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Pira Anno ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA l mez 300 réis Annuncios, linha. 20 rs. 3 mezes 900 » "SÉ* Avulso 10 » SECUNDA FEIRA 9 DE SETEMBRO 1872 ISsSKffftíSSSSSSE LISBOA A^IG!VAT1RA XA PROVÍNCIA 1 mez 500 réis 3 mezes. I$400 réis /I TIRAGEM JfcSOtf EXEMPLARES BOLETIM DO DIA N este apostolado de civilisação e de progresso, que a imprensa cumpre, de- verá sempre o auxilio e o apoio muluo cooperarem para a victoria das idéas e alvitres proveitosos, apresentados por cada um dos jornalistas, c que nor vezes passam quasi desaperce- bidos, sem terem actuado suficien- temente na opinião publica, pela in- cúria com que os outros jornaes dei- xaram esmorecer a discussão. De tal desleixo se queixa o nosso excel lente collega do Jornal da Noi- te, relerindo-se ao assumpto de me- lhoramentos municipaes indispensá- veis e urgentes, que o eguaímente "lustre collega do Jornal do Com- mercto reclamou de novo. Não incorreremos na censura, e tanto quanto em nossas forças cou- ber, auxiliaremos a cruzada que ten- da a elevar a cidade de Lisboa ao nível de progresso que lhe compete romo capital de um paiz civilfeado. E bem preciso é que o bradar cons- tante, quotidiano, sem trégua, des- perte as vereações da sua faial le- thargy para o que diz respeito às condições hvgienicas da povoação que está confiada aos seus cuidados. Adoptado o peior, o mais absur- do systema de exgoto, esse mesmo e imperfeitíssimo na sua execução, de modo que constitue um pantano pestífero, por debaixo da cidade, onde se exibe o luxo e a elegancia, ani- nhando-se ali a morte, a doença, e o estiolamento das famílias. Habituámo-nos a invocar sempre as abençoadas condições do nosso clima, falíamos da pureza dos nos- sos ares, da'salubridade da nossa capital, do mesmo modo que falía- mos dos brios cavalheirosos dos nos- sos guerreiros de Africa, ou das pu- rezas marítimas das nossas caravel- las de Asia, sem pensarmos que ti do isso passou já, e que pela nossa in- cúria fatal, ficou tudo reduzido ape- nas... a recordações. Recordações também são as que se referem á salubridade de Lisboa, onde boje o numero dos obitos ex- cede o dos nascimentos, alimentan- do-se a população das continuas emigra- ções com que a província suppre a sua decadencia; onde a mortalidade chega a ber proporcionalmente maior que na gi- gantesca Londres, a que a sciencia e a perseverança souberam melhorar larga- mente as desfavoráveis condições hvgie- nicas, emquanto em systematico abando- no, tem feito peiorar de dia a dia as de Lisboa. A questão do exgoto precisa, a pri- meira de todas, ser resolvida urgente- mente. Em todos os paizes ha grandes emprezas, que, concorrendo para a sa- lubridade das cidades, concorrem pode- rosamente também para o desenvolvi- mento e prosperidade da agricultura, e auferem grandes interesses d este com- mercio, duplamente benefico. Sc uma empresa destas se apresen- tasse perante a camara de Lisboa, en- contraria tantas e tantas difliculdades e estorvos, que desistiria do intento! Tem sido sempre assim. E' preciso que a opinião publica exi- chados, sendo respeitadas todas as bandei- ras tricolores que não tinham signaes de luto. Teem n'estes últimos dias, segundo re- ferem differentes jornaes, passado d'esta para a outra vida, provavelmente com bastantes saudades por andarem por A CARTA DO PADRE JACINTHO 0 PADRE JACINTHO ia imperiosa e immediatamente, a reso- lução d'esta questão, quê interessa á saú- de, á vida, e ao bem estar de todos os ha- bitantes ! Os habitantes de Sédan resolveram so- lemnisar o anniversario do dia 1 de se- tembro com unia manifestação fúnebre. Logo pela manhã viram-se quasi todas as casas adornadas com bandeiras tricolores, 3ue se achavam cobertas de crepe. Ás 9 a manhã a guarda allemã mandou tirar estes emblemas. Um patriota imprudente collocou n uma bandeira as seguintes pa- lavras: Viva a França! Tire-se breve a desforra! Os armazéns estiveram todo o dia fe- ha muito tempo, muitos homens e mulhe- res centenários. Ha dias fallcceu na rua do Bom Jardim, no Porto, um individuo que contava 108 jineiros! Era viu\o. Mandou-se proceder a construcção do lanço da estrada real de Ponte dos Arcos compreendido entre aquella viltaeoCar- regadouro na extensão de 9 kilometros, na importancia de 17:000^000 réis. Consta ao nosso collega da Aurora do Lima que o traçado d'este lanço segue pela portella de S. Simão. ^Está gravemente enfcima a actriz MarianDa Rochedo. Receia-se Jpela sua vida. A carta do padre Jacintho, annuncian- do o seu casamento, é um acontecimen- to grave para o catholicismo contempo- râneo. O padre Jacinto foi um dos mais firmes sustentáculos da egreja, o vigor da sua eloquencia, a austoridade da sua vida faziam d'elle verdadeiramente uni apostolo n'estes tempos de in- diíTerença religiosa. A sua consciên- cia não lhe perniittio acceitar o do- gma da infallibilidade do papa. A sua ruptura com Roma fez um gran- de barulho em 1809. Os partidarios da innovação quizerani condemnal-o como um scismatico; mas lodos os espíritos imparciaes viram que o pa- dre Jacintho era um dos raros sacer- dotes verdadeiramente christãos que existiam no seio do catholicismo. Em- quanto os seus collegas acceitavam as ordens de Rema despreocupada- mente, sem as discutirem nem as apreciarem, com um sorriso indiffe- rente, considerando a infallibilidade papal puramente como acto politico, e uma arma de Inda, o padre Ja- cintho meditava-a, á luz da sua con- sciência christà. estudava-a no si- lencio do claustro, e, com o deses- pero no coração, sentindo revoltar- se contra essas mundanidadeseccle- siasticas a sua sincera e ardente, não transigia com o seu dever, e de- clarava em alta voz que não podia acceitar, como dogma, esse acto de idolatria que se iusinuava nas dou- trinas de Jesus. Hoje a sua consciência depois de largas luctas, revoltasse emíim con- tra essa prescripção do celibato' sa- cerdotal, que contraria os sentimen- tos mais puros da natureza huma- na, ou que, dando sempre logar a impias fraudes, não faz senão de- sauctorisar o caracter dos padres. E' a sua consciência que o leva ao pro- testo. Aos quarenta e cinco annos, na idadç em que as paixões se acal- mam, não é de certo um amor tar- dio que o arroja na Jucta, é a sin- ceridade da ?ua christà, que o impelle a protestar contra uma das causas mais evidentes da desmorali- zação do clero. Roma não tardara a fulminar o rebelde. Porque não con- cilia elle, como fazem os seus con- frades, a submissão apparente aos decretos dos concílios com a fruição se- creta de todos os deleites defezos?^ A egreja pede-lhe apenas um simula- cro de obediencia, fecha os olhos ás fra- quezas c aos perjúrios, o que não admit- te é o protesto sincero de uma consciên- cia que não quer viver na mentira. Con- vença-se Roma, porém, que tem o ca- tholicismo, hoje mais do que nunca, a obrigação de encarar seriamente as ques- tões que se debatem emtorno d'elle. Pas- saram os tempos ingénuos em quão fa- bliau motejava da incontinência dos mon- ges, sem que a sociedade deixasse por isso de os venerar; passou o tempo dc frade anedoctico, e a corrupção do cle- ro não seria hoje um elemento de con

ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1872-09-09/j-1244-g_1872-09-09_item2/j...Pira Anno ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA l mez 300 réis Annuncios, linha. 20 rs. 3 mezes

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Pira Anno

ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA

l mez 300 réis Annuncios, linha. 20 rs. 3 mezes 900 » "SÉ*

Avulso 10 » SECUNDA FEIRA 9 DE SETEMBRO 1872 ISsSKffftíSSSSSSE

LISBOA A^IG!VAT1RA XA PROVÍNCIA

1 mez 500 réis 3 mezes. I$400 réis

/I

TIRAGEM JfcSOtf EXEMPLARES

BOLETIM DO DIA

N este apostolado de civilisação e de

progresso, que a imprensa cumpre, de-

verá sempre o auxilio e o apoio muluo

cooperarem para a victoria das idéas

e alvitres proveitosos, apresentados

por cada um dos jornalistas, c que

nor vezes passam quasi desaperce-

bidos, sem terem actuado suficien-

temente na opinião publica, pela in-

cúria com que os outros jornaes dei-

xaram esmorecer a discussão.

De tal desleixo se queixa o nosso

excel lente collega do Jornal da Noi-

te, relerindo-se ao assumpto de me-

lhoramentos municipaes indispensá-

veis e urgentes, que o eguaímente

"lustre collega do Jornal do Com-

mercto reclamou de novo.

Não incorreremos na censura, e

tanto quanto em nossas forças cou-

ber, auxiliaremos a cruzada que ten-

da a elevar a cidade de Lisboa ao

nível de progresso que lhe compete

romo capital de um paiz civilfeado.

E bem preciso é que o bradar cons-

tante, quotidiano, sem trégua, des-

perte as vereações da sua faial le-

thargy para o que diz respeito às

condições hvgienicas da povoação

que está confiada aos seus cuidados.

Adoptado o peior, o mais absur-

do systema de exgoto, esse mesmo

e imperfeitíssimo na sua execução,

de modo que constitue um pantano

pestífero, por debaixo da cidade, onde

se exibe o luxo e a elegancia, ani-

nhando-se ali a morte, a doença, e o

estiolamento das famílias.

Habituámo-nos a invocar sempre

as abençoadas condições do nosso

clima, falíamos da pureza dos nos-

sos ares, da'salubridade da nossa

capital, do mesmo modo que falía-

mos dos brios cavalheirosos dos nos-

sos guerreiros de Africa, ou das pu-

rezas marítimas das nossas caravel-

las de Asia, sem pensarmos que ti do

isso passou já, e que pela nossa in-

cúria fatal, ficou tudo reduzido ape-

nas... a recordações.

Recordações também são as que

se referem á salubridade de Lisboa,

onde boje o numero dos obitos ex-

cede o dos nascimentos, alimentan-

do-se a população das continuas emigra-

ções com que a província suppre a sua

decadencia; onde a mortalidade chega a

ber proporcionalmente maior que na gi-

gantesca Londres, a que a sciencia e a

perseverança souberam melhorar larga-

mente as desfavoráveis condições hvgie-

nicas, emquanto em systematico abando-

no, tem feito peiorar de dia a dia as de

Lisboa.

A questão do exgoto precisa, a pri-

meira de todas, ser resolvida urgente-

mente. Em todos os paizes ha grandes

emprezas, que, concorrendo para a sa-

lubridade das cidades, concorrem pode-

rosamente também para o desenvolvi-

mento e prosperidade da agricultura, e

auferem grandes interesses d este com-

mercio, duplamente benefico.

Sc uma empresa destas se apresen-

tasse perante a camara de Lisboa, en-

contraria tantas e tantas difliculdades e

estorvos, que desistiria do intento! Tem

sido sempre assim.

E' preciso que a opinião publica exi-

chados, sendo respeitadas todas as bandei-

ras tricolores que não tinham signaes de

luto.

Teem n'estes últimos dias, segundo re-

ferem differentes jornaes, passado d'esta

para a outra vida, provavelmente com

bastantes saudades por andarem por cá

A CARTA DO PADRE JACINTHO

0 PADRE JACINTHO

ia imperiosa e immediatamente, a reso-

lução d'esta questão, quê interessa á saú-

de, á vida, e ao bem estar de todos os ha-

bitantes !

Os habitantes de Sédan resolveram so-

lemnisar o anniversario do dia 1 de se-

tembro com unia manifestação fúnebre.

Logo pela manhã viram-se quasi todas as

casas adornadas com bandeiras tricolores,

3ue se achavam cobertas de crepe. Ás 9

a manhã a guarda allemã mandou tirar

estes emblemas. Um patriota imprudente

collocou n uma bandeira as seguintes pa-

lavras: Viva a França! Tire-se breve a

desforra!

Os armazéns estiveram todo o dia fe-

ha muito tempo, muitos homens e mulhe-

res centenários. Ha dias fallcceu na rua do

Bom Jardim, no Porto, um individuo que

contava 108 jineiros! Era viu\o.

Mandou-se proceder a construcção do

lanço da estrada real de Ponte dos Arcos

compreendido entre aquella viltaeoCar-

regadouro na extensão de 9 kilometros,

na importancia de 17:000^000 réis.

Consta ao nosso collega da Aurora do

Lima que o traçado d'este lanço segue

pela portella de S. Simão.

^Está gravemente enfcima a actriz

MarianDa Rochedo. Receia-se Jpela sua

vida.

A carta do padre Jacintho, annuncian-

do o seu casamento, é um acontecimen-

to grave para o catholicismo contempo-

râneo. O padre Jacinto foi um dos mais

firmes sustentáculos da egreja, o vigor

da sua eloquencia, a austoridade da sua

vida faziam d'elle verdadeiramente

uni apostolo n'estes tempos de in-

diíTerença religiosa. A sua consciên-

cia não lhe perniittio acceitar o do-

gma da infallibilidade do papa. A

sua ruptura com Roma fez um gran-

de barulho em 1809. Os partidarios

da innovação quizerani condemnal-o

como um scismatico; mas lodos os

espíritos imparciaes viram que o pa-

dre Jacintho era um dos raros sacer-

dotes verdadeiramente christãos que

existiam no seio do catholicismo. Em-

quanto os seus collegas acceitavam

as ordens de Rema despreocupada-

mente, sem as discutirem nem as

apreciarem, com um sorriso indiffe-

rente, considerando a infallibilidade

papal puramente como acto politico,

e uma arma de Inda, o padre Ja-

cintho meditava-a, á luz da sua con-

sciência christà. estudava-a no si-

lencio do claustro, e, com o deses-

pero no coração, sentindo revoltar-

se contra essas mundanidadeseccle-

siasticas a sua fé sincera e ardente,

não transigia com o seu dever, e de-

clarava em alta voz que não podia

acceitar, como dogma, esse acto de

idolatria que se iusinuava nas dou-

trinas de Jesus.

