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Roberto Vieira
IMPACTOS DO SISTEMA DE SELEÇÃO UNIFICADA NA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO: um estudo avaliativo Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade Cesgranrio como requisito para a obtenção do título de Mestre em Avaliação.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Lúcia Regina Goulart Vilarinho
Rio de Janeiro 2018
V657i Vieira, Roberto.
Impactos do sistema de seleção unificada na Universidade Federal do Rio de Janeiro: um estudo avaliativo / Roberto Vieira. - 2018.
124 f.; 30 cm.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Lúcia Regina Goulart Vilarinho Dissertação (Mestrado Profissional em Avaliação) - Faculdade Cesgranrio, Rio de Janeiro, 2018. Bibliografia: f. 102-105.
1. Educação – Avaliação – Rio de Janeiro 2. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro (RJ). I. Vilarinho, Lucia Regina. II. Título.
CDD 371.27
Ficha catalográfica elaborada por Anna Karla S. da Silva (CRB7/6298)
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação.
Assinatura Data
Dedico este estudo às minhas amadas filhas, Nathália e Gabriela, pelo apoio incondicional e pela compreensão nos momentos em que não pude estar presente, e ao meu pai, Nelson (in memorian), pelo que sou hoje.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Lúcia Regina Goulart Vilarinho, pela dedicação e atenção dispensadas, pelos incentivos e apoio permanentes, pela paciência, e pela confiança em mim depositada, durante a realização desta dissertação. Ao Prof. Dr. Eduardo Mach Queiroz, pela participação em minha Banca Examinadora, pelos ensinamentos a mim transmitidos quando gestor na Pró-Reitoria de Graduação da UFRJ, usados, exaustivamente, nesta dissertação, e por sua amizade. Ao Prof. Dr. Ovídio Orlando Filho, pela participação em minha Banca Examinadora, por contribuir com sugestões importantíssimas para a realização deste trabalho, por ter me repassado conhecimentos da sua vasta experiência em avaliação, que serão de grande valia para minha vida profissional, e por sua amizade. À Prof.ª Dr.ª Ligia Gomes Elliot, por dividir comigo experiências importantíssimas no campo da avaliação e pela coordenação do curso de Mestrado em Avaliação, com grande competência e extrema dedicação. Ao corpo docente da Faculdade Cesgranrio, por estarem constantemente comprometidos com o ensino de excelência, mesmo fora da sala de aula, pelo profissionalismo e dedicação demonstrados, e pela amizade e carinho que tornaram as aulas sempre proveitosas e agradáveis. A todos os funcionários da Faculdade Cesgranrio, em particular a Valmir Marques de Paiva e Nilma Gonçalves Cavalcante, por estarem sempre nos ajudando, com presteza e simpatia. Às bibliotecárias Alessandra e Anna Karla, por estarem sempre disponíveis para elucidar nossas dúvidas, pela competência e pelo excelente atendimento prestado. Aos colegas da Turma 2016, dentre os quais descobri “primos” e “cunhados”, por terem sido sempre cúmplices, e terem feito das aulas momentos agradáveis, com participações sempre colaborativas e proveitosas. Ao Pró-Reitor de Graduação da UFRJ, professor Eduardo Gonçalves Serra, por ter autorizado a utilização dos bancos de dados dos Sistemas de Gestão Acadêmica e de Pré-matrícula, na realização deste estudo. Ao meu amigo e companheiro de trabalho, Ricardo Storino, sempre “junto e misturado” nos grupos de trabalho, nas caronas, nas discussões sobre as aulas, que contribuíram, decisivamente, com a realização deste trabalho. Ao meu amigo e companheiro de trabalho, Marcos Caldeira, que, com a competência de sempre, colaborou, decisivamente, para a realização deste trabalho, construindo o Sistema de Pesquisas Acadêmicas, especialmente para a utilização na aplicação dos instrumentos usados nas pesquisas avaliativas deste estudo.
Ao meu amigo e companheiro de trabalho, Diego Mury, que, gentilmente, se propôs a capturar do banco de dados do Sistema de Gestão Acadêmica da UFRJ as informações necessárias à realização deste estudo. Ao meu amigo e companheiro de trabalho, Ricardo Anaya, pela troca de experiências e por ter colaborado com a realização deste estudo. Às minhas amigas de UFRJ, Patrícia Regina Santos e Heliane Fernandes da Rocha Santos, pelos incentivos e apoio, que colaboraram para a realização deste objetivo. À minha mãe, Valdete Vieira, que, mesmo enferma, esteve sempre colaborando com a realização deste estudo, com incentivos e carinhos, e pela paciência quando não pude estar presente. A todos os meus familiares e amigos, que estiveram, constantemente, torcendo para que esta conquista fosse alcançada. E a DEUS, verdadeiro responsável por tudo e por todos.
RESUMO
O objetivo desse estudo foi avaliar os impactos verificados nos cursos de graduação,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em decorrência da sua adesão
ao Sistema de Seleção Unificada (SISU). A necessidade de estabelecer um
diagnóstico a respeito das consequências no ingresso, desempenho, retenção,
evasão e conclusão dos seus alunos, após a referida adesão, justificou a sua
realização. Nos procedimentos metodológicos, adotou-se a abordagem centrada na
administração e a construção de três quadros de categorias, indicadores e padrões,
a partir dos quais foram elaborados os instrumentos de avaliação. Tanto os quadros
como os instrumentos foram devidamente validados, em técnica e conteúdo, por
especialistas da Faculdade Cesgranrio e por docentes da UFRJ, respectivamente.
Foram elaborados dois questionários, sendo um aplicado aos candidatos que se
classificaram para a UFRJ e não se matricularam, e outro aplicado aos docentes.
Além desses questionários, utilizou-se, também como instrumento de avaliação, a
análise documental, por meio da qual foram verificadas, através do banco de dados
do Sistema de Gestão Acadêmica da UFRJ, informações referentes ao ingresso,
desempenho, retenção, evasão e conclusão dos alunos oriundos do SISU e dos
processos seletivos gerenciados exclusivamente pela UFRJ. Os resultados foram
analisados por meio de comparações dos cenários encontrados, em séries históricas
específicas, entre os estudantes ingressantes através do SISU e os estudantes
ingressantes através dos processos gerenciados exclusivamente pela UFRJ, e
revelaram, de maneira geral, que apesar do SISU ter tornado o processo seletivo
mais democrático e simples, para a UFRJ não é o sistema de seleção ideal. As
recomendações foram propostas no sentido de que a continuação do uso do SISU
como processo de seleção para a UFRJ seja reavaliada e que novos estudos sejam
realizados, preferencialmente, com a participação de outras instituições públicas de
ensino, sobretudo, as localizadas no Estado do Rio de Janeiro, com vista à
construção de processos alternativos ao SISU, ou elaboração de estratégias que
visem aprimorá-lo.
Palavras-chave: Avaliação. SISU. Sistema de Seleção Unificada. Ensino Superior.
Impactos.
ABSTRACT
The objective of the present work was to evaluate the impacts observed on the
undergraduate courses in the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), caused
by the inclusion of the “Unified Selection System” (SISU) as an alternative screening
method for prospective students. This study is justified by the necessity to establish a
diagnostic regarding the consequences of the ingress, performance, retention,
evasion and conclusion rates of its students following the inclusion of the SISU.
When it comes to the methodology, the approach chosen is focused on the
administration and creation of tables composed of category, indicators and
standards, from which the evaluation instruments were developed. Both tables and
instruments were evaluated technically by specialists from Faculdade Cesgranrio,
and content-wise by lecturers from UFRJ accordingly. Two questionnaires were
created, one for university applicants who despite qualifying did not enroll in UFRJ,
and another for the University lecturers. Aside from these questionnaires, another
evaluation method used was a documental analysis to verify data, provided by the
Academic Management System Database of UFRJ, regarding the ingress,
performance, retention, evasion and course conclusion of students coming from
SISU as compared to those coming from screening processes managed exclusively
by UFRJ. The results were analyzed through the comparison of historical pattern
scenarios between the students coming from SISU as compared to those coming
from screening processes managed exclusively by UFRJ, they revealed that in
general, despite SISU having turned the screening into a more democratic and
simple process, it is not the ideal selection process for UFRJ. The recommendations
were proposed on a way that the continued use of SISU as a selection process for
UFRJ needs to be reevaluated and that new studies should be conducted, preferably
along with other public education institutions, especially those located in Rio de
Janeiro state, aiming for new screening process as an alternative to SISU, or the
elaboration of strategies that aim to improve it.
Keywords: Evaluation. SISU. Unified Selection System. Higher Education. Impacts.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Registro fotográfico do primeiro vestibular da Cesgranrio, em 1972, no Maracanã.......................................................................
16
Figura 2
Página principal do site do SISU..................................................
25 Figura 3
Página inicial do site de pré-matrícula da UFRJ...........................
26
Figura 4
Descrição atual do processo SISU...............................................
31 Quadro 1
Características da avaliação do produto......................................
34
Quadro 2
Categoria candidatos não matriculados (1ª questão avaliativa)...
36 Quadro 3
Categorias candidatos matriculados (1ª, 2ª e 3ª questões avaliativas)....................................................................................
38
Quadro 4
Categoria docentes após a adesão da UFRJ ao SISU (1ª e 2ª questões avaliativas)....................................................................
39
Quadro 5
Aspectos utilizados no instrumento aplicado aos estudantes......
41 Quadro 6
Sugestões de respostas, por aspecto..........................................
42
Figura 5
Tela de identificação do estudante para acesso ao SIPA..............
45 Figura 6
Tela com a pergunta do SIPA.......................................................
46
Figura 7
Tela de instruções para a pesquisa do SIPA...............................
46 Figura 8
Exemplo de resposta a um aspecto da pesquisa........................
47
Figura 9
Exemplo de resposta a um aspecto não respondido...................
47 Figura 10
Exemplo de resposta para outra opção do aspecto desejado......................................................................................
48
Figura 11
Opção de resposta quando nenhum aspecto atendeu ao motivo real...............................................................................................
48
Figura 12
Tela de instruções para a pesquisa do SIPA (docentes).............
49 Figura 13
Exemplo de questão aos docentes.............................................
49
Quadro 7
Situação de matrícula..................................................................
53 Quadro 8
Descrição dos aspectos propostos...............................................
55
Quadro 9
Descrição das opções de respostas propostas vinculadas aos aspectos.......................................................................................
55
Gráfico 1
Julgamentos dos docentes - questões 1 e 2................................
64 Gráfico 2
Julgamentos dos docentes - questões 3 e 4...............................
65
Gráfico 3
Julgamentos dos docentes - questões 5 a 9................................
67 Quadro 10
Alterações promovidas na metodologia utilizada nas aulas.........
68
Quadro 11
Alterações promovidas no modelo de avaliação..........................
69 Quadro 12
Centros universitários e unidades de ensino.................................
76
Gráfico 4
Evasão primária - índices dos centros universitários.....................
77
Gráfico 5
Evasão primária - impactos do SISU nos centros universitários...
78 Gráfico 6
Evasão primária - índices das unidades de ensino (2009/1 e 2017/1).........................................................................................
79
Gráfico 7
Evasão primária - índices das unidades de ensino (2009/2 e 2017/2).........................................................................................
80
Gráfico 8
Evasão primária - impactos do SISU nas unidades de ensino (2017/1)........................................................................................
81
Gráfico 9
Evasão primária - impactos do SISU nas unidades de ensino (2017/2)........................................................................................
82
Gráfico 10
Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2009/1............................................................................................
83
Gráfico 11
Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2017/1............................................................................................
83
Gráfico 12
Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2009/2...........................................................................................
84
Gráfico 13
Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2017/2...........................................................................................
84
Gráfico 14
Os 10 cursos que sofreram os maiores impactos do SISU em 2017/1...........................................................................................
85
Gráfico 15
Os 10 cursos que sofreram os maiores impactos do SISU em 2017/2...........................................................................................
85
Gráfico 16
Evolução da evasão secundária na UFRJ....................................
87 Gráfico 17
Coeficientes médios de rendimento acumulado na UFRJ.............
89
Gráfico 18
Índices de conclusão, evasão e retenção da UFRJ, nos processos seletivos gerenciados pela própria IFES e pelo SISU.
92
Gráfico 19
Impactos do SISU na retenção, evasão e conclusão da UFRJ......
92
Gráfico 20
Coeficientes médios de rendimento acumulado nos centros universitários dos ingressantes em 2011.....................................
94
Gráfico 21
Coeficientes médios de rendimento acumulado na UFRJ dos ingressantes em 2011..................................................................
94
Gráfico 22
Índices de conclusão, evasão e retenção da UFRJ nos processos seletivos gerenciados pela própria IFES e pelo SISU, em 2011........................................................................................
96
Gráfico 23
Coeficiente de rendimento dos alunos ingressantes em vagas de ação afirmativa e de ampla concorrência, em 2013/1 e 2013 /2.........................................................................................
97
Gráfico 24
Índices de conclusão, retenção e evasão dos alunos ingressantes em vagas de ação afirmativa e de ampla concorrência, em 2013/1 e 2013/2.............................................
97
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Número de matrículas, por região...................................................
18 Tabela 2
Vagas ofertadas pela UFRJ por meio do SISU na primeira edição de 2017...........................................................................................
27
Tabela 3
Vagas ofertadas pela UFRJ por meio do SISU na segunda edição de 2017...........................................................................................
27
Tabela 4
Evolução das chamadas realizadas na edição SISU - 2017/1........
29 Tabela 5
Evolução das chamadas realizadas na edição SISU - 2017/2........
30
Tabela 6
Distribuição da frequência dos respondentes por edição do SISU.
57 Tabela 7
Demonstrativo da frequência das respostas por aspecto...............
57
Tabela 8
Demonstrativo da frequência das respostas por item.....................
58 Tabela 9
Os 10 maiores motivos pelos quais os candidatos classificados para a UFRJ não realizaram a matrícula.........................................
60
Tabela 10
Os 10 menores motivos pelos quais os candidatos classificados para a UFRJ não realizaram a matrícula.........................................
60
Tabela 11
Opção dos candidatos que migraram para instituições privadas....
61 Tabela 12
Percentuais das evasões secundárias ocorridas nos centros universitários entre os anos 2012 e 2017.......................................
86
Tabela 13
Quantitativos das evasões secundárias ocorridas nos centros universitários entre os anos 2012 e 2017.......................................
87
Tabela 14
Coeficientes médios de rendimento acumulado nos centros universitários...................................................................................
89
Tabela 15
Percentuais de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários, nos processos seletivos gerenciados pela UFRJ....
91
Tabela 16
Percentuais de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários nos processos seletivos gerenciados pelo SISU......
91
Tabela 17
Índices de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários e na UFRJ como um todo em 2011/1.......................
95
Tabela 18
Índices de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários e na UFRJ como um todo em 2011/2.......................
95
SUMÁRIO
1 OS MODELOS DE SELEÇÃO PARA ACESSO AOS CURSOS SUPERIORES NO BRASIL................................................................. 15
1.1 CRIAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO..................................................... 15 1.2 TRANSIÇÃO ENTRE O SISTEMA DE SELEÇÃO PRÓPRIO E O
SISTEMA DE SELEÇÃO UNIFICADA................................................... 18 1.3 OBJETIVO, JUSTIFICATIVA E QUESTÕES AVALIATIVAS................ 20
2 O SISTEMA DE SELEÇÃO UNIFICADA.............................................. 22 2.1 O QUE É................................................................................................ 22 2.2 A PARTICIPAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO......................... 22 2.3 A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES............................................... 23 2.4 O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO E A DIVULGAÇÃO DOS
RESULTADOS........................................................................................ 25 2.5 A GESTÃO DO ACESSO SISU NO ÂMBITO DA UFRJ........................ 26
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA AVALIAÇÃO................. 32 3.1 ABORDAGEM AVALIATIVA................................................................ 32 3.2 QUADROS DE CATEGORIAS, INDICADORES E PADRÕES............ 35 3.3 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO..................................................... 39 3.4 A SELEÇÃO DOS RESPONDENTES E DOS PERÍODOS
HISTÓRICOS........................................................................................ 40 3.5 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO........................................................................................... 41 3.6 APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS..................................................... 44 3.7 COLETA E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS............................................ 51
4 RESULTADOS E ANÁLISES DAS RESPOSTAS................................ 54 4.1 MOTIVOS QUE LEVARAM OS CANDIDATOS A NÃO SE
MATRICULAREM NA UFRJ................................................................. 54 4.1.1 Resultados das análises quantitativas............................................. 54 4.1.2 Resultados da análise textual e temática.......................................... 61 4.2 PERCEPÇÃO DOS DOCENTES A RESPEITO DA TRANSIÇÃO DO
PROCESSO SELETIVO UFRJ PARA O PROCESSO SELETIVO SISU....................................................................................................... 63
4.2.1 Resultados das análises quantitativas.............................................. 63 4.2.2 Resultados da análise textual e temática.......................................... 67 4.2.2.1 Alterações na metodologia utilizada nas aulas...................................... 68 4.2.2.2 Modificações no modelo de avaliação................................................... 69 4.2.2.3 Relação com a turma............................................................................. 70 4.2.2.4 Motivação para lecionar.......................................................................... 70 4.2.2.5 Percepção do docente quanto à frequência dos alunos......................... 71 4.2.2.6 Percepção do docente quanto ao conhecimento prévio dos
alunos..................................................................................................... 72 4.2.2.7 Percepção do docente quanto a participação dos alunos nas
aulas...................................................................................................... 72
4.2.2.8 Percepção do docente quanto ao desempenho dos alunos nas avaliações.............................................................................................. 73
4.2.2.9 Percepção do docente quanto à dedicação dos alunos........................ 73 4.2.2.10 Percepção do docente quanto à adesão da UFRJ ao
SISU................... 74 4.3 EVASÃO PRIMÁRIA ANTES E APÓS A ADESÃO DA UFRJ AO
SISU...................................................................................................... 74 4.3.1 Resultados das análises quantitativas............................................ 74 4.4 ÍNDICES DE EVASÃO SECUNDÁRIA APÓS A ADESÃO DA UFRJ
AO SISU................................................................................................. 85 4.4.1 Resultados das análises quantitativas.............................................. 85 4.5 DESEMPENHO DOS ALUNOS ANTES E DEPOIS DA ADESÃO DA
UFRJ AO SISU..................................................................................... 88 4.5.1 Resultados das análises quantitativas............................................ 88 4.6 EVASÃO, RETENÇÃO E CONCLUSÃO ANTES E DEPOIS DA
ADESÃO DA UFRJ AO SISU.............................................................. 90 4.6.1 Resultados das análises quantitativas............................................. 90 4.7 DESEMPENHO, EVASÃO, RETENÇÃO E CONCLUSÃO DE
ALUNOS QUE INGRESSARAM NUMA MESMA TURMA POR MEIO DOS PROCESSOS SELETIVOS UFRJ E SISU.................................. 93
4.7.1 Resultados das análises quantitativas............................................. 93 4.8 AS AÇÕES AFIRMATIVAS X AMPLA CONCORRÊNCIA................... 96 4.8.1 Resultados das análises quantitativas............................................. 96 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................. 98 5.1 RESPOSTAS ÀS QUESTÕES AVALIATIVAS..................................... 98 5.2 RECOMENDAÇÕES............................................................................ 101
REFERÊNCIAS.................................................................................... 102
APÊNDICE A - Questionário de avaliação dos motivos para a não realização da matrícula na UFRJ........................................................ 107
APÊNDICE B - Questionário Atuação e Percepção Docente........... 110
APÊNDICE C - Convite aos Especialistas (Validação Técnica)........ 112
APÊNDICE D - Formulário de Validação Técnica dos Instrumentos......................................................................................... 114
APÊNDICE E - Convite aos Especialistas (avaliação de conteúdo) 117
APÊNDICE F - Formulário de Validação de Conteúdo dos Instrumentos....................................................................................... 118
APÊNDICE G - Convite aos Especialistas (Validação Técnica da Aplicação Web).................................................................................... 120
APÊNDICE H - Formulário de Validação Técnica da Aplicação Web...................................................................................................... 121
APÊNDICE I - Convite aos Candidatos............................................ 122
APÊNDICE J - Convite aos Docentes............................................... 123
APÊNDICE K - Carta ao Pró-Reitor de Graduação.......................... 124
15
1 OS MODELOS DE SELEÇÃO PARA ACESSO AOS CURSOS SUPERIORES NO BRASIL
1.1 CRIAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO
Até o início do século XX, as instituições de ensino superior (IES) recebiam
estudantes oriundos de colégios tradicionais. Entretanto, como o aumento da
procura por uma universidade ultrapassou o número de vagas ofertadas, o então
Ministro da Justiça e dos Negócios, Rivadávia da Cunha Corrêa, instituiu, em 1911,
a obrigatoriedade do exame de admissão, o qual ganhou o nome de vestibular1 em
1915, por meio do Decreto n.11.530 (BRASIL, 1915).
Naquela ocasião, os testes eram realizados em duas etapas, sendo a primeira
dissertativa e a segunda oral. Nos anos 1960, com o objetivo de facilitar a correção,
surgiram as provas de múltipla escolha e as universidades federais as realizavam,
todas, no mesmo dia, o que impossibilitava o aluno de concorrer a mais de uma
vaga em outra universidade do país. Para regulamentar a seleção, em 1970, foi
criada a Comissão Nacional do Vestibular Unificado e os vestibulares passaram a ter
datas distintas e o conteúdo das provas ficou restrito às matérias do ensino médio.
Com base no Decreto nº 68.908 (BRASIL, 1971), que dispunha as normas
para a realização de vestibulares, foram criadas no país diversas instituições
especializadas para a realização desses exames. No Estado do Rio de Janeiro, em
1971, foi instituído, o convênio do Ministério de Educação e Cultura e o Centro de
Seleção de Candidatos ao Ensino Superior do Grande Rio (atual Fundação
Cesgranrio).
A Figura 1 lustra a realização do primeiro vestibular unificado realizado pela
Cesgranrio, onde estudantes fazem a prova nas arquibancadas de cimento do
estádio do maracanã.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) participou do vestibular
unificado da Fundação Cesgranrio até 1987.
1 Segundo o site Significados, localizado em https://www.significados.com.br, vestibular é um termo
derivado do Latim “vestibulum”, que significa “entrada, pátio de entrada; começo”. No Brasil, o vestibular é um tipo de exame aplicado pelas universidades aos alunos que pretendem ingressar em um curso superior.
16
Figura 1 – Registro fotográfico do primeiro vestibular da Cesgranrio, em 1972, no Maracanã
Fonte: JORNAL O GLOBO (1972). .
Por discordar do fato de as provas serem exclusivamente de múltipla escolha,
a partir do concurso de 1988, a UFRJ instituiu o seu modelo próprio de seleção, com
a adoção de provas com questões exclusivamente discursivas. Informações
publicadas na página eletrônica da Faculdade de Medicina da UFRJ dão conta de
que este fato levou a educação básica a se adaptar ao novo modelo, uma vez que
os alunos eram preparados para analisar a afirmativa correta e não para fornecer
uma solução. Prova disso é que, inicialmente, um número considerável de provas
era entregue em branco. Assim, a UFRJ serviu de modelo para várias outras IES
que, mesmo mantendo questões de múltipla escolha, passaram a incluir em seus
exames questões discursivas. Dessa forma, a UFRJ utilizou, exclusivamente, esse
modelo até 2009.
O acesso ao ensino superior no Brasil era feito, basicamente, de forma
centralizada, ficando a cargo das IES, ou de um conjunto delas (processos
unificados), a realização dos processos seletivos. Com as diferenças de normas e
modelos de provas entre as IES, o estudante era obrigado a se preparar de acordo
com o processo seletivo da IES desejada. Além disso, com pouquíssimas exceções,
se o estudante optasse por concorrer às vagas ofertadas por IES localizada fora de
seu Estado de origem, era obrigado a se deslocar até o Estado onde se localizava a
17
IES desejada para a realização das provas. Por este ponto de vista, numa primeira
análise, parece ficar claro que o acesso ao ensino superior no Brasil tinha um
caráter reginalizado. Assim, o exame vestibular sofreu muitas críticas, dentre as
quais se destaca a de Resende (1998, p. 7), que afirma ter ele a função de:
limitar a entrada nos cursos superiores, selecionando e reproduzindo desigualdades sócio-educacionais, visto que, em tal questão uma imensa gama de fatores concorre para sua complexidade, tratando-se de mediações que, no acontecimento socioeconômico e político-cultural da educação, concretizam a produção de desigualdades, como um remoto controle.
Visando dar início a mudanças, o governo federal, desde o primeiro mandato
do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, criou e aprimorou programas voltados
para a melhoria da qualidade e da democratização do acesso ao ensino superior
como por exemplo, o Programa Universidade para Todos (ProUni)2 e o Sistema de
Seleção Unificada (SISU).
Estudos realizados por (CARMO et al., 2014) mostram que os resultados das
políticas de democratização do acesso à educação superior, adotadas na década de
2000 pelo governo Lula e pelo Ministro Fernando Haddad, podem ser verificados no
crescimento das matrículas nas IES públicas federais. No início da década seguinte,
já em 2010, entraram 2.182.229 novos alunos em cursos de graduação, o que
corresponde a um aumento superior a 100% em relação ao ano de 2000. As
matrículas nas universidades federais tiveram, proporcionalmente, a maior elevação
no número de ingressos – 140% –, superando, inclusive, as IES privadas, que
registraram um aumento de 115%.
