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Neeja Darcy Vargas - Arte Ensino Médio II Parte 1 Prof. Aninha Marques II Parte Vanguardas A história da arte divide em eixos diferentes como o impressionismo, surrealismo, futurismo e outros “ismos”, os movimentos artísticos que ao final são englobados no que chamamos de arte de vanguarda. Até hoje é difícil definir o que foi o realmente a arte vanguardista. De acordo com Ferreira Gullar em seu livro “Indagações de Hoje”, o conceito de vanguarda depende da cultura e da região. O que é considerado vanguarda em Paris, não é considerado vanguarda em Recife e vice-versa. O conceito de vanguarda artística é muito complexo e, como várias escolas artísticas diferentes foram consideradas de vanguarda, é difícil definir o que é o vanguardismo. A palavra vanguarda deriva da palavra avant-garde, que em francês significa guarda avançada que é aparte frontal de um exército. Essa palavra foi dada usada na arte para designar os movimentos artísticos que romperam com os modelos clássicos que eram empregados nas escolas conservadoras. Os artistas vanguardistas romperam com o padrão pré-estabelecido. Alguns nomes que podem ser indicados como artistas de vanguarda são: Salvador Dalí e Kandinsky no modernismo, Matisse com o fauvismo, Picasso com o cubismo, Boccioni no futurismo, Gabo no construtivismo. Vanguarda. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/51682/historia-da-arte-vanguarda #ixzz3kiS5nCZ8. Acesso em 03 de setembro de 2015. Vanguarda europeia A Vanguarda europeia foi um período caracterizado por movimentos artísticos nas artes plásticas, literatura, música, arquitetura e cinema, muitas vezes provenientes de países diferentes, com propostas específicas, embora se aproximassem certos traços mais ou menos comuns, como o sentimento de liberdade criadora, o desejo de romper com o passado, a expressão da subjetividade e certo irracionalismo. Esses movimentos surgiram na Europa, no século XX, antes, durante e depois da Primeira Guerra Mundial. Paris era o grande centro cultural europeu da época, de onde as novas ideias artísticas se irradiavam para o resto do mundo ocidental. Os mais conhecidos movimentos da vanguarda europeia foram: o Futurismo, o Cubismo, o Expressionismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. Vanguarda brasileira A vanguarda artística europeia teve seu correspondente no Brasil com a Semana de Arte Moderna (1922). Nesse marco simbólico do movimento modernista registrou-se a participação de praticamente todos os setores de atividade artística. Em sintonia recíproca, estavam "Mário de Andrade, e Oswald de Andrade na Literatura", "Heitor Villa Lobos na Música", "Di Cavalcanti e Anita Malfatti na Pintura", "Victor Brecheret na Escultura" etc., que ao longo da década de 20 formaram a tropa de choque do Modernismo, batalhando para implantar uma mentalidade de vanguarda artístico-cultural no país. Vanguarda. Disponível em: http://www.significados.com.br/vanguarda/ Acesso em 03 de setembro de 2015. Segundo a pesquisadora Otília Arantes, a vanguarda brasileira atravessou três momentos diferentes: a modernidade dos anos 20 e 30, o concretismo e o neoconcretismo dos anos 50 e a produção dos anos 60. As exposições "Opinião 65", "Propostas 65", "Nova Objetividade brasileira" e "Do corpo à terra" formalizaram a possibilidade de uma arte experimental através do debate, com obras e texto. Vanguarda. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vanguarda. Acesso em 03 de setembro de 2015.

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Neeja Darcy Vargas - Arte Ensino Médio – II Parte

1 Prof. Aninha Marques

II Parte

Vanguardas A história da arte divide em eixos diferentes como o impressionismo, surrealismo, futurismo e

outros “ismos”, os movimentos artísticos que ao final são englobados no que chamamos de arte de vanguarda. Até hoje é difícil definir o que foi o realmente a arte vanguardista. De acordo com Ferreira Gullar em seu livro “Indagações de Hoje”, o conceito de vanguarda depende da cultura e da região. O que é considerado vanguarda em Paris, não é considerado vanguarda em Recife e vice-versa. O conceito de vanguarda artística é muito complexo e, como várias escolas artísticas diferentes foram consideradas de vanguarda, é difícil definir o que é o vanguardismo.

A palavra vanguarda deriva da palavra avant-garde, que em francês significa guarda avançada que é aparte frontal de um exército. Essa palavra foi dada usada na arte para designar os movimentos artísticos que romperam com os modelos clássicos que eram empregados nas escolas conservadoras. Os artistas vanguardistas romperam com o padrão pré-estabelecido. Alguns nomes que podem ser indicados como artistas de vanguarda são: Salvador Dalí e Kandinsky no modernismo, Matisse com o fauvismo, Picasso com o cubismo, Boccioni no futurismo, Gabo no construtivismo. Vanguarda. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/51682/historia-da-arte-vanguarda #ixzz3kiS5nCZ8. Acesso em 03 de setembro de 2015.

Vanguarda europeia A Vanguarda europeia foi um período caracterizado por movimentos artísticos nas artes

plásticas, literatura, música, arquitetura e cinema, muitas vezes provenientes de países diferentes, com propostas específicas, embora se aproximassem certos traços mais ou menos comuns, como o sentimento de liberdade criadora, o desejo de romper com o passado, a expressão da subjetividade e certo irracionalismo.

Esses movimentos surgiram na Europa, no século XX, antes, durante e depois da Primeira Guerra Mundial. Paris era o grande centro cultural europeu da época, de onde as novas ideias artísticas se irradiavam para o resto do mundo ocidental. Os mais conhecidos movimentos da vanguarda europeia foram: o Futurismo, o Cubismo, o Expressionismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.

Vanguarda brasileira A vanguarda artística europeia teve seu correspondente no Brasil com a Semana de Arte Moderna

(1922). Nesse marco simbólico do movimento modernista registrou-se a participação de praticamente todos os setores de atividade artística. Em sintonia recíproca, estavam "Mário de Andrade, e Oswald de Andrade na Literatura", "Heitor Villa Lobos na Música", "Di Cavalcanti e Anita Malfatti na Pintura", "Victor Brecheret na Escultura" etc., que ao longo da década de 20 formaram a tropa de choque do Modernismo, batalhando para implantar uma mentalidade de vanguarda artístico-cultural no país. Vanguarda. Disponível em: http://www.significados.com.br/vanguarda/ Acesso em 03 de setembro de 2015.