Hoje a sua consciência depois de

largas luctas, revoltasse emíim con-

tra essa prescripção do celibato' sa-

cerdotal, que contraria os sentimen-

tos mais puros da natureza huma-

na, ou que, dando sempre logar a

impias fraudes, não faz senão de-

sauctorisar o caracter dos padres. E'

a sua consciência que o leva ao pro-

testo. Aos quarenta e cinco annos,

na idadç em que as paixões se acal-

mam, não é de certo um amor tar-

dio que o arroja na Jucta, é a sin-

ceridade da ?ua fé christà, que o

impelle a protestar contra uma das

causas mais evidentes da desmorali-

zação do clero. Roma não tardara a

fulminar o rebelde. Porque não con-

cilia elle, como fazem os seus con-

frades, a submissão apparente aos

decretos dos concílios com a fruição se-

creta de todos os deleites defezos?^

A egreja pede-lhe apenas um simula-

cro de obediencia, fecha os olhos ás fra-

quezas c aos perjúrios, o que não admit-

te é o protesto sincero de uma consciên-

cia que não quer viver na mentira. Con-

vença-se Roma, porém, que tem o ca-

tholicismo, hoje mais do que nunca, a

obrigação de encarar seriamente as ques-

tões que se debatem emtorno d'elle. Pas-

saram os tempos ingénuos em quão fa-

bliau motejava da incontinência dos mon-

ges, sem que a sociedade deixasse por

isso de os venerar; passou o tempo dc

frade anedoctico, e a corrupção do cle-

ro já não seria hoje um elemento de con

Page 2: ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1872-09-09/j-1244-g_1872-09-09_item2/j...Pira Anno ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA l mez 300 réis Annuncios, linha. 20 rs. 3 mezes

DIÁRIO ILLUSTKADO

veração para judeu dos contos de Boccac-

cio. Ó século c sério e grave. Importa 'juc

as doutrinas que pretendem dominal-o,

não se desauctorisem pelo ridículo.

Eis alguns dos trechos mais notáveis

da carta do padre Jacintho;

«O meu casamento nada tem que ver com as minhas convicções religiosas, nem com o meu

acto de 20 de setembro de 1869, ou antes, en- gano-me, liga-s® com clle intimamente, mas

d este modo geral e generoso que entre si pren-

de todos os progressos realisados por urna ai- ■ . L\i\li<>op.mo.n01 CAIU ma na luz e na liberdade. fcxpticar-me-hei com

inteira franqueza. Devo ao celibato religioso al-

guns dos júbilos mais delicados, algumas das ® n,.Ar.in.loc i» m.iK iloriSl-

virtnde. manter no meio de nós uma phalange

escolhida de padres e do irmãs da raridade, cujo

celibato, sempre livre e sempre voluntário, seja verdadeiramente um estado tie pureza, um es-

tado de alegria, ou pelo menos de paz no sacri-

llcio. Mas. ao mesmo tempo, apressemos o mo-

mento em que a lei da igreja e a na França

hão de constituir na liberdade, na entidade, na dignidade, o casamento do padre, quer dizer a

concentração, n um lar modelo, de tonas as

forças da família e de todas as Torras da reli-

gião.»

REVISTA ESTRANGEIRA

expereriencias mais profundas e mais dec im-

vas da minha existencia. Desde a idade de de-

zoito ar.nos em que o escolhi, observei-o c om

uma fidelidade pela qual dou gloria a Deus.

Se hoje, portanto, aos quarenta e cinco annos,

no socego e no sazonar completo da rasao, do coração, da consciencia.de todo o meu bei em-

iim, creio dever renunciar a elle. é porque o casamento se me impõe como uma d essas leis

da ordem moral, ás quaes se nao resiste sem

se nerturbar profundamente a viua, e sem se ir contra a vontade de Deus. Não digo queicssa lei

se imponha a todos, creio no celibato como n uma santa e gloriosa excepção creio que essa

lei se me impõe a mim. Quando um homem

sente no co«acâo, como outra excepção tao ra-

ra, tão santa e tão gloriosa como a primeira,

esse grande e casto amor em que o mundo nao

cré, porque não è digno dVlle, esse homem,

ainda que seja padre ou raonue, tem a prova

absoluta de que não e do numero das yictnnas

voluntárias de que o Eva%'elho fal a. Sou^se homem, e d'eita Vez ain.la dou glona a Deu*

pelo que operou em mim. As suas ol»ra> pare-

cem contradiclorias. mas elle coniiece4tas a harmonia Quando eu ia ser aba^onada rene-

gado netos meus amigos, pelos inetts parent s

exilado successivamente da minha »-reP- «10

meu paiz. da minha família, enviou ao meui ca-

minho solitário e luctuoso uma nobre e santa

alTeicâo, uma dedicação sublime, pobre do»

bens da terra, rica dos da intelligencia e do co-

ração. e. quando tudo cahiu, so esse amparo me tlcou! Pois nào seria elle o que deve ser,

não conheceria eu o dom que Deus me fez, se

mais tempo hesitasse em consagrai o no casa-

mento christáo.

• • • • • •

«Conheço o verdadeiro estado do nosso cle-

ro; sei quantas dedicações, quantas virtudes encerra, mas não ignoro quanto precisa, n um

grande numero dos seus membros, de se reco-

ciliar com os interesses, as affeições, os devi-

res da natureza humana e da sociedade civil.

Só arrancando-se ás tradições de um ascetismo

cesro e de uma theocracia mais politica ainna do que religiosa c que o padre, tórnando-se de

novo homem e cidadão, tornara a ser ao mes-

mo tempo mais verdadeiramente padre -Que

governe bem a sua propria casa diz b. Paulo, conservando seus Ulhos submissos e honestos,

porque se nào souber conduzir a sua família,

como saberá governar a igreja de Deus ?• (1 1 lii-

motheo 111, 4. 5).» .

•Tal é a reforma, sem a qual, ouso /bzel-o,

serão todas as outras illusorias e estereis. Dei-

xemos o espirito de Deus.se acreditamos na sua

PAUIS, í de setembro. — E' hoje o an-

niversano <in .revolução,; que derruam o

império, e fundou o regimen actual. Nào

se celebra com festas esse anniversario,

mie se liga a tristes recordações de ver-

gonha e de derrota. O império fundado

no anniversario de Austerlitz tinha de

cahir forçosamente no dia seguinte a Se-

dan. . .

Os dois acontecimentos, que mais in-

teressam agora a Europa, são de um

lado o congresso da Internacional, do

outro a entrevista dos tres imperadores.

Os habitantes da liava seguem com mui-

ta curiosidade as reuniões da sociedade

internacional, esta porem conserva-as por

ora secretas. São as tradições da Com-

muna. Querem lavar a roupa suja em

família. Em torno da sala das sessões

reunem-se muitos curiosos, que ouvem

com gargalhadas, retinir a cada instante

lã dentro a campainha presidencial. iSo

meio da Uirba vêem-se alguns agentes da

policia franceza, que vêm vigiar os an-

tigos membros da Communa, que estão

na capital da Ilollanda. Entretanto em

Londres o cidadão Vèsinier lulmina os

internacionalistas da liava, c declara que

o sr. Karl Marx e um delator, cujas de-

nuncias lizeram com que o governo prus-

siano prendesse vários chefes do movi-

mento social allemào. V elles, Nesinier.

a elles, corcunda sublime! a elles au-

ctor das Noites de Saint-Cloud! Visto

i«sSo, Eudes é ladrão, e Karl Marx espião?

Muito bem! Viva a Communa!

A lucta que se trava agora no seio da

Internacional consiste em saber se a di-

recção deve ser federal ou centralisada.