Quando comparado o crescimento por região, percebe-se que a Região
Sudeste se mantém com o maior percentual de estudantes de nível superior;
entretanto, é visível a elevação na participação das demais regiões do País, em
especial, o crescimento no Nordeste. Em todas as regiões, há uma elevação no
quantitativo de matriculados, porém os percentuais apontam para o destaque da
região, que passava por um processo de crescimento econômico, o que permitiu a
possibilidade de realização escolar de uma parcela da população não contemplada 2 O ProUni é um programa do Ministério da Educação, criado pelo Governo Federal em 2004, que
concede bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em instituições privadas de ensino superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros, sem diploma de nível superior.
18
anteriormente e que engrossava a massa que compunha a demanda excluída e
represada por décadas (Tabela 1).
Tabela 1 – Número de matrículas, por região
Região 2001 2010
Matriculados % Matriculados %
Centro-Oeste 260.349 8,6 495.240 9,1 Nordeste 460.315 15,2 1.052.161 19,3 Norte 141.892 4,7 352.358 6,5 Sudeste 1.566.610 51,7 2.656.231 48,7 Sul 601.588 19,8 893.130 16,4 Brasil 3.030.754 100 5.449.120 100
Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2011).
1.2 TRANSIÇÃO ENTRE O SISTEMA DE SELEÇÃO PRÓPRIO E O SISTEMA DE SELEÇÃO UNIFICADA
Em conformidade com as normas estabelecidas no Edital Complementar nº
54 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, 2009), em 2010, a seleção
da UFRJ foi realizada em duas etapas, sendo a primeira, de caráter exclusivamente
eliminatório, de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP) do Ministério da Educação (MEC), e a segunda, de inteira
responsabilidade da Coordenação do Concurso de Acesso aos Cursos de
Graduação da UFRJ, a quem cabia planejar, realizar e divulgar todos os atos
relativos aos processos seletivos para ingresso nos cursos de graduação.
Para efetuar sua inscrição no concurso de acesso e concorrer às vagas
ofertadas, o candidato deveria, obrigatoriamente, ter participado do Exame Nacional
de Ensino Médio (ENEM)3 de 2009. Na primeira etapa, a UFRJ utilizou a soma das
notas nas quatro provas objetivas do ENEM (Prova I - Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias; Prova II - Matemática e suas Tecnologias; Prova III - Ciências
Humanas e suas Tecnologias; Prova IV - Ciências da Natureza e suas Tecnologias),
em ordem decrescente, para convocar candidatos em até quatro vezes o número
total de vagas ofertadas para cada opção (curso/habilitação) oferecida no Edital
Complementar.
3 O ENEM foi criado em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso, e teve o objetivo de
verificar o domínio de competências e habilidades dos estudantes que concluíram o ensino médio.
19
A segunda etapa, de inteira responsabilidade da UFRJ, consistiu de cinco
provas discursivas, cada uma delas com notas variando de zero a dez, a saber:
prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira e prova de Redação, comuns a
todos os candidatos, e três provas de disciplinas específicas para o grupo de cursos
conforme a escolha do candidato. Os candidatos aos cursos de Arquitetura e
Urbanismo, Artes Cênicas (Cenografia e Indumentária), Composição de Interior,
Composição Paisagística, Desenho Industrial/Projeto de Produto, Comunicação
Visual Design, Escultura, Gravura, Pintura, Dança, Direção Teatral, Licenciatura em
Educação Artística (Artes Plásticas e Desenho), e os Bacharelados em Música e
Licenciatura em Música, além das cinco provas dissertativas, realizaram Testes de
Verificação de Habilidades Específicas (THE)4.
Em 2010, o Conselho Universitário da UFRJ (CONSUNI)5, por meio da
Resolução nº 16 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, 2010), alterou
o modelo de acesso para o concurso para 2011, e 40% das vagas oferecidas foram
preenchidas por meio do Concurso de Acesso organizado e executado pela UFRJ,
com a realização de provas discursivas, e as demais 60% das vagas foram
preenchidas por meio do SISU. No caso dos cursos com THE, apesar de não
participarem do SISU, por determinação dele próprio, as vagas ofertadas foram
disponibilizadas na proporção de 60%, para classificação por meio da nota obtida no
ENEM, e 40%, para classificação por meio do concurso organizado e executado
pela UFRJ. Dessa forma, no ato da inscrição, o candidato era obrigado a optar por
uma das duas modalidades de acesso.
O CONSUNI, por meio da Resolução nº 14 (UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO 2011), estabeleceu que, em 2012, a UFRJ utilizaria,
exclusivamente, o ENEM e o SISU para o ingresso nos seus cursos de graduação,
preservando o procedimento da etapa do THE para os cursos específicos que o
utilizam. Esta decisão foi respaldada nas seguintes bases: na necessidade de
consolidar e ampliar os mecanismos de democratização do acesso ao ensino
superior; no fato de, naquela ocasião, já existirem quarenta universidades federais
participando do SISU, das quais a metade utilizava esse processo como forma
4 O THE é uma prova que aborda questões que avaliam se o candidato possui aptidão necessária e exigida à graduação que está concorrendo. 5 O CONSUNI é o órgão máximo de função normativa, deliberativa e de planejamento da Instituição nos planos acadêmico, administrativo, financeiro, patrimonial e disciplinar. É presidido pelo Reitor.
20
exclusiva de ingresso; nas modificações introduzidas pelo INEP, abrindo às
instituições federais de ensino superior (IFES) a possibilidade de participarem na
elaboração de questões para o ENEM; no fato de a UFRJ já ter aceitado colaborar
para o Banco Nacional de Itens (BNI)6 do ENEM; e, por fim, a posição de liderança
que a UFRJ ocupava no sistema nacional de educação superior. Este modelo é
adotado até hoje.
1.3 OBJETIVO, JUSTIFICATIVA E QUESTÕES AVALIATIVAS
A UFRJ tem como missão:
completar a educação integral do estudante, preparando-o para: exercer profissões de nível superior; valorizar as múltiplas formas de conhecimento e expressão, técnicas e científicas, artísticas e culturais; exercer a cidadania; refletir criticamente sobre a sociedade em que vive; participar do esforço de superação das desigualdades sociais e regionais; assumir o compromisso com a construção de uma sociedade socialmente justa, ambientalmente responsável, respeitadora da diversidade e livre de todas as formas de opressão ou discriminação de classe, gênero, etnia ou nacionalidade; lutar pela universalização da cidadania e pela consolidação da democracia; contribuir para a solidariedade nacional e internacional. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, 2006, p.11).
Ressalta-se que, conhecer o perfil do seu estudante e as mudanças
causadas por ações que envolvem todo o seu quadro social é imprescindível para
que a missão da UFRJ tenha um alcance pleno. Desta forma, o presente estudo tem
por objetivo avaliar os impactos verificados nos cursos de graduação da UFRJ em
decorrência da sua adesão ao SISU.
A realização do presente estudo se justifica, uma vez que se verifica o
desconhecimento a respeito desses impactos no ingresso, no desempenho, na
retenção, na conclusão e na evasão dos alunos de graduação, em decorrência da
sua adesão ao SISU, bem como a ausência de ações da Universidade para tal
finalidade. A relevância consiste em estabelecer um diagnóstico inédito, a respeito
das consequências surgidas após a referida adesão, o qual, se entende, poderá
6 BN1 - Banco Nacional de Itens, criado pelo INEP para fornecer insumos para as diversas avaliações que desenvolve, assegurando acesso a itens de qualidade, elaborados e revisados para cada instrumento de medição, seja prova ou questionário.
21
fornecer ao Conselho de Ensino de Graduação (CEG)7 e ao CONSUNI subsídios
necessários para tomadas de decisão.
A ausência de estudos comparativos entre os perfis dos estudantes que
ingressaram antes e após a sua adesão ao SISU, bem como os motivos pelo quais a
evasão primária8 cresceu acentuadamente nos últimos anos, levou a Pró-Reitoria de
Graduação a demandar à Superintendência de Acesso e Registro (SuperAR)9, setor
onde este autor exerce as suas atividades profissionais há 34 anos, a realização de
um estudo, com o objetivo de avaliar a adesão da UFRJ ao SISU e tê-lo como o
principal sistema de acesso aos seus cursos de graduação. Para atingir tal objetivo,
decidiu-se estabelecer as seguintes questões avaliativas:
a) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SISU afetou o ingresso nos seus
cursos?
b) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SISU afetou o desempenho acadêmico
dos seus alunos?
c) Em que medida a adesão da UFRJ ao SISU afetou a retenção, a evasão e a
conclusão de curso dos seus alunos?
7 O CEG é o órgão colegiado responsável por deliberar sobre questões pedagógicas da graduação
e traçar as diretrizes para a orientação e normatização das atividades acadêmicas. Define, ainda, a política acadêmica dos cursos, fixando, dentre outras, as normas de ensino e as propostas de formas de ingresso na Instituição. É presidido pelo Pró-Reitor de Ensino de Graduação.
8 Evasão primária - Candidatos que são classificados e não realizam a matrícula ou a inscrição em disciplinas.
9 A SuperAR é responsável pelo planejamento, execução e divulgação de todos os atos relativos aos concursos de acesso aos cursos de graduação da UFRJ, bem como fazer a gestão acadêmica dos alunos matriculados.
22
2 O SISTEMA DE SELEÇÃO UNIFICADA
2.1 O QUE É
O SISU, instituído e regulamentado pela Portaria Normativa nº 2/2010
(BRASIL, 2010), é o sistema informatizado, gerenciado pelo MEC, pelo qual
instituições públicas de educação superior oferecem vagas a candidatos
participantes do ENEM. Seu objetivo é selecionar estudantes para ocupação das
vagas ofertadas, em consonância com as normas, rotinas e procedimentos
estabelecidos pelos Editais do MEC e das IES participantes do sistema. O ENEM,
exame utilizado pelo SISU para selecionar candidatos, sofre críticas, como é
possível verificar através da citação a seguir:
Ao contrário da publicidade oficial, o ENEM privilegia os estudantes de maior renda. Um estudante paulista que, apesar de elevada nota, não ingressou na faculdade de medicina da USP (dada a concorrência), poderá, com os seus pontos, frequentar o mesmo curso em uma universidade pública em outro Estado, desde que tenha recursos. A mobilidade estudantil pretendida somente favorece os que possuem renda para se deslocar, uma vez que as universidades não dispõem de moradias estudantis e políticas de assistência estudantil compatíveis com as necessidades. (LIMA 2011 apud LEHER, 2009, p.1).
2.2 A PARTICIPAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Conforme estabelecido na Portaria Normativa nº 2/2010 (BRASIL, 2010), e
Portaria Normativa nº 21/2012 (BRASIL, 2012a), podem ofertar vagas via SISU, as
instituições públicas de ensino superior (IPES). Para formalizar a sua participação, a
IPES deve manifestar o interesse, por meio de sistema on-line próprio intitulado
SISU Gestão, e, ainda nesse sistema, preencher e assinar o Termo de Adesão, que
é o instrumento por meio do qual a IPES formaliza sua opção pelo SISU, para a
seleção e ocupação das vagas nele inseridas.
Para a emissão do Termo de Adesão, a IPES precisa fornecer ao sistema,
além do seu nome e endereço, o nome do seu representante legal (Reitor), o nome
do seu responsável legal (normalmente é o Pró-Reitor de Graduação) e os nomes
dos seus colaboradores institucionais, bem como as seguintes informações: os
cursos e turnos participantes, o respectivo número de vagas a serem ofertadas; as
23
políticas de ações afirmativas10 estabelecidas por Lei; os pesos e as notas mínimas
eventualmente estabelecidos pela IPES para cada uma das provas do ENEM, em
cada curso, turno e polo; e os documentos necessários para a realização da
matrícula dos candidatos selecionados, inclusive aqueles referentes à comprovação
do preenchimento dos requisitos exigidos nas políticas de ações afirmativas.
É facultado à instituição participante do SISU atribuir bônus à nota obtida pelo
candidato no ENEM, como forma de política de ação afirmativa, assim como
estabelecer sua própria ação afirmativa. Cabe ao representante legal e aos
colaboradores institucionais, o cadastramento das informações necessárias no
sistema SISU Gestão, e o Termo de Adesão deve ser assinado, digitalmente,
utilizando-se certificado digital de pessoa física do representante legal ou do
responsável institucional, tipo A1 ou A3, emitido no âmbito da Infraestrutura de
Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil11, nos termos da Medida Provisória nº 2.200-
2, de 24 de agosto de 2001 (BRASIL, 2001).
Após a assinatura do Termo de Adesão, a IPES deve divulgá-lo em sua
página eletrônica na internet e mediante afixação em local de grande circulação de
estudantes, juntamente com o seu Edital próprio, contendo as normas, rotinas e
procedimentos complementares ao Edital do SISU.
2.3 A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES
Para participar do SISU, é necessário que o candidato tenha realizado o
ENEM no ano imediatamente anterior ao do processo seletivo, e tenha obtido nota
na prova de redação diferente de zero. A inscrição para concorrer às vagas é
gratuita e feita exclusivamente pela internet, por meio do site oficial do SISU, e o
candidato deve proceder da seguinte forma:
Passo 1: Acessar o site oficial do SISU (Figura 2), por meio do endereço
http://www.sisu.mec.gov.br, e clicar na opção "Fazer inscrição";
10 Ações afirmativas - São políticas instituídas pelas Leis 12.711, de 29 de agosto de 2012 e 13.409,
de 28 de dezembro de 2016, que estabelecem reservas de vagas em instituição federal de ensino superior para estudantes oriundos de escolas da rede pública; autodeclarados pretos, pardos ou indígenas; com renda familiar per capta igual ou inferir a 1,5 salário mínimo; com deficiência física.
11 ICP-Brasil - Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira é uma cadeia hierárquica e de confiança que viabiliza a emissão de certificados digitais para identificação virtual do cidadão.
24
Passo 2: na página de login, o candidato deve informar o número de inscrição
e senha utilizados no ENEM realizado no ano anterior ao ano do processo seletivo;
Passo 3: após o login, o sistema abre nova página, onde o candidato deve
iniciar o processo de inscrição clicando no botão "Fazer inscrição na 1ª opção";
Passo 4: o candidato deve se inscrever em até duas opções
(instituição/curso/turno/polo/modalidade12), com ordem de prioridade (1ª e 2ª opção).
Em primeiro lugar, ele deve escolher a primeira opção, dentre as IES, cursos, turnos,
polos e modalidades disponibilizadas pelo sistema, por meio de uma lista gerada a
partir de critérios estabelecidos pelo candidato. Posteriormente, se desejar, ele pode
escolher a segunda opção, usando a mesma rotina adotada para a escolha da
primeira. A partir do segundo dia de inscrições o candidato pode consultar o sistema
para verificar a nota de corte nos cursos de sua opção. A nota de corte corresponde
à pontuação do candidato que, naquele momento, ocupa a última colocação entre os
inscritos para aquela opção, considerando o número de vagas ofertadas. Esta nota
de corte é atualizada pelo sistema todas as madrugadas, durante o tempo em que o
processo de inscrição estiver aberto. Além disso, o candidato pode visualizar a
classificação parcial em relação aos demais candidatos que realizaram inscrição
para a mesma opção que a sua. Durante o tempo em que o processo de inscrição
estiver aberto, o candidato pode alterar a sua inscrição, ou seja, modificar a escolha
das opções. A última alteração realizada é a que será considerada pelo sistema.
12 Modalidade - Ação Afirmativa ou Ampla Concorrência
25
Figura 2 - Página principal do site do SISU
Fonte: SISU (2017).
2.4 O PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO E A DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS
De posse de informações como: a opção escolhida pelo candidato, a
pontuação obtida em cada prova realizada, os pesos previamente determinados
pelas IPES para cada disciplina e o número de vagas ofertadas, o SISU realiza a
classificação e faz uma única chamada para a ocupação dessas vagas (chamada
regular), divulgando o resultado em sua página na internet. No mesmo dia da
divulgação da lista dos classificados, inicia-se o processo de inscrição para que o
estudante, que não foi chamado na primeira opção, declare o interesse em participar
da lista de espera13. Os estudantes chamados para a primeira opção não podem
participar dessa etapa. Portanto, somente os candidatos que foram chamados para
a segunda opção e os que não foram chamados podem realizar essa manifestação
de interesse.
Enquanto os candidatos realizam a manifestação de interesse pela lista de
espera, as IPES realizam as matrículas dos candidatos classificados na chamada
regular, em datas pré-determinadas pelo SISU. No caso da UFRJ, nessas datas os 13 Lista de Espera - relação de candidatos que declaram interesse em concorrer às vagas, que
eventualmente, ainda estejam disponíveis em decorrência de faltas verificadas no processo de matrícula dos candidatos classificados na chamada regular.
26
candidatos realizam uma pré-matrícula, que é feita on-line, por meio de sistema
informatizado desenvolvido por ela própria e acessado através do site
http://www.prematricula.ufrj.br (Figura 3).
Figura 3 - Página inicial do site de pré-matrícula da UFRJ
Fonte: UFRJ (2017).
Numa segunda etapa, somente os candidatos que realizaram a pré-matrícula
são convocados para a matrícula presencial, na qual são verificados os documentos
exigidos pelos editais que estabelecem as regras do processo seletivo.
2.5 A GESTÃO DO ACESSO SISU NO ÂMBITO DA UFRJ
Após o encerramento do período de manifestação, o SISU disponibiliza para
as IPES a relação dos candidatos que manifestaram interesse (Lista de Espera). De
posse dessa lista, cada IPES estabelece, por meio de editais próprios e em
consonância com os Editais do SISU, suas normas e rotinas, e realiza novas
chamadas para a ocupação das vagas oriundas das faltas verificadas na matrícula
da chamada regular.
A UFRJ, atendendo ao disposto na Lei nº 12.711/2012 (BRASIL, 2012b), com
as alterações promovidas pela Lei nº 13.409/2016 (BRASIL, 2016), em 2017,
27
incluindo as vagas de ampla concorrência14, ofertou 4.917 vagas para cinco
modalidades de acesso, na primeira edição, e 3.776 vagas para nove modalidades
de acesso, na segunda edição, conforme Tabelas 2 e 3, por meio dos Editais nº 432,
de 09 de novembro de 2016; nº 433, de 09 de novembro de 2016; nº 24, de 26 de
janeiro de 2017; e nº 270, de 26 de maio de 2017, todos publicados na página
www.acessograduacao.ufrj.br.
Tabela 2 - Vagas ofertadas pela UFRJ por meio do SISU na primeira edição de 2017
Modalidades Vagas
Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
714
Candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
542
Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
697
Candidatos que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
519
Ampla Concorrência 2445 Total de vagas ofertadas na primeira edição de 2017 4917
Fonte: O autor (2017) elaborado, tendo como referência o Edital UFRJ nº 433, de 09/11/2016.
Tabela 3 - Vagas ofertadas pela UFRJ por meio do SISU na segunda edição de 2017
Modalidades Vagas
Candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
131
Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
413
Candidatos com deficiência que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012)
93
(Continua)
14 Ampla concorrência: vagas destinadas aos candidatos que não optaram por vagas de ações
afirmativas.
28
(Conclusão) Modalidades Vagas
Candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012)
330
Candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
124
Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
406
Candidatos com deficiência que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
86
Candidatos que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
314
Ampla Concorrência 1879 Total de vagas ofertadas na segunda edição de 2017 3776
Fonte: O autor (2017) elaborado, tendo como referência o Edital UFRJ nº 433, de 09/11/2016.
Por meio dos Editais nº 39, de 10 de fevereiro de 2017 e nº 318, de 14 de
junho de 2017, a UFRJ estabeleceu as normas, rotinas e procedimentos necessários
à realização do preenchimento das vagas não ocupadas em decorrência das
ausências verificadas nas matrículas presenciais, assim como das ausências
verificadas na inscrição em disciplinas e de desistências diversas, em 2017. Para
concorrer a essas vagas, os candidatos, que manifestaram interesse pela lista de
espera no site oficial do SISU, portanto aqueles que figuram na Lista de Espera
encaminhada pelo SISU à UFRJ, precisam realizar, obrigatoriamente, o
cadastramento de informações complementares, no site www.prematricula.ufrj.br,
sob pena de não participarem das chamadas das listas de espera.
Após o encerramento do prazo, os candidatos que não realizaram o
cadastramento de informações complementares são eliminados do certame e os que
realizaram passam a fazer parte da Lista de Espera da UFRJ. Esta lista é ordenada,
dentro de cada opção de curso, considerando-se a pontuação obtida pelo candidato,
conforme as regras estabelecidas pelos Editais, da maior para a menor pontuação,
sendo o desempate realizado por meio dos seguintes critérios, na respectiva ordem:
maior nota na redação; maior nota na prova de Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias; maior nota na prova de Matemática e suas Tecnologias; maior nota na
29
prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e maior nota na prova de
Ciências Humanas e suas Tecnologias. Por fim, a UFRJ utiliza esta lista para a
realização de chamadas que ocorrem enquanto existirem vagas remanescentes,
desde que não tenham sido decorridos 25% do período letivo.
Nos processos seletivos de 2017, em consonância com o descrito na Lei nº
12.711/2012 (BRASIL, 2012b), a UFRJ realizou, na primeira edição, seis chamadas,
e na segunda edição, nove chamadas, distribuídas conforme Tabelas 4 e 5.
Tabela 4 – Evolução das chamadas realizadas na edição SISU – 2017/1
Chamada Mod. 1 Mod. 2 Mod. 3 Mod. 4 Mod. 5
1ª Lista de espera 315 207 212 144 1273
2ª Lista de espera 72 43 39 27 262
3ª Lista de espera 23 16 6 5 74
4ª Lista de espera 6 9 11 7 54
5ª Lista de espera 37 24 23 16 143
6ª Lista de espera 17 10 12 5 38 Fonte: O autor (2017). Legendas: Mod. 1 - Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 2 - Candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 3 - Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 4 - Candidatos que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 5 - Ampla Concorrência.
30
Tabela 5 – Evolução das chamadas realizadas na edição SISU – 2017/2
Chamada Mod.
1 Mod.
2 Mod.
3 Mod.
4 Mod.
5 Mod.
6 Mod.
7 Mod.
8 Mod.
9
1ª Lista de espera 72 362 54 230 61 327 35 198 1424
2ª Lista de espera 35 232 23 111 13 208 15 105 664
3ª Lista de espera 16 118 5 43 4 91 5 27 206
4ª Lista de espera 3 71 1 15 1 39 2 14 69
5ª Lista de espera 1 48 0 19 1 26 1 16 83
6ª Lista de espera 0 22 0 13 1 9 0 7 26
7ª Lista de espera 0 13 0 6 0 5 0 4 10
8ª Lista de espera 0 7 0 6 0 4 0 3 4
9ª Lista de espera 0 5 0 4 0 4 0 0 2 Fonte: O autor (2017). Legendas: Mod. 1 - Candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 2 - Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 3 - Candidatos com deficiência que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 4 - Candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 5 - Candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 6 - Candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 7 - Candidatos com deficiência que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 8 - Candidatos que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Mod. 9 - Ampla Concorrência.
A Figura 4, construída em consonância com as regras estabelecidas nos
Editais do SISU e da UFRJ, que estabeleceram as normas e os procedimentos para
o acesso na segunda edição de 2017, demonstra todo o processo do SISU, desde a
inscrição para concorrer às vagas nele oferecidas, até a matrícula definitiva na
UFRJ, limitado à segunda chamada da lista de espera.
31
Figura 4 – Descrição atual do processo SISU
Fonte: O autor (2017). Nota: Elaborado, tendo como referência as regras usadas no processo SISU de 2017.
32
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA AVALIAÇÃO
De acordo com Scriven (2007), a avaliação desempenha muitos papéis, mas
tem uma única meta: determinar o mérito ou valor de qualquer coisa que está sendo
avaliada. Esta visão tem paralelo com a visão de Worthen; Sanders; e Fitzpatrick
(2004), que acreditam que o objetivo básico da avaliação é produzir julgamentos do
valor do que quer que esteja sendo avaliado.
Na tentativa de alcançar o objetivo proposto neste estudo e tendo como
referência as visões de Scriven (2007) e Worthen; Sanders; e Fitzpatrick (2004),
estabeleceu-se como procedimentos metodológicos, para realizá-lo, a definição da
abordagem avaliativa, a elaboração do quadro de categorias e indicadores, a
construção do instrumento de avaliação, sua validação e sua aplicação em forma de
teste, bem como a coleta e análise de dados.
3.1 ABORDAGEM AVALIATIVA
Pesquisas decorrentes de rotinas administrativas mostram que a partir do
segundo período letivo de 2012, quando a UFRJ passou a utilizar, exclusivamente, o
ENEM e o SISU para o ingresso nos seus cursos de graduação, preservando o
procedimento da etapa do THE para os cursos específicos que o utilizam, o índice
de estudantes matriculados em primeira chamada caiu de forma significativa se
comparado ao índice verificado quando a UFRJ adotava seu próprio sistema de
seleção, aumentando, assim, o índice da evasão primária de forma considerável e
preocupante. Portanto, é fato que algum fenômeno está ocorrendo. Questão como
essa, dentre outras, aguçou a curiosidade profissional deste autor que despertou
para a urgente necessidade da realização de estudos com o intuito de entender as
causas e os efeitos oriundos da adesão da UFRJ ao SISU.