Segundo a pesquisadora Otília Arantes, a vanguarda brasileira atravessou três momentos

diferentes: a modernidade dos anos 20 e 30, o concretismo e o neoconcretismo dos anos 50 e a produção dos anos 60. As exposições "Opinião 65", "Propostas 65", "Nova Objetividade brasileira" e "Do corpo à terra" formalizaram a possibilidade de uma arte experimental através do debate, com obras e texto. Vanguarda. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vanguarda. Acesso em 03 de setembro de 2015.

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As vanguardas europeias – contexto histórico Os movimentos europeus de vanguarda eram aqueles que, segundo seus próprios autores

guiavam a cultura de seus tempos, estando de certa forma à frente deles. Muitos destes movimentos acabaram por assumir um comportamento próximo ao dos partidos políticos: possuíam militantes, lançavam manifestos e acreditavam que a verdade se encontrava com eles.

Dentre as Vanguardas Europeias destacam-se o Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo, Expressionismo e o Cubismo.

Durante o século XX, com o advento da tecnologia em decorrência da Revolução Industrial, na qual o resultado foi o espantoso progresso material, as grandes potências mundiais entraram em uma disputa totalmente acirrada pelo poder.

Dessa forma, em meio a uma instabilidade política entre países europeus, ocorreu a Primeira Guerra Mundial, em 1914. Tal conflito foi o estopim para o surgimento de um sentimento nacionalista, resultando na criação de várias correntes ideológicas, tais como o nazismo, o fascismo e o comunismo, as quais mudaram o cenário mundial durante o decorrer do século.

E foi justamente entre o período compreendido entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial que ocorreram os movimentos artísticos denominados de vanguardas. Como podemos observar, todos tiveram a terminação em “Ismo”, e todos, mesmo possuindo características divergentes entre si, pautavam-se pelo mesmo objetivo: O questionamento do legado cultural deixado pelo século XIX, cujos padrões acadêmicos, baseados numa arte cristalizada e conservadora, não eram mais vistos de maneira plausível. Diante disso, era necessária a criação de novos padrões estéticos que representassem a realidade perante o novo século que acabara de surgir. E foi nesse contexto histórico-social que tudo ocorreu. As vanguardas europeias – contexto histórico. Disponível em: http://aartecubista.blogspot.com.br/2011/08/as-vanguardas-europeias-contexto.html. Acesso em 03 de setembro de 2015.

Antecedentes das vanguardas na história da arte

Vanguardas Artísticas. Disponível em: http://pt.slideshare.net/cr962019/as-vanguardas-artsticas/8. Acesso em 03 de setembro de 2015.

Impressionismo

Movimento artístico que mudou a arte do século XX. As pessoas puderam apreciar as obras do período, numa exposição em Paris, em abril de 1874, mas ela foi mal vista por seus observadores.

Principais Características do Impressionismo

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- Registro das alterações que a luz provocava nas cores da natureza; - As pinturas deveriam representar a cor que a luz do sol refletia nos objetos, pois elas se alteram com a luz; - Figuras sem contorno; - Sombras luminosas e coloridas; - Utilização da lei de cores complementares para dar contraste às imagens; - Não deve haver mistura de cores para formar diferentes tonalidades e cores. Pintura no Impressionismo - Principais Pintores do Impressionismo Monet - Oscar Claude Monet (Paris, 14 de novembro de 1840 — Giverny, 5 de dezembro de 1926) foi um pintor francês e o mais célebre entre os pintores. Obras principais: Impressão, nascer do sol e La Grenouillière.

Pierre Auguste Renoir (1841-1919) - sua forma de pintar era otimista e alegre. Ele buscava retratar a vida da sociedade de Paris no fim do século. Suas principais obras foram: Baile no Moulin de la Galette.

Edgar Degas (1834-1917) - ele valorizava o desenho, pintava poucas paisagens e o que ele mais

gostava era pintar espaços interiores. Exemplo de obras: Ensaio de Balé, No Palco, etc. Em 1886, dois artistas Georges Seurat e Paul Signac realizaram a última exposição do estilo. Seus

trabalhos deram origem ao Pontilhismo e o Divisionismo, cuja técnica em tela era a impressão representando uma figura através de minúsculos pontos. Foi Georges Seurat que ensinou a Paul Signac a técnica do Pontilhismo, tendo estes dois artistas sido os principais impulsionadores do chamado Movimento do Divisionismo, também designado por Neoimpressionismo ou Pontilhismo.

Impressionismo. Disponível em: http://historia-da-arte.info/idade-contemporanea/ impressionismo.html. Acesso em 03 de setembro de 2015.

Pós-impressionismo Como o nome indica, o pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por volta de 1885, marcando também o início do cubismo, já no início do século XX. O pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos onde se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a pintura. Estes, acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e bidimensionalidade. A maioria de seus artistas iniciou-se como impressionista, partindo daí para diversas tendências distintas. Chamavam-se genericamente pós-impressionistas os artistas que não mais representavam fielmente os preceitos originais do impressionismo, ainda que não tenham se afastado muito dele ou

estejam agrupados formalmente em novos grupos. Sentindo-se limitados e insatisfeitos pelo estilo impressionista, alguns jovens artistas queriam ir mais além, ultrapassar a Revolução de Manet. Aí se encontra a gênese do novo movimento, que não buscava destruir os valores do grande mestre, e sim aprimorá-los. Insurge-se contra o impressionismo devido à sua superficialidade ilusionista da análise à realidade.

Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte,1884 –1886 - Georges Seurat

Fonte: https:// upload.wikimedia.org/ wikipedia/c

Impressão, nascer do sol -Monet Fonte: https:// upload.wikimedia.org/

Wikipédia/

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Paul Gauguin (1848-1903) por volta de 1884 seus quadros superavam a tendência impressionista: a tinta começa a ser usada pura, em áreas de cor bem definidas, os objetos passam a ser coloridos de modo arbitrário e a representação deixa de ser tridimensional. Mas em 1888 as características de sua pintura acentuam-se bastante, principalmente na obra “Jacó e o Anjo”. Agora ao contrário da pintura impressionista, os campos de cor são bem definidos e limitados por linhas de contorno visíveis, as formas das pessoas e dos objetos são planas e as sombras desaparecem.