Da'resolução d'essa questão é que de-

pendem os votos da verilicaçào dos po-

deres. _

Passemos agora á reunião dos tres im-

peradores. ,■

O príncipe de Bismark chegou nontem

a Berlim. Ilontem assistiu o imperador

Guilherme a grandes manobras de caval-

laria. Chegaram o príncipe OrlolT o prín-

cipe GorLschakolT e o príncipe Maximi-

liano da Baviera. O programmadas les-

tas é o seguinte:

7 de Septembro.—Grande revisia. jan-

tar no Paço, representação militar, ope-

ra com bailado, grande retirada militar.

8 de Sep tem br o.—Serviço divino para

os augustos visitantes, segunda os seus

diílerentes ritos: eITectivãmente o impe-

rador da Russia pertence á egreja grega,

o imperador da Austria é catiiolico; e o

imperador da Allemanha é protestar e;

à noite festa em casa do príncipe Frede-

rico-Guilherme.

9 dc Septembro.—Manobras militares,

jantar no palacio imperial, festa á noite

em casa do príncipe Frederico Carlos.

10 de Septembro. — Novas manobras

militares, jantar em tenda de campanha,

cacada, concerto no palacio imperial.

No dia \i parte o imperador Guilher-

me para Mariemburgo.

Incêndios por toda a parte. Incêndio

no bosque do sr. Forbin d Oppéde cm

Marselha, que dm ou dois dias. Incêndio na

cathedral de Cantorbéry. O chumbo do

tecto fundido cabe em chuva ardente na

egreja. O fogo é dominado, mas os es-

tragos sào avaliados em 5:000 libras

sterlinas. t

Mais desastres. A tripulaçao do navio

inglez Lavinie foi assassinada pelos sel-

vagens do mar do Sul. Parece que ja na-)

são do nosso tempo estes sinistros.

Refere o Jornal do Porto que não ha

a precisa vigilancia no cemitério publi-

co do Prado do Repouso, d'aquella ci-

dade. ..

Não se respeitam os que dormem alio

derradeiro somno, profanando-se-lhe as

campas. . . .

Entram naquelle recinto alguns mal in

tencionados que tiram de cima das se-

pulturas os objectos que ali depõem pie-

dosamente mãos amigas ou os parentes

dos linados.

Ainda ante-hontem foi capturado pela

policia, Joaquim Fernandes, que tirou

uma jarra de cima d uma das campas do

cemitério privativo da ordem da Iriu-

dade. f

O preso confessou que na vespera lur-

tára d'aquelle jazigo mais duas jarras

que vendera depois a uma adella da viel-

la da Neta. •

O preso foi entregue aos tribunaes e

a adella intimada para entregar as jarra5

que comprara indevidamente.

O conde de Tessé era estribeiro-mór

da rainha Luiza Lecrinska. Fallando-se

em certa occasiâo de feitos militares da

nobresa franceza, voltou-se a rainha para

o conde, e disse-lhe:

— Senhor de Tessé, a vossa casa tam-

bém se destinguiu na carreira das ar-

mas.

—Sim, minha senhora, respondeu im-

mediatamente o conde, todos nós morre-

mos ao serviço de nossos amos.

— Como eu sou feliz, replicou a rai-

nha, que vós escapasses para m'o di-

zer.

Um jornal de Londres, o Telegrapher

publica um despacho dizendo que o go-

verno francez deu ordens terminantes para

deter D. Carlos, o qual se suppõe occul-

to na fronteira francesa, e que se acha

disposto a pôr-se á frente de uma nova

insurreição carlista.

O sr. Candido Augusto Martins Bran-

dão, thesoureiro da alfandega de >ian-

na, foi considerado quite para com a fa-

zenda publica, pela sua gerencia desde

1867 a 1868.

Um pescador de Villa do Conde en-

controu na margem esquerda do Ave,

proximo as marinhas, uma pipa de azei-

te, que já está na alfandega.

Entre Mindello e Villa Chã, arrojou o

mar uma porção de cera com a marca

J. A. e ura sacco de farinha, o que tu-

do é sem duvida pertencente ao nau-

fragio do Perseveranza.

Nas praias das Cachinas tombem o

mar arrojou um cadaver do sexo mascu-

lino, que se suppõe ser um dos infelizes

que morreram n aquelle naufrágio.

Nas praias dc Azurara appareceu tam-

bém um cadaver, e bem assim um pipo

de vinho, barris de azeitonas, etc.

Folhetim do Diário llluslrado

COISAS VARIAS

IV

AS PRIMEIRAS AGUAS

Escrevo de Cintra. O vento sul geme

nas ramadas do arvoredo e engolpha-se

pelas gargantas da serra. Ouve:so ao lon-

ge, no silencio da noite, o bramir do ocea-

no, batendo nos rochedos do cabo da

Roca, na pedra de Àlvidrar, no fojo, na

praia do cavallo, em todas essas mura-

lhas de basaltos sonoros, que repercutem

os tremendos lamentos das vagas enca-

pelladas.

Começou o outomno. Ja as Folhas ama-

reHecidas, desprendidas dospeciolos, ata-

petam o solo e revoluteiam ao sopro do

vento. Ja aquellas intimas e doces triste-

zas, que inspiraram a musa cratntive de

Millevoye, nos accodeni á alma. As nu-

vens sombrias, de contornos fantasticos,

rasgando aqui e ali uma frincha, por onde

as estrellas scintillantes espreitam a ter-

ra, formam uma cúpula immensa, um

d'esses zimborios aereos que parece abran-

gerem os mundos no seu âmbito enorme.

Não sei que haia espirito revêsso e

bronco, desprotegido de todo o amparo da

poesia, que não sinta e comprehenda o

que se encerra de suavíssima melancolia

B'estas primeiras aguas outomnicas.

toge o estio com os seus atavios e lou-

Um trem que ia do Porto para a vil-

la da Regoa, guiado pelo cocheiro An-

tonio Chicheiro, atropellou uma mulher

ao passar por Me/ão-Frio. A pobre mu-

lher morreu instantaneamente.

Diz o Jornal do Porto que o cochei-

ro foi preso para a villa da Regoa, mas

segundo consta tão teve culpa desta

desgraça, porque bastantes vezes bra-

dou á mulher, que era surda, para se

desviar.

çanias, a explendida face do sol que ain-

da hontem despedia lito em íito os seus

raios festivos, cobre-se de crepes funé-

reos. As folhas murcham, dobram-se e

cáem. O vento parece o soluçar de car-

pideiras por entre os tumulos.

Pelos rochedos, que se dependuram a

beira dos abysmos, precipitam-se as pri-

meiras catadupas em lençoes de alva es-

puma.

Dentro cm pouco, dizem os troncos uos

olmeiros para as Tolhas, dentro era pouco

lodos vos ireis embora, como se foram as

ingratas andorinhas. Já não poderemos

conversar ao som da brisa que nos emba-

lava docemente. Ficámos sósinhos, hirtos

e nús, despidos da vossa ramagem, que

dava abrigo aos passarinhos, que vinham

descantar em quebros e modilhos apaixo-

nados os seus amores felizes. Caídos na

modorra soturna da catalepsia, erguendo

os braços supplices e descarnados, sem

vida e sem seiva, já sentimos ao longe o

vento do inverno, os gélidos tufões, as

tempestades inclementes, que nos farão

contorcer em movimentos alllictivos, e

talvez nos arranquem as raizes dos seios

da terra, para nos prostrarem no solo jun-

cado de despojos.

