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-. > .... % -K- AMftlfiTVATUBA EM LISBOA '3.° anno 1 mez .. SOO réis Annuncios: linha 20 réis; na !.• 3 raczes. 900 » pagina 100 réis; no corpo do Avulso .. 10 » lorual com travessão 60 réis. Communicados e outros artigos contratam-se na administração. Sexla feira 23 de agosto de 1880 A**I*iNA1XJttA NAS fc»BOVff3iC*AS 3 mezes pagamento adiantado 150 réis A correspondência sobre administração a Bodri- o de MeUo Carneiro Zagaiio, travessa da Queiraa- , 35, 1.° andar. Numero 5:884 Q numero telepiiouico d'es- te jarnal é 462. 0 drama de Pny-lmberl Foi na verdade lugubre a ma- drugada de 10 d abril para quem assistiu ás pesquizas da justiça no quarto em que Joanna Intlhoume, acabava de praticar o seu quintu- p!o assassinato. Espalhãra-se que uma mulher se asphixiara com seus filhos, em Puy Ymbert. e toda a gente correra ao local do acontecimento. Nos arredores da casa do crime, nas escadas que conduziam ao quar- to dos csjíosos Souhein, divisava-se a multidão dos visinhos, profunda- mente consternados. 0 espectáculo era aterrador. As janellns do quarto onde se pratica- ra o attentado estavam abertas e a luz do dia illuminava sobre os seus dois leitos as cinco pequeninas vic- timas. deitadas nuias ao das ou- tras. lívidas, eja enrcgelaados pelo frio da morte. Ao de um dos leitos, Sonhem chorava e gemia. dicos foi declarada responsável e entregue aas seus juizes. Não será este processo, para o leitor, o acto menos pungente d'a- quellò drama lúgubre. Os curiosos invadem a rua por onde a accusada tem de passar para ir da prisão ao tribunal; as escadas e os corredores do palacio da jus- tiça. são disputados pela multidão. E augmentado o pessoal de policia í Quando a justiça, terminada a sua primeira obrigação, quiz retirar-se e levar comsigo a culpa- da, esta debruçou-se nos leitos e abraçou as suas victimas. compoz- Ihe a3 roupas. e deixou-se tinal- mente conduzir pelos agentes. Ficaram as pobres creanças mor- tas, que depois do meio dia lo ram retiradas do quarto fatal, che- gando o fúnebre cortejo a Limoges sob um sol brilhante. Ao funeral das infelizes creanças concorreram mais de 25:000 pessoas, e quatro dias depois do enterra- mento as campas das pobres victi- mas tinham desàpnarecido sob um monte de corôas, ae ílores artifi- ciaes ou naturaes, que foram aug- mentando até ao din era que uma subscripção publica proporcionou os meios da cònstrucção a um mau- soleo. » A primeira versão relativa ao es- pantoso crime foi esta: A mulher de Sonhem no dia 9 de abril viu seu marido, um pobre ca- vador, ser levado para a prisão por ter roubado uma pequena porção de chumbu. 0 roubo era tão insignificante, ue a condemnaçàc fòra de dois ias de prisão. Era casa não havia dinheiro e a desgraçada, mãe de cinco .filhos, achou-se impotente para alimental-os durante aquelle tempo com os par- cos recursos da venda de alguns ossos e trapos, que apanhava pelas ruas. Desvairada pela miséria, re- solveu suicidar-se depois de ter morto as cinco creanças. Antes,po- rem. quiz dar um ultimo instante de alegria aquelles infelizes. Ven- deu uma cabra, que conservava pa- ra amamentar o mais novo,e com o producto comprou panno e fez saias e blusas com que os vestiu. Para o Entar deu lhes uma gallinha. que es restava e depois fel-os deitar. Os infelizes adormeceram pouco de- pois. Joanna começou então a executar o seu intento. Primeiro suffocou, apertando-o de encontro ao peito, o mais novo. Seus dois filhos e sua filha mais velha dormiam na mesma cama. Primeiro estrangulou a raparigui- nha, que apenas contava três an- nos e depois o filho mais novo, chamado Pedro, e que tinha seis annos e meio. Quando o filho mais velho sentiu os dedos da mãe na garganta, acordou e houve lucta desesperada entre a mãe e o filho, que finalmente foi estrangulado co- mo os outros. Este tinha nove an- nos. Faltava a filha mais velha. Gha- mava-se Maria e tinha dez annos. Acordou sobresaltada, e assentan- do-se na cama, disse: —Ah! mamã, mamã, também me quer matar? —Querida filha, disse a desvaira- da, teus irmãos e tua irmã mor- reram, teu pae esta preso, eu que- \ Se * nba! ro morrer. Se viveres, ficarás sôsi- A infeliz pequena estendeu o pes- coço a mãe, que a estrangulou co- mo aos outros filhos. Depois tapou as fendas das por- tas. acendeu um fogareiro e feriu- se em um braço, sendo seu intento morrer também. Foi salva pela intervenção da vi- sinhanca, sendo chamadas as aucto- ridades. # Decorreram quatro mezes ea mãe desnaturada, depois de ter sido sub- .mettida ao exame de diQerentes me- do serviço do tribunal, sendo a cus- to que se mantém a ordem, e sendo diflicil evitar que os curiosos se pre- cipitem na sala da audiência. 0 defensor da accusada é Fayout, o advogado das mulheres crimino- sas. Dir-se ha que a sua especiali- dade é a defesa dos grandes culpa- dos. A u 11 ima causa que advogara foi a da mulher de Saint-Denis des Mors. 0 socialismo—diz um jornal de Limoges—que quiz apoderar-se do. processo da mulher de Souhem. e servir-se d elle como um meio ex- ccllcnte para as revendicações do partido, desde muito que rodeava Souhem para o levar a escolher um advogado de Paris imbuido de ideas avançadas. A accusada por^m quiz ser de- fendida por Fayout. DiÍTerentes brochuras socialistas foram dirigidas ao jury e distribuí- das na cidade. O seu verdadeiro fim era entravar a accão da justiça, intimidando os jurados. O logar do ministério publico foi occupado por M. Pironneau. » Chega a accusada n uma carrua- gem escoltada por dragões. A mulher de Souhem está muito mudada. Parece que o seu fim tem sido illudir quem d elia se tem oc- cupado desde a sua prisão. A principio simulou uma febre cerebral e durante tres dias conse- guiu pôr em duvidas a medicina. Ultimamente declarara achar se gravida; não sabemos se a gravi- dez foi constatada ou se se t ralava d'uma nova comedia. Depois disse estar solTrendo d uma cholerina, e se perguntava se o seu julgamento seria addiado. A despeito de tudo isso, eil-a sen- tada na frente dos seus juizes. A sua chegada produziu verda- deira emoção. A infantéria fez recuar a multidão até á praça d Aine. Os dragões con- servaram-se a cavallo em frente da porta do palacio. sinha, a sr.» Yinour, viu Joanna, circulando no quarto; parecia ter acabado a sua «toilette» e adornava- se com uma coifa branca. No entanto a visinha Mounier, di- rigira-se a casa do guarda Ennezer, que d alii a meia hora chegou e ba- teu á poria da accusada, sem que alguém lhe respondesse. Então for- çou a porta, e entrou seguido de visinhança. 0 espectáculo era horroroso. So- bre um leito, proximo á porta, ja- ziam os cada veres de tres filhos de Joanna; Pedro, de quasi onze annos; Pedro Eugénio, de G annos e meio; Maria Margarida, de 3 annos e meio. No outro leito, ao fundo d'uma especie d alcova, distinguiam-se os corpos inanimados de dois outros fi- lhos da criminosa: Maria, de cerca de 10 annos, e Maria Baptista, de 10 mezes. Junto d estes deitara-se a accusa- da, depois de se ter arranhado no pescoço e no braço direifo com dois ligeiros golpes, que nem sequer ti- nham rompido toda a espessura da pelle. Levantada pelo guarda, a accusa- da fingiu um desmaio completo, mas que durou pouco, e ás perguntas que lhe fizeram respondeu friamen- te: «Os meus filhos não morreram as- Shixiados; tam pouco os envenenei. Ihem-lhcs para o pescoço e verão como elles morreram.» E como o guarda lhe perguntasse o que diria seu marido logo que saisse da prisão, a accusada repli- cou: «Ficará muito satisfeito, porque muitas vezes tem manifestado o prazer que sentiria de nos ver coin uma boa dósc d arsénico no ventre.»» Isto era uma mentira e João Sou- hem. o marido da accusado, traba- lhador pouco intelligente e pouco assiduo ao trabalho cedera por al- gumas vezes á tentativa de furto, mas nunca se associara aos proje- ctos de morte que sua mulher, des- mmmmpsm Começa o julgamento. # Depois de prestado o juramento o juiz dirige-se á accusada, cujo re- trato hoje publicamos. —Accusada, levante-se. Como se chama? —Joanna Dulhoume, mulher de Souhem. —Falle mais alto; os srs. jurados não a ouvem. Que edade tem? —Trinta c um annos. —D onde é natural? —De Labarre de Veyrac. —Sabe qual o crime de que a I accusam. não é verdade? 0 juiz, depois de prevenir o pu- blico de que reprimirá severamente qualquer manifestação seja de que naturesa fôr, ordena ao official que proceda á chamada das testemunhas. Depois d isto o escrivão o auto daccusação, que diz, resumida- mente. o seguinte: Na manhã de 10 de abril, das 6 para as 7 horas, a sr. a Beyrand, lo- cataria d uma parte do 1.° andar da casa Picat, no bairro de Puy-Imbert, arredores de Limoges, notou que no aposento contíguo áquelle que hi- via semanas era occupado pela ac- cusada, seu marido e cinco filhos, entrava um fumo bastante intenso. Preoccupada com algumas pala- vras pronunciadas na vospera pela mulher de Souhem, e sabendo que o marido da sua visinha estava pre- so desde 6 de abril, a sr.* Beyrend. receiou que a accusada se tivesse aproveitado da noute para attentar contra a sua vida e a de seus filhos, por meio da asphixia. Duas visinhas. a sr.* Yinour e a menina Mounier, correram ao seu chamado. A sr. â Yinour espreitou por uma fenda da porta para o quarto da fa- mília Souhem e viu estendido no lei- to o mais velho dos filhos, Pedro, que lhe pareceu inanimado. As tres mulheres sairam e uma d'ellas dispunha-se a ir procurar o Euarda campestre Ennezer, a um ilometro de Puv-lmbert, quando a accusada appareceu á janella. dizen- do-lhes espontaneamente: «Isto não passa d um pouco de fumo. Fui eu que accendi o fogarei- ro». Em seguida fechou a janella. Alguns momentos depois, outra vi- JOANNA SOUHEM ÔIRIYESÀRIA mAlREA GR&HDE BÃRATEZA SOTRE NOVIDADES Completo sortimento em todo o genero de ourtvennria preço» pe»jn comi>eiencli V.» S8ARES & FILHO [OVEIS ANTIGOS RK8TAURAÇAO E FABKICO DH MOVEIS EM ESTYLO AN- TIGO B MODERNO Cadeira» Luiz XV e XVI. ditas de couro fie espal- dar e tamborete», conta- dores de pau santo e em- butidos, estantes earma- rios de pau santo ou cora obra de talha para livro*» ou objectos d'arte, camas autistas, molduras com obra de talba. etc.. etc. COMPRA K VENDE OBJECTOS D ARTB MOVEIS ANTI- GOS E MODERNOS DEPOSITO 30, fína de. Serpa Pinto, 32 OFFICINA 15, Una Anchieta, 15 HISTORIA DE RONi Está publicado o 27.° fascículo Escripíorio, travessa da Queimada. 3!» de janeiro, combinava e annunciava abertamente. Ha outros esclarecimentos impor- tantes no auto da accusação, que seguiremos amanhã, dando também o resultado do julgamento, e bem assim os retrates das cinco crean- ças. Indicações (heatraes Trindade Vão descançar os interpretes do Gafo Preto, com grande gáudio d'elles, e bastante tristeza do pu- blico, que assim se privado do seu espectáculo favorito. Douiingo é a ultima recita. * Avenida Para que possam subir ámanhà á acena no theatro da Avenida os llurjuçnotle.8, não La boje espectá- culo n'este theatro. A notável opera de Meyerbeer, que é muito bem posta em scena, está assim distribuída: Margarida de Valois—Sr. a In- cera. O conde de Saint-Bris—Sr. Lo- renzana. Valentina—Sr.* Romondini. O conde Nevers— Sr. Astillero. De Coase—Sr. Tanci. Tavannes—Sr. Apollo. Maurevent—Sr. Fernandes. De Retz—Sr. Cots. Méru—Sr. Vidal. Raul—Sr./Suanez. Marcello—Sr. Serra. Urbano—Sr. a Treves. Uma dama dc honor—Sr. a Cla- varri. O chefe da ronda— Sr. Carreri. Amanhã é a penúltima recita da companhia lyrica. # / Kcal Colyseu O programma da fuucçao d'esta noite no Colyseu é composto das esplendidas peçae: Almacen de Musica, Toros de Puntas e Coro de Sehoras, tomando purte as ap- plaudidas irmàs Morenoa. Nilo é fácil encontrar espectá- culo tào convidativo. KÂLEfiOÃRIO alegre Ao general Carneiro Farei sempre a continência. Custa pouco, é delicado, E agrada a sua excellencia. Posto que eu seja paisano, Costumo acatar os velhos. Se der gosto a sua excellencia Pòr-me-hei até de joelhos. Bilhetes a 2$200 róis, décimos a 220 réis para a loteria do dia 30 de agosto, com quatro prémios de 7:200,5000 réis. AoJonio Ignacio da Fonseca CONVIDA. Rogério Laroque, Rocambole e a Collecção de Camillo Castello Branco. Assigna-se na calcada da Estrella. 108 e IÒ4. LUZ, 22, ásT2 l "h. e 13' da t.— Ao Diário Illitstrado. (Barra do Porto). Acaba de entrar a barra a es- cuna iugleza Devon. O capitão declarou que poucos dias depois de ter sabido da Ter- ra Nova, um tripulante suiciaou- se, atirando-se ao mar. ( Correspondente).» Prisão d um larapio Foi proso pela policia judicia- ria, proximo ae Bemfica, o traba- lhador José Mendes, accusado de ter roubado 355200 réis aos seus companheiros José Henriques e Manuel Antonio. HIM-LÍFB 0 Senhor Infante D. Augusto par- te no principio do mez de setembro para Mafra. # # »• Fazem ámauhã annos as ex.»*" sr. - *: Condessa de Condeixa. Condessa de Sarzcdas. Iteroneza de Paranhos. I). Eugenia de Almeida c Yascon- cellos Menezes (Lapa). 1). Maria Amalia Machado Castello Branco (Figueira). D. Gertrudes Leite de Mello Al- vim. I). Julia Adelaide Portugal Pereira da Silva. I). Carlota Maria Saldanha d'Oli- veira e Daun l). Maria Henriqueta Pereira de Mira Franco. D. Maria do Carmo Santiago Pe- reira Lemos. D.Carlota Adelaide Garcia Novaes. 1). Maria Carlota de Castro Ber- nés. E os srs.: Conde das Alcaçovas. D. Manuel de Sousa Coutinho (Santa Iria). Joaquim 1'rbano A rimes Moreira. Regressou de Paris o distinctoes- criptor e nosso presado amigo o sr. visconde de Benalcanfòr. —Parte hoje nara Paris o sr. Gui- lherme Gomes Coelho. —Begressa amanhã a Lisboa, das Caldas da Bainha o sr. Luiz Gonza- ga dos Beis 'Forjai. —Partem ámanhã para Cintra as sr.'* condessa de Lumiares e suas lllhasi). Constança e D. Assump- ção. —Regressou do Lumiar á sua ca- sa cm Lisboa o sr. João Pedro Fer- reira Barruncho. —Partiu para Extremoz o sr. Jo- Maria de Jesus Bangcl —Partiu para a Nazareth a ex.® 4 sr. a D. Maria Leopoldina da Silva Castro Barradas. —Betirou de Vidago á sua casa em Sacaveni a ex." 14 sr.- D. Amelia Adelaide Etur Mendes. —Acha-se uo Purlo o sr. conde de Villa Ileal. —Partiu do Porto para Mondariz o sr. conde de Bulhão. —Chegou a Lisboa o sr. marquez de Sevilha. —Partiu para Vizeu o sr. general Cunha Bebello. —Regressou a Lisboa com sua es- posa o sr. dr. Antonio de Ordaz. —Acha-se em Madrid o sr. Luiz dc Olviveira de Almeida. —Regressou de Cintra com sua família, o sr. José Joaquim Pereira Alves, digno vereador da camara municipal de Lisboa. —Eslã em Lisboa o sr. conde de Castello de Paiva. —Parte hoje para Paris o sr. Jo. ronymo da Cunha Pimentel, direc- tor da Penitenciaria de Lisboa. —Partiu para Espinho o sr. João de Mendonça Cortez Junior. —Parte hoje para Paris o sr. An- tonio Feliz da Costa. —Partiram para a Suissa os srs. Eduardo Vil laça e Madeira Pinto. —Esta em Lisboa o nosso amigo o sr. Marçal Pacheco. —Parte hoje para a Guarda o sr. conselheiro Telles de Vasccncellos. —Partiram hontem para Monte- Mor o sr. visconde d'Amoreira da Torre e seu irmão Leonardo Pali- uha. —Chegou da ilha de S. Thomé o sr. Vicente Patricio Alvares, dignís- simo director da allandcga d'aquel- la ilha. —Regressaram das Caldas da Rai- nha á sua casa em Bemíica, o sr. Julio de Brito e sua esposa. # # * Consta que está justo o casamen- to da 111 ha «lo sr. I'e.dro Ignacio Lo- pes com o sr. Hypacio Henrique Brion, official da armada. Progridem consideravelmente as melhoras da ex. ,n » sr.* D. Eugenia Balsemão, til ha do sr. visconde de Balsemão. Fazemos votos pelo prompto res- tabelecimento da illuslrc enferma. —Tem passado incommodado de saúde o sr. conselheiro Jostf Lucia- no de Castro. —Também continua doente O- sr. barão de Viamonte.

