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Texto da SBP sobre prevenção da Febre reumática.
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II Consenso Sobre Prevenção da Febre Reumática da SBP
Normatização da Prevenção da Febre Reumática
A febre reumática (FR) é uma doença inflamatória difusa do sistema conectivo,
multissistêmica, não supurativa, que se manifesta como complicação tardia, entre uma e
cinco semanas, após infecção da orofaringe pelo Estreptococo Beta-hemolítico do
Grupo A (EBGA) de Lancefield. A doença é desencadeada por respostas imunológicas
de hiperreatividade, humoral e celular, em indivíduos geneticamente predispostos.
Como nenhuma manifestação clínica ou laboratorial é exclusiva da doença, a
sistematização do diagnóstico, através dos critérios de Jones revisados, diminui a
possibilidade de erros diagnósticos (5,10).
A FR incide preferencialmente em crianças e adolescentes, coincidindo com a faixa
etária de maior prevalência da infecção estreptocócica. O acometimento é raro antes dos
três e após os 20 anos, surgindo com maior freqüência na idade escolar, entre os cinco e
15 anos. A doença tem caráter recorrente, observando-se que quanto maior o número de
surtos agudos prévios, maior a tendência a novos episódios, que são mais freqüentes nos
cinco primeiros anos após a fase aguda. O número de recidivas relaciona-se diretamente
com os índices de morbimortalidade e com a evolução desfavorável, ocorrendo
acometimento cardíaco mais grave nas recorrências (11,21).
A incidência e a prevalência da doença vêm apresentando declínio nas últimas décadas.
Nos países desenvolvidos, a freqüência da FR apresentou redução expressiva,
concomitante à melhora das condições de vida da população. Entretanto, o
reaparecimento da doença em algumas áreas dos paises industrializados deve ser
considerado como um alerta de sua presença potencial, apesar do aparente controle. Nos
paises em desenvolvimento, a FR e sua seqüela, a cardiopatia reumática crônica,
continuam sendo um desafio para todos os profissionais de saúde. Nessas áreas, a FR é
a causa mais importante de doença cardíaca adquirida, representando um relevante
problema de saúde publica, devido aos significativos índices de morbimortalidade,
custos sociais.e econômicos.
Profilaxia Primária
A profilaxia primária implica no controle da infecção estreptocócica para prevenção do
surto inicial de FR e é realizada através da redução do contato com o EBGA, tratamento
da faringoamigdalite e erradicação da bactéria. Entre as maiores dificuldades de uma
prevenção primária eficaz, destacam-se o não-reconhecimento das formas
assintomáticas ou oligossintomáticas da infecção estreptocócica e os problemas
resultantes das aglomerações humanas com condições de habitação e saneamento
inadequados, facilitando a propagação do estreptococo de pessoa a pessoa, freqüente
nas comunidades fechadas e, principalmente, a terapêutica inadequada pela escolha de
droga bacteriostática e não-bactericida, dose e duração insuficientes para erradicar a
bactéria.
É necessário o uso de um antibiótico com eficácia clínico-bacteriológica comprovada,
espectro de ação adequado, regime terapêutico de fácil aderência e baixo custo, além de
efeitos colaterais mínimos. Para a obtenção de taxas máximas de cura — erradicação do
EBGA da orofaringe — níveis tissulares adequados devem ser mantidos durante 10
dias. Ressalta-se que se o tratamento correto é administrado até nove dias após o início
da faringoamigdalite, ainda previne o surto agudo de FR (6). É importante enfatizar que
nenhum antibiótico isoladamente erradica o EBGA da orofaringe de 100% dos
pacientes tratados (2,17,19, 23).
Levando em conta estes fatos, o antibiótico de escolha para a profilaxia primária da FR
ainda é a penicilina e nos casos de alergia, a eritromicina permanece como alternativa
(4,6,8), embora esta indicação seja discutível na atualidade pelo aumento importante da
resistência do EBGA a este antibiótico (Tabela 1).
A penicilina benzatina em dose única, intramuscular, é suficiente para erradicar a
bactéria da orofaringe, com custo extremamente acessível. Infelizmente, os temores às
reações de hipersensibilidade, de modo geral, superdimensionados e infundados,
acrescidos ao fato da administração por via parenteral e dolorosa, foram fatores
determinantes da acentuada diminuição de sua indicação pelos médicos e também de
sua aceitação pelos pacientes e seus familiares.
A penicilina V apresenta elevada atividade bactericida contra o EBGA, característica
que tem sido mantida ao longo dos anos. É bastante bem tolerada, com poucos efeitos
adversos e baixo custo. Praticamente todos os estudos de avaliação da eficácia de novos
antibióticos orais para o tratamento da faringoamigdalite estreptocócica utilizam a droga
como controle. Por isso, a penicilina V permanece como a terapêutica de escolha
recomendada em cursos de 10 dias, com administração três vezes ao dia.(18, 20).