Como primeira iniciativa, a administração central da UFRJ foi procurada, na
figura do seu Pró-Reitor de Graduação, também sabedor da existência do citado
fenômeno, e propusemos a realização de ações cujos objetivos seriam os de
verificar os impactos nos cursos de graduação da UFRJ, depois de sua adesão ao
SISU. Após discussões sobre as técnicas avaliativas a serem adotadas, o Pró-Reitor
de Graduação endossou a realização do estudo e o que antes era uma curiosidade
profissional passou a ser uma demanda institucional.
33
São seis as abordagens avaliativas, categorizadas por Worthen, Sanders e
Fitzpatrick (2004), a saber: abordagens centradas em objetivos; abordagens
centradas na administração; abordagens centradas nos consumidores; abordagens
centradas em especialistas; abordagens centradas em adversários; e abordagens
centradas nos participantes.
Considerando os fatos que estimularam a realização deste estudo, foi eleita
como abordagem avaliativa a ser adotada a avaliação centrada na administração,
cujos principais interesses são a identificação e o atendimento das necessidades de
informação dos administradores, criando subsídios no sentido de colaborar com a
tomada de decisões acertadas. A escolha dessa abordagem tem por base o que
afirmam Worthen, Sanders e Fitzpatrick (2004, p. 78):
O objetivo da avaliação centrada na administração é ajudar as pessoas que tomam decisões. Seu fundamento lógico é de que a informação avaliatória é parte essencial de decisões inteligentes e o avaliador pode ser eficiente trabalhando para administradores, legisladores, diretorias e outros profissionais que precisam de boas informações avaliatórias. [...] Ao enfatizar níveis diferentes de decisões e de pessoas que tomam decisões, essa abordagem lança luz sobre quem vai usar os resultados da avaliação, como deve usá-los e sobre que aspectos(s) do sistema a pessoa está tomando decisões. Pessoas que tomam decisões são o público ao qual a avaliação concentrada na administração se dirige, e as preocupações, as necessidades de informações e os critérios de eficiência dessa pessoa que toma decisões orientam o estudo.
Segundo Stufflebeam, (1973, apud WORTHEN; SANDERS; FITZPATRICK,
2004, p. 152), Stufflebeam (1971, apud STUFFLEBEAM; SHINKFIELD, 1985) foi um
proponente de peso da abordagem centrada nas decisões, criada para ajudar os
administradores a tomar decisões acertadas. Ele vê a avaliação como “o processo
de delinear, obter e fornecer informações úteis para julgar decisões alternativas”
(Stufflebeam, 1973, p. 129). Com isso, foi desenvolvida uma estrutura de avaliação
para ajudar gerentes e administradores que estão diante de quatro tipos diferentes
de decisão educacional. Este modelo de avaliação foi denominado como Avaliação
CIPP, tendo como referência a primeira letra de cada tipo de avaliação - contexto;
insumo; processo; e produto.
O modelo CIPP é um instrumento heurístico, de bastante utilidade e simples.
Em cada um dos seus quatro tipos de avaliação, o avaliador pode obter subsídios
34
para a geração de questões importantes a serem tratadas na avaliação. Neste
estudo, o foco central ficou direcionado na avaliação do produto, tendo em vista os
seus objetivos, métodos e a sua relação com a tomada de decisões no processo de
mudança, conforme discriminados no Quadro 1, sem deixar de se observar os
demais tipos de avaliação.
Quadro 1 – Características da avaliação do produto
Características
Objetivo Coletar descrições e julgamentos de resultados e relacioná-los a objetivos e informações sobre o contexto, o insumo e o processo e interpretar seu valor e mérito.
Método
Definir operacionalmente e avaliar os critérios para julgar os resultados, coletar julgamentos de resultados dos interessados e realizar análises tanto quantitativas quanto qualitativas.
Relação com a tomada de decisões no processo de mudança
Para decidir sobre continuar, encerrar, modificar ou reforçar uma atividade de mudança e para apresentar um registro claro dos efeitos (intencionais e involuntários, positivos e negativos).
Fonte: O autor (2017), adaptado de Stufflebeam e Shinkfield (1985, apud WORTHEN; SANDERS; FITZPATRICK, 2004, p.154).
A avaliação centrada na administração tem seus pontos fortes e suas
limitações. Dentre os pontos fortes, destacam-se os seguintes: oferecer foco à
avaliação; enfatizar a importância da utilidade da avaliação; concentrar a avaliação
nas pessoas que tomam decisões, o que evita que o avaliador siga linhas de
investigações infrutíferas que não são de interesse de quem toma decisões; mostrar
aos avaliadores e aos administradores de programas que não precisam esperar que
uma atividade ou um programa chegue ao fim para avaliá-los; atender diretamente
às necessidades de informações das pessoas que vão usar a avaliação; servir de
base da avaliação de todos os componentes de um programa à medida que este
entra em operação, cresce ou muda; e enfatizar o uso de feedback das pessoas que
tomam decisões.
Já dentre as suas limitações, podemos citar a incapacidade ocasional de dar
respostas a perguntas ou questões que podem ser importantes aos stakeholders,
responsáveis por tomada de decisões; e o fato de a avaliação poder se tornar cara e
complexa se for seguida em sua totalidade (WORTHEN; SANDER; FITZPATRICK,
2004, p. 159-160). Essas limitações podem ser atenuadas se o avaliador planejar os
procedimentos da avaliação, considerando os recursos e o tempo de que dispõe;
35
conhecer, de forma bastante clara, as necessidades dos stakeholders que utilizarão
a avaliação, especialmente aqueles responsáveis pelas decisões, para, desta forma,
realizar o estudo com objetividade, eficiência e menor dispêndio.
3.2 QUADROS DE CATEGORIAS, INDICADORES E PADRÕES
Entende-se que o impacto, na concepção da palavra, está ligado a efeitos de
uma ação, que podem ser positivos ou negativos, de pequena, média ou grande
influência, ou ainda não ter efeito algum. Portanto, considera-se que impacto está
diretamente relacionado a consequências, valores e resultados obtidos.
Davidson (2005, p. 241), define impacto como “mudança ou (algumas vezes)
falta de mudança causada pelo objeto avaliado”, seja esse objeto um programa ou
projeto, uma política, um produto ou serviço, e até uma organização.
Para alcançar o objetivo proposto, considerou-se a realização de avaliações
de três grupos. O primeiro, formado pelos candidatos que foram classificados para a
UFRJ, por meio dos processos SISU, e não realizaram a matrícula, buscando
estabelecer relações entre as desistências de matrícula e suas causas; o segundo,
formado pelos alunos que foram classificados para a UFRJ, tanto por meio dos
processos SISU como por meio dos processos gerenciados pela UFRJ, e realizaram
a matrícula, cujo objetivo foi avaliar os impactos no acesso, na retenção, na evasão,
na conclusão de curso e no desempenho acadêmico, por meio de comparações
entre períodos históricos distintos; e o terceiro, formado por docentes, cujo objetivo
foi identificar a percepção destes no que se refere a atuação dos alunos e a sua
própria atuação em sala de aula .
Através da sua experiência, adquirida durante 34 anos exercendo atividades
que envolvem a gestão acadêmica dos alunos dos cursos de graduação da UFRJ, e
da sua ligação com o SISU, uma vez que é um dos responsáveis pelo acesso aos
cursos de graduação da UFRJ, este avaliador determinou as categorias e seus
indicadores. Além disso, usou como parâmetro diversos diálogos mantidos com
estudantes e professores, nos quais identificou relatos sobre questões que
envolviam as possíveis causas para o aumento da evasão primária, bem como
declarações que colocavam em dúvida o sucesso a respeito da decisão da UFRJ em
aderir ao SISU. Assim, considerando que o presente estudo visa avaliar causas e
36
impactos, foi usada como estratégia a construção de três quadros de categorias e
indicadores.
O primeiro (Quadro 2), voltado para os candidatos que foram classificados
para a UFRJ, por meio do SISU, e não realizaram matrícula, teve por objetivo avaliar
os motivos que levaram os candidatos classificados a não se matricularem nessa
IFES.
Quadro 2 - Categoria candidatos não matriculados (1ª questão avaliativa)
Subcategorias Indicadores
Opção por outro curso do Estado do
Rio de Janeiro
Opção pelo curso da 1ª opção (outro curso da própria UFRJ). Opção pelo curso com Teste de Habilidade Específica (THE) na UFRJ. Opção pelo curso da 1ª opção (outro curso em outra instituição de ensino do Estado do Rio de Janeiro). Opção por outro curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Opção por outro curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Opção por outro curso em outra instituição pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU.
Opção por outro curso de outros
Estados
Opção pelo curso da 1ª opção (outro curso em outra instituição de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro). Opção por outro curso de instituição em outra instituição privada de fora do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Opção por outro curso de instituição em outra instituição privada de fora do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Opção por outro curso em outra instituição pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU.
Opção pelo mesmo curso do Estado do
Rio de Janeiro
Opção pelo curso da 1ª opção (mesmo curso de outro polo e/ou outro turno da própria UFRJ). Opção pelo curso da 1ª opção ( mesmo curso em outra instituição de ensino do Estado do Rio de Janeiro). Opção pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Opção pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Opção pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU.
Opção pelo mesmo curso de outros
Estados
Opção pelo curso da 1ª opção (mesmo curso em outra instituição de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro). Opção pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Opção pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Opção pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU.
(Continua)
37
(Conclusão) Subcategorias Indicadores
Problemas de ordem financeira
Sem condições financeiras de se manter no Rio de Janeiro. Sem condições financeiras de ir ao Rio de Janeiro para realizar a matrícula.
Problemas estruturais
Índice de criminalidade na cidade do Rio de Janeiro. Insegurança no campus onde o curso é ministrado. Currículo do curso não atende as necessidades do mercado de trabalho. Greves nas universidades federais. Limitação de vagas na residência estudantil (alojamento de estudantes). Instalações físicas inadequadas onde o curso é ministrado.
Problemas com a documentação
Sem condições de comprovar a conclusão do Ensino Médio. Sem condições de comprovar a condição de cotista.
Causas Diversas
Realização da inscrição no SISU como cotista, indevidamente. Realização do ENEM e inscrição no SISU apenas como teste. Participação do exame apenas para provar que se classificava para a UFRJ. Curso não desejado. Opção escolhida tomando como base apenas a linha de corte mostrada pelo SISU no momento da inscrição no processo seletivo. Perda do prazo para a confirmação da matrícula ou inscrição em disciplinas Horário do trabalho incompatível com o horário do curso.
Fonte: O autor (2017).
O segundo quadro (Quadro 3) tratou dos estudantes que foram classificados
e se matricularam na UFRJ: (a) entre 2004 e 2009, período em que o processo foi
realizado exclusivamente pela UFRJ; (b) em 2011, quando a seleção foi realizada
usando tanto o processo da UFRJ quanto o processo do SISU; e (c) entre 2012 e
2017, período em que o processo foi realizado exclusivamente pelo SISU.
38
Quadro 3 - Categoria candidatos matriculados (1ª, 2ª e 3ª questões avaliativas)
Subcategorias Indicadores
Evasão primária e ingressante
Não matriculados na primeira chamada do último processo seletivo realizado pela UFRJ (2009). Não matriculados na primeira chamada do último processo seletivo realizado pelo SISU (2017). Matriculados na primeira chamada realizada no último processo seletivo realizado pela UFRJ (2009). Matriculados na primeira chamada realizada no último processo seletivo realizado pelo SISU (2017).
Permanência
Retidos (ingressantes por meio do processo UFRJ em 2004) Retidos (ingressantes por meio do processo SISU em 2012) Retidos (ingressantes por meio dos processos SISU e UFRJ em 2011) Evadidos (ingressantes por meio do processo UFRJ em 2004) Evadidos (ingressantes por meio do processo SISU em 2012) Evadidos (ingressantes por meio dos processos SISU e UFRJ em 2011) Concluintes (ingressantes por meio do processo UFRJ em 2004) Concluintes (ingressantes por meio do processo SISU em 2012) Concluintes (ingressantes por meio dos processos SISU e UFRJ em 2011)
Desempenho
Coeficiente de rendimento médio acumulado dos cursos (ingressantes por meio do processo UFRJ em 2004) Coeficiente de rendimento médio acumulado dos cursos (ingressantes por meio do processo SISU em 2012) Coeficiente de rendimento médio acumulado dos cursos (ingressantes por meio dos processos SISU e UFRJ em 2011)
Fonte: O autor (2017).
O terceiro quadro (Quadro 4) teve por objetivo avaliar a percepção dos
docentes no que se refere à atuação dos alunos, assim como a sua atuação em sala
de aula, seu relacionamento com as turmas e a sua motivação para lecionar, numa
visão que estabelece comparações de cenários antes e após a adesão da UFRJ ao
SISU.
39
Quadro 4 – Categoria docentes após a adesão da UFRJ ao SISU (1ª e 2ª questões avaliativas)
Subcategorias Indicadores Resultados
Melhorou Piorou Não mudou
Percepção docente quanto aos alunos
Frequência às aulas
Conhecimento prévio
Participação nas aulas
Desempenho nas avaliações
Dedicação
Relacionamento e motivação
Relacionamento com a turma
Motivação para lecionar
Atuação Docente
Indicadores
Resultados
Ajuste necessário: qualidade dos alunos inferior aos que ingressaram pelo vestibular UFRJ
Ajuste necessário: qualidade dos alunos superior aos que ingressaram pelo vestibular UFRJ
Ajuste desnecessário: qualidade dos alunos igual aos que ingressaram pelo vestibular UFRJ
Metodologia utilizada nas aulas
Modelos de avaliações utilizados
Fonte: O autor (2017).
3.3 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
É indiscutível que sem informações não existe avaliação. Mas como saber
quais são as informações necessárias, onde e como buscá-las? Entende-se que
esses são os principais desafios para se decidir sobre a escolha de um instrumento
de avaliação e sua construção. De acordo com Elliot, Hildenbrand e Berenger (2012,
p. 13),
Um instrumento de pesquisa ou avaliação consiste no recurso usado para coletar a informação de interesse sobre uma variável, característica, categoria ou dimensão do objeto, ou ainda evidências
40
de indicadores. São os dados coletados pelo instrumento que auxiliam o avaliador ou pesquisador a acompanhar o desenvolvimento do objeto ou fenômeno focalizado, a obter informações mais precisas sobre ele, e a tirar conclusões sobre determinadas características suas.
Dessa forma, considerando os quadros de critérios a serem utilizados no
estudo, optou-se pelo uso de questionário e análise documental como instrumentos
de avaliação. Assim, foram construídos dois questionários, sendo um a ser aplicado
aos candidatos (APÊNDICE A) e outro a ser aplicado aos docentes (APÊNDICE B).
Quanto à análise documental, foi realizada por meio da verificação dos dados
referentes aos alunos e aos cursos de graduação, que constam no Sistema
Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) e no Sistema de Pré-matrícula, ambos da
UFRJ.
3.4 A SELEÇÃO DOS RESPONDENTES E DOS PERÍODOS HISTÓRICOS
Entre o último ano do processo seletivo totalmente realizado sob a
responsabilidade da UFRJ (2009) e o primeiro ano de processo seletivo realizado
exclusivamente pelo SISU (2012), existiram dois anos de adaptação. Isto significou
que, em 2010, quando o processo seletivo foi híbrido, foram utilizadas tanto as notas
das provas do ENEM como as notas das provas da UFRJ para se fazer a
classificação. Em 2011, quando foram utilizados, simultaneamente, o processo do
SISU e o processo gerenciado pela UFRJ, a distribuição das vagas ofertadas ficou
na proporção de 40% para o processo da UFRJ e 60% para o processo do SISU.
Assim sendo, para a realização da análise quantitativa, que visou comparar
aspectos distintos entre os estudantes que ingressaram pelo sistema SISU e os que
ingressaram pelo sistema UFRJ, foram considerados os seguintes períodos
históricos: de 2004 até 2009, quando a seleção foi realizada, exclusivamente, por
meio do processo da UFRJ, e de 2012 até 2017, quando o processo foi feito,
exclusivamente, pelo SISU. Portanto, seis anos ara cada processo.
O processo seletivo realizado em 2010, por ter sido híbrido, não ajudaria a
responder a qualquer das questões avaliativas. Por este motivo, não foi considerado
neste estudo. Quanto ao processo seletivo realizado em 2011, ele foi considerado
no estudo com vistas a uma análise especial na qual se comparou o grupo de
41
estudantes que ingressou via processo SISU com aquele que ingressou pelo
processo UFRJ.
Quanto aos docentes, foram considerados como potenciais respondentes
aqueles que ingressaram na UFRJ antes de 2005 e estavam com o registro ativo até
o início da aplicação dos instrumentos, ou seja, os docentes que lecionaram tanto
para os estudantes que ingressaram por meio do SISU, quanto para os estudantes
que ingressaram por meio do processo UFRJ. Foram identificados 3.031 docentes
que se enquadravam nesse perfil.
Com relação aos candidatos que foram classificados para a UFRJ via SISU,
em todas as chamadas realizadas entre 2012 e 2017, e não se matricularam, foram
identificados 47.395 que se enquadravam na referida categoria.
3.5 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Tendo em vista o grande número de respondentes e a grande diversidade de
respostas esperadas, o questionário aplicado aos estudantes que foram
classificados para a UFRJ e não efetivaram a matrícula foi construído visando a
facilitar o seu preenchimento. Dessa forma, foram estabelecidos sete aspectos,
conforme o
Quadro 5.
Quadro 5 – Aspectos utilizados no instrumento aplicado aos estudantes Aspecto Finalidade
Opção por outro Curso
Para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por terem optado por outra instituição de ensino ou na própria UFRJ, num curso diferente daquele em que não realizou a matrícula na UFRJ.
Opção pelo mesmo Curso
Para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por terem optado por outra instituição de ensino, num curso igual aquele em que não realizou a matrícula na UFRJ.
Problemas de Ordem Financeira
Para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por questões de ordem financeira.
Problemas Estruturais
Para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por questões estruturais, como achar que o Rio de Janeiro é inseguro, achar que as instalações da UFRJ são inadequadas, etc.
Problemas com a Documentação
Para os candidatos que não se matricularam em decorrência da falta de algum documento exigido pelos Editais.
Causas Diversas Para os candidatos que não se matricularam por causas diversas.
Nenhum dos Aspectos Anteriores
Para os candidatos que não encontraram, dentro dos aspectos anteriores, o(s) motivo(s) pelo(s) qual (is) não se matricularam na UFRJ.
Fonte: O autor (2017).
42
À exceção da opção “nenhum dos aspectos anteriores”, para cada aspecto
foram sugeridas diversas opções de respostas fechadas e, em cada um deles, foi
disponibilizada uma opção de resposta aberta, conforme o Quadro 6.
Quadro 6 - Sugestões de respostas, por aspecto
Aspecto Respostas Sugeridas
Opção por Outro Curso
Optei pela 1ª opção (outro curso, da própria UFRJ). Optei pela 1ª opção (outro curso, em outra instituição de ensino do Estado do Rio de Janeiro). Optei pela 1ª opção (outro curso, em outra instituição de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro). Optei pelo curso com Teste de Habilidade Específica (THE) da UFRJ. Optei por outro curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Optei por outro curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Optei por outro curso de instituição de ensino privada de fora do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Optei por outro curso de instituição de ensino privada de fora do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Optei por outro curso em outra instituição pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU. Optei por outro curso de outra instituição de ensino pública de fora do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
Opção pelo
mesmo Curso
Optei pelo curso da 1ª opção (mesmo curso, em outra instituição de ensino do Estado do Rio de Janeiro). Optei pelo curso da 1ª opção (mesmo curso, em outra instituição de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro). Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos. Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos. Optei pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU.
(Continua)
43
(Continuação) Aspecto Respostas Sugeridas
Opção pelo mesmo Curso
Optei pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SISU. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
Problemas de Ordem Financeira
Não tinha condições financeiras de me manter no Rio de Janeiro No dia da matrícula não tinha condições financeiras de me dirigir ao Rio de Janeiro. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
Problemas Estruturais
O índice de criminalidade na cidade do Rio de Janeiro. A insegurança no campus onde o curso é ministrado. O currículo do curso não atende as necessidades do mercado de trabalho. As greves nas universidades federais. A limitação das vagas na residência estudantil (alojamento de estudantes). As instalações físicas inadequadas onde o curso é ministrado. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
Problemas com a Documentação
Não tive condições de comprovar a conclusão do Ensino Médio. Não tive como comprovar a condição de cotista. Realizei a inscrição no SISU como cotista, indevidamente. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
Outras Questões
Fui classificado (a) só para a minha segunda opção e não era o curso que eu realmente desejava. Não sabia que tinha sido classificado (a). Quando soube que tinha sido classificado (a) o dia da matrícula já havia passado. Eu ou outro familiar estava com problemas de saúde. Realizei o ENEM e a inscrição no SISU apenas como teste. Participei do exame apenas para provar que me classificaria para a UFRJ. Curso não desejado. Escolhi a opção tomando como base apenas a linha de corte mostrada pelo SISU no momento da inscrição no processo seletivo. Perda do prazo para a confirmação da matrícula ou inscrição em disciplinas.
(Continua)
44
(Conclusão) Aspecto Respostas Sugeridas
Outras Questões
O horário do trabalho era incompatível com o horário do curso. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
Nenhum dos aspectos anteriores
Outro (Use esta opção para a sua resposta caso não a tenha encontrado em nenhum dos aspectos anteriores).
Fonte: O autor (2017).
O questionário aplicado aos docentes foi construído com o intuito de avaliar a
percepção destes no que se refere à atuação dos alunos, assim como a sua atuação
em sala de aula, seu relacionamento com as turmas e sua motivação para lecionar.
Contou com nove questões fechadas, com a possibilidade de uma resposta aberta
em cada uma delas, e, no final, outra questão aberta, reservada para coletar outros
comentários a respeito do SISU.
A validação técnica desses questionários, bem como a da análise documental
e dos quadros de categorias e indicadores, foi realizada por dois especialistas da
Faculdade Cesgranrio, sendo sugerida a unificação dos três quadros de categorias e
indicadores construídos para os docentes (APÊNDICES C e D).
Quanto à validação de conteúdo, esta foi realizada por dois docentes da
UFRJ, doutores e com vasto conhecimento em acesso e registro dessa IFES
(APÊNDICES E e F).
3.6 APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
Para a aplicação dos questionários, foi construído, com a colaboração de um
especialista em tecnologia da informação da UFRJ, um sistema web denominado
Sistema de Pesquisas Acadêmicas (SIPA). Esse sistema consiste em identificar o
respondente e disponibilizar, por meio de páginas distintas, perguntas e opções de
respostas, com regras previamente estabelecidas por este autor, tanto para os
candidatos, como para os docentes. Após analisar a usabilidade, a segurança, a
objetividade e o tempo de resposta, três analistas de sistemas da UFRJ, todos com
mestrado em Ciências da Computação, fizeram a validação técnica do sistema
(APÊNDICES G e H). Para acessar o sistema era necessário que os respondentes
informassem uma das seguintes chaves: no caso do candidato, o CPF e/ou número
45
de registro no ENEM e/ou nome; e, no caso do docente, o CPF e/ou número de
registro no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (SIAPE) e/ou
nome, conforme Figura 5.
Figura 5 - Tela de identificação do estudante para acesso ao SIPA
Fonte: O autor (2017).
Aos candidatos, foram perguntados os motivos que os levaram a não se
matricular na UFRJ e foram propostos sete aspectos, com diversas opções de
respostas fechadas e uma aberta para cada aspecto. Foi disponibilizada uma tela
especial com as explicações de cada aspecto e sugerida a escolha de um aspecto
para dar a resposta. Também foi informado que eles poderiam usar mais de um
aspecto e marcar uma ou mais respostas do mesmo aspecto, conforme Figuras 6, 7
e 8.
46
Figura 6 - Tela com a pergunta do SIPA
Fonte: O autor (2017).
Figura 7 - Tela de instruções para a pesquisa do SIPA
Fonte: O autor (2017).
47
Figura 8 - Exemplo de resposta a um aspecto da pesquisa
Fonte: O autor (2017).
Nenhum dos aspectos tinha a obrigatoriedade de ser usado e o candidato
respondente poderia ir para o aspecto seguinte, até encontrar o aspecto desejado
ou, se o(s) seu(s) motivo(s) não fosse(m) encontrado(s) nos aspectos propostos,
tinha a opção de usar o último aspecto (NENHUM DOS ASPECTOS ANTERIORES)
e dar a sua resposta, usando até 500 caracteres, em uma única questão aberta,
conforme Figuras 9, 10 e 11.
Figura 9 - Exemplo de resposta a um aspecto não respondido
Fonte: O autor (2017).
48
Figura 10 - Exemplo de resposta para outra opção do aspecto desejado
Fonte: O autor (2017).
Figura 11 - Opção de resposta quando nenhum aspecto atendeu ao motivo real
Fonte: O autor (2017).
49
Aos docentes, foram atribuídas 10 perguntas, dentre as quais três com
opções de respostas fechadas, de caráter obrigatório; seis com várias opções de
respostas fechadas e uma aberta, de caráter obrigatório; e outra aberta, com opção
de resposta facultativa, que visou coletar outros comentários sobre o SISU. As
Figuras 12 e 13 mostram as instruções para responder ao instrumento e um
exemplo de questão.