Paul Cèzanne (1839-1906) não se preocupou em registrar o aspecto passageiro de um momento provocado pela constante mudança da luz solar, o que Cèzanne buscava era o permanente, a estrutura íntima da natureza. Essa mudança radical de concepção já é evidente em sua tela “O Castelo de Médan”. O rompimento com o grupo impressionista é inevitável, pois a tendência de Cézanne em converter os elementos naturais em figuras geométricas - como cilindros, cones e esferas acentuavam-se cada vez mais. Olhando a pintura de Cézanne, é fácil compreender a enorme influência que ele exerceu sobre os artistas que nas primeiras décadas do século XX criaram a arte denominada

Moderna. Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) morreu com apenas 37 anos. A vida urbana e agitada de Paris que Toulouse-Lautrec registrou de forma inconfundível em suas telas. Interessavam a ele, os artistas de circo, as dançarinas, os frequentadores dos bares e cabarés, as prostitutas e as pessoas anônimas. Podemos ver isso em “Circo Fernando: a Amazona, Jane Avril Dançando a Mélinite, O Moulin Rouge e No Salão da RuedesMoulins.” Vincent Williem Van Gogh (1853-1890) percorreu uma

trajetória difícil. Nascido na Holanda, foi contemporâneo de muitos pintores e até se aproximou de alguns deles, como Toulouse-Lautrec e Gauguin, mas na verdade foi uma pessoa solitária. Sua pintura estava então ligada à tradição holandesa do claro-escuro e à preocupação com os problemas sociais. As cores que usava eram sombrias e seus personagens melancólicos, como por exemplo, na tela “Os Comedores de Batata”. Em 1881 voltou para a Holanda, mas em 1886 seguiu para Paris, onde teve início uma nova fase. Ligou-se ao movimento impressionista, mas logo o abandonou, pois procurava um novo caminho para sua arte. Em 1888 passou a pintar ao ar livre. O sol intenso da região mediterrânea interferiu em sua pintura. Van Gogh passou por várias crises nervosas e, depois de internações de 1890. Nessa época, pintou cerca de oitenta telas com cores fortes e linhas retorcidas, como Os Ciprestes e Trigal com Corvos. Em julho do mesmo ano suicidou-se, deixando uma obra plástica composta por 879 pinturas, 1756 desenhos e dez gravuras. Pós-impressionismo. Disponível em: http://artemoderna.tumblr.com/post/632592282/p%C3%B3s-impressionismo. Acesso em 03 de setembro de 2015.

jacó e o anjo, Paul Gauguin.

Natureza morta com Prato com Cerejas

Paul Cèzanne

Autorretrato Van Gogh Fonte:

http://galeriadefotos.universia.com.br/uplo

La reine de joie (1892) Toulouse-Lautrec

Fonte: https://pt.wikipedia.org -

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Século XX – Início das vanguardas históricas A arte do século XX não apenas decretou que qualquer tema era adequado, mas também libertou

a forma (como no Cubismo) das regras tradicionais e livrou as cores (no Fauvismo) da obrigação de representar com exatidão os objetos. Os artistas modernos desafiavam violentamente as convenções, seguindo o conselho de Gauguin, para “quebrar todas as janelas velhas, ainda que cortemos os dedos nos vidros”.

No coração dessa filosofia de rejeição ao passado, chamado Modernismo, havia a busca incessante de uma liberdade radical de expressão. Liberados da necessidade de agradar a um mecenas, os artistas elegiam a imaginação, as preocupações e as experiências individuais como única fonte de arte. A arte se afastava gradualmente de qualquer pretensão de retratar a natureza, seguindo na direção da pura abstração, em que dominam a forma, as linhas e as cores.

Na primeira metade do século XX, reinou a Escola de Paris. Não importava se os artistas de uma determinada tendência morassem ou não em Paris: a maioria dos movimentos emanava da França. Até a Segunda Guerra Mundial, a Cidade Luz brilhou com toda a intensidade da arte moderna. O Fauvismo, o Cubismo e o Surrealismo nasceram lá. Nos anos 1950, a New York School of Abstract Expressionismo destronou a Escola de Paris. Pela primeira vez a vanguarda se mudava para os Estados Unidos, onde o pintor de ação Jackson Pollock se destacou. STRICKLAND, Carol. Arte comentada da pré-história ao pós-moderno. Página 128. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

Fauvismo (1905-1908)

O fauvismo é uma corrente artística do início do século XX aliada à pintura, tendo como uma das características a máxima expressão pictórica, onde as cores são utilizadas com intensidade, além de outras, como a simplificação das formas, o estudo das cores. Os seus temas eram leves, e não tinham intenção crítica, revelando apenas emoções e alegria de viver. As cores eram utilizadas puras, para delimitar planos, criar a perspectiva e modelar o volume. O nome da corrente deve-se a Louis Vauxcelles. Esse chamou alguns artistas de “Les Fauves” (que significa

“feras” em português) em uma exposição em 1905, pois havia ali a estátua convencional de um menino rodeada de pinturas nesse novo estilo. Os princípios desse movimento foram: 1. Criar, em arte, não possui relação com o intelecto ou sentimentos; 2. Criar é considerar os impulsos do instinto e das sensações primárias; 3. Exaltação da cor pura. Participaram do movimento fauvista os pintores: Henri Matisse,

Maurice de Vlaminck, André Derain e Othon Friesz; principais responsáveis pelo gosto do uso de cores puras, presentes no cotidiano atual, em objetos e peças de vestuário.

O principal representante do movimento Fauvista foi Henri Matisse, que tinha por característica a despreocupação com o realismo, onde as coisas representadas eram menos importantes do que a forma de representá-las. Temos como exemplo, “Natureza morta com peixes vermelhos”, pintado em 1911, quando se observa que o importante são as cores puras e estendidas em grandes campos, essenciais para a organização da composição. DANTAS, Gabriela Cabral Da Silva. "Fauvismo"; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/artes/fauvismo.htm>. Acesso em 04 de novembro de 2015.

Expressionismo (1910- 1930)

Surgiu no final do século XIX e início do século XX, porém teve seu início de fato em 1910.

A Dança - Matisse

Fonte: https://www.google.com.br/searchhnenri+ Matisse +a+dança

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A época de surgimento do expressionismo foi marcada pelo desamparo e o medo da sociedade que passara, recentemente, pelo processo de unificação da Alemanha, mas que ainda era por este motivo atrasada industrialmente.

