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Impactos da Mineração na Dimensão Socioespacial Impacts of Mining on Socio-spatial Dimension Coordenadora: Karine Gonçalves Carneiro, Universidade Federal de Ouro Preto, Profa. Adjunta do Curso de Arquitetura e Urbanismo, [email protected] Debatedora: Tatiana Ribeiro de Souza, Universidade Federal de Ouro Preto, Profa. Adjunta do Curso de Direito, [email protected]

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ImpactosdaMineraçãonaDimensãoSocioespacial

ImpactsofMiningonSocio-spatialDimension

Coordenadora:KarineGonçalvesCarneiro,UniversidadeFederaldeOuroPreto,Profa.AdjuntadoCursodeArquiteturaeUrbanismo,[email protected]

Debatedora:TatianaRibeirodeSouza,UniversidadeFederaldeOuroPreto,Profa.AdjuntadoCursodeDireito,[email protected]

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SESSÃO L IVRE

DESENVOLVIMENTO,CRISEERESISTÊNCIA:QUAISOSCAMINHOSDOPLANEJAMENTOURBANOEREGIONAL? 2

OrompimentodaBarragemdeFundãoemMariana/MG,nodia05denovembrode2015,acirrouos debates não apenas sobre amiríade de impactos oriundos das atividades do setor extrativomineral, mas também aprofundou as discussões acerca de nosso modelo de sociedade e dedesenvolvimento.Estedesastre-crimesociotecnológico1ocasionadopelaempresaSamarcoS.A.esuascontroladoras,ValeeBHPBilliton,éconsideradoomaiordesastrebrasileironessesentido,muitoemboraoriscoinerenteaessesetor–principalmentequandoseconsideraopós-boomdascommodities – torne-se aindamais relevante ao observarmos que nos últimos dez anos houve,apenasnoEstadodeMinasGerais,quatrodesastresoriundosdefalhasdebarragens–Miraí,em2007; Congonhas e Itabira em 2008 e Itabirito em 2014. Ainda, no caso de Fundão, a lama derejeitospercorreu,adespeitodasprevisõesdoEstudodeImpactoAmbiental(EIA),umaextensãomuitosuperioràsáreasdeinfluênciaapontadas(PoEMAS,2015)ecruzouafronteiradosEstadosdeMinasGeraisedoEspíritoSantoatéchegaraoOceanoAtlânticoeatingirolitoralsuldoEstadodaBahia. Emseu caminho, a lamadestruiueatingiuáreasurbanase ruraise transformouumaampla diversidade de pessoas – moradores, comerciantes, ribeirinhos, pescadores, indígenas,quilombolas,dentreoutras–portadorasdemodosdevidaheterogêneosem“atingidos”.Nessaperspectiva, quando observamos o número de barragens existentes no território brasileiro e onúmero daquelas classificadas como de alta categoria de risco2, a situação agrava-se já que osimpactos, como aqueles observados no caso de Fundão, acarretam danos socioespaciais eambientais–muitasvezes irreversíveis–queenvolvemquestõesafetasàperdademoradia;deatividadeseconômicas,detrabalhoedesubsistência;desociabilidades;dememóriaedetradição.

Apóstranscorridomaisdeumanodorompimentodabarragem,torna-sepossível,ainda,avaliarosmodoscomoinstâncias,instituiçõeseatoresdiversostêmatuadoaolongodessetempo.Nessesentido,deumlado,ospoderespúblicosemseusdistintosníveis–municipal,estadualefederal–têm se afastado de sua função de gestão no que concerne aos processos de indenizações,ressarcimentosereassentamentos–possibilitandoaçõesautoritáriasdasempresaseausênciadeparticipaçãodosatingidosnoconjuntodessesprocessos.

