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—— íi NUMERO I 'Lisboa-Belem, 15 de Abril de 1906 ANNO I ASS'GN ATUKAS (PAOAMBMlO ADlAMTADO) Anno 3oo réis Semestre , '° * Avulso 10 * ADMINISTRADOR ARMANDO DA SILVA PUBLICAÇÕES E MNHNCIOS PREÇOS CONVENCIONAES I ADMINISTRAÇÃO RUA DA' JUNQUEIRA, 476 EOITOR—Thomaz Rodrigues Mathias EXPEDIENTE HA multo, quo niitrimoR n Ideia, «1«- que nliiír nc 6 Aftatlo n lic»room pnbUoBvoe», que llie afio emettlilH», »'» H também coaheoemox, que iiuo lbew anal" te o at*-elt<>, Ao us uaorper, lenilo-ni* lib. IiO»*- jjA, reenianrto-ee uo puga- meuto, qiianilu aparece o co- brador A porta. A lodoN oa amigos a q>em tomamos « Ilberdmle «se en- viai- n noses .Liberdade. agradecnmoN o favor da sna asslgnaiura, o «os que u«o qnizerem honrar-nom com a inclusà o«to seu nome Bll lista dos nossos a s-isr nnntes, igualmente ag-Bdecemos a devolução do presente nume- K eaolarecldo esto ponto fi- camos As ord<-ns, de quem qulzer a t ilisa da- oolnm- nas * lo noHSo jornal, gratuita mente, para tratar de assum- ptos locoes, vindo os esorip- toN d»*Tida>n< k nto porque a redução sti toma a re»pousi.billdi.de de tudo. que seju unicamente sua au- ctoria. ITOL.HA QXJINZmiVAli Director L.UIZ PEREIRA gará por temos concorrido para j uma intamia, e nunca o rosto senos enlanv ara por termos solicitado uma mercê, avassalando a nossa alma e a firmeza das nossas convi- ções. Posto isto, e porque a intrasigen- cia é o principio da nossa orienta- ção, nós saudamos Belem, cujo passado aponta gloriosas datas, pe- la aparição do nosso collega «O Correio de Belem», e pela existên- cia da nossa «A Liberdade» que será, o que nós queremos, que se- ja, e não o que os outros deseja- riam, que fosse. A Redação. A questão dos Tabacos N OS Ha pouco tempo viu a luz da pu- blicidade aqui em Belem um quin- zenário, que se intitula «O Correio de Belem». Longe de ser o que a espectativa esperava, o nosso col- lega não tem advogado com aquel- la independência, que seria para louvar. Então, e, porque este burgo en- feudado muito, que devia es- tar ao abrigo de certas veniagas e desleixos, surgeiiu-nos a ideia de fundar outro quinzenário com o ti- tulo de «A Liberdade; e que será rigoroso defensor não dos Bele- nenses,como especialmente d'aquel- las camadas sociaes, que merecen- do mais apoio, teem sido condem- navelmente desprotegidas e aban donadas. A politica local, que muito tem po esteve enfeudada a pilulas e cataplasmas tem se desdobrado, não pela e^plução positiva e na- tural dos factos, como também pelo descontentamento produzido pela podridão, que avassalla não es- te pequeno domínio, como o paiz inteiro. Na nossa folha não será enco- miosamente elevado á categoria de heroe, quem quer que seja, caben do-nos é claro, isto é, assistindo nos o livre direito de prestar home- nagem, a quem séria e honrada- mente cumpra os seus deveres de verdadeiro portuguez, patroci- nando ideias boas e grandiosas, servindo a causa do povo, que é a causa da humanidade. Não pretendemos destruir n'um dia, o que annos teem monopolisa- do, mas nunca a fronte se nos ver- A Morte da Terra Começa hoje a public-ir-se em folhe tins d este jornal, o romance de gran- de interesse scientifico, escripto por um dos nossos mais novos e desconhecidos escriptores: Antonio Ernesto Pereira de Critico illustTpJo que aos doze annos escreveu a sua primeira trsg-dia A Ma gdalena, trabalho simples, mas corre- pio, escrevendo depi is os seus talento- sos trabalhos, fD. João de Mello. La g' imas históricas, Isabel de Portugal, O infante D. João e tanu s outros fiu- ctos do seu modestíssimo trabalho. Escrip'or que, escrevendo o nosso folhetm fez nascer mas um» pérola na liiteratura pottugueza chamando se essa pérola A MORTE DA TERRA O final do mundo! O gelo eterno. O anjo da S iencia, a Historia, as ci dades grandiosas do Equador, a im- mensa Regionisganda cidade capital do Império Equatorial, a bella e enamo- rada Dulce, as grandes luctas entre os povos do Norte e os do Sul. As guerras entre os latinos e os impérios d'Africn e da índia, o poder da Australia, cen- tro da força, os horrendos combates a«reos. A guerra das duas Americas, ultimo Império, derradeira rrpublica, a morte do génio, o homem selvagem, o ultimo crime, a ultima prostituição, o gelo, o final do mundo, lórma tudo is so um encantador romance que ANTONIO PEREIRA DE SA' escreveu de proposito para a nossa hu milde folha, e nós o recommendamos aos leitores estudiosos e ás nossas en- cantadoras e scismaticas leitoras- N'elle se encontrará campo largo para mcdit-r, para estudar. Bando Precatório Causou impressão a prohtbição do bando precatório a favor das victi- mas da Catastrophe de Courrières. «A Liberdade» cumprindo o seu de- ver lamenta profundamente, que a au- ctoridade superior prohibisse o opera- riado de Lisboa de se manifestar pe rante tão horrível catastrophe. Publicamos a seguir a carta que o «Século» que diz ser defensor dos in- teresses do operatiado se recusou a publicar. III. 0,0 e Ex. mo Sr. redactor do jornal «O Século». Pedimos a V. Ex. a a publicação da seguinte carta, pela qual lhe ficamos mu tissimos reconhecidos : No jornal de que V. Ex. 1 é mui di- gno redactor, de 7 do corrente, lar- ga noticia da questão dos tabacos, com- mentando e preconisando a medida do ex. ra4 sr. mini-tro da fazend», pela qual vae ser posto a concurso publico o ex clusivo do Lbrico dos tabacos. D z V. Ex. 1 que os interesses do es- tado e dos operários foram cuidadosa- mente acautelados, e n'outro período : que á comp. 1 dos tabacos nada se tira, etc.; Com referencia aos operários, per- mitia V. Ex 1 que lhe digamos, que os interesses dos operários, não não foram cuidadosamente acautelados mas atbitraria e injustamente cerceados, ti- rando-se-lhes garantias valiosíssimas que lhes estão consignadas na lei de 2:* de março de 1891, A' companhia é que cousa alguma se lhe tirou; a essa é que os seus in- teresses foram cuidadosamente acaute- lados, visto que será ella, sem duvida 1 Iguma, .que ficará com o exclusivo, ao passo que tudo se prevê, para que o novo concessionário não pos-a ser pre- judicado quando terminar a concessão O governo supprimiu os art'gos i5. e 16 0 da lei de 23 de março de 1891, dexando os operários na contigencia de não terem a mais insignificante ga- rantia no fim da concessão. Os art'gos i3.° e i6.° di lei de 23 | de março de 1891 sao do theor seguinte. Artigo i5.° O governo fará annun- ciar com a maior publicidade, antes de terminar o prazo da concessão do ex- clusivo, se entende por conveniente passar ao regimen da liberdade do fa- brico. permittindo n'este caso a c 0 " 5 ' tru ção de novas fabricas, se assim lhe fôr requerido, as quaes não poderão, comtudo, começar os trabalhos de fa- bricação sem findar o prazo do con.ra- cto com os concessionários : ^ «Nas fabricas que laborarem nesse regiir en de liberd de, orgatnsar-se hao «CHixas de reformas», subsidiadas pelo estado, e «ca ; xas de soccorros» em con- dições taes, que pessoal operário e nao open rio, a que se refere o n.° 0 da base 5. 1 , possa auferir no novo regi men as mesmas vantagens que lhe eram concedidas pelos concessionários do ex- clusivo. «O pessoal não operário, actuaimen te em serviço na administração da «re- gie», que não obtiver collocação nas novas fabricas, passará para o serviço do Estado. «As mesmas fabricas não poderão admittir novos operários emquanto es tiverem sem collocação alguns dos exis tentes no serviço da administração ge ral dos tabacos em i5 de maio de 1890. «Os encargos que restarem do lega- do de João Paulo Cordeiro, quando terminar a concessão do exclusivo, fi carão a cargo do E>tado. Mas as fa bricas que entrarem em laboração ín- demnisarão o Estado d'esta despeza, dividindo entre si o encargo, proporcio- REDACTORES PEREIRA E E JOAQUIM JOSÉ DA SILVA HEOKClQ RUA DA JUNQUERA, 476 TYP. T. DO SACRAMENTO AO CARMO, 3 A 7 I nalmente á producção fabril de cada I uma. Artigo 16. 0 No caso de continuar o regimen do exclusivo, quer na adminis- tração do E-tado, quer na de particula- res, o pessoal operário e não operário, actualmente ao serviço da administra- ção geral dos tabacos, que existia n'es- sa data, c- ntinuará a gosar as vanta- gens que lhe confere esta lei». Como V. Ex. sr. redactor, estes artigos consignam aos operários e ao jessoal não operário garamias impor- tantíssimas; e custa a ciêr que o go- verno não as tomasse em consideração, mas não não as tomou em conside- ração, cemo supprimiu disposições le- gaes, que as camaras podiam sup- arimir. Pelo artigo 16.°, finda a concessão, tinham os operários direito a todas as garantias que a lei de 33 de março de 1891 lhes concedr, actualmente pela nova portai ia ficam á merce das con- tingências futuras; daqui a 19 annos ainda haverá muitíssimos operários, pois que a média da edade é actual- mente de 39 annos, no entanto a maio- ria serão velhos; e n'essa edade prove- cta que se vão encontrar sem gaiantias. A propria rtforma de i®5.o téissc- manaes a que teem direito estão arris- cados a ficar sem ella, se os governos d'esse ten po forem ccmo este, e aqui tem V. Ex. 1 sr. redactor, em que vem a dar a protecção do governo aos ope- rários e o cuidado que os interesses d'estes lhe merecem. Os oper-rios, como V. Ex. 1 aabe, veem de ha muito fazendo uma serie de pedidos, de entre os quaes se des- taca, como de rorior justiça, o augmen- to de reforma, pois o governo em vez de atender a este pedido que todas as pessoas acham justo, corta-lh s uma das melhores garantias, sem cons de- ração de especie alguma, pem respeito que se deve á lei, aos du eitos adqui- ridos por longos annos de trabalho, a tudo emfim, quanto é justo e equitati- vo, não podem os operários deixar de pre testar, em nome de todos os seus di eitos postergados, contra um tal at opello da lei, e assim o farão por todos os meios kgaes até que justiça lhes seja feita. Lisboa 8 de Abril de 19 6 Pela classe dos manipuladores de tabaco de L'sboa. José da Silva Esperança, Saul Pa- coldino Fernandes, Joaquim José da Rocha. Pela classe do Porto Ignacio de Sou\a, tilippe Soares Dias, Torquato Joaquim do Couto. Feira de Alcantara Abriu hontem sabbido esta diversão popular, que este anno se encontra consideravelmente augmentada. Este anno o aspecto di feira e me- lhor, para o que cmtribuiram todos os barraqueiros, que capricharam em apre- sentar as suas barracas com o mais ir- reprehensivel aceio. A feira devia abrir no d a 1. de maio, mas como os barraqueiros requeres- sem á Camara para a abertura se re? - iizar em abril, esta deferiu lhes o pe- dido, marcando o dia de hontem p3ra a sua abertura. ft x- 5t> 0 to 03 tn ar: í<J a v Jv j

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íi NUMERO I 'Lisboa-Belem, 15 de Abril de 1906 ANNO I

ASS'GN ATUKAS (PAOAMBMlO ADlAMTADO)

Anno 3oo réis Semestre ,'° * Avulso 10 *

ADMINISTRADOR ARMANDO DA SILVA

PUBLICAÇÕES E MNHNCIOS

PREÇOS CONVENCIONAES

I

ADMINISTRAÇÃO

RUA DA' JUNQUEIRA, 476

EOITOR—Thomaz Rodrigues Mathias

EXPEDIENTE

HA multo, quo niitrimoR n Ideia, «1«- que nliiírnc"» 6

Aftatlo n lic»room pnbUoBvoe», que llie afio emettlilH», »'»H

também coaheoemox, que iiuo lbew anal" te o at*-elt<>, Ao us uaorper, lenilo-ni* lib. IiO»*- jjA, reenianrto-ee uo puga- meuto, qiianilu aparece o co- brador A porta.