Outras penicilinas orais, como a ampicilina, a amoxicilina e mesmo a amoxicilina
associada ao ácido clavulânico, apresentam eficácias semelhantes à penicilina V quanto
à erradicação da bactéria, às vezes, com esquemas posológicos mais confortáveis,
porém, em geral com custos maiores e com efeitos colaterais mais freqüentes, em
especial em relação ao trato gastrointestinal.
Recentemente, alguns fatores tem sido identificados para justificar respostas
terapêuticas inadequadas ao uso das penicilinas no tratamento das infecções
estreptocócicas:
- Tolerância à penicilina (CBM/CIM elevada) - referida com maior freqüência em
pacientes com faringoamidalites estreptocócicas não responsivas ao tratamento (“falhas
terapêuticas”) em relação aos portadores de faringoamidalites tratadas com sucesso.
- Inativação da penicilina por bactérias produtoras de beta-lactamase - o Staphylococcus
aureus, o Bacteroides fragilis e, mais recentemente, a Moraxella catarrhalis são
exemplos de bactérias da orofaringe produtoras de beta lactamase.
- Interferência bacteriana - antibióticos orais, em especial a penicilina V, podem alterar
a flora bacteriana da orofaringe, cujo equilíbrio parece ser importante na defesa contra o
EBGA.
Apesar destes fatos, o uso continuado da penicilina nos últimos 40 anos, não se
acompanhou de aumento na taxa de falhas bacteriológicas e os escapes bacteriológicos
observados após tratamento com penicilina não estiveram associados à complicações
supurativas ou não supurativas (13).
Novos antibióticos, como as cefalosporinas orais e os macrolídeos, tem sido propostos
como alternativas às penicilinas (6,15,16). As cefalosporinas são, na atualidade,
bastante utilizadas para o tratamento da faringoamigdalite estreptocócica (3,6,7,16).
Cefalexina, cefadroxil, e mais recentemente cefaclor, cefuroxime axetil, cefixime,
ceftibuten parecem apresentar taxas de cura semelhantes à penicilina V, alguns com
nítidas vantagens posológicas (cefadroxil, cefixime, ceftibuten), outros com efeitos
colaterais mais acentuados (cefaclor, cefuroxime acetil, cefixime), porém, todos com
custo maior, quando comparados à penicilina V. A administração de cefadroxil em dose
única diária acompanha-se de taxas de aderência superiores a 90% (6).
Os macrolídeos, como a eritromicina e mais recentemente, a claritromicina e a
azitromicina apresentam eficácias semelhantes à penicilina V, sendo que os dois últimos
têm nítidas vantagens posológicas e menores efeitos colaterais quando comparados à
eritromicina (12,22). O esquema terapêutico de cinco dias de azitromicina em dose
única diária (500mg no primeiro dia e 250mg nos quatro dias subseqüentes) foi
aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) como segunda escolha para o
tratamento de faringoamigdalite estreptocócica em indivíduos com idades iguais ou
superiores a 16 anos (12). Em crianças, este esquema terapêutico parece levar a um
número maior de recorrências das infecções estreptocócicas.
O uso das cefalosporinas de segunda e terceira gerações e dos novos macrolídeos, como
drogas de primeira linha para o tratamento da faringoamigdalite estreptocócica, não é
recomendado, pois pode levar a um rápido aumento da resistência bacteriana,
ampliando as dificuldades para o tratamento de pacientes alérgicos à penicilina.
As sulfas, tetraciclinas, sulfametoxazol- trimetroprim e o cloranfenicol são contra-
indicados para tratamento e erradicação do EBGA.
Quando há opção pelas penicilinas ou outros antibióticos orais, a aderência passa a ser
um fator importante no sucesso do tratamento. A maior parte dos pacientes apresenta
melhora significativa dos sinais e sintomas da faringoamigdalite após dois a três dias do
início do quadro, com ou sem tratamento, o que dificulta a manutenção da terapêutica
durante os 10 dias necessários para a erradicação do EBGA. Contudo, esta manutenção
é de grande importância, uma vez que todos os estudos disponíveis demonstram que
cursos terapêuticos de cinco e mesmo de sete dias são significativamente menos
eficazes quando comparados aos cursos de 10 dias (16).
É importante enfatizar que a grande maioria dos estudos publicados sobre o bons
resultados de antibioticoterapia utilizada por períodos inferiores a 10 dias e com
intervalos maiores entre as doses para tratamento da faringoamigdalite
estreptocócica inserem-se em contexto epidemiológico diverso para o EBGA e
referem-se a sua erradicação da orofaringe em países nos quais a FR está
praticamente extinta, fato que ainda não ocorre no Brasil.
Os contatos domiciliares de pacientes com FR devem ser submetidos à cultura de
orofaringe e tratados quando o resultado for positivo. Muitas vezes, devido às
dificuldades para realização de culturas, a profilaxia primária é recomendada para todos
os contatos domiciliares, especialmente nas crianças em idade escolar e nos
adolescentes (23). A amigdalectomia em pacientes com FR, com o objetivo de diminuir
a freqüência das infecções estreptocócicas e as recorrências da FR, não tem indicação
(23).
