concentrações
de vapor típicas usadas para a esterilização são de 1 a 5
mg/l.
4.2.5 Processo de esterilização
O processo de VPHP no modo de vácuo intenso utiliza o
vácuo para puxar uma solução de peróxido de hidrogênio
a 30%, através de um vaporizador aquecido, para a
câmara do esterilizador, onde o peróxido de hidrogênio
se difunde por toda câmara e carga. O processo opera a
55 a 60 ºC e possui um tempo de ciclo de
aproximadamente 90 minutos.
No modo de fluxo total, o processo do VPHP utiliza um
gerador de vapor portátil para vaporizar uma solução de
peróxido de hidrogênio a 30%. A solução é medida em
uma câmara de vaporização através de bocais de spray.
A câmara de vaporização é aquecida para 105 ºC para
propiciar uma vaporização rápida, sem fracionar a
solução de peróxido de hidrogênio e deixar o peróxido de
hidrogênio oculto (Johnson et al., 1992). O vapor é,
então, misturado a um gás transportador, tal como o ar
filtrado, e admitido no espaço fechado para ser
descontaminado.
O modo combinado de vácuo intenso e fluxo total, como
o próprio nome diz, utiliza uma combinação dessas duas
metodologias. O equipamento a ser esterilizado, tal como
o rotor de uma centrífuga ou um liofilizador, é evacuado e
o gerador portátil de vapor é usado para injetar o vapor
de peróxido de hidrogênio, seguido da admissão
controlada de um pequeno volume de ar. Após um
II – 6.20
intervalo de tempo definido, ocorre uma série de
admissões de vapor de peróxido de hidrogênio e ar,
enquanto um vácuo é retirado para tirar o vapor do
equipamento. Isto é seguido de vários pulsos
subatmosféricos de evacuação e admissão alternadas de
ar filtrado (Johnson et al., 1992).
4.2.6 Validação e controle de rotina
Não existe nenhuma norma específica para a validação e
o controle de rotina da esterilização, que utiliza peróxido
de hidrogênio vaporizado. A norma para os requisitos
gerais (veja Seção 2.6) deve ser usada como base para
os protocolos específicos, para a validação e o controle
de rotina (International Standards Organization, 1997).
Um desenvolvimento de processo deve ser empreendido,
a fim de definir um processo apropriado para um produto
definido ou uma variedade de produtos. A validação de
processo deve incluir a qualificação de instalação, para
demonstrar que o equipamento foi instalado e é capaz de
produzir a reprodutibilidade de processo definida, seguido
de uma qualificação de desempenho.
A qualificação física de desempenho deve demonstrar a
liberação do processo definido, através da medição de
fatores físicos, tais como: (i) nível de vácuo e o índice no
qual é obtido; (ii) aumento(s) de pressão na(s)
admissão(ões) de esterilizante; (iii) temperatura de
operação do vaporizador; (iv) distribuição de temperatura;
(v) peso do peróxido de hidrogênio líquido usado; (vi)
alterações de pressão durante a fase de desgaseificação.
A qualificação microbiológica de desempenho deve ser
feita com Bls de B. stearothermophilus. A monitoração de
rotina do processo deve incluir medições, para
demonstrar a conformidade com a especificação física de
processo usada na qualificação de desempenho, e
complementada com a utilização de Bls de B.
stearothermophilus.
4.3 Ácido Peracético
4.3.1 Perspectiva histórica
A atividade microbicida das soluções aquosas de ácido
peracético foi registrada na década de 1950. Uma ampla
faixa de ação contra bactérias (Gershenfeld & Davis,
1952; Baldry, 1983), esporos bacterianos (Jones et al.,
1967), fungos (Lowings, 1956) e vírus (Brietman-Kline &
Null, 1960) foi demonstrada. A avaliação inicial do ácido
peracético da fase de vapor foi atribuída a Greenspan e
colaboradores em 1951, por Portner & Hoffman (1968),
que avaliaram os efeitos esporicidas do vapor.
A avaliação das propriedades do ácido peracético
continuou sendo feita, primeiramente, na solução aquosa
para o tratamento de água e resíduos (Sanchez-Ruiz et
al., 1995) e para as aplicações no cuidado com a saúde
(Malchesky, 1993).
4.3.2 Aplicações
A aplicação prática do ácido peracético tem sido limitada
à sua natureza corrosiva (Portner & Hoffman, 1968;
Malchesky, 1993). Uma solução tamponada de ácido
peracético foi desenvolvida para a esterilização de
endoscópios (Malckesky, 1993). Na fase de vapor, o
ácido peracético tem sido usado: (i) como um gás de
geração de plasma de gás (veja Seção 4.1) e (ii), para
esterilizar isoladores e outros espaços fechados,
utilizando um spray da solução diluída (Davenport, 1989).
4.3.3 Propriedades físicas e químicas
O ácido peracético é formado pela reação entre o
peróxido de hidrogênio e o ácido acético e é encontrado
em soluções como uma mistura de equilíbrio de ácido
peracético, ácido acético, peróxido de hidrogênio e água.
O ácido peracético encontra-se comercialmente
disponível como uma solução a 35% p/v. O ácido
peracético em vapor é gerado, aquecendo uma solução
de ácido peracético a 2 a 5%, estabilizada com peróxido
de hidrogênio a 10 a 20%; portanto, os sistemas que
utilizam o ácido peracético inevitavelmente também têm a
presença do peróxido de hidrogênio. O ácido peracético
possui um odor pungente e causa irritação nas
membranas mucosas.
As propriedades do ácido peracético encontram-se
sumariadas na Tabela 21.1.
4.3.4 Fatores que afetam a atividade microbicida
Portner & Hoffman (1968) pesquisaram o efeito
esporicida do ácido peracético na fase de vapor. Usando
uma concentração de 1 mg/l e uma temperatura de 25
ºC, eles relataram a inativação de até 8 x 105 esporos de
B. subtilis em 10 minutos, a umidades relativas entre 40 e
80%. A umidade ótima foi de 80% e a inativação foi
significativamente reduzida à umidade relativa de 20%.
II – 6.21
4.3.5 Processo de esterilização
As tecnologias para o uso do ácido peracético na fase de
vapor têm sido desenvolvidas para aplicações
específicas. Por exemplo, Davenport (1989) inventou um
sistema em spray para liberar um jato atomizado e
controlado de ácido peracético.
4.3.6 Validação e controle de rotina
Não existe nenhuma norma que descreva os
procedimentos para a validação e o controle de rotina do
ácido peracético na fase de vapor. Para cada aplicação,
protocolos em separado para a validação e controle de
rotina, bem como a monitoração devem ser
estabelecidos, com base na norma que fornece os
requisitos gerais (International Standards Organization,
1997) (veja Seção 2.6).
4.4 Ozônio
4.4.1 Perspectiva histórica
Calmette (1899) relatou a destruição de bactérias quando
o fornecimento de água de Lille, França, foi tratado com
ozônio e, desde o início de 1900, o ozônio tem sido
usado para tratar o fornecimento nacional de água
potável (Symons, 1980).