A lodoN oa amigos a q>em tomamos « Ilberdmle «se en- viai- n noses .Liberdade. agradecnmoN o favor da sna asslgnaiura, o «os que u«o qnizerem honrar-nom com a inclusà o«to seu nome Bll lista dos nossos a s-isr nnntes, igualmente ag-Bdecemos a devolução do presente nume-

K eaolarecldo esto ponto fi- camos As ord<-ns, de quem qulzer a t ilisa da- oolnm- nas * lo noHSo jornal, gratuita mente, para tratar de assum- ptos locoes, vindo os esorip- toN d»*Tida>n<knto porque a redução sti toma a re»pousi.billdi.de de tudo. que seju unicamente d» sua au- ctoria.

ITOL.HA QXJINZmiVAli

Director — L.UIZ PEREIRA

gará por temos concorrido para j uma intamia, e nunca o rosto senos enlanv ara por termos solicitado uma mercê, avassalando a nossa alma e a firmeza das nossas convi- ções.

Posto isto, e porque a intrasigen- cia é o principio da nossa orienta- ção, nós saudamos Belem, cujo passado aponta gloriosas datas, pe- la aparição do nosso collega «O Correio de Belem», e pela existên- cia da nossa «A Liberdade» que será, o que nós queremos, que se- ja, e não o que os outros deseja- riam, que fosse.

A Redação.

A questão dos Tabacos

N OS

Ha pouco tempo viu a luz da pu- blicidade aqui em Belem um quin- zenário, que se intitula «O Correio de Belem». Longe de ser o que a espectativa esperava, o nosso col- lega não tem advogado com aquel- la independência, que seria para louvar.

Então, e, porque este burgo en- feudado há muito, que devia es- tar ao abrigo de certas veniagas e desleixos, surgeiiu-nos a ideia de fundar outro quinzenário com o ti- tulo de «A Liberdade; e que será rigoroso defensor não só dos Bele- nenses,como especialmente d'aquel- las camadas sociaes, que merecen- do mais apoio, teem sido condem- navelmente desprotegidas e aban donadas.

A politica local, que muito tem po esteve enfeudada a pilulas e cataplasmas tem se desdobrado, não só pela e^plução positiva e na- tural dos factos, como também pelo descontentamento produzido pela podridão, que avassalla não só es- te pequeno domínio, como o paiz inteiro.

Na nossa folha não será enco- miosamente elevado á categoria de heroe, quem quer que seja, caben do-nos é claro, isto é, assistindo nos o livre direito de prestar home- nagem, a quem séria e honrada- mente cumpra os seus deveres de verdadeiro portuguez, já patroci- nando ideias boas e grandiosas, já servindo a causa do povo, que é a causa da humanidade.

Não pretendemos destruir n'um dia, o que annos teem monopolisa- do, mas nunca a fronte se nos ver-

A Morte da Terra Começa hoje a public-ir-se em folhe

tins d este jornal, o romance de gran- de interesse scientifico, escripto por um dos nossos mais novos e desconhecidos escriptores:

Antonio Ernesto Pereira de Sá Critico illustTpJo que aos doze annos

escreveu a sua primeira trsg-dia A Ma gdalena, trabalho simples, mas corre- pio, escrevendo depi is os seus talento- sos trabalhos, fD. João de Mello. La g' imas históricas, Isabel de Portugal, O infante D. João e tanu s outros fiu- ctos do seu modestíssimo trabalho.

Escrip'or que, escrevendo o nosso folhetm fez nascer mas um» pérola na liiteratura pottugueza chamando se essa pérola

A MORTE DA TERRA

O final do mundo! O gelo eterno. O anjo da S iencia, a Historia, as ci dades grandiosas do Equador, a im- mensa Regionisganda cidade capital do Império Equatorial, a bella e enamo- rada Dulce, as grandes luctas entre os povos do Norte e os do Sul. As guerras entre os latinos e os impérios d'Africn e da índia, o poder da Australia, cen- tro da força, os horrendos combates a«reos. A guerra das duas Americas, ultimo Império, derradeira rrpublica, a morte do génio, o homem selvagem, o ultimo crime, a ultima prostituição, o gelo, o final do mundo, lórma tudo is so um encantador romance que

ANTONIO PEREIRA DE SA'

escreveu de proposito para a nossa hu milde folha, e nós o recommendamos aos leitores estudiosos e ás nossas en- cantadoras e scismaticas leitoras-

N'elle se encontrará campo largo para mcdit-r, para estudar.

Bando Precatório Causou má impressão a prohtbição

do bando precatório a favor das victi- mas da Catastrophe de Courrières.

«A Liberdade» cumprindo o seu de- ver lamenta profundamente, que a au- ctoridade superior prohibisse o opera- riado de Lisboa de se manifestar pe rante tão horrível catastrophe.

Publicamos a seguir a carta que o «Século» que diz ser defensor dos in- teresses do operatiado — se recusou a publicar.

III.0,0 e Ex.mo Sr. redactor do jornal «O Século».

Pedimos a V. Ex.a a publicação da seguinte carta, pela qual lhe ficamos mu tissimos reconhecidos :

No jornal de que V. Ex.1 é mui di- gno redactor, de 7 do corrente, dá lar- ga noticia da questão dos tabacos, com- mentando e preconisando a medida do ex.ra4 sr. mini-tro da fazend», pela qual vae ser posto a concurso publico o ex clusivo do Lbrico dos tabacos.

D z V. Ex.1 que os interesses do es- tado e dos operários foram cuidadosa- mente acautelados, e n'outro período : que á comp.1 dos tabacos nada se tira, etc.;

Com referencia aos operários, per- mitia V. Ex 1 que lhe digamos, que os interesses dos operários, não só não foram cuidadosamente acautelados mas atbitraria e injustamente cerceados, ti- rando-se-lhes garantias valiosíssimas que lhes estão consignadas na lei de 2:* de março de 1891,

A' companhia é que cousa alguma se lhe tirou; a essa é que os seus in- teresses foram cuidadosamente acaute- lados, visto que será ella, sem duvida 1 Iguma, .que ficará com o exclusivo, ao passo que tudo se prevê, para que o novo concessionário não pos-a ser pre- judicado quando terminar a concessão

O governo supprimiu os art'gos i5. e 16 0 da lei de 23 de março de 1891, dexando os operários na contigencia de não terem a mais insignificante ga- rantia no fim da concessão.

Os art'gos i3.° e i6.° di lei de 23 | de março de 1891 sao do theor seguinte.

Artigo i5.° O governo fará annun- ciar com a maior publicidade, antes de terminar o prazo da concessão do ex- clusivo, se entende por conveniente passar ao regimen da liberdade do fa- brico. permittindo n'este caso a c0"5' tru ção de novas fabricas, se assim lhe fôr requerido, as quaes não poderão, comtudo, começar os trabalhos de fa- bricação sem findar o prazo do con.ra- cto com os concessionários : ^

«Nas fabricas que laborarem nesse regiir en de liberd de, orgatnsar-se hao «CHixas de reformas», subsidiadas pelo estado, e «ca;xas de soccorros» em con- dições taes, que pessoal operário e nao open rio, a que se refere o n.° 0 da base 5.1, possa auferir no novo regi men as mesmas vantagens que lhe eram concedidas pelos concessionários do ex- clusivo.

«O pessoal não operário, actuaimen te em serviço na administração da «re- gie», que não obtiver collocação nas novas fabricas, passará para o serviço do Estado.

«As mesmas fabricas não poderão admittir novos operários emquanto es tiverem sem collocação alguns dos exis tentes no serviço da administração ge ral dos tabacos em i5 de maio de 1890.

«Os encargos que restarem do lega- do de João Paulo Cordeiro, quando terminar a concessão do exclusivo, fi carão a cargo do E>tado. Mas as fa bricas que entrarem em laboração ín- demnisarão o Estado d'esta despeza, dividindo entre si o encargo, proporcio-

REDACTORES PEREIRA E SÁ

E JOAQUIM JOSÉ DA SILVA

HEOKClQ

RUA DA JUNQUERA, 476

TYP. T. DO SACRAMENTO AO CARMO, 3 A 7

I nalmente á producção fabril de cada I uma.

Artigo 16.0 No caso de continuar o regimen do exclusivo, quer na adminis- tração do E-tado, quer na de particula- res, o pessoal operário e não operário, actualmente ao serviço da administra- ção geral dos tabacos, que existia n'es- sa data, c- ntinuará a gosar as vanta- gens que lhe confere esta lei».

Como V. Ex. vê sr. redactor, estes artigos consignam aos operários e ao jessoal não operário garamias impor- tantíssimas; e custa a ciêr que o go- verno não as tomasse em consideração, mas não só não as tomou em conside- ração, cemo supprimiu disposições le- gaes, que só as camaras podiam sup- arimir.

Pelo artigo 16.°, finda a concessão, tinham os operários direito a todas as garantias que a lei de 33 de março de 1891 lhes concedr, actualmente pela nova portai ia ficam á merce das con- tingências futuras; daqui a 19 annos ainda haverá muitíssimos operários, pois que a média da edade é actual- mente de 39 annos, no entanto a maio- ria serão velhos; e n'essa edade prove- cta que se vão encontrar sem gaiantias.

A propria rtforma de i®5.o téissc- manaes a que teem direito estão arris- cados a ficar sem ella, se os governos d'esse ten po forem ccmo este, e aqui tem V. Ex.1 sr. redactor, em que vem a dar a protecção do governo aos ope- rários e o cuidado que os interesses d'estes lhe merecem.

Os oper-rios, como V. Ex.1 aabe, veem de ha muito fazendo uma serie de pedidos, de entre os quaes se des- taca, como de rorior justiça, o augmen- to de reforma, pois o governo em vez de atender a este pedido que todas as pessoas acham justo, corta-lh s uma das melhores garantias, sem cons de- ração de especie alguma, pem respeito que se deve á lei, aos du eitos adqui- ridos por longos annos de trabalho, a tudo emfim, quanto é justo e equitati- vo, não podem os operários deixar de pre testar, em nome de todos os seus di eitos postergados, contra um tal at opello da lei, e assim o farão por todos os meios kgaes até que justiça lhes seja feita.

Lisboa 8 de Abril de 19 6 Pela classe dos manipuladores de

tabaco de L'sboa. José da Silva Esperança, Saul Pa-

coldino Fernandes, Joaquim José da Rocha.