Figura 12 - Tela de instruções para a pesquisa do SIPA (docentes)
Fonte: O autor (2017).
Figura 13 - Exemplo de questão aos docentes
Fonte: O autor (2017).
50
Numa segunda etapa, foram selecionados 47.384 candidatos que lograram
classificação para a UFRJ, numa ou mais etapas do SISU, entre os anos de 2012 e
2017, e não realizaram a matrícula. Quanto aos docentes, foram selecionados 3.031
que lecionaram antes e após a adesão da UFRJ ao SISU. Para esses respondentes,
foram coletadas, nos sistemas SIGA e Sistema de Pré-matrícula, informações para
inclusão no sistema SIPA, da seguinte forma:
Docentes: nome, número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF),
número de registro no Sistema Integrado de Administração de Pessoal (SIAPE);
curso, unidade de ensino e centro universitário de origem.
Candidatos classificados e não matriculados: nome, número de inscrição no
Cadastro de Pessoa Física (CPF), número de inscrição no ENEM, endereço
eletrônico, edição de participação no SISU, curso, turno e polo de classificação,
modalidade de acesso (ampla concorrência ou ação afirmativa), Unidade Federativa
de origem, tipo de instituição do ensino médio (pública federal, púbica estadual ou
privava), Unidade Federativa e Município da instituição do ensino médio, sexo, data
de nascimento, ano da conclusão do ensino médio, tipo de deficiência (quando for o
caso) e notas obtidas no ENEM.
Apenas parte dessas informações foi considerada para a realização do
presente estudo; as demais ficarão à disposição da administração da UFRJ para a
realização de outros estudos na mesma área.
Na terceira etapa, 1.000 candidatos e 100 docentes foram convidados a
participar do pré-teste, através de mensagens enviadas via e-mail institucional da
UFRJ. Junto à mensagem, além da descrição do trabalho a ser desenvolvido e de
seu objetivo, foi disponibilizado o endereço eletrônico [email protected],
para que o respondente pudesse fazer contato direto com o autor deste trabalho.
Dos e-mails enviados, 387 dos candidatos e nove dos docentes retornaram por não
terem sido reconhecidos. Atenderam à solicitação e participaram do pré-teste 220
candidatos e 10 docentes e, após análise das respostas e das mensagens enviadas
pelos respondentes através do endereço eletrônico [email protected], foi
verificado que o questionário disponibilizado aos docentes não necessitou ser
alterado. Entretanto, no que se refere ao questionário dos candidatos, observou-se a
necessidade das seguintes modificações:
a) Inclusão de mais quatro itens de resposta no aspecto 7 (outros aspectos), o
que proporcionou maior facilidade nas análises das questões abertas;
51
b) Modificação nas instruções de acesso ao sistema; e
c) Modificação nas instruções de preenchimento do questionário.
Numa quarta etapa, foram enviados, a 46.384 candidatos (APÊNDICE I) e
2.931 docentes (APÊNDICE J), convites para participar da pesquisa, com o prazo de
10 dias para a resposta. Também nesta etapa, o endereço eletrônico
[email protected] foi disponibilizado e, para facilitar o acesso ao sistema, na
mensagem enviada aos candidatos, foram informados a edição e o número de
inscrição no ENEM aos quais a pesquisa se referia. Durante a aplicação dos
instrumentos, foram recebidas 332 mensagens, através do e-mail
[email protected], com pedidos de instruções, agradecimentos e elogios,
dentre outros, e todas foram prontamente respondidas.
Após o encerramento do prazo para as respostas, o sistema foi inabilitado e
foram observadas as participações de 6.437 candidatos (13,58%) e 189 docentes
(6,24 %).
3.7 COLETA E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
No que se refere à aplicação dos questionários, cujo objetivo foi obter
informações para subsidiar as respostas à primeira questão avaliativa, a coleta e a
organização dos dados foram feitas em duas etapas. A primeira visou à organização
das respostas fechadas, expressando-as em planilhas eletrônicas do aplicativo
Excel, e a segunda visou a organização das respostas abertas consolidando-as em
arquivos do aplicativo Word, devidamente separadas pelos perfis “candidatos“ e
“professores”. Estes procedimentos visaram preparar as informações coletadas para
a realização das análises.
Com o intuito de evitar vieses que poderiam comprometer o estudo, era de
suma importância uma escolha bem feita da amostra a ser usada na análise
documental, bem como estabelecer regras para a coleta dos dados no banco de
dados da UFRJ a fim de que esses pudessem subsidiar, de fato, as análises
necessárias às respostas das segunda e terceira questões avaliativas propostas
neste estudo. Desta forma, foram planejadas e executadas as seguintes ações:
a) Foram definidos os critérios para determinar a amostra ideal, verificando
quando foi realizado o último processo seletivo exclusivamente pela UFRJ, assim
como quando foram realizados o primeiro e o último processos seletivos
52
exclusivamente pelo SISU. Foi identificado que o último processo seletivo da UFRJ
ocorreu no ano de 2009 e que o primeiro e o último processos seletivos do SISU
ocorreram em 2012 e 2017. Com as informações sobre os períodos de realização
dos processos seletivos, coube determinar quais edições dos processos seriam
consideradas para o estudo.
b) Para determinar essas edições dos processos seletivos, foi necessária a
verificação dos prazos normal e máximo estabelecidos, como duração de cada
curso. No caso dos estudantes ingressantes pelo processo UFRJ, não haveria
problemas, posto que qualquer edição considerada atenderia aos objetivos sem o
risco de vieses. Entretanto, no caso dos estudantes ingressantes pelo processo
SISU, foi necessária a identificação dos cursos com duração normal maior ou igual
há 12 semestres (tempo decorrido entre a primeira e a última edição do SISU) para
que as análises da conclusão e retenção não ficassem prejudicadas. Foi identificado
que, à exceção do curso de Medicina, que tem a duração normal igual a 12
semestres, todos os demais cursos têm a duração normal menor que 12 semestres.
Assim sendo, para o presente estudo, foram considerados os seguintes processos
seletivos: 2004, realizado pela UFRJ e 2012, realizado pelo SISU, além do processo
seletivo realizado em 2011, que foi híbrido, com a participação da UFRJ e do SISU.
c) Definidas as edições dos processos a serem usados no estudo, foram
determinados os critérios que definissem alunos retidos, alunos evadidos e alunos
concluintes, além do desempenho acadêmico. Para solucionar a questão, em
primeiro lugar, ficou definido que a situação da matrícula a ser considerada seria a
do período seguinte ao último período da duração normal do curso ou, caso o curso
ainda não tivesse atingido a duração normal, seria considerada a situação da
matricula no último período existente no histórico escolar do aluno. Numa segunda
etapa, foi definida a correlação entre a situação da matrícula do aluno com o grupo
(conclusão, retenção e evasão), ficando definido o que se encontra no Quadro 7.
Para o desempenho acadêmico, considerou-se o Coeficiente de Rendimento
Acumulado pelo aluno (CRA) no último período do histórico escolar.
d) A Lei Federal nº 12.711/2012, que instituiu ações afirmativas com reserva
de vagas ofertadas pelas instituições federais de ensino, entrou em vigor em 2013,
portanto, apena um ano após a adesão da UFRJ ao SISU. Este fato poderia interferir
nos resultados deste estudo, causando, inclusive, a sua descaracterização. Assim,
tornou-se imprescindível a verificação dos índices de evasão, retenção e conclusão
53
de curso, bem como o desempenho acadêmico dos estudantes que ocuparam vagas
destinadas às ações afirmativas e compará-los com os índices e desempenho dos
estudantes que ocuparam vagas destinadas à ampla concorrência.
Quadro 7 – Situação de matrícula
Grupo Situação da Matrícula
Conclusão Cancelada por conclusão de curso
Evasão
Cancelada por abandono Cancelada por abandono definitivo Cancelada por rendimento escolar insuficiente Cancelada por transferência Cancelada por ultrapassar prazo de integralização Cancelamento a pedido Cancelamento definitivo por decisão do CEG Cancelamento por decisão judicial Cancelamento por descumprimento a Lei Nº 12.089 de 11/11/2009 Cancelamento por opção de curso Cancelamento por opção de instituição Cancelamento por sanção disciplinar Cancelada por outros motivos Cancelamento por ultrapassagem do prazo máximo de trancamento
Retenção
Aluno em Intercâmbio Aluno em Mobilidade Acadêmica Ativa Rematrícula por ativação do segmento referente via alteração de grau e frequência. Rematrícula por decisão judicial Rematrícula por destrancamento automático Rematrícula por destrancamento ou descancelamento Trancada Trancamento automático Trancamento Solicitado
Fonte: O autor (2017).
54
4 RESULTADOS E ANÁLISES DAS RESPOSTAS
Como mencionado anteriormente, os resultados foram obtidos por meio de
diferentes procedimentos de coleta. Neste Capítulo, esses procedimentos foram
tratados separadamente, usando-se as análises quantitativa e textual. Eles são
apresentados em diferentes seções, cuja ordenação foi estabelecida em
consonância com as questões avaliativas, seguindo a sequência:
(a) Motivos que levaram os candidatos a não se matricularem na UFRJ.
(b) Percepção dos docentes a respeito da transição do processo seletivo
UFRJ para o processo seletivo SISU.
(c) Evasão primária antes e após a adesão da UFRJ ao SISU.
(d) Evasão secundária15 após a adesão da UFRJ ao do SISU.
(e) Desempenho dos alunos antes e após a adesão da UFRJ ao SISU.
(f) Evasão, retenção e conclusão de curso antes e após a adesão da UFRJ
ao SISU.
(g) Desempenho, evasão, retenção e conclusão de curso em uma turma com
ingressantes meio dos processos seletivos UFRJ e SISU (processo seletivo de
2011).
(h) Ações Afirmativas X Ampla Concorrência.
4.1 MOTIVOS QUE LEVARAM OS CANDIDATOS A NÃO SE MATRICULAREM NA UFRJ
4.1.1 Resultados das análises quantitativas
Dos 47.384 candidatos convidados a participar do trabalho, 6.437 atenderam
ao convite, preencheram o questionário e declararam o(s) motivo(s) de não
realizarem a matrícula, dentre aqueles sugeridos no instrumento, conforme Quadros
8 e 9, ou por meio de respostas abertas, quando a relação de motivos propostos não
atendia ao seu caso.
15 Evasão secundária - Desistência decorrente da classificação de um mesmo candidato nas duas
edições do processo seletivo do mesmo ano.
55
Quadro 8 - Descrição dos aspectos propostos
Aspecto Descrição
Opção por outro Curso
Para os candidatos que se matricularam em outra instituição de ensino ou na própria UFRJ, em um curso diferente daquele em que não realizou a matrícula na UFRJ.
Opção pelo mesmo Curso
Para os candidatos que se matricularam em outra instituição de ensino, num curso igual aquele em que não realizou a matrícula na UFRJ.
Problemas de ordem Financeira
Para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por questões de ordem financeira.
Problemas Estruturais
Para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por questões estruturais, como achar que o Rio de Janeiro é inseguro, achar que as instalações da UFRJ são inadequadas, etc.
Problemas com a Documentação
Para os candidatos que não se matricularam em decorrência da falta de algum documento exigido pelo Edital.
Outras Questões
Para os candidatos que não se matricularam por outras questões, como ter sido classificado apenas para o curso de sua segunda opção, ter participado do SISU apenas como teste, não saber que tinha sido classificado, problemas de saúde, curso escolhido pela linha de corte do SISU, perda do prazo para a matrícula, horário do curso incompatível com o do trabalho e participação no processo apenas para provar a capacidade de ser aluno da UFRJ.
Nenhum dos Aspectos Anteriores
Para os candidatos que não encontraram, dentro dos aspectos anteriores, o(s) motivo(s) pelo(s) qual (is) não se matricularam na UFRJ.
Fonte: O autor (2017).
Quadro 9 - Descrição das opções de respostas propostas vinculadas aos aspectos
Opção por outro Curso
P1_1 Optou pela 1ª opção (outro curso, da própria UFRJ). P1_2 Optou pela 1ª opção (outro curso, em outra instituição de ensino do RJ). P1_3 Optou pela 1ª opção (outro curso, em outra instituição de ensino de fora do RJ). P1_4 Optou pelo curso com Teste de Habilidade Específica (THE) da UFRJ. P1_5 Optou por outro curso em instituição privada de ensino do RJ, com bolsa de
estudos. P1_6 Optou por outro curso em instituição privada de ensino do RJ, sem bolsa de
estudos. P1_7 Optou por outro curso de instituição de ensino privada de fora do RJ, com bolsa de
estudos. P1_8 Optou por outro curso de instituição de ensino privada de fora do RJ, sem bolsa de
estudos. P1_9 Optou por outro curso em outra instituição pública de ensino do RJ, não participante
do SISU. P1_10 Optou por outro curso de outra instituição de ensino pública de fora do RJ, não
participante do SISU. (Continua)
56
(Conclusão) Opção pelo mesmo Curso
P2_1 Optou pelo curso da 1ª opção (mesmo curso, em outra instituição de ensino do RJ). P2_2 Optou pelo curso da 1ª opção (mesmo curso, em outra instituição de ensino de fora
do RJ). P2_3 Optou pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do RJ, com bolsa de
estudos. P2_4 Optou pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do RJ, sem bolsa de
estudos. P2_5 Optou pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do RJ, com bolsa
de estudos. P2_6 Optou pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do RJ, sem bolsa
de estudos. P2_7 Optou pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino do RJ, não
participante do SISU. P2_8 Optou pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino de fora do RJ, não
participante do SISU. Problemas de Ordem Financeira
P3_1 Não tinha condições financeiras de se manter no Rio de janeiro. P3_2 No dia da matrícula não tinha condições financeiras se dirigir ao Rio de Janeiro.
Problemas Estruturais
P4_1 O índice de criminalidade na cidade do Rio de Janeiro. P4_2 A insegurança no campus onde o curso é ministrado. P4_3 O currículo do curso não atende as necessidades do mercado de trabalho. P4_4 As greves nas universidades federais P4_5 A limitação das vagas na residência estudantil (alojamento de estudantes). P4_6 As instalações físicas inadequadas onde o curso é ministrado.
Problemas com a Documentação
P5_1 Não teve condições de comprovar a conclusão do Ensino Médio. P5_2 Não teve como comprovar a condição de cotista. P5_3 Realizou a inscrição no SISU como cotista, indevidamente.
Outras Questões
P6_1 Classificado só para a segunda opção e não era o curso que realmente desejava. P6_2 Não sabia que tinha sido classificado (a). P6_3 Quando soube que tinha sido classificado (a) o dia da matrícula já havia passado. P6_4 O candidato ou outro familiar estava com problemas de saúde. P6_5 Realizou o ENEM e a inscrição no SISU apenas como teste. P6_6 Participou do processo apenas para provar que se classificaria para a UFRJ. P6_7 Curso não desejado. Escolheu a opção tomando como base apenas a linha de corte
mostrada pelo SISU no momento da inscrição no processo seletivo.
P6_8 Perda do prazo para a confirmação da matrícula ou inscrição em disciplinas. P6_9 O horário do trabalho era incompatível com o horário do curso.
Nenhum dos Aspectos Anteriores
P7_1 Descreva no quadro abaixo, utilizando até 500 caracteres, o(s) motivo (s) que te levou (levaram) a não se matricular.
Fonte: O autor (2017).
57
Cabe esclarecer que P (1, 2, 3...) refere-se à pergunta e que o número em
seguida diz respeito ao item em avaliação.
Na tabulação dos dados coletados, observa-se, a partir da Tabela 6, uma
tendência à evolução crescente no índice de respondentes, do processo seletivo
mais antigo para o mais novo.
Tabela 6 - Distribuição da frequência dos respondentes por edição do SISU
Ano 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Edição 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 Respon-dentes
convidados 4625 4958 4251 1537 3843 5209 3795 4341 3296 4430 2558 4541
Respon-dentes
participantes 525 540 501 201 458 662 499 620 465 695 439 832
Percentual de partici-
pantes 11,4 10,9 11,8 13,1 11,9 12,7 13,1 14,3 14,1 15,7 17,2 18,3
Fonte: O autor (2017). A Tabela 7 apresenta, em números absolutos e percentuais, o quantitativo de
respostas obtidas, por aspecto, onde pode ser observada uma maior incidência nas
respostas ao aspecto “Problemas estruturais”, no qual se concentram questões
como: o índice de criminalidade na cidade do Rio de Janeiro; a insegurança no
campus onde o curso é ministrado; o currículo do curso não atende as necessidades
do mercado de trabalho; as greves nas universidades federais; a limitação das
vagas na residência estudantil (alojamento de estudantes); e as instalações físicas
inadequadas onde o curso é ministrado.
Tabela 7 - Demonstrativo da frequência das respostas por aspecto Aspecto Respostas %
Problemas estruturais 6107 25,1
Outras questões 4651 19,1
Opção por outro curso 4087 16,8
Problemas de ordem financeira 4075 16,7
Opção pelo mesmo curso 3619 14,9
Problemas com a documentação 1321 5,4
Nenhum dos aspectos anteriores 473 1,9 Fonte: O autor (2017).
58
A Tabela 8 apresenta, em números absolutos e percentuais, o quantitativo de
respostas obtidas por item, à exceção dos itens com respostas abertas, que serão
comentados posteriormente, no momento das análises qualitativas. Observa-se que
houve respostas para todos os itens e uma maior incidência nas respostas para os
itens que envolvem finanças e segurança.
Tabela 8 - Demonstrativo da frequência das respostas por item
item Descrição reduzida do item Respostas %
P1-1 Optou p/ outro curso da UFRJ 284 1,5 P1-2 Optou p/ outro curso de outra IES do RJ 549 2,9 P1-3 Optou p/ outro curso de outra IES de fora do RJ 922 4,9 P1-4 Optou pelo curso com THE da UFRJ 23 0,1 P1-5 Optou p/ outro curso em IES privada do RJ, com bolsa 291 1,5 P1-6 Optou p/ outro curso em IES privada do RJ, sem bolsa 101 0,5 P1-7 Optou p/ outro curso em IES privada fora do RJ, com bolsa 263 1,4 P1-8 Optou p/ outro curso em IES privada fora do RJ, sem bolsa 130 0,7 P1-9 Optou p/ outro curso em IES pública do RJ, fora do SISU 141 0,7 P1-10 Optou p/ outro curso em IES pública fora do RJ, fora do SISU 477 2,5 P2-1 Optou p/ mesmo curso em outra IES do RJ 463 2,4 P2-2 Optou p/ mesmo curso em outra IES fora do RJ 945 5,0 P2-3 Optou p/ mesmo curso em IES privada do RJ, com bolsa 231 1,2 P2-4 Optou p/ mesmo curso em IES privada do RJ, sem bolsa 86 0,5 P2-5 Optou p/ mesmo curso em IES privada de fora do RJ, com bolsa 219 1,2 P2-6 Optou p/ mesmo curso em IES privada de fora do RJ, sem bolsa 99 0,5 P2-7 Optou p/ outro curso em IES pública do RJ, fora do SISU 174 0,9 P2-8 Optou p/ outro curso em IES pública fora do RJ, fora do SISU 537 2,8 P3-1 Não tinha condições financeiras de se manter no RJ 2293 12,1 P3-2 Não tinha condições financeiras para ir fazer matrícula 936 4,9 P4-1 O índice de criminalidade na cidade do Rio de Janeiro 1946 10,3 P4-2 A insegurança no campus onde o curso é ministrado 1181 6,2 P4-3 O currículo do curso não atende ao mercado 155 0,8 P4-4 As greves nas universidades federais 933 4,9 P4-5 A limitação das vagas no alojamento de estudantes 961 5,1 P4-6 Instalações físicas inadequadas onde o curso é ministrado 324 1,7 P5-1 Não comprovou a conclusão do Ensino Médio 240 1,3 P5-2 Não comprovou a condição de cotista 103 0,5 P5-3 Fez a inscrição para vaga de cotista, indevidamente 40 0,2 P6-1 Classificado só para a 2ª opção. Curso não desejado 650 3,4 P6-2 Não sabia que tinha sido classificado (a) 485 2,6 P6-3 Soube da classificação só depois da matrícula 256 1,3
(Continua)
59
(Conclusão) item Descrição reduzida do item Respostas %
P6-4 Problemas de saúde com o candidato ou familiar 138 0,7 P6-5 Realizou o concurso apenas como teste 582 3,1 P6-6 Participou só para provar que se classificaria para a UFRJ 691 3,6 P6-7 Segunda opção escolhida só para garantir a classificação 634 3,3 P6-8 Perda do prazo para realizar a matrícula 199 1,0 P6-9 Horário do trabalho era incompatível com o do curso 296 1,6
Fonte: O autor (2017).
Observa-se, a partir da Tabela 9, os 10 motivos pelos quais os candidatos
classificados para a UFRJ não realizaram a matrícula, com maiores indicações.
Verifica-se que 33,5%, portanto 1/3 das respostas obtidas estão associadas às
questões financeiras e de segurança. Também se destaca a limitação de vagas nas
residências estudantis com 5,1% das respostas. Certamente, esse motivo contribuiu
de forma significativa para justificar o elevado número de respostas obtidas no item
P3-1. Percebe-se que a questão regional também tem influência importante na
decisão do candidato em não se matricular na UFRJ, pois os itens P2-2 e P1-3,
somados, representam quase 10% das respostas. As greves verificadas nas
universidades federais também aparecem em destaque. Mas nesse caso, quando
uma greve ocorre, ela se dá em nível nacional, o que nos leva a inferir que esta não
é uma questão que envolve, especificamente, a UFRJ. Portanto, este fator não há
de se considerar para a análise de impacto. A inclusão dos itens P6-6 e P6-1 no
ranking, certamente está associada ao modelo de inscrição no processo seletivo do
SISU no qual, durante o processo de inscrição, o candidato pode escolher duas
opções, em que a primeira, normalmente, é a desejada, de fato, e a segunda, quase
sempre, é a opção na qual o candidato tem, praticamente, a certeza de que será
classificado, pois o sistema mostra, no momento da inscrição, a sua posição na linha
de corte para a opção pleiteada, considerando as inscrições realizadas até às 24:00
horas do dia anterior, quando é feita a atualização pelo sistema, e o candidato pode
fazer alterações na opção escolhida até o último minuto do prazo estabelecido para
o encerramento do processo.
60
Tabela 9 - Os 10 maiores motivos pelos quais os candidatos classificados para a UFRJ não realizaram a matrícula
Nº do item
Descrição reduzida do item Respostas %
P3-1 Não tinha condições financeiras de se manter no RJ 2293 12,1 P4-1 O índice de criminalidade na cidade do Rio de Janeiro 1946 10,3 P4-2 A insegurança no campus onde o curso é ministrado 1181 6,2 P4-5 A limitação das vagas no alojamento de estudantes 961 5,1 P2-2 Optou p/ mesmo curso em outra IES fora do RJ 945 5,0 P3-2 Não tinha condições financeiras para ir fazer matrícula 936 4,9 P4-4 As greves nas universidades federais 933 4,9 P1-3 Optou p/ outro curso de outra IES de fora do RJ 922 4,9 P6-6 Participou só para provar que se classificaria para a UFRJ 691 3,6 P6-1 Classificado só para a 2ª opção. Curso não desejado 650 3,4
Fonte: O autor (2017).
Na Tabela 10, são observados os 10 motivos pelos quais os candidatos
classificados para a UFRJ não realizaram a matrícula, com menores indicações.
Verifica-se que a opção pela instituição privada é irrelevante e, quando ocorre, o
candidato migra de uma classificação de segunda opção, que não era de seu
interesse, ou seja, era a opção feita com base na linha de corte, como descrito nos
comentários relativos à Tabela 9. Este fato pode ser comprovado a partir da Tabela
11, que descreve as opções de classificação dos candidatos que migraram para
instituições privadas.
Tabela 10 - Os 10 menores motivos pelos quais os candidatos classificados para a UFRJ
não realizaram a matrícula
Nº do item
Descrição reduzida do item Respostas %
P1-4 Optou pelo curso com THE da UFRJ 23 0,1 P5-3 Fez a inscrição para vaga de cotista, indevidamente 40 0,2 P1-6 Optou p/ outro curso em IES privada do RJ, sem bolsa 101 0,5 P2-4 Optou p/ mesmo curso em IES privada do RJ, sem bolsa 86 0,5
P2-6 Optou p/ mesmo curso em IES privada fora do RJ, sem bolsa 99 0,5
P5-2 Não comprovou a condição de cotista 103 0,5 P1-8 Optou p/ outro curso em IES privada fora do RJ, sem bolsa 130 0,7 P1-9 Optou p/ outro curso em IES pública do RJ, fora do SISU 141 0,7 P6-4 Problemas de saúde com o candidato ou familiar 138 0,7 P4-3 O currículo do curso não atende ao mercado 155 0,8
Fonte: O autor (2017).
61
Tabela 11 – Opção dos candidatos que migraram para instituições privadas
Nº do item Descrição reduzida do item Opção de
classificação
P1-6 Optou p/ outro curso em IES privada do RJ, sem bolsa 2ª P2-4 Optou p/ mesmo curso em IES privada do RJ, sem bolsa 2ª P2-6 Optou p/ mesmo curso em IES privada fora do RJ, sem bolsa 2ª P1-8 Optou p/ outro curso em IES privada fora do RJ, sem bolsa 2ª
Fonte: O autor (2017).