A eficácia microbicida do ozônio gasoso foi demonstrada
por Elford & van den Ende (1942). Leiguarda et al, (1949)
relatou a destruição de esporos de Clostridium
perfringens e B. anthacis pela exposição ao ozônio, e
Kietzmann (1957) descreveu a eficácia das baixas
concentrações de ozônio contra as bactérias
transportadas pelo ar, porém não contra os
contaminantes de superfície ou na presença de material
orgânico O ozônio foi considerado eficaz contra as
bactérias gram-negativas e gram-positivas, incluindo os
formadores de esporos e amebas (Symons, 1980).
Ingram & Barnes (1959) relatou que os fungos eram, no
mínimo, tão resistentes ao ozônio quanto as bactérias,
enquanto que Sulzer et al, (1959) demonstrou que as
leveduras eram menos resistentes. Estudos também
demonstraram a eficácia do ozônio contra vários vírus de
diferentes tipos (Kessel, 1934; Majumdar, 1973; Snyder &
Chang, 1974, Burleson et al., 1975, Sproul & Majumdar,
1975; Farooq & Akhlaque, 1983; Vaughn et al., 1987).
4.4.2 Aplicações
O ozônio é usado principalmente para o tratamento de
água, em particular a água para o uso doméstico e para a
desinfecção do efluente de esgoto. Ele não é muito
usado no ambiente médico, porém foram relatados dois
esterilizadores (Karlson, 1989; Stoddart, 1989), e é
usado na indústria farmacêutica para tratar os sistemas
de água desionizada. O ozônio foi usado pela primeira
vez, em 1987, na preparação de solução de diálise
(Bommer & Ritz, 1987) e foi proposto para a desinfecção
de dialisadores capilares regenerados (Gal et al., 1992).
Em combinação com a radiação ultravioleta (UV), o
ozônio também tem sido usado para produzir um padrão
farmacopéico para a água purificada (Lee et al., 1990).
Uma outra utilização do ozônio inclui a descontaminação
de lentes de contato (Kamiki & Kikkawa, 1976).
Os efeitos da exposição a curto prazo (24 horas) e a
longo prazo (100 horas) dos dispositivos médicos e
óticos, eletrônicos, instrumentos plásticos e de metal ao
ozônio a 8% foram estudados por Karlson (1989). A
maioria dos itens não foi afetada, porém o cobre e o ferro
foram oxidados e as luvas de plástico, poliuretano e
poliestireno foram afetadas após a exposição prolongada,
devido à destruição, da borracha natural de ligação fraca
e do plástico, causada pelo ozônio.
4.4.3 Propriedades físicas e químicas
Na forma pura, o ozônio é um gás azul. É relativamente
estável no ar seco, porém se decompõe rapidamente em
alta umidade. É produzido, passando o ar seco ou o
oxigênio entre eletrodos de alta voltagem, que produzem
uma descarga da coroa, ou através da irradiação UV do
ar ou oxigênio. Ele deve ser produzido no ponto de uso,
devido a sua instabilidade. O ozônio é produzido a partir
da desassociação das moléculas de oxigênio, que
colidem com outras moléculas de oxigênio para criarem o
oxigênio triatômico, com um átomo O livremente ligado;
ele se prende prontamente a outras moléculas e forma o
ozônio, um poderoso agente oxidante.
As propriedades e algumas informações de segurança e
saúde relacionadas ao ozônio encontram-se sumariadas
na Tabela 21.1 e 21.2.
4.4.4 Fatores que afetam a atividade microbicida
A destruição de bactérias e vírus na faixa de pH 5,6 a 9,8
foi relatada. (Masschelein, 1982; Singer, 1990). Em
II – 6.22
combinação com a radiação UV, a atividade do ozônio
aumenta devido à formação de radicais de hidroxila
reativos (Lee et al., 1990).
Enquanto o índice de inativação microbiana pelo ozônio
permanece sob discussão, sua ação tem demonstrado
depender do tempo, e sua eficácia diminui com o
decorrer do tempo (Dahi, 1976). Um aumento na
umidade relativa de 45% para 60 ou 80% aumenta o
efeito biocida do ozônio (Busta & Foegeding, 1983).
German et al. (1966) relatou que os esporos e bactérias
dessecados eram altamente resistentes ao ozônio,
enquanto que os medidores contaminados com
Staphylococus aureus e Escherichia coli foram
esterilizados em um ambiente úmido.
O ozônio possui uma capacidade de penetração limitada.
4.4.5 Processo de esterilização
Um esterilizador de ozônio foi descrito com um ciclo de
três estágios (Karlson, 1989). O oxigênio é liberado para
o gerador de ozônio durante o primeiro estágio, no qual é
convertido em ozônio de alta concentração. O ozônio
gasoso desloca o ar na câmara do esterilizador. Durante
o segundo estágio, o ozônio é continuamente passado
através da câmara por um período de tempo definido. Um
sistema de resfriamento mantém o gerador de ozônio a
uma temperatura definida, a qual contribui para o controle
da concentração de ozônio. O nível de ozônio na câmara
é continuamente monitorado. Ao final do segundo
estágio, a geração de ozônio é desligada, porém o fluxo
de oxigênio continua, a fim de ejetar o ozônio. Quando o
nível do ozônio chegar a zero, o ciclo é considerado
completo.
Um sistema alternativo (Stoddart, 1989) libera o ozônio a
uma concentração de 10 a 12%. O ciclo de esterilização
é executado sob vácuo e dura entre 30 a 60 minutos,
incluindo a aeração. Após a exposição, o ozônio é
purgado, filtrado e convertido novamente em oxigênio. O
esterilizador é monitorado por um sistema de controle
automatizado.
4.4.6 Validação e controle de rotina
Não existe nenhuma norma que descreva os
procedimentos específicos para a validação e o controle
de rotina do ozônio. Para cada aplicação, protocolos em
separado para a validação e o controle de rotina devem
ser estabelecidos, com base na norma que fornece os
requisitos gerais (International Standards Organization,
1997) (veja Seção 2.6).
4.5 Dióxido de cloro
4.5.1 Perspectiva histórica
O dióxido de cloro tem sido usado para o tratamento de
fornecimento de água na Europa, desde 1850, e como
agente alvejante na indústria de papel e têxtil desde 1920
(Bernarde et al., 1965; Jeng & Woodworth, 1990b).