Não só ocorriam mudanças políticas e econômicas, mas também intelectuais e culturais: foram rompidas as crenças religiosas – principalmente a católica – e a existência de um Deus já não mais era incontestável, aumentando ainda mais os questionamentos acerca dos mistérios da vida e da morte. O homem agora era responsável por si próprio e por seu futuro; a vida após a morte já não era certa. Foram tais incertezas que resultaram no medo, na angústia, na solidão, nos sentimentos mais sombrios que uma sociedade inteira poderia sentir.

O Expressionismo teve como herança cultural o impressionismo do século anterior. Foi um movimento de espírito e da alma. Um movimento que procurou se opor ao objetivismo naturalista, ao racionalismo capitalista burguês. O que importa é a expressão do mundo interior do artista. Ao expressionismo interessam as sensações provocadas no artista tanto por fatos internos quanto externos.

Desde o fim do século XIX, o expressionismo já vinha sendo mostrado por artistas plásticos da Alemanha em suas pinturas. O principal precursor deste movimento foi o pintor, Vincent Van Gogh, que, com seu estilo único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros sinais do expressionismo. Ele serviu como fonte de inspiração para outros pintores. Edward Munch também é considerado um precursor deste movimento, por conter em suas obras características expressionistas. Um dos fatores determinantes para o seu aparecimento por completo foi a criação do grupo "Die Brucke" (A Ponte), em 1905, na cidade de Dresden. A partir daí o grupo foi se fechando até sua fundação oficial em 1910, através da revista "A Tempestade", quando o expressionismo obteve seu auge, atingindo

a maioria dos artistas da época. Em 1911, numa referência de um crítico à obra de Vincent Van Gogh, o movimento ganha o nome de expressionismo.

Em 1914, a Alemanha sofre com os reflexos da Primeira Guerra Mundial. A partir daí os artistas começam a retratar mais frequentemente a situação em que a população se encontrava, o que eles viam à sua volta, as transformações ocorridas que afetavam de alguma formam as pessoas, tudo isso não só na pintura, mas também na literatura e no cinema e no teatro.

Pode-se dizer que o Expressionismo foi mais que uma forma de expressão, ele foi uma atitude em prol dos valores humanos num momento em que politicamente isto era o que menos interessava. Seus principais expoentes foram Ernst Kirchner, Oskar Kokoschka e

Wassily Kandinsky. Após o fim da guerra, o expressionismo influencia a arte em outras partes do mundo, inclusive no Brasil. O expressionismo nas artes plásticas

Self Portrait as a Soldier, 1915 Ernst Kirchner

Fonte:abstracaocoletiva.com.br

O Grito – 1893 Edvard Munch Fonte: http://lh6.ggpht.com/SWGjLSdKmQ-

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O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos, o sentimento do artista. Utilizando cores irreais, dá forma ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição.

Há predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. Geralmente, os quadros retratam seres humanos solitários e sofredores. Com a intenção de captar

estados mentais, vários quadros mostram personagens deformados. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento. Principais características: • Pesquisa no domínio psicológico. •Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas. • Dinamismo improvisado, abrupto, inesperado. O distanciamento da pintura acadêmica, ruptura com a ilusão de tridimensionalidade, resgate das artes primitivas e uso arbitrário de cores fortes. • Pasta grossa, martelada, áspera. Muitas obras possuem textura áspera devido à grande quantidade de tinta nas telas. • Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões. O pintor recusa o aprendizado técnico e pinta conforme as exigências de sua sensibilidade. • Preferência pelo patético, trágico e sombrio. O artista vive não apenas o drama do homem, mas também da sociedade.

Esse movimento artístico caracteriza-se pela expressão de intensas emoções. As obras não têm preocupação com o padrão de beleza tradicional e exibem enfoque pessimista da vida, marcado por angústia, dor, inadequação do artista diante da realidade e, muitas vezes, necessidade de denunciar problemas sociais.

É comum o retrato de seres humanos solitários e sofredores. Com a intenção de captar estados mentais, vários quadros exibem personagens deformados, como o ser humano desesperado sobre uma ponte que se vê em O Grito, do norueguês Edvard Munch (1863-1944), um dos expoentes do movimento. SOUZA, Tânia. Expressionismo. Disponível em: http://ipatingacsfx2emexpressionismobr. blogspot.com.br/ Acesso em 04 de setembro de 2015.

.

KANDINSKY: Inventor da arte abstrata

O pintor russo Wassily Kandinsky foi o primeiro a abandonar toda e qualquer referência à realidade reconhecível em sua obra, e chegou a essa descoberta revolucionária por acaso. Em 1910, entrando em seu estúdio ao cair da noite, ele disse, “fui subitamente confrontado com um quadro de indescritível e

incandescente beleza. Intrigado, parei para olhar. O quadro não tinha tema algum, não representava qualquer objeto identificável e era totalmente composto de manchas coloridas. Por fim, aproximei-me e, somente então, reconheci o que era - meu próprio quadro, virado de lado no cavalete. ”

Essa revelação – de que a cor podia despertar emoção independentemente do conteúdo – animou Kandinsky a dar o

audacioso passo para descartar todo o realismo.

Wassily Kandinsky (1866-1944) foi um artista plástico russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã em 1928 e a francesa em 1939.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/

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A partir de então, fez experiências com dois tipos de pintura: “Composições”, em que executou um arranjo consciencioso de formas geométricas e, “Improvisos”, onde não exerceu controle consciente sobre a tinta, aplicada espontaneamente à tela. Pintura Abstrata. Disponível em: http://www.ahistoria.com.br/da-pintura-abstrata/ Acesso em 04 de setembro de 2015. .

Paul Klee (1879-1940) - considerado um dos artistas mais originais do movimento expressionista. Convencido de que a realidade artística era totalmente diferente da observada na natureza, este pintor

dedicou-se durante a toda sua carreira a buscar o ponto de encontro entre realidade e espírito. A exemplo de Kandinski, Klee estudou com o mestre Von Stuck em Munique. Depois de uma viagem pela Itália, entrou em contato com os pintores da Nova Associação de Artistas e finalmente uniu-se ao grupo de artistas do Der Blaue Reiter. Em 1912 viajou para Paris, onde se encontrou com Delaunay, que seria de vital importância para suas obras posteriores. Klee escreveu: "A cor, como a forma, pode expressar ritmo e movimento".