4.1.2 Resultados da análise textual e temática
Na aplicação do instrumento que buscou os motivos que levaram os
candidatos a não se matricularem na UFRJ, foram observadas 473 respostas ao
item P7-1, reservado aos respondentes que não encontraram nos itens propostos
qualquer resposta que descrevesse o seu real motivo para não se matricular.
Desses 473 respondentes, observou-se que 328 já tinham usado um ou mais itens
de repostas. Portanto, apenas 145 respondentes usaram o item corretamente. Dos
328 candidatos que já tinham usado um ou mais itens de repostas, 286
simplesmente transcreveram a(s) resposta(s) que já haviam dado em um ou mais
itens, ou usaram o item para fazer comentários e elogios a respeito do trabalho.
Entretanto, 42 respondentes, apesar de também usarem o item para fazer
comentários e elogios, fizeram relatos considerados importantes para a análise
qualitativa da pesquisa. Em um primeiro momento, considerou-se que houve um erro
na construção das regras de negócio do SIPA, que deveria vedar o preenchimento
do item P7-1 quando o respondente já havia usado um ou mais itens do instrumento.
Entretanto, aquilo que seria um erro de concepção acabou por ajudar ao trabalho,
pois os comentários observados não só contribuíram para responder às questões
avaliativas, como também poderão servir como subsídios na adoção de ações para
o aperfeiçoamento da logística usada no atual modelo de acesso aos cursos de
graduação da UFRJ. Além do questionário, também foram recebidas mensagens por
meio do endereço eletrônico [email protected], disponibilizado aos
respondentes no período de aplicação do instrumento, que foram usadas nesta
análise.
Observou-se que, também nas respostas abertas, os temas que envolvem
segurança, finanças e distância entre a residência do candidato e os campi da UFRJ
aparecem com maior frequência. Relatos importantes foram observados e
62
transcritos, na íntegra, com as percepções descritas nas considerações e
recomendações.
Respondente A, por meio do instrumento - “Minha chamada ocorreu na
sétima convocação da lista de espera. Até a quinta chamada da lista de espera,
aparecia em destaque a informação de nova chamada para o candidato acompanhar
a notícia. Entre a sexta, e a oitava, não havia a notícia em destaque na página
principal da instituição. Nem mesmo um contato por chamada ou, e-mail informando
a vaga o que impediu minha matrícula”.
O Respondente A atribui a não realização da matrícula à mudança na rotina
de publicações das chamadas através do portal da Comissão Executiva de Acesso
da UFRJ e a falta de comunicação durante o processo seletivo.
Respondente B, por meio do instrumento - “Dois amigos meus, quando
foram chamados receberam email de vocês. Eu estava bem perto na lista de espera
e fiquei aguardando o email que nunca chegou. Quando soube que havia sido
chamado, a data para a matrícula á tinha passado. Gostaria de saber se eu ainda
posso reaver minha vaga já que foi uma falha da universidade e não minha”.
Entende-se que o Respondente B, assim como o Respondente A, atribuiu a
não realização da matrícula à mudança na rotina das chamadas. Entendeu, após
saber que seus amigos foram convocados por meio de mensagens recebidas da
UFRJ, que as chamadas eram realizadas através de envios de e-mail.
Respondente C, por meio do endereço eletrônico - “Senhor Roberto e não
rebi nenhum comunicado dizendo que fui classificada. Por favor me ajude! eu
preciso e quero estudar engenharia, minha vaga foi tirada de mim injustamente...”
A Respondente C só tomou conhecimento de que havia sido classificada
para a UFRJ quando recebeu o e-mail com o convite para participar deste trabalho,
e também atribuiu a não realização da matrícula à falta de comunicação da UFRJ.
Respondente D, por meio do endereço eletrônico - Primeira mensagem
enviada: “Como assim não me matriculei na UFRJ? Eu não passei para a UFRJ!”
Segunda mensagem enviada e recebida 12 minutos após a primeira: “Eu passei sim!
Tô vendo aqui no site. Eu não recebi nenhum comunicado. Por favor, como faço
para reaver a minha vaga. Preciso muito estudar na UFRJ!”.
A Respondente D também só tomou conhecimento de que havia sido
classificada para a UFRJ quando recebeu o e-mail com o convite para participar da
pesquisa e também alega problemas com a comunicação da UFRJ.
63
Respondente E, por meio do instrumento - “Sou morador da Maré. No dia
estava tendo operação da PMERJ e BOPE. Por questão de segurança não pude ir.
Fui no dia seguinte ao DRE e me informaram que não tinha o que fazer”.
O Respondente E atribuiu a não realização da matrícula ao problema de
insegurança no Rio de Janeiro.
Respondente F, por meio do instrumento - “O SISU é bom pq dá
oportunidade aos estudantes de outras regiões do país buscar as melhores
universidades, mas como o governo não faz a parte dele, dando condições de
moradia a que vem de longe, não adianta nada. Acaba não passando de um sonho
frustrado”.
Entende-se que o Respondente F atribuiu a não realização da matrícula à
falta de residências estudantis e declara entender que o SISU é bom por ser mais
democrático que o sistema de seleção isolado, mas não é completo, pois as
universidades não estão preparadas para receber os alunos de outros estados.
Respondente G, por meio do instrumento - “Fiz o concurso só para mostrar
aos meus amigos que a UFRJ para mim não é bicho de sete cabeças. Já estudo em
outra universidade no interior de São Paulo”.
O Respondente G nunca teve a intenção de estudar na UFRJ. A flexibilidade
do sistema de inscrição do SISU o levou a participar da seleção apenas para
satisfação do seu ego.
Respondente H, por meio do instrumento - “Meu sonho era fazer medicina na
UFRJ, mas só consegui passar para a segunda opção e não me interessei pela
vaga”.
O Respondente H é um dos candidatos que escolheram a segunda opção de
curso usando a linha de corte feita pelo sistema de inscrição do SISU.
4.2 PERCEPÇÃO DOS DOCENTES A RESPEITO DA TRANSIÇÃO DO PROCESSO SELETIVO UFRJ PARA O PROCESSO SELETIVO SISU
4.2.1 Resultados das análises quantitativas
Para responder ao instrumento que buscou identificar a percepção dos
docentes a respeito da transição do processo seletivo UFRJ para o processo
seletivo SISU, foram convidados 3.031 docentes que se enquadravam no perfil
exigido pelo estudo, ou seja, docentes que ministraram aulas para estudantes que
64
ingressaram na UFRJ, tanto pelo processo seletivo gerenciado pelo SISU, como
pelo processo de seleção próprio da UFRJ. Destes, 189 atenderam ao convite.
O instrumento foi composto por nove questões de respostas obrigatórias e
uma de resposta facultativa. As duas primeiras questões foram de respostas
dicotômicas, onde o respondente optava por “sim” ou “não”, e, caso optasse pelo
“sim”, era obrigado a justificar a resposta. As perguntas foram as seguintes:
Pergunta 1 - “Após a adesão da UFRJ ao SISU, no que se refere ao perfil dos
estudantes, você observou alguma diferença que te levou a modificar a metodologia
utilizada nas aulas?”
Pergunta 2 - “Após a adesão da UFRJ ao SISU, no que se refere ao perfil dos
estudantes, você observou alguma diferença que te levou a modificar o modelo de
avaliação?”
No Gráfico 1, observa-se o julgamento feito pelos docentes. Percebe-se que,
no que se refere à primeira questão, 66,7% responderam que não mudaram a
metodologia usada nas aulas e 33,3% responderam que mudaram. Quanto à
segunda questão, 71,4% responderam que não modificaram o modelo de avaliação,
enquanto 28,6% responderam que modificaram. As justificativas apresentadas pelos
respondentes que disseram ter modificado o modelo de avaliação são comentadas
na análise textual e temática desta seção.
Gráfico 1 – Julgamentos dos docentes - perguntas 1 e 2
Fonte: O autor (2017).
66,770,9
33,3
28,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Pergunta 1 Pergunta 2
Perc
en
tual
NÃO SIM
65
Nas terceira e quarta perguntas, foram disponibilizadas três opções de
respostas, a saber: Melhorou, Piorou e Não mudou. O docente foi obrigado a optar
por uma das respostas e, se desejasse, poderia fazer comentários sobre a sua
resposta. As perguntas foram as seguintes:
Pergunta 3 – “Como você avalia a sua relação com as turmas, após a adesão
da UFRJ ao SISU?”
Pergunta 4 – “Considere a sua motivação para lecionar, após a adesão da
UFRJ ao SISU, e assinale uma das opções abaixo”.
No Gráfico 2, observa-se o julgamento feito pelos docentes. Percebe-se que,
no que se refere à terceira questão, 16,29% responderam que a sua relação com as
turmas melhorou; 11,24% responderam que piorou; enquanto 72,47% afirmaram que
não mudou. Do total dos respondentes, 17,39% justificaram a sua resposta. Quanto
à quarta questão, 19,02% responderam que a sua motivação para lecionar
melhorou; 13,04% responderam que piorou; enquanto 67,93% afirmaram que não
mudou. Do total dos respondentes, 17,39% justificaram a sua resposta. Os
comentários apresentados por esses respondentes são interpretados na análise
textual e temática desta seção.
Gráfico 2 – Julgamentos dos docentes - perguntas 3 e 4
Fonte: O autor (2017).
16,2919,02
11,24 13,04
72,4767,93
23,60
17,39
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Pergunta 3 Pergunta 4
Perc
en
tual
Melhorou Piorou Não mudou Comentários
66
Da quinta até a nona pergunta foram disponibilizadas quatro opões de
repostas, a saber: Melhorou; Piorou; Não mudou; e Não observado. O docente tinha
de optar por uma das respostas e, se desejasse, poderia fazer comentários sobre a
mesma. As perguntas foram as seguintes:
Pergunta 5 - “Como você avalia a frequência às aulas dos alunos, após a
adesão da UFRJ ao SISU?”
Pergunta 6 - “Como você avalia o conhecimento prévio dos alunos, após a
adesão da UFRJ ao SISU?”
Pergunta 7 - “Como você avalia a participação nas aulas dos alunos, após a
adesão da UFRJ ao SISU?”
Pergunta 8 - “Como você avalia o desempenho nas avaliações dos alunos,
após a adesão da UFRJ ao SISU?”
Pergunta 9 - “Como você avalia a dedicação dos alunos, após a adesão da
UFRJ ao SISU?”
No Gráfico 3, observa-se o julgamento feito pelos docentes. Percebe-se que,
no que se refere à quinta questão, 6,52% responderam que, após a adesão da
UFRJ ao SISU, a frequência dos alunos às aulas melhorou; 38,04% responderam
que piorou; 38,59% responderam que não mudou; enquanto 16,85% afirmaram que
não observaram. Do total dos respondentes, 16,85% justificaram a sua resposta.
Quanto à sexta questão, 5,43% responderam que, após a adesão da UFRJ ao SISU,
o conhecimento prévio dos alunos melhorou; 46,74% responderam que piorou;
32,61% responderam que não mudou; enquanto 15,22% afirmaram que não
observaram. Do total dos respondentes, 25% justificaram a sua resposta. No que
tange à sétima questão, 18,18% responderam que, após a adesão da UFRJ ao
SISU, a participação dos alunos nas aulas melhorou; 25,67% responderam que
piorou; 47,73% responderam que não mudou; enquanto 6,42% afirmaram que não
observaram. Do total dos respondentes, 13,90% justificaram à sua resposta. Em
relação à oitava questão, 7,10% responderam que, após a adesão da UFRJ ao
SISU, o desempenho dos alunos nas aulas melhorou; 37,16% responderam que
piorou; 49,73% responderam que não mudou; enquanto 6,01% afirmaram que não
observaram. Do total dos respondentes, 16,39% justificaram à sua resposta. Quanto
à nona questão, 12,97% responderam que, após a adesão da UFRJ ao SISU, a
dedicação dos alunos melhorou; 31,89% responderam que piorou; 48,65%
67
responderam que não mudou; enquanto 6,49% afirmaram que não observaram. Do
total dos respondentes, 15,68% justificaram a sua resposta.
Os comentários apresentados pelos respondentes são julgados na análise
textual e temática desta seção.
Gráfico 3 – Julgamentos dos docentes - perguntas 5 a 9
Fonte: O autor (2017).
A questão 10, de resposta facultativa, teve por objetivo coletar outros
comentários a respeito da adesão da UFRJ ao SISU. Houve 71 respostas.
4.2.2 Resultados da análise textual e temática
Na aplicação do instrumento que buscou identificar a percepção dos docentes
a respeito da transição do processo seletivo UFRJ para o processo seletivo SISU,
que contou com a participação de 189 respondentes, foram observados 63
comentários relacionados à alterações na metodologia utilizada nas aulas; 54
relacionados à modificação no modelo de avaliação; 42 relacionadas à relação do
15,68
16,39
13,90
25,00
16,85
6,49
6,01
6,42
15,22
16,85
48,65
49,73
49,73
32,61
38,59
31,89
37,16
25,67
46,74
38,04
12,97
7,10
18,18
5,43
6,52
0 10 20 30 40 50 60
Pergunta 9
Pergunta 8
Pergunta 7
Pergunta 6
Pergunta 5
Percentual
Melhorou
Piorou
Não mudou
Não observado
Comentários
68
docente com a turma; 32 relacionados à motivação do docente para lecionar; 31
relacionados à frequência dos alunos às aulas; 46 relacionadas ao conhecimento
prévio dos alunos; 26 relacionados à participação dos alunos às aulas; 30
relacionados ao desempenho dos alunos nas avaliações; 29 relacionados à
dedicação dos alunos; e 71 relacionados à outras questões relativas à adesão da
UFRJ ao SISU.
As opiniões foram expressas, detalhadamente, pelos respondentes em cada
um dos aspectos verificados. Neste sentido, optou-se por analisá-las,
separadamente, em cada um dos aspectos do instrumento.
4.2.2.1 Alterações na metodologia utilizada nas aulas
Conforme julgamento dos docentes, observado através do Gráfico 1, a
maioria não modificou a sua metodologia utilizada nas aulas, após a adesão da
UFRJ ao SISU. Entretanto, verifica-se que um percentual significativo (33,3%)
promoveu alterações. No Quadro 10, observam-se algumas questões abordadas
pelos docentes a respeito das alterações promovidas na metodologia utilizada nas
aulas. Verifica-se que essas alterações, na maioria dos casos, são decorrentes do
baixo nível de conhecimento prévio dos estudantes ou da diversificação de
características regionais existente.
Quadro 10- Alterações promovidas na metodologia utilizada nas aulas
Algumas Alterações Promovidas pelos Docentes na Metodologia das Aulas, após a Adesão da UFRJ ao SISU Diminuição do ritmo das aulas, por conta da heterogenia dos alunos que apresentam temporalidades de aprendizado distintas. Adequação às características regionais e formas diversificadas por meio das quais os alunos produziram o conhecimento prévio. Ajustes de conteúdo para possibilitar o nivelamento da turma. Aulas mais expositivas, trabalhos de reforço em sala de aula e trabalhos extras que envolvem a participação dos alunos. Promoção de mais discussões em aula. Disponibilização de mais material de apoio para estudo e redução ou eliminação de textos em inglês. Inclusão de conteúdos de ensino médio nas disciplinas da graduação. Nivelamento dos conhecimentos básicos para a introdução de um novo assunto ou programa. Simplificação das aulas e explicações extras em função da falta de base necessária.
(Continua)
69
(Conclusão) Algumas Alterações Promovidas pelos Docentes na Metodologia das Aulas, após a Adesão da UFRJ ao SISU Adoção de critérios didáticos mais detalhados e preparação de recursos complementares do tipo "instrucionais". Incrementação de itens básicos, metodologias mais ativas e aulas de apoio. Proposição de aulas e trabalhos menos assertivos e mais propositivos. Concentração em atividades práticas em detrimento de estudos mais teóricos. Simplificação do conteúdo programático para atender o nível de compreensão dos alunos. Redução do número de informações nas aulas, em função das dificuldades apresentadas pelos alunos. Revisão mais cuidadosa do conteúdo básico para o desenvolvimento da disciplina. Reformulação da bibliografia adotada. Diminuição do nível de exigência do curso. Uso de conteúdo e textos mais simples. Fonte: O autor (2017).
4.2.2.2 Modificações no modelo de avaliação
Conforme julgamento dos docentes, observado através do Gráfico 1, a
maioria não modificou o modelo de avaliação utilizado nas aulas, após a adesão da
UFRJ ao SISU. Percebe-se, entretanto, que um percentual significativo (28,6%)
promoveu alterações. No Quadro 11, observam-se algumas questões abordadas
pelos docentes a respeito das alterações promovidas nas avaliações usadas.
Verifica-se que essas alterações, assim como as alterações na metodologia utilizada
nas aulas, na maioria dos casos, são decorrentes do baixo nível de conhecimento
prévio dos estudantes.
Quadro 11- Alterações promovidas no modelo de avaliação Algumas Alterações Promovidas pelos Docentes na Avaliação, após a Adesão da UFRJ ao SISU
Agregar à prova outros tipos de avaliação como seminários e estudos dirigidos. Aplicação de maior número de avaliações por meio de exercícios aplicados em sala de aula. Atividades extraclasse e incentivos a trabalhos em grupo. Inclusão de conteúdo do ensino médio nas avaliações. Avaliações menos focadas em provas escritas e incorporação de instrumento como seminários, trabalhos escritos e debates em sala de aula. Perguntas mais simples e diretas. Diminuição do nível de dificuldade da prova. Baixar o nível de cobrança para a turma não ficar reprovada, Inserção de atividades extraclasse. O grande número de estudantes de fora do Rio de Janeiro fez com que as avaliações não ocorressem mais às segundas-feiras, pois estão retornando de suas cidades de origem.
(Continua)
70
(Conclusão) Algumas Alterações Promovidas pelos Docentes na Avaliação, após a Adesão da UFRJ ao SISU
Substituição da prova por trabalhos em sala de aula. Inclusão do desempenho em sala de aula no conceito global. Ampliação do número de recuperações. Alteração do modelo de prova discursiva para múltiplas escolhas. Fonte: O autor (2017).
4.2.2.3 Relação com a turma
Observou-se, através dos relatos, que, após a adesão da UFRJ ao SISU, a
relação dos docentes com as turmas não mudou de forma significativa. Percebeu-se
apenas a necessidade de adequação às características regionais, que hoje são mais
diversificadas, e a maior atenção às questões socioeconômicas.
Abaixo estão transcritos, na íntegra, alguns relatos de docentes sobre o tema.
Respondente 19 – “Houve um estreitamento do relacionamento com os
alunos, uma vez que parte deles nos procura não para tirar dúvidas, mas também
para pedir conselhos e relatar vários problemas que enfrentam para poder se manter
na UFRJ”.
Respondente 43 – “Lidar com um corpo cada vez mais heterogêneo traz
vantagens (diversidade) e desvantagens. Antes tínhamos um nível de educação
entre os estudantes que valorizava mais a presença e relação com o professor e a
proposta de troca respeitosa. Talvez pudesse atribuir a piora a questões de geração
cultural”.
Respondente 56 – “Tive mais cuidado ao solicitar a compra de livros e
procurei versões on-line para indicar aos alunos. Procurei saber melhor os motivos
das faltas e descobri que alguns alunos faltavam porque não tinham como vir todos
os dias à UFRJ”.
4.2.2.4 Motivação para lecionar
Observou-se, através dos relatos, que, após a adesão da UFRJ ao SISU, a
motivação dos docentes para lecionar não mudou de forma significativa. Os casos
de desmotivação percebidos estão diretamente ligados ao conhecimento prévio dos
alunos e ao acesso ao curso não desejado.
Abaixo são transcritos, na íntegra, alguns relatos dos docentes sobre o tema.
71
Respondente 57 - “É desmotivante encontrar alunos que não são capazes de
frequentar um curso tão difícil como é o de engenharia. Tem alunos que chegam a
reprovar mais de cinco vezes a mesma disciplina. Alguns ficam tentando anos e não
conseguem passar do segundo ano. Há muita falta de base em Matemática, Física e
raciocínio espacial”.
Respondente 66 - “É muito difícil manter a motivação para lecionar quando
os alunos não estão dando nenhum valor ao curso que estão matriculados e nem
tem muita vontade em se formar nele. Esperam se formar somente frequentando, de
vez em quando, a sala de aula, sem o menor esforço”.
Respondente 69 - “Alguns alunos já iniciam o semestre "de olho" no curso
para o qual pretendem se transferir. Com isso aumentam a carga de trabalho do
professor, mas não dão retorno dentro da modalidade escolhida”.
4.2.2.5 Percepção do docente quanto à frequência dos alunos
Observou-se, através dos relatos, que, após a adesão da UFRJ ao SISU, a
frequência dos alunos às aulas, segundo a percepção do docente, sofreu um
impacto considerável, com uma piora significativa. Percebe-se aqui, mais uma vez, a
associação das faltas às aulas ao fato do curso não ser o desejado pelo aluno, ou
seja, curso de segunda opção no SISU.
Alguns relatos de respondentes sobre o tema são a seguir apresentados.
Respondente 74 - “Colegas me informaram que a frequência piorou, pois
muitos passaram para a Faculdade de Letras, mas perceberam que este não era o
curso dos "sonhos", isto é, de seu interesse maior, e muitos abandonavam a
Faculdade no primeiro período”.
Respondente 85 - “Existe uma grande desistência de alunos do primeiro e
segundo períodos para tentar fazer uma nova entrada pelo ENEM/SISU. A escolha
equivocada do aluno pelo curso parece ter aumentado por este sistema de entrada,
apesar de não ter dados concretos para corroborar este sentimento”.
Respondente 93 - “Tenho ouvido os colegas dizerem que agora muitos
discentes estão entrando no curso sem estarem de fato interessados nele. Este fato
levaria a uma desmotivação”.
72
4.2.2.6 Percepção do docente quanto ao conhecimento prévio dos alunos
Observou-se, através dos relatos, que, segundo a percepção do docente, o
conhecimento prévio dos alunos, após a adesão da UFRJ ao SISU, foi o aspecto
onde se verificou o maior impacto negativo, dentre os aspectos julgados, com uma
piora bastante significativa.
A seguir encontram-se, na íntegra, alguns relatos desses docentes.
Respondente 116 - “Parte dos alunos tem dificuldade para entender que a
leitura dos livros indicados é fundamental para o aprendizado e se fixam apenas nos
materiais de aula que são disponibilizados (slides das aulas, resumos, etc.). Eles
têm dificuldade para responder questões discursivas, em termos gramaticais e de
conceito. Apresentam o desconhecimento de alguns conceitos inerentes do ensino
fundamental de 2º grau (química, física e matemática, por ex.)”.
Respondente 124 - “A falta de uniformidade na formação básica dos alunos,
a falta do hábito da leitura e o uso de mídias sociais que tratam os assuntos de
forma superficial faz com que o conhecimento prévio dos alunos seja muito limitado”.
Respondente 138 - “O nível dos alunos caiu DEMAIS!!!”.
4.2.2.7 Percepção do docente quanto à participação dos alunos nas aulas
Observou-se, através dos relatos, que, segundo a percepção do docente, a
participação dos alunos nas aulas, após a adesão da UFRJ ao SISU, de forma geral,
não mudou muito. Entretanto, observa-se um número considerável de declarações
sobre a piora nesse aspecto.
Abaixo estão, na íntegra, alguns relatos de respondentes sobre o tema.
Respondente 151 - “Os alunos perguntam mais e também cobram mais dos
professores. Entretanto, isso não se reflete no rendimento deles nas provas, pois
parece que eles não sabem estudar num ritmo exigido para alunos da UFRJ em
geral”.
Respondente 158 - “Piorou Muitíssimo!! Essa seria a minha resposta. Raras
turmas apresentam grupinhos de 3-6 alunos que possuem capacidade de integrar e
avançar a medida que a aula se desenrola. A maioria fica calada...não participa...sai
e entra várias vezes...usa celulares...enfim...triste cenário. Alguns deixam o celular
gravando a aula e simplesmente não aparecem”.
73
Respondente 164 - “A impressão que tenho é que os alunos sentem-se
desconfortáveis em perguntar, questionar ou participar ativamente das aulas. São
alunos que apenas "recebem" o ensinamento. Não procuram outras fontes de
consulta e limitam-se a memorizar os ensinamentos”.
4.2.2.8 Percepção do docente quanto ao desempenho dos alunos nas avaliações
Observou-se, através dos relatos, que, segundo a percepção do docente, o
desempenho dos alunos nas avaliações, após a adesão da UFRJ ao SISU, piorou.
Em geral, as justificativas apresentadas apontam o conhecimento prévio como a
maior causa desse fato.
Alguns relatos de respondentes sobre o tema estão expressos a seguir.
Respondente 167 - “Eles têm maior grau de dificuldade nas avaliações
quando comparados aos alunos anteriores ao SISU”.
Respondente 172 - “Não achei uma boa maneira de admissão dos alunos
aos cursos. O ensino médio não tem qualidade para firmar nenhum aluno. Sendo
assim, o nível dos alunos piorou em relação ao método vestibular”.