Pela classe do Porto Ignacio de Sou\a, tilippe Soares

Dias, Torquato Joaquim do Couto.

Feira de Alcantara

Abriu hontem sabbido esta diversão popular, que este anno se encontra consideravelmente augmentada.

Este anno o aspecto di feira e me- lhor, para o que cmtribuiram todos os barraqueiros, que capricharam em apre- sentar as suas barracas com o mais ir- reprehensivel aceio.

A feira devia abrir no d a 1. de maio, mas como os barraqueiros requeres- sem á Camara para a abertura se re? - iizar em abril, esta deferiu lhes o pe- dido, marcando o dia de hontem p3ra a sua abertura.

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A LIBERDADE

Eleições

Realizam-se no dia 29 do corrente as eldçõss geraes para d patad >s.

As lis as raonarchicas náo estão por emquanto completas, razão porque as não publicamos.

Os candidatos que o Partido Repu- blicano apresenta ao suffragio dos elti teres de Li>boa são; pelo:

Circujo n * i5 (Lisboa Oriental)

i.° e 2 ° bairros de Lisbata, concelhos de Alemquer, Arruda dos Vinhos. Aztmbujv Cadaval, Loures e Villa Franca de Xira.

Aft >rr<o Augusto da Costa (Dt) Lente da Universidade

Antomo José d'Almeida (Dr) Medico. Antonio Lu 7. Gomez (Dr.) advogado. Augusto Cesar d'Almeida Vasconcel-

los G>rr ia (Dr.) Lente da Escola Me dica de Lisboa

Bernar Jino Lu z Machado Guimarães (DrJ Lente da Universidade.

Circulo n.° 16 (Lisboa Occidental)

3 0 e 4 0 bairros de Lisboa, Cascaes, Cintra, Loudithã, Mafra, Oeiras, Sobral Mont'At*raço e Torres Vedras.

Alexmdre Braga (Dr.) Advogid». João Duarte de M-nezes (Dr.) Ad-

vogado João José de Freitas (Dr ) Advogado

e professor. P u'o José Falcão (Dr.) Advogado. P.dro Anton o Bettencourt Riposu

(Dr.) Lente da Escola Medica de Lis- boa.

«Como é sabido cáhiu um dos go- v rnos da rotação e acaba de se erguer outro»

«No meio das muhiplicas dificulda- des, que ha muito avassalam o paiz, não f stejamos o pa tido que entrou, como não deploramos ò outro que sa hiu. Ao contrario — se fosse exigida uma manifestação do nosso animo pe- rante o facto cortsurmtudo — só teria mos de felicitar vivarreme o que des- appareceu das cadeiras do poder, e de lamentar o qu *, para o substituir, acaba de ser chamado».

Quando terminámos a leitura do ar- tigoz nho, não nos podé.nos c< nttr, sem que, em côro Como se fossemos movidos por uma só mola exclamásse- mos :

E' um progre... de g:mma exclama o nossso colKga, e nao nos foi possí- vel condnuar, pois que um dos nossos coliaboradores imponuo nos silencio, terminou com a discussão, para no prevenir, que no artigo seguinte o Cor reio de Betem du ia :

«S >mos e seremos independentes em politica.

Ora senhores de cima, sejam tnais | não deve conservar-se na rectaguarda generosos, cone» dim musica todos cs 1 da civilisação, deve mostrar, que as domingos a este burgo, como ha nos suas forças vitaes augmentam, e que a rmtrrkc rtoacAinc I »..« J a _ j outros passeios.

N. dofio

No largo da memoria em Arcolena, rediz-im se no proximo mez de Junho grandes festejos promovidos por uma commissão de negociantes e proprietá- rios do sitio

sua instrucção nada fica a dever ás ou- tras n coes 1

Somos pequeno«, mas a nossa pe- quenez, devidamente illustrada, tornar- se-ha digna de attenção do mundo in- teire» r

E para fazer conhecer ás outras na- ções a nossa extrema ignorância, emi-

A commissão está envidando todos pra "annuilmein,e m,lh"e; de homens,

os esforços pa-aqueos festejos tenham o maior brilho e ' explendor possíveis.

Misérias portuguezas

Belem e anedees

Segundo todos os cálculos é de pre- sumir, que os candidatos republicanos este anno tenham assento no parla- mento.

h* certo, que a guerra da oposição e as manobras do governo, tudo hão de fazer pira evitar a sua entrada nas côr- tes, mis te nos um vaticínio, que ape- sar de todas as sortes de escamotea ção, dies irão áquella casa de repre sentição defender gloriosa e nobre- mente os interesses do povo.

O segundo numero de «A Liberda- de» sahe no proximo dia 29. e como com ide com o dia das eleições, dará

Companhia das Aguas

Ha trez annos que se fez em Arco lena um reservatório. Todos julgavam que a localidade teria o abastecimento de agua, e afinal — ficou tudo como d'antes.

Quando é, que a companhia se digna mandar abastecer d'agua o populoso bairro d'Arcolena?

Travessa dos Ferreiros

E' intolerável o estado, em que se encontra esta travessa, a vassoura pa- rece está prohibida de alli varrer, de forma que o l.xo n'aquelle logar é aos monte».

Chamamos para este facto a attenção de quem competir.

Praça D. Fernando

Afinal e depois de constantes e justas reclamações conseguiram os habitantes de Belem, terem musi:a umt vez por ... * , u\. ut.it.iii. lv_iv.hi 11 í ta -11 -a uni « »

o resumo das assembleias, que ate a mc? no CQ exlste n esta raç, nAri» /f -v irtrnnl antrni» nn »r% * —_ " . hora d> jornal entrar na machina te nham f ito o escrutínio e respectivo apuramento

Independente!... São do artigo editorial do Correio

de Ideiem — Folha Independente — os trechos que a seguir publicamos:

x Folhetim de «A LIBERDADE»

Antonio Ernesto Pereira de Si

A MORTE DA TERRA

Horaanco original

PARTE I

Grandes guerras

capitulo 1

Sciencia e Historia

Gelo! Tanto gelo!.. . O mundo gelado... a sciencia humana... gelo. . . o homem . . gelo.. . ge- lo... tanto gelo, tanto gelo!

Cidades, campos, mares, centros scientiricos onde a civilisação bri- lhou durante séculos... onde o ouro fi z brilhar milhares de formo suras, onde a vaidade imperou so- ^>re os tôlos, onde os mais extraor- dinários génios se elevaram ao su- blime, onde o lupanar campeou com todas as misérias, onde se abriram academias para criar sábios, onde i

E' claro, que a p aça D Fernando não é aquella formosa Avenida, que existe no coração da cidade, nem esses formosos e vastos passeios que ha na cidade Mas porque mesmo assim seja não conhecemos o motivo, porque sen- do este pitoresco sitio tão populoso, lhe seja somente concedido um domin- go por mez de musica.

os sábios se multiplicaram, os exér- citos dominaram o amôr perdeu milhares de infelizes, todos esses campos verdejantes, valles formo- síssimos, montanhas grandiosas, todos esses mares cobertos de for- lalezas de aço, percorrido pelas mais estravagantes machinas,perfu- rado por ponteagudos submarinos, todas essas cidades coalhadas de escolas de prostituição e de fabricas, emporios do génio do homem, tu- do isso de todas essas sublimida- des o que existe?

Gelo. . . gelo. . . um frio que se assemelha á morte !

Miséria se pode cham r a tudo o que modernamente tem occorrido ne-te paiz, cujo povo, tão bom, tão paciente, de tantas venturas era merecedor.

As misérias são muitas, mas a maior de todas, o ma or cancro, que vae mi- nan 10 a pouco e pouco, cobardemente, a vida nacional, é a instrucção popular, que os nossos governos têem posto de parte, como se educar um povo não fos»e preparar á n ção um futuro cheio de venturas e de glorias.

Que tristeza nos causam as estatís- ticas! Que immensidaie de analpha- betos 1

E ousamos dir o nome de civilisada a uma nação, em que quatro partes dos seus habitantes não sabem ler, e, que portanto não p<»dem tomar parte activa nos destinos da nação?

Mis se a percentagem dos ignoran tes aterra, ainda rrrais aterrados fica mos, ao pensarmos,- que muitos dos que estão incluídos na parte instruída do povo, se sabem ler, não podem comprehender o que lêem!

Por um calculo, que talvez seja er rado, porque não temos dados suffici-n-ã não me|t directameme tes para o fazer, somente 20% dos nos co(r^ do EstaJo g| dinheiros portuguezes podem apreç ar o que lêem, fjZ se dessa ,el um, b ^ dc f ,Qt ba„ e port into ter a comprehensao muda CQm toJo Q - ■ , dos «eus direitos e dos seus deveres! 1 1 r

Olhemos as aldeias do nosso pa'zl Vel-as-hemos replectas de analphi-

betos, que entendem, que a instrucção é desnecessária, porque s;us p es ti- nham passado sem cila, e elles mes mos não estão mais adeantados que

1

a maior parte de s quats vão morrer de fome na republica brazilei a, porque os cidadãos brazileiros sabem lêr e os nos- sos emigrantes infelizmente nem sole- trar sabem !

E' triste não é ? Pois para nós é mais que triste, é

vergonhoso! *

• * Não apontaremos este ou aquelle go-

verno como cúmplice na ignorância do povo! Todos infel zmenie teein parte nesse crime, que praticam, não sei se consciente, se inconscientemente.

Nos paizes verdadeiramente civilisa- dos, fecham se prisões e abrem-se esco- las; no nosso as escolas constrvam-se diminutas, sendo motivo dc alegria, quando num sem strr se abre alguma (e ainda para isso é necessário, que es- tejam perto as el içÕes),

As prisões não augmentam. porque as que existem, são s Eficientes para conter os nossos 4:000:000 de habi- tantes !

Parece nos, que existe uma- lei que obriga os pies a mandmtm os filhos á e-cola, mas essa hi ningue n acata, por- que também não ha ninguém, que a possa fazer acatar! Se se tratasse de impostos, seria logo nomeada lima le- gião de fi-caes, que obrigariam os po- bres contribuintes a esportular os tan- tos por cento; mas como se trata d'ins-

os pats!

• * *

■ r Na classe militar ha o grande refle-

xo da v da civ.l: o analphabctisrro. Aquehes, que nos governam, nem

aproveitar quizeram o exemplo de um Tudo o que apontamos é triste, mas dos mais distinctos c flàciaes d > nosso

inda mais trist»- é a comparação dr» nosso civilisado Portugal, com outras nações, que alem de mais pequenas não têem a recommenda-las um pas>a d > glorioso, como o nosso! Essas na- ções sentem, vivem, progr dem; a nos sa definha e reirograJa em vez de avan

«Xercito, o snr. capi ão Homem Chris- to, que em infanteria 23 se tem dedi- cado a ensinar os sold idos da sua com- panhia.

Pois não seria uma grande arma de combate contra a ignorância nacional o ensino dos recrutas por companhias?

ç-rl U n povo, que teve um Luiz de Náo seria de justiça o ensino obrigito- Camões e que tantas glorhs alcançou, rio na vida militar, concedendo aos pro-

A agua e o ar teem diminuído d'uma maneira assombrosa. O aci- do carbónico, o oxigénio e o azo- te, hão desaparecido quasi por completo, desprotegendo a terra do trio congelido do espaço.

O Sol, espalha sobre a Terra um calor infecundo! Uma facha de terreno inter-tropical, algumas pa- lhoças miseráveis onde se veem

uma figuras de enormes cabeças, liguras baixas e rachiticas, envol-

i em pelles de animaes, repu- gnantes, tristes, macilentas, de olhar baço e doentio.

