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J
K3K1E9 12M£
ASSI^ATt'KA IVAS PBOVI^iCfcA'»
3 mezes, pagamento adiantado. . 1£150 réia
A correspondência sobre administração a An-
tonio R. Teixeira, T. da Queimada, n.° 35. Terça feira 25 de setembro de 1883
Brigue: Boa Sorte.
Hiate: Guilherme.
Barca: Mariana 3.a.
Escunas: Challenge e Grace ALWmCH
SETEMBRO («O ©IAS)
D. Zélia de Mello Machado e Castro.
D. Paulina Plantier.
D. Maria Violante Garcez Pa-
lha.
E 03 srs :
Lucas Castello.
Carlos Alberto Pereira Basto.
Ernesto Julio de Oliveira Bar- bosa.
Manuel Luiz Caldas Cordeiro.
Ezequiel de Paula Sá Prego.
Josó da Cuuha Freire Pignatelii
Falcão da Gama.
Dr. Mauuel Joaquim de Quin-
tella Emauz.
Antonio Augusto Galache.
Alfredo de Moraes Pinto.
Herculano Augusto de Barros e Vasconcellos.
Augusto Xavier Teixeira.
—Regressaram de Cascacs oa
srs. duques de Palmella.
—Parte hoje da praia de Ma-
thosinhos para a sua casa de
Aguieira o sr. visconde de Aguiei-
ra.
—Chegou hontem do estrangei-
ro o sr. Felix Van-Zeller.
—Regressou hontem de Paris o
sr. commendador Diogo de Frei-
tas Brito.
—Chegou de Vichy o sr. dr.
Leandro José da Costa.
—Regressou hontem do estran-
geiro o sr. Strauss.
Resa-se amanha ás iO horas na
egreja da Encarnação uma missa
suffragando a alma da ex.ma sr."
D. Maria do Carmo Caldas da Fon-
seca.
A missa é mandada dizer por
seus filhos.
I^elraM falsa*
O sr. V inzeler, accusado de fal-
sificação de letras de cambio, vae
hoje, terça feira, para o tribunal.
Pouco se tem apurado d'este
negocio.
O sr. Manuel Nunes, do estanco
do Chiado, pede-nos para declarar-
mos que nào tem nada com o be-
neficio de domingo na praça do
Campo de Sant'Auna, que esse be-
neficio é de José Maria da Luz Fer-
reira, e que é festa dedicada á cor-
poração dos caixeiros do commer-
cio-
Recebemos o almanach Guilher-
me de Azevedo, para 1884, dedi-
cado á memoria d'este eminente
critico e poeta.
Agradecemos.
Tem estado bastante doente o
sr. D. Manuel de Lencastre. E*
seu medico assistente o sr. Carlos
Tavares.
Fallecimenfo
Falleceu no dia 21 do corrente,
em Tavira, a ex.ma sr." D. Firmi-
na Júdice de Vasconcellos, esposa
do sr. João de Vasconcellos, aju-
dante de campo do sr. general
Chelmick.
Contava apenas 2o annos a in-
feliz senhora; era muito formosa
e dotada das mais altas virtudes
A sua ex.ml família, e em parti-
cular a seu marido, enviamos os
nossos sentidos pesames.
ESPECTÁCULOS
Babbado
Domingo
Segunda feira
8 h. — D. Maria — Um drama
no fundo do mar.
8 h. — Trindade — O gaiato de
Lisboa—Romão & C.a.
8 h. — Gymnasio—A medalha da
virgem—Tres dias bem passados.
Tiibatro da Rainha — (Na feira
de Belem) — De tarde: O filho da
republica — A' noite: A mão do fi-
nado.
Terça feira
Escudo gencalogico de Hen-
rique de Bourbon, conde
de Chambord.
Depois d« letras, e cartas,
Falsificadas a esmo,
Pra nSo perder o costume
F*l6ificcra-8e a si mesmc.
Vae entrar no dique, por estes
di?«, n cnnracado Vasco da Ga-
DIAÍilO ILLt'STRADO
Chronicas da aldeia
O crime de Constança
da« Dorew
(A PR0P0S1T0 d'uma discussão na
LOJA DO BARBEIRO, ENTRE 0 AN-
DADOR DAS ALMAS E 0 MESTRE DA
MUSICA)
A seiencia physiologica é o gran-
de livro do corpo, corno o Evan-
gelho é o grande livro da alma.
Esta phrase, que faria, talvez, a
gloria d'um escriptor do século
XVII, tem para nós, hoje, o valor
d'uma bernardice desculpável, á
luz d'um critério positivo e serio.
A' força de procurar espirito pe-
los labyrinthos do corpo, o phy-
siologista achou sempre o corpo
determinando a acção mysteriosa
do espirito, e como é forçoso ad-
mittir que se um corpo se move
sem que o movam, ó porque tem
em si a força motriz, concluiu-se,
sem grandes suores, que se o cor-
po pensava sem que um hospede
sublime se encarregasse de o fa-
zer, ó porque quem pensava era
elle.
Derivou d'ahi a confusão subli-
me do corpo e da alma, de modo
que a bella phrase eufonica, com
que abri o meu artigo, degenerou,
transformando-se, n'esta outra, não
menos bella por mais simples— a
physiologia é a sciencia da alma.
E ao corpo, ás impressões que
•lie experimenta no meio onde vi-
ve, que é preciso ir buscar, abso-
lutamente, a causa determinante
das nossas acções, as mais bellas
como as mais vis, as mais herói-
cas como as mais cobardes, as
mais sublimes como as mais infa-
mes.
Os amores, as luetas, os marty-
rios, os crimes, os odios, as vin-
ganças, tudo, emfim, provém da
multiplicação dos dois factores—-
o temperamento e o meio.
O livre arbítrio é hoje, perante
a sciencia, uma bella concepção,
honrosa, mas morta.
Na concepção precisa da pala-
lavra, o homem é apenas durante
a sua vida, uma coisa bem sim-
ples e bom triste—um escravo.