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AMftlfiTVATUBA EM LISBOA

'3.° anno

1 mez .. SOO réis Annuncios: linha 20 réis; na !.•

3 raczes. 900 » pagina 100 réis; no corpo do

Avulso .. 10 » lorual com travessão 60 réis.

Communicados e outros artigos contratam-se na

administração. Sexla feira 23 de agosto de 1880

A**I*iNA1XJttA NAS fc»BOVff3iC*AS

3 mezes pagamento adiantado lí 150 réis

A correspondência sobre administração a Bodri-

o de MeUo Carneiro Zagaiio, travessa da Queiraa-

, 35, 1.° andar.

Numero 5:884

Q numero telepiiouico d'es-

te jarnal é 462.

0 drama de Pny-lmberl

Foi na verdade lugubre a ma-

drugada de 10 d abril para quem

assistiu ás pesquizas da justiça no

quarto em que Joanna Intlhoume,

acabava de praticar o seu quintu-

p!o assassinato.

Espalhãra-se que uma mulher se

asphixiara com seus filhos, em Puy

Ymbert. e toda a gente correra ao

local do acontecimento.

Nos arredores da casa do crime,

nas escadas que conduziam ao quar-

to dos csjíosos Souhein, divisava-se

a multidão dos visinhos, profunda-

mente consternados.

0 espectáculo era aterrador. As

janellns do quarto onde se pratica-

ra o attentado estavam abertas e a

luz do dia illuminava sobre os seus

dois leitos as cinco pequeninas vic-

timas. deitadas nuias ao pé das ou-

tras. lívidas, eja enrcgelaados pelo

frio da morte.

Ao pé de um dos leitos, Sonhem

chorava e gemia.

dicos foi declarada responsável e

entregue aas seus juizes.

Não será este processo, para o

leitor, o acto menos pungente d'a-

quellò drama lúgubre.

Os curiosos invadem a rua por

onde a accusada tem de passar para

ir da prisão ao tribunal; as escadas

e os corredores do palacio da jus-

tiça. são disputados pela multidão.

E augmentado o pessoal de policia

í

Quando a justiça, terminada

a sua primeira obrigação, quiz

retirar-se e levar comsigo a culpa-

da, esta debruçou-se nos leitos e

abraçou as suas victimas. compoz-

Ihe a3 roupas. e deixou-se tinal-

mente conduzir pelos agentes.

Ficaram as pobres creanças mor-

tas, que só depois do meio dia lo

ram retiradas do quarto fatal, che-

gando o fúnebre cortejo a Limoges

sob um sol brilhante.

Ao funeral das infelizes creanças

concorreram mais de 25:000 pessoas,

e quatro dias depois do enterra-

mento as campas das pobres victi-

mas tinham desàpnarecido sob um

monte de corôas, ae ílores artifi-

ciaes ou naturaes, que foram aug- mentando até ao din era que uma

subscripção publica proporcionou

os meios da cònstrucção a um mau-

soleo. »

A primeira versão relativa ao es-

pantoso crime foi esta:

A mulher de Sonhem no dia 9 de

abril viu seu marido, um pobre ca-

vador, ser levado para a prisão por

ter roubado uma pequena porção

de chumbu. 0 roubo era tão insignificante,

ue a condemnaçàc fòra de dois

ias de prisão.

Era casa não havia dinheiro e a

desgraçada, mãe de cinco .filhos,

achou-se impotente para alimental-os

durante aquelle tempo com os par-

cos recursos da venda de alguns

ossos e trapos, que apanhava pelas

ruas. Desvairada pela miséria, re-

solveu suicidar-se depois de ter

morto as cinco creanças. Antes,po-

rem. quiz dar um ultimo instante

de alegria aquelles infelizes. Ven-

deu uma cabra, que conservava pa-

ra amamentar o mais novo,e com o

producto comprou panno e fez saias

e blusas com que os vestiu. Para o

Entar deu lhes uma gallinha. que

es restava e depois fel-os deitar.

Os infelizes adormeceram pouco de-

pois.

Joanna começou então a executar

o seu intento. Primeiro suffocou,

apertando-o de encontro ao peito, o

mais novo.

Seus dois filhos e sua filha mais

velha dormiam na mesma cama.

Primeiro estrangulou a raparigui-

nha, que apenas contava três an-

nos e depois o filho mais novo,

chamado Pedro, e que tinha seis

annos e meio. Quando o filho mais

velho sentiu os dedos da mãe na

garganta, acordou e houve lucta

desesperada entre a mãe e o filho,

que finalmente foi estrangulado co- mo os outros. Este tinha nove an-

nos.

Faltava a filha mais velha. Gha-

mava-se Maria e tinha dez annos.

Acordou sobresaltada, e assentan-

do-se na cama, disse:

—Ah! mamã, mamã, também me

quer matar?

—Querida filha, disse a desvaira-

da, teus irmãos e tua irmã já mor-

reram, teu pae esta preso, eu que-

\ Se *

nba!

ro morrer. Se viveres, ficarás sôsi-

A infeliz pequena estendeu o pes-

coço a mãe, que a estrangulou co- mo aos outros filhos.

Depois tapou as fendas das por-

tas. acendeu um fogareiro e feriu-

se em um braço, sendo seu intento

morrer também.

Foi salva pela intervenção da vi-

sinhanca, sendo chamadas as aucto-

ridades.

#

Decorreram quatro mezes ea mãe

desnaturada, depois de ter sido sub-

.mettida ao exame de diQerentes me-

do serviço do tribunal, sendo a cus-

to que se mantém a ordem, e sendo

diflicil evitar que os curiosos se pre-

cipitem na sala da audiência.

0 defensor da accusada é Fayout,

o advogado das mulheres crimino-

sas. Dir-se ha que a sua especiali-

dade é a defesa dos grandes culpa-

dos. A u 11 ima causa que advogara

foi a da mulher de Saint-Denis des

Mors.

0 socialismo—diz um jornal de

Limoges—que quiz apoderar-se do.

processo da mulher de Souhem. e

servir-se d elle como um meio ex-

ccllcnte para as revendicações do partido, desde muito que rodeava

Souhem para o levar a escolher um

advogado de Paris imbuido de

ideas avançadas.

A accusada por^m quiz ser de-

fendida por Fayout. •

DiÍTerentes brochuras socialistas

foram dirigidas ao jury e distribuí-

das na cidade.

O seu verdadeiro fim era entravar

a accão da justiça, intimidando os

jurados.

O logar do ministério publico foi

occupado por M. Pironneau. »

Chega a accusada n uma carrua-

gem escoltada por dragões.