De fato, o desastre tecnológico da Samarco/Vale/BHP está relacionado àdimensãoestruturaldaexpansãodasoperaçõesdeextração,processamento,logística e disposição de resíduos desempenhadas por corporaçõesmineradorasemtodoomundo,masqueéintensificadanoBrasilpela(in)açãodo Estado e seus operadores no exercício de seu papel regulatório sobre osetor.OEstadobrasileirotemsidoincapazdedefinirumaorientaçãopúblicaedemocráticaparaapolíticadeacessoaosbensminerais,legitimandopadrõesdecomportamentocorporativo incompatíveiscomorespeitoaosdireitosdetrabalhadoresmineiros, comunidades locais e populações afetadas por suasoperações.(CNDTMapudPoemas,2015)

Emcontrapartida,movimentossociais–commaioroumenorpoderdeaçãoeatuaçãoaolongoda bacia do Rio Doce – têm buscado formas de mobilização no intuito de exigir direitos àinformação,àdignidade,àmoradia,àsaúde,aotrabalho,etc.,aosatingidos.

Assim como todas as atividades econômicas que movimentam grandes volumes de riqueza, amineraçãoéumcampodedisputasdediversasordens, incluindoadisputapelo significadodas

1Utilizaremos o termo “desastre-crime sociotecnológico” para qualificar, passado mais de um ano do rompimento dabarragemdeFundão,acomplexidadedodesastre.Maisadiante,notexto,seráevidenciadoqueessadesignaçãoabarcadisputaspelosignificadodoocorrido.2OCadastroNacionaldeBarragensdeMineraçãofornecidopeloDepartamentoNacionaldeProduçãoMineral(DNPM),noanode2015,indicavaaexistênciade298barragensnoterritóriobrasileirosendoquedessas,23foramlistadascomodecategoriaderiscoalto(DNPM,2015).

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palavras, pela distribuição dos papéis entre os diversos atores envolvidos, pelo controle dasoportunidades de trabalho, pela terra e pelo território e por uma justificativamoral para o seuempreendimento. O rompimento da barragem de Fundão trouxe à tona toda essa sorte dedisputas, a começar pela designação do próprio fato, que é nominado pelas empresasresponsáveis por ele, pelo setor econômicode forma geral, pelos diversos segmentosdopoderestatal e pela mídia como um “acidente”. Em oposição à palavra acidente, que designa umacontecimento casual, fortuito e inesperado, osmovimentos sociais, os grupos de pesquisa e oMinistério Público utilizaram inicialmente a denominação “desastre tecnológico”, com base naliteraturacríticaàmineração.Comotranscorrerdasinvestigaçõesedosdebatesacadêmicosemtornodo fato, a designação “desastre tecnológico” foi substituídaorapor “desastre-crime”, orapor“desastresociotecnológico”,demonstrando,emqualquercaso,quesetratadeumfenômenocujadesignaçãodevesercuidadosamenteelaboradaporquegeraefeitossobreasuaescuta.Poressarazão,seráadota,nessaproposta,aterminologia“desastre-crimesociotecnológico”.

Naesteiradadisputapelosignificadodaspalavras,tem-seaindaforteinvestimentoporpartedasempresas sobre o próprio significado da mineração, que desenvolve e mantém uma narrativadiscursiva voltada para a justificativamoral das suas atividades, assentada sobre a necessidadehumanadousodosminériosedageraçãodeempregos,adespeitodosimpactosquesuaextraçãopossaproduzir.Partedessanarrativaseconstróisobreafalsadicotomiaentreosquesãoafavoreos que são contra a mineração, separando as pessoas e os grupos de pessoas entre os queentendemanecessidadedamineraçãoeosquenãoaentendemequerem,porisso,acabarcomamineração. A construção desse discurso favorece o convencimento da população em geral e aformação da opinião pública em defesa da atuação das mineradoras no marco dodesenvolvimentoliberalcapitalista.

Outraquestão igualmenteemblemáticaereveladoraqueestáemdisputaapósodesastre-crimesociotecnológicodaSamarco/Vale/BHPBilliton,éadosterritóriosaolongodabaciadoRioDoce,marcadospeladiversidadedemodosdevidaeformasdeorganizaçãoeconômico-social,tambémdevastadospelo rastroda lamade rejeitos.Anecessidadede reassentamentosdevilas inteiras,reconstruçãodecasasemodosdevida, recomposiçãoderendaedascondiçõesambientaissãooutros fatores que atravessam as relações com a terra e o território e que demandam novasperspectivasesoluções.