Só a educação pôde dulcificar,
um tanto, o peso bruto dos gri-
lhões que a animalidade nos im-
põe, porque nos adapta ao meio
onde havemos de viver.
Quando ella falta, o cerebro
d'um montanhez da Europa não é
superior, em quer que seja, ao do
seu irmão do interior africano. Po-
sitivamente eguaes.
O corpo é, a despeito das scien-
cias psycologieas, a base de todas
as nossas acções: é pois a elle que
devemos referir as faculdades do
velho espirito, que teima em não
apparecer, na teima aliás descul-
pável das coisas que nunca exis-
tiram.
A physiologia, .que é a sciencia
da vida, a sciencia da materia or-
ganisada, a sciencia do corpo, é
pois, claramente, a sciencia da
alma.
Constança das Dores, de 20 an-
nos, solteira, tem, de coito com o
sr. Joaquim da Municipal, uma
creança, que córta aos bocados,
mette n'um barril de lixo, para fa-
zer escapar aos olhos da socieda-
de (notem que não digo da Justiça)
a prova irrecusável dos seus amo-
res ludibriados.
A sociedade horrorisa-se, treme
em convulsões epilépticas de rai-
vas summas, espectora interjei-
ções de pasmos horripilantes, ber-
ra, sua, urra, quer os castigos do
ceu e d\ terra, as pragas do Egy-
pto, os astros velhos, tudo sobre a
cabeça de Constança das Dores —
a desnaturada!
Um joiuai começa assim a noti-
cia do crime:—«Praticc u-se em
Lisboa um dos crimes piais horro-
rosos que. a preversidade hutriaaa
podia produzir!»
Dos outros, eu pude extrahir
esta coilecçâo de adjectivos, que
oflereço á contemplação e relle-
ctido exame das gerações: —vil,
desnaturada, monstro, féra, car-
rasco, dehhumana, feroz, crimino-
sa, etc.
A imprensa inteira fez coro, le-
vou aos ceus as mãos redempto-
ras da moralidade, e esmagou de-
baixo do fogo da sua indignação a
miserável mulher, a mãe bandi-
da!
Nem uma voz se ergueu placida
e calma, aplanando o caminho
d'esta mulher, não se ouviu, ao
menos, um grito de dor, o grito
christão que redime pelo amor,
não! o odio e a raiva, sós abriram
as boccas anathematisantes, na
passagem do Cal vario.
Nem ura Cirvneu: só carras-
cos.
A imprensa tem razão, a justi-
ça é o seu lemma!
No caminho, o povo apinhou-se
para ver passar—a immunda; sol-
tou phrases aggressivas, ditos in-
sultuosos; apunhalou com a lin-
gua, já que não podia fazel-o ao
vivo, horrorisou-se, cuspiu.
O povo tem razão, a moralidade
é o seu forte!
Todavia atra vez de todas estas
indignações ridículas, d'estes fu-
rores burlescos, esta pobre mu-
lher merece-me o dó irrecusável
aos desprotegidos, aos sacrifica-
dos, aos miseráveis.
Perante a minha rasão ella é tão
criminosa, do seu acto, como uma
flecha arremessada do arco,: que
penetra o coração d'um homem.
Esta mulher não teve mãe; não
conheceu portanto a força subli
me, que dulcifica, como diz Camil-
lo Castello Branco, *s caricias da
hyena enroscada aos filhos.
Quando entrou no mundo o lei-
te mercenário da madrasta, foi-lhe
apenas o liquido nutritivo da fe-
mea, travado do sabor da misé-
ria.
Não sentindo nunca o canto
nocturno que adormenta, o seu
somno não teve nunca as visões
radiosas dos doces affectos; erma,
nas suas dores, de lagrimas de
mãe, soffredora na indiferença de
estranhos, quedou-se rija de cora-
ção, ignorante do que fosse o ca-
rioho. o con&olo, a dedicação, o
martyrio.
Tendo de caminhar só, regeita-
da em toda a parte, não cabendo
em logar algum, estigmatisadà por
uma vergonha que lhe não per-
tencia, concentrou-se no despreso
dos homens, embruteceu-se na
instinctiva repugnancia dos aban-
donados.
Mal poude trabalhar, a socieda-
de atirou a ao mundo, como se
atira á margem ura cavallo laza-
rento, disse-lhe: trabalha.
Contra a sua fraqueza nenhum
cuidado, nenhuma barreira, defe-
za alguma: depois de exposta a
primeira vez pela mãe, exposta
segunda vez, pela sociedade, na
grande roda do mundo.
Quem a acautelará? ninguém.
Quem a defenderá dos perigos
onde baqueiam as mais bem edu
cadas? ninguém. Que direitos a
protegem, que regalias a ampa-
ram, que concessões a libertam?
nenhumas.
Quem lhe protegerá a honra?
quem lhe velará as acções? quem
fará d esta coisa uma mulher?
Encontrámos-te no vão d'uma
escada, pobre besta, demos-te lei-
te e rancho, creámos-te o corpo,
agora vae te, trabalha, sua, go-
verna-te como poderes, já não foi
pouco.
Talvez quizessem que te ensi-
nássemos phylosophia ? Farçolas.
Bons dias, adeus, tem juizo.
A engeitada poz ao hombro o
saco piutado da sua bagagem mi-
serável e foi-se pelo mundo.
N'este comenos, um Joaquim da
municipal, um malandro qualquer
encontra a desgraçada. A femea
tem desejos, o macho tem vicios;
a femea é ignorante, o macho é
finório, tem labia, promette a re-
paração: o filho apparece.
No momento preciso, o velhaco
abandona a mulher. A casa on-
de a desgraçada habita não é a
d'ella. Terá um filho; será expul-
sa vergonhosamente; apontal-a-
hào como rameira a barregã do
soldado, a desavergonhada.—Onde
irá com o filho? sim, onde a rece-
berão com o filho? todas as portas
estão fechadas, o hospital regeital a-
ha na convalescença; não pode-
rá servir, não poderá trabalhar.