Mas a grande descoberta ocorreria dois anos depois, em sua primeira viagem a Túnis. As formas cúbicas da arquitetura e os graciosos

arabescos na terracota deixaram sua marca na obra do pintor. Iniciou uma fase de grande produtividade, com quadros de caráter quase surrealista, criados, segundo o pintor, em cima de "matéria e sonhos". Entre eles merecem ser mencionados Anatomia de Afrodite, Demônios, Flores Noturnas e Villa R. Depois de lutar durante dois anos na Primeira Guerra, Klee juntou-se em 1924 ao grupo Die vier Blauen, mas antes apresentou suas obras em Paris, na primeira exposição dos surrealistas. Paralelamente, começou a trabalhar como professor em Dusseldorf e mais tarde na escola da Bauhaus em Weimar. Em 1933, Klee emigrou para a Suíça. Sua última exposição em vida aconteceu em Basiléia, em 1940. Além de sua obra pictórica, Klee deixou vários trabalhos escritos que resumem seu pensamento artístico. =MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Expressionismo. Disponível em: http://www.historiadaarte.com.br/linha/ expressionismo.html. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Expressionismo no Brasil

No Brasil o movimento foi muito importante. Observa-se, um desejo expresso e intenso de pesquisar nossa realidade social, espiritual e cultural.

Anita Malfatti (1889- 1964) foi uma artista plástica (pintora e desenhista) brasileira, nascida no dia 02 de dezembro de 1889, na cidade de São Paulo. Filha de Samuel Malfatti, engenheiro italiano, e de

Betty Krug, de nacionalidade norte-americana, a artista plástica é considerada a primeira representante do Modernismo no Brasil.

A artista plástica aprendeu a pintar com sua mãe e estudou em escolas de arte nos Estados Unidos (Independent School of Art em Nova York) e na Alemanha (na Academia Real de Belas Artes de Berlim). Em 1910, em sua estadia pela Alemanha, a pintora entrou em contato com o expressionismo, que

influenciou muito a sua arte; já nos Estados Unidos, entrou em contato com o movimento modernista. No ano de 1917, Anita retornou ao Brasil e realizou, no dia 20 de dezembro daquele ano, uma

polêmica exposição artística individual com 53 obras. Por ser inovadora e revolucionária, essa exposição teve grande repercussão: o escritor Monteiro Lobato, que na época era crítico de arte e escrevia para o jornal O Estado de São Paulo, criticou a arte de Anita com um artigo intitulado “Paranoia ou mistificação? ” Já o escritor Oswald de Andrade defendeu a pintora no Jornal do Comércio.

Fonte: http://www.tvsinopse. kinghost

.net/art

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No ano de 1922, Anita Malfatti participou da Semana de Arte Moderna. A artista plástica fazia parte do Grupo dos Cinco que, além da pintora, contava com

Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia. Entre 1923 e 1928, a artista plástica morou em Paris e retornou a São Paulo no ano de 1928, onde começou a lecionar desenho, na Universidade Mackenzie, até 1933. No ano de 1942, tornou-se presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Autora de obras que se tornaram clássicos da pintura moderna, Anita Malfatti faleceu no dia 06 de

novembro de 1964, na cidade de São Paulo. Dentre a obra de Anita Malfatti, podemos destacar as seguintes: A Mulher de Cabelo Verde, A

Boba, A Estudante Russa, Nu Cubista, O Homem Amarelo, A Chinesa Arvoredo, Interior de Mônaco, As Margaridas de Mário, Natureza Morta, O Homem das Sete Cores. SILVA, Débora. Biografia de Anita Malfatti. Disponível em: http://www.estudopratico.com.br/biografia-de-anita-malfatti./ Acesso em 04 de setembro de 2015.

Lasar Segall (1891-1957) foi pintor lituano, radicado no Brasil. Sendo precursor do expressionismo, era comedido em seus traços, em suas cores e em suas representações. Lasar Segall nasceu em Vilna, capital da República da Lituânia no dia 21 de julho de 1891.

Ainda criança já mostrava interesse pelo desenho. Com 14 anos ingressou na Academia de Desenho de sua cidade. Em 1906, foi para Berlim, Alemanha, estudar na Academia Imperial, onde permanece durante cinco anos. Em 1911, mudou-se para a cidade de Dresden, onde estudou na Academia de Belas Artes.

As lutas iniciais do pintor foram enormes, por introduzir ideias novas e revolucionárias totalmente diversa da existente. Em 1912, Segall veio para o Brasil, onde já estavam seus irmãos. Em 1913, faz duas exposições individuais, em São Paulo e em Campinas, ainda sem grande repercussão. E dessa época seu quadro "Dois Amigos". Voltou para Europa e em 1918, casou-se com Margarete Quack.

Lasar Segall retornou ao Brasil em 1923, e dedicou-se à pintura. Sendo precursor do expressionismo, seu nome está ligado ao movimento expressionista da escola alemã. Era comedido em seus traços, em suas cores e em suas representações. Mesmo os quadros que possuem cores vivas, traduzem aspectos sombrios.

Em 1925, já separado de Margarete, casa-se com Genny Klabin, com quem teve dois filhos. Em 1927, pintou "Bananal". Foi viver em Paris. Em 1932, Segall retornou definitivamente para o Brasil. Participou da fundação da Sociedade Paulista Pró-Arte Moderna.

Destacam-se ainda os quadros "Homem com Violino", "Navios" e Retrato de Mário de Andrade. Em 1957, realizou-se em Paris, a monumental "Exposição Segall", no Museu de Arte Moderna, com 61 quadros, 22 esculturas de bronze, 200 desenhos, aquarelas e gravuras. Lasar Segall faleceu em São Paulo, no dia 2 de agosto de 1957. Sua residência, na Vila Mariana em São Paulo, abriga hoje o Museu Lasar Segall, onde possui um acervo de cerca de três mil obras de arte. Lasar Segall. Disponível em: http://www.e-biografias.net/lasar_segall. Acesso em 04 de setembro de 2015.

A mulher de cabelos verdes e o homem

amareloprovocaram polêmica e a publicação de um artigo com severas críticas por parte do escritor

Monteiro Lobato.

Morro Vermelho Fonte:

http://objetivojuaneblogspot.com.br/

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Cândido Portinari (1903-1962) foi importante pintor brasileiro, que expressava em suas obras o papel que os artistas da época propunham: denunciar as desigualdades da sociedade brasileira e as consequências desse desequilíbrio.