A mulher de Souhem está muito

mudada. Parece que o seu fim tem

sido illudir quem d elia se tem oc-

cupado desde a sua prisão.

A principio simulou uma febre

cerebral e durante tres dias conse-

guiu pôr em duvidas a medicina.

Ultimamente declarara achar se gravida; não sabemos se a gravi-

dez foi constatada ou se se t ralava

d'uma nova comedia.

Depois disse estar solTrendo d uma

cholerina, e já se perguntava se o

seu julgamento seria addiado.

A despeito de tudo isso, eil-a sen-

tada na frente dos seus juizes.

A sua chegada produziu verda-

deira emoção.

A infantéria fez recuar a multidão

até á praça d Aine. Os dragões con- servaram-se a cavallo em frente

da porta do palacio.

sinha, a sr.» Yinour, viu Joanna,

circulando no quarto; parecia ter

acabado a sua «toilette» e adornava-

se com uma coifa branca.

No entanto a visinha Mounier, di-

rigira-se a casa do guarda Ennezer,

que d alii a meia hora chegou e ba-

teu á poria da accusada, sem que

alguém lhe respondesse. Então for-

çou a porta, e entrou seguido de

visinhança.

0 espectáculo era horroroso. So-

bre um leito, proximo á porta, ja-

ziam os cada veres de tres filhos de

Joanna; Pedro, de quasi onze annos;

Pedro Eugénio, de G annos e meio;

Maria Margarida, de 3 annos e meio.

No outro leito, ao fundo d'uma

especie d alcova, distinguiam-se os

corpos inanimados de dois outros fi-

lhos da criminosa: Maria, de cerca

de 10 annos, e Maria Baptista, de 10

mezes.

Junto d estes deitara-se a accusa-

da, depois de se ter arranhado no

pescoço e no braço direifo com dois

ligeiros golpes, que nem sequer ti-

nham rompido toda a espessura da

pelle.

Levantada pelo guarda, a accusa-

da fingiu um desmaio completo, mas

que durou pouco, e ás perguntas

que lhe fizeram respondeu friamen-

te:

«Os meus filhos não morreram as-

Shixiados; tam pouco os envenenei. Ihem-lhcs para o pescoço e verão

como elles morreram.»

E como o guarda lhe perguntasse

o que diria seu marido logo que

saisse da prisão, a accusada repli-

cou:

«Ficará muito satisfeito, porque

muitas vezes tem manifestado o

prazer que sentiria de nos ver coin

uma boa dósc d arsénico no ventre.»»

Isto era uma mentira e João Sou-

hem. o marido da accusado, traba-

lhador pouco intelligente e pouco

assiduo ao trabalho cedera por al-

gumas vezes á tentativa de furto,

mas nunca se associara aos proje-

ctos de morte que sua mulher, des-

mmmmpsm Começa o julgamento.

#

Depois de prestado o juramento o

juiz dirige-se á accusada, cujo re-

trato hoje publicamos.

—Accusada, levante-se. Como se

chama?

—Joanna Dulhoume, mulher de

Souhem.

—Falle mais alto; os srs. jurados

não a ouvem. Que edade tem?

—Trinta c um annos.

—D onde é natural?

—De Labarre de Veyrac.

—Sabe já qual o crime de que a I

accusam. não é verdade?

0 juiz, depois de prevenir o pu-

blico de que reprimirá severamente

qualquer manifestação seja de que

naturesa fôr, ordena ao official que proceda á chamada das testemunhas.

Depois d isto o escrivão lé o auto

daccusação, que diz, resumida-

mente. o seguinte:

Na manhã de 10 de abril, das 6

para as 7 horas, a sr.a Beyrand, lo-

cataria d uma parte do 1.° andar da

casa Picat, no bairro de Puy-Imbert,

arredores de Limoges, notou que no

aposento contíguo áquelle que hi-

via semanas era occupado pela ac-

cusada, seu marido e cinco filhos,

entrava um fumo bastante intenso.

Preoccupada com algumas pala-

vras pronunciadas na vospera pela

mulher de Souhem, e sabendo que

o marido da sua visinha estava pre-

so desde 6 de abril, a sr.* Beyrend.

receiou que a accusada se tivesse

aproveitado da noute para attentar

contra a sua vida e a de seus filhos,

por meio da asphixia.

Duas visinhas. a sr.* Yinour e a

menina Mounier, correram ao seu

chamado.

A sr.â Yinour espreitou por uma

fenda da porta para o quarto da fa-

mília Souhem e viu estendido no lei-

to o mais velho dos filhos, Pedro,

que lhe pareceu inanimado.

As tres mulheres sairam e uma

d'ellas dispunha-se a ir procurar o

Euarda campestre Ennezer, a um

ilometro de Puv-lmbert, quando a

accusada appareceu á janella. dizen-

do-lhes espontaneamente:

«Isto não passa d um pouco de

fumo. Fui eu que accendi o fogarei-

ro».

Em seguida fechou a janella.

Alguns momentos depois, outra vi-

JOANNA SOUHEM

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15, Una Anchieta, 15

HISTORIA DE RONi

Está publicado o 27.° fascículo

Escripíorio, travessa da Queimada. 3!»

de janeiro, combinava e annunciava

abertamente.

Ha outros esclarecimentos impor-

tantes no auto da accusação, que

seguiremos amanhã, dando também

o resultado do julgamento, e bem

assim os retrates das cinco crean-

ças.

Indicações (heatraes

Trindade

Vão descançar os interpretes do

Gafo Preto, com grande gáudio

d'elles, e bastante tristeza do pu-

blico, que assim se vê privado do

seu espectáculo favorito.

Douiingo é a ultima recita.

*

Avenida

Para que possam subir ámanhà

á acena no theatro da Avenida os

llurjuçnotle.8, não La boje espectá-

culo n'este theatro.

A notável opera de Meyerbeer,

que é muito bem posta em scena,

está assim distribuída:

Margarida de Valois—Sr.a In-

cera.

O conde de Saint-Bris—Sr. Lo-

renzana.

Valentina—Sr.* Romondini.

O conde Nevers— Sr. Astillero.

De Coase—Sr. Tanci.

Tavannes—Sr. Apollo.

Maurevent—Sr. Fernandes.

De Retz—Sr. Cots.

Méru—Sr. Vidal.

Raul—Sr./Suanez.

Marcello—Sr. Serra.

Urbano—Sr.a Treves.

Uma dama dc honor—Sr.a Cla-

varri.

O chefe da ronda— Sr. Carreri.

Amanhã é a penúltima recita

da companhia lyrica.

#

/ Kcal Colyseu

O programma da fuucçao d'esta

noite no Colyseu é composto das

esplendidas peçae: Almacen de

Musica, Toros de Puntas e Coro

de Sehoras, tomando purte as ap-

plaudidas irmàs Morenoa.

Nilo é fácil encontrar espectá-

culo tào convidativo.

KÂLEfiOÃRIO alegre

Ao general Sá Carneiro

Farei sempre a continência.

Custa pouco, é delicado,

E agrada a sua excellencia.

Posto que eu seja paisano,

Costumo acatar os velhos.

Se der gosto a sua excellencia

Pòr-me-hei até de joelhos.

Bilhetes a 2$200 róis, décimos

a 220 réis para a loteria do dia

30 de agosto, com quatro prémios

de 7:200,5000 réis.

AoJonio Ignacio da Fonseca

CONVIDA.

Rogério Laroque, Rocambole

e a Collecção de Camillo

Castello Branco.

Assigna-se na calcada

da Estrella. 108 e IÒ4.

LUZ, 22, ásT2l"h. e 13' da t.—

Ao Diário Illitstrado.

(Barra do Porto).

Acaba de entrar a barra a es-

cuna iugleza Devon.

O capitão declarou que poucos

dias depois de ter sabido da Ter-

ra Nova, um tripulante suiciaou-

se, atirando-se ao mar.

( Correspondente).»

Prisão d um larapio

Foi proso pela policia judicia-

ria, proximo ae Bemfica, o traba-

lhador José Mendes, accusado de

ter roubado 355200 réis aos seus

companheiros José Henriques e

Manuel Antonio.

HIM-LÍFB

0 Senhor Infante D. Augusto par-

te no principio do mez de setembro

para Mafra.

# # »•

Fazem ámauhã annos as ex.»*"

sr.-*:

Condessa de Condeixa.

Condessa de Sarzcdas.

Iteroneza de Paranhos. I). Eugenia de Almeida c Yascon-

cellos Menezes (Lapa).

1). Maria Amalia Machado Castello

Branco (Figueira).

D. Gertrudes Leite de Mello Al-

vim.

I). Julia Adelaide Portugal Pereira

da Silva.

I). Carlota Maria Saldanha d'Oli-

veira e Daun

l). Maria Henriqueta Pereira de

Mira Franco.

D. Maria do Carmo Santiago Pe-

reira Lemos.

D.Carlota Adelaide Garcia Novaes.

1). Maria Carlota de Castro Ber-

nés.

E os srs.:

Conde das Alcaçovas.

D. Manuel de Sousa Coutinho

(Santa Iria).

Joaquim 1'rbano A rimes Moreira.

Regressou de Paris o distinctoes-

criptor e nosso presado amigo o sr.

visconde de Benalcanfòr.

—Parte hoje nara Paris o sr. Gui-

lherme Gomes Coelho.

—Begressa amanhã a Lisboa, das

Caldas da Bainha o sr. Luiz Gonza-

ga dos Beis 'Forjai.

—Partem ámanhã para Cintra as

sr.'* condessa de Lumiares e suas

lllhasi). Constança e D. Assump-

ção.

—Regressou do Lumiar á sua ca-

sa cm Lisboa o sr. João Pedro Fer-

reira Barruncho.

—Partiu para Extremoz o sr. Jo-

sé Maria de Jesus Bangcl

„ —Partiu para a Nazareth a ex.®4

sr.a D. Maria Leopoldina da Silva

Castro Barradas.

—Betirou de Vidago á sua casa

em Sacaveni a ex."14 sr.- D. Amelia

Adelaide Etur Mendes.

—Acha-se uo Purlo o sr. conde

de Villa Ileal.

—Partiu do Porto para Mondariz

o sr. conde de Bulhão.

—Chegou a Lisboa o sr. marquez

de Sevilha.

—Partiu para Vizeu o sr. general

Cunha Bebello.

—Regressou a Lisboa com sua es-

posa o sr. dr. Antonio de Ordaz.

—Acha-se em Madrid o sr. Luiz

dc Olviveira de Almeida.

—Regressou de Cintra com sua

família, o sr. José Joaquim Pereira

Alves, digno vereador da camara

municipal de Lisboa.

—Eslã em Lisboa o sr. conde de

Castello de Paiva.

—Parte hoje para Paris o sr. Jo.

ronymo da Cunha Pimentel, direc-

tor da Penitenciaria de Lisboa.

—Partiu para Espinho o sr. João

de Mendonça Cortez Junior.

—Parte hoje para Paris o sr. An-

tonio Feliz da Costa.

—Partiram para a Suissa os srs.

Eduardo Vil laça e Madeira Pinto.

—Esta em Lisboa o nosso amigo

o sr. Marçal Pacheco.

—Parte hoje para a Guarda o sr.

conselheiro Telles de Vasccncellos.

—Partiram hontem para Monte-

Mor o sr. visconde d'Amoreira da

Torre e seu irmão Leonardo Pali-

uha.

—Chegou da ilha de S. Thomé o

sr. Vicente Patricio Alvares, dignís-

simo director da allandcga d'aquel-

la ilha.

—Regressaram das Caldas da Rai-

nha á sua casa em Bemíica, o sr.

Julio de Brito e sua esposa.

# # *

Consta que está justo o casamen-

to da 111 ha «lo sr. I'e.dro Ignacio Lo-

pes com o sr. Hypacio Henrique

Brion, official da armada.

Progridem consideravelmente as

melhoras da ex.,n» sr.* D. Eugenia

Balsemão, til ha do sr. visconde de

Balsemão. Fazemos votos pelo prompto res-

tabelecimento da illuslrc enferma.

—Tem passado incommodado de

saúde o sr. conselheiro Jostf Lucia-

no de Castro.

—Também continua doente O-

sr. barão de Viamonte.

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1/UR30 mLtrSTBABO

A poiitica

0 paiz deve ter comprehendido

uma cousa: quo ha quem, por

interesse propriamente politico,

tenha auxiliado o governo.