Pedirá esmola pelas ruas, á por-
ta das egrejas, rota, immunda, en-
vilecida, ludibriada, cuspida, por
todos, cheia de miséria e de fome.
Dar-se ha aos malandros, aos va-
dios, aos ladrões, para ter que co-
mer.
O quadro é bello, meus senho
res!
lia uma sdução natural. Aquel-
la coisa que será a sua vergonha
h a sua miserií, desappaiecerá.
Nada mais natural, nada menos
revelador de preversidade, nada
menos testemunho de malvadez.
Deixemos a laracha da retho-
i ica.
Uma mulher ó mãe quando edu-
cou o filho, o viu nascer, o aqueceu
e amamentou ao peito, o beijou, o
cuidou, o vestiu, o limpou, o ve-
lou nas doenças, o protegeu por
dias ou por mezes—De outro mo-
do, não.
Isso era nos dramas antigos do
Salitre.
A voz do sangue é uma leria.
Daudet põe depois de quinze
annos, um filho em presença do
pue que desejava conhecer.
—Bo us dias, meu pae; sou o fi-
lho de fulana,
—Aí és tu? estás um homem.
Que fazes?
Trabalho n'uma fabrica...
Desceram ao café proximo, to-
maram uns cálices de vinho e des-
pediram-se.
—Adeus, meu pae.
—Adeus, rapas, sé feliz.
E nada mais. Não ha abraços,
nem gritos, nem expansões. Esta
é a summa verdade. Não ha pae,
ali, nem filho, ha o gerador e a
coisa gerada.
Aquilio que a mulher tem no
ventre, não é portanto um filho,
quando o fosse, era mãe não lhe
arrancaria um cabello; e depois,
Constança tem 20 annos!
Pôde amar-se uma esperança;
penhor de longos affectos; odeia-
se, instinctivamente, a coisa ou
pessoa que representa a condein-
nação a largas misérias.
E' do instincto animal, é do
egoismo humano.
Não ha portanto ali uma mãe,
ha uma femea; não ha ali um fi-
lho, ha uma vergonha, a miséria,
a morte moral. E' pouco.
Mas eu poderia dispènsar-me
d'estas considerações, limitar-me
a abrir um tratado de pathologia
e mostrar-vos que a mulher, no
puerpesio, é irresponsável, abso-
lutamente, pelos seus actos.
E* uma doente de cujos actos, o
julgamento, acrítica, pertence aos
medicos e não aos tribunaes.
O puerpesio arrasta atraz de si
a longa corrente das nevroses, da
pequena hysteria, á allucinação, á
loucura.
Sabíeis? pois se o sabíeis, meus
cândidos leitores, mal vos vão as
vossas iras, por reveladoras de
ruins instinctos.
Um cerebro de mulher não está
sujeito, nem phisiologica nem pa-
tologicamente, ás vossas tolas
convenções sociaes. Se fizerdes
entrar a sciencia nos vossos juí-
zos, sereis mais sobrios na offen-
sa. menos charlatães na moral.
Esta mulher pois, não é uma
mulher mãe, é uma femea, igno-
rante, bruta, que gravidou.
Não é mulher, o ser que não
possue o conhecimento dos seus
direitos, dos seus deveres, do seu
fim, na terra, em relação ao sexo
a que pertence; quem não tem a
governai-a, a protegel-a as leis so-
ciaes da boa rasão e da verdadei-
ra justiça.
Como o filho da serva e ainda
a propria mãe, eram coisas nos
tempos médios, o filho da serva
de hoje, não é menos coisa do que
a de sua irmã passada. Coisa al-
guma o liberta da gleba moral,
lei alguma o levanta no nivel de-
mocrático e humanitario de nossos
dias.
Pesa sobre elle a mão bruta da
ignorancia e a escravidão á ter-
ra.
Foi a sociedade que fez, Cons-
tança das Dores, o animal cioso; é
a sociedade que alimenta e prote-
ge os Joaquins da municipal, D.
Juans das esterqueiras de caserna,
fétidos, immundos.
A fraca é a mulher, dil-o a
sciencia pura, a sociedade escravi-
sa-a; forte é o homem, a socieda-
de corrompe o e deixa-ihe a li-
berdade, do abuso, da fraude, do
engano, da trapaça, da infâmia,
Juebrando para elle a realidade
e um contracto, a duo, feito pe-
rante a responsabilidade de um
individuo que nasce. Torpe, sim-
plesmente torpe!
Se esta mulher pudesse exigir
do homem a que se entregou, a
paternidade para seu filho a repa-
ração para si propria, ella teria
sahido de casa de seus amos com
o filho ao collo, sem receio, nem
vergonhas, altiva com o seu fardo,
orgulhosa por ser mãe.
Se o homem soubesse, que para
proteger a mulher que ludibria, a
lei, se levantaria austera e justa,
elle teria por ella o respeito que
lhe deve a civilisação moderna,
que lhe dá jus a supremacia das
suas faculdades affectuosas, o enor-
me thesouro do seu coração dedi-
cado.
Deante das mulheres cresceriam
os homens e diminuiriam—os pu-
lhas.
Que tem pois a sociedade a exi-
gir-
Nada, absolutamente, nada.
A sociedade matou moralmente
a mãe, a mãe a seu turno inata
physicamente o filho.
Da morte moral, á morte physi
ca, prefiro a segunda: esta mulher
é menos criminosa do que os seus
algozes. Esta mulher tem o direi-
to de se libertar d'uma vergonha
a que a condemnararn, como a
sociedade não tem direito de es-
carrar sobre essa vergonha que
fez.
O seductor, não teve uma pala-
vra de censura; o criminoso ver-
dadeiro, se aqui ha um crime, não
será inquietado pela policia, não
sera' visitado na caserna (como
quem vae ver o bicho), não terá
nos jornaes, na triste celebridade
de carrasco, a photographia e a
chronica.
Não foi elle que concebeu. Elle,
apenas enganou, seduziu, ludi-
briou; ella. ella é que teve a pouca
vergonha de ter um filho, sendo
mulher!