McCarthy (1944) relatou que o dióxido de cloro é um
germicida eficaz na água, com uma concentração
orgânica baixa. No mesmo ano, o Niagara Falls Water
Treatment Plant (Syvan et al., 1944) relatou o uso do
dióxido de cloro como um desinfetante no tratamento de
água potável. Estudos subsequentes mostraram que o
dióxido de cloro era, no mínimo, tão eficaz quanto o cloro
(Trakhtman, 1946; Ridenour & Ingols, 1947), embora os
dados sejam considerados de questionável valor
(Bernarde et al., 1965). O dióxido de cloro líquido foi
relatado como um eficaz bactericida (Ridenour & Ingols,
1947; Ridenour & Armbruster, 1949; Bernarde et al.,
1965), viricida (Cronier, 1977) e esporicida a uma
concentração de, aproximadamente, 0,2 mg/l
(Masschelein, 1979; Ridenour et al., 1949).
A atividade esporicida do dióxido de cloro na forma
gasosa foi demonstrada recentemente (Orcutt et al.,
1981). Esse fato foi confirmado posteriormente na
literatura e patentes (U.S. Patent 4 504 442, março de
1985; Knapp et al., 1986; Rosenblatt et al., 1987;
Kowalski et al., 1988; Jeng & Woodworth, 1990a, b). O
gás de dióxido de cloro foi considerado um esterilizante
1075 vezes mais potente que o óxido de etileno à
temperatura de 30 ºC e umidade relativa similar (Jeng &
Woodworth, 1990b).
4.5.2 Aplicações
O dióxido de cloro é usado para o controle de sabor e
odor nas linhas de água (Walker et al., 1986; White,
1986), devido à sua poderosa propriedade de agente
oxidante. O dióxido de cloro também foi pesquisado
quanto ao controle de legionellae no sistema de água
hospitalar (Walker et al., 1995). Foi usado como um
sanitizante de superfícies na indústria alimentícia e, no
ambiente de cuidados com a saúde, como um
esterilizante químico líquido ou gasoso. Na sua forma
gasosa, ele tem sido usado para a esterilização de
II – 6.23
oxigenadores em escala industrial (Jeng & Woodworth,
1990b). Jeng & Woodworth (1990b) demonstrou que o
gás de dióxido de cloro pode penetrar nos materiais de
embalagem que utilizam: (i) bisnagas seladas de polivinil
cloreto e (ii) recipientes rígidos de dispositivos médicos
de polivinil cloreto (aproximadamente 0,03 mm de
espesura) com tampas de poliolefina.
4.5.3 Propriedades físicas e químicas
O dióxido de cloro é um gás laranja-esverdeado com um
odor pungente similar ao do cloro. O limite do odor é de
cerca de 0,1 partes/106. É altamente solúvel em água e,
no meio aquoso, forma radicais estáveis não-ionizantes
(Wagner, 1962).
O dióxido de cloro é explosivo no ar a concentrações
acima de 10% v/v (Haller & Northgraves, 1955), porém
não é explosivo e inflamável a concentrações utilizadas
para a esterilização. O dióxido de cloro é relativamente
instável e, devido a sua explosividade em concentração
alta, deve ser gerado in situ (Aieta & Berg, 1986). O
dióxido de cloro é produzido a partir do cloro ou da ação
do ácido no cloreto de sódio.
4.5.4 Fatores que afetam a atividade microbicida
Concentração. A atividade esporicida do gás de dióxido
de cloro foi considerada dependente da concentração
(Jeng & Woodworth, 1990b). A atividade contra os
esporos de B. subtilis var. niger à umidade relativa
ambiente (de 20 a 40%) e à temperatura ambiente (23
ºC) foi maior a uma concentração maior de gás.
Umidade. Jeng & Woodworth (1990b) relatou que a pré-
umidificação para umidade relativa de 70 a 75%
melhoraria muito a eficácia do dióxido de cloro e
confirmaria os registros anteriores sobre a importância da
pré-umidificação para a atividade esporicida do dióxido
de cloro (Rosenblatt et al., 1985, 1987; Knapp et al.,
1986).
Figura 21.4: Ilustração de um ciclo de esterilização de dióxido de cloro.
4.5.5 Processo de esterilização
Um sistema para a esterilização dos dispositivos
médicos, que utiliza dióxido de cloro gasoso foi
desenvolvido por volta de 1980. A Figura 21.4 apresenta
um típico ciclo de esterilização por dióxido de cloro
gasoso. Um ciclo típico opera à temperatura ambiente
(entre 25 e 30 ºC) e a umidade relativa de 70 a 90%. O
dióxido de cloro é gerado in situ, a partir de cloreto de
sódio seco e gás de cloro em um transportador de
Tempo
Obs. para Figura 21.4: Os estágios do clico ilustrado são: i) Remoção do ar ii) Umidificação iii) Injeção de gás de dióxido de cloro iii) Exposição iv) Fluxo
Pre
ssã
o (
bar
)
II – 6.24
nitrogênio. O gás de dióxido de cloro é, então, puxado
para câmara evacuada e a pressão aumenta para quase
abaixo da pressão atmosférica, a fim de atingir a
concentração de esterilizante necessária. As condições
são mantidas pelo tempo de exposição necessário. Mais
dióxido de cloro é admitido na câmara durante o estágio
de exposição, para manter a concentração necessária.
Ao final do ciclo, a câmara é evacuada e o gás de
exaustão é passado pela coluna química para absorver o
dióxido de cloro. O tempo de ciclo varia de 3 minutos a 2
horas, usando entre 10 e 50 mg/l de dióxido de cloro
(Janssen & Scheneider, 1993; Sintim-Damoa, 1993).
4.5.6 Validação e controle de rotina
Não existe nenhuma norma específica para a validação e
o controle de rotina da esterilização por dióxido de cloro
gasoso. Para cada aplicação, protocolos em separado
para a validação e controle de rotina, bem como para a
monitoração devem ser estabelecidos, com base na
norma que fornece os requisitos gerais (International
Standards Organization, 1997; veja Seção 2.6).
As variáveis físicas de processo que requerem o controle
e a monitoração de rotina incluem a concentração de gás
(isso pode ser medido por um espectrofotômetro, a partir
de um sistema em linha, que retira continuamente
amostras de gás); umidade relativa; pressão, temperatura
e tempo de exposição.
O Bl de esporos de B. subtilis var. niger são usados para
a qualificação microbiológica de desempenho do
processo.
Referências
Adams, R.L.P. Burdon, R.H., Campbell, A.M., Leader
D.P. & Smellie, R.M.S. (1981) The Biochemistry of
Nucleic Acids, 9th edn. London: Chapman and Hall.
Addy, T.O. (1991) Low temperature plasma: a new
sterilization technology for hospital applications. In
Sterilization of Medical Products. Vol. V. (eds
Morrissey, R.F. & Prokopenko, Y.I.), pp. 89-95.
Morin Heights, Canada: Polyscience Publications.
Aieta, F.M. & Berg. J.D. (1986) A review of chlorine
dioxide in drinking water treatment. Journal of the
American Water Works Association. 78, 62-72.
Alder, V.G. (1987) The formaldehyde/low temperature
steam sterilizing procedure. Journal of Hospital
Infection, 9 194-200.
Alder, V.G. & Gillespie, W.A. (1961) Disinfection of
woollen blankets in steam at sub-atmospheric
pressure. Journal of Clinical Pathology, 14, 515-518.