Este governo!

E o paiz, com esta comprehen-

são, tem o dever de por egual

dar combate ao governo e aos que

o auxiliam por mil lórmas, que

posto tenbam a pretensão a es-

pertai e finórias, são de uma es-

perteza e de uma finura a que se

costuma chamar—de rato.

E' esta a nossa opinião, talvez

singular e isolada, mas muitíssi-

mo convicta, e tanto que não du-

vidamos em expremil-a.

De certo que Sua Magestade,

por motivo das suas enfermida-

des, que nós, mais do que nin-

guém, lamentamos d'alma e co-

ração, não tem podido dar aquel-

la demorada attenção, que cos-

tumava dar, aos negocios públi-

cos, 2m que 6 supremo arbitro.

E* isto verdade; mas o principal

auxilio d'este governo tem-lhe

vindo d'esse auxilio aberrativo e

monstruoso, que sem ter um va-

lor de importancia para factos,

chega 110 entanto para a intriga

e para o mexerico; e tão grande

tem sido esse auxi/io, que basta

para cohenestar a permanencia

de uns homens que se veem

abandonados dos seus mais va-

liosos oradores e jornalistas, e

jue recebem uma votação de

Jesconfiança na camara dos pa-

n's na mais escandalosa das

questões que vieram á discussão

—a da OUTRA METADE!

i

#

# #

Muito de proposito sublinha-

mos as palavras—este governo,

porque nós concebemos utilida-

de e patriotismo em alianças,

auxílios e accordos. Mas não nas

actuaes circumstancias, mas não

com um governo infamado, mas

não com uma situação suja, mas

nunca com um gabinete que tem

na historia a tramóia, as falsifi-

cações, a carta do Marquez de

Fronteira, o telegramma dos Ín-

timos, e mais porcarias «Testas,

ás dúzias e aos centos.

Esse auxilio 6 indigno; não ha

ambições que o desculpem, nem

vaidades que o defendam. E' per-

feitamente e completamente re-

pugnante, A ascoroso.

Eleições

Diz um jornal que o sr. Joa-

quim Gonçalves, da Província, é

candidato ministerial por um dos

círculos do districto do Porto.

I)e modo que vamos vér o sr.

Correia de Barros a eleger o mes-

mo Gonçalves que combateu!

E estes dois factos, leitor, dsto-

se ambos no decennio de 18S0 a 180Ot

#

Do Seeulo:

««Pelo circulo plurinomiaal de Vi-

zeu sào propostos deputados, com a cliancella official, os srs. Marianno

de Carvalho, Francisco de Campos

c Augusto Fuschini.

Este ullimo propôe-se pela mino-

ria. mas os seus amigos já ha mui-

to dizem que o governo não só o

não hostiiisa, mas até se satisfaz

com a sua eleição.»

29

FOLHETIM

A trovoada

em Fronteira

Devemos acrescentar que o col- se costumam rubricar os persona-

lega dos Debates não deu a noti- gens sem importancia.

cia por e6ta forma. | Antes de analysarmos, porém,

, o original escripto, devemos dizer

' ao redactor da Charrua, que 6 um

! apreciável cavalheiro e distincto

• agronomo, que os prejuízos fo-

1 raui tão grandes que ailectuaram

í os lavradores e eiareiros que se

! chamam Antonio Soares Franco,

Por vezes o sr. Frederico Arou- José Maria da Silva Manuel Ma-

ca no parlamento pediu providen- ximo de Brito e Castro, João dos

cias instantes ao governo, tenden-; Prazeres Malenho, José dos. I ra-

tes a lenitivar as desgraças soffri-! zeres, Maximiano Antonio relies

das pelos habitantes da villa de de Castro, José Relvas, dr * ran Fronteira,por effeitode duas enor- cisco de bousa Namorado, dr.

mes trovoadas, das quaes a ulti-, * rancisco Mendes Callado, D.

ma, em 6 de iunho, produziu es- Joanna da Graça Proença, D. Ma-

tragos no valor de mais de 20 ria Joanna de boina, Sergio Au-

contos de réis. Nós auxiliámos gusto das Neves, Candido da Cos-

aqui, quanto podíamos, a voz do ta, Francisco Forças, herdeiros

illustre deputado, mas o governo i de Francisco Jose Canejo, Anto-

nio fez nada por sua acção, nem : mo Paes Rovisco, Antonio Victo-

propoz cousa alguma ao parla-1 nno Bugalho, Francisco da Cos-

mento, estando todos na ignoran- . ta líamos, etc., etc.,—muitos ou-

cia de qual foi a informação offi- , tros pequenos agricultores, que

ciai que recebeu do governador no seu coujuncto colhem cenaes

civil, documento de que já pedi- em importante numero de moios,

mos a publicação, muito necessa- E por isso que na povoação ria para se liquidarem responsabi- será difficil encontrar opinião

1 idades egual a do informador A. xV., sm-

Ó governo nada fez, mas não , guiar e original, dado, pelo que

PRlfflElRft PARTE

O amor impoft*ivel

(Continuado do n.° 5:883)

O monomano curado completa-

mente, ou atravessando simples-

mente um período de lucidez, re-

cupéra a memoria dos factos que

se produziram antes da sua doen-

ça ou durante os outros interva-

los lúcidos.

E parece authentic;#!ente de-

monstrado que essas suas memo-

rias se nâo confundem jamais.

JoiTo More vivia só, não tendo

nem mulher nem filhos, n'um can-

to da herdade.

se contentou com o não fazer cou- se vê, a opiniões dogmaticas, ou

sa alguma: levou o seu odio a um ' como vulgarmente se diz—sen

concelho, que lhe não dá votos, a' tenciadas de cadeira,

ponto de illudir S. Magestade a

Rainha, que do cofre dos inunda-

dos apenas mandou tirar a peque-

na esmola de IãOâOOO réis para

acudir a tilo grandes e numerosos

infortúnios!

Mas que o governo nada fizes-

se, nào é caso para admirar; para

Mas analysando.

Quer-lhe parecer que a tempes-

tade deu mais do <pie tirou.

E' já extraordinário que um in-

dividuo, portjue lhe parece uma

cousa, o que equivale a dizer que

não tem a certeza d'clla, veuha,

por uma preoccupaçào qualquer,

admiração é que na Charrua, jor- i que nunca pode ser louvável, dif-

ual agrícola que se publica em ; facultar as aliaz justas reclama-

Portalegre, apparecesse o seguiu- çòes dos seus conterrâneos!

te commonicado: * Mas ha gente assim, por effeito ; da natureza, da vaidade ou do

«Apreciando como lavrador os ef- • despeito, nâo sabendo nós a qual

feitos da trovoada de 0 de .junho, I d'estes factores attribuir similhan-

com que se tem feito tanta hulha, J ^ gentença, desde que nào pode-

quer-iúe bcui parecer que para o mos encher em nome os dois NX

çeral do concelho deu mais do que i excentric08

^Ninguém poderá contestar que 1 O informador assenta que a chuvas que a acompanharam be- tempestade deu a uns e tirou a que;

neflciarain muito as cearas em ge

ral e particularmente as de trigo ri- beiro semeado de primavera

outros.

O que tirou todos vêem, por-

que as ciaras ficaram destruídas.

,0s V* * a fórmula da reducti- raes, íoram ao circumscriptos

bilidade do que deu a tempesta-

O graniso destruhiu algumas cea- de? Por que processo se avalia o

ras completamente, mas isto apenas que certas sementeiras deram a

em parte da lreguezia da villa, Se-; mais do que teriam dado se lhes

nhora d Atalaia onde menos semea- n£0 chovesse n'aquella occasiào?

da estava, de modo que aqui mes-i Desejavamos conhecer essa for-

mo onde lambem niais fortes foram mala ou esge pr0CeSa0 para cum-

a ceai pnmentarmos o sei, origina, au-

ra e esta 110 sentido da corrente da ctor, mas em quanto elle a nao tempestade. | apresentar em idea, para alguém

Apesar da grande intensidade das j lh'a reduzir a prosa, diremos que

descargas, nao houve felizmente • f. de muito ruim intenção vir eon-

desgraças pessoaes nem perdas de trapôr, a desgraças que se conhe-

gado.

O que ficou completamente perdi-

do ou muito deteriorado foram os

fruclos e as culturas, das vinhas e

das poucas e pequenas hortas nas

proximidades da villa.

cem, felicidades que sào irredu-

ctiveis a um valor!

Mas queremos acompanhar aos

últimos reductos a excentricidade

do officioso informador, que pela

Em parte o mal ja vae reparado e primeira vez que apparece na

nas culturas hortícolas só se podo imprensa é para tirar razão aos

ra notar no presente alourai at.raso, ; fifcUS patricjos; admittindo que al-

KáríS JSTlAiTo'K 1 S™W». « "tr.s'p.ri,. corrido do que aos effeitos da Iro- r«in, deixa por isso de haver mo-

voada. tivo para lamentar a infelicidade

Quem pois soffreu verdadeiramen- dos últimos? 4* . : L . 1. I <i*i A n/v n/ihnvf)

te foi o cielreiro, que se achava nas condições atraz expostas, sendo no

Elle que responda, afíirmativa-

geral'todas as de mais queixas exa- mente ou negativamente, porque

geradas ou infundadas. •> qualquer dos modos de responder será a sua condemnaçâo.

Uns ficaram desgraçados—por-

que o informador confessa que Este commuDiçado, ou que me-

lhor nome haja, é firmado pelas

iniciaes V. 6'., e posto que ellas j algumas ciaras foram completa-

correspondam aos appellidos de mente destruídas })do granizo. Pois

ura proprietário da localidade, da-

do a manifestações de singulari-

dade e originalidade, custa-nos a

acreditar que elle fornecesse si-

milhantes ideas estravagantes pa-

ra lhe serem postas em prosa cor-

rentia. Naturalmente houve enga-

no typographico: em vez de N. C.

a assígnatura era de N. N.—le-

tras estas com que nas comedias

Os trabalhadores dormira nos

estábulos e palheiros.

Isto explica a rasào porque as

crises de João More, nào assus-

tavam ninguém.

Produziam-se as mais das ve-

zes durante a noite e ficavam por-

tanto ignoradas de toda a gente.

Quando, ao romper da manha,

algum dos creados de lavoura via

o feitor, alquebrado, o rosto con-

trahido e os olhos vermelhos, sus-

peitava logo que a noite fora má,

mas quasi sempre, n'esses momen-

tos, Joào More recuperara já* to-

da a sua rasào, o delírio desap-

parecera e ficara só a febre.

Era um espectáculo triste o d'a-

quelle homem entregue assim a

uma loucura furiosa, a um delí-

rio extravagante, transportado

subitamente para um mundo de

seres imaginarios, dos quaes se

julgava a victims, perseguido por

algozes que inventavam, cm sua

intenção, supplicios singulares,

torturas cruéis e aos quaes elle

estava entregue, sem poder de-

fender-se, se bem qne imaginasse

manejar nas suas rnàos crispadas,

armas terríveis.

conclue que ha exagero nas quei-

xas, e portanto nas reclamações!

Original e excentrico em tudo,

até na lógica, onde as excentrici-

dades sào prohibidas.

Outros ganharam, acrescenta.

Ora, admittindo que o informador

pertenceu ao numero d'est-es bem-

aventurados, devia ser coherente:

procurar a tal formula de descer-

E debatia-se, gemendo e gri-

tando no leito, os olhos fóra das

orbitas, o rosto inflamado, os ca-

bellos em desordem, os lábios fran-

jados de espuma... ares de epi-

léptico em pleno ataque.

E a lua, rompendo de entre as

nuvens, e filtrando pelajanella

do quarto, illuminava com a sua

luz suave a scena singular d'a-

quella lucta de um louco contra

as horríveis phantasmagorias do

seu pesadelo.

Foi só de manha que teve al-

gum socego, dormiu algumas ho-

ras e despertou, o sol já alto, sem

recordação alguma dos transportes

furiosos da noite.

Comtudo, como sentia os mem-

bros excessivamente fatigados,

nào saia n'aquelle dia.

Contentou-se com distribuir o

trabalho aos moços e deixou-se

ficar na herdade.

Roscoff chegou de manha.

—Entào, perguntou elle, como

se passou a noite?^ A febre acal-

mou um pouco, nào é verdade?

—Ah! sr. dr., replicou o pobre

homem, nào me lembro do que fiz

de noite, desde o momento em

nir o seu ganho—o lucro da tro

voada!—e dividil-o pelos que fo-

ram prejudicados.