Seu trabalho ficou conhecido internacionalmente através dos corpos humanos sugerindo volume e pés enormes que fazem com que as figuras pareçam relacionar-se intimamente com a terra, esta sempre pintada em tons muito vermelhos. Sua pintura retratou os retirantes

nordestinos, os cangaceiros e abordou temas do conteúdo histórico do nosso país como, Tiradentes (no Memorial da América Latina, em São Paulo) e o painel A Guerra e aPaz (pintado em 1957 para sede da ONU). Portinari pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como O Lavrador de Café, até gigantescos murais. Expressionismo no Brasil. Disponível em:http://hist-da-arteexpressionismo.blogspot.com.br/2007/05/expressionismo-no-brasil.htm.l. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Semana de Arte Moderna

A Semana de Arte Moderna foi um evento ocorrido entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. A escolha da data não foi ao acaso: em 1922, o Brasil comemorava 100 anos de independência de Portugal, portanto, a Semana retoma essa data para instituir outra independência: não política e econômica, mas cultural.

O principal objetivo desse evento era mostrar novidades que iriam marcar a literatura, música, teatro, pintura e arquitetura do Brasil daquele momento em diante. Marcar um novo começo, em que a forma de criar arte iria mudar por completo.

É bem verdade que a Semana de Arte Moderna trazia tendências que estavam vigorando na Europa, mas a ideia era adaptá-las completamente para a realidade brasileira. Aproveitar os conceitos europeus para, a partir deles, estruturar uma arte que fosse nossa, voltada para os brasileiros. O pintor Di Cavalcanti foi a principal cabeça por traz da organização do evento.

As características artísticas mostradas na Semana de Arte Moderna foram muito mal recebidas pela elite paulista, que ainda estava muito presa às estéticas europeias mais conservadoras. Aquilo que os modernistas estavam apresentando foi considerado uma subversão, justamente porque quebrava paradigmas vigentes nas manifestações artísticas até então.

Tudo começou quando os artistas brasileiros sentiram a necessidade de buscar o novo, abandonando tudo aquilo que era antigo do ponto de vista de arte. Inicialmente, talvez eles não soubessem exatamente o que queriam, mas sabiam o que não queriam: continuar

reproduzindo aquelas tendências consideradas já ultrapassadas. Durante a Semana de Arte Moderna, os artistas brasileiros demonstraram que queriam ter

liberdade de expressão e de criação, além de uma identidade própria. Justamente por isso, não havia

O Lavrador de Café – 1939 Cândido Portinari Fonte: noticias.universia .com.br

Criança Morta, 1944,

Cândido Portinari Fonte:

https://meninasemarte.wordpress.c

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um padrão definido para a arte que se produziria a partir daquele momento, afinal, seria no mínimo contraditório, não é mesmo?

Um dos momentos que marcou a Semana foi quando Ronald de Carvalho começou a recitar o poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira. Naquele momento, quem estava assistindo no teatro fez um verdadeiro coro de algazarra e vaias, demonstrando claramente o descontentamento com a poesia.

Já no dia 17 de fevereiro, Villa Lobos entrou no palco para fazer a sua apresentação musical e estava com um sapato em um pé e um chinelo no outro. Novamente o público se irritou, achando uma atitude que tentou ser futurista demais e acabou sendo desrespeitosa. Tempos depois, ficou esclarecido que o artista não fez de propósito, mas teve que usar um chinelo porque realmente estava com um calo no pé!

Toda manifestação artística nova promove uma ruptura com o que havia anteriormente e, por essa razão, pode desagradar o público, pelo menos no início. Foi exatamente isso que aconteceu com o Modernismo. A Semana de Arte Moderna de 1922 só teve a sua importância reconhecida ao longo do tempo, quando o movimento realmente se estabeleceu e ganhou mais maturidade. Semana de Arte Moderna. Disponível em: http://www.resumoescolar.com.br/artes/resumo-da-semana-da-arte-moderna-

1922/. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Cubismo (1907)

Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da natureza, tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia: “Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a árvore da paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as referências exteriores que as identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte.

Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.

O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes. As principais características são: • geometrização das formas e volumes • renúncia à perspectiva • o claro-escuro perde sua função • representação do volume colorido sobre superfícies planas • sensação de pintura escultórica • cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne deram início à geometrização dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salão de Outono de 1908, onde Matisse, como membro do júri, os viu e comentou: “Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”. Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento. O cubismo se divide em duas fases:

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Cubismo Analítico- (1909) caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.

Cubismo Sintético- (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos

objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.

Pablo Picasso - (1881-1973) - tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a tristeza e o isolamento

provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero humanos. A fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africanas compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte.

Em 1907, com a obra LesDemoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade, essa tela

subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista.

Também destacamos a obra Guernica que foi mostrada pela primeira vez na Exposição Internacional de Paris, em 1937. Foi concebido e executado com grande rapidez em seu estúdio em Paris. Picasso pretendia que seu quadro fosse uma denúncia contra a s mortes que estavam destruindo a Espanha na terrível Guerra Civil (1936-39), e contra a perpétua desumanidade do homem. A motivação imediata do quadro foi a destruição de Guernica, capital da região basca, no dia da feira da cidade, 26 de abril de 1937. Em plena luz do dia, os aviões nazistas, sob as ordens do general Franco, atacaram a cidade indefesa. De seus 7 mil habitantes, 1654 foram mortos e 889 feridos.

Georges Braque - (1882-1963, 81 anos) foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo

Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras (fauvismo). No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi

Les Demoiselles d’Avignon Pablo Picasso Fonte: en.wikipedia.org

Guernica - Pablo Picasso

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mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.

Juan Gris - (1887-1927), pintor espanhol que aderiu ao cubismo em 1912, era um homem muito lúcido em cuja arte o fator racionalizante tinha grande peso. Por essa razão, não conseguiu entregar-se totalmente à liberdade inventiva de Picasso e Braque, mantendo seu cubismo preso a uma composição formal muitas vezes rígida e fria. Não obstante, dá uma contribuição importante ao introduzir no cubismo uma visão nova do espaço como espaço-tempo, ao decompor o objeto no plano, buscando exprimir as várias etapas de sua apreensão no tempo.

Desdobramentos do Cubismo no Brasil Dos artistas brasileiros destacamos:

Tarsila do Amaral - (1886 - 1973) foi aluna de seu amigo Fernand Léger por apenas algumas semanas em outubro 1923, Tarsila absorveu do mestre sua característica síntese geométrica. Também próxima de outro cubista, este mais militante, Gleizes, com ele a pintora paulista aprendeu a estruturar o quadro, sem figuração, não planos ou recortes de figuras dispostas, mas planos interligados, integrados. Ao contrário da experiência relâmpago com Léger, a passagem pelo ateliê de Gleizes foi mais duradoura e marcante na sua obra posterior.