Para as crias d'estas mulheres
nem ha já a roda; o patim da es-
cada é o salvaterio do recem-nas-
cido em transportes d'amor pro-
letário; é logico que para os fru-
ctos maldictos o berço seja o
barril do lixo.
Esta bella mocidade, que berra
pela vida da creança morta, d'a
quelle individuo cheio de direitos
á existencia, d'aquelle seu mem-
bro, que imaginam V. Ex." que
lhe fazia?
Suppôr-se-ha que fazia d'elle
uni homem, cuidando-o tratan-
do o, educando-o ?
O' candidez social, como és su-
blime.
Era um engeitado, mais na Mi-
sericórdia.
Sabem V. Ex.", como se chama
aquelle pequeno rapaz que está
na mercearia da esquina, magro,
amarello, esqueletico, trabalhando
como um burro, sovado como
um tambor em festa, cheio de fo-
me e de frio, anemico, escrofulo-
so, miserável ? — o engeitado! Sa-
bem V. Ex."8 que nome téem gran-
de parte das mulheres que po-
voam os bordeis da cidade, iramun-
das, fétidas, cahidas no ultimo de-
gráo da miséria, alcoolicas, tor-
pes?— as engeitadas!
Conhecem V. Ex." o nome de
muitos criminosos deportados, que
enchem os porões dos navios nas
levas para Africa, o de muitos la-
drões que exploram a algibeira do
proximo, o de dezenas de vadios,
heroes da navalha e do fado, o de
muitos auctores de crimes escu-
ros, de tragedias horríveis ? — os
engeitados T
Ora aqui esta porque a socieda-
de baixa:— ella queria mais um
ladrão, ou mais uma prostituta.
A verdade bruta dos factos é esta,
não se discute. Ora é sobre esta
miséria horrível, sobre esta cha-
ga, que a imprensa descarregou o
cautério da sua indignação, o fer-
ro incandescente do seu odio.
Adjectivou, rubra de cólera, a mu-
lher roubada e calou sagazmente o
bandido.
Photographou-a ella para o es-
conder a elle no véu discreto do
silencio. Ora a mim parece-me
que o que a imprensa devia fazer,
pelo menos, para não ferir as suas
castas crenças religiosas, (se ellas
são a lei do seu proceder) pelo
menes, repito, era publicar o re-
trato do Joaquim e por-lhe por
debaixo:—Joaquim de tal, o mise-
vel que abandonou uma rapariga,
Constança das Dores, na occasião
em que esta dava a luz um filho de
ambos, filho que a desgraçada es-
faqueou.
Era mais logico concordai, e
a responsabilidade está mais jus-
tamente assentada.
E' preciso, sobre tudo, ser ge-
neroso com a desgraça, inda que
ella seja criminosa.
Supponde por um instante esta
tragedia no seio da nossa familia.
Tendes uma filha que amais, que
vos quer muito e respeita mui-
tíssimo.
Supponde que a desgraçada, na
reclusão d'uma noite de parto
occulto, se encontra na angustia
de se revellar a vossos olhos de
pai, á vergonha do mundo, ou des-
fazer o fructo do seu amor. Pen-
sai que na doença d'então, na ir-
responsabilidade do seu pensar
d'essa hora, na pathologia do seu
cerebro de purpura, agitado, con-
vulso, ella se decide a assassinar o
filho.
Achais justo que se lhe publi-
que o retracto com o estigma de
íilicida e prostituta?
Ah! concordai que a desgraça-
da merece mais o dó do que o fer-
rete. Haveis de lamentai-a an
tes.
Vel-a heis á luz da vossa pater-
nidade: pois bem a mãi de Cons-
tança das Dores, a mai official, ó
a sociedade.
Que faz esta madrasta egoísta
—exoulsa-a, cuspindo-lhe.
A imprensa tem muito coração,
bem se vé: que bom era se ella
tivesse um pouco mais de estu-
do.
Burguez, tu provavelmente, le-
vaste teu filho ao caminho por on-
de essa mulher passou.
Mostraste-lh'a com o dedo e dis-
seste* lhe:— vêl-a? é uma féra
aquella mulher; os lobos não en•
geitam os filhos, e ficaste senten-
cioso e satisfeito da licção.- Pois
meu amigo, disseste uma tolice:
o que tu devias dizer a teu filho
era:—
Todo o homem honrado é escravo
da s><a palavra; abusar do que é
indefezo, enganar uma mulher, c
vma canalhice a que corresponde
o degredo; sê escravo da tua.
Ora, amigo burguez, terias sido
justo e pai.
Quando levantarão afinal, a es-
tatua ao Joaquim ? prova vol mente
no dia em que mandarem Cons-
tança ás galés.
Que immundicies tem ás vezes
a moralidade humana.
Mendo Abbade.
José Maria Saloio
Recordações
Este homem, cujo fallecimento
noticiávamos ante-hontem, foi tal- vez o maior valente da sua gera-
ção em Lisboa. Elle era uma fi-
gura lisboeta, quer dizer, d'aquel-
las que o Chiado conhece e que
conhecem o Chiado. A sua morte
é um acontecimento no alto muu-
do que se move em peregrinações
diarias d'elegancia, desde o Pote
das Almas até ao Loreto.
Ainda á ultima hora, os seus
oitenta e trez annos adornados de
cabellos brancos, erectos na es-
tatura massiça de um athleta, di-
ziam o que tinha sido a sua mo-
cidade, robusta e sã. Elle era um
bello velho, accusando a sua an-
tiga força e a sua bondade,—por-
que este gigante possuía a bon-
dade dos verdadeiramente fortes.
Ouvindo-se a lenda maravilhosa
das suas proezas, em que nunca
faltára a um sentimento profundo de honestidade, podia-se ter a
suggestào d'esse bom colosso S.
Christovão aue se vê nas lytho-
graphias d'E'pinal, manso corno
um cordeiro sob o peso do Meni-
no Jesuz, atravessando um ribei-
ro n'uma pernada das suas im-
mensas pernas.