Alder, V.G., Brown, A.M. & Gillespie, W.A. (1966)
Disinfection of heat sensitive material by low
temperature steam and formaldehyde. Journal of
Clinical Pathology, 19, 83-89.
Alvarez, M.E. & O’Brien, R.T. (1982) Mechanisms of
inactivation of poliovirus by chlorine dioxide and
iodine. Applied and Environmental Microbiology, 44,
1064-1071.
Amoore, J.F. & Hautala, F. (1983) Odor as an aid to
chemical safety: odor thresholds compared with
threshold limit values and volatilities for 214
industrial chemicals in air and water dilution.
Journal of Applied Toxicology, 3, 272-290.
Aronson, H. (1897) Über eine neue Methode zur
Desinfection von grosseren Raumen mittels
Formalin. Zeitschrift für Hygiene, 25, 168-178.
Ashman, L.E. & Menashi, W.P. (1972) Treatment of
Surface with Low-pressure Plasmas. US Patent 3
701 628.
Baldry, M.G.C. (1983) The bactericidal, fungicidal and
sporicidal properties of hydrogen peroxide and
peracetic acid. Journal of Applied Bacteriology, 54,
417-423.
Bedford, P. & Fox, B.W. (1981) The role of formaldehyde
in methylene dimethanesulphonate-induced DNA
cross-links and its relevance to cytotoxicity.
Chemical-Biological Interactions, 38, 119-126.
Bell, A.T. (1974) Fundamentals of plasma chemistry. Is
Techniques and Applications of Plasma Chemistry.
New York: Wiley-Interscience.
Benarde, M.A., Israel, B.M., Olivieri, V.P. & Granstrom,
M.L. (1965) Efficiency of chlorine dioxide as a
bactericide. Applied Microbiology, 13, 776-780.
(ilegível), C., Place, A.R. & Soter, W. (1983)
Formaldehyde mutagenesis in Drosophila:
molecular analysis of ADH-negative mutants.
Mutation Research, 111, 1-7.
Bithell, R.M. (1982a) Package and Sterilizing Process for
Same. US Patent 4 321 232.
Bithell, R.M. (1982b) Plasma Pressure Pulse Sterilization.
US Patent 4 348 357.
Blake, D.F. & Stumbo, C.R. (1970) Ethylene oxide
resistance of micro-organisms important in spoilage
of acid and high-acid foods. Journal of Food
Science, 35, 26-29.
II – 6.25
Bommer, J. & Ritz, E. (1987) Water quality - a neglected
problem in hemodialysis. Nephron, 46, 1-6.
Brandys, R.C. (1993) Regulations on worker safety and
the environment. In Sterilization Technology (eds
Morrissey, R.F. & Phillips, G.B. (pp. 491-509. New
York: Van Nostrand Reinhold.
Briefman-Kline, L. & Null, R.N. (1960) The viricidal
properties of peracetic acid. American Journal of
Clinical Pathology, 33, 30-33.
British Standards Institution (1990) BS 3970
Specifications for Sterilizers and Disinfectors for
Medical Purposes. Part 6. Specification for Low
Temperature Steam with Formaldehyde Sterilizers.
London: British Standards Institution.
Bruch, C.W. (1961) Gaseous sterilization. Annual Review
of Microbiology, 15, 245-262.
Bruch, C.W. & Koesterer, M.G. (1961) The microbicidal
activity of gaseous propylene oxide and its
application to powdered or flaked foods. Journal of
Food Science, 26, 428-435.
Burleson, G.R., Murray, T.M. & Pollard. M. (1975)
Inactivation of viruses and bacteria by ozone, with
and without sonication. Applied Microbiology, 29,
340-344.
Busta, F.F. & Foegeding, P.M. (1983) Chemical food
preservatives. In Disinfection, Sterilization and
Preservation, 3rd edn (ed. Block, S.S.), pp. 657-694.
Philadelphia: Lea and Febiger.
Calmette, A. (1899) Rapport sur la sterilisation industrielle
des eaux potables. Annales de I’Institut Pasteur, 13,
344-357.
Caputo, R.A., Fisher, J., Jarzynski, V. & Martens, P.A.
(1993) Validation testing of a gas plasma
sterilization system. Medical Device and Diagnostic
Industry, January, 132-138.
Chattoraj, D.K. (1970) Formaldehyde induced changes of
heat denatured DNA. Zeitschrift für Naturforschung,
256, 1316-1319.
Comité Européen de Normalisation (CEN) (1994a) pr EN
1422 Sterilizers for Medical Purposes - Ethylene
Oxide Sterilizers - Requirements. Brussels: CEN.
Comité Européen de Normalisation (CEN) (1994b) EN
550 Sterilization of Medical Devices - Validation and
Routine Control of Sterilization by Ethylene Oxide.
Brussels: CEN.
Comité Européen de Normalisation (CEN) (1995a) pr EN
866-1 Biological Systems for Testing Sterilizers and
Sterilization Processes - Part 1: General
Requirements. Brussels: CEN.
Comité Européen de Normalisation (CEN) (1995b) pr EN
866-2 Biological Systems for Testing Sterilizers and
Sterilization Processes - Part 2: Particular Systems
for Use in Ethylene Oxide Sterilizers. Brussels:
CEN.
Comité Européen de Normalisation (CEN) (1995c) per EN
866-5 Biological Systems for Testing Sterilizers -
Part 5: Particular Systems for Use in Low
Temperature Steam and Formaldehyde Sterilizers.
Brussels: CEN.
Comité Européen de Normalisation (CEN) (1995d) pr EN
866-8 Biological Systems for Testing Sterilizers and
Sterilization Processes - Part 8: Particular
Requirements for Self-contained Biological Indicator
Systems for Use in Ethylene Oxide Sterilizers.
Brussels: CEN.
Commission of the European Communities (1993)
Directive concerning medical devices 93/42/EEC.
Official Journal of the European Communities, L169,
1-43.
Commission of the European Communities (1994)
Council Regulation (EC) N° 3093/94 of 15
December 1994 on substances that deplete the
ozone layer. Official Journal of the European
Communities, L333, 1-19.
Cotton, R.T. & Roark, R.C. (1928) Ethylene oxide as a
fumigant. Industrial and Engineering Chemistry, 20,
805.
Cronier, S.D. (1977) Destruction by chlorine dioxide of
viruses and bacteria in water. MS thesis, University
of Cincinnati, Ohio.
Cross, G.L.C. & Lach, V.H. (1990) The effects of
controlled exposure to formaldehyde vapour on
spores of Bacillus globigii NCTC 10073, Journal of
Applied Bacteriology, 68, 461-469.
Curran, H.R., Evans, F.R. & Leviton, A. (1940) The
sporicidal action of hydrogen peroxide and the use
of crystalline catalase to dissipate residual peroxide.
Journal of Bacteriology, 40, 423-434.