Uma das dilíerenças mais capitaes en-

tre as litteraturas antigas e as modernas

reside essencialmente neste novo elemen-

to que se denomina melancolia e que se

manifesta no outomno com maior intensi-

dade. .

O senso intimo da natureza, a perfeita

harmonia entre o homem moral e o meio

circumstante, ninguém, como os antigos,

soube traduzil-o na métrica sublime, na

eterna epopeia cujos moldes correctos se

partiram, cuja harmonia soberana se es-

vaeceu para sempre. O velho pantheismo

das civifisações, que por um abuso estra-

nho da palavra, ou por uma ignorancia

implícita do passado, denominamos pri-

mitivas, gerou e creou essas litteraturas

ingentes, ao pé das quaes, força e dizel-o,

os monumentos modernos sao como um

cottafje inglez em comparação com os

palácios e jardins de Semiramis.

11a porem, no domínio do sentimento,

um accordo, ou antes uma suave e inefla-

vel melodia, que os antigos raro entende-

ram, que ás vezes se manifesta em \irgt-

lio ou em Stacio e que é o característico

principal da poesia christã. Esse accorde

e a melancolia. E uma harpa com unia so

corda, um altar com um só culto. Todas

as heroinas fabulosas ou históricas, deas

ou humanas, da antiguidade, choram tra-

Sicos prantos ou riem comicos risos. U-

e Andromacha c Dido. O desespero d ci-

las é quasi sobrehumano; nào gera a com-

paixão, produz o espanto.

Comparae íNiobe com Rachel. Aquella

entorna a urna dos prantos sobre os hlhos

que morreram, mas não esquece as re-

gras da plastica e elegância dos movimen-

tac rmimúe n manto, arrania-lhe svinc- tos. Compõe o manto, arranja-lhe syrac

tricaiuente as prégas c mostra á nosten

dade não a dor materna, desordenada,

com os cabellos soltos e ensopados em

prantos, senão a estatua, a íilha da arte.

Rachel é a verdadeira mãe, que chora,

geme e soluça, a quem nada pôde conso-

lar. Rachel plorans filios suos, nolmt con-

solari, quia mortui erant.

A mesma dilTerenca encontrareis entre

a Galathèa, a travèssa filha dos bosques

e dos sincciraes, que fugia para os sal-

gueiros, et se cupit ante vtdere, e a gen-

til Ruth, que se dobrava innocente e res-

pigava no campo de Booz. Galathèa n

descancaradamente; Ruth sorri meiga-

mente.

As epochas modernas são as das meias

tintas e dos meios tons. Foi-se a tragedia,

foi-sc a comedia, ficou o drama que e

uma e outra coisa ao mesmo tempo. Da

concepção humana desappareceram I ro-

nietheu e Sósia; mas surgiu Hamlet que

é um sábio e um doido, que se por um

lado podia ser membro da fíoyal Institu-

tion, por outro lado merecia uma cella

em Bedlam. . , ,

É por isso que a poesia moderna adora

o outomno que é a melancolia dos meri-

dionaes e o humour dos septemtrionaes,

um sorriso entre lagrimas, um raio de sol

entre duas bátegas de agua. f

E e por isso também, que n um subur-

bano de Cintra, cm companhia de um ve-

lho amigo meu, sem me importar com o

que vae lá pela villa e pela sociedade ele-

gante, que se aborrece com o whiste e

com o pairar estafado, a commèratje insi-

pidez das salas, estou escrevendo estas

linhas, prestando ouvidos attentos ás eter-

nas e grandiosas melodias da natureza

consubstanciadas nos movimentos convul-

sos de um plátano, cujas largas folhas vem

bater na vidraça do meu quarto.

A. Osorio de Vásco.ncellos.

Page 3: ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1872-09-09/j-1244-g_1872-09-09_item2/j...Pira Anno ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA l mez 300 réis Annuncios, linha. 20 rs. 3 mezes

DIÁRIO ILLUSTRADO

MADRID, 8 de setembro ás 12 horas e

2o minutos da manha.—O resultado of-

ficial das eleições para senadores é: 117

radicaes, 12 conservadores, 17 federaes,

6 aflonsistas e 7 independentes. Faltam

noticias de quatro províncias. As eleições

de Huesca e Cadix foram suspensas. Das

Canarias e Porto-Rico ignòra-se o resul-

tado. Fernandes de los Rios ministro em

Lisboa foi eleito senador pela província

de Santander. Tào depressa as cortes es-

tejam constituídas definitivamente tratar-

se-ha de apresentar o projecto do gran-

de emprestimo.

A Correspondência menciona o boato

deque o Banco de Paris por contracto

com o ministro das finanças se obriga a

pagar todos os vencimentos do thesouro

no estrangeiro em setembro e outubro,

mediante o premio de 12 por cento ao

anno. A Correspondência desmente que

Lamartiniere sirva de intermediário en-

tre o Banco de Paris e o governo. Diz

que em pouco tempo será inaugurada

uma campanha abolecionista por grandes

meetings em Madrid, Barcelona, Sevilha

e outras capitaes da província.

Logo que se abram as cortes muitas

petições serão apresentadas pedindo a

emancipação dos escravos.

BERLIM 6.—A entrevista dos impe-

radores, resolvida porelle smesmo, e não

pelos gabinetes, é considerada como des-

tinada a assegurar a paz.

HAYA, 5.—Esta manhã houve sessão

publica do congresso da internacional. Foi

ímmenso o concurso de povo. Interpreta-

ção feita em quatro línguas. Assistiram 50

delegados. O presidente no discurso da

abertura lembrou que os motivos que tem

impedido a reunião da internacional, du-

rante dois annos, foram os acontecimentos

de Paris.

ROMA, 6.— O cardeal Patrici, vigário

do Papa, ofliciou ao governo italiano ex-

pondo os insultos que nos theatros roma-

nos se tem feito contra as leis, contra a

moral e mesmo contra a verdade histó-

rica.

PARIS, 7.— lia boatos de que o impe-

rador Guilherme tem a intenção de abdi-

car por motivos de doença em favor de

seu filho. Em Berlim haverá conferencia

dos tres imperadores e tres ministros, no

domingo. As deliberações serão secretas,

Folhetim

O CAPITÃO FANTASMA

ROMANCE DE PAULO FÉ VAL

TRAD. DE PINHEIRO CHAGAS

PARTE PRIMEIRA

OS GRANADEIROS ESCOCEZES

(Continuação)

IY ^

Cesar dc Chabancil

O marechal concedeu-lhe a licença

(jue elle pedia, abraçando-o, e dizendo-

—Conde, não te demores muito. Pre-

cisas de um esquadrão na próxima victo-

ria.

O valente marechal estava completa-

mente reconciliado com os títulos de no-

breza, desde oue Napoleão imperador o

criára duque de Dalmácia.

Aqui temos o nosso capitão no cami-

nho de Uespanha. Apertava com os joe-

lhos o seu bom cavallo de Mecklemburgo,

e não se importava com o caminho a per-

correr. Ha pouco passei de relance pe-

las ingénuas estroinices da sua mocida-

de, mas não posso omittir que elle tinha

a pretenção, até certo ponto justificada,

de ser o primeiro horseman, como os

senhores Inglezes dizem, o primeiro ho-

mem de cavallo de toda a cavallaria fran-

ceza, e por conseguinte do mundo intei-

ro...

mas serão ulteriormente publicadas em

circulares.