São os homens! O mais tudo gelo. .. o frio ter-

rivel. .. o frio que fez morrer o homem!

A 20 0 de Lat. já o frio era im- possível resistir... a 35.° fazia con- gelar o mercutio!

O urso branco, o arminho, per- coriiam livremente as regiões do Deserto de Dana, da Núbia, da Conchinchina!

A baleia de Spitzberg ha emi- grado para os mares gelados das Philippinas... nas terras tórridas de hoje, viam-se então planícies de gelo. .. o calor se transformou em trio. .. as plantas de cores vivas deram logar a alguns ratos pinhei- ros. . . alguma pequena porção de musgos.

Subamos ao Norte.. . continue- mos a subir... ah! Que vemos?

Uma figura branca como o manto que cobre a terra, diaphana, es- quelética, se encontra sentada n'um banco de gelo... espera... Des- ce dos Ceus um anjo. .. encami- nha se para a figura. .. que é a Sciencia... o anjo, é a Historia.

A Sciencia chorab A Historia approximando-se,

perguTtta: Porque choras? A triste sombra, fita demorada-

mente o anjo, depois desanimada olha em redor diz ndo:

—Não vês a terra ? —E' a lei dos Séculos Que de

mundos morreram para resuscita- rem mais grandiosos, mais subli- mes !

Nascer... viver... morrer... resuscitar...

O animal vive, morre, resuscita, não como espirito, mas alimentan- do com as suas substancias as plan- tas. .. os inanimados... outros animaes. .. outras vidas Imagina o corpo do homem. [Continua).

A LIBERDADE

fessores, sargentos e offkiaes, uma gra- tificação, que os estimulasse e lhe* des- se coragem para arcar com as dificul- dades. que nesse ensino encontrassem?

Não seria para nó- motivo de alegria immensa, ver sahir das fileiras do exer- cito h< mens que soubessem ler, homens que podessem 3esempenhar bem o seu papel na sociedade portugueza ?

Que orgulho para o exe cito, diz°r: o lJa\\ eu/regou nos homens ignorantes, e nós damos llie homens instruídos!

E então o exercno seria a grande es Cola dos cidadãos poriuguezes, e delle sahiriam homens, que poderiam apre ciar a vida da sua patria, e dar lhe mesmo com o seu trabalho o impulso, de que tauo está necessitada!

Emquanto a luz da inutrucçãd não for derramada em todo o paiz, emquan- to esses 8o°/0 de analphabeios íe não transformar em 8 '°/0 de portuguezes instruídos, as nações «.ívilisadis olharão para nós assombradas, de que Poriu- gal-seja tão bom equilibrista, que ainda consiga equilihrar se na corda bamba da ignorância popular 1

Diogo do Carmo Reis.

A quem competir

Chamamos a ettenção das auctori- dades competentes para mandarem passar uma rigorosa vistoria á fabrica de moagens. Oliveira Bahuto & Gnn çalves, situada na rua do Caes em Be- lem, que ha muito se acha deshabiiada, para evitar de futuro qualquer desmo- ronamento, que possa causrr algum deaastre grave.

Já. quando foi da sua construcção desmoronou g ande parte do edifício, o que leva a crer, que é de má cons trucção.

Ao nosso collega Corrèio de Belem defensor dos interesses locaes passou desapercebido tão importante facto, ou não faria referencia a e'le com receio de agourar nova queda (?).

Festas Associativas

Grupo Família Alegre.— Nas sallas d'este club eft.-ouou-si no Domingo passado um concerto de psnlterio pel > actor Ricardo c< m acompanhamento de viola por Fran isco d'Oliveira.

Todos os números foram bisados pela assistência que era selecta e nu- merosa.

Em s;gu:di deu-se começo á Soirée dançanio-se com entrain até de madru- gada.

Club Recreativo do Caivano. — N'este club realizou se no d a 7 uma brilh mte recita seguida de baile que se prolongou até ás 4 horas da manhã.

F oot-Iiall

Na quinta feira próxima passada rea- lizou se no Campo das Salessias um desafio de Foot Ball entre um Grupo de estudantes da Casa Pia e o Grupo Foot Ball Belem.

Este ultimo grupo era composto dos srs. Goal — Keeper — Carlos Cunha Baeche—Henrique Costa e José dos Santos.

HalfDaeehs—A'berto Alves, Antonio Alves e Pedro Azevedo.

Fourdars — Antonio Costa, Augusto Lopes. Henrique Teixeira, Luiz Vieira e Antonio M yrehes.

Depois de renh'da lucta conseguío —como pe r acaso — o gtupo Casa Pia metter um goal

O j go do Foot Ball Belem foi mais valoroso, obedecendo sempre ás regras ex gidas no jogo de Foot-Ball.

Lembramos ao digno chefe da 14.* esquadra a conveniência de mandar um ou dois guard s para o Campo d is Sa lessias, nos dias em que se realizem quaesquer desafi s, isto no intuito de evitar scenas selvagens, como as que nós prezenciamos e das quaes foi o principal auctor um individuo que usa pela alcunha do gigante.

Ourique •

Assignado pelos srs. José Pedro Dias, Cypriano Joaquim Figueira, Basilio da Risa Loures, Joaquim Antonio N jbre e Antonio S>bino Mestre, foi profusa- mente distribuído aos eleitores do con cetho de Ourique um manifesto do qual recortamos os seguintes trechos:

«A todos quantos amam o seu paiz. a todos qu ntos teem como a maior riqueza a dignidade da sua pessoa e a honra do seu nome, se dirij m os si- gnatários, n'esta hora verdadeiramente solemne da nossa vida nactond.

Ht dez annos que se organizou aqui o partido republicano, e está na me- moria de todos a maneira brilhante co- mo se fez.

De então até hoje ainda*» partido re- publicano d'este concelho não concor- reu á urna.

Muitas e varias causas o teem des- viado d'esse campo; mas é chegado o momento de pôr de parte todas as con- siderações, sej im ellas de que ordem forem, pa a só se pensar nos interes ses superiores da patria.

Da monarchia já não ha a esperar nada de bom. O seu tempo já passou. Ha muito que desempenhou o seu pap 1 e h je só por meios violentos e ilegiti mos, e escudadi na indft.rença do publico se pode manter.

Não vos pedimos o voto por que isso é uma indignidade, que só inconscien tes e venaes toleram; não vos f .zemos falsas e illusorias promessas, porque isso só é proprio de homens desquali- ficados.

D zemos vos simplesmente.—Cum- pri o vosso dever.

E esse dever, senhores eleitores, só pode consistir, no actual momento, em mostrar ao governo, que nem tudo está corrupto, que nem só nos grandes cen- tros se reprovam os seus processos de administração; esse dever só se pode cumprir cabalmente, votando nos can- didatos do partido repubicano».

E assim é, só nos candidatos repu- blicanos o povo portuguez deve votar, porque d'essa pleiade de homens sérios e inteligentes tudo ha a esperar.

Vergonhoso

Um pobre homem foi ha tempos mor- did 1 n'um braço por uma vibora, re- sultando d'es«a mordedura ter que cor- tar o braço direito.

N estas circumstancias como se tor- nasse impossível, ao infeliz trabalhar, resolveu estender a mão á caridade publica.

Tão infeliz foi, porém, o desgraçado, que ao ir pedir a casa d'um sujeito, que possue avultados meios de fortuna, e-te immediatomeme o mandou pren- der.

E' triste e vergonhoso mandar pren- der um desgraçado unicamente por este lhe pedir cinco réis para a ajuda de um pão.

E sabem os leitores quanto tempo esse desgraçado esteve preso?

Vinte e nove dias! E' triste e vergonhoso!!

Correspondências

Questão corticeira

Barreiro, 7—C —E' espantoso o que evtâ succedendo. A maioria do operariado portuguez lucta com a mi seria, e o governp consente que uma das maiores tiques«s nacionaes, a cor- tiça, seja export<di em bruto para o ixtrangeiro, e cuja industrii mata a fo- me a dez ou dôze mil braços, que tantos são os que se empregun n'esta industria.

Em quanto a maioria das fabricas portuguezas lu:tam com falta de ma-

teria prima, trabalhando só 3 ou 4 dias por semana, uma firma aportuguesada faz despachir para o B .rreirò 800 a 9 >0 fardos de cortiça, que tenta em oarcar, respondendo com insolências aos operários que lhe pedem para não fazer o embarque sem a cortiça ser ao menos recortada, e reconhecendo ser perigoso, pelo menor por agora, em- barcar esta cortiça ás escondidas, como quem passeia no Pinhal da Azambuji, f z embarcar, em Santa Apolonia 400 fardos de coriiça, tirando d'esta forma mais um bocado de pão aos miseros que teem a desgraça de serem operá- rios corticeiros! *

A firma Henry Burnay diz que tem de prejuiso ioo®>ooo réis por d a, que dexar de embarcar a cortiça.

E comquanto foram prejudicados os operários com esta tentativa? E o pre- juízo dos mdusiriaes, que por culpa d'esta firma, tiveram de paralysar os trabalhos?

A firma Henry Burnay & C.* á fren te da qual está u n portuguez, ou pelo menos um naturalisado, tenta exportar a coitçi em bruto lesando os operá- rios portuguezes. o thesouro publico, a nação emfim. A firma allemã O Herold & G.* toma a dtfeza dos operários, e em signal de protesto fecha a sua fa brica.

D um lado um portuguez tirando o pão a 5 ou 6 mil portuguezes, do ou- tro um estrangeiro protestando contra este acto, lesando os seus interesses na defeza dos seus operários.

Comparemos a um, ao 'portuguez, deve o paiz a campanha de dffimação no estrangeiro, tabacos, vidros, etc... esmolas dadas com a mão esquerda, reclames feitos com a direita, uma dú- zia de irmãs da caridade, o pelourinho d'um governo.

Do outro o estrangeiro, deve-se me- nos, confessemos, o desenvolvimento da industria corticeira, e humanitana mente a fundação dos bombeiros vo luntarios com a qual gastou meia du zia de contos de réis «sem esperar lu- cro algum».

Um, o portuguez, é detestado pelo* «eus operários, o outro, o estrangeiro, é adorado como um pae.

Será, o portugez descendente de Mi- guel de Vasconcellos?

E' preciso, é urgente e inadiável, que o governo decrete uma lei prohi- bindo a sahiJa da cortiça em bruto, o que esperamos se não fará dem rar. p is temes a maxima confiança no nu cleo de homens, que n'este momento governam o paiz.

Muito mais teríamos a dizer sobre este assumpto mas a Cita de espaço mhibe-nos de o fazer. No proximo nu- mero voltaremos a tratar d'e-ta que- tão, que não largaremos, sem ser feita completa justiça aos que teem fome.

— No domingo 18 de março assisti- mos no theatro ludepend-nte, á 1.* re- presentação da revista Rebola a Bola, que em todos os 7 quadros nos agra- dou.

E' de esperar, que esta peça conte ainda bastantes noutes de triumpho.

Moita, 1 de abril de igoõ.— C.— Realisa se no proximo d «mingo 8 n'es ta villa a procis-ão dos Passos.

Este anno a procissão será feita com grande pompa tomando parte n'ella 7 anjos, conduz ndo as insígnias da pai- xão, e a1- bandas de musica «Academia Musical União e Trabalho» de Sarilhos G andes, que irá otraz do andor do Senhor dos P ssos e «Sociedade Es- trella Muitense, que se postará atraz do pallio.

A guarda d'honra, conota nos que será fe tt por uma força de 5o praças.