Dadd, A.H. & Daley, G.M. (1980) Resistance of
microorganisms to inactivation by gaseous ethylene
oxide. Journal of Applied Bacteriology, 49, 89-101.
Dadd, A.H., Town, M.M. & McCormick, K.E. (1985). The
influence of water on the resistance of spores to
inactivation by gaseous ethylene oxide. Journal of
Applied Bacteriology, 58, 613-621.
Dahi, E. (1976) Physicochemical aspects of disinfection of
water by means of ultrasound and ozone. Water
Research, 10, 677-684.
Dancer, B.N., Power, E.G. & Russell, A.D. (1989) Alkali-
induced revival of Bacillus spores after inactivation
by glutaraldehyde. FEMS Microbiology Letters, 48,
345-348.
II – 6.26
Davenport, S.M. (1989) Design and use of a novel
peracetic acid sterilizer for absolute barrier sterility
testing chambers, Journal of Parenteral Science and
Technology, 43, 158-166.
Department of Health (1994) Health Technical
Memorandum 2010 Part 3: Validation and
Verification - Sterilization, London: Her Majesty's
Stationery Office.
Dewhurst, E. & Hoxey, E.V. (1990) Sterilization methods.
In Guide to Microbiological Control in
Pharmaceutical (eds Denyer, S. & Baird, R.), pp.
182-218. London: Ellis Horwood.
Elford, W.J. & van den Ende, J. (1942) An investigation of
the merits of ozone as an aerial disinfectant. Journal
of Hygiene, 42, 240-265.
Ernst, E.R. & Doyle, J.F. (1968) Sterilization with gaseous
ethylene oxide: a review of chemical and physical
factors. Biotechnology and Bioengineering, 10, 1-31.
Ernst, E.R. & Shull, J.J. (1962a) Ethylene oxide gaseous
sterilization. I. Concentration and temperature
effects. Applied Microbiology, 10, 337-341.
Ernst, E.R. & Shull, J.J. (1962b) Ethylene oxide gaseous
sterilization. II. Influence of method of humidification.
Applied Microbiology, 10, 342-344.
Farooq, S. & Akhlaque, S. (1983) Comparative response
of mixed cultures of bacteria and viruses to
ozonation. Water Research 17, 809-812.
Fraser, S.J., Gillette, R.B. & Olson, R.L. (1974) Sterilizing
and Packaging Process Utilizing Gas Plasma. US
Patent 3 851 436.
Fraser, S.J., Gillette, R.B. & Olson, R.L. (1976) Sterilizing
Process and Apparatus Utilizing Gas Plasma. US
Patent 3 948 601.
Gal, G., Kiss, E., Foldes, J. & Dombi, A. (1992)
Disinfection of regenerated dialyzers with ozone.
International Journal of Artificial Organs, 15, 461-
464.
German, A., Panouse-Perin, J. & Gurin, B. (1966)
Sterilization with ozone. Annales Pharmaceutiques
Françaises, 24, 693-701.
Gershenfeld, L. & Davis, D.E. (1952) The effect of
peracetic acid on some thermoaciduric bacteria.
American Journal of Pharmacy, 124, 337-342.
Gilbert, G.L., Gambill, V.M., Spiner, D.R., Hoffman, R.K.
& Phillips, C.R. (1964) Effect of moisture on
ethylene oxide sterilization. Applied Microbiology,
12, 496-503.
Greene, A.K., Few, B.K. & Serafini, J.C. (1993) A
comparison of ozonation and chlorination for the
disinfection of stainless steel surfaces, Journal of
Dairy Science, 76, 3612-3620.
Griffith, C.L. & Hall, L.A. (1940) Sterilizing Colloid
Materials. US Patent 2 189 949.
Gross, P.M. & Dixon, L.F. (1937) Method of Sterilizing,
US Patent 2 075 845.
Gut Boucher, R.M. (1980) Seeded Gas Plasma
Sterilization Method. US Patent 4,207,286.
Haller, J.F. & Northgraves, W.W. (1955) Chlorine dioxide
and safety. TAPP, 38, 199-202.
Handlos, V. (1977) Formaldehyde sterilization I.
Determination of formaldehyde residuals in
autoclave-sterilized materials. Archives of
Pharmaceutical Chemistry and Scientific Education,
5, 163-169.
Handlos, V. (1979) Formaldehyde sterilization II.
Formaldehyde-steam sterilization; the process and
its influence on the formaldehyde residuals.
Archives of Pharmaceutical Chemistry and Scientific
Education, 7, 1-11.
Handlos, V. (1984) Technical aspects of gaseous
formaldehyde as a sterilant. Biomaterials, 5, 81-85.
Hauchman, F.S. (1983) Inactivation of viruses with
chlorine dioxide. PhD thesis, Johns Hopkins
University, Baltimore, Maryland.
Hauchman, F.S.I., Noss, C.I. & Olivieri, V.P. (1986)
Chlorine dioxide reactivity with nucleic acids. Water
Research, 20,357-361.
Health and Safety Executive (1996) EH 40/96
Occupational Exposure Limits 1996. Sheffield:
Health and Safety Executive.
Hoffman, R.K. (1971) Toxic gases. In Inhibition and
Destructon of the Microbial Cell (ed. Hugo, W.B.),
pp. 225-258. London and New York: Academic
Press.
Hoffman, R.K. & Warshowsky, B. (1958) Beta-
propiolactone vapor as a disinfectant. Applied
Microbiology, 6, 358-362.
Hoxey, E.V. (1984) Bacterial spores as biological
indicators for sterilization by low temperature steam
and formaldehyde. PhD thesis, University of Bath.
Hoxey, E.V. (1989) The case for parametric release. In
Proceedings of the Eucomed Conference on
Ethylene Oxide Sterilization (21-22 April 1989,
Paris), pp. 45-47. Brussels: Eucomed.
Hoxey, E.V. (1991) Low temperature steam
formaldehyde. In Sterilization of Medical Products
(eds Morrissey, R.F. & Prokopenko, Y.I.), pp. 359-
364. Morin Heights, Canada: Polyscience
Publications.
Hurrell, D.J., Line S.J. & Cutts, D.W. (1983) Isolating
samples in the chamber of a steam-formaldehyde
II – 6.27
sterilizer. Journal of Applied Bacteriology, 55, 135-
142.
Ide, P.R. (1979) The sensitivity of some avian viruses to
formaldehyde fumigation. Canadian Journal of
Comparative Medicine, 43, 211-216.
Ikarashi, Y., Tsuchiya, T. & Nakamura, A. (1995)
Cytotoxicity of medical materials sterilized with
vapour-phase hydrogen peroxide. Biomaterials, 16,
177-183.
Ingram, M. & Barnes, E.M. (1959) Sterilization by means
of ozone. Journal of Applied Bacteriology, 17, 246-
271.
International Agency for Research on Cancer (IARC)
(1985) Hydrogen Peroxide. IARC Monograph.