GENEBRA, 6. — O tribunal arbitral

terminou as suas deliberações. A assigna-

tura será no sabbado 14.

HAYA, G.— () congresso da Interna-

cional declarou que o conselho geral es-

tabelecido em Londres, ficará sujeito a

um novo conselho que se estabelecerá em

New-Yorck. Carlos Marx demettiu-se.

PARIS, 7.—Novo emprestimo 88,75

3 por cento francez 5^,50.—S porcento

id. 85,75. 3 porcento hespanhol interno

26 3/16; idem externo 30'/8 a 30 3/*

MADRID, 7.—Interior 27.GO. Externo

32,40. Bons do thesouro 75,50.

Câmbios: sobre Londres 48,75 ; sobre

Paris 5,14, pedido.

Fabra.

São curiosíssimas as seguintes observa-

ções relativas ás principies épocas da

vida do Santo Padre, diz o Bracarense:

«Pio IX nasceu em 1792: estas 4 cifras

sommadas dão em resultado 19. Foi or-

denado sacerdote em 1819 ; e estas 4 ci-

fras sommadas dão de novo 19. Foi eleito

Papa em 1846 : a mesma operação dá o

mesmo resultado. Ora se sommaes as 4

cifras de 1873 obtereis ainda 19.»

Até aqui o Kirchen Zeituna de Soleu-

re. Nas obras da venerável Maria Taigi e

Mana Lalaste o anno de 1873 será o do

triumpho do Papado.

A estas mysteriosas combinações, es-

creve a Vespa de Florença, póde-se ac-

crescentar a seguinte que recebemos de

um assignante:

De 1792, anno de seu nascimento, a

IS 19, o da sua ordenação, correm 27 an-

nos; de 1819 a 1846, anno do Pontilicado

correm 27; de 1846 a 1873, igualmente

27 annos. Estes tres 27 sommados junta-

mente dão cm resultado os 81 annos que

terá Pio IX em 1873.»

£283

Um cavalheiro que chegou no dia 6 ao

Porto, ido de Valença, contou ao Diário

da Tarde, oue os pobres naufragos do va-

por hespanhol Perseveranza, ao chega-

rem a Tuy, ali lhes deram dous reates

90 réis) a cada um, para seguirem para

as terras da sua naturalidade! Vários por-

tuguezes que estavam na hospedaria, em

que elles tinham estado em\alcnça, sa-

bendo d'este caso, mandaram chamar

aquelles desventurados, e tirando uma

Esta proposição, temerariamente avan-

çada, levantou em torno da meza um

verdadeiro tumulto. Certamente, podiam-

se tolerar bastantes in verosimilhanças,

porque a historia vinha do acampamento

francez.

Ninguém abriria bico, se se tratasse de

uma ascensão á lua, ou de um túnel ras-

Sado até aos antípodas; mas asseverar

iante de Inglezes, que o primeiro caval-

leiro da França é o primeiro cavalleiro

do mundo, isso passa todos os limites e

merece protesto immediato.

Houve o protesto, acompanhado dc

movimentos de hombros, e de formidá-

veis gargalhadas.

—Gentlemen, disse-lhes pacificamente

o correio, a historia e comprida e vae-se

fazendo tarde. Peço-lhes que acceitem a

minha aflirmativa...

— Isso é que não, com todos os demo-

nios! exclamou Vermelho-Dick, teimoso

nesse ponto. Não posso admittir seme-

lhante coisa! Só no nosso pobre acampa-

mentosinho temos dois cavalleiros, Negro-

Comin, e você, correio, que levam as

lampas a toda a cavallaria franceza.

—E não ouviram fallar na façanha de

equitação, levada a cabo por esse Urbano

Moreno, a quem chamam o Verdugo? per-

guntou o alferes Farlane. Saltou a cavai-

lo os tres fossos das fortificações levan-

tadas pelo general Moore entre Coria e

Vilamiel... e a cada salto, exactamente

no momento em que o seu cavallo paira-

va entre céo e terra... mettia a bala de

uma pistola n uma melancia espetada,

a cincoenta passos, na ponta de um páo.

Isto é bonito, não é, senhor Pedrillo?

— Eu monto sofTrivelmente, gentle-

subscripção, arranjaram-lhes os meios nè-

cessarios para mais abonada mente pode-

rem transitar até ás terras para onde le-

vavam destino.

Os antigos não consideravam a muzi-

ca só como um simples recreio. Attri-

buiam-lhe egualmente importantes quali-

dades medicas.

Os pvthagoricos tinham por costume

depois do trabalho, adormecer ao som da

muzica. A muzica então, e ainda hoje

dava animo e valor aos guerreiros. Ao

mesmo Pythagoras devemos a applicação

da muzica na lherapeutica.

Homero diz que os gregos tiraram um

;rande partido da muzica no tratamento

as alTecções pestilentas.

Preservavam-se oslacedemonios de ter-

ríveis padecimentos e dizem que pelo mes-

mo meio: o grego Thimotio calmou assim

os furores de Alexandre.

Ismenias, thebano, curou-se da gota

sciatica acompanhando-se da cythara.

O cretense Phales ao som da sua ma-

viosa flauta livrou Lacedemonia de uma

epidemia.

Aullo Gelío falia da muzica como de

remédio muito em voga no seu tempo

para a cura da sciatica.

Democrito aflirma que varias doenças

não resistem á muzica.

A loucura, a epilepsia e outras affecções

segundo Apolonio de Tyanes acha no tra-

tamento muzical completo curativo.

Nunca ninguém noz em duvida os ma-

ravilhosos elleitos aa harmonia, nas alu-

cinações do rei Saul.

Ha ate um historiador nue pretende ha-

\er Deus ensinando a Salomão umas me-

lodias coiu que se curavam certos acha-

ques.

Na opinião de Elieno tinha Esculápio

a prerogative de curar por muzica.

Theolrasto, Célio, Aurelio, e muitos

outros antigos acreditavam n'esta bene-

fica influeiu-ia.

No securo XVI era muito uzado exor-

cismar com muzica.

Um celebre cardano decanta a influen-

cia dos accordes sobre o systema ner-

voso.

Para o curativo dos efTeitos da morde-

dura da tarantula sabem todos quanto é

eílicaz a muzica.

As memorias da Academia de França

já em 1707 appresentam varias observa-

men... disse este.

—Soflrivelmente! exclamou Vermelho-

Dick, o senhor que trouxe n'umanoitea

noticia do desembarque da divisão Gran-

tham de Lisboa a Madrid! Sessenta lé-

guas, se me não engano!

— Gentlemen, era uma comprida noi-

te de outonino... Monto soflrivelmente,

dizia eu... Negro-Comin monta bem; Ur-

bán Moreno é um virtuose do estribo;

mas c'o bréca! sei perfeitamente a historia

que narro, e repito-lhes que o capitão

Cesar montava melhor que todos nós. Po-

dia-se fazer um livro com as suas faça-

nhas de equitação, e espero contar-lhes

uma ou duas antes do fim d'esta verídi-

ca narrativa.

Seja como for, passou os Pyreneus, e

na serra de Muedosuccedeu-lhe\ima aven-

tura—a sua primeira aventura, para bem

dizermos.