De José Maria Saloio, o hercu-
les e o terrível jogador de pau,
nao consta que alguma vez tives-
se abusado gratuitamente da for-
ça, n'essas lanfarronadas tão fre-
quentes em que se criam as repu-
tações dos desordeiros. Uma vez,
comtudo, revoltou-se-lhe a cons-
ciência com uma injustiça de que foi victima, e vingou-se por uma
fórma que ficou lendaria apezar
de picaresca.
*
* #
Elle era corista em S. Carlos.
Um dia, um critico musical que
vive ainda, e que n'esses tempos
adivinhava talvez os modernos
processos minuciosos,—pegando
por tudOy como se costuma dizer,
—escreveu no seu jornal, pouco
mais ou menos:
«O que se não pode tolerar,
além do mau desempenho da ope-
ra, é que o corista José Maria fa-
ça um barulho d'ensurdecer com
as suas passadas no palco, etc.,
etc.»
José Maria Saloio, effectiva-
mente, com o seu enorme corpo,
era uma trovoada que passava no
palco de S. Carlos, sempre que
entrava em scena. O edilicio to-
maya-se de tremuras, n'essas oc-
casiòes, sob a mole d'quelle per-
sonagem. Era como se um cyclope
subisse do Etna a dar o seu giro
por entre as dansarinas e as com-
parsas.
Ma8 José Maria Saloio não gos-
tou da coisa, e foi no dia seguin-
te procurar o critico a um café
que havia onde é hoje a livraria
Mattos Moreira. Nào se trocou
nem uma palavra sobre o artigo.
O critico, que enfiara ao ver a
sua victima sentar-se á sua pro-
pria meza, achou no mesmo ter-
ror a coragem necessaria para
lhe offerecer:
—«Toma alguma coisa ? uma
chavena de café ?...»—
—««Nada, muito obrigado.»—E
voltando-se para o moço:—«Um
capillé morno !»—
Veio o capillé. José Maria Sa-
loio chegou-o para deante do cri-
tico:
—«Mas espero que me fará a
honra. -.» —
—«Oh ! decerto ! decerto ! Ain-
que eu já tomei café; é só para
comprazer.» —
—«Outro capiLlé .'—pediu José Maria Saloio ao moço.»—
E chegando-o também para o
critico, que principiava a achar
tanta amabilidade demasiadamen-
te terrível: —«Agora, mais este !»—
—«Nada, nào posso mais.»—
—«Ha de poder; beba sempre.»
E o critico, em suores frios,
bebeu.
—«Rapaz, outro capillé !»—
D'essa vez, o sollicito amphy-
trião só fez um gesto.
—«Mas, senhor, — exclamou o
critico,—é impossível mais, eu
rebento!»—
—«Deixal-o rebentar, — disse
José Maria tranquillamentc. Be-
ba !»—
Depois, voltou-se para o crea
do:
—«Outro capillé !»—
O critico já nào suava nada que
nào fosse capillé morno. Tinha
uma angustia no olhar. Mas be-
beu, sempre pedindo graça, quar-
to, quinto e sexto capillé. No fim, o José Maria Saloio, despedindo-
se, com amaior cortezia, a'aquella
vasilha de capillés que ficava es-
papaçada sobre o seu banco, avi- sou:
—«Para a outra vez, faço-o be-
ber doze; e depois .., depois...
(Procurou no espirito alguma coi-
sa de terrível)... e depois, ponho-
lhe um pé na barriga !»—
Beldemonio.
Na próxima quinta feira, ás 10
horas da manhã, resar-se-ha uma
missa, na egreja da Encarnação
por alma do sr. José Ribeiro da
Cunha, e na quinta feira resar-se-
ha outra na egreja do Campo
Grande, mandada resar pelo con-
selho director do asylo de D. Pe-
dro V.
Novos tacões americanos a BO
réis, o par, durando o triplo dos
ordinários. Collocam-se gratuita-
mente, em menos de 5 minutos, na
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J. G. Rodrigues.—Reabre no dia
de i outubro
Serviço da guarda municipal
Prisões
Foram presos:
Domingos de Oliveira, oleiro,
que, ás 8 3[4 da noite, na ponte
de Alcantara, aggredíu Maria
Rosa de Jesus: — Francisco da
Costa, catraeiro, que, ás 10 horas
da noite, desobedeceu á sentinel-
la da estação da rua do Quelhas,
que o admoestou por estar profe-
rindo palavras obscenas:— Fran-
cisco Antonio, sapateiro, que, ás
5 1|2 da tarde; proferia palavras
obscenas na travessa do Poço, ô
quando era conduzido para o com-
missario da 2.* divisão, pretendeu
aggredir o soldado que o acompa-
nhava: — Jeronymo de Oliveira
Soares, maritimo, que, ás 10 4i2
noite, no boqueirão dos Ferreiros,
esbofeteou José de Oliveira Ale-
gre, maritimo fazendo-o deitar
sangue pela boca.