Segundo o costume dos mais annos é de esperar enorme concorrência a esta villa, tanto mais que este anno não se fez a procissão dos Passos no Bar- reiro.

CAImada, 7.—C.—Acaba de se fun- dar na localidade de Cacilhas, por al-

guns rapazes da nossa melhor socie- dade, um grupn dramático intitulado «Grupo Dramático Recreativo».

E^te grupo que tefh por séde uma bella e pittoresca habitação situada na rua Carvalho Freirinha, além de ser a única associação de recreio n'aquella localidade, é sem duvida, um delicioso passatempo para todos aquelles que já se inscreveram no numero dos seus associados.

Brevemente tem logar a primeira re- cita. em que sóbe á scena o commo- vente drama em 3 actos, Escravos e Senhores, e a engraçada comedia em 1 acto Valentes e Medrosos.

— Piojecta se uma corrida de byci- cletes nos meados de junho prox mo, em que tomarão parte distinctos ama- dores d'esse genero de sport, residen- tes n'esta villa.

O sr Demétrio Lopes, proprietário da «Maison ConfLnce» já fez acquisi- ção de diversas machinas para o mes- mo fim.

—E' no proximo dia 17 c não no dia t como estava annunciado, que se rea- lisa a festa commemorativa do 11.° an- niversario da Academia Almadense.

Essa transferencia é occasionada por algumas reparações na séde da socie- dade, que ainda não estão concluídas.

12— C — Com um verdadeiro dia de primavera, partiram d'aqui no dom n- go proximo passado, em digressão pe- la Ti afaria e Cosia de Caparica, mon- tando magnificas «cycles» os n ssos amigos Armando d Azevedo, Abel de Carvalho, S. Adjuncto, José Costa e Manuel Parada.

Com o mesmo fim e o de se junta- rem aquelles srs. também mais tarde sahiram d'Almida, os nossos amigos Augusto da Silveira, José d'Almeida, Manuel Pinto, Gui herme Bello e Er- nesto Baptista Ferreira.

Chalet Club

QArcolena— N'este florescente Club realiza-se hoj uma brilhante recita se- guida de baille.

Programma. O Padre Liberal. Entre-acto dramá-

tico pelo ex nu> sr. A. Cohen e L. The- mudo.

A Ordem é Resonar Comedia em um acto pela ex 0,1 sr 4 D. M iria Luiza d'Ohseira e pelos ex.""" srs. A. Cohen, V. B nt-s e A Mag Ihães.

éMalditas Letras Comedia em um acto pela ex.™1 sr.* D Maria Luiza d Ohveira e pelos ex srs. A. Maga- Ihã s, J. V çoso e R. Carvalho.

Mise-en-scene do Ex.ma Sr. A. Cohen

Traçâo Eléctrica,

Começam hoje a fazer serviço nas ruas de Lisboa os novos carros, que a companhia mandou ha poucos dias vir do Estrangeiro.

= Consta nos que a companhia aca- ba de adquirir uma locomotiva, para transportar o m.tenal para as novas linhas.

isriisroxjEivE

Ia passando alem um fúnebre cortejo Aus soluços da má-, ia o ultimo beijo, Perdido no vozear da gent; da cidade.— E a um enterro humilde. -A curiosidade Faz ass inar a gente ás no tas e ás janellas,—• Ouve-se soluçar á frouxa luz das vellas,—

E o povo ao descohrir-se ingénuo, maguado, P.rgunta: Que.11 morre 4 ? Ninguém, foi um soldado

Viriato d'Almeida.

Lei 13 ds Fevereiro

A chamada lei i3 de fevereiro é uma das bis de excepção, que ha muito tempo, deveria estar banida como injus- ta e cruel.

Não acontece assim infelismente, ape-

A LIBERDADE

zar dos protestos quer de intellectuaes, quer das classes laboriosas.

Contra ella se tem pronunci do ho- mens da cultura de Theopnilo Braga, G' erra Junqueiro. B rnardino Maihado Alfonso Costa, Manuel de Arriaga e muitos outros, entrando n'esse numero alguns monarchicos.

No entanto a monarchia precisa d'essa lei, não para castigar actos anarchkos, mas sim para ínuúlisar aquelles, que lhe não forem sff. içoados.

Não quero n'este momento referir-

rre ao seu auctor; esperarei, que elle suba ás calninancias do poder, para vêr se então contricto, rasga e»se infa- me papel, que tantas e tão boas almas te m mandado para as mhospitas reg õc# afreanas

H; ja em vista o caso de Caldeira Feio, esse bello rapaz, que no momen to, em que duas vidas, se debatiam com as ondas, não teve duvida em atirar-se á agua, com risco da propria vida, para salvar a dos seus semelhantes.

Recebeu por premio dos seus servi-

ços o degredo talvez para toda a vida. Pois por elle, por esse bom r paz,

que na flor da juventude foi arrancado aos seus, cue o choram, devem todos trabalhar para o fazer regressar á me- trópole, e entrega lo ao convívio da so- ciedade, assim como todos os condem- nados pela infame lei.

Pera i-so deve trabalhar a liga de propaganda, para isso devtm trabalhar todos os que sofrem, amam, sentem, e pensam.

I E então todos teremos cumprido um dever de solidariedade, de justiça, e de amor pela humanidade.

Brevemente realiza-se o congresso de liga co tra a lei i3 de Fevereiro, para elle chamo a attenção de todos os ho- mens de coração, e faço votos, para que elle veja coroádas de bom extio as suas aspirações.

19 3 906. Duarte Sarna.

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Carta a esta Redacção com as ini ciaes T. S.

Henrique Banhos

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Conselho de Saúde Publica de Portu- gal. ensaiado e approvado nos hospi- tais. Cada frasco eslá acompanhado de um impresso com as observações dos principaes medico* de Lisboa, reconhecidas pelos consoes do Brazil. Deposites nas principaes pliarmacias.

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ANNO I Lisboa-Belem 29 de Abril de 1906 NUMERO 2

AS8IGNATURA8 (PAOAMKSTO AD1ARTAD0)

Anno 3oo réis Semestre »5o » Avulso 10 *

ADMINISTRADOR ARMANDO DA SILVA

AOMINISTRAÇIO

RUA DA JUNQUEIRA, 476

EOITOR—Ihomai Rodrigues Mathias

UBEBDADE

PUBLICAÇÕES E ANNUNCIOS PREÇOS CONVENCIONA ES

REDACTORES PEREIRA DE SÁ

E JOAQUIM JOSÉ DA SILVA

TOLHA QUlIÍZHIfAI, REBICCiO

RUA DA JUNQUEIRA, 476

Director — L_U I PEREIRA TYP. T. DO SACRAMENTO AO CARMO, 3 A 7

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Âo Paiz

Realisam-se hoje em Portugal as eleições geraes para deputados.

Ao sufrágio popular apresentam- se candidatos de todos os partidos e é claro, que alguns hão de ser eleitos para a representação no par- lamento.

O que será o acto eleitoral não sabemos, nem podemos prever, por- que o governo ha-de lançar mão de todos os meios para as celebres chapeladas, e evitar por todas as formas possíveis ao seu alcance, a eleição dos deputados do povo, dos deputados republicanos.

A todos os portuguezes cumpre o dever de votar nas listas republi- canas, porque a victoria d'essas lis- tas garante a fiscalisação de todos os actos públicos, e especialmente o destino dos dinheiros, com que o povo contribue para o estado.

O dia de hoje está reservado para grandes surpresas: Ou para a moralidade dos costumes, ou para a vergonhosa continuação do Pi- nhal da Azambuja.

Confrontemos todos os nomes propostos ao sufrágio popular e a escolha não será difícil de fazer.

N'uns reside a honradez e a se- riedade bizarramente exposta pelos candidatos republicanos ao povo da capital e das freguezias ruraes que compõem os círculos de Lisboa, assim como aos demais círculos do paiz; noutros alberga-se a hy- procisia eo mais repugnante ser- vilismo aoregimen.

Povo escolhe. D'um lado tens a salvação da

patria, a independência da nação portugueza, que é nossa e só nossa. Emfim a vida.

Do outro tens a falsidade em promessas eleiçoeiras, que esque- cem apóz a escomoteação, a vergo- nha, o ferrete da deshonra. Emfim a morte.

Resolve: ou avança e terás redi- mido a tua patria, resgatando-a do passado glorioso dos nossos avós:

Ou recuas, e perecerás vergo- nhosamente enterrado na lama.

O nosso voto está ha muito hy- pothecado á nossa consciência, e iremos entregal'o ao templo da ra- {ão e da justiça.

França Borges | v.

«A Liberdade» cumprindo o seu programa, e prestando homenagem a quem a merece, insere o retrato do prestimoso correligionário que se cha- ma Antonio França Borges.

Não somos de molde a sentimenta-

tem grangeado muitos e leaes amigos, admiradores da sua tenacidade, do seu arrojo, da sua coragem e da sua subli- me tempera de revolucionário.

Prestando a nossa homenagem cum- primos lealmente o nosso dever, por- que repetimos, França Borges bem o merece.

v

\ V

França Borges

lismos, porque a nossa causa precisa de homens arrojados e atrevidos, tnas porque assim é, abrimos a primeira excepção a favor de França Borges, porque elle o merece.

L merece-o, não só porque tem sa- bido altivamente afrontar toda a infâ- mia, que lhe teem movido os adversá- rios, como também porque a republica tem tido n'elle um valioso cooperador, que com aquella soberba orientação, que lhe conhecemos, tem sabido anu- lar muita velhacaria, muita pulhice.

Quem o olha, vê logo na sua figura o attestado da sua intransigência em servir a causa, que é d'elie, e que é de todos nós, os que trabalhamos para demolir o existente, e edificar o gran- de templo, que há-de ser a gloria do futuro, a suprema vontade do progres- so.

Como director d'«0 mundo», d esse «Mundo» querido, que ciosos guarda- mos no bolso do nosso casaco, tem el- le sacrificado tudo, saúde, interesses, repouso, etc. .

Mas compensando tantos sacrifícios

A' Imprensa

A todos os collegas, que se digna ram fazer referencia á nossa aparição, agradecemos do coração a gentileza das suas palavras.

Ao querido collega A Danguarda podemos afirmar, que A Liberdade, será A Liberdade, emquanto os recur- sos materiaes a podéreín sustentar, ba- queando, mas honrosamente sem enla- mear o seu titulo, quando esses recur sos lhe faltem.

Ao seu director e nosso respeitável amigo dr. Magalhães Lima os nossos respeitosos cumprimentos e cá nos tem sempre ás ordens.

Illumlnação da cidade

Ccnsta-nos, que um grande numero de* moradores da cidade, comprehen- dendo os limites da nova circumvala- ção fazem assignar uma^ representação para ser entregue na Camara Munici- pal de Lisboa, reclamando a illumina-

ção de toda a cidade a bicos de incan- descência, visto que a illuminação a luz eléctrica é só para os bairros ricos.

Com visto á Camara Municipal, acha- mos da maxima justiça a reclamação dos habitantes alfacinhas, e pela nossa parte prestaremos todo o nosso auxilio a tão nobre iniciativa, que merece aplausos, não «ó porque osystema de incandescência embelleza acidade, como a põe ao abrigo de crimes, que por ahi se praticam de noite.

Jurados dos tribuoaes civis

Chegou ao nosso conhecimento a fórma vergonhosa, porque se estão ele- gendo os jurados, que hão de servir no proximo semestre no tribunal civil de Lisboa.

Segundo informações que nos forne- ceram, o serviço é feito da seguinte maneira:

Individuo recenseado pelo partido republicano, e respectivamente con- tribuinte, é apontado no caderno do re- censeamento para servir como jurado.