Nào fazendo isto, o facto de vir

á imprensa, na pretensão de pre-

judicar as reclamações dos que

soffreram, dos que perderam, re-

presenta incontestavelmente uma

má acçào.

E é só porque as acções más

nos revoltam, que abrimos uma

excepção para lancetarmos esta

manifestação ferunculosa da vida

local, tanto mais condemnavel

quanto se apresenta com manei-

ras de imparcialidade e de boa

razão.

Pelo estrangeiro

Noticias e telegrammas

On acontecimento*

de Franca •

A condemnaçâo pronunciada pe-

la Haute Cour, levantou um mo-

vimento energico de indignação

na colonia francesa de Londres,

Sue, a titulo de protesto, foi no

ia 18, em massa, visitar o gene-

ral Boulanger.

A mauifestaçào teve lugar ás 5

horas da tarde, tomando parte

n'ella cerca de 1200 pessoas com

a bandeira tricolar á frente.

Quando o general appareceu, os

manifestantes proromperam em

acelamaçòes entnusiasticas:—« Vi-

va Boulanger! Viva a França!«

Um membro da colonia, em no-

me d'esta, oflereceu ao general um"

soberbo bouquet de flores naturaes;

outro dos manifestantes, leu um

protesto contra a condemnaçâo

proferida pela Haute Cour, sendo

a leitura constantemente cortada

pelos gritos de: «Viva Boulanger!

Abaixo Ferry! Abaixo Quesnay!

Abaixo Carnot!»

Em seguida, foi entregue ao ge-

neral um telegramma dos patrio-

tas francezes de Bruxellas, adhe-

rindo ao protesto dos de Londres.

Boulanger agradeceu commovi-

do, e as suas palavras foram aba-

fadas com enthusiastico3 vivas.

*

Assim que chegou a Carcassone

a noticia da sentença proferida

contra Boulanger. vários habitan-

tes arranjaram um manequim de

palha, vestiram lhe uma sotaina

vermelha, e queimaram-n o, aos

gritos de:—«Abaixo Beaurepaire,

o magistrado vendido!»

*

Annuncia a Presse que vae ter

lugar no dia 27 do corrente, em

Paris, um grande meeting de pro-

testo contra o processo do alto

tribunal, organisado pelos comités

revisionistas, socialistas e patrio-

tas do 18 ° arredondamento.

Entre os oradores inscriptos, fi-

gura o boulangiBta Laguerre.

#

Começam os protestos do exer-

cito francez contra as accusaeòcs

aleivosas do sr. de Beaurepaire.

A coisa promette.

O coronel Guerrier, comman-

dante do 129.° de linha, e o te-

nente coronel Vitalis, do mesmo

regimento, requereram ao minis-

tro da guerra a convocação d'um

conselho d'investigação, para fa-

zer a luz sobre as imputações de

que foram alvo no libello do pro-

curador geral.

O coronel Guerrier, commen-

dador da Legião de Honra, anti-

go chefe de estado maior do cor-

po expedicionário ao Tonkin, e

prestes a sair general, foi accu-

sado pelo crime de felonia.

Quanto ao tenente coronel Vi-

talis, o sr. de Beaurepaire accu-

sa-o de ter dispensado de todo o

serviço, no corpo, um sargento

muito dedicado a Boulanger, para

promover manifestações a favor

do general quando ha um anuo

passou alguns dias em Lisieux.

O conselho d'investigaçào para

averiguar estes factos vae ser im-

mediatamente convocado.

Como se vè, os protestos sur-

gem de toda a parte, mas parece

que os prote8tatarios clamara no

deserto.

Os maires que assistiram ao

grande banquete do Palacio da

Industria em Paris, foram apenas

11:182.

Sendo o numero fotal dos mai-

res 36:000, houve portanto 24:818

que nào estão em muito boas re-

lações com o governo da Repu-

blica.

Sarali Bernhardt

viuva

Falleceu no dia 18 em Paris,

no palacio que habitava com sua

mulher, o nosso conhecido Jac-

ques Damaia, marido de Sarah

Bernhardt.

Esta morte súbita, mas previs-

ta desde algum tempo, foi causa-

da pelo abuso que Damaia fazia

da morpliina e da cocaína.

Jacques Damaia era grego;

nascera no Pyreu, mas fizera-se

naturalisar francez. Muito novo

ainda, começou por abraçar a

carreira diplomatica e foi addido

de legação; mas apaixonando-se

por Sarah, n'uma tournée artística

que esta fez pelo estrangeiro,

abandonou a diplomacia e casou

com a grande actriz franceza.

Um bel lo dia os cartazes do

theatro da Gaite de Paris, an-

nunciaram uma recita extraordi-

naria em beneficio d uma senho-

ra pobre. O propramraa proinet-

tia: representava-se a Dama das

Camélias, fazendo Sarah o papel

de Margarida Gauthier e Dama-

ia o do Armand Duval.

O espectáculo realisou-se dian-

te d1 uma sala cheia. Sarah foi ac-

clamada, e seu marido applaudi-

do. A critica coroou de flores

Margarida Gauthier, e dispensou

palavras muito amaveis á distinc-

çào d'Armand Duval.

Depois de ter representado no

Ambigu as Mires ennemies de

Catulle, Damaia entrou para o

Gymnase, onde creou com gran-

de successo o Maitre dp. forges,

de Obnet, e o Prince Zilah, de

Jules Claretie.

Agora, estava nas Variétés, on-

de ainda ha quinze dias repre-

sentou com a grande tragica a

Dama das Camélias. *

Como acima dissemos, Jacques

Damaia foi victima do abuso da

morphina e da cocaína. Se nào

morresse ficaria doido, impossibi-

litado.

O infeliz tomava em tão gran-

de quantidade aquelles venenos,

que Sarah Bernhardt encontrou

no quarto mortuário 48 grammas

d'um e 15 d'outro.

#

Damaia era um perfeito rapaz,

elegante e distincto, e um bello

caracter dotado de ingenuidade

quasi feminil.

Tratava por tu toda a gente,

logo ao primeiro abord, e nào fal-

lava senào do seu successo era

versos alexandrinos.

Tinha uma bella presença, voz

sonora e gesto largo.

Nos cafés, tomava attitudes

theatraes para pedir um bocl:, e

para pagar a despeza.

Era o seu lado ridículo, mas

isso não impedia de ser bom.

Pobré" Damaia!

Paris, 21, n.

Entre o crescido numero de por-

que adormeci até o momento em

que acordei. O que sei é que nào

posso commigo... estou horrivel-

mente fatigado, moido, como se

tivesse levado uma sova de pau.

—Tem paciência. Dentro de

dois ou tres dias estarás curado.

—Assim o espero, graças ao se-

nhor doutor.

—Tomaste os pós esta manhã?

—Ainda nào.

—Pois nào te esqueças... uma

hora antes do almoço, e nào vás

hoje trabalhar no campo... o sol

está muito quente e poderia pro-

mover-te umas grandes dores de

cabeça. Por volta das quatro ho-

ras, quando sair do Castello, pas-

sarei pela herdade para vér se es-

tás mais socegado... Estarás

aqui?

— Sim, senhor doutor, encon-

trar-me-ha aqui ou na floresta ra-

chando lenha... O senhor é real-

mente muito bom para assim se

occupar de um desgraçado como

eu... Deus o recompensará!

Os trabalhadores recolheram á

herdade onde os osperava a refei-

ção do meio dia.

tuguezes que hoje foi á estação es-

perar o duque de Bragança estavam

os srs. Eça de Queiroz e Arai go (?).

Dizem cie Strasburgo que o impe-

rador Guilherme recebeu as aucto-

ridades e os funccionarios. é ama-

nhã assistirá ás manobras do

corpo do exercito, commandado pe-

lo general Heuduck, e dos ubtanos.

Londres, 22, m.

A rainha partirá hoje de Osborne,

indo para o paiz de (Jalles. Depois-

de curta demora n este ponto pas-

sará a residir larga temporada no

Castello de Balmoral (Escossia).

0 "Daily News publica um tele-

gramma de Berlim dizendo que nos

centros políticos allcmães se asse-

gura que estão entaboladas nego-

ciações pelas potencias alliadas aum<

de attratiirem a Hespanha á tríplice

alliança. Julga-se porém que a Hes-

panha repudiará todas as tentativas

n'esse sentido.

Continua a greve dos operários

das docas de Londres. Comtudo os

navios estão carregando graças ao

trabalho de jornaleiros adventícios

que as companhias teem contracta-

do.

(Hams).

Em poucas linhas

De um solteirão:—Mulheres feias!

Basta que a gente tenha de aturar

as que são nossas: mães, irmans e

tias!

—Parece oue o brioso militar a

que nos referimos, obtendo bons

resultados do systema Sequard,

acabará com a empreza aos domicí-

lios.

—0 sr. Xavier de Carvalho, cor-

respondente de vários jornaes por-

tugueses, continua a fazer uma

Eruerra medonha ao general Bou-

anger.

—Vae ser empalhado o luxurioso

inimigo da Montes.

—Acaba de se experimentar em

Italia um canhão de 120 toneladas.

Se fosse meu, punha-lhe como alvo*

o nariz do sr. Beirão.

—Julietta B, decana dos horison-

taes de Paris, vae deixar a America,

onde foi fazer fortuna.

Cosmopolita.

Piano vertical

Vende se ura de 7 oitavas em

bom uso, rua de S. Luiz, 20, se

diz.

Fez hontem exame de 3.° anno

de musica no Conservatorio, fican-

do approvado plenamente, o sr .

Acácio Vaz Nápoles.

U/L\ujj>

JaaíjBiia ÀDgusto da C*slí

FABRICANTE

\r<2>irae©<fcdorexcfin»iv» «i®-

l&Axateterfo fio»

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m completo sortiaefito m

sea geesro« ám ser

<ta foáa a fôrreapORÍMei».

Paquetes

Moçambique, '20, t.

Sahiu o paquete Dunkeld, d&

companhia «Castle Mail*.

#

Maranhão, 21, t.

Saiu hoje para Lisboa o paque-

te Brandenburg.

(liavas).

Joào More estava no seu esta-

do normal.

—Então isso vae melhor? per-

guntaram os moços.

—Peior não estou, e para não

ficar aqui a mandriar, acompa-

nhal-os-hei, se bem que o doutor

in'o prohibiu por causa do calor.

—Talvez seja melhor descan-

çar.

A' uma hora partiram todos pa-

ra o campo.

João More, que mesmo doente,

reputava uma vergonha passar

um dia sem trabalhar, pegou no

machado e dirigiu-se para a flo-

resta, separada da cidade por um

pequeno prado.

Ahi, foi obrigado a sentar-se,

sentia calafrios.

Poz de parte o machado, deitou-

se sobre a relva, apoiou a cabeça

n'um tronco de arvore e quiz dor-

mir.

Mas em breve despertou, os

olhos vermelhos, o rosto inflami-

mado, pepou no machado e poz-se

a rachar lenha.

Tudo era feito automaticamen-

te.

Xo arsenal dc marinha tem to-

gar ámanhã pelas 10 horas a ben-

ção da canhoneira Diu.

Agora nào tinha contorsues co-

mo durante a noite.

Na apparencia mesmo estava

socegado.

Mas de vez em quando parava-

olhava com inquietação em roda

de si, curvava-se como que se re-

ceiasse alguma cousa e resmunea-

va por entre dentes palavras en-

trecortadas que denunciavam bera

o estado da sua loucura.

—Oh! elle amarra-mc!... Mas

eu saberei escapar-lhe!... Pan-

cadas? ... você quer-me bater?...

Venha para ca, ande... Se me

tapar a boca, gritarei como um

desesperado. .. Olhe que me faz

mal... nào quero que me amarre

os braços... Oh! tantos ratos!...

Para que me manda elle agora

estes ratos?... Ahi começa a cor-

rer o meu sangue... Tu ra as pa-

garás! ... Que te fiz eu?.. .Que

torturas... Elie persegue-me ..

tenho de rae queixar aos gendar-

mes!

f Con iir.íta).

Jules Mast.

Page 3: % -K-purl.pt/14328/1/j-1244-g_1889-08-23/j-1244-g_1889-08-23_item2/j... · 1 mez .. SOO réis Annuncios: ... quiz retirar-se e levar comsigo a culpa- ... se em um braço, sendo seu

ILLtSTKIADO

eta ass obi adora, madame Shaw,

denominada o rouxinol de Nova-

York, rjne tem feito as delicias

dos boulevards.