Apresentações nos commissariados
Mandaram-se apresentar aos
commissariados de policia:
Joanna Domingues de Figueire-
do. que, as 3 1|4 da tarde, foi ag-
gredida na rua de Vicente Borga,
por Joanna Maria, que se evadiu,
fazendo-lhe um leve ferimento na
cara:—Carolina Augusta, que, ás
9 1|2 da noite, foi esbofeteada no
beco dos Contrabandistas, por um
individuo, que se evadiu; houve
gritos de soccorro:—Francisco Jo-
sé da Silva, trabalhador, que, ás
10 1|2 da noite, foi eutregue na
estação de Campolide, por João
Roque, cabo de policia da fregue-
zia de S. Sebastião da Pedreira,
que o capturou na rua de S. Se-
bastião da Pedreira.— Narcizo y
Banhez, sapateiro, e Antonio Mar-
ques, creado de servir, que, ás 6
1|2 da tarde, tiveram desordem,
na rua dos Douradores. O segundo
ficou levemente ferido no rosto;
houve gritos de soccorro:—Ismael
Augusto, trabalhador, que, ás ii
3|4 da noite, fazia distúrbios no
armazém de vinhos n.° 45 da rua
das Farinhas; estava embriagado:
—Elvira Rosa de Jesus, que ás 12
1|2 da noite, na rua das Farinhas,
injuriou Gualdino Candido de Bar-
ros, pintor, que se queixou a uma
patrulha:—Um maritimo america-
no, que, ás 7 3(4 da noite, andava
em desordem na rua da Bitesga,
com outros, que se evadiram; o
preso no acto da captura, aggre-
díu o cabo n.° 80 da 2.a divisão de
inf., que fez toques de apito:—
Antonio Joaquim dos Santos, ser-
ralheiro, e Joaquim Alves Pequito,
carroceiro, que, ás 10 1$ da noi-
te, na loja n.° 8 da travessa do
Rozariò, fizeram toques de apito
sem motivo justificado:—Dois ma-
rítimos americanos, que, ás 9 1$
da noite, na rua dos Capellistas,
aggrediram Luiz Francisco, crea-
do de servir, fazendo-lhe um feri-
mento na testa, que foi pensar ao
ho.-pital de S. José; os presos eva-
diram-se, sendo logo recaptura-
dos; houve toques de apito, e o
queixoso estava embriagado.
Auxilio prestado
Prestou-se auxilio:
Antonio Antunes, que estava
doente; foi conduzido em maca ao
hospital de S. José, onde está na
enfermaria de Santo Amaro: —ao
policia n.° 52 da 2.* divisão, para
capturar Francisco Corrêa, sapa-
teiro, accusado de roubo:—ao po-
licia n.° 10 da 2.a divisão, para
conduzir ao governo civil Antonio
Rodrigues, trabalhador, e apenas
se lhe encontraram 2 navalhas de
ponta e mola. ———*
Soldado expulMO
Foi hontem expulso da guarda
municipal um soldado que tinha
enganado uma criada de servir,
promettendo-lhe casamento e apa-
ohando-lhe algum dinheiro.
O sr. general Macedo não só o
expulsou da guarda como o obri-
gou a entregar o dinheiro á cria-
da.
DIÁRIO ILUSTRADO
inwpecção d'in«*nicçao
primária—O.1 Circums-
cripçiXo Escolar
tfAZ-SE saber que as conferen- 1 cias pedagógicas começara no
dia 3 do proximo outubro pelaa 9
horas da manha, em todas as sé
dos dos círculos da circumscri-
pção.
Os programinas dao-se nas sub-
iii9p"Cço«'8 ás pessoas qu*; por lei
poaera tomar parte nas discus-
sões. Comprehendem o seguinte:
li- gistro do matricula, de fre-
quência, horário para a distribui-
ção do tempo lectivo, program-
mas das disciplinas divididas pe- las classes de alumnos, systema
disciplinar e modelos para regis-
tro de aproveitamento e distri-
buição de bons pontos.
Outro sim se faz saber que,
para a boa ordem, a entrada na
sala é por bilhetes, como manda
o regulamento, e que assim os
podem reclamar nas mesma sub-
mspeçôes todas as pessoas que,
pelo mesmo regulamento, sào ad-
mittidas ás sessões.
Eyora 23 de setembro de 1883.
O inspector,
Brito Quiroga.
Foram também adraittidos a fre-
quência, como ouvintes era algu-
mas cadeiras, mais 344 alumnos.
Os cursos mais frequentados fo-
ram òs de instrucção geral para o
operário, de conductor de obras
publicas, de conductor de minas,
de conductor de machin »s e de
telegraphistas. Os menos seguidos
f>ram os de mestres de obras, di-
rectores de f.»bricas e de tinturei-
ros.
De todos os. distrir.íviS do r^ino
foi o Porto que d«^u maior nume-
ro de alumnos.
A media das id.ides foi de 18 a
9 annos, sendo os limites 12 e 50.
N'este anno nào foram conce-
didos_ os dois prémios chamados
Camões, instituídos pela camara
municipal d'aquella cidade, por
não haver classificações distincta
nos exames dos alumnos matricu-
lados como ordinários.
Foi tal a aííluencia nas cadeiras
1.*, 2." e 8.*, que se torna necessá-
rio o serviço de repetidores para
coadjuvarem os professores.
Os alumnos que foram conside-
rados distinctos pelos valores que
obtiveram nos seus exames, foram
os srs. Adolpho Julio Gonçalves de
Sousa Reis, na 4.» cadeira, cora
18 valores; e na 5.a, com o mesmo
numero de valores; e na 7/ com
16; Antonio Duarte Pereira da
Silva na 5.* com 16; e Francisco
Neves de Castro Junior na 10.*
com 15 valores.
Tiraram carta de capacidade
de cursos d'aquelle instituto os
sr.s Francisco Pinto de Castro de
conductor de obras publicas, e Jo-
sé Antonio Ferreira da Cunha, de
conductor de minas.
Durante o anno fez-se a acqui-
sição de algumas obras para a bi-
bliotheca e modelos de desenho
para a 2.* e 8.a cadeiras; e bem
assim de um grande numero de
apparelhos para o laboratorio chi-
mico; bastantes collecções de mi-
neraes para o gabinete respectivo,
e outros objectos necessários para
o museu technologico, começando-
se a organisar uma importante
collecção de modelos de cinemáti-
ca, systema Reuleaux.
Torna-se de absoluta necessida-
de ali a creação de urn curso ele-
mentar de commercio, o que será
de grande vantagem p;ra uma ci-
dade como aquella, essencialmente
commercial e industrial.
A construcçào de urna casa pro-
pria para aquelle estabelecimento
torna-se cada vez mais sensível,
afim de se poder dar maior desen-
volvimento aos diversos gabinetes
de instrucção pratica.
Filiaes no
Bilhetes a 46$000, quintos a 9§200, meiot a 23$000, de
cimos a 4$600 réis. Series e fracções de todos os preços.