Respondente 180 - “Piorou MUITO!!! na Medicina 2017.2, quase 50% da
turma com nota menor que 5,0 na prova da área biologia molecular. Nunca houve
isso! As turmas têm tido desempenho cada vez pior depois do SISU”.
4.2.2.9 Percepção do docente quanto à dedicação dos alunos
Observou-se, através dos relatos, que, segundo a percepção do docente, a
dedicação dos alunos, após a adesão da UFRJ ao SISU, de forma geral, não mudou
muito. Entretanto, observa-se um número considerável de declarações sobre a piora
nesse aspecto.
Seguem-se, na íntegra, alguns relatos de respondentes sobre o tema.
Respondente 183 - “A dedicação da maioria se resume ao necessário para
obter o diploma e não para aprender. Percebo que muitos que optam por engenharia
não gostam das matérias. Isto ocorre porque eles entram para um curso sem ter
aptidão para física ou matemática”.
74
Respondente 187 - “A dedicação depende também do professor incentivar os
alunos a estudarem e praticarem. As minhas turmas costumam ser, na maioria,
dedicadas”.
Respondente 189 - “Acho que alguns alunos, talvez muitos, escolham a
carreira pela nota do SISU e não pela vocação, e isso impacta na falta de
dedicação”.
4.2.2.10 Percepção do docente quanto à adesão da UFRJ ao SISU
Ao realizar a análise textual das opiniões dos docentes a respeito da adesão
da UFRJ ao SISU, observou-se uma tendência ao consenso de que, sob a ótica de
instrumento de seleção, o SISU trouxe importantes melhorias, sobretudo quanto à
democratização do acesso às instituições públicas de ensino, fazendo dele um
processo mais heterogêneo, especialmente, quanto às questões socioeconômicas e
regionais. Contudo, percebeu-se, também, o consenso de que, afora a questão da
democratização, o SISU tem diversos problemas de concepção, tendo a questão da
segunda opção e o fato de mostrar a posição do candidato na opção escolhida
durante o processo de inscrição como os mais apontados.
A falta de planejamento e de recursos financeiros para que as instituições de
ensino se preparassem para atender as demandas oriundas do SISU, como a
construção de residências estudantis e restaurantes universitários, o baixo nível da
qualidade do ensino médio e a inserção das reservas de vagas às ações afirmativas,
em cumprimento a Lei Federal nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, também foram
questões bastante observadas como pontos negativos. Foi notado, ainda, que um
número considerável de docentes compartilha da opinião de que o SISU é um dos
principais fatores que contribuem para o aumento da taxa de evasão e retenção dos
alunos, assim como a diminuição do índice de concluintes.
4.3 EVASÃO PRIMÁRIA ANTES E APÓS A ADESÃO DA UFRJ AO SISU
4.3.1 Resultados das análises quantitativas
A evasão primária decorre da não ocupação de vagas na primeira chamada.
No sentido de ajudar a responder a primeira questão avaliativa, a verificação da
existência ou não de impactos causados pela adesão da UFRJ ao SISU, neste
75
aspecto, foi realizada por meio de análises no banco de dados dos sistemas de
acesso aos cursos de graduação da UFRJ. O processo baseou-se na busca do
número de vagas ofertadas e não ocupadas, nas duas últimas edições dos
processos seletivos da UFRJ e do SISU, ou seja, primeira e segunda edições de
2009, no caso da UFRJ, e primeira e segunda edições de 2017, no caso do SISU.
A UFRJ possui 31 unidades de ensino, cada uma delas ligada a um dos seis
centros universitários ou a um dos dois colegiados de ensino de graduação
existentes. Possui 161 cursos de graduação, cada um deles vinculado a uma das 31
unidades de ensino, e atualmente 114 desses cursos participam do SISU. Há de se
esclarecer que alguns cursos estão ligados a mais de um centro universitário e
outros a mais de uma unidade de ensino tratados neste trabalho, respectivamente,
como “multicentro” e “multiunidade”. Desta forma, considerando o aspecto
gigantesco da UFRJ, optou-se por fazer as análises com base nos centros
universitários, nas unidades de ensino e em 10 cursos, sendo esses os 10 com os
maiores índices de evasão primária. Optou-se, ainda, apenas para fins de análise,
incluir os colegiados de ensino de graduação e os multicentros nos campos
reservados aos resultados dos centros universitários.
Para a verificação dos impactos em 2017/1, foram considerados apenas os
cursos e unidades que ofertaram vagas em 2009/1; e, para 2017/2, foram
considerados apenas os cursos e unidades que ofertaram vagas em 2009/2.
Nesta seção, as análises foram representadas em forma de gráficos. Usou-se
a seguinte metodologia: em primeiro lugar, foi identificada a distribuição das vagas
ofertadas por curso e por edição do processo seletivo, e quantas dessas vagas não
foram ocupadas na primeira chamada. De posse dos resultados, foram calculados
os índices de evasão primária de cada curso. Por fim, para identificar os impactos,
foram calculadas as diferenças entre os índices verificados em 2017/1 e os
verificados em 2009/1, bem como as diferenças entre 2017/2 e 2009/2. A
apresentação desses índices se deu através da construção de gráficos que
apresentam os resultados por centros universitários, unidades de ensino e cursos.
Para facilitar a representação gráfica, optou-se pela elaboração do Quadro
12, no qual são apresentados os centros universitários e as unidades de ensino,
com suas respectivas siglas usadas nos gráficos, no lugar dos seus nomes.
76
Quadro 12 - Centros universitários e unidades de ensino
Centros Universitários Sigla Unidades de Ensino Sigla
Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza
CCMN
Instituto de Física IF Instituto de Geociências IG Instituto de Matemática IM Instituto de Química IQ Observatório Valongo OV Multiunidade - OV / IF / IM / IG MUA
Centro de Letras e Artes CLA Escola de Belas Artes EBA Faculdade de Letras FL
Centro de Filosofia e Ciências Humanas CFCH
Escola de Comunicação ECO Escola de Serviço Social ESS Faculdade de Educação FE Instituto de Filosofia e Ciências Sociais IFCS Instituto de História IH Instituto de Psicologia IP
Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas CCJE
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis FACC
Faculdade Nacional de Direito FD Instituto de Economia IE Multiunidade - FACC / FD / IE / IPPUR / NEI MUB
Centro de Ciências da Saúde CCS
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho IBF Escola de Enfermagem Anna Nery EE Escola de Educação Física e Desportos EEF Faculdade de Farmácia FF Faculdade de Medicina FM Faculdade de Odontologia FO Instituto de Biologia IB Instituto de Ciências Biomédicas ICB Instituto de Estudos de Saúde Coletiva IESC Instituto de Microbiologia Paulo de Góes IMB Instituto de Nutrição Josué de Castro IN
Centro de Tecnologia CT Escola Politécnica EP Escola de Química EQ
Colegiado de Ensino de Graduação - Macaé CEG-M Campus - Macaé CM
Colegiado de Ensino de Graduação - Xerém CEG-X Campus - Xerém CX
Multicentro MC
Multiunidade - COPPEAD / IESC MUC Multiunidade - IFCS/NEPP-DH/FD/IE/NEI / FL MUD
Multiunidade - IF/EP/IMA /IBF MUE Fonte: O autor (2017).
77
Com base nas análises das duas últimas edições dos processos seletivos da
UFRJ e do SISU, ou seja, primeira e segunda edições de 2009, no caso do processo
seletivo UFRJ, e primeira e segunda edições de 2017, no caso do processo seletivo
SISU, o gráfico 4 revela os índices de evasão primária verificados na UFRJ, por
centro universitário, em cada uma das referidas edições. Percebe-se um acentuado
aumento dos índices após a adesão da UFRJ ao SISU, sobretudo, nas segundas
edições. Verifica-se que, na segunda edição do processo SISU, todos os centros
possuem índices acima de 76%, com destaque para os colegiados de graduação,
com índices acima de 94%.
Gráfico 4 - Evasão primária – índices dos centros universitários
Fonte: O autor (2017).
O Gráfico 5 revela os impactos do SISU nos centros universitários, através
das seguintes comparações: primeira edição de 2009 (UFRJ) com a primeira edição
de 2017 (SISU) e segunda edição de 2009 (UFRJ) com a segunda edição de 2017
(SISU). Percebe-se que, nas duas comparações realizadas, os índices foram
elevados, especialmente na segunda edição, cujos índices foram mais que o dobro
em todos os centros universitários, com destaque para o CCS e o CCJE, cujos
índices superaram os 75%. Ao considerar a UFRJ como um todo, observa-se que o
índice na segunda edição é mais que o dobro do índice da primeira edição.
78
Gráfico 5 - Evasão primária – impactos do SISU nos centros universitários
Fonte: O autor (2017).
Os Gráficos 6 e 7 revelam os índices de evasão primária verificados na UFRJ,
por unidade de ensino, nas edições dos processos que tratam esta seção. Percebe-
se um elevado aumento dos índices após a adesão da UFRJ ao SISU, sobretudo,
nas segundas edições, com destaque para as seguintes unidades: Faculdade
Nacional de Direito; Campus – Xerém, Faculdade de Odontologia, Campus – Maca,
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Faculdade de Medicina, Instituto de Física,
Escola de Educação Física e Desportos, Instituto de Nutrição Josué de Castro,
Multiunidade - IFCS/NEPP-DH/FD/IE/NEI/FL, Faculdade de Farmácia e Instituto de
Psicologia, todas com índices acima de 90%.
39,22
20,04 19,04
31,90 30,84 29,47
35,71
30,71
42,33
30,73
75,93 75,23
45,60
68,64
59,30
67,13 66,67
72,27
67,5069,31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Perc
en
tuais
Centros Universitários
impacto SISUem 2017/1
impacto SISUem 2017/2
79
Gráfico 6 - Evasão primária – índices da unidades de ensino ( 2009/1 e 2017/1)
Fonte: O autor (2017).
31,25
35,00
12,95
8,33
15,28
13,16
18,63
14,88
18,89
20,51
25,10
18,00
15,28
15,11
10,33
17,50
10,00
11,43
23,81
26,25
55,00
30,71
13,13
10,00
22,22
30,00
15,00
26,67
13,75
16,67
45,00
30,00
18,33
19,20
66,96
67,14
52,46
31,67
59,72
60,45
49,92
38,60
46,67
45,71
52,94
50,00
56,88
41,78
48,62
50,00
43,33
39,00
40,48
38,33
62,50
59,00
55,63
40,95
49,00
50,91
50,00
61,43
45,56
40,00
75,00
40,71
41,67
50,03
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00
CM
CX
EBA
ECO
EE
EEFD
EP
EQ
ESS
FACC
FD
FE
FF
FL
FM
FO
IBF
IB
ICB
IE
IESC
IF
IFCS
IG
IH
IM
IMB
IN
IP
IQ
OV
MUA
MUD
GER…
Percentuais
Un
ida
de
s d
e E
ns
ino
SISU 2017/1 UFRJ 2009/1
80
Gráfico 7 - Evasão primária – Índices das unidades de ensino (2009/2 e 2017/2)
Fonte: O autor (2017).
Os Gráficos 8 e 9 revelam os impactos do SISU nas unidades de ensino,
através das seguintes comparações: primeira edição de 2009 (UFRJ) com a primeira
edição de 2017 (SISU), e segunda edição de 2009 (UFRJ) com a segunda edição de
2017 (SISU). Percebe-se que, nas duas comparações realizadas, os índices foram
elevados, especialmente na segunda edição, com destaque para as seguintes
unidades: Faculdade de Odontologia, Faculdade de Farmácia, Escola de Educação
Física e Desportos, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Instituto de Psicologia e
Faculdade de Medicina, todas com índices acima de 80%.
28,00
22,73
13,68
5,00
19,47
9,72
13,22
14,44
16,84
10,97
15,69
20,00
5,56
18,11
13,08
2,50
13,33
9,52
11,25
11,00
70,00
13,33
18,89
32,00
20,00
10,00
13,33
15,71
94,67
95,00
65,82
73,33
84,55
93,06
77,78
73,33
85,96
82,22
95,29
78,00
91,25
81,64
93,58
95,00
81,00
85,71
88,75
94,00
93,33
71,11
76,00
80,00
92,86
91,11
91,67
85,01
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
CM
CX
EBA
ECO
EEF
EEF
EQ
ESS
EP
FACC
FD
FE
FF
FL
FM
FO
IB
ICB
IE
IFCS
IF
IG
IH
IM
IN
IP
MUD
GERAL
Percentuais
Un
ida
de
s d
e E
ns
ino
SISU 2017/2 UFRJ 2009/2
81
Gráfico 8 - Evasão primária – impactos do SISU nas unidades de ensino (2017/1)
Fonte: O autor (2017).
35,71
32,14
39,51
23,33
44,44
47,30
31,29
23,72
27,78
25,20
27,84
32,00
41,60
26,67
38,30
32,50
33,33
27,57
16,67
12,08
7,50
28,29
42,50
30,95
26,78
20,91
35,00
34,76
31,81
23,33
30,00
10,71
23,33
30,83
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
CM
CX
EBA
ECO
EE
EEFD
EP
EQ
ESS
FACC
FD
FE
FF
FL
FM
FO
IBF
IB
ICB
IE
IESC
IF
IFCS
IG
IH
IM
IMB
IN
IP
IQ
OV
MUA
MUD
GERAL
Percentuais
Un
ida
de
s d
e E
ns
ino
82
Gráfico 9 - Evasão primária – impactos do SISU nas unidades de ensino (2017/2)
Fonte: O autor (2017).
Os Gráficos 10, 11, 12 e 13 revelam os 10 cursos com os maiores índices de
evasão primária nas edições dos processos que tratam esta seção. Percebe-se, por
meio dos Gráficos 11 e 13, um elevado aumento dos índices se comparados aos
índices dos Gráficos 10 e 12, o que aponta para um acentuado crescimento na
evasão primária desses cursos após a adesão da UFRJ ao SiSU, especialmente no
Gráfico 13, que expõe os índices da segunda edição de 2017, na qual o curso de
Medicina - Macaé aparece com 100% de evasão e os demais com índices acima de
95%.
66,67
72,27
52,14
68,33
65,07
83,33
64,55
58,89
69,12
71,25
79,61
58,00
85,69
63,53
80,49
92,50
67,67
76,19
77,50
83,00
23,33
57,78
57,11
48,00
72,86
81,11
78,33
69,31
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 100,00
CM
CX
EBA
ECO
EEF
EEF
EQ
ESS
EP
FACC
FD
FE
FF
FL
FM
FO
IB
ICB
IE
IFCS
IF
IG
IH
IM
IN
IP
MUD
GERAL
Percentuais
Un
ida
de
s d
e E
ns
ino
83
Gráfico 10 - Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2009/1
Fonte: O autor (2017).
Gráfico 11 - Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2017/1
Fonte: O autor (2017).
0
10
20
30
40
50
60 55,00
46,67 45,00 44,0039,00
35,00 33,3330,00 30,00 30,00
Perc
en
tuais
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90 83,33 82,0075,00 73,33 72,00 71,43 70,00
66,67 65,91 65,00
Perc
en
tuais
84
Gráfico 12 - Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2009/2
Fonte: O autor (2017).
Gráfico 13 - Os 10 cursos com as maiores evasões primárias em 2017/2
Fonte: O autor (2017).
Encerrando esta seção, os Gráficos 14 e 15 apresentam os 10 cursos que
sofreram os maiores impactos do SISU em 2017/1 e 2017/2 no que se refere à
evasão primária. Observa-se que, em 2017/1, todos os índices são iguais ou
superiores a 50%, e que, em 2017/2, todos os índices são superiores a 80%.
05
101520253035404550
48,00
40,00 40,0036,67
32,0030,00 30,00
26,67 26,6722,73
Perc
en
tuais
92
93
94
95
96
97
98
99
100
100,00
98,3397,73
96,67 96,6796,00
95,2995,00 95,00 95,00
Perc
en
tuais
85
Gráfico 14 - Os 10 cursos que sofreram os maiores impactos do SISU em 2017/1
Fonte: O autor (2017).
Gráfico 15 - Os 10 cursos que sofreram os maiores impactos do SISU em 2017/2
Fonte: O autor (2017).
4.4 ÍNDICES DE EVASÃO SECUNDÁRIA APÓS A ADESÃO DA UFRJ AO SISU
4.4.1 Resultados das análises quantitativas
A evasão secundária ocorre quando um aluno é matriculado na
primeira edição do processo seletivo de um determinado ano, se classifica na
segunda edição do processo seletivo do mesmo ano e realiza a matrícula. Como a
0
10
20
30
40
50
60
7066,67
60,00 58,00 56,67 56,25 55,33 55,00 52,44 50,00 50,00P
erc
en
tuais
74
76
78
80
82
84
86
88
90
92
9493,18
92,50
86,6785,69
85,00 85,00 84,6783,33 82,86
81,25
Perc
en
tuais
86
Lei Federal nº 12.089/2009 proíbe que uma mesma pessoa ocupe duas vagas,
simultaneamente, em instituições públicas de ensino superior, o estudante
enquadrado nesta situação é obrigado a optar por uma das duas matrículas
(BRASIL, 2009). Quando isso ocorre, a matrícula pela qual o aluno não optou é
cancelada. Portanto, quando ele opta pela matrícula da segunda edição, ocorre uma
evasão secundária no primeiro semestre, e quando opta pela matrícula da primeira
edição, a evasão secundária ocorre no segundo semestre.
Ressalte-se que a UFRJ realizava seus processos seletivos, anualmente,
numa única edição, que classificava candidatos para ingressos nos dois períodos
letivos do ano referência. Desta forma, a presente análise foi realizada apenas para
os processos seletivos do SISU.
Nesta seção as análises restringiram-se aos centros universitários e à UFRJ
como um todo. Assim, após coletar os dados necessários no SIGA, foram
construídas duas tabelas e um gráfico, com o objetivo de identificar os impactos nos
cursos de graduação em função da utilização de duas edições de um mesmo
processo seletivo, no mesmo ano. A Tabela 12 revela, em percentuais, os índices
de evasão secundária ocorridos em cada edição do SiSU desde a sua adoção pela
UFRJ, ou seja, de 2012 até 2017.
Tabela 12 - Percentuais das evasões secundárias ocorridas nos centros universitários entre os anos 2012 e 2017
Centro 2012
1 2012
2 2013
1 2013
2 2014
1 2014
2 2015
1 2015
2 2016
1 2016
2 2017
1 2017
2 %
médio
CT 13,8 5,48 16,03 6,36 17,8 5,26 19,2 3,73 13,49 1,75 19,21 0 10,18 MC 10,67 1,67 20 2,5 8,67 1,67 14,7 1,67 6,67 0,83 6,67 0 6,31 CEG-X 40 2 1,43 0 5,71 0 5,71 0 5 0 8,57 0 5,70 CCMN 8,77 2,3 8,44 4,26 7,7 2,62 10,8 1,97 4,3 0,33 10,81 0,33 5,22
CLA 9,15 2,07 8,64 1,67 11 1,11 7,93 1,01 5,63 0,74 10,47 0 4,95 CFCH 6,52 2,55 8,03 2,73 8,64 2,18 7,12 1,23 5,61 1,27 6,52 0,18 4,38 CEG-M 15,71 1,35 5,25 1,78 7,25 0,89 6,96 0,44 4,64 0 7,83 0 4,34 CCS 4,91 2,22 5,78 2,72 6,55 1,96 6,72 1,63 4,41 0,43 7,58 0,33 3,77
CCJE 5,98 2,44 6,62 2,6 7,4 2,14 4,88 1,98 3,46 0,92 5,67 0,15 3,69 UFRJ 8,56 2,64 8,72 3,12 9,47 2,34 9,52 1,78 6,14 0,88 9,82 0,25 5,27
Fonte: O autor (2017).
A Tabela 13 faz as mesmas revelações, sendo que por meio de números
absolutos.
87
Tabela 13 - Quantitativos das evasões secundárias ocorridas nos centros universitários entre os anos 2012 e 2017
Centro 2012
1 2012
2 2013
1 2013
2 2014
1 2014
2 2015
1 2015
2 2016
1 2016
2 2017
1 2017
2 Total
CT 125 25 126 29 140 24 151 17 106 8 151 0 902
CCS 55 19 60 25 68 18 70 15 46 4 79 3 462
CCMN 50 7 57 13 52 8 73 6 29 1 73 1 370
CFCH 43 14 53 15 57 12 47 7 37 7 43 1 336
CCJE 38 16 46 17 47 14 31 13 22 6 36 1 287
CLA 39 8 42 6 47 4 34 4 25 3 58 0 270
CEG-M 22 3 16 4 25 2 24 1 16 0 27 0 140
MC 16 2 18 3 13 2 22 2 10 1 10 0 99
CEG-X 8 1 1 0 4 0 4 0 1 0 6 0 25
UFRJ 396 95 419 112 453 84 456 65 292 30 483 6 2891
Fonte: O autor (2017).
O Gráfico 16 mostra, de forma clara, que os maiores índices são verificados
nas primeiras edições. Ao analisar as duas tabelas, observa-se que a UFRJ tem
uma média de 5,7% de evasão secundária, por período letivo; perdeu, em média,
241 alunos por período letivo; e um total de 2.891 alunos nesse período histórico.
Nota-se, também, que o Centro de Tecnologia aparece na primeira posição do
ranking, nas duas tabelas.
Gráfico 16 - Evolução da evasão secundária na UFRJ
Fonte: O autor (2017).
8,56
2,64
8,72
3,12
9,47
2,34
9,52
1,78
6,14
0,88
9,82
0,250
2
4
6
8
10
12
2012-12012-22013-12013-22014-12014-22015-12015-22016-12016-22017-12017-2
Perc
en
tuais
de e
vasão
Edições dos processos seletivos
88
4.5 DESEMPENHO DOS ALUNOS ANTES E DEPOIS DA ADESÃO DA UFRJ AO SISU
4.5.1 Resultados das análises quantitativas
Nesta seção, são apresentados os desempenhos dos estudantes que
ingressaram antes e depois da adesão da UFRJ ao SISU, por meio da análise dos
seus coeficientes médios de rendimento acumulado (CRA), no que diz respeito aos
centros universitários e à UFRJ como um todo. Para se chegar a valores
consistentes e sem vieses, foi necessária a definição dos escopos da análise, ou
seja, do grupo de estudantes e do período histórico a serem analisados. Encontrar o
grupo de estudantes dependia da definição dos anos e períodos de ingresso a
serem considerados no estudo. Entretanto, para esta definição, era necessária a
construção de regras comuns, que atendessem a todos os cursos. Desta forma,
optou-se por considerar o tempo em que a UFRJ se utiliza do SISU e usá-lo como
parâmetro para a definição dos escopos.
A UFRJ se utiliza do SISU desde 2012, portanto, há seis anos. Assim sendo,
ficou estabelecido que os períodos históricos seriam de seis anos, tanto da UFRJ
como do SISU. Considerando que o ano de 2010 não foi tratado neste estudo e que
o ano de 2011 foi tratado de forma exclusiva, os períodos históricos ficaram
definidos da seguinte forma: a UFRJ com início em 2004 e término em 2009 e o
SISU com início em 2012 e término em 2017.
Após encontrar os períodos históricos, concluiu-se que os grupos de
estudantes que ingressaram no primeiro e no segundo períodos de 2004 seriam a
base de estudos para a análise de desempenho da UFRJ e que os grupos de
estudantes que ingressaram no primeiro e no segundo períodos de 2012 seriam a
base de estudos para a análise de desempenho do SISU,
Com as amostras dos estudantes definidas, iniciou-se a construção das
regras para que se encontrasse o momento em que o CRA do estudante seria
verificado. Ainda cuidando para eliminar vieses, ficou estabelecido que o CRA
considerado fosse o do período imediatamente posterior ao último período da
duração normal estabelecida para cada curso. À exceção dos cursos de Medicina,
Engenharia Química - Noite e Química industrial - Noite, cuja duração normal é de
12 períodos, esse critério atendeu a todos os cursos. Para a verificação dos CRA
dos alunos destes cursos, foi considerado o do último período cursado.
89
Após calcular as médias dos CRA, com base em informações coletadas do
SIGA, foi construída a Tabela 14, que retrata as médias dos CRA nos centros
universitários, tanto para o processo UFRJ como o SISU, bem como o Gráfico 17,
que retrata as médias dos CRA na UFRJ como um todo, também para os processos
UFRJ e SISU. Os dois instrumentos de análise demonstram que houve uma queda
no desempenho dos estudantes após a adesão da UFRJ ao SISU.
Tabela 14 – Coeficientes médios de rendimento acumulado nos centros universitários
Centro UFRJ-2004/1 UFRJ-2004/2 SISU-2012/1 SISU-2012/2
CCJE 5,9 6,2 5,6 5,9
CCMN 4,6 5,1 4,1 4,8
CCS 6,8 6,8 5,6 5,6
CFCH 6,6 6,5 5,5 5,5
CLA 6,2 6,2 5,1 4,8
CT 5,6 5,1 5,7 5,2 Fonte: O autor (2017).
Gráfico17 - Coeficientes médios de rendimento acumulado na UFRJ
Fonte: O autor (2017).
4,64,85,05,25,45,65,86,06,26,4 5,9
5,2
6,2
5,4
Co
efi
cie
nte
méd
io d
e r
en
dim
en
to
Ano/Período de ingresso
90
4.6 EVASÃO, RETENÇÃO E CONCLUSÃO ANTES E DEPOIS DA ADESÃO DA UFRJ AO SISU
4.6.1 Resultados das análises quantitativas
Nesta seção, são apresentados os índices de evasão, retenção e conclusão
de curso, antes e depois da adesão da UFRJ ao SISU, no que diz respeito aos
Centros Universitários e à UFRJ como um todo.