O critico dramatico Adolpho

Brisson, director dos cumules poli-

tiques, casou coin uma filha de

Sarcey, o patriarch a da critica

parisiense

#

Abriu-se um concurso cm Pa-

ris, destinado á producçào de um

poema, que deverá servir á com-

posição musical de uma opera,

está encerrado o retrato do falle- dividida em muitos quadros! O

eido esposo, retrato que usam assumpto poderá ser historico,

suspenso do pescoço por uma fita legendário, ou symbolico. O pre-

de faille, bordada de emblemas mj0 offerecido do melhor libreto é

funerários com os cabellos do de- de 1:000 francos, (40 libras),

funto. #

Ainda a proposito de luto, pa- Foi bem acolhida a nova come-

rece que as parisienses resolve- dia dos Menus plaisi^s, Peur de

ram adoptar a moda ingleza, fâtre.

usando acima do cotovelo um bra-

celote de crepe preto, com as to»-1 Illtitllla.8e Briseis

leitos de cor, bastando elle para ra de Chabrier.

indicar o fallecimento de um ente

Do iiorlc ao sul

(Echos, traços e perfis)

Está agora muito em moda, em

França, um novo jogo, importado

do Canadá, c que se intitula Batt

and Ball. Este jogo assimelha-se,

simultaneamente, ao Cricket,

Crocket e .Latcn-Tamis. #

As modernas Artemisas inven-

taram um novo genero de luto,

que consiste em guarnecer de es-

cumilha o aro da medalha onde

a nova opc-

querido, sem terem de sujeitar-se

ao incommodo edespezados fatos

luctu0808. *

Quem será uma celebre Macca-

rona. estrella das ciganas, a que

se refere o Gil Blas, e que elle

, ri affirma gozar de uma enorme po- Como pendant ao professor pU]ftridHde, que se estende de Se-

Brown-Sequard, apparece agora vilha a LIeboa e dtí Cadiz a Bil-

o doutor Mahnconico, que acaba ^<inV

de descobrir o microl.io da velhi- Maccaroua é uma dançarina

ce. Este microbio, segundo aflirma vae cxhibir-se no Grande

o sábio italiano, transm.tte-se por Theatr0 da Exposição e qu.; Lis-

Incêndio

Gente queimada. — Creanças

salvas

Eram 11 horas da noite de an-

te-hontem quando se manifestou

fogo no Io andar do prédio 56 do

Campo de Santa Clara.

Mora no 2.° andar o sr. gene-

ral Caetano Pereira Sanches de

Castro e no 1.° seu filho Francis-

co, sua esposa aex.masr.n D. Hen-

riqueta Coelho Sanches dc Castro

e seus tres filhas as meninas Ma-

ria Henriqueta, de 10 annos; Ade-

lina, de 8; e Alice, de 6.

A' hora que mencionamos a sr.*

D. Henriqueta de Castro passou

de uma para outra sala com um

candieiro de petroleo na mão. De-

vido não sabemos a que circums

tancia o petroleo explosiu, derra

mando se sobre os vestidos da se-

nhora, incendiando-os. A sr.° D.

Henriqueta correu á janella pe-

dindo soccorro.

Note-se, porém, que para fazer

isto. teve de atravessar duas salas,

succedendo pois que o fogo mais

se ateou nos vestidos transmittin-

do-se ás bambinellas e outros

estofos.

Correram as pessoas da fami-

lia e os creados em soccorro de s.

ex.*, conseguindo apagar o fogo da

hereditariedade, invadindo o or-1 i"v'T viu iniicá'' -i' dlneito'da I rouPa' e conduzir * at''1('ta B?"íl0"

çanUmo humano, destniindo-o e ' boa "a° n"nC8' * a€ p * ■ I ra oara a rua. onde se veniacou

provocando a morte.

0 doutor Malinconico espera

encontrar o meio de combater

esse terrível microbio.

Desastre

Sobre o carpinteiro Custodio

dos Santos, que é bombeiro mu-

nicipal, caiu hontem, n'uma obra

do largo do Chafariz de Dentro,

onde estava trabalhando, uma pi-

lha de madeira que o deixou em

misero estado.

.... ~~—-i —r ra para a rua, ouue se vermeou

popularidade lusitana que o bil tin£a recebjd0 grandes queimadu-

Blas lhe attribue! ras. No hospital de marinha, onde

immediatameute a conduziram,

prestaram lhe os primeiros soccor-

ros medicos.

Duas phrases do Charivari:

Deus creou a mulher, mas

Infelizmente, não é verdade que

a grande cantora Elena Sanz fos-

se escripturada para S. Carlos, co-1 r"sT~' aQ mesm0 hn ital foi

mo alguns dos nossos collcgas as- Candida erouda da familia,

diabo fez a parisiense. E' preciso I Lisbo^Lisboa ouviria pela pri- ™to achava baa-

perdoar aos ricos nao serem sem- vf, a Carmen de Bizet (,lie tante queimada nas inaos

pre caritativos: os desgraçados n:nírupm canta como eiia. braços. #

♦cem tantas precisões. I c ^ tomou rapiao desenvol-

A nossa conhecida Jane May "mento, chegando a passar para

Diz-se que a princeza Victoria | regressou de Londres a Paris e 10 andar. _

da Prussia deve desposar o prin- foi escripturada na Renaissance. 01010 (*° llJcen(*io oram a -

cipe Carlos da Suécia, duque de • vas 88 tres meninas,

Oueetrogorie terceiro* filho do rei Começaram as representações general. - 1 - ~ í* • 1 Ab tres creanças estavam ja

deitadas quando se manifestou o

1861. | tradição inalteravelmente manti-1 sinistro, e chegaram a correr o

da desde 1882. A cantora Mater- perigo de sereni asphmadas pelo

Parece que nao são muito cor-1 na obteve um grande successo na fumo, que era intenso. I oi seu sal-

deaes as relações que actualmente parte de lvundry, successo parti- vador o sr. Francisco de 1 aula do

íhado pelo tenor Van Dyck, que Caes, amanuense do arsenal do

tem feito extraordinários progres- exercito. , , O fogo achava-se dominado a

uma hora da madrugada, traba-

Massenet está em Pourville, I lhando todo o pessoal e material do

onde trabalha na sua nova opera districto, bem como os voluntários

Mage de Lisboa e Ajuda e a ambulan-

* I cia voluntaria.

Adelina Patti é esperada em Houve bastantes prejuízos tan-

Londres, d onde seguirá para o to no 1.° como no 2.° andar. São

seu château do paiz de Galles, de- calculados em cerca de 600£000

morando-se ahi até á epocha da réis.

sua tournée de concertos nas gran- O prédio soffreu bastante

des cidades da Gran Bretanha, Dizein-nos ser grave o estado

sob a direcção do empresário da sr." D. Henriqueta Sanches de

Ilouke. Castro. . .

* Sentimos deveras este desgos-

0 conde Sparre, pertencente a to porque acabam de passar suas

uma das primeiras famílias da | ex."

Suécia, matou em Tassinge a co-

Telegrammas do Porto

PORTO, 22, ás 2 h. e 12' t.—Ao

Diário Elustrado.

O governador civil respondeu á

commis8ão, que soubesse verda-

deiramente qual a exigeucia dos

industriaea, e que elle auxiliaria

os operários se a razão lhe assis-

tisse.

E' falso o boato dos operários

apropriagistas da fabrica Social

terem abandonado o trabalho.

H.

PORTO, 22, n.— Ao Diário R-

lustrado.

Os operários da fabrica de Se-

bastião Antunes, sita no Bomjar-

dim, abandonaram o trabalho em

seguida a terem pedido 2 réis

mais em cada metro de riscado de

algodão. Presume-se o principio

d'outra greve.

—Uma commissão apresentou

hoje á municipalidade uma repre-

sentação com 118 assignaturas,

pedindo a continuação da nova

rua do Matadouro.

—Seguiram no Expresso o mes-

tre da banda da guarda munici-

pal de Lisboa e Pinto Ferreira,

capitão-tenente da armada.

—A commissão d^xpropriações

contractou hoje amigavelmente,

por 20:8005000 réis, as expropria-

ções de tres casas para a edifi-

cação da nova estação de S. Ben-

to.

—A alfandega rendeu hoje réis

17:160^527.

11.

Tomou honrem posse do com-

mando de arfilheria n.° 1, para

onde tiuha sido nomeado na ulti-

ma ordem do exercito, o sr. coro-

nel Craveiro Lopes.

Tourada cm Almada

Na próxima segunda feira 26

ha tourada em Almada, por oc-

casiào das festas dos Cyrios d'A-

talaya.

O gado pertence ao sr. Marcos

de Noronha (Vagos) e cavaileiros

o sr. Marcos Ferreira Pinto Bas-

tos e Casimiro Monteiro.

existem entre o príncipe Alexan-

dre de Battenberg e a familia

real de Inglaterra. O irmão da

ex-actriz, que o príncipe despo-

sou ha tempo, vae casar com a

filha de um coiteiro; o príncipe

Alexandre acaba de dirigir uma

ceremoniosa carta á rainha Victo-

ria, informando-a do interessante

acontecimento occorrido na fami-

lia da sua joven mulher.

Que dirá a isto a imperatriz das

índias?

O Budapesti Hirlaj) refere que

dois rapazes, Antonio Abradics e

Fernando Papp, partiram de Sza-

badka, (cidade de 40:000 habitan-

tes, cerca de Szeged) para irem a

pé a Paris. Começaram a jornada

no dia 18 de julho á 1 hora da

tarde e chegaram a Budapest no

dia 22. Regressaram de Budapest

no dia 23, passando por Vienna,

Munich e Strasburgo, e contam

chegar a Paris 25 dias depois.

TlieaSro*

Ha dias, o rei Dinah Salifou

assistiu no Ambigu á representa-

ção do h'oger La Honte. Deseseis I animado.

80S.

Falleceu em Loanda o guarda

livros da Companhia das Aguas

do Bengo o sr. Arthur da Fonse-

ca Guedes e Menezes, filho do

digno empregado da 3.a Circuns-

cripção Hydraulica,o sr. Augusto

Guedes da Fonseca e Gouveia, a

quem enviamos pezames.

Houve ante-hontem na sala da

associação dos soccorros mutuos

Antonio Augusto d'Aguiar uma

reunião da commissão de sargen-

tos com baixa, afiui de represen-

tar superiormente com relação ás

disposições transitórias da carta

de lei de 26 de julho de 1883, que

se refere acollocações lucrativas.

Nomeou-se a mesa e tomaram-

8e varias deliberações.

Alvitre que merece ser

attendido

nhecida ccmkre, Elvira Madigan, I Vieram hontem dc Faro acom-

com quem manti iha relações amo- panhados d um cabo o dois poli-

rosas. O conde disparou um tiro d aquella cidade os alienados

de rewolver contra a sua amante, João Rodrigues Netto, de -l an-

matando-se cm seguida. Sparre nos, natural d Oll.ao; e João de era casado e pae de familia. Tris- P°usa, de 3í> annos, natural de

te» Moncarrapacho. ! Os dois loucos estiveram nos

Francisco Soares, que foi victi- calabouços do governo civil e á

ma de um desastre occorrido no noite seguiram no comboio para

edifício do nosso jornal, está mais o Porto, para darem entrada no

pretalhões occuparam cinco cama-

rotes dc frente e uma friza de

proscénio. Todos pareciam muito

interessados no espectáculo; al-

guns faliam francez.

A Comédie Française fará o

seu reportorio da próxima futura

epocha com peças novas de Du-

mas, Meilhac e Pailleron. Alem

d'isso, subirão á scena o drama

de Charles Edmond, Bòcheronne, e

a tragedia Mahomet, de Henri de

Bornier.

p

Sarah Bernhardt representa a

Ff dor a na Porte Saint-Martin, no

proximo setembro.

«

A formosa cantosa Darclée, a

estrella da Opera de Paris, obte-

ve um grande êxito em S. l'e-

tersburgo.

*

Lecoq trabalha em uma opera

bulía em 3 actos, Don Japhet

d'Armenie, extraida da peça de

Scarron por C. Narrey e M. Car^

re. O illustre maestrino concluiu

alem d'isso o spartito do Chevrier,

em 2 actos, litretto extraído do ro-

mauce de Ferdinand Fabre.