Pedidos ao cambista
ANTONIO IGNACIO DA FONSECA
Lisboa, Porto e Braga
Antonio José Paclieco,
Manoel da Cunha Macha-
do, O. Anna da Conceição
Machado, O. Ottilia Cu-
nha Machado, D. llermi-
nia da Cunha Machado,
e D. Julia da Cunha Ma-
chado, participam aoa
«ena» parente* e peNMoan
de Nua* relaçõett, que
foiB»euN «eri idoleiar da
villa premente *ua extre-
mosa empola flllia e ir-
mã I). Elvira da Cunha
Machada Pacheco, que
Ne ha de «epultar hoje*
do corrente, pelaw 11
liorart «Ba manhã, Maindo
<» preMtito de nu a cawa na
rua da Praea da Figuei-
ra, ao, quarto andar, e
esperam lhe» honremes-
ie acto com a sua pre-
sença.
!%'ão »e fazem convites
especiaes iflevido ao es-
tado de consternação em
que se acham.
COMPANHIA ANONYMA DE SEGUROS
IDIB VIDA
c de compras de propriedades livres c de usofructos
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Fundos de garantia 38 milhões de fr.—Rs. 6.840:000^000.
Agencias nas principaes cidades de Portugal
areBegrwa&s&p&i?
Paris, 23, t.
Não obstante as aliegaçòes do
Figaro em contrario, o inarquez
Tseng não recebeu ainda nenhu-
ma resposta de Pekim.
O sr. Julio Ferry pediu respos-
ta por escripto ao memorandum
do governo francez.
Vienna, 23, t.
Chegou já a Cettinge o príncipe
George Karogeorgewiteh, que vae
ali celebrar os seus esponsaes
com a princeza do Montenegro.
Nápoles, 23, n.
Sentiram-se hoje em Casamic-
ciola fortes abalos de tremor de
terra.
Berlim. 23. t.
O rei ae Ilespanha foi nomea-
do chefe dos uhlanos do Slesvig-
Holstein, e já hoje assistiu as
corridas vestido com o uniforme
prussiano, cm companhia do rei
da Servia e do príncipe imperial
allemão.
Paris, 23, n.
Na eleição do 1.° arredonda-
mento de Paris triumphou hoje o
candidato radical, em competên-
cia com um conservador.
S. Julião, 24, t.
Entrou um pequeno vapor de
guerra francez.
Paris, 24, t.
O marcjuez Tseng, conversando com um jornalista americano, dis-
se-llxe que não tinha ainda chega-
do nenhuma resposta do Pekim,
mas pela sua parte suppõe que
essa resposta será que tome a
França posse do Annam, que a
China ficará com o Tonkin, offe-
recendo solidas garantias para a
livre navegação do Rio Vermelho
e livre commercio na China me-
ridional.
Ijondres, 24, n.
Iloje na sessão da secção geo-
grapnica da Associação Britanni-
ca das Sciencias o sr. Johnston
leu uma carta de Stanley, datada
de Leopoldville aos 23 de julho,
na qual recommenda com instan-
cia que o governo inglez estabe-
leça o seu protectorado sobre os
chefes indígenas do Congo, para
não os deixar cair em poder dos portuguezes, o que seria o mesmo
que entregal-08 á escravidão.
Tjpographia do "Diário Ulnstrafo'
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provas de estima aue receberam
no doloroso transe do passamento
de seu presado rçae, irmão e cu-
nhado o sr. Francisco Maria Dias,
servem se d'este meio, para fazer
um geral agradecimento a todas
as pessoas que lhes dispensaram
a honra de o acompanhar á sua ultima morada, assim como a to-
dos de quem receberam sentimen-
tos.
Não podem deixar de fazer pu-
blicar a sua eterna gratidão á As-
sociação dos Empregados no Com-
mercio e Industria, e Monte-Pio
Commercial pela maneira honro-
sa como solemnisaram tão respei-
toso acto.
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falta involuntária nos agradeci-
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tabacarias.
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Quem pretender compral-a di-
rija-se a Antonio Pedro Sameiro,
em Montemór-o-Novo.
PUBLICAÇÃO QUINZENAL
VISTAS DE CIDADES, YILLAH E LOCARES MAIS CONHECIDOS DE PORTUGAL
IVÀO me escreveu porque? E' 11 vingança? Se soubesse o mal
que me faz! Que tentação eu hon-
tem tive^de me esquecer de tudo
e de lhe dar muitos beijos. Esta-
va tão perto!
VENDE-SE um luso-anglo de
5 annos, bem ensinado para
sella. Rua da Figueira, 11. Trata-
se na rua do Amparo, 12, 1.° ARTIGOS D E SCRIPT IVO S DE MANUEL PINHEIRO CHAGAS
Com o titulo de Portugal Pittoresco vamos emprefaender uma publicação, que estamoB convencidos, está destinada a obter o
maior êxito.
O Portugal Pittoresco fornecerá uma maguifica collecção de quadres a cores, proprios para sala e g&binete, verdadeira imita-
ção a oleo, representando todas as vistas e monumentos mais nota-veis de Portugal.
A vista ou monumento será acompanhado de quat.ro paginas de texto, impressas a duae côre3, com a sua competente capa, e de um
cartão onde a oleographia poderá ser coitada, poiendo o comprador que não quizer emoldurar oa quadro3 formar assim um esplendido
album.
A nossa publicação terá como se vê, dois fins de grande utilidade — o elegante adorno d'uma sala ou gabinete, ou então—um ma-
gnifico livro para cima de mesa que será sempre aberto com praser.