Chegára a Medina-Cceli pelas seis ho-

ras da tarde, depois de uma larguíssima

jornada, quando o estalajadeiro, fazendo-

Ihe parar o cavallo no limiar da míse-

ra cavallariça, annunciou-lhe rudemen-

te que não havia para elle nem cama,

nem lugar á mesa. As recrutas de Navarra

marchavam para Siguenza, e os officiaes

tinham tomado todí a hospedaria. Estava

já para fazer da necessidade virtude e

tornava a montar a cavallo para ir para

Bujarrabal, do outro lado da Sierra, quan-

do uma voz disse do primeiro andar:

— Olá! senhor capitão, parto esta noite

ás dez horas. Suba; se me quer fazer a

honra de ceiar comigo, herda o meu quar-

to e o meu leito. 1 <

Cesar levantou a cabeça e viu á janella

um official de recrutas muito novo ainda

ções para provar a conveniência da ap

plicação da muzica como meio lherapeu-

tica.

A (idzeta da Saúde de 18 de janeiro

de 1776 regista a cura de um cataléptico

ao som da flauta.

Destruiram-se os progressos da epide-

mia da dança de S. Vito em França com

o auxilio de instrumentos como refere um

tal Stransi.

Teni-se tentado muitas vezes nos hos-

pitaes de alienados de França curar os

doentes por meio da musica.

De que a musica era um grande delei-

te para a alma já lodos o sabíamos* mas

que estava provado com tantos factos que

a final de contas se pôde perfeitamente

viver de cantigas, só a leitura d'esta no-

ticia é que nos podia convencer.

Por telcgramma recebido hoje, consta-

nts que foi eleito senador, pela provín-

cia de Santander, o sr. Fernandez de

los Rios, ministro de Hespanha n esta

côrte.

Começou a gosarde licença o sr. juiz

de direilo da comarca de Beja. Está ser-

vindo o sr. dr. Castro e Lanca, primeiro

substituto.

Foi transferido para o districto de Vian-

na do Castello o sr. Côrte Real, delega-

do do thesouro cm Villa Real, indo o sr.

José Augusto de Sousa Pinto, delegado

do thesouro em Vianna, substituir aquel-

le cavalheiro. •

O rei da Dinamarca distribuiu no dia

30 de agosto, os prémios aos que toma-

ram parte na exposição industrial do nor-

te, celebrada em Copenhague.

Os prémios eram 256 medalhas de

prata, 329 de bronze, e 519 mensões

honrosas.

Devia ter-se inaugurado hontem no

Mio de Janeiro a estatua de José Boni-

facio de Andrade e Silva. O estatuario

Rochet, a quem foi adjudicada a obra,

ia se acha n'aquella capital, afim decol-

locar a estatua do heroe da independen-

cia brasileira no pedestal do largo de S.

Francisco de Paula. E'merecido o preito

de homenagem que o Brasil presta ao

preceptor de D. Pedro IV, que tanto tra-

balhou pelo engrandecimento da sua pa-

tria. r

que o saudava com a mão, sorrindo. Agra-

dou-lhe a sua physionomia e respondeu:

—Com todo o gosto tenente! e subiu de-

pois de ter cuidado ilo cavallo, como deve

fazer todo o homem que se presa de ser

bom cavalleiro.

O tenente hespanhol estava sósinho e

sentado já diante de uma espadua de car-

neiro, flanqueado de uma omeleta. Um

jarro de vinho de Catalayud espumava

junto d'elle... Obedecendo a um gesto

hospitaleiro, o capitão sentou-se e atirou-

se ao carneiro como homem que já está a

vinte legoas do seu almoço. O official

hespanhol era quasi uma criança e um

delicioso conviva; interrompeu as ac-

ções de graças que Cesar principiava

a formular com a boca cheia, dizendo:

— O senhor capitão é francez, diz-se

que os francezes de nada teem medo; é

verdade ?

— E' verdade, senhor tenente, respon-

deu Chabancil por causa das dupdas.

O hespanhol deitou-lhe um bom copo

de vinho e tornou sorrindo:

— Isso é< uma bella coisa, senhor ca-

pitão... A' sua saúde e aos seus a nit-

res!... Eu perdi o meu cavallo e a minha

bolsa, a ultima vez que passei pela Sier-

ra. Sou filho segundo: D. Diogo Valver-

de para o servir, e confesso que simi-

Ihante brecha no meu orçamento e para

mim caso grave.

— Então ha bandidos na serra, senhor

tenente?

— Ha só um, senhor capitão, mas vale

por trinta.

—Como se chama esse homem terrível?

— Urbano Moreno, o Navarrez.

. .. j. .(Continua.)

Page 4: ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1872-09-09/j-1244-g_1872-09-09_item2/j...Pira Anno ANMIGV4TIRA 11,11 LIMBOA l mez 300 réis Annuncios, linha. 20 rs. 3 mezes

£ & DIÁRIO ILLUSTRADO

Diz o Jornal da Noite que a Corres-

pondencia de liespanha dá a noticia de

se ter inventado um freio electrico para

as carruagens.

Logo que o cocheiro percebe que um

dos cavailos toma o freio nos dentes, pu-

cha um cordão, que pondo em commu-

nicaçâo a pilha estabelece a acção do ap-

parelho e produz uma descarga electri-

ca nas ventas do animal.

A applicacão pode graduar-se, já fa-

zendo uma surpresa ao cavallo, já obri-

gande-o a cair como ferido de um raio,

sendo preciso. Veriíicou-se nas experien-

cias feitas com vários cavailos a toda a

brida, que foram obrigados a parar ins-

tantaneamente.

CHARADAS

Apesar de muito pesado) .

Podes tu commigo bem. i

Mas para dar conta d'este) 9 Requer a ajuda d'alguem. (

Tara mim que nada valho

É assim qualquer trabalho. J. M. S. Basto.

Tem bocca e não come,—2

É resto e bocado,—2 Na bocca se metle

K tira enroscado. AR. T.

As duas primeiras, dama,

E na India as outras duas;

Seja lavado o conceito

Em todas as damas tuas. Idem.

Credo! diz logo a velha) «

Ao ouvir fallár cm tal. j »

Se trocares o » cm o / 0

Tens villa de Portugal. (

Em Portugal e na Franca

Na Bélgica e na liespanha

Na Italia, e por fim

Té na propria Allemanha.

Montemorense.

Primeira a minha primeira

Sem mim segunda não ha, K com esta e co a terceira

B que o meu lodo se dá. Provinciano.

Sou creada e sou senhora—2

Para assim ficar sabendo—2

Se me queres advinhar

Ko kalendario vae lendo. Palinuro.

ENIMGAS

K

CAZA

Explicação das charadas do numero

antecedente.— 1 .a 2." Migas.

Pergunta innocente: Tirar-lhe um vin-

tém. íica um pinto.

Enigma: Perante a morte são todos

eguaes.

ESPECTÁCULOS

HOJE

Thentro de ». Luiz (cm Belcm).—Espe-

ctaculo variado.

Principia ás 8 horas e três quartos.

Imprensa de Sousa Neves, rua da Atalaia, 65

ESTABELECIMENTOS m: LISBOA tu toe se ASSIM

DIABIO ILLUSTRADO

Kioske do Rocio.

Miguel Mora—Rua Direita do Arsenal, 04, Livraria.

Afra & CS—Rua do Ouro, 180, 182, Livraria.

Fortunato Neves—Praça de D. Pedro, 42, 43, Estanco.

João Maria Victor—Rua de S. José, 56, 58, Estanco.

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Monteiro— Rua Nova da Palma, 53, Loja.

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Eduardo Erico da Cunha Pessoa-Travessa de StS Justa, 84, Loja.