Geneva: World Health Organization.
International Agency for Research on Cancer (IARC)
(1994) Ethylene Oxide. IARC Monograph. Geneva:
World Health Organization.
International Electrotechnical Commision (IEC) (1996)
IEC FDIS 1010-2-042 Safety Requirements for
Electrical Equipment for Measurement. Control and
Laboratory Use. Particular Requirements for
Autoclaves Using Toxic Gas for the Treatment of
Medical Materials, and for Laboratory Processes.
Geneva: IEC.
International Programme on Chemical Safety (IPCS)
(1990) Ozone. IPCS Chemical Safety Card, Vol. 68.
Geneva: World Health Organization.
International Programme on Chemical Safety (IPCS)
(1991a) Formaldehyde, IPCS Health and Safety
Guide, Vol. 57. Geneva: World Health Organization.
International Programme on Chemical Safety (IPCS)
(1991b) Chlorine Dioxide. IPCS Safety Card, Vol.
127. Geneva: World Health Organization.
International Standards Organization (ISO) (1994) ISO
11135 Sterilization of Medical Devices - Validation
and Routine Control of Industrial Ethylene Oxide
Sterilization. Geneva: ISO.
International Standards Organization (ISO) (1995) ISO
CD 14538 Method for the Establishment of
Allowable Limits for Residues in Medical Devices
Using Health-based Risk Assessment. Geneva:
ISO.
International Standards Organization (ISO) (1996) ISO
10993-7 Biological Evaluation of Medical Devices-
Part 7: Ethylene Oxide Sterilization Residuals.
Geneva: ISO.
International Standards Organization (ISO) (1997) ISO
CD 14937 Sterilization of Healthcare Products -
General Requirements for Characterization of a
Sterilizing Agent, and the Development, Validation
and Routine Control of a Sterilization Process.
Geneva: ISO.
Jacobs, P.T. (1989) Plasma sterilization. Journal of
Healthcare Material Management, 7, 49.
Janssen, D.W. & Schneider, P.M. (1993) Overview of
ethylene oxide alternative sterilization technologies.
Zentral Sterilisation, 1, 16-32.
Jeng, D.K. & Woodworth, A.G. (1990a) Chlorine dioxide
gas sterilization of oxygenators in an industrial scale
sterilizer: a successful model. Artificial Organs, 14,
361-368.
Jeng, D.K. & Woodworth, A.G. (1990b) Chlorine dioxide
gas sterilization under square wave conditions.
Applied and Environmental Microbiology, 56, 514-
519.
Johnson, J.W., Arnold, J.F., Nail, S.L. & Renzi, E. (1992)
Vaporized hydrogen peroxide sterilization of freeze
dryers. Journal of Parenteral Science and
Technology, 46, 215-225.
Jones, L.A., Jr, Hoffman, R.K. & Philips, C.R. (1967)
Sporicidal activity of peracetic acid and β-
propiolactone at subzero temperatures. Applied
Microbiology, 15, 357-362.
Jorkasky, J.F. (1993) Special considerations for ethylene
oxide: chlorofluorocarbons. In Sterilization
Technology (eds Morrissey, R.F. & Phillips, G.B.),
pp. 391-401. New York: Van Nostrand Reinhold.
Kamiki, T. & Kikkawa, Y. (1976) Ozone sterilization
technique of hydrophillic contact lenses. A 20th
Congress Paper Contact, 20, 16-18.
Karlson, E.K. (1989) Ozone sterilization. Journal of
Healthcare Material Management, 7, 43-45.
Kaye, S. (1949) The sterilizing action of gaseous ethylene
oxide. III. The effect of ethylene oxide and related
compounds upon bacterial aerosols. American
Journal of Hygiene, 50, 289-295.
Kaye, S. & Phillips, C.R. (1949) The sterilizing action of
gaseous ethylene oxide. IV. The effect of moisture.
American Journal of Hygiene, 50, 296-306.
Kietzmann, U. (1957) Uber die Wirkung von Ozon gegen
Bakterien in der Lebensmittel und Fischindustrie.
Archiv für Lebensmittelhygiene, 8, 35-37.
Kereluk, K., Gammon R.A. & Lloyd R.S. (1970)
Microbiological aspects of ethylene oxide
sterilization. II Microbial resistance to ethylene
oxide. Applied Microbiology, 19, 152-156.
Kessel, J.F., Allison, D.K., Moore, F.J. & Kaime, M.
(1943) Comparison of chlorine and ozone as
virucidal agents of poliomyelitis virus. Proceedings
of the Society for Experimental Biology and
Medicine, 53, 71-73.
II – 6.28
Klarenbeek, A. & Van Tongeren, H.A.E. (1954) Viricidal
action of ethylene oxide gas. American Journal of
Hygiene, 52, 525-528.
Klapes, N.A. & Vesley, D. (1990) Vapour-phase hydrogen
peroxide as a surface decontaminant and sterilant.
Applied and Environmental Microbiology, 56, 503-
506.
Knapp, J.E., Rosenblatt, D.H. & Rosenblatt, A.A. (1986)
Chlorine dioxide as a gaseous sterilant. Medical
Device and Diagnostic Industry, 8, 48-51.
Kolb, R.W. & Schneitner, R. (1950) The germicidal and
sporicidal efficacy of methyl bromide for Bacillus
anthracis. Journal of Bacteriology, 59, 401-412.
Kowalski, J.B., Hollis, R.A. & Roman, C.A. (1988)
Sterilization of over wrapped foil suture packages
with gaseous chlorine dioxide. In Developments in
Industrial Microbiology, Vol. 29 (ed. Pierce, G.), pp.
239-245. Amsterdam: Elsevier Science Publishers.
Kozlov, Y.I. & Debabov, V.G. (1972) Change in matrix
properties of native DNA treated with formaldehyde.
Biochemistry USSR, 37, 304-311.
Lee, M.G., Ireland, D.S., Hunt, P., Vallor, J., Francis, P. &
Gothard, A. (1990) Water purification using ozone
and UV radiation in combination. Pharmaceutical
Journal, 245, 674-675.
Leiguarda, R.H., Peso, D.A. & de Palazzolo, A. (1949)
Accion bactercida del ozono. Annales de la
Asociation Quimica Argentina, 37, 165.
(ilegível) formaldehyde sterilizer for gas penetration
efficiency. Journal of Clinical Pathology, 26, 716-
719.
Liu, T.S., Howard, G.L., & Stumbo, C.R. (1968).
Dichlorodifluoromethane-ethylene oxide mixture as
a sterilant at elevated temperatures. Food
Technology, 22, 86-89.
Loew, O. (1886) Uber Formaldehyd und dessen
Condensation. Journal für Praktische Chemie
Chemiker Zeitung, 33, 321-351.
Lowings, P.H. (1956) The fungal contamination of kentish
strawberry fruits in 1955. Applied Microbiology. 4,
84-88.