Ora o procesto é revoltante e indi- gno, porque alem de lesar os interes- ses d'esses nossos correligionários, vem ainda afectar a sua vida de trabalho, porque a maioria d'esses homens são empregados no comercio, e os patrões seja qual fôr a sua cor politica, não podem vêr com bons olhos, que um empregado se ausente, ás vezes sema- nas inteiras, em prejuízo do seu traba- lho, e em proveito de tribunaes, que condemna, dando muitas vezes por iní- qua as decisões do juri, que perdeu o bello do seu tempo para nada.

Não sabemos o fundamento de taes informações, mas vamos indagar o que se passa, e depois falaremos.

Conferencia em Beiem

No dia 20 do corrente na sede do Grupo Dramático João Monteiro, rea- lisou o sr. dr. Manuel d'Arriaga uma conferencia, tendo por thema «A ma- gistratura suprema exercida por usur- pação, segundo o direito revolucionário, sua confrontação e suas consequên- cias.»

Eram 8 horas e 35 minutos quando o sr. dr. Manuel d'Arriaga deu entrada na salla d'este grupo sendo n'essa oca- sião alvo de uma calorosa manifestação da assistência que era numerosa. *_

Subindo ao palco diz o sr. dr. Ma- nuel d'Arriaga que antes de partir de sua casa tinha recebido uma carta ano- nyma, na qual lhe diziam que, não fosse á conferencia, pois que n'aquella casa só se encontravam bandidos.

De nada reciei, e, apesar de meus filhos me pedirem para ficar em minha casa, não accedi aos seus rogos e eis- me aqui ao lado não de bandidos, mas de gente honrada.

O Thema é de alta significação so- cial, moral, politica e económica.

Diz que o partido republicano não é pela espada que quer impôr o seu ideal, porque ella derrama sangue, e os republicanos querem vencer pelo direito e pela justiça.

Referindo-se á humanidade diz o sr. dr. Manuel d'Arriaga, que ella é de grandes rebanhos, chamados povos, os

A LIB 3RDADE

humildes vivem juntos, os tigres e os leões vivem sós.

Trabalhemos lenta e vagarosamente O distincto orador alargando-se em

mais considerações, é por vezes inter rompido pela numerosa assistência que não se cança de o aplaudir.

Quando o sr. dr. Manuel d'Arriaga se dispunha a retirar-se, appareceu na sala o sr. dr. João de Menezes, que foi saudado com uma salva de palmas e logo convidado pela assistência a Ia zer uso da palavra.

Como se encontrasse um pouco fati gado usou primeiramente da palavra < sr. Augusto de Figueiredo.

Este senhor diz, que pediu a palavra para protestar em nome do povo de Belem contra o individuo que escreveu a carta ao sr. dr. Manuel d'Arriaga.

Este senhor que também é um bom orador fallou sempre com grande ve hemencia, sendo ao terminar o seu dis- curso alvo de uma grande manifesta ção.

Em seguida usou da palavra o sr. dr. João de Menezes, que se alargou em diversas considerações, referindo-se ao grande socialista Carl Mark de quem faz o elogio.

Se lhe perguntarem, diz o sr. dr. João de Menezes, se elle quer ser de- putado; diz que sim, mas para o ser não pede votos a ninguém, nem os agradece; os eleitores devem votar se- gundo a sua consciência.

Se fôr eleito e não cumprir o seu mandato, o partido que promova um comício para lhe pedir contas, ih Como os oradores precedentes o sr. dr. João de Menezes, foi por vezes alvo de carinhosas manifestações.

Usou novamente da palavra o sr. Augusto de Figueiredo para agradecer á numerosa assistência a sua presença e ao director do grupo a cedencia das suas salas.

Terminando levantou um viva ao partido republicano, que foi calorosa- mente correspondido.

Assistindo á conferencia estava grande numere de operários corticei- ros, assim com) alguns negociantes < proprietários do sitio.

Na rua faziam o serviço de seguran ça alguns guardas, sobre as ordens do sr. Andrade chefe da esquadra de Be- lem.

*

A proposito da carta anonyma que enviaram ao Sr. Dr. Manuel d'Arria- ga, recebemos do nosso amigo e Sr. Alfredo Augusto Dig.""' Director do Grupo Dramático João Monteiro a se guinte carta, que com o máximo pra- zer publicamos:

Sr. Redactor

Pedia a V. a inserção d'esta minha carta no seu conceituado jornal.

Tendo-se realizado em minha casa uma conferencia republicana, e haven- do alguém que escreveu uma carta ao Ex.mo Sr. Dr. Manuel d'Arriaga avi- sando esse illustre orador para não vir a minha casa pois que ella era uma casa de anarchistas e bandidos, tenho a dizer a V... que se a minha casa foi antro de bandidos, foi quando foi frequentada por esses anonymos, que pouco faltou para me tirarem a camisa; e emquanto a roubos houve os e bem declarados, pois de tal gente tudo se espera, porque só trabalham nas tre- vas e não á luz do dia, frente a frente, pois é assim que os homens de bem se desafrontam, e não escrevendo car- tas anonymas, para o Sr. Dr. Manuel d'Arriaga. e para a Inspecção dos in- cêndios, afim de denunciarem que eu dava recitas em minha casa, sem as obras estarem concluídas.

Sem mais sou de V. etc...

Alfredo Augusto

aviltar a vitalidade do partido republicano. Bem haja o Dr. Manuel d'Arriaga que,

despreaando ease indigno anonimato, n&o do vidou em realiaar a sua conferenoia, que foi entbuaiasticamente aplaudida, recebendo as sim uma prova de que em Belem há ainda muita gente honrada.

Falta de espaço

Devido á grande abundsncia de ori- ginal, luctamos com falta de espaço, fi- cando fóra algum original, de que pe- dimos desculpa aos nossos collaborado- res e correspondentes.

0 que èaprehensão?

Segundo um dicionário que temos sobre a nossa meza de trabalho apre hensão, é:

«Acção e effeito de aprehender, to- mar, (fig.) percepção; imaginação con- tinua (sobre alguma cousa, etc.)».

Ora sendo debaixo de todas as for- mas a definição de aprehensão pouco mais ou menos o que fica transcripto, não comprehendemos, nem sabemos definir o facto da policia tirar os jor- naes das mãos dos vendedores, das lojas onde estão á venda, e ainda da mão dos compradores !

E mesmo por não podermos com prehender tal facto, abrimos um con- curso entre alguns amigos da nossa fo- "ha, e conseguimos obter quatro opi niões:

1.* — Aprehensão é o systema ab- surdo de um epiléptico, em espoliar os interesses de outrem em manifesto pro- veito de alguém, que deseja vêr igno- rados] da opinião publica factos as sombrosos e extraordinários.

2."—Aprehensão é a menomania de a guem, que julga vêr nas dúbias entre- inhas de um Di\ se, ou de um artigo

a revelação de vergonhosos casos, que desvendados assombrariam o paiz in- teiro.

3.°—Aprehensão é uma maneira cla- ra e positiva de tapar verdades.

4.1—Para que se proceda a uma apre hensão é necessário, que o incriminado tenha tido o arrojo de desvendar mise rias e infamias.

Quanto a nós não sabemos o que seja, mas seja o que fôr, não podemos de fórma alguma apoiar semelhante violência, protestando energicamente contra tal facto, e juntando os nossos esforços de solidariedade aos collegas aprehendidos, muito especialmente aos presados collegas Vanguarda e Mundo, por quem sentimos a maior sympathia e estima.

Sociedade de Geographia

Assistimos no passado dia 23 á soi- rée na Sociedade de Geographia.

O programma foi o seguinte: /.* Parte—Marcha Internacional do

Congresso (Taborda), «2.* Rapsódia (Cantos nacionaes. Hussla) Suite Orien- tal (Neuparth).

Projecções luminosas. Cantos popu- lares do Minho.

■2.a Parte—Preludio da opera «Dino- rah». Rapsódias Africanas.

Projecções luminosas. Cantos popu lares do Minho. Marcha do Centenario da descoberta da índia, (Machado).

A sala estava repleta de senhoras e cavalheiros, fazendo as cores vivas das toiletes um effeito surprehendente.

O programma é que deixou muito a desejar.

As projecções, feitas com uma pes sima lanterna magica, os cantos popu- lares n'uma' desafinação que arripiava, salientando-se algumas vozes que mais pareciam essas gaitinhas, que appare- cem na noite de Santo Antonio. Em- fim uma verdadeira vergonha.

A' Caridade

Aos bondosos corações que nos leem, recommendamos uma infeliz senhora, que outr'hora figurou entre a nossa pri- meira sociedade e que hoje se encon- tra na mais horrorosa desgraça.

Esta pobre senhora, perseguida pelo infortúnio, abandonada por todos, sem um pouco de pão, com que possa mi- tigar a fome, com um peito completa- mente ruido por um cancro, jaz n'uma infecta enxerga, n'um quarto escuro, só, sem ter quem a trate, sem ter um ente amigo que a ajude a soffrer.

Ainda ha corações bondosos. E' a esses a quem nos dirigimos suplican- do uma esmola, para quem se chamou D. Maria Amalia de M... e que hoje é uma desgraçada, que não estende a mão á caridade, porque a isso, prefere morrer.

Mora essa infeliz na rua de Santo

, Júdice Costa a desempenhar a proto* gonista.

Gostamos de a ouvir e de a vêr, fi- cando-nos a grata impressão de a con- siderarmos uma genial artista.

Tosca.—Com a estreia do tenor Flávio Frosini e o soprano Amalia de Roma cantou-se pela primeira vez esta época a Tosca, que não agradou tanto como se esperava devido á hesitação de todos os interpretes—talvez um pou- co de precipitação nos ensaios—incluin- do a propria orchesta.

Emfim são precalços do oficio, que hão de ser remediados.

Othello.—Para hontem estava mar- cado no cartaz «Othello» do maestro Verdi, de cujo desempenho e execução daremos conta no proximo numero.

Hoje deve cantar-se outra vez o Othelo.

Fott-Ball

Realizou-se no dia 13 do corren- te no campo da Junqueira, o desafio entre o Grupo Sport Calvario e um Grupo mixto de Belem.

Do Grupo de Belem faziam parte os srs. Gool Keeper, Luiz Rodrigues, Baeche-Corga e A. Machado, Half- baechs, C. Monteiro, C. Cunha e A. Silva, Fowards, A. Gaspar, M. Fer- reira, A. Simões, França e A. Costa.

O Sport Calvario era composto dos seguintes srs. Gool-Keeper, Luiz The- mudo, Baechs Antonio Garcia, Virgilio Bentes, Halfb?cches, Pedro Nolasco, Albano Carvalho, e Teves, Fowards, Carlos Costa, Eduardo Freire, Adrião, O. Garcia, Jayme Vinagre.

O resultado final foi o Sport Calva- rio metter um goal.

O vento prejudicou o jogo, e o ter- reno estava em más condições para um desafio.

O Juiz de Campos foi o sr. C. França.

No dia 6 de maio realiza-se um de- safio de Foot Ball entre o «grupo de Belem» e o grupo «Casa Pia».

Carta da Madeira Amaro, n.# 27, (Pateo) á Estrella.

O mundo nos trlbunaes

O tribunal da relação acaba de fa- zer justiça anulando a decisão da pri-

eira instancia, emque este nosso es- timado collega tinha síJo processado por liberdade de imprenssa, em virtu- de ter publicado um artigo do Dr. Ber- nardino Machado intitulado; França e Portugal.

Nos tempos que vão correndo, é di gno de regitar-se o proceder do tribu- nal da Relação.