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Augusto Erneslo Barata—Rua de S. Paulo, 192. 194, Livraria.

Joaquim Ferreira de Campos— Rua dos Retroseiros, 27, 29, Casa de cam-

bio.

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DE

PiTõGWi SERRA

ALFREDO VALADIM

GS, 2."—TRAVESSA DE SANTA JUSTA—05. V

É a única agencia encarregada de ^e^ran!»^ com-

municados e correspondências, para o DIÁRIO ILLUolnAUU.

Recebe lambem annuncios para alguns jornaes da capi-

tal, fazendo uma razoavel mlucção no preço, e

e annuncios para o NOTICIOSO de Valença e JORNAL DL

NOTICIAS de Ponta Delgada.

N. B. Vende-se avulso e recebe-se assignaturas para o

DIÁRIO ILLUSTRADO. ,

O escriptorio está aberto todos os dias nao santificados,

das 9 horas da manhã ás 7 da tarde, e nos dias santificados

até ao meio dia. 1

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" ah oemoiiçòe» de Parla, por Ponson du Terrail—460 réis.

A condensa de Honto-Ckrlato, 960 réis.

o» Draman da Aldeia, por Ponson du Terrail— 900 réis.

oh BoHiidoreH do Mundo, por Ponson du Terrail — 1*140 réis.

O Terror Prunslano, por A. Dumas— 480 réis.

a Mocidade do Rei Henrique, por Ponson du Terrail. No prélo.

A Fonte dan Pérolas, por Paulo Féval — 240 réis.

Estes romances são remettidos franco de porte a quem enviar a sua im

portancia em vales do correio ou estampilhas. Escriptorio da empreza. rua

do Carvalho, 13, Lisboa.

CALÇADA DO COMORO, 29, 1.° ANDAR

em frente do ccrreio geral

N'este acreditado estabelecimento fa

zem-se PliothoRraphla* pelo

procéssò mais moderno, com brilho

erelèvo, em todas as grandezas, desde

miniatura até ao tamanho natural, ga-

rantindo-se a maxima perfeição e

completa inalterabilidade.

PRi:Ç08 RKHl'MIDON 4

Almanacli das Senhoras

Para 1873, 3." anno, com KK) arti-

gos e 241 pag. precedido de uma car-

ta de A. Herculano, com a biograpliia de D. Maria Amalia Vaz de Carvalho.

Collaboradores: A. Herculano, Teixei-

ra de Vasconcello?, V. de Castilho,

B. Pato.J. Machado,T. Ribeiro, Gomes

Leal, Eduardo Vidal, João de Deus,

João de Lemos, C. Castello-Branco,

Rodrigues Cordeiro, Mendes Leal,

etc. etc. e 48 senhoras das primeiras escriptoras de Portugal e liespanha

Preço 240 réis.

A' venda em todas as livrarias e nas

principaes terras do reino. Lagos, em

casa do sr. F. Simões da Cunha, Lou-

lé, sr. Cavaco, Faro, sr. Gago Couti-

nho, Santarém, sr. Abreu Marques,

Alemquer,sr. Virgilio Ferreira eTorre.

Curso de caligraphia

Por P. S. Villa, approvado pelo con-

selho superior de instrucção publica

com a noticia bibliographica do au-

ctor, contendo elementos que facili-

tam a escrever. Vende-se na livraria de A. E. Bara

ta, e nas mais de Lisboa e Porto. Pre-

50 400 reis. Remette-se para as pro-

víncias, pelo correio, franco de porte,

a quem enviar em estampilhas. 5

~ GRANDE COLLECCÍf

. Bendigo-te soflrendo I Collecção de problemas 25 DF. JULHO.=Penso em ti constan-

temente: vivo

muito.

PIÍOTOG R A V\\IA

LUSO-ESCOCEZA

108, Rua do Arsenal, 108

16, Beco da Linheira, 16

Retratos por todos ossystemas. bri-

lho e relèvo, de 1£500 a 4*000 réis a

dúzia. 8

Obras completas do cardeal Saraiva

(Dom Francisco de S. Luiz), patriarcha

de Lisboa, precedidas de uma intro-

ducção pelo marquez de Rezende; pu-

blicadas pelo conselheiro Antonio Cor-

reia Caldeira.— • ende-se o tomo 1.° na imprensa nacional e nas lojas dos seus

commissarios. Preço 1*200 réis. Está

no prélo o tomo 2.° 9

Para uso das escholas de instrucção

primaria, resolvidos do modo mais

Fácil e expedito; precedida de .algu-

mas regras e formulas simplicíssi-

mas para resolução de outras ques

tOes de applicacão das quatro ope

rações sobre inteiros e acciinaes.

POR ANTONIO MARIA BAPTISTA JUNIOR

Conductor d'obras publicas

PREÇO 100 RÉIS.—Remette-se franco

de porte a quem mandar a impor-

tância em estampilhas ao editor da

Loltecção de Problemas, rua da

Atalaia, 65, 10

TABOADA UTIL E INTERESSANTE

DE LUIZ GONÇALVES COUTINHO

no a auf*menlada com o .Compendio de System a ile- VUIÇwv tricô», em forma de dialogo,esub-divisoes mais

usadas de melros, kilogrammas e litros, em relação ao systcma antigo, e

uma tabella comparativa dos seus preços.

1EKDE-8K: EM LISBOA—Nas lojas do costume, e na imprensa de J. G.

de Sousa Neves, rua da Atalava. 65 e 67, a quem devem ser feitas quaesquer

requisições, advertindo que maior parção de exemplares tem abatimento, em relação das quantidades que se exijam.

PREÇO GO RÉIS.—EM COIMBRA.—Na Livraria Académica. 11

O MUITO ACREDITADO

NOVO

JOSÉ lilBElRO rios SANTOS (0 ÇAlITELl EIRO)

fim Lisboa na travessa dos liicos. n.° 2,íi llibeira Velha,

e cm Setúbal, na rua de S. José, n.°

Este novo estafeta sahe de Setúbal ás segundas e quintas-íeiras, e volta

de Lisboa ás tercas-feiras e sabbados. Também vai e vem todos os dias, pagando-se mais alguma cousa.

Quem mandar dinheiro para compras, Ijao paga nada, e sendo cobre

para entregar a qualquer individuo; pagara até a porta da residence d este,

? por ccntS em praia ou ouro, melo por cento. Sendo quantias grandes

faz-se algum abatimento:

A MULHER-HOMEM

Resposta d'uma mulher a Alexandre Dumas, filho, versão do Gervásio

Lobato. Preço 200 réis. Vende-se em Lisboa, nas principaes livrarias. Para as

provindas 210 réis. Os pedidos devem ser dirigidos franco de porte, para a

travessa do Pombal, 128. I 3

DE CI1APE0S DE SOL, de todas as qua-

lidades para homens e senhoras,

a 360 réis a 6*000 réis. Bengalas-ba-

dines de 200 a 4£500 réis.

Rua Nova do Almada, 06. (Proximo

da Boa Uora), 13

1

VAPOR PARA OS AÇORES

l>ura H*. Mlgnel, Tereelru.j;€irttCÍo»a. H. Jorge ©

Faval Mal no dia 15 do corrente a* IO hora#* da

manha o vapor Insulano. con»uiandante Antonio

r Telle* MacUado. Recebe carRa e paMMaKclroi».

g Agencia no Caen do Hodré, n.° andor.

O agente.=Cloruiwno Herrào Arnaud; 1J