McCarthy, J.A. (1944) Bromine and chlorine dioxide as
water disinfectants. Journal of the New England
Water Works Association, 58, 55-68.
Majumdar, S.B., Ceckler, W.H. & Sproul, O.J. (1973)
Inactivation of poliovirus in water by ozonation.
Journal WPCF, 45, 2433-2443.
Malchesky, P.S. (1993) Peracetic acid and its application
to medical instrument sterilization. Artificial Organs,
17, 147-152.
Marcos, D. & Wiseman, D. (1979) Measurements of
formaldehyde concentrations in a sub-atmospheric
steam-formaldehyde autoclave. Journal of Clinical
Pathology, 32, 567-575.
Masschelein, W.J. (1979) Industrial applications of
chlorine dioxide and sodium chlorite. In Chemistry
and Environmental Impact of Oxychlorine
Compounds (ed. Rice, R.G.), pp. 147-183. Ann
Arbor, Michigan: Ann Arbor Science Publishers.
Masschelein, W.J. (1982) Ozonization Manual for Water
and Wastewater Treatment. New York: John Wiley
& Sons.
Matthews, I.P., Gibson, C. & Samuel, A.H. (1989)
Enhancement of the kinetics of the aeration of
ethylene oxide sterilized polymers using microwave
radiation. Journal of Biomedical Material Research,
23, 143-156.
Mecke, P. (1992) Hydrogen peroxide plasma - an
interesting microbiocidal concept. Hygiene und
Medizin. 17, 537-543.
Menashi, W.P. (1968) Treatment of Surfaces. US Patent
3 383 163.
National Research Council (1980) Drinking Water and
Health, Vol. 2. Washington, DC: National Research
Council.
Nordgren, G. (1939) Investigations on the sterilization
efficacy of gaseous formaldehyde. Acta Pathologica
et Microbiologica Scandinavica, Supplement XL, 1-
165.
Noss, C.I., Hauchman, F.S. & Olivieri, V.P. (1986)
Chlorine dioxide reactivity with proteins. Water
Research, 20, 351-356.
Orcutt, R.P., Otis, A.P. & Alliger, H. (1981) Alcide TM: an
alternative sterilant to peracetic acid. In Recent
Advances in Germfree Research. Proceedings of
the (ilegível) Sasaki, S. Ozawa, A & Hashioto, K.,)
pp. 79-81. Tokyo: Japan: Tokai University Press.
Page B.F.J. (1993) Special considerations for ethylene
oxide: product residues. In Sterilization Technology
(eds Morrissey, R.F. & Phillips, G.B.) pp. 402-420.
New York: Van Nostrand Reinhold.
Peeples, R.E. & Anderson, N.R. (1985a) Microwave
coupled plasma sterilization and depyrogenation I.
System characteristics. Journal of Parenteral
Science and Technology, 39. 2-8.
Peeples, R.E. & Anderson, N.R. (1985b) Microwave
coupled plasma sterilization and depyrogenation II.
Mechanisms of action. Journal of Parenteral
Science and Technology, 39, 9-15.
Pflug, I. J. & Holcomb, R. (1983) Principles of thermal
destruction of microorganisms. In Disinfection,
II – 6.29
Sterilization and Preservation, 3rd end (ed. Block,
S.S.), pp. 51-810. Philadelphia: Lea and Febiger.
Phillips, C.R. (1949) The sterilizing action of gaseous
ethylene oxide. II Sterilization of contaminated
objects with ethylene oxide and related compounds:
time, concentration and temperature relationships.
American Journal of Hygiene, 50, 280-288.
Phillips, C.R. (1952) Part IX. Relative resistance of
bacterial spores and vegetative bacteria to
desinfectants. Bacteriological Reviews. 16, 135-138.
Phillips, C.R. & Kaye, S. (1949) The sterilizing action of
gaseous ethylene oxide. I. Review. American
Journal of Hygiene, 50, 270-279.
Pickerill, J.K. (1975) Practical system for steam-
formaldehyde sterilizing. Laboratory Practice, 24,
401-404.
Portner, D.M. & Hoffman, R.K. (1968) Sporicidal effect of
peracetic acid vapour. Applied Microbiology, 16,
1782-1785.
Posey, J.L. & Swank, R.W. (1989) Apparatus for
Sterilizing Film and Like Packaging Material. US
Patent 4 888 155.
Posey, J.L., Swank, R.W., Sliva, M.E. & Picken, J.E.
(1988) Apparatus for Removing Liquid and Residue
from a Web of Film. US Patent 4 783 947.
Profumo, A. & Pesavento, M. (1986) Extraction and gas
chromatographic determination of residual
formaldehyde in micro-surgical materials. Analyst,
111, 241-242.
Public Health Laboratory Service (1958) Disinfection of
fabrics with gaseous formaldehyde by the committee
on formaldehyde disinfection. Journal of Hygiene,
Cambridge, 56, 488-515.
Rickloff, J.R. & Graham, G.S. (1989) Vapour phase
hydrogen peroxide sterilization. Journal of
Healthcare Material Management, 7, 45-49.
Ridenour, G.M. & Armbruster, E.H. (1949) Bactericidal
effect of chlorine dioxide. Journal of the American
Water Works Association, 41, 537-550.
Ridenour, G.M. & Ingols, R.S. (1947) Bactericidal
properties of chlorine dioxide. Journal of the
American Water Works Association, 39, 561-567.
Ridenour, G.M., Ingols, R.S. & Armbruster, E.H. (1949)
Sporicidal properties of chlorine dioxide. Water and
Sewage Works, 96, 279-283.
Robertshaw, R.G. (1983) Low temperature steam and
formaldehyde sterilization. Journal of Hospital
Infection, 4, 305-314.
Rosenblatt, D.H., Rosenblatt, A.A. & Knapp, J.E. (1985)
Use of Chlorine Dioxide Gas as a Chemosterilizing
Agent. US Patent 4 504 442.
Rosenblatt, D.H., Rosenblatt, A.A. & Knapp, J.E. (1987)
Use of Chlorime Dioxide Gas as a Chemosterilizing
Agent. US Patent 4 681 739.
Rutala, W.A. & Weber, D.J. (1996) Low temperature
sterilization technologies: do we need to redefine
"sterilization"? Infection Control and Hospital
Epidemiology, 17, 87-91.
Sanchez-Ruiz, C., Martinez-Royano, S. & Tejero-Monzon,
I. (1995) An evaluation of the efficiency and impact
of raw wastewater disinfection with peracetic acid
prior to ocean discharge. Water Science and
Technology. 32, 159-166.
Schrader, H. & Bossert, E. (1936) Fumigant Composition.
US Patent 2,037,439.
Schumb, W.C., Satterfield, C.N. & Wentworth, R.L. (1955)
Hydrogen Peroxide. New York: Reinhold.
Singer, P.C. (1990) Assessing ozonation research needs
in water treatment. Journal of the American Water
Works Association, 84, 78-88.