Concluindo, a penicilina benzatina mantém-se como a melhor opção para a profilaxia
primária da FR. Contudo, quando sua utilização não for possível pelas várias razões
citadas anteriormente, é importante que a escolha seja direcionada para antibióticos
bactericidas para o EBGA, com espectros de ação reduzidos —menor possibilidade de
resistência bacteriana — boa tolerância, esquema posológico confortável e baixo custo.
Profilaxia Secundária
A profilaxia secundária implica no controle de recidivas da FR. A terapia antibiótica
contínua deve ser instituída logo após a confirmação do diagnóstico, considerando-se
que o paciente portador de FR tem grande possibilidade de desenvolver novos surtos
agudos da doença, na vigência de episódios de faringoamigdalite pelo EBGA. Se o
primeiro surto de FR não pôde ser evitado, a prevenção das recorrências — profilaxia
secundária — tem o objetivo de impedir o aparecimento de lesões valvares no paciente
reumático sem acometimento cardíaco prévio, aparecimento de novas lesões ou
agravamento das lesões instaladas em surtos anteriores.
A medicação de escolha é a penicilina G benzatina (PGB), administrada em doses e
intervalos suficientes para manter concentração sérica de 0,03 unidades/ ml. Nos paises
em desenvolvimento, a aplicação de PGB com intervalos de três semanas é justificada e
recomendada (8,24). Níveis séricos adequados de penicilina foram encontrados em
pacientes utilizando a PGB em esquemas quinzenais ou a cada três semanas, sendo o
último intervalo mais conveniente, por promover maior adesão dos pacientes. O
esquema mensal resultou em valores inadequados para proteção eficaz durante todo o
intervalo entre as aplicações (14).
Nos pacientes com alergia, a penicilina pode ser substituída pela sulfadiazina, que
apresenta eficácia para profilaxia secundária semelhante à penicilina V, porém ambas
com maiores riscos de recidivas, quando comparadas à PGB. Nos casos raros de alergia
à penicilina e à sulfadiazina, a eritromicina pode ser empregada como alternativa.
(Tabela 2).
A adesão ao tratamento por período prolongado é o grande desafio da profilaxia
secundária, pelo inconveniente da utilização de medicação dolorosa. Em caso de
queixas de dor intensa e, principalmente nos pacientes cujo sintoma é fator limitante
para adesão à profilaxia, tem sido recomendada a adição de 0,5 ml de cloridrato de
lidocaína a 2%, sem vasoconstritor, ao conteúdo do frasco de PGB (1).
Visando a adesão plena e o êxito da profilaxia secundária, é importante orientar o
paciente e seus familiares sobre a regularidade da medicação prescrita, além de
esclarecer sobre a evolução da doença, suas repercussões e riscos, Da mesma forma, é
necessário universalizar o acesso ao diagnóstico, ao tratamento das repercussões e,
principalmente, disponibilizar a medicação profilática e sua aplicação.
Quanto à duração da profilaxia secundária, registrada na Tabela 3, os períodos variam
de acordo com a faixa etária, tipo de manifestação na fase aguda, presença de valvopatia
residual e sua evolução, considerando-se que os pacientes com acometimento cardíaco
na fase aguda, independente de cardiopatia residual na fase crônica, apresentam maior
risco de cardite nas recidivas (8,24).
Tabela 3 - Duração da profilaxia secundária Grupos de pacientes Duração Pacientes sem
cardite na fase aguda Até a idade de 21 anos, por tempo mínimo de 5 anos, com
preferência pelo período mais longo Pacientes com cardite na fase aguda, mas sem
cardiopatia crônica residual Até a idade de 25 anos, por tempo mínimo de 10 anos, com
preferência pelo período mais longo Pacientes com cardiopatia crônica residual ou
submetidos à implantação de próteses valvares Por tempo indefinido, no mínimo até os
40 anos Na vigência de novos episódios de faringoamigdalite, estes devem ser tratados,
recomendando-se a realização de cultura de swab oral. A titulação de anti-estreptolisina
deve ser realizada entre duas e quatro semanas após o início da infecção, idealmente
através de duas dosagens com intervalos de quinze dias.
A profilaxia secundária da FR, mesmo nos pacientes com adesão regular, não previne a
endocardite infecciosa. Nos portadores de valvopatia reumática crônica, submetidos a
procedimentos com risco de bacteremia, é necessário esquema adicional, variável de
acordo com o tipo e local da intervenção. Com o objetivo de prevenir a endocardite,
estes pacientes, por apresentarem risco mais elevado, devem submeter-se a avaliações
periódicas da saúde oral, em especial os portadores de próteses valvares (9).
.Em conclusão, as estratégias de prevenção da febre reumática — profilaxias primária,
secundária— abrangem decisões políticas e planos de ação com implantação de
programas educacionais e de assistência, envolvendo as equipes de saúde em estreita
relação com profissionais da área de ensino para difundir as informações, esclarecer
dúvidas, evitar o sub-diagnóstico da infecção estreptocócica, além de vigilância
contínua para implementar a adesão aos esquemas profiláticos.
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