O Whistling, a arte de assobiar

arias conhecidas, floresce nos Es-

tados-Unidos ha alguns annos.

Não ha festa nenhuma no Fifth-

avenida sem uma ou duas assobia-

doras de profissão. Nova-York

prefere o assobio aos tenores, can-

toras e inonologuistas. Acha-se

actualmente em Paris uma distin-

Nào foi possível ainda pôr-lhe

o apparelho na perna quebrada,

consequência de haver complica-

ção de ferida que a isso se oppõe

hospital do Conde Ferreira.

Foram acompanhados dos poli-

cias 41 e 116 da 2." divisão.

O regimento de cavallaria n.° 2

tenciona realisar brevemente um

O carro americano n.a 50, guia- exercício em Mafra.

do pelo cocheiro Luiz Francisco — — -

de Freitas, que hontem á noite Consta-nos que hontem á tarde

seguia pela rua 24 de Julho, foi se deram dois atropelamentos na

de encontro ao trem 241, causan- v*nte e Quatro de Julho,

do-lhe um prejuízo que se calcu- N um d elles foi atropellado por 1 um carro da companhia viaçao

um sujeito morador na rua do Al-

bito; no outro foi um menor, por

uma carroça.

Foram presos o cocheiro e o

carroceiro..

la em nove libras.

Tanto o cocheiro do carro ame-

ricano como o do trem foram pre-

sos por um soldado da guarda

municipal.

Pela rua do Arsenal seguia

hontem, de manhã, um carro ame-

ricano.

Logo atraz ia um carro Ripert,

guiado pelo cocheiro José Dias.

O americano parou para rece-

ber um passageiro.

N'essa occasião a lança do car-

ro Ripert. foi bater nas costas do

sr. João Pedro Salvador, proprie-

tário d'uma cordoaria no Rio Se-

co, que ia na plataforma do ame-

ricano, fazendo-lhe uma grande

contusão.

O cocheiro do Ripert foi preso.

Coimbra

0 "Diário Illustrado" acha-

se á venda cm Coimbra, em

casa do nosso eorresponden-

le, o sr. Mendes d'Abrca.

Tudo lhes faz conla

Hontem, pela volta da 1 hora

da tarde, emquanto os emprega-

dos da barca de banhos "Feliz

Destino» estavam entretidos em

recolher a roupa dos banhistas,

enxuta, entrou ali ogutuno Anto-

nio Carvalho e deitou a mão a al-

guns fatos de banho que estavam

pendurados a enxugar.

Dispunha-se já a safar-se pelo

jardim de Vasco da Gama quan-

do deram pelo furto, sendo ali;

mesmo preso.

Um outro gatuno de nome José

Maria, que o acompanhava, con-

seguiu evadir-se.

Pelas ultimas noticias recebi-

das da índia, consta que vae ser

nomeado governador de Quilima-

ne o sr. major de cavp.llaria D.

Nuno da Camara (Belmonte), ac-

tualmente governador em Diu.

No domingo ha festa de egreja

e arraial na Cova da Piedade.

Ganso] d'Almcida

No tribunal superior de guerra

e marinha, em sessão de 22 do cor-

rente, foi confirmada a sentença de

1." instancia que condemnon o reu

em 18 mezes de prizão militar ag-

gravada com a perda de posto, pe-

lo crime de falsificação e burla.

Tem passado incommodado de

saúde o nosso collega n esta re-

dacção o sr. D. Luiz Alvaro da

Costa.

Desejamos o seu completo res-

tabelecimento.

A benção da nova bandeira do

batalhão de caçadores n.° 5 deve

realisar-se brevemente.

Partiu hontem para o Porto a

actriz Rosa de Lemos. Como já

dissemos, está escripturada no

theatro Chalet d'aquella cidade,

devendo estrear-se no dia 12 do

mez que vem, na peça Os sete cas-

tellos do diabo.

Desgraça O

Nos trabalhos do novo deposito

que a companhia das aguas está

construindo em Campo de Ouri-

que, deu-se hontem de manhã

uma desgraça.

A's 10 horas, ou cerca d'ellas,

houve um desabamento, sendo co-

lhido o trabalhador José dos San-

tos, que ficou soterrado.

Foi immediatamente removida

a terra, e o desgraçado conduzido

em perigo de vida ao hospital de

S. José.

A' noite soubemos que ainda

vivia.

Tentativa de suicídio

Um sujeito chamado Henrique

Reguengo Vasconcellos, morador

na rua de Rodrigo da Fonseca,

quiz pôr termo á vida, tomando

uma porção de sal d'azedas.

Conduzido ao hospital de S. Jo-

sé, ali ficou em tratamento num

quarto particular.

Projecta-se nova regata no pro-

ximo mez de setembro, em Pc-

drouços.

Falleceu na ilha dc S. Thomé

o sr. barão de Agua Tzé.

A conhecida actriz Maria Joan-

na ha um mez que se acha em

casa bastante doente.

Desejamos as melhoras da en-

ferma. •

SECÇÃO CSÀSASISm

Charada em verso

—Diga-mo, meu professor,

Isto aqui mie nome tem?

E se lhe chamar um verbo

.Não o classificarei bem?—-2

—Sim. inuito hem. meu alumno,

Deu-lhe o nome que devia:

Chamando a isto um verbo

Também errar não podia.—I

—Estes dois verbos que temos

Não se poderão juntar?

E â juneção d'clles ambos

Que nome havemos de dar?

—Os ditos verbos, menino,

Podem juntar se, pois não...

I na-os, va, experimente,

Verá uma povoação.

Conceição d'Ourique.

M. Dias Grillo.

Deeifração da charada do nume-

ro antecedente.

Ribatejo.

Enpeclacoloe

8 1|2 h.—TRINDADE.

0 gato preto.

8 1|2 h.—C0LYSR0.

Espectáculo pela companhia de

novidades e variedades.

Agora que está proximo a aber-

tura da linha de Cascaes, que,

sem duvida, vae dar grande de-

senvolvimento ás povoações limi-

troplies, seria muito para desejar

que as auctoridades respectivas

olhassem com attenção para o es-

tado de abandono em que se en-

contram algumas d'aquellas po-

voações no concelho d'Oeiras, e

especialmente o pittoresco sitio

de l.inda a Pastora, que ha mais

de dois annos tem por concluir a

única estrada ]ue, com facilidade

para o publico, poderá communi-

car com a estação do caminho de

ferro, na Cruz Quebrada.

campanhia de zarzuela.

tonoras.

Pela campí

Coro de Sc

Almacen de musica.

Toros de pun tas.

JARDIM Z00L00IC0 — Exposição

permanente d'animaes—Vendas ga-

rantidas daniraaes, ovos, plantas se-

mentes, ec., etc.—Recebem-se ani-

maes para deposito—Musica aos do-

mingos e dias santificados.

Entrada geral 100 réis.

Typ. do "Diário íllaslrado

T. tia (dnefiotada, 35

M

Tribnaaes militares

No tribunal superior de guerra

e marinha em sessão de 22 do cor-

rente, foram julgados os recursos

dos processos dos seguintes reus:

Antonio Cezar do Nascimento,

corneteiro do regimento n.° 5 d'in-

fanteria do Imperador de Austria

Francisco José, condemnado em

conselho de. guerra na pena de 8

mezes de prisão militar pelo crime

de extravio de artigos.

José Caetano, soldado do regi-

mento de cavallaria 9, condemna-

do no conselho de guerra na pena

de 10 mezes de prizão militar pe-

lo crime de abandono de posto de

sentinella.

João Quaresma, aprendiz de fer-

rador do regimento de cavallaria

5, condemnado no conselho de

guerra na pena de 13 mezes de

Erisâo militar pelo crime de insu-

ordinação, por desobediencia e

por palavras a superior.

O tribunal confirmou as senten-

ças da 1." instancia dos 1.° e 2.°

processo e annullou o 3.° por er-

rada applicação da pena.

Recebemos da anonyma C. M.

500 réis para serem entregues a

Anna da Piedade, viuva de Fran-

cisco Alves de Sousa.

Agradecemos.

Foram concedidos ao sr. Ernes-

to iFrederico Bartholomeu, segun-

do official da Direção Geral da

Divida Publica, mais 30 dias de

licença.

A'manhã é a festa do Sagrado

Coração de Maria no convente da

Encarnação, celebrando missa no-

va o reverendo Carlos Rego.

Na festa de Corpo de Deus que

ámanhã se faz em S. Pedro da

Cintra, a missa é executada pela

sociedade philarmonica de Mafra,

orando o reverendo Conceição

Vieira.

A'manhã celebra-se a festa dc

S. Luiz, na egreja dos Francezes.

Vae sair brevemente um alma-

nach militar illustrado, dedicado

ao Senhor Infante D. AfTonso e ao

exercito. ,

Este almanach, alem do fim a

que são distinadas as publicações

d'esta ordem, contem artigos his-

tóricos, scientificos e de iustruc-

çào.

MDCCCLXX1

cisas l nm

Cirurgião dciíists

it seas sages tides e sliest

KuA «So

rCLUXiAM-85 derates u até á dentadura

IW.wncnto eapedal e*> ÒOCC9.

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Antiga casa José Alexandra

res.

Rua Garrett 10 e 12, (Chiado), o

(pie ha de melhor em taine-

Societév Alfénide e Christofle.

CASA

CUB-ARRENDA-SE uma nova; com

° authorisaçào do senhorio, pro-

ximo á Lapa, 9 divisões, jardim,

agua e gaz. Na agencia de anún-

cios Rastos & Goncalves Rua dos

Rctro/.ciros 147 se diz. *28

Na alfandega loram despacha-

das duas grandes estatuas de már-

more, vindas da Italia, e destina-

das ao monumento que se está

erigindo no cemiterio dos Praze-

res a .Antonio Augusto d'Aguiar, por cu brincar nos quiritaes.

meu menino Jesus!

Quem vos deu? Poraue choracs? Deu-me minha avô Sant'Anna

T3apel para CIGARROS, com ou 1 semgomma. cada livro 10 rs.

0 melhor conhecido. Toma en-

commendas para a província.

A' venda em todas as tabacarias;

uuico depositário em Portugal e

Colonias.

TABACARil AMERICANA

II. CHIADO* I I

Li^joa

Administração do

Circulo Adua-

neiro do Sul

Contencioso Fiscal

Leilão

TV0 sabbado24 do corrente, pelo

meio dia,ino armazém dos lei-

lões d'esta casa fiscal, se procederá

á venda das fazendas demoradas e

arrestadas abaixo mencionadas,

Louca de barro tino, farinha d'ar-

roz, qíiinquelhcrias, dexetrina. algo-

dão em rama. etc.

Alfandega de Lisboa em 22 de

agosto de 1889.

0 escrivão

Guilherme Emilio Raposo de Carm

bulho. *5

Page 4: % -K-purl.pt/14328/1/j-1244-g_1889-08-23/j-1244-g_1889-08-23_item2/j... · 1 mez .. SOO réis Annuncios: ... quiz retirar-se e levar comsigo a culpa- ... se em um braço, sendo seu

IAB90 ILLUSTBADO

Alberto Mcería

CIBT7BQIÃO DEHTIBTA

DO OURO, N.« 100. !.• Escola Pratica de Viticultura

de Torres Vedras

J2

João Candido

da Silva

OOQ D rln Dunn 1331 A Direcção da Bscola Pratica de Viticultura faz sabèr que nô_dia 31 de LLO. n. UO uuru, ZOS A- Acosto de 1839, pelas 12 horas do dia na salla da Administração do

Concelho de Torres Vedras, se ha-de proceder d arremataçao, em carta

Loteria portugueza. sabhado, 241tcchada' da empreitada abaixo designada.

de agosto, premio maior.

9:0001000

Construcção d uma adega, e suas dependencias.

Base de licitacão 8.356:780.

Deposito provisorio 250:000.

Praso para a conclusão do trabalho, seis mezes.

Loteria de Madrid, novidade, sex-

ta feira, 30 de agosto, com 4 pre-1 *?s

mios de

40:000 pesetas

Bilhete. 25200. Meios, lá 100. Dé-

cimos, 220 réis.

Ha também bilhetes das quatro

séries, podendo-se obter dois. três

ou quatro com o mesmo numero.

João Candido

da Silva

CONVIDA.