Sintim-Damoa, K. (1993) Other gaseous methods. In
Sterilization Technology (eds Morrissey, R.F. &
Phillips, G.B.), pp. 335-347. New York: Van
Nostrand Reinhold.
Snyder, J.E. & Chang, P.W. (1974) Relative resistance of
eight human enteric viruses to ozonation in
Saugatucket River water. In Proceedings of the
International Ozone Institute Workshop on Aquatic
Applications of Ozone, pp. 82-99. Boston:
International Ozone Institute.
Sordellini, P.J. (1997) Speeding ethylene oxide-sterilized
products to market with parametric release. Medical
Device and Diagnostic Industry. 19, 67-80.
Spicher, G. & Peters, J. (1976) Microbial resistance to
formaldehyde I. Comparative quantitative studies in
some selected species of vegetative bacteria,
bacterial spores, fungi, bacteriophages and viruses.
Zentralblatt für Bakteriologie, Parasitenkunde.
Infektions-Krankheiten und Hygiene, I. Abteilung
Originale, Reihe B, 173, 188-196.
Spicher, G. & Peters, J. (1981) Heat activation of bacterial
spores after inactivation by formaldehyde:
dependence of heat activation on temperature and
duration of action. Zbl. Bakt. Hyg I Abt. Orig. B 173,
188-196.
Spiner, D.R. & Hottman, R.K. (1971) Effect of relative
humidity on formaldehyde decontamination. Applied
Microbiology, 22, 1138-1140.
Sprague, E.K. (1899) Formaldehyde disinfection in a
vacuum chamber. Public Health Reports. 14, 1549-
1559.
II – 6.30
Sproul, O.J. & Majumdar, S.B. (1975) Poliovirus
inactivation with ozone in water. In Proceedings of
the 1st International Symposium on Ozone Water
Wastewater Treatment 1973 (eds Rice, R.G. &
Browning, M.E.), pp. 288-295. Waterbury,
Connecticut: International Ozone Institute.
Stevenson, K.E. & Shafer, B.D. (1983) Bacterial spore
resistance to hydrogen peroxide. Food Technology.
37, 111-114.
Stoddart, G.M. (1989) Ozone as a sterilizing agent.
Journal of Healthcare Material Management, 7, 42-
43.
Sulzer, F., Ramadan, F. & Wuhrmann, K. (1959) Studies
on the germicidal action of ozone. Schweiz, Z.
Hydrol. 21, 112-122.
Swartling, P. & Lindgren, B. (1968) The sterilizing effect
against Bacillus subtilis spores of hydrogen peroxide
at different temperatures and concentrations.
Journal of Dairy Research, 35, 423-428.
Symons, J.M. (1980) Ozone, chlorine dioxide and
chloramines as alternatives to chlorine for
disinfection of drinking water: generation and usage
of alternate disinfectants. In Ozone and Chlorine
Dioxide Technology for Disinfection of Drinking
water. (ed. Katz, J.), pp. 4-12. Park Ridge, New
Jersey: Noyes Data Corporation.
Syvan, J.F., MacMahon, J.D. & Vincent, G.P. (1944)
Chlorine dioxide - a development in the treatment of
potable water. Water Works and Sewerage. 91, 423-
426.
Tensmeyer, L.G. (1976) Method of Killing Microorganisms
in the Inside of a Container Utilizing a Laser Beam
Induced Plasma. US Patent 3, 955, 921.
Tensmeyer, L.G., Wright, P.E., Fegenbush, D.O. &
Snapp, S.W. (1981) Sterilization of glass containers
by laser initiated plasmas. Journal of Parenteral
Science and Technology, 35, 93-96.
Toledo, R.T., Escher, F.E. & Ayres, J.C. (1973) Sporicidal
properties of hydrogen peroxide against food
spoilage organisms. Applied Microbiology, 26, 592-
597.
Trakhtman, N.N. (1946) Chlorine dioxide in water
disinfection. Giegiena i Sanit, 11, 10-13.
Trujillo, R. & David, T.J. (1972) Sporostatic and sporicidal
properties of aqueous formaldehyde. Applied
Microbiology, 23, 618-622.
Turner, F.J. (1983) Hydrogen peroxide and other oxidant
disinfectants. In Disinfection, Sterilization and
Preservation, 3rd edn (ed. Block, S.S.), pp. 240-250.
Philadelphia: Lea and Febiger.
United Nations Environment Programme (UNEP) (1987)
Montreal Protocol on Substances that Deplete the
Ozone Layer. Final act, Nairobi. New York: UNEP.
Vaughn, J.M., Chen, Y.S., Lindburg, K. & Morales, D.
(1987) Inactivation of human and simian rotaviruses
by ozone. Applied and Environmental Microbiology,
53, 218-2221.
Vink, P. (1986) Residual formaldehyde in steam-
formaldehyde sterilized materials. Biomaterials, 7,
221-224.
Wagner, E.L. (1962) Bond character in XYm-type
molecules: chlorine-oxygen compounds. Journal of
Chemistry and Physics, 37, 751-759.
Walker, G.S., Lee, F.P. & Aieta, E.M. (1986) Chlorine
dioxide for taste and odour control. Journal of the
American Water Works Association, 78, 84-93.
Walker, J.F. (1964) Formaldehyde. ACS Monograph No.
159, New York: Reinhold.
Walker, J.T., Mackerness, C.W., Malloin, D., Makin, T.,
Williets, T. & Keevil, C.W. (1995) Control of
Legionella pneumophila in a hospital water system
by chlorine dioxide. Journal of Industrial
Microbiology, 15, 384-390.
Wardle, M.D. & Renninger, G.M. (1975) Bactericidal
effect of hydrogen peroxide on spacecraft isolates.
Applied Microbiology, 30, 710-711.
White, G.C. (1986) Handbook of Chlorination, 2nd edn.
New York: Van Nostrand Reinhold.
Wilkins, R.J. & MacLeod, H.D. (1976) Formaldehyde
induced DNA-protein crosslinks in Escherichia coli.
Mutation Research. 36, 11-16.
Winarno, F.G. & Stumbo, C.R. (1971) Mode of action of
ethylene oxide on spores of Clostridium botulinum
62A. Journal of Food Science, 36, 892-895.
Wright, A.M., Hoxey, E.V., Soper, C.J. & Davies, D.J.G.
(1996) Biological indicators for low temperature
steam formaldehyde sterilization: investigation of the
effect of change in temperature and formaldehyde
concentration on spores of Bacillus
stearothermophilus NCIMB 8224. Journal of Applied
Bacteriology, 80, 259-265.
Wright, A.M., Hoxey, E.V., Soper, C.J. & Davies, D.J.G.
(1997) Biological indicators for low temperature
steam formaldehyde sterilization: effect of variations
in recovery conditions on the response of spores of
Bacillus stearothermophilus NCIMB 8224 to low
temperature steam formaldehyde. Journal of Applied
Bacteriology, 82, 552-556.