De volta do Brasil, em dezembro de 1923, dá entrevista ao Correio da Manhã em que se autodenomina uma pintora cubista “movimento que nasceu com a fragmentação da forma”. Era, pois, a continuação do impressionismo “a fragmentação da cor”. “Estou ligada a esse movimento que tem produzido efeitos nas indústrias, no mobiliário, na moda, nos brinquedos, nos 4 mil expositores do Salão de Outono e dos Independentes”, disse ela ao jornal em reportagem publicada no dia de Natal.

Apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o

desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em 1923, quando esteve na Europa manteve contato com artistas europeus, além de Léger, Picasso, De Chirico e Brancussi. Em 1928, deu início a uma fase chamada Antropofágica. A essa fase pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros como na tela Operários.

Rego Monteiro - (1899-1970) fez grandes obras pós-cubistas. Uma de suas mais famosas é “Mulher Diante do Espelho”, de 1922. “Minha pintura não poderia existir antes do cubismo, que me legou as noções de construção, luz e forma”, disse Monteiro certa vez. Morando em Paris desde 1911 (chegou lá com 12 anos), participou efetivamente de seu ambiente artístico e se tornou membro do Salon dês Indépendants, onde expôs diversas vezes. Em meados da década de 20, o pintor foi convidado a integrar o famoso Grupo da Galeria L’effortModerne, de Léonce

Tarsila do Amaral

Fonte: www.thefamouspe

AbaporuTarsila do

Amaral.mFonte: www.significados.com.br

Com influência cubista e forte conceito de brasilidade, nas cores e nos temas, Tarsila do Amaral é uma pintora que fez história no movimento modernista brasileiro. O quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes

plásticas.

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Rosenberg, que reunia a “trinca de ouro do cubismo” (Picasso, Braque e Gris), mais Gleizes, Metzinger, Léger, Herbin e Severini. Voltou ao Brasil em 1933, aos 34 anos. MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret.H. Cubismo. Disponível em: http://www.historiadaarte.com.br/linha/cubismo.html. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Futurismo (1909) Na década posterior ao nascimento do Cubismo, o mundo testemunhou mudanças assombrosas.

A tecnologia disparou em velocidade máxima, transformando o mundo agrário em industrial e o rural em urbano. Contra o pano de fundo da Primeira Guerra Mundial, a Europa mergulhou num caos político. Para finalizar, a Revolução Russa de 1917 exigiu a destruição de tudo o que pertencia ao antigo regime.

Os artistas procuravam novas formas para expressar essas reviravoltas.

Três movimentos - Futurismo na Itália, Construtivismo na Rússia e Precisionismo nos Estados Unidos – adaptaram as formas do Cubismo de modo a redefinir a natureza de arte.

Os pintores futuristas combinavam as cores fortes do Fauvismo com os planos frustrados do Cubismo para expressar propulsão.

A arte futurista foi muito bem recebida, mas as demonstrações de seus adeptos causaram furor. Esse movimento baseava-se na velocidade, mas após a morte de seu líder, Boccioni aos

34 anos, o Futurismo morreu rapidamente. Características do Futurismo: - Desvalorização da tradição e do moralismo; - Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico; - Propaganda como principal forma de comunicação; - Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas

poesias; - Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade; - Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas

deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo. Em 20 de fevereiro de 1909, o diário francês Le Fígaro publicava em suas páginas um texto que

pretendia revolucionar o mundo. Era uma ode à violência, à velocidade e às máquinas que tinha como objetivo prioritário libertar a Itália de sua opressiva cultura. Era assinado pelo poeta FilippoTomasso Marinetti e o panfleto passou à história como o Manifesto Futurista, um ruidoso apelo a todos aqueles que se considerassem jovens, bonitos e revolucionários e capazes de inventar um novo conceito de vida. É o tempo prévio à eclosão da Primeira Guerra mundial e em toda a Europa surgem movimentos artísticos com uma ânsia de ruptura desconhecida até então. Importa a obra de arte, mas o objetivo é arrasar com o passado. “Não há beleza senão na luta”, escreve Marinetti. “Nenhuma obra de arte

sem caráter agressivo pode ser considerada uma obra prima. A pintura tem de ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para reduzi-las a se curvar diante do homem”. GARCIA, Ángeles. Futurismo, a beleza da violência. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/23/cultura/ 395598225_356558.html. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Fortunato Depero, 'Arranha-céus e túneis 1930 Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/

Velocidade abstrata – O carro passou, Umberto Boccioni

Fonte: http://futurismo6e.blogspot.com.br.

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Fragmento da "Fundação e manifesto do futurismo", 1908, publicado em 1909. "Então, com o vulto coberto pela boa lama das fábricas - empaste de escórias metálicas, de suores

inúteis, de fuliges celestes -, contundidos e enfaixados os braços, mas impávidos, ditamos nossas primeiras vontades a todos os homens vivos da terra:

1.Queremos cantar o amor do perigo, o hábito da energia e da temeridade. 3.Até hoje a literatura tem exaltado a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono. Queremos exaltar

o movimento agressivo, a insônia febril, a velocidade, o salto mortal, a bofetada e o murro. 5. Queremos celebrar o homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada

a toda velocidade no circuito de sua própria órbita. 10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todo tipo, e combater o

moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária. É da Itália que lançamos ao mundo este manifesto de violência arrebatadora e incendiária com o

qual fundamos o nosso Futurismo, porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários. MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Futurismo. Disponível em: |http://www.historiadaarte.com.br/linha/futurismo.html. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Futurismo no Brasil

No Brasil, o futurismo teve grande influência na produção artística de artistas ligados ao movimento modernista. Anita Malfatti e Oswald de Andrade entraram em contato com Marinetti e seu Manifesto Futurista. Muitas ideias e conceitos futuristas foram incorporados às obras destes modernistas brasileiros. Pode-se observar estas influências na Semana de Arte Moderna de 1922. STRICKLAND, Carol. Arte comentada da pré-história ao pós-moderno. Página 128. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

Dadaísmo (1916) Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em

seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra. Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a incapacidade das ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa.

A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tristan Tzara num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra. Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente, firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.

Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista.

O Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra; daí ser contra as teorias, as ordenações lógicas. Aliás, também é contra os manifestos, como afirma um dos seus iniciadores, Tristan Tzara (1896-1963), em seu manifesto Dada, 1918: "Eu escrevo um manifesto e não quero nada. Eu digo portanto, certas coisas e sou por princípio contra os manifestos, como sou também contra os princípios. São também

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palavras dele: "Que cada homem grite: há um grande trabalho destrutivo, negativo, a executar. Varrer, limpar, A propriedade do indivíduo afirma- se após o estado de loucura, de loucura agressiva, completa, de um mundo abandonado entre as mãos dos bandidos que rasgam e destroem os séculos." "Liberdade: DADÁ DADÁDADÁ, uivos das dores crispadas, entrelaçamentos dos contrários e de todas as contradições, dos grotescos, das inconsequências: A VIDA. O fim do Dadá como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Marcel Duchamp (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a opart das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas. O experimentalismo e a provocação o conduziram a ideias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um título, adquiriam a condição de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.

François Picabia (1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se

sucessivamente com os principais movimentos estéticos do início do século XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas que se encaixam umas nas outras.

Formas e cores tornaram-se a seguir mais discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.

Max Ernest (1891-1976), pintor alemão, adepto do irracional e do onírico e do inconsciente, esteve

envolvido em outros movimentos artísticos, criando técnicas em pintura e escultura. No Dadaísmo contribuiu com colagens e fotomontagens, composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos por ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfície rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo dele. Como o artista não tinha controle sobre o quadro que estava criando, o frottage também era considerado um método que dava acesso ao inconsciente.

MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Dadaísmo. Disponível em: http://www.historiadaarte.com.br/linha/dadaismo.html. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Surrealismo (1924)

Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura

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europeia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.

Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar

apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle. A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924,

marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e a externa são percebidas totalmente isentas de contradições.

A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente.

O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.

Salvador Dali (1904-1989) - é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou

em Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época teve oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta.

Em 1924 o pintor foi expulso da Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneirista Arcimboldo.

O filme O Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de 1929. Ele criou o conceito de “paranoia crítica“ para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas. Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de

estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando. Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em PortLligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de joias e móveis.

Fonte:http://kdfrases.com/frases-imagens/frase-a-felicidade-e-um-problema-individual-aqui-nenhum-

conselho-e-valido-cada-um-deve-procurar-sigmund-freud-115966.jpg

Fonte:

http://www.clock51.com/articles/685_7613724

0642487842038.jpg

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MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Surrealismo. Disponível em:

http://www.historiadaarte.com.br/linha/surrealismo.html. Acesso em 04 de setembro de 2015. A Persistência da Memória – 1931 A persistência da memória, o mais conhecido dos quadros, é um quadro pequeno (24x33cm), Dalí levou apenas 2 horas para realiza-lo. A flacidez dos relógios dependurados e escorrendo mostram uma preocupação humana com o tempo e a memória. A cabeça adormecida que aparece nesse quadro, em muitos outros também, é o próprio Dalí presente. O Sono – 1937

Em sono, Dali recriou o tipo de cabeça grande e mole e o corpo inexistente que aparecia com tanta frequência nos seus quadros por volta de 1929. Neste caso, entretanto, o rosto não é um autorretrato. Sono e sonhos são temas comuns aos surrealistas, uma vez que é dormindo e sonhando que temos o

domínio do inconsciente. O homem adormecido de Dali está dormindo precariamente sobre muletas. Muletas sempre foram a marca registrada de Dali, sugerindo a fragilidade em que nossa realidade se apoia. Até o cachorro está sustentado por ela. Toda a luz desta obra, mostra a ideia de fuga do mundo real. CUNHA, Elisabete. Salvador Dalí – Obras do Pintor Surrealista. Disponível em:

https://elisabetecunha2008.files.wordpress.com/2012/05/salvador_dali_sleep.jpg. Acesso em 04 de setembro de 2015.

Joan Miró (1893-1983) - iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em 1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão voltasse para Montroig), onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam

Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seu desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão gráfica. A partir daí sua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o máximo do surrealismo e se permitiu destacar o artista como um dos grandes gênios solitários do século XX e da história da arte. A famosa magia

de Miró se manifesta nessas telas de traços nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas.

Fonte: ttps://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/

c/c2/A_persistência_da_Memória,_Salvador_Dalí.jpg

Fonte:bp.blogspot.com/-

Fonte: https://uploads4.wikia

rt.org/images/joan-miro(1).jpg!

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MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Surrealismo. Disponível em: http://www.historiadaarte.com.br/linha/Surrealismo.html. Acesso em 04 de setembro de 2015.

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Roteiro de Estudo – II Parte Ler, resumir, gravar (celular), escutar e visualizar. 01. Conceito de Vanguarda. 02. Tipos de vanguardas e seus contextos históricos. 03. Antecedentes das Vanguardas - Quadro-resumo.

Características, contexto histórico, obras

Impressionismo

1.Oscar.Claude Monet

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2.Pierre Auguste Renoir

3. Edgar Degas

Características, contexto histórico, obras

Pós-Impressionismo

1. Paul Gauguin

2.Toulouse-Lautrec

3. Van Gogh

04. As Vanguardas Europeias e Brasileira.

Características, contexto histórico, obras

1. Fauvismo

1. 2. Henri Matisse

Características, contexto histórico, obras

2.Expressionismo

2.1 Ernest Kirchner

2.2 Van Gogh

2.3Kandinsky

2.4 Paul Klee

3.Expressionismo no Brasil

Características, contexto histórico, obras

3.1. Semana de Arte Moderna

3.2. Anita Malfatti

3.3. Lasar Segall

3.4. Cândido Portinari

4.Cubismo Características, contexto histórico, obras

4.1. Tipos

4. 2. Pablo Picasso

4.3. Georges Braque

4.4. Juan Gris

Cubismo Características, contexto histórico, obras

5. Cubismo no Brasil

5.1 Tarsila do Amaral

5.2 Rego Monteiro

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Características, contexto histórico, obras

6. Futurismo

6.1 FilippoTomasso Marinetti

6.2 Futurismo no Brasil

Características, contexto histórico, obras

7. Dadaismo

7.1 Marcel Duchamp

7.2 François Picabia

7.3 Max Ernest

Características, contexto histórico, obras

8. Surrealismo

8.1 Salvador Dali

8.2 Joan Miró

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