Funchal; 22. A bordo do paquete S. Miguel fun-

deado no porto desta cidade, entre ou- tros passageiros chegaram o sr. coro- nel Alves, commandante do regimento 27 de infanteria, e o sr. commendador Joaquim Maria Fragoso.

Ao caes da entrada foram aguardar a sua chegada, afim de apresentarem as suas boas vindas os srs. conselhei- ros José Lrite Monteiro, Arthur Leite Monteiro, dr. Jayme de Sá, dr. José

J Joaquim Mendes, dr. Correia Mendes, • dr. Carlos Leite Monteiro, director do

. . — posto de desinfecção, Herculano da djuvando os amadores 6 artistas portu- I Cunha, capitão do porto do Funchal e

J outros funccionanos civis e militares. Depois dos cumprimentos de estylo,

dirigiram-se para a residência do illus- tre chefe do partido regenerador, na rua do Campo da Barca, onde foi offe- recido aos seus amigos políticos um delicado copo d'agua.

Tourada

Realisa-se hoje a inauguração da epo- chs tauromachica na Praça de Algés.

Serão lidados 10 bravíssimos touros. A corrida é dedicada aos dois novéis

toureiros os Sr.' Alexandre Vieira e João d'Oliveira, de regresso do Rio de Janeiro onde causaram o maior succes- so.

Tomam parte na corrida 2 amado- res cavalleiros e bandarilheiros, coa-

guezes e hespanhoes. Os preços para esta corrida que é

promovida pelo Grupo Recreativo Tau- romachico são os seguintes:

Camarotes grandes 23&400—peque- nos lífcõoo—Balcão 600—FauteisI 5oo —Sombra 400—Sol 200 reis.

N. P. . —A carta que o sr. Alfredo Augusto noa

mandou ó uma exauturação aos annonymos e politiqueiros reles cá do sitio, que querem

A FLOR DA CHINA

188-139 R. do Belem 1BO-131

Depois de obras importantíssimas que o transformaram n'um dos melho- res estabelecimentos da capital; rea- bre hoje este estabelecimento do nosso estimado amigo e conterrâneo o Sr. A. Pinho, que pelo seu aturado traba- lho e não excedida honestidade, se tem tornado merecedor de todos os encó- mios.

Felicitamos sinceramente este nosso amigo e fazemos os mais sinceros vo- tos pelas suas prosperidades.

Colyseu dos Recreios

Opera lírica

Estreiou se no dia 14 do corrente na elegante sala de espectáculos da Rua de Santo Antão, de que é emprezario o nosso estimado amigo Comendador Antonio Santos, a temporada lirica, que este anno traz um elenco o mais com- pleto possível.

Desde a sahida do nosso numero an- terior até hoje tem-se cantado as seguin- tes operas, cuja apreciação resumimos pela absoluta falta de espaço.

Aida.—Que agradou muito e foi justamente aplaudida pela sua boa exe- cução.

Gioconda.—Foi uma noite de festa, a noite em que se cantou esta opera, porque além de ser bem executada, te- ve ainda a nossa querida patrícia Maria

Por detraz das taboinhas da Asso- ciação Commercial achava-se um gru- po de progressistas.

—N'este momento estão fazendo pre- parativos no jardim da Rainha D Ame- lia para se executarem alguns trechos de musica, em honra dos srs. Alves e Fragoso.

—O pobre Octaviano Soares, ago.a sem o seu querido Immaculado irá (tal- vez) ceifar trigo na bella propriedade do Rochedo.

«Cautella com os doentes». OA. M.

0 nosso registo O Sr. Commendador Joaquim Maria

Fragoso acaba de publicar um folheto intitulado «Viação na Ilha da Madeira».

Agradecemos o exemplar que nos offereceu.

A LIBERDADE

Festas Associativas

Grupo dramático João Monteiro — Neste florescente grupo, realisou se no dia 22 uma brilhante recita, subindo á scena o drama em 4 actos — «Mar e Guerra» cujo desempenho foi comflado aos srs: Alfredo Augusto, Eduardo Vaz, Victor Manuel, Antonio Gomes, Poly- carpo Nascimento, João da Luz, Anto- nio da Costa, Joaquim Nascimento, Grillo da Silva; e ás Sn" D. Luiza Monteiro, Clarisse Paredes, Virginia Monteiro, e Carolina Pinto.

Todos os intrepetes foram calorosa- mente aplaudidos pela numerosa assis- tência.

Esta recita esteve para ser transfe- rida pela razão de 3 dos mais impor- tantes papeis serem na antevéspera do espectaclo substituídos.

—Este grupo encontra-se hoje con- sideravelmente augmentado devido aos grandes esforços empregados pelo seu director e nosso amigo sr. Alfredo Augusto.

— Realizam-se n'este florescente grupo nos dias 5 e 6 do proximo mez duas brilhantes recitas dedicadas aos socios d'cste grupo. Representam-se os dra- mas «O Remorso — O Fugido da Bastilha e Cada doido..., seguindo-se- Ihes dois actos de Foliéres Bergéres.

Está também em ensaios n'este gru- po o drama de grande espectáculo *A ãlha do man do reportorio do Thea- tro do Principe Real.

Pedenos o director do grupo Dra- mático João Monteiro para fazermos publico, que não teem validade os bi- lhetes que o snr. Antonio Paredes an- da passando com o nome d'este grupo para a recita do dia 6 de maio.

Club Recreativo Lusitano.— Reali- za se hoje n'este elegante club uma brilhante recita, a qual será desempe- nhada pelo distincto grupo dramático d'este club; subindo á scena a oppereta «Bocácio na rua», uma comedia, e um acto de Folies Bergéres.

Abrilhanta o espectáculo a orchestra do club, sobre a regência do distincto maestro snr. Antonio Salles,

—Brevemente realisa-se n'este club uma recita para estreia do menino Ar- naldo de Figueiredo, que representará a cançoneta «Meio grosso» original do nosso amigo e distincto escriptor dra- mático o snr. Julio Gaspar. A musica é original do hábil maestro snr. Anto- nio Salles.

Carteira d'A LIBERDADE

A aniversario

Completou hontem a bonita edade de 88 annos o sr. Carlos Vital Pereira de Sá

Enviamos a este senhor e a sua Ex nl

família os nossos mais sinceros para- bens.

Estudos Sociaes

1

A Mulher

«Pode sêr a estrella do bem ou a consócia do mál, sal- var ou perder».

D. Antonio da Costa.

Toda a perfeição do mundo finito realça n'um ente divino, immortal a mu- lher l

A natureza, em sua prespectiva fera- ciss roa, e ridente, seria esteril e triste, se a mulher formosa não pisasse com a pequena e feiticeira planta as gramí- neas dos seus campos.

Os panoramas que se ostentam tão bellos do cimo de alcantiladas penedias,

perderiam gradualmente a formosura, se ao longe não prepassasse a pastora singela, casta, meiga, sorridente, de tez rosácea, de fresca e harmoniosa voz, que é gm hymno do Senhor!

Mal expira o cântico nos rubros lá- bios, logo se ouve melodiosíssimo co- ro d'aves, que, com seus vibrantes e magistraes gorgeios, acompanham a gentil zagaia !

A mulher dá a tudo que é imponen- te e magnifico—a auréola do ideal, o supremo arroubamento, o esplendor infinito! 1

Tem no olhar o cunho da origem divina e na voz tal magia, que, o ho- mem prostrado e absorto ante a sua adoravel presença a denonima—anjo— sem adivinhar que sob invólucro tão esbelto está muitas vezes recôndito um —demonio!

A pintura, a historia e a poesia teem porfiado em delinear aquelle corpo ai- roso e fascinante; em estudar a incom prehensivel natureza do bello sexo, e descrever, á luz da imaginação, ao im- pulso do estro genial,—as suas formas flaccidas e lindas; a sua cabeça donai- rosa e soberana, as perfumadas e se- dosas madeixas, a expressão profunda e célica dos olhos formosos, a euphonia da sua vóz irresistível, a alvura da sua epiderme e dentes, o lúbrico arfar do peito alabastrino e a extrema pequenez dos seus pésinhos 11

As mãos breves e róseas, o languido sorriso, são perfeições summas, que abatem a sobranceria do rei da crea- ção!

E' indizível o attractivo, se aquellas mãos se abrem para suavisar a miséria do infeliz, se aquelle, sorriso exprime a virtude !

Em todos os séculos tem inspirado a sua soberania femenil, quer se tribu- te culto á belleza material; quer seja adorada pela sua sensibilidade—como única e forte potencia da sua alma.

Depois que a civilisação do christia- nismo deixou bem definidos os direitos e devêres d'este sêr sublime e fraco; depois que cessaram as selváticas, cruéis e Ímpias leis; que determinavam o avil- tamento e servilismo da mulher, ergueu- se um epinicio unanime á gloria da — esposa e mãe!

Manifestou-se bem toda a pureza e magnitude da delicada missão da mu- lher, que veiu ao mundo para educar a humanidade.

Como esposa e mãe é infinita a apre- ciação das suas virtudes!

Da grandeza da sua essencia angeli- cal dimana a serie dos dons moraes, que consolidam a felicidade do homem.

Para segura consecução de tão gran- diosa ventura é necessário—que a mu- lher (sêr simultaneamennte forte e fra- co) seja dirigida nas suas acções, por- que, obecceada pelo sentimento extin gue-se lhe a frouxa luz da razão.—As- sim, torna-se rebelde ao mais extremo raciocínio, e, não raro origina a discór- dia no lar, promove o divorcio, em vêz de manter a paz, salutar e consolado- ra !

E' verdade que, ao impeto enthusias- tico da sua sensibilidade, á sua forte iniciativa no perigo extremo se deve o mais alto heroísmo dos factos, que a historia registra e louva em paginas brilhantes!

Porém, no perfumado ambiente, do lar doméstico tem funestíssimas con- sequências esse intempestivo arrôjo da sua alma mui sensível; ou a sua acção lenta e continua, nem prudente, nem circumspecta.

Consequentemente, urge:—que a prudência e reflexão do homem, exem- alificadas com recta justiça, moderem os excessos da energia e fragilidade da mulher—para duradoura realisação da recíproca ventura.

«Toda a sua influencia moral proce- de do rubor da inocência, da graça, do espirito e da virtude no lar»—como elo- quentemente affirma o illustre escriptor J. Antonio da Costa, no seu precioso ivro—«O Christianismo e o Progres-

so». As suas fraquezas e suaves contra-

dicções fascinam o coração humano; bem como, os arrebatamentos gigan- téos da sua alma sensível emmudece e subrepujam o animo mais varonil I

Anselmo de Barros. (Continua).

D. João de Hello

Com este titulo começará brevemen- te a publicar-se em folhetins na «Van- guarda» este romance histórico, de que é auctor o nosso collega de redacção Antonio Pereira de Sá.

Correspondências

Almada, 23 — C. —Teem sido bas- tante discutidos, na classe corticeira desta villa, os últimos acontecimentos succedidos no Barreiro.

—No proximo dia i.° de maio sahe n'esta villa um novo jornal intitulado A Voz do Corticeiro cujo fim — além de ser noticioso—é defenderas causas de tão prestante classe.

—Passou a denominar-se «Club Re- creativo José Alvelino»,o «Grupo Dra- mático Recreativo», de Cacilhas.

—E' definitivamente no dia 6 de maio proximo, que se realiza na séde d'este Club, a primeira recita brilhan- temente ensaiada pelo sr. Antonio Luiz Avellar, e dedicada pela direção aos socios e suas famílias. As obras naor- ganisação do palco e sala d'esta sym- pathica agremiação encontram-se qua- si concluídas.