Como na seção anterior, para a obtenção desses índices, também foi
necessária, a definição dos escopos e da análise. Assim sendo, optou-se por usar o
mesmo critério, ou seja, avaliar a situação das matrículas dos ingressantes (evasão,
retenção ou conclusão) em períodos históricos de seis anos, definidos da seguinte
forma: a UFRJ com início em 2004 e término em 2009 e o SISU com início em 2012
e término em 2017. Portanto, as turmas avaliadas foram as dos ingressantes em
2004/1, 2004/2, 2012/1 e 2012/2.
Estabeleceu-se que o período em que seria feita a verificação da situação das
matrículas dos alunos seria o do período imediatamente posterior ao último período
da duração normal recomendada para cada curso. Esse critério atendeu a todos os
cursos, à exceção dos cursos de Medicina, Engenharia Química- Noite e Química
Industrial - Noite, que não foram considerados nas análises. Quanto à correlação da
situação da matrícula dos alunos com as situações de evasão, retenção e
conclusão, foram utilizados os critérios estabelecidos no Quadro 7.
Desta forma, com base nas informações coletadas no SIGA, foram
construídas duas tabelas: a de número 15, com foco nos estudantes ingressantes no
processo gerenciado pela UFRJ em 2014/1 e 2014/2, que revela os índices de
evasão, retenção e conclusão dos centros universitários e da UFRJ como um todo; e
a de número 16, com foco nos estudantes ingressantes nas duas edições do
processo gerenciado pelo SISU em 2012/1 e 2012/2, que revela os índices de
evasão, retenção e conclusão dos centros universitários e da UFRJ como um todo.
91
Tabela15 - Percentuais de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários nos processos seletivos gerenciados pela UFRJ
Centro UFRJ - 2004/1 UFRJ - 2004/2
Conclusões Evasões Retenções Conclusões Evasões Retenções
CCJE 63,66 32,44 3,9 66,74 25,78 7,5 CCMN 30,89 45,37 23,74 31,43 48,57 20 CCS 48,58 27,58 23,84 51,66 21,44 26,9
CFCH 36,76 21,36 41,89 32,93 23,03 44 CLA 46,7 36,8 16,5 44 30,18 25,8 CT 49,91 23,99 26,1 37,37 27,89 34,7
UFRJ 45,6 31,39 23,01 46,47 26,14 27,4
Fonte: O autor (2017).
Tabela 16 - Percentuais de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários nos processos seletivos gerenciados pelo SISU
Centro SISU - 2012/1 SISU - 2012/2
Conclusões Evasões Retenções Conclusões Evasões Retenções
CCJE 40,13 29,51 30,35 30,72 25,16 44,12 CCMN 10,44 50,44 39,12 7,04 35,18 57,79 CCS 32,54 37,85 29,60 25,43 28,78 45,78
CFCH 16,24 37,89 45,86 8,19 28,00 63,81 CLA 13,62 31,69 54,69 8,59 32,21 59,20 CT 4,59 35,92 59,49 3,46 27,06 69,48
CEG-M 12,10 32,74 55,16 12,88 36,36 50,76 MC 17,20 54,14 28,66 12,82 49,45 37,73
CEG-X 30,91 47,27 21,82 9,38 54,69 35,94 UFRJ 18,92 37,72 43,36 15,66 30,09 54,25
Fonte: O autor (2017).
92
Gráfico 18 – Índices de conclusão, evasão e retenção da UFRJ nos processos seletivos gerenciados pela própria IFES e pelo SISU.
Fonte: O autor (2017).
O Gráfico 18 revela os índices de conclusão, evasão e retenção da UFRJ nos
processos seletivos gerenciados pela própria IFES e pelo SISU. O Gráfico 19, por
sua vez, mostra os impactos do SISU no que se refere à evasão, retenção e
conclusão.
Gráfico 19 - Impactos do SISU na retenção, evasão e conclusão da UFRJ
Fonte: O autor (2017).
0
10
20
30
40
50
60
Conclusões Evasões Retenções
45,6
31,39
23,01
46,47
26,14 27,4
18,92
37,72
43,36
15,66
30,09
54,25P
erc
en
tuais
UFRJ - 2004/1 UFRJ - 2004/2 SISU - 2012/1 SISU - 2012/2
-40,00 -30,00 -20,00 -10,00 0,00 10,00 20,00 30,00
Conclusões
Evasões
Retenções
-26,68
6,33
20,35
-30,81
3,95
26,85
Percentuais
Impacto 2012/2 Impacto 2012/1
93
Ao analisar os Gráficos, em especial o de número 19, percebeu-se um
impacto negativo considerável, visto que, após a adesão da UFRJ ao SISU, foram
verificados aumentos nos índices de evasão e retenção, e diminuição no índice de
conclusão.
4.7 DESEMPENHO, EVASÃO, RETENÇÃO E CONCLUSÃO DE ALUNOS QUE INGRESSARAM NUMA MESMA TURMA POR MEIO DOS PROCESSOS SELETIVOS UFRJ E SISU
4.7.1 Resultados das análises quantitativas
Como comentado anteriormente, no ano de 2011, o acesso aos cursos de
graduação da UFRJ se deu tanto pelo processo seletivo gerenciado pela própria
IFES quanto pelo gerenciado pelo SISU, com oferta das vagas na proporção de 40%
para o processo UFRJ e 60% para o processo SISU. Portanto, as turmas iniciadas
no primeiro período letivo (2011/1) e no segundo período letivo (2011/2) daquele ano
possuem alunos dos dois processos.
Nesta seção, são apresentados os índices de desempenho, evasão, retenção
e conclusão dos alunos das turmas de 2011/1 e 2011/2; e as análises foram
realizadas através de comparações entre os ingressantes de processos diferentes,
no que diz respeito aos centros universitários e à UFRJ como um todo.
Com base nas informações coletadas no SIGA e devidamente filtradas, foram
construídos gráficos que expressam os resultados obtidos. Quanto ao desempenho,
o Gráfico 20 traduz os resultados obtidos no que se refere aos centros universitários
e o Gráfico 21 expressa os resultados obtidos no que se refere à UFRJ como um
todo. Os gráficos revelam que, tanto na turma de ingressantes em 2011/1 quanto na
turma de 2011/2, os estudantes que ingressaram por meio do processo seletivo
gerenciado pela UFRJ têm desempenhos superiores aos estudantes que
ingressaram através do processo seletivo gerenciado pelo SISU.
94
Gráfico 20 - Coeficientes médios de rendimento acumulado nos centros universitários dos ingressantes em 2011
Fonte: O autor (2017).
Gráfico 21 - Coeficientes médios de rendimento acumulado na UFRJ dos ingressantes em 2011
Fonte: O autor (2017).
Quanto aos índices de retenção, evasão e conclusão, verificou-se, por meio
das Tabelas 17 e 18, que, à exceção da retenção no processo UFRJ 2011/2, todos
os índices registrados nos processos UFRJ são melhores que os registrados nos
processos SISU. Esta dedução é expressa, claramente, por meio do Gráfico 22.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
CCJE CCMN CCS CFCH CLA CT CEG-M MC CEG-X
6,4
4,9
6,26,4
5,7
6,4
5,2
5,8
5,1
6,4
4,3
6,3 6,4
5,4
5,95,8
6,4
5,2
5,9
3,8
5,5 5,6
4,95,4
4,0
5,3
4,6
5,9
4,0
5,7
5,4
4,9
5,2 5,3
6,4
4,8
Co
efi
cie
nte
de r
en
dim
en
to
2011/1 UFRJ 2011/2 UFRJ 2011/1 SISU 2011/2 SISU
95
Tabela 17 - Índices de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários e na UFRJ como um todo em 2011/1
Centro UFRJ - 2011/1 SISU - 2011/1
Conclusões Evasões Retenções Conclusões Evasões Retenções
CCJE 56,81 24,51 18,68 47,41 34,88 17,71 CCMN 26,46 41,63 31,91 15,08 60,05 24,87 CCS 55,24 23,82 20,94 39,66 40,61 19,73 CFCH 39,23 26,92 33,85 26,81 41,29 31,90 CLA 29,56 37,11 33,33 18,14 57,38 24,47 CT 44,19 20,93 34,88 27,91 33,63 38,46 CEG-M 33,33 23,93 42,74 15,23 39,74 45,03 MC 40,68 33,90 25,42 37,65 48,24 14,12 CEG-X 37,93 44,83 17,24 23,68 55,26 21,05 UFRJ 42,89 28,23 28,89 29,64 43,43 26,92
Fonte: O autor (2017).
Tabela 18 - Índices de conclusão, evasão e retenção dos centros universitários e na UFRJ como um todo em 2011/2
Centro UFRJ - 2011/2 SISU - 2011/2
Conclusões Evasões Retenções Conclusões Evasões Retenções
CCJE 56,65 19,01 24,33 48,98 29,34 21,68 CCMN 13,01 43,90 43,09 7,07 54,35 38,59 CCS 48,60 17,98 33,43 41,03 29,96 29,01
CFCH 35,89 22,97 41,15 17,63 37,18 45,19 CLA 23,74 21,58 54,68 17,35 33,16 49,49 CT 21,74 20,65 57,61 16,19 29,86 53,96
CEG-M 50,00 33,33 16,67 37,50 44,79 17,71 MC 54,17 29,17 16,67 46,75 37,66 15,58
CEG-X 30,00 43,33 26,67 26,67 44,44 28,89 UFRJ 39,02 23,44 37,54 30,32 34,60 35,08
Fonte: O autor (2017).
96
Gráfico 22 - Índices de conclusão, evasão e retenção da UFRJ nos processos seletivos gerenciados pela própria IFES e pelo SISU, em 2011
Fonte: O autor (2017).
4.8 AÇÕES AFIRMATIVAS X AMPLA CONCORRÊNCIA
4.8.1 Resultados das análises quantitativas
A necessidade de identificar se as Ações Afirmativas, instituídas pela Lei
12.711/2012, causaria algum tipo de interferência nos resultados deste estudo, levou
a criação desta seção. Nela são apresentados os índices de retenção, evasão e
conclusão de curso, assim como o desempenho acadêmico, dos alunos que
ingressaram no ano em que a referida Lei entrou em vigor, ou seja, em 2013.
Assim, foram utilizados os dados dos alunos que ingressaram nos segmentos
2013/1 e 2013/2; e as análises foram realizadas através de comparações entre
ingressantes de modalidades16 diferentes, no que diz à UFRJ como um todo.
Com base nas informações coletadas no SIGA, foram construídos gráficos
que expressam os resultados obtidos. O Gráfico 23 descreve os resultados obtidos
quanto ao desempenho dos alunos e o Gráfico 24 apresenta os resultados obtidos
no que se refere à conclusão, retenção e evasão. Os gráficos revelam que não
16 As vagas na UFRJ são destinadas a duas modalidades de acesso, ou seja, Ampla concorrência e
Ação afirmativa, conforme estabelecido na Lei nº 12.711/2012.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Conclusões Evasões Retenções
42,89
28,23 28,89
39,02
23,44
37,54
29,64
43,43
26,92
30,3234,60 35,08
Perc
en
tuais
UFRJ - 2011/1 UFRJ - 2011/2 SISU - 2011/1 SISU - 2011/2
97
existem diferenças significativas entre as modalidades de acesso, o que aponta para
a não interferência das Ações Afirmativas nos resultados deste estudo.
Gráfico 23 – Coeficientes de rendimento dos alunos ingressantes em vagas de ação
afirmativa e de ampla concorrência, em 2013/1 e 2013 /2
Fonte: O autor (2017).
Gráfico 24 – índices de conclusão, retenção e evasão dos alunos ingressantes em vagas de ação afirmativa e de ampla concorrência, em 2013/1 e 2013 /2
Fonte: O autor (2017).
98
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste Capítulo, são apresentadas as conclusões e recomendações que
decorreram deste estudo avaliativo, assim como as respostas para as questões
avaliativas.
5.1 RESPOSTAS ÀS QUESTÕES AVALIATIVAS
A primeira questão avaliativa está relacionada ao ingresso dos estudantes na
UFRJ e buscou o entendimento sobre questões que envolveram o modelo de
seleção realizado pelo SISU e suas consequências para a IFES.
A partir das análises realizadas e dos resultados deste estudo, observou-se
um acentuado crescimento da evasão primária. Verificou-se, nas duas últimas
edições do SISU (primeira e segunda edições de 2017), um impacto de 30,73% na
evasão primária na primeira edição e de 69,31% na segunda edição. Cabe
esclarecer que estes índices representam a diferença encontrada entre os índices
de evasão primária observados no último processo realizado pela UFRJ (2009), e os
índices de evasão primária observados no último processo realizado pelo SISU. Os
resultados mostraram que diversos cursos possuem índices superiores a 90%,
sendo observado, inclusive, que o curso de Medicina-Macaé apresentou um índice
de 100% de evasão primária na segunda edição de 2017. Esse quadro mostra que a
UFRJ, diferentemente do que ocorria antes da sua adesão ao SISU, não fica mais
com os estudantes melhores classificados no certame, que seriam, em tese, os
estudantes mais bem preparados para ascender ao nível superior.
No intuito de buscar as causas para este fenômeno, um instrumento de
avaliação foi construído e aplicado aos estudantes que foram classificados para a
UFRJ e não realizaram a matrícula. Os resultados apontam como principais motivos:
a falta de condições financeiras para se manter no Rio de Janeiro, a insegurança
vivida no Rio de Janeiro, a falta de residências estudantis (alojamentos), e a opção
por outro ou pelo mesmo curso fora do Estado do Rio de Janeiro.
Ainda buscando as respostas para a primeira questão avaliativa, um segundo
instrumento de avaliação foi construído e aplicado aos docentes que ministraram
aulas tanto para estudantes oriundos do processo UFRJ quanto para estudantes
oriundos do processo SISU. Este instrumento teve por objetivo avaliar a percepção
dos docentes quanto ao perfil dos alunos que ingressaram através do processo
99
SISU e a sua opinião quanto à adesão da UFRJ ao SISU. Os resultados mostraram
que a maioria dos docentes não perceberam mudanças significativas no perfil
desses alunos. Entretanto, 33,3% dos respondentes afirmaram que se viram
obrigados a mudar a metodologia utilizada nas aulas; 28,6% afirmaram que
mudaram a metodologia de avaliação e apontam a falta de conhecimento prévio dos
estudantes com o motivo principal para as mudanças promovidas. Com relação às
opiniões desses docentes, verificou-se um consenso de que a adesão da UFRJ ao
SISU contribuiu para o aumento da evasão.
Respondendo a primeira questão avaliativa, pode-se afirmar que a adesão da
UFRJ ao SISU afetou, de forma negativa, o ingresso dos estudantes nos seus
cursos de graduação.
A segunda questão avaliativa está relacionada ao desempenho dos
estudantes e buscou julgar os resultados antes e depois da adesão da UFRJ aos
SISU.
As análises dos dados, obtidos por meio do banco de dados do SIGA,
mostraram, através da confrontação das médias dos CRA obtidos pelos alunos que
ingressaram através do processo seletivo gerenciado pela UFRJ com as médias dos
CRA obtidos pelos alunos que ingressaram por meio do processo seletivo SISU, que
o desempenho dos estudantes que ingressaram através do processo seletivo
gerenciado pela UFRJ foi melhor que o dos estudantes que ingressaram por meio do
processo seletivo SISU. Para a realização das comparações, foram considerados
os alunos que ingressaram nos dois últimos processos realizados pala UFRJ e pelo
SISU. Além disso, foram usadas as turmas que ingressaram em 2011, formadas por
alunos oriundos dos dois processos seletivos, nas quais também foi verificado que o
desempenho dos alunos ingressantes por meio do processo UFRJ foi melhor que o
dos ingressantes por meio do processo SISU.
Com relação à segunda questão avaliativa, pode-se afirmar que a adesão da
UFRJ ao SISU afetou o desempenho dos seus alunos com redução do CRA médio.
A terceira questão avaliativa abrange três aspectos que estão relacionados à
evasão, retenção e conclusão de curso, antes e depois da adesão da UFRJ ao
SISU. Por meio dos resultados obtidos e das análises realizadas, concluiu-se o
seguinte:
100
Quanto à evasão
Para a realização das análises sobre este aspecto, decidiu-se por duas
abordagens diferentes. A primeira, com foco na situação da matrícula do aluno no
período imediatamente posterior ao último período da duração normal do seu curso,
e a segunda, voltada para o canibalismo17 (TRAYLOR, 1986) não programado,
quando a UFRJ perde vaga para o seu próprio aluno, ou seja, a evasão secundária,
que ocorre quando um aluno já classificado e matriculado na UFRJ por meio do
processo seletivo SISU de primeira edição também é classificado para outro curso
da segunda edição.
Os resultados verificados por meio da primeira abordagem revelaram que os
índices de evasão dos alunos que ingressaram na UFRJ após a sua adesão ao
SISU são superiores aos índices de evasão dos alunos que ingressaram
anteriormente.
Quanto aos resultados obtidos por meio da segunda abordagem, verificou-se
um percentual médio de 5,7% de evasão secundária. Isto significa que, desde a sua
adesão ao SISU, a UFRJ perdeu, em média, 241 alunos por período letivo, quase
todos oriundos de primeiras edições, perfazendo assim, um total de 2.891 alunos.
Quanto à retenção
As análises sobre este aspecto foram realizadas com foco na situação da
matrícula do aluno no período imediatamente posterior ao último período da duração
normal do seu curso, e os resultados verificados mostraram que todos os índices de
retenção registrados nos processos UFRJ são menores que os registrados nos
processos SISU.
Quanto à conclusão de curso
A análise deste aspecto foi realizada com o mesmo foco utilizado nos dois
aspectos anteriores e os resultados mostraram que, nos períodos analisados, os
índices de conclusão de curso caíram mais que 26% após a adesão da UFRJ ao
SISU.
Fatores como, a possibilidade de concorrer às vagas ofertadas por
instituições públicas de ensino em todo o Brasil, fazer a escolha da opção de curso
17 Na administração, segundo Traylor (1986), o canibalismo ocorre quando a venda de um dos
produtos ou serviços de uma empresa reduz as vendas de outros produtos ou serviços dela mesma.
101
de acordo com a nota obtida, e a dispensa de deslocamento para a realização dos
exames de seleção fora do seu estado de origem, parecem tornar óbvio, que para os
estudantes e para aqueles que desconhecem a realidade das instituições públicas, o
SISU é um processo mais democrático e eficiente se comparado aos vestibulares
tradicionais. Entretanto, até que ponto esse modelo é melhor que o tradicional para a
UFRJ e para o profissional que ela está formando?
O julgamento deste estudo avaliativo, com base nos dados coletados e nas
análises realizadas, revela, em suma, que apesar do Sistema de Seleção Unificada,
de fato, ter tornado o processo seletivo mais acessível e simples, para a
Universidade Federal do Rio de Janeiro, se comparado ao processo por ela
realizado até o ano de 2009, não se apresenta como o ideal, tendo em vista as
respostas obtidas para as questões avaliativas, que mostraram impactos negativos
em todos os quesitos verificados.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Espera-se que o presente estudo avaliativo, incorporado a outros estudos,
venha a ser utilizado como subsídio para a adoção de ações que ajudem no
aperfeiçoamento do modelo atual de seleção da UFRJ.
Diante dos dados coletados e analisados e das conclusões deste estudo
avaliativo, são apresentadas as seguintes recomendações:
a) Reavaliação da continuação do uso do SISU, no modelo atual, como
processo de seleção da UFRJ, por meio de discussões que envolvam professores,
técnicos e alunos;
b) Realização de novos estudos, preferencialmente, com a participação de
outras instituições públicas de ensino, sobretudo, com as localizadas no Estado do
Rio de Janeiro, com vista à construção de processos alternativos ao SISU,
unificados ou não, ou elaboração de estratégias que visem aprimorá-lo;
c) Implementação de ações que visem melhorar a segurança nos campi,
ampliação do número de restaurantes universitários, ampliação do número de
residências estudantis e ampliação do número de bolsas;
d) Melhorar a comunicação com os candidatos especialmente, nas
convocações, e cuidar para que o site do acesso à graduação dê destaque às
publicações das chamadas, com a devida padronização.
102
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 12.089 de 11 de novembro de 2009. Proíbe que uma mesma ocupe 2 (duas) vagas simultaneamente em instituições públicas de ensino superior. Diário Oficial União, Brasília, DF, 12 nov. 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12089.htm>. Acesso em: 22 maio 2017. BRASIL. Portaria Normativa nº 2, de 26 de janeiro de 2010. Institui e regulamenta o Sistema de Seleção Unificada, sistema informatizado gerenciado pelo Ministério da Educação, para seleção de candidatos a vagas em cursos de graduação disponibilizadas pelas instituições públicas de educação superior dele participantes. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 18, 27 jan. 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2704-sisuportarianormativa2&Itemid=30192>. Acesso em: 12 jun. 2017. ______. Decreto nº 11.530, de 18 de março de 1915. Reorganiza o ensino secundário e o superior na República. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 mar. 1915, p. 3028, Seção 1. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-11530-18-marco-1915-522019-republicacao-97760-pe.html>. Acesso em: 25 maio 2017. ______. Decreto nº 68.908, de 13 de julho de 1971.Dispõe sobre Concurso Vestibular para admissão aos cursos superiores de graduação. Diário Oficial da União, 14 jul. 1971, p. 5413, Seção 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/D68908.htm>. Acesso em: 25 maio 2017. ______. Portaria Normativa nº 21, de 5 de novembro de 2012. Dispõe sobre o Sistema de Seleção Unificada - Sisu. Diário Oficial da União, 6 nov. 2012a. Disponível em: <http://r1.ufrrj.br/sisu/wp-content/uploads/2015/12/portaria-normativa-mec-n21-de-05-11-2012.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017. ______. Medida Provisória no 2.200-2, de 24 de agosto de 2001. Institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP–Brasil, transforma o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação em autarquia, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 ago. 2001, p. 65, Seção 1. Disponível em: <http://:www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas_2001/2200-2.htm>. Acesso em: Acesso em: 12 jun. 2017. ______. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 ago. 2012b, Seção 1, p. 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm>. Acesso em: Acesso em: 15 jun. 2017.
103
BRASIL. Lei nº 13.409, de 28 de dezembro de 2016. Altera a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, para dispor sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 dez. 2016, p. 3, Seção 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13409.htm>. Acesso em: 15 jun. 2017. CARMO, Erinaldo Ferreira et al. Políticas públicas de democratização do acesso ao ensino superior e estrutura básica de formação no ensino médio regular. Rev. bras. Estud. pedagog. (online), Brasília, v. 95, n. 240, p. 304-327, maio/ago. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbeped/v95n240/04.pdf>. Acesso em: 1 jun. 2017. DAVIDSON, Jane. Evaluation methodology basics. Thousands Oaks, CA: Sage, 2005. ELLIOT, Ligia Gomes; HILDENBRAND, Luci; BERENGER, Mercêdes Moreira. Questionário. In: ELLIOT, Ligia Gomes. Instrumentos de Avaliação e Pesquisa: caminhos para construção e validação. Rio de Janeiro: Wak, 2012. JORNAL O GLOBO. Edição: 10 jan. 1971. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/na-guerra-do-vestibular-estudantes-fazem-prova-ate-na-arquibancada-do-maracana-14522875>. Acesso em: 25 maio 2017. LEHER, Roberto. ENEM: o que é comodificado é mercadoria. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.correiocidadania.com.br/politica/3831-06-10-2009-enem-o-que-e-comodificado-e-mercadoria>. Acesso em: 12 jul. 2017. RESENDE, Selmo Haroldo. Flexibilização do vestibular: fator de inclusão ou exclusão?. Uberlândia, MG, 1998. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/169128646/Selmo-FLEXIBILIZACAO-DO-VESTIBULAR-FATOR-DE-INCLUSAO-OU-EXCLUSAO>. Acesso em: 1 jun. 2017. SCRIVEN, Michael. Key evaluation checklist. Kalamazoo, MI: The Evaluation Center, 2007. SIGNIFICADOS. São Paulo, 2011. Disponível em: <https://www.significados.com.br>. Acesso em: 25 maio 2017. STUFFLEBEAM, Daniel L. The metaevaluation imperative. American Journal of Evaluation, Thousand Oaks, v. 22, n. 2, p.183-209, 2001. TRAYLOR, Mark B. Canibalism in multibrand firms. Journal of Consumer Marketing, St. Bárbara, v. 3, n. 2, p. 69-75, 1986.