Pelas questões acimas mencionadas é que notamos a necessidade de discussões e análisestransdisciplinaressobreosimpactosdamineraçãoemsuasdiversasdimensões,tendoemvistaoaltograudecomplexidadedoassunto.Nesse sentidoéqueestapropostade sessão livrebuscareunirpesquisadoresquevêmsedebruçandonãoapenassobreodesastre-crimesociotecnológicoocorrido em Mariana, mas também sobre questões relacionadas à mineração; às formas deassociativismoeparticipação;eàsnecessidadesdeplanejamentourbanoeregionalcomointuitode contribuir para um pensamento crítico sobre esse tema. A necessidade do debate e odelineamento de ações e diretrizes tornam-se ainda maiores quando se percebe que o atualmodelomineráriotemacirradoasdesigualdadessocioespaciais.

Referências

DEPARTAMENTONACIONALDEPRODUÇÃOMINERAL–DNPM.CadastroNacionaldeBarragensdeMineração.2015.Disponívelem:<http://http://www.dnpm.gov.br/@@busca?SearchableText=barragens>.Acessoem:24nov.2016.

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PoEMAS.Antesfossemaisleveacarga:avaliaçãodosaspectoseconômicos,políticosesociaisdodesastredaSamarco/Vale/BHPemMariana(MG).Mimeo.2015.

Dependênciaeconômicae‘consenso’social:reflexõesapartirdecidadesmineradorasemMinasGerais

RodrigoSallesPereiradosSantos,BrunoMilanez

Argumentamos que a dependência econômica em municípios mineradores tende a gerarcontextos desfavoráveis à contestação social à atuação das empresasmineradoras. A literaturaeconômica apresenta um longo debate sobre o papel da extração mineral na formação deenclaves econômicos e de economias minero-dependentes (Auty, 2001). Por outro lado, nasúltimas duas décadas, houve um crescente interesse da Ecologia Política pelosmovimentos decontestação à extração mineral, particularmente à instalação de novos projetos (Bebbington,2011). Propomosumdiálogo entre esses dois campos e a análise da influência da dependênciaeconômica sobre o surgimento e atuação demovimentos que questionam a atividademineral.Para tal, realizamos um estudo de caso múltiplo, avaliando os municípios de Itabira (MG) eMariana(MG).Paraalémdoenraizamentoterritorialdaatividademinerária,osdoisapresentamsituaçõesderiscoeconômicoassociadas,respectivamente,àexaustãodasmelhoresreservaseaumdesastresociotécnico,comimpactossignificativossobreempregoerenda.Emambososcasosfoi identificada a emergência de movimentos de contestação (particularmente questionando opapel da mineração no desenvolvimento local), mas que foram contrapostos por iniciativas degestão da contestação por parte de agentes corporativos e institucionais. Assim, buscamosanalisarosobstáculosàconstruçãodetaismovimentos,bemcomoaprofundarodebatesobreosmecanismosdeformaçãoesustentaçãode‘consenso’emmercadoscontestáveis.

Referências

Auty,R.M.(Ed.).(2001).Resourceabundanceandeconomicdevelopment.Oxford:OxfordUniversityPress.

Bebbington,A.(Ed.).(2012).Socialconflict,developmentandextractiveindustry:evidencefromSouthAmerica.London;NewYork:Routledge.

ObservatóriodoReassentamentoeNarrativasAtingidas:assessoriatécnicaaosmoradoresdeGesteira/BarraLonga/MG

MoniqueSanchesMarques

O rompimentodaBarragemde FundãoemMariana/MG,depropriedadeda Samarco/Vale/BHPBilliton, vem afetando demodo radical os biomas e as comunidades ao longo da Bacia do RioDoce. Essaspopulaçõestiveramsuascasasdestruídas,suascondiçõesdevidaalteradasepoucoseavançounadireçãodosressarcimentos,dasindenizaçõese,emespecial,dosreassentamentos.Os projetos de extensão Observatório do Reassentamento e Narrativas Atingidas do curso deArquiteturaeUrbanismodaUniversidadeFederaldeOuroPreto,vinculadosaoGrupodeEstudose Pesquisas Socioambientais (GEPSA\UFOP), buscam o compartilhamento de saberes com o