229, Rna do Ouro. 231

EDITAL

José Quintino Travassos Lo-

pes. Inspector de Inslrne-

ção Primaria na í.a Cir-

eumseripeão Escolar, por

Sua Magestade El-Rei.que

Deus Guarde, ele.

l?ÀÇO saber que até ao dia 23 do A proximo futuro mez de setem-

bro se recebem ra secretaria d esta

inspecção, rua nova do Desterro n.°

35. 1° andar, das 10 horas da ma-

nhã ás 4 da tarde, requerimentos dos

candidatos ao magistério primário

official, instruídos com os seguintes

documentos:

!.*—Certidão que prove terem pe-

lo menos 18 annos completos de

edade e que estão emancipados:

2.°— Attestados de bons costumes

passados pela camara municipal e administrador do concelho ou con-

celhos onde houverem residido nos

últimos dois annos;

3.°—Certificado do registo criminal

relativo ã época dos exames;

4.°—Certidão do facultativo nela

qual mostrem que não teem deleito

physico que os inbabititc de bem

exercer as funeções do professora-

do:

5.o__Docfimentos de terem pago na recebedoria da séde da circuuiscri-

pçào a propina do.exame, que será

dé 3£000 réis para todos os candi-

datos.

Os aspirantes poderão juntar a es-

tes documentos quaesquer outros

que comprovem as suas habilitações

litterarias e serviços prestados a ins-

trucção.

Escola Pratica de Viticultura em 3 de agosto de 1880.

0 DIRECTOR

Antonio Batalha Reis.

— —

Restaurador

UNIVERSAL do Cabello

S. A» Allen Senhora

Para restaurar cabellos grisalhos, brancos

ou desbotados á sua côr, lustre e belleza

juvenil. Penova a sua vida, força e cre-

scimento. Depressa remove a caspa.

O seu perfume é rico e raro.

Vende-se nos Caboileiros, Pcrfamistas e casas de modas. Depósito Principal: 114 e 116 Southampton Row, Londres; Paris e New York.

VENDE-SE em todas as perfumarias, pharmacias e drogarias. Por

grosso em casa dos srs. Henry Roberts & C.a, T. da Palha, 28.

0 VIGOR DO CABELLO,

DE AYER,

Preparado sob bases scien-

tificas e physiologicas.

Promove o crescimento

abundante e viçoso dos

cabellos:

Impede seu cahir e re-

stitue sua côr natural:

Cura a caspa e outras

moléstias eruptivas do

pericraneo:

Torna os cabellos ma-

cios e sedosos, conser-

vando os em

estado flo-

rescente de

belleza e

saúde.

PnEPÀRADO PELO

ZDxt. J". O. AYEE SC

LOWELL, MASS., EST. UN.

A' venda nas principaes pharmacias e lojas

de perfumarias do reino.

Representantes: James Casseis & C*. Rua Mousi-

nho da Silveira, 25, 1.° Porto.

Os reqnerimentos, escriptos e

sigilados pelos propriosrequerentes,

e todos os docuraeutos exigidos, se-

rão devidamente sellados e reco-

nhecidos.

Os pretendentes deverão declarar

na requerimento se desejam obter diploma para otf nsino elementar ou

para o complementar, ou para o ele-

mentar com algumas das disciplinas mencionadas no art." 21 da carta de

lei de 11 de junho de 1880.

Findo o praso da apresentação dos requerimentos, sera affixado nas

portas das escolas normaes desta

cidade um edital indicando os nomes trantes admittidos e dos re-

e o dia e a hora em que se

começar os exames.

Anti-rheumatico flay |

rrARANTE-SB a cura completa das j

dòres nevralgicas e rheunna-

ticas aos doentes que usaram 4 a 6

fricções d este precioso medicamen-

to. Á' venda nas principaes pharma-

cias. Deposito, rua da Trata, 194

^1

NO praso improrogavel de 5 dias

os aspirantes podem appellar para o governo do despacho do inspector,

a quem devem apresentar o recurso

Secretaria da Inspecção Escolar

de lnstrucção Primaria ae Lisboa, Í)C>

24 de agosto de 1889. 1 —

BANCO

Industrial e iercanti!

do Bio de Janeiro

Sociedade auonyma

de resçonsaViUAade limitada

Emissão de 10:000 acções--ao par-- oo Rs. 2.000:000^000

MOEDA BRÁZXLEIRA

O Banco Lusitano está auctorisado a receber proposta de subscnpçao

até ao dia 14 de setembro proximo futuro, na sua séde em Lisboa

e na sua filial no Porto, sendo preferidos os actuaes accionistas daquel-

le Banco,

Lisboa 20 de agosto de 1889.

Pelo Banco Lusitano

Lêr, faliar e escrever

Em 0 mezes

A lingua françeza pelo rne-

tiiodo Ollendorff

LIVRO excepcionalmente pratico

c adoptado em muitos lyceus.

5.a edição. Um grosso volume. 1£000

réis.

MAGALI1AES & MONIZ—editores—

Porto, e nas principaes livrarias de

Lisboa.

Caminhos de ferro do

Sul e Sueste

T7AZ-SE publico que até á uma 1 hora da tarde de 25 do cor-

rente mez, na administração do 2.°

bairro de Lisboa, recebem-se pro-

postas em carta fechada para o for-

necimento de quarenta e cinco mil

kilogrammaa de azeite de oliveira.

O deposito provisorio para poder

licitar e da quantia de 270^000 réis,

e o definitivo será o que correspon-

der a 5 0j0 da importancia total do fornecimento, sendo, ambos, feitos

na caixa geral dos depositos, á or-

dem d'estes caminhos de ferro.

O caderno de encargos está pa-

tente na secretaria dos referidos ca- minhos de ferro, largo do Carmo,

n.° 32, onde pode ser examinado

nos dias úteis, desde as 10 horas

da manhã até ás 4 da iarde.

Lisboa, 5 d'agosto de 1889.

Companhia Heal

dos Caminhos

de Ferro Por-

tuguezes

Avímo a» pulílico-]

«Sanca provisória

merviço aduaneiro

Fronteira

Desde 1 de agosto de 1889, até

31 de outubro proximo futuro, se-

rá transferido de Marvão para

Castello de Vide o serviço d'Al-

fandega da Fronteira, havendo

por consequência, as seguintes

alterações no horário d'esta com-

panhia, em vigor desde Ide ju-

nho ultimo:

Comboios ascendentes—Castello

de Vide: comboio 43, cheg. u 1,40

da in. part. 1,4."» da m.; comb. 47.

cheg. 2,49 m.,part. 2,59 in.—Mar-

vão, comb. 43, cheg. 2,9 m., comb.

47, cheg. 3,26 m:

Com botos descen dentes—M a rvao,

comb. 42, part, ás 10,48 da m.,

comb. 44 ás 9,31 m., com. 48 ás

10,8 t.—Castello de Vide; comb.

42, chej;. 11,32 m., part. 12,7 t.,

comb. 44, cheg. 9,55 m., part. 10

e 5 in.; '•omb. 58, cheg. 10,35 t.

part. 10,59 t.

Estas modificações nas mar-

chas dos comboios, não alterarão

as horas actuaes de chegada e

partida nas estações além ou

áquein de Marvão e Castello de

Vide.

Lisboa 24 de julho de 1889.

O director da companhia.

Pedro Ignacio Lopes.

coracosicoii

49—Rua Áurea—51

A. C. BRAGANÇA

T^ENDO comprado na liquidação A da ourivesaria Bello & C.* o

que havia n'este estabelecimento de

commendas, hábitos, e medalhas

militares em prata e cobre, e bem

assim as titãs para as mesmas, par-

ticipa que tem hoje o mais comple-

to sortimento d estes artigos. 10

Para o Porlo e

Hamburgo

O vapor

ITALIA

Sairá depois da indispensável de-

-se a 24 do corrente.

Para carga o-i passagens trata-se

com os agentes

Charles Coverley & 6'.4

140, rua de S. Julião, 1.°

Para o Pará

áM

Sahirá depois de pouca demora

em Lisboa o vapor inglez LAN-

FRANC, que se espera em 25 do cor-

rente.

Para carga ou passagens trata-sf

na rua do Alecrim, n.° 10. Os agentes

Garland Laidley <5: C* 8

Para Pernambuco

Directamente

Descarregando dentro do porlo

Sahirá depois de pouca demore

em Lisboa o vapor ínglez AUTHOR,

que se espera em 28 do corrente.

Para carga trata-se na rua do Ale-

crim, 10.

Os agentes

Garland Laidley & C.* 5

Compagnie

des

MESSAGE RIES MARIT13IES

liBXMA QllKZEKAL

PAQUKBOTS POSTE FBANÇAI8

Para Dakar, Pernambuco, Ba-

hia. Rio de Janeiro. Mon-

tevideu e Buenos Ayres.

Sairá depois de pouca demora

n'este porto o paquete trance*

«ORENOQUE», cominandante Mor-

temard, que se espera de Bordeaux

em 24 do corrente.

Para mais informações trata-se no

escriptorio da agencia, travessa do

Sequeiro das Chagas. 1.

Os agentes

Torlades & C-'

Para Londres

O vapor

Gibraltar

CAÍRA' depois de pouca demora

° em Lisboa o vapor inglez LAN-

FRANC, que se espera em 25 do cor-

rente.

Para carga trata-se na rua do Ale-

crim, 10.

Os agentes

Garland l^aidley &gC.* 7

Para o Ceará e

ranhão

Ma-

corrente,

ens trata-

Para o Havre

e Liverpool

Recebendo ca

para Hong-Kong e

wÈÈÍÍÊÈL

Sahirá depois de pouca demora

em Lisboa o paquete inglez CLE •

MENT, que se espera em 25 do cor-

rente.

Para carga ou passagens trata-Rf

na rua do AJecrim, 10. Os agentes

Garland Laidley & C." 6

Espera-se a 25 d

Para carga e passager

no Caes do Sodré, 04, 1.°.

Os agentes

E. Pinto Basto & C.* 3

Para a Bahia e Rio

da Janeiro

Recebendo carga

para os portos do Sul

Sairá depois de pouca demora em

Lisboa o paquete inglez LAP1.AC

que se espera em 26 do corrente.

Para carga trata-se na rua do Aie-

10.

Os agentes

Garland J^uidley Sc C.■ 2

lombaim

Os Directores

Guilherme Arnaud.

Guilherme da Stlva Guimarães.

0 inspector,

José Quintino Travassos Lopes.

139

RS

Dara onde .

«rimeiro da

'0 meio dia

uma carta, a que tra-

o recebi. Escreve

com o nome todo

Podes no dia 30

procurar-me.

AS D AMUADAS DE PARIS

Está publicada a 40.* caderneta

ESCKIPTORIO. TRAVESSA BA QilEMABA, 33, I.»

LISBOA

Sahirá depois de pouca demora

em Lisboa o vapor inglez ANSELM,

que se espera em 30 ou 3 i do cor-

Para carga passagens trata-se na

rua do]Alecrim, 10. Os agentes

Garland Laidley & C.* 12

Para Bordeos

e Leiíh

o vapor

THE PACIFIC STEAM NAVIGATION COHPAHY

Para o Bio de janeiro, Montevideu

Buenos-Ayres, Valparaiso, Ãrica, Isíay e Callau

íaeieAo oe paquetes

BRITANNIA, a 28 de agosto. | GALICIA. a 25 de setembro.

•P0T0S1, a 11 de setembro [ -JOHN ELDER, a 9 de outubro. •• Os paquetes POTOSI e JONH ELDER farão escala por Pernamimco

e Bahia para onde só recebem malas e passageiros. Faz-se abatimento às famílias que viajarem para os portos do Brasil

e Rio da Prata.

Na passagem de 3.» classe por estes magníficos vapores, está aoiuí-

do vinho á hora da comida, cama, roupa, etc.

A bordo ha criados cosmheiros portuguezes e medico.

STAHLEYHAL

Espera-se de 24 a 25 do corrente.

Para carga trata-se no Caes do So-

dré, 64, 1.° Os agentes

E. Pinto Basto & C.u 11

Para Vigo, Bordeaux, Plymouth e Liverpool

O PAQUETE

(tAUCIA

Espera-se de 25 a 2G de agosto.

Para carga e passagens trata-se com os agentes: EM LISBOA I NO PORTO

E. Pinto Basto & C % [ Vasco Ferreira Pinto Baêl* 04—Caes do Sodrô—64 \ 10—Largo de S. Jofe Kow—lfl