104
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Pró-Reitoria de Graduação. Edital complementar nº 54, de 27 de agosto de 2009. Acesso aos cursos de graduação 2010. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://acessograduacao.ufrj.br/index.php/periodo-2010-1/20101acessoagraduacao/296-editais/543-edital-complementar-do-concurso-de-acesso-ao-cursos-de-graduacao-ufrj-2010>. Acesso em: 1 jun. 2017. ______. Pró-Reitoria de Graduação: UFRJ 2009. Edital nº 45, de 07 de julho de 2008. Acesso aos cursos de graduação 2009. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://acessograduacao.ufrj.br/index.php/acesso-a-ufrj-2009>. Acesso em: 2 jul. 2017. _______. Conselho Universitário. Resolução nº 16, de 19 de agosto de 2010. Estabelece novos critérios para o ingresso na UFRJ em 2011. Rio de Janeiro: UFRJ, 2010. Disponível em: <http://www.consuni.ufrj.br/images/Resolucoes/res16-10.pdf>. Acesso em: 1 jun. 2017. ______. Conselho Universitário. Resolução nº 14, de 7 de julho de 2011. Estabelece critérios para o ingresso na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2012. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.consuni.ufrj.br/images/Resolucoes/res14-11.pdf>. Acesso em: 1 jun. 2017. ______. Pró-Reitoria de Graduação – SISU 2012. Edital nº 106 de 10 de outubro de 2011. Acesso aos cursos de graduação 2012. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://acessograduacao.ufrj.br/images/_Acesso-2012/2012-Editais/2012-Edital%20Concurso%20de%20Acesso-No%20106.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2017. ______. Pró-Reitoria de Graduação. Edital nº 433, de 9 de novembro de 2016. Acesso aos cursos de graduação 2017/1. Normas Complementares ao Edital 432 de 09 de novembro de 2016. Rio de Janeiro, 2017a. Disponível em: <http://acessograduacao.ufrj.br/images/_Acesso-2017/2017-Editais/2017-Edital_433-2016-Acesso_SiSU.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2017. ______. Pró-Reitoria de Graduação. Edital nº 24, de 26 de janeiro de 2017. Acesso aos cursos de graduação 2017/1. Retificação dos Editais 432/2016 e 433/2016. Rio de Janeiro, 2017b. Disponível em: <http://acessograduacao.ufrj.br/images/_Acesso-2017/2017-Editais/2017-Edital_433-2016-Acesso_SiSU.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2017. ______. Pró-Reitoria de Graduação – Processo SISU 2017. Edital nº 432, de 09 de novembro de 2016. Acesso aos cursos de graduação 2017. Rio de Janeiro, 2017c. Disponível em: <http://acessograduacao.ufrj.br/images/_Acesso-2017/2017-Editais/2017-Edital_433-2016-Acesso_SiSU.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2017. ______. Pró-Reitoria de Graduação: edital Complementar de Vagas nº 39 de 10 de fevereiro de 2017: acesso aos cursos de graduação 2017/1. Rio de Janeiro, 2017d. Disponível em: <http://acessograduacao.ufrj.br/images/_Acesso-2017/2017_1-Editais/2017_1-Edital_39-2017-LE_SiSU.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2017.
105
WORTHEN, Blaine R.; SANDERS, James R.; FITZPATRICK, Jody L. Avaliação de programas: concepções e práticas. São Paulo: Ed. Gente, 2004.
APÊNDICES
107
APÊNDICE A – Questionário de avaliação dos motivos para a não realização da matrícula na UFRJ
Para facilitar a (s) sua (s) resposta (s), foram criados sete aspectos com diversas opções de respostas para cada aspecto. São eles: SPECTO 01 - OPÇÃO POR OUTRO CURSO (para os candidatos que se matricularam, em outra Instituição de Ensino ou na Própria UFRJ, num curso diferente daquele em que não realizou a matricula na UFRJ); ASPECTO 02 - OPÇÃO PELO MESMO CURSO (para os candidatos que se matricularam, em outra Instituição de Ensino, num curso igual aquele em que não realizou a matricula na UFRJ); ASPECTO 03 - PROBLEMAS DE ORDEM FINANCEIRA (para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por questões de ordem financeira); ASPECTO 04 - PROBLEMAS ESTRUTURAIS (para os candidatos que não se matricularam na UFRJ por questões estruturais, como achar que o Rio é inseguro; achar que as instalações da UFRJ são inadequadas, etc.); ASPECTO 05 - PROBLEMAS COM A DOCUMENTAÇÃO (para os candidatos que não se matricularam em decorrência da falta de algum documento exigido pelo Edital); ASPECTO 06 - OUTRAS QUESTÕES (para os candidatos que não se matricularam por outras questões, como ter sido classificado apenas para o curso de sua segunda opção; ter participado do SiSU apenas como teste; não saber que tinha sido classificado; etc.); ASPECTO 07 - NENHUM DOS ASPECTOS ANTERIORES (para os candidatos que não encontraram, dentro dos aspectos anteriores, o(s) motivo(s) pelo(s) qual (is) não se matricularam na UFRJ).
Procure escolher um aspecto para dar a sua resposta, entretanto, você pode usar mais de um aspecto e marcar uma ou mais opções do mesmo aspecto.
Foi verificado que em uma ou mais edição do SiSU de você foi classificado (a) para a UFRJ, mas não realizou a matrícula. Considerando os aspectos abaixo, indique qual (ais) o (s) motivo (s) que te levou (levaram) a não realizar a matrícula. ASPECTO 01 – OPÇÃO POR OUTRO CURSO.
Optei pela 1ª opção (outro curso, da própria UFRJ). Optei pela 1ª opção (outro curso, em outra instituição de ensino do Estado do
Rio de Janeiro). Optei pela 1ª opção (outro curso, em outra instituição de ensino de fora do
Estado do Rio de Janeiro). Optei pelo curso com Teste de Habilidade Específica (THE) da UFRJ. Optei por outro curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de
Janeiro, com bolsa de estudos. Optei por outro curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de
Janeiro, sem bolsa de estudos.
108
Optei por outro curso de instituição de ensino privada de fora do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos.
Optei por outro curso de instituição de ensino privada de fora do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos.
Optei por outro curso em outra instituição pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SiSU.
Optei por outro curso de outra instituição de ensino pública de fora do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SiSU.
Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
ASPECTO 02 - OPÇÃO PELO MESMO CURSO.
Optei pelo curso da 1ª opção (mesmo curso, em outra instituição de ensino do Estado do Rio de Janeiro).
Optei pelo curso da 1ª opção (mesmo curso, em outra instituição de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro).
Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos.
Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos.
Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, com bolsa de estudos.
Optei pelo mesmo curso em instituição privada de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, sem bolsa de estudos.
Optei pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SiSU
Optei pelo mesmo curso em outra instituição pública de ensino de fora do Estado do Rio de Janeiro, não participante do SiSU
Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
ASPECTO 03 - PROBLEMAS DE ORDEM FINANCEIRA.
Não tinha condições financeiras de me manter no Rio de janeiro No dia da matrícula não tinha condições financeiras me dirigir ao Rio de Janeiro Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a
este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
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ASPECTO 04 - PROBLEMAS ESTRUTURAIS.
O índice de criminalidade na cidade do Rio de Janeiro. A insegurança no campus onde o curso é ministrado. O currículo do curso não atende as necessidades do mercado de trabalho. As greves nas universidades federais A limitação das vagas na residência estudantil (alojamento de estudantes). As instalações físicas inadequadas onde o curso é ministrado. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a
este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
ASPECTO 05 - PROBLEMAS COM A DOCUMENTAÇÃO.
Não tive condições de comprovar a conclusão do Ensino Médio. Não tive como comprovar a condição de cotista.
Realizei a inscrição no SISU como cotista, indevidamente. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a
este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
ASPECTO 06 - OUTRAS QUESTÕES
Fui classificado(a) só para a minha segunda opção e não era o curso que eu realmente desejava.
Não sabia que tinha sido classificado (a). Quando soube que tinha sido classificado (a) o dia da matrícula já tinha
passado. Eu ou outro familiar estava com problemas de saúde. Realizei o ENEM e a inscrição no SiSU apenas como teste. Participei do exame apenas para provar que me classificaria para a UFRJ. Curso não desejado. Escolhi a opção tomando como base apenas a linha de
corte mostrada pelo SiSU no momento da inscrição no processo seletivo. Perda do prazo para a confirmação da matrícula ou inscrição em disciplinas. O horário do trabalho era incompatível com o horário do curso. Outro (Use esta opção para a sua resposta somente se ela estiver relacionada a
este aspecto. Do contrário, vá para o próximo aspecto sem marcar nenhuma opção).
ASPECTO 07 - NENHUM DOS ASPECTOS ANTERIORES
Outro (Use esta opção para a sua resposta caso não a tenha encontrado em nenhum dos aspectos anteriores).
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APÊNDICE B - Questionário Atuação e Percepção Docente
1. Após a adesão da UFRJ ao SiSU, no que se refere ao perfil dos estudantes, você observou alguma diferença que te levou a modificar a metodologia utilizada nas aulas? ( ) Não ( ) Sim Em caso positivo, quais as modificações promovidas? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
2. Após a adesão da UFRJ ao SiSU, no que se refere ao perfil dos estudantes, você observou alguma diferença que te levou a modificar o modelo de avaliação adotado? ( ) Não ( ) Sim Em caso positivo, quais as modificações promovidas? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
3. Como você avalia a sua relação com as turmas, após a adesão da UFRJ ao SiSU?.
( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não mudou Comentários adicionais: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
4. Considere a sua motivação para lecionar, após a adesão da UFRJ ao SiSU, e
assinale uma das opções abaixo. ( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não mudou Comentários adicionais: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
5. Como você avalia a FREQUÊNCIA ÀS AULAS dos alunos, após a adesão da
UFRJ ao SiSU? ( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não mudou ( ) Não observado Comentários adicionais: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
111
6. Como você avalia o CONHECIMENTO PRÉVIO dos alunos, após a adesão da UFRJ ao SiSU? ( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não mudou ( ) Não observado Comentários adicionais: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
7. Como você avalia a PARTICIPAÇÃO NAS AULAS dos alunos, após a adesão da UFRJ ao SiSU? ( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não mudou ( ) Não observado Comentários adicionais: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
8. Como você avalia a DESEMPENHO NA AVALIAÇÕES dos alunos, após a
adesão da UFRJ ao SiSU? ( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não mudou ( ) Não observado Comentários adicionais: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
9. Como você avalia a DEDICAÇÃO dos alunos, após a adesão da UFRJ ao SiSU?
( ) Melhorou ( ) Piorou ( ) Não mudou ( ) Não observado Comentários adicionais: _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
10. Você deseja fazer outros comentários a respeito da adesão da UFRJ ao SiSU?
( ) Não ( ) Sim Em caso positivo, utilize o campo abaixo para fazer seus comentários. ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
112
APÊNDICE C – Convite aos Especialistas (Validação Técnica)
CARTA CONVITE
Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2017.
Prezada (o) Especialista. Solicito os seus préstimos, no sentido de realizar a validação técnica dos instrumentos de avaliação que fazem parte de minha dissertação do Mestrado em Avaliação da Faculdade Cesgranrio, no prazo máximo de cinco dias corridos, a contar do seu recebimento. O objetivo do estudo é avaliar os impactos causados nos cursos de graduação da UFRJ, em decorrência da sua adesão ao SiSU. Com o intuito de alcançar o citado objetivo, foram elaboradas três questões avaliativas, a saber: a) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SiSU afetou o ingresso nos seus cursos? b) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SiSU afetou o desempenho acadêmico dos
seus alunos? c) Em que medida a adesão da UFRJ ao SiSU afetou a retenção, a evasão e a
conclusão de curso dos seus alunos? Visando a obtenção de condições mais favoráveis à realização do processo avaliativo e otimizar as análises das respostas obtidas, foram elaborados cinco quadros de categorias, indicadores e padrões. Com base nos Quadros 1, 3, 4 e 5, foram construídos dois questionários (Anexos 1 e 2). O questionário do Anexo 1 é para ser respondido pelos estudantes que foram classificados para a UFRJ e não realizaram matrícula e o do Anexo 2, para ser respondido pelos docentes. Ressalto que foram construídas duas aplicações web, onde os estudantes e os professores poderão responder as questões propostas nos instrumentos, em um ambiente mais seguro, eficiente e confortável. Por este motivo foi necessário que a construção dos questionários seguisse um padrão específico. Desta forma, sugiro que o senhor(a) acesse as referidas aplicações e faça simulações, como se fosse um aluno e um docente, da seguinte forma: 1. Aplicação para os estudantes a) copie o endereço sipa.ufrj.br/sipa e cole no seu navegador; b) Preencha a chave “Nome” como seu nome completo (sem acentos); c) Clique no botão “ENTRAR”; d) Leia as instruções e faça uma simulação respondendo o questionário. 2. Aplicação para os docentes a) Copie o endereço 146.164.249.53/sipa e cole no seu navegador; b) Preencha a chave “Nome” como seu nome completo (sem acentos); c) Clique no botão “ENTRAR”;
113
d) Leia as instruções e faça uma simulação respondendo o questionário. Outro instrumento de avaliação a ser utilizado será a análise documental, em consonância com o quadro de categorias e indicadores dos candidatos matriculados (Quadro 2). O objetivo da análise será avaliar, através de consultas ao banco de dados do Sistema de Gestão Acadêmica da UFRJ, os indicadores propostos. Informo ainda que a dissertação, além de ser requisito para a obtenção do título de Mestre em Avaliação, também servirá com subsídios na adoção de ações para o aperfeiçoamento do modelo atual de acesso aos cursos de graduação da UFRJ. Solicito, ainda, que as análises e considerações sejam enviadas para o endereço eletrônico [email protected]. Desde já agradeço a sua disponibilidade e contribuição para o meu estudo avaliativo.
Atenciosamente,
Roberto Vieira
E-mail: [email protected]
114
APÊNDICE D – Formulário de Validação Técnica dos Instrumentos
Nome do Especialista: Instituição: Faculdade Cesgranrio. Analise os instrumentos de avaliação apresentados e faça a verificação da interligação entre eles e as questões avaliativas, assim como os quadros de categorias, indicadores e padrões propostos, e responda as questões a seguir. 1. Quanto ao objetivo do estudo, você o considera importante?
( ) Sim ( ) Não Justifique: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
2. Quanto às questões avaliativas, você as considera adequadas ao objetivo do
estudo? ( ) Sim ( ) Não Justifique: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
3. Quanto aos quadros de categorias, indicadores e padrões, você os considera adequados ao estudo? ( ) Sim ( ) Não Justifique: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
4. Quanto ao questionário a ser respondido pelos estudantes que foram
classificados para a UFRJ e não efetivaram a matrícula (Anexo 1). a) Os itens estão redigidos de maneira clara? ( ) Sim ( ) Não Justifique: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
b) Você sugere alguma alteração no seu formato? ( ) Sim ( ) Não Em caso positivo, quais? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
115
c) Você sugere alguma alteração na redação? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
d) Você sugere alguma inclusão ou exclusão de itens? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
5. Quanto aos questionários a serem respondidos pelos docentes (Anexo 2). a) Os itens estão redigidos de maneira clara?
( ) Sim. ( ) Não. Justifique: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
b) Você sugere alguma alteração nos seus formatos? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
c) Você sugere alguma alteração na redação? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ d) Você sugere alguma inclusão ou exclusão de itens? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
6. Quanto as categorias e os indicadores propostos para análise documental
(Quadro 3). a) Você acha que atendem as questões avaliativas? ( ) Sim. ( ) Não.
Justifique: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
116
7. Você incluiria ou excluiria algum? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
8. Se você achar necessário outros comentários, use o campo abaixo. __________________________________________________________________
117
APÊNDICE E – Convite aos Especialistas (avaliação de conteúdo)
CARTA CONVITE
Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2017.
Prezada (o) Especialista. Solicito os seus préstimos, no sentido de realizar a validação de conteúdo dos instrumentos de avaliação que fazem parte de minha dissertação do Mestrado em Avaliação da Faculdade Cesgranrio, preenchendo o formulário de avaliação de conteúdo (Anexo 1), no prazo máximo de cinco dias corridos, a contar do seu recebimento. O objetivo do estudo é avaliar os impactos causados nos cursos de graduação da UFRJ, em decorrência da sua adesão ao SISU. Com o intuito de alcançar o citado objetivo, foram elaboradas três questões avaliativas, a saber: a) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SiSU afetou o ingresso nos seus cursos? b) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SiSU afetou o desempenho acadêmico dos
seus alunos? c) Em que medida a adesão da UFRJ ao SiSU afetou a retenção, a evasão e a
conclusão de curso dos seus alunos? Foram construídos dois questionários (Anexos 2 e 3). O questionário do Anexo 2 é para ser respondido pelos estudantes que foram classificados para a UFRJ e não realizaram matrícula e o do Anexo 3, para ser respondido pelos docentes. Informo ainda que a dissertação, além de ser requisito para a obtenção do título de Mestre em Avaliação, também servirá com subsídios na adoção de ações para o aperfeiçoamento do modelo atual de acesso aos cursos de graduação da UFRJ. Solicito, ainda, que as análises e considerações sejam enviadas para o endereço eletrônico [email protected]. Desde já agradeço a sua disponibilidade e contribuição para o meu estudo avaliativo.
Atenciosamente,
Roberto Vieira
E-mail: [email protected]
118
APÊNDICE F - Formulário de Validação de Conteúdo dos Instrumentos
Nome do Especialista: Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro. Analise os instrumentos de avaliação apresentados, faça a verificação necessária, e responda as questões a seguir. 1. Quanto ao questionário a ser respondido pelos estudantes que foram
classificados para a UFRJ e não efetivaram a matrícula (Anexo 2). a) Os itens estão redigidos de maneira clara? ( ) Sim. ( ) Não. Justifique: ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
b) Você sugere alguma alteração na redação? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
c) Você considera que os itens atende ao objetivo do estudo? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
d) Você sugere alguma inclusão ou exclusão de itens? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
2. Quanto aos questionários a serem respondidos pelos docentes (Anexo 3).
a) Os itens estão redigidos de maneira clara? ( ) Sim. ( ) Não. Justifique: ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
119
b) Você sugere alguma alteração na redação? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________
c) Você considera que os itens atende ao objetivo do estudo? ( ) Sim. ( ) Não. Justifique ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
d) Você sugere alguma inclusão ou exclusão de itens? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso positivo, quais? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
3. Se necessário, use o campo abaixo para fazer outros comentários e sugestões.
________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________
120
APÊNDICE G – Convite aos Especialistas (Validação Técnica da Aplicação Web)
CARTA CONVITE
Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2017.
Prezada(o) Especialista. Solicito os seus préstimos, no sentido de realizar a validação Técnica das aplicações Web, construída para a aplicação dos instrumentos de avaliação que fazem parte de minha dissertação do Mestrado em Avaliação da Faculdade Cesgranrio, preenchendo o formulário de avaliação em anexo, no prazo máximo de cinco dias corridos, a contar do seu recebimento. O objetivo do estudo é avaliar os impactos causados nos cursos de graduação da UFRJ, em decorrência da sua adesão ao SISU. Ressalto que foram construídos dois instrumentos de avaliação, sendo um a ser respondo por candidatos aos cursos de graduação da UFRJ e o outro por docentes da UFRJ. Para acessar as aplicações proceda da seguinte forma: 1. Aplicação para os estudantes a) copie o endereço sipa.ufrj.br/sipa e cole no seu navegador; b) Preencha a chave “Nome” como seu nome completo (sem acentos); c) Clique no botão “ENTRAR”; d) Leia as instruções e faça uma simulação respondendo o questionário. 2. Aplicação para os docentes a) Copie o endereço 146.164.249.53/sipa e cole no seu navegador; b) Preencha a chave “Nome” como seu nome completo (sem acentos); c) Clique no botão “ENTRAR”; d) Leia as instruções e faça uma simulação respondendo o questionário. Informo ainda que a dissertação, além de ser requisito para a obtenção do título de Mestre em Avaliação, também servirá com subsídios na adoção de ações para o aperfeiçoamento do modelo atual de acesso aos cursos de graduação da UFRJ. Solicito, ainda, que as análises e considerações sejam enviadas para o endereço eletrônico [email protected]. Desde já agradeço a sua disponibilidade e contribuição para o meu estudo avaliativo.
Atenciosamente,
Roberto Vieira
E-mail: [email protected]
121
APÊNDICE H - Formulário de Validação Técnica da Aplicação Web
Nome do Especialista: ________________________________________________ Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro. Utilize as aplicações Web, conforme instruções contidas na carta convite, considere os aspectos segurança, performance, usabilidade e design, e responda as questões a seguir. 1. Você se sente seguro ao usar essa aplicação?
( ) Sim. ( ) Não. Em caso negativo, use o campo abaixo e proponha soluções: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
2. Você consegue “navegar” na aplicação sem ajudas on-line? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso negativo, use o campo abaixo e proponha soluções: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
3. A velocidade de resposta da aplicação é adequada? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso negativo, use o campo abaixo e proponha soluções. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
4. Você considera fácil o uso da aplicação? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso negativo, use o campo abaixo e proponha soluções. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
5. Você considera o design da aplicação adequado? ( ) Sim. ( ) Não. Em caso negativo, use o campo abaixo e proponha soluções: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
6. Se necessário, use o campo abaixo para fazer outros comentários e sugestões.
__________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
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APÊNDICE I - Convite aos Candidatos
CARTA CONVITE
Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2017.
Prezado (a) estudante. Sou servidor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com atuação na Superintendência de Acesso e Registro da Pró-Reitoria de Graduação (SuperAR/PR-1). Estou realizando o curso de Mestrado em Avaliação da Faculdade Cesgranrio e o objetivo do meu estudo é avaliar os impactos causados nos cursos de graduação da UFRJ, em decorrência da sua adesão ao SISU. Atualmente estou em fase de elaboração da dissertação que, além de ser requisito para a obtenção do título de Mestre em Avaliação, também servirá como subsídios na adoção de ações para o aperfeiçoamento do modelo atual de acesso aos cursos de graduação da UFRJ. Este questionário estará disponível para ser respondido até o dia 30/10/2017. Desta forma, solicito a sua colaboração, no sentido de preencher o questionário de se encontra no sistema de pesquisa da SuperAR/PR-1, localizado no endereço www.sipa.ufrj.br. Quanto ao sigilo sobre a sua participação na pesquisa, fique tranquilo (a), pois as informações coletadas serão analisadas de forma agregada, o que possibilitará garantir o seu anonimato. Certo do seu apoio, desde já agradeço a sua valiosa contribuição,
Atenciosamente,
Roberto Vieira
E-mail: [email protected]
123
APÊNDICE J - Convite aos Docentes
CARTA CONVITE
Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2017. Prezado (a) Professor (a).. Sou servidor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com atuação na Superintendência de Acesso e Registro da Pró-Reitoria de Graduação (SuperAR/PR-1). Estou realizando o curso de Mestrado em Avaliação da Faculdade Cesgranrio e o objetivo do meu estudo é avaliar os impactos causados nos cursos de graduação da UFRJ, em decorrência da sua adesão ao SISU. Uma parte desse estudo é avaliar a percepção dos docentes quanto a sua atuação em sala de aula, assim como, a atuação dos alunos, numa visão que estabelece comparações de cenários antes e após a adesão da UFRJ ao SiSU. Desta forma, solicito a sua colaboração no sentido de preencher um breve questionário, acessando o endereço, http://146.164.249.53/SIPA , até o dia 30/11/2017, para que eu possa dar continuidade ao estudo sem prejuízos ao cronograma estabelecido. Esclareço que a utilização do seu endereço eletrônico foi autorizada pela Pró-Reitoria de Graduação, pois o referido estudo é de interesse da UFRJ, uma vez que os seus resultados ajudarão na construção de propostas para a adoção de ações com a finalidade de aperfeiçoar o seu modelo atual de acesso aos cursos de graduação. Quanto ao sigilo sobre a sua participação na pesquisa, fique tranquilo (a), pois as informações coletadas serão analisadas de forma agregada, o que possibilitará garantir o seu anonimato. Certo do seu apoio, desde já agradeço a sua valiosa contribuição.
Atenciosamente,
Roberto Vieira
E-mail: [email protected]
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APÊNDICE K - Carta ao Pró-Reitor de Graduação
Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2017.
Sr. Pró-Reitor de Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como é de conhecimento de V. Sª, sou servidor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com atuação na Superintendência de Acesso e Registro da Pró-Reitoria de Graduação (PR-1), e atualmente exerço a função de Superintendente Executivo de Acesso e Registro. Estou realizando o curso de Mestrado em Avaliação da Fundação Cesgranrio e o objetivo do estudo é avaliar os impactos causados nos cursos de graduação da UFRJ, em decorrência da sua adesão ao SISU. Com o intuito de alcançar o citado objetivo, elaborei três questões avaliativas, a saber: a) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SISU afetou o ingresso nos seus cursos? b) Até que ponto a adesão da UFRJ ao SISU afetou o desempenho acadêmico dos
seus alunos? c) Em que medida a adesão da UFRJ ao SISU afetou a retenção, a evasão e a
conclusão de curso dos seus alunos? Atualmente estou em fase de elaboração da dissertação e, para que seja possível a realização do estudo, será necessária a utilização de informações referentes aos cursos de graduação, de responsabilidade da PR-1, que constam no Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) e no Sistema de Pré-matrícula. Desta forma, solicito a autorização de V. Sª para usar as referidas informações, esclarecendo que comprometo-me a não utilizá-las pra outros fins que não seja a realização do estudo em questão. Esclareço, ainda, que além de ser requisito para a obtenção do título de Mestre em Avaliação, o estudo, através dos resultados obtidos, ficará à disposição da PR-1 para, se necessário, ser utilizado como subsídio na adoção de ações para o aperfeiçoamento do modelo atual de acesso aos cursos de graduação da UFRJ.
Atenciosamente,
Roberto Vieira
E-mail: [email protected]