A direcção composta de distinctos e bem conceituados cavalheiros esforça- se, para que esta festa seja revestida do maior deslumbramento possível.

—Pelo «Grupo Dramático da Aca- demia Almadense», realizou se no dia 2i no Theatro Garrett, da Cova da Piedade, a recita em beneficio do co- nhecido amador dramático Eduardo de Almeida.

O espectáculo foi de geral agrado, estando a casa replecta ae espectado- res.

— Falla-se nos srs. conselheiro Car- valho Pessoa, Pinto Bastos ou Jacin- tho Jardim, como candidatos a depu tados por este concelho, nas próximas eleições.

—Na Academia Almadense, tem lo- gar no dia i3 do proximo mez, uma recita em que toma parte o Grupo Dra- mático da mesma Academia, distincta- mente ensaiado pelo nosso amigo Pin- to d'Almeida. Esta recita é promovida pela direcção em favor do seu cofre. Vae á scena o drama em 2 actos A Garra de Abutre, a comedia em 1 acto Os dois nénés e a opereta 'Bocá- cio na rua.

O desempenho está a cargo dos dis- tinctos amadores, srs. Alfredo Araujo, Antonio A. Rodrigues, Eduardo Al- meida, Manoel Pinto, Fernando dos Santos, José Luiz e José Xavier, e das distinctas amadoras, sr." D. Luiza Mon- teiro, D. Alda e D. Belmira Soares.

Moita, c, 25 abril.—Realisa-se no proximo dia 1 de maio n'esta pittores- ca villa a inauguração do novo edifício da Associação de Soccorros Mutuos União Moitense.

A nova casa onde no dia 1 de maio se installa esta associação de beneficên- cia que contando apenas 11 annos de existência é hoje uma das primeiras dos arredores de Lisboa foi arranjada ex- pressamente para este fim no Largo do Conde de Ferreira sendo os actuaes corpos gerentes dignos de todo o elo- gio pelos esforços empregados para a realisação d'este melhoramento.

O programma das festas promovidas n'este dia pela associação será o se- guinte:

A's 5 horas da manhã alvorada pela banda Estrella Moitense que percorre- rá as ruas da villa annunciando os fes- tejos, queimando-se n'esta occasião mi- lhares de foguetes.

A's 9 horas da manhã cortejo cívico em direcção ao cemitério que deve ser

imponentíssimo pela grande quantida- de de pessoas, que o devem formar, tomando parte n este cortejo todas as collectividades d'esta villa entre as quaes Camara Municipal, auctoridades, todos os socios da Associação de Soc- corros Mutuos União Moitense, condu- zindo os corpos gerentes d'esta asso- ciação, os senhores Estanislau Domin- gues Junior, Antonio Nicolau Tolenti- no da Silva, Carlos de Jesus Russiano, Nicepharo d'Oliveira, José Simões Do- mingues, José Candido Pires, Antonio Luiz Simões, Francisco Simões Parrei- ras, Adalberto dos Santos Alves Perei- ra, Augusto Roiz d Almeida, Joaquim Soares Ferreira, Manoel J. da Costa Sobrinho, João da Costa Brandão, uma rica corêa offerta da Associação aos socios fallecidos que será deposta na capella do cemitério. Fechará o cortejo a banda d'esta villa.

A chegada do cortejo ao cemitério será annunciada com uma grande gi- randola de foguetes, disendo-se n'esta occasião na capella de S. Sebastião (cemitério) uma missa, em seguida á qual discursarão 3 dos mais notáveis oradores, que para este fim já estão inscriptos.

O itenerario do cortejo será: Largo e Rua do Conde de Forreira, Largo do Principe D. Carlos, Rua Direita, Lar- go das Flores, Largo do Poço e rua de S. Sebastião, durante o cortejo deve ser queimada grande porção de fogue- tes.

A' tarde das 4 ás 7 toca no coreto do Largo do Conde de Ferreira a Phi- larmonica Estrella Mo:tense.

A's 8 horas da noite sessão solemne na Associação de Soccorros Mutuos seguida de concerto pela Philarmonica e baile.

A philarmonica Estrella Moitense prestou-se gentilmente a abrilhantar estes festejos sem remuneração algu- ma.

Do que occorrer durante as festas informaremos os nossos leitores.

Barreiro, c, 23 Abril.—Está sanado o conflicto da cortiça graças á attitude enérgica dos operários, graças á inter- venção do Senhor Admistrador d'este concelho. O dono da cortiça Snr. Sa- grera consentiu que a cortiça fosse aqui recortada constando-nos, que este se- nhor se comprometteu a não fazer ex- portar mais cortiça alguma em bruto.

A'lerta operários coniceiros, não des- canceis sobre os louros da V. victoria, não vos embaleis com vãs palavras. Não duvidamos da palavra da Snr. Sa- grera, queremos mesmo crer, que este senhor está no proposito de cumprir, o que prometteu, mas o compromisso de um particular não basta para garan- tir os vossos interesses, deveis pedir, tendes o dever de exigir dos poderes públicos uma lei, que prohiba a expor tação da cortiça em bruto.

Lutando pelos vossos interesses, pe- lo pão de vossos filhos bem mereceis da patria porque contribuis d'uma ma- neira importante para o desenvolvimen- to d'uma industria, e como tal d'uma receita publica.

Não é só o general que vence as ba- talhos, que é—heroe.

O orador que do alto da tribuna ze- la pelos interesses do sua terra bem merece da patria.

O legislador que decreta leis de re- conhecida utilidade publica é um bene- mérito.

Mestre d'Aviz, João das Regras, Nu- no Alvares Pereira, Vasco da Gama, Padre Antonio Vieira, Marquez Pom- bal, Camões, Joaquim Antoniod' Aguiar, Mousinho d'Albuquerque, José Estevão, Bordallo Pinheiro e tantos outros foram heroes, foram beneméritos bem mere- ceram da Patria, uns com a espada, na guerra, outros escrevendo, orando, fasendo obras primas cumpriram o seu dever de patriotas trabalhando, empre- gando todos os seus esforços para o engrandecimento da nossa terra, do ve- lho «Portugal».

Vós oh! operários de todas as indus- trias, de todos os officios, não sois me- nos de qualquer d'estes heroes, cum-

A LIBERDADE

pri o vosso dever, exigi dos altos po-1 deres a maxima protecção ás vossas in- dustrias, empregai todos os vossos es- forços no engrandecimto d'este canto da terra, para isso só vos basta união, unide-vos, zelando todos por um e um por todos vencereis todas as más vontades, todos as alcavalas, sereis uns heroes, para quem os vossos filhos olharão com respeito, a quem todo o portuguez olhará com o amor devido aos beneméritos da patria.

E tu ó operário corticeiro, que le- vantaste a luva, que foste o primeiro a mostrar, que o operariado portuguez é unido, qje mostrastes ao paiz, que a união mesmo ordeira faz a força, com a qual nenhum poder poderá combater, e tu ó operário corticeiro, representan- te d'uma uas industrias mais ricas e que menos dá que fazer aos seus ope- rários, avante, põe os olhos na estrada do dever, segue o teu caminho sem descanço e tereis cumprido com a obri- gação de todo o patriota.

10-4-06. Augusto Carlos de Sá.

Barreiro, c, 27 Abril igoô.—Reali- sa-se no dia 6 de Maio no theatro In- dependente d'esta villa um espectáculo em beneficio das victimas de Courriéres. A empresa esploradora gentilmente of- fereceu a casa tomando parte n'este espectáculo o grupo de amadores d'es- ta villa que espontaneamente seoílere- ceu para abrilhantar este espectáculo.

Seria uma idea tanto ou mais sim- pathica do que esta, o realisar-se um espectáculo em beneficio das victimas de S. Francisco. Estamos certos que qualquer commissão que para este fim se formasse só encontraria adhesóes

em todos aquelles, a que se dirijisse. Aqui fica pois este alvitre e que o Barreiro seja ai.* terra a lembrar-se dos seus irmãos ausentes, victimas do terremoto de S. Francisco, onde tantos serviços nos teem prestado.

—Não sabemos o motivo porque a carne de vacca tem augmentado de paeço n'esta villa, ha pouco era a 220 réis o kilo, passou a 23o e presente mente é a 240, será por ser de melhor qualidade? Não nos parece, porque não ha muito, que vimos ir para o mata- douro a pelle e o osso de um boi, por- que carne—já a não tinha.

Casa Branca, 21 abril, C.—Na ma- drugada de 16 do corrente foi encon- trado pelo nosso amigo Alberto Carlos Braga (chefe da estação desta localida- de) um meliante qualquer dormindo dentro do vagon, que serve de armazém d'esta estação. Intimado a sair desobe- deceu ao nosso amigo insultando-o.

O senhor Carlos Braga em vista des- te procedimento lavrou auto de noticia que mandou juntamente com o preso entregar ao regedor de S. Thiago do Escoural. Imagine-se a admiração d'es- te senhor quando d'ahi a pouco recebe a seguinte carta do regedor:

Snr. chefe da estação da Casa Bran- ca. Agradeço bastante a *xatice» que V. Ex.* me mandou logo amanhecida» assim como também lhe peço a fineza de nunca mais me *xatiar» com en- commendas d'estas, que eu não tenho obrigação de estar aqui á sua «hordem» para txatices» destas se me vier mais alguma encommenda egual, eu não a acceito.

Ao snr. administrador do concelho recommendamos este zeloso regedor.

Villa Real 17.—Abriu no sabado 14 do corrente á exploração o ultimo tro- ço desta linha de Tavira a Villa Real de Santo Antonio.

O primeiro comboio que foi^posto á disposição do publico foi o trammay n.° 2t 5, que partiu de Faro pelas 9,5o da manhã. Este comboio chegou a Vil- la Real com o dobro da composição e completamente cheio de passageiros.

A' chegada á estação foram lançados ao ar muitos foguetes e levantados vá- rios vivas, que eram delirantemente correspondidos.

As ruas d'esta pittoresca villa esta- vam todas embandeiradas, sobresahin- do o largo onde está a estação provi- sória, que desde madrugada esteve sem- pre cheio de povo, que ancioso espera- va o I.* comboio que chegou perto das 12 e 3o, ao apparecer o comboio nas agulhas as bandas de musicas que no recinto da estação e fora estavam for- madas romperam com o hymno nacio- nal em quanto estrallejavam os fogue- tes, a muitidão como contaminada por um choque eléctrico, rompia aos vivas ao Caminho de ferro, governo etc., em- fim um verdadeiro delírio.

21-4-06. Sá.

Theatros

D. Maria.—Realisou-sehontem n'es- te theatro a 2.* representação de uma peça intitulada A duvida.

D. Amelia.—Tem agradado muito a companhia de Zarzuela que está tra- balhando no theatro D. Amelia, rece-

bendo todas as noites muitos applau- sos.

O programma de hoje é atrshente, e por isso o theatro deve ter uma en- chente á cunha.

Gymnasio. — Quem quizer passar uma noite agradavel, é ir ao Gymnasio e vêr as engraçadas comedias, que ali se representam.

Garantimos, que é fartote de risota. Rato.—Mais uma representação con-

ta hoje a chistosa revista De risca ao lado. " Principe Real. — Representa-se actualmente n'este theatro a peça Mer- cúrio parodia á Venus, colhendo fartos aplausos.

Águia d'Ouro.—A magica As Jóias da Coroa, original do nosso amigo Ju- lio Dumont.

Folies Der geres. — Companhia de variedades Kinematograph Pathé—Ge- ral 60 réis.

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