Damos em seguidi a reiaç^o dos quadres qae o 8r. Casanova pintou até agora e que s?rao dados regularmente de 15 em 15 diae
{Setúbal Braga Thomar Penafiel
Foz do Douro Ponte cia Barca Figueira da Foz Villa Real
Torre de Belem V. I*. de Famalicão Vizeu Valença do Minho
Torre do» Clérigos Barcello* Lamego Calda* de Vizella
Abrantes Castello d'Almorol Povoa de Varzim Caminha
Aveiro Arco* de Val-de Vez GNtremoz Cabeceira* de Basto
Constança Santarém Ponte do Lima Évora
Castello de Palmella Régua V. IV. da Cerveira Faro
Tianna do Castello Villa do Conde Bragança Elvas
Leiria Coimbra Santo Thyrso Lago»
filom Jesus do Monte Guimarães Pombal
Parte d'estes quadro?, já reproduzidos em oleotrraphias, estão «m nosso poder, podendo ser vistos todo? os dias no nosso escriptorio
das 10 ás 5 da tarde, onde cada aseignsnte on comprador poderá avaliar a pe* feição do trabalho, não só do illustre pintor o Sr. Casa
nova, como também e muito particularc-siníe, a excellente execução da cs-íh da Allem^nha, a primeira no seu genero, o que confirma o
seu acabamento.
"TM ecclesiastico, professsor
emerito de litteratura clas-
sica e de linguas modernas com
longa pratica pedagógica, e conhe-
cido por muitas das principaes fa-
mílias de Lisboa, recebe em sua
casa, na ma Nova da Trindade,
7, 3.°, um oudois meninos (irmãos)
de familia nobre, ou civil e abas-
tada, para dar lhes uma educação
completa1 ensinando-lhes, entre
outras coisas, a fallar bem e cor-
rentemente as linguas franceza e
italiana.
^oral-Cere
DE AYER '
L\yers Cherry Pectoral)
Cada numero conterá: — uma oicoj»rapina uieuiiiuu ou pur l\3 ceiuiiiieuos — paginas ue lexio
em portuguez, hespaiiliol, francez e inglez — Um cartão de 40 centímetros por 20—Ima capa
Sairá um numero no dia 15 e outro no dia 30 de cada mez.
Custo dc cada numero çor assignatura 300 réis—\yii\so 400 réis % T
Os assignantes de Lisboa e Porto poderão pagar ao distribuidor no acto da entrega.—03 aisigaantes das províncias e ilhas devem
mandar a importancia de dos ou mais nimeros adiantadameate.—Para as colonias «ortusçuezas regulam o? mesmos preços de 300 réis ca-
da numero (moeda forte), mas bó se i-.cceitam assignaturas, pagando-oe adiantadamente doze números —Nio so enviará numero algum som
que previamente se tenha recebido a sua importancia.—Os dois primeiros numero-», repreaent.ando um d'ellej a Cidade de Setúbal e
o outro a Foz do Douro* então promptoa e serão enviados a quem 03 requisitar.—A empresa dará aos seuo correspondentes e
aoB revendedores. 20 °/0 de emissão, quer sobre oa preços das assinaturas, quer sobre o preço doa cxímpWrea que tomarem avulso.
—O porte do correio, ou a conducção, tanto dos exemplares por assignatura como dos exemplares avulso, é à cuat* da empresa.—O cor-
respondentes deverão enviar a importancia do • ue receberem no fim de cada mes, cuspendeudo-se-lhe a remessa quando não cumprirem
com este dever.
Escriptorio do Portugal Pittoresco, Travessa da Queimada* 35* Lisboa
Pa*a açora de Constipações,
Tosse.Asthma.Bronchite,
Coqueluche ou Tosse Convulsiva
Tísica Pulmonar. Pr «arado pelo Df. ICAYIR«CIA.loWáLMa»».EifDa
Vende-se nas principaes droga
rias e phannacias.
Agentes geraes 4ame* Cas-
seis c.*, ru? das Flores, n-
430. Porto. {.*
The Pacific Steam Na-
vigation Company
Para Bordeaux
e Liverpool
O paquete
ACONCAGUA
VfAO fui hontem pelo motivo
' que talvez visses no j. Por
isso estive no d. em p. c. Fui e vim pelo c., e não te vi. Agora só
no fim da semana, Quarta e quin-
ta estou no campo. Sempre cnnva
torrencial de contrariedades !
Espera-se de 26 a 28 do corrente,
para sahir depois da indispensá-
vel demora.
Para carga e passageiros trata
se no Caes do bodré, 64, 1.°
Os agentes E. Pinto Basto & C.»
Oleograpliias a 30 côres, representando os trajes e costumes nacionais dos nossas províncias e ilhas
30 centímetros de comprimento por 20 de alto
Pinturas de E. CASANOVA — Artigos descriptivos de MANOEL PINHEIRO CHAGAS
Assigna-se desde já para esta obra no escriptorio do PORTUGAL PITTORESCO
Lisboa, 35, Travessa da Queimada, 35, VAsboa
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PORTO E BRAGA
Galicia a 2 de outubro. || Aconcagua a 30 de outubro
#Cotopaxi a 47 de outubro. li «Magellan a 44 de novembro.
#0s paquetes Cotopaxl e Magellan |farào escala, por P«r •
nambuco e Bahia para onde só recebem malas e passageiros.
Faz-se abatimento ás famílias que viajarem para os porto* £•;
Brazil e Rio da Prata.
A companhia acaba de reduzir os preçoa de passagens 01» Ht* oIan
se para Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro a 36£000 réis.
Na passagem de 3.* classe por estes magnifico»? vkoow, <*«fé \-a cluido vinho á hora da comida, cama, roupa, etc.
A bordo ha criados, cosinheiros portugueses * saedicot.
Para carga e passagens trata-se com os
Na próxima quinta feira
rifica-se a actual loteria
gueza.
Premio maior gSTE instituto, que acaba de fundar-sc, recebe alumnos internos,
semi-internos e externos, preparando-os para entrar nos lyceus, nas escolas superiores, no commercio, na agricultura, etc. Abertura
geral no dia 1 d'outubro. As matriculas jã estão abertas, e no escri-
ptorio do collegio se dão os estatutos ou quaesquer esclarecimentos.
O director gerente
Francisco Pereira Rebello.
No Porto
Vateo Ferreira Pinto Baste T^rjrn rin fí' Joio Ncvrt. 10.
Em Lisboa
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