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objetivo de prestar assessoria aos atingidos por esse desastre, especificamente, no distrito deGesteira/Barra Longa/MG. Este trabalho está sendo elaborado com osmoradores que poderãoutilizá-locomoreferencialtécnicoparaasnegociaçõesjuntoaSamarcoedemaisinstâncias.Neleestão reunidas informaçõessobrea situaçãodosatingidosdeGesteiraantesdo rompimentodabarragemaoquedizrespeitoàsmoradiaseosmodosdevidaaessasatreladas.Oobjetivoéqueelesejautilizadocomo instrumentodeemancipaçãodosatingidos paraquesuasreivindicaçõessejamouvidascombaseemumlevantamentotécnicoreferenteaquiloquedeveserreconstruído,semquehajaprejuízoaosque tiveramsuasmoradiasemodosdevidadestruídos. Pormeiodoaudiovisual, testemunhos dos atingidos são associados aos levantamentos técnicos registrandoaquiloquenãoémostradopelosmeiosde comunicaçãohegemônicosdemodoqueaspessoasatingidassejamasprotagonistasdassuascondiçõesdevida.

Construindoamobilizaçãoereconstruindoodireito:osafetadospelabarragemderejeitodaSamarconoEspíritoSanto

CristianaLosekann

OartigoapresentaasdinâmicasdeaçãocoletivaeaconstruçãodasreivindicaçõesdosafetadospelodesastretecnológicodabarragemdeFundão/MGcausadopelamineradoraSamarco.Nossaanálise circunscreve-se ao estado do Espírito Santo e está baseada em entrevistas, observação,observaçãoparticipanteeemumasequênciadeencontroscomosafetadosaolongodeumanodesdenovembrode2015.Apresentamososemergentesprocessosdemobilizaçãoqueenvolvemacriaçãoderedesdeatoresvariadoseinteraçõesmarcadasporemoçõesepelacriaçãodelaçosafetivos. Dentro de uma perspectiva culturalista dos estudos de movimentos sociais buscamoscompreender quais os mecanismos emocionais operantes na construção da ação coletiva,sobretudo, quando tratamos de reivindicações por justiça. Discutimos como a organização dosatingidosafetaoseureconhecimentoecomonesteprocessoodireitoéreconstruído.

CartografiasIndisciplinaresdasredesderesistênciasemergentesfrenteaodesastresócio-tecnológiconoRioDoce

PauladeMoreiraGuimarães,GabrielaTavaresdeLanna

As “Cartografias Indisciplinares no Rio Doce”, pertencentes ao conjunto de frentes de açõesativistasdoGrupodePesquisaIndisciplinar,compõemainvestigaçãosobreasredesderesistênciaemergentesmedianteodesastresócio-tecnológico,desencadeadopelorompimentodabarragemda Samarco/Vale/BHP Billiton, em Mariana-MG. Neste contexto, ressalta-se o embateepistemológico,noqualéperceptívelainfluênciadosdiscursosdominantessobreapercepçãodosacontecimentos.Emcontrapartida,asarticulaçõessociaisoperamembuscadeacessoàjustiçae,dapromoçãodedeslocamentosnaracionalidadediscursiva.Émirandoestas“linhasdefuga”quebusca-se pensar narrativas processuais sob o método cartográfico. Tal processo permitequestionar as açõesdoEstado-Capital e ainda,dar a verdiscursosemovimentos invisibilizados,constituindo-se uma atuação contra-hegemônica, e portanto, um ato político. Deste modo, acartografiatranscendeastáticasdeapreensão,desdobrando-senaconstruçãodepossíveis.Paratanto,aideiaérastrearocampodaslutasderesistênciaconfiguradasmedianteodesastre,comintuitodeacompanharosseuspercursos,conectaràssuasredeseatémesmo,estabelecernovas

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associações,dissolvendoadicotomiaentresujeitoinvestigadoreobjetoinvestigado.Sistematiza-seosprocessosemmapasediagramasatravessáveis,afimdecomporadinâmicadalutasobasperspectivas territorial/espacial, temporal e de identificação de redes, simultaneamente. Assim,explora-seestasdimensõesatravésdasferramentastecnopolíticasdasCartografiasIndisciplinares- linha-do-tempo,mapa das ações territorializadas e diagrama de rede de atores -, abrangendotantoaatuaçãodosmovimentosderesistência,quantodoEstado-Capital.