Impactos econômicos do programa habitacional Minha Casa Minha Vida sobre a indústria da construção civil e de materiais

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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

    Impactos econmicos do programa habitacional Minha Casa Minha Vida

    sobre a indstria da construo civil e de materiais

    Relatrio Final de Atividades

    Aluno: Eduardo Gomes Maximiliano RA: 102054

    Orientadora: Professora Dra. Mariana de Azevedo Barretto Fix

    Centro de Estudos de Desenvolvimento EconmicoInstituto de Economia

    Programa Institucional de Bolsas de Iniciao CientficaPIBIC/CNPqPRP

    Vigncia: agosto de 2014 a julho de 2015

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    Sumrio

    Introduo ................................................................................................................................... 2

    Materiais e Mtodos ................................................................................................................... 5

    Resultados ................................................................................................................................... 6

    Concluses ................................................................................................................................ 15

    Perspectivas de continuidade .................................................................................................... 16

    Agradecimentos ........................................................................................................................ 16

    Bibliografia ............................................................................................................................... 17

    Anexos ...................................................................................................................................... 20

    Introduo

    A Poltica Nacional de Habitao elaborada no incio do governo Lula teve como base

    o Projeto Moradia, elaborado no ano 2000, que previa a criao do Ministrio das Cidades epropunha uma poltica urbana que abrangeria os setores de saneamento, transporte e planeja-

    mento territorial alm da habitao. A poltica tinha como meta a ampliao do segmento ha-

    bitacional atendido pelo mercado privado, restrito a aproximadamente 30% da populao, de

    forma que os recursos sob gesto federal fossem utilizados para atender as famlias situadas na

    faixa de renda de at 5 salrios mnimos, parcela correspondente a 92% do dficit habitacional1.

    O Ministrio das Cidades, criado em 2003, liderou o processo de reorganizao da oferta

    habitacional2

    . A Lei n 10.931/2004, que permite ao credor manter a posse do imvel at qui-tao da dvida, trouxe segurana jurdica ao mercado e uma resoluo do Banco Central passou

    a exigir que os bancos utilizassem os recursos da poupana para financiar habitao. Estas me-

    didas, ligadas a um quadro favorvel da economia brasileira, geraram uma elevao de R$2,2

    bilhes para R$27 bilhes entre 2002 e 2008 no investimento em habitao do Sistema Brasi-

    leiro de Poupana e Emprstimo3.

    1E. Maricato, A nova poltica nacional de habitao.2N. Bonduki, Poltica habitacional e incluso social no Brasil.3N. Bonduki, Do Projeto Moradia ao programa Minha Casa.

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    Os recursos e subsdios para a Habitao de Interesse Social tambm foram aumentados

    por outros meios, como a aprovao do Fundo Nacional de Habitao de Interesse Social (FI-

    NHIS) e a Resoluo 460 do Conselho Gestor do Fundo de Garantia do Tempo de Servio

    (FGTS). O volume de recursos se expandiu combinando diversas fontes e mudanas instituci-

    onais conferiram maior segurana jurdica e econmica, promovendo mudanas nas estratgias

    das empresas4. Incorporadoras imobilirias e construtoras abriram marcas no segmento eco-

    nmico oferecendo novos tipos de produtos, associaram-se a empresas regionais e compraram

    companhias menores que atuavam habitao popular, expandindo seu alcance na direo das

    cidades mdias e de outros estados.

    Firmas que pretendiam abrir capital na bolsa e outras j listadas passaram a aumentar

    significativamente o estoque de terras, em parte para sustentar o Valor Geral de Vendas pro-metido aos acionistas. A competio contribuiu para aumentar o preo do solo, motivando a

    expanso em direo s periferias, s cidades mdias e s fronteiras agrcolas. A ocupao do

    territrio seguia um modelo precrio, de grandes empreendimentos erguidos em reas carentes

    de infraestrutura, transporte e servios. O nmero expressivo de empresas que adotaram estra-

    tgias agressivas de crescimento sugeria que muitas das ofertas primrias de aes apresenta-

    vam forte vis especulativo, sem que as metas prometidas pudessem ser cumpridas 5. A crise

    financeira de 2008 acelerou o processo de desvalorizao das firmas, tendncia que se conser-vou at o anncio dos pacotes de estmulo contra os efeitos da crise internacional na economia

    brasileira.

    O governo federal lanou o programa Minha Casa Minha Vida(MCMV) em abril de

    2009. O pacote habitacional foi apresentado como uma das principais medidas para conter os

    efeitos internos da crise, por seu aparente carter anticclico, ao mesmo tempo que mantm o

    baixo nvel de desemprego e amplia o acesso moradia. Foram mobilizados 34 bilhes de reais

    para atender famlias de at 10 salrios mnimos em sua fase inicial, com meta de construode um milho de moradias. O programa ofereceu um volume de recursos nunca antes destinados

    moradia de baixa renda, argumento utilizado pelo governo federal para realar o suposto ca-

    rter distributivo do programa6.

    O pacote de habitao atende famlias em reas urbanas de acordo com a renda mensal.

    Famlias com renda de at trs salrios mnimos compem a Faixa 1, na qual a aquisio das

    unidades habitacionais garantida pela Caixa Econmica Federal (CEF) e o terreno adquirido

    4M. Fix, Financeirizao e transformaes recentes no circuito imobilirio no Brasil.5M. Fix, op. cit.6P. Arantes e M. Fix, Como o governo Lula pretende resolver o problema da habitao.

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    diretamente pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), de forma que o maior risco para

    as construtoras seja administrar um capital de giro que normalize o fluxo de caixa e impea os

    atrasos de obra7. As prefeituras so responsveis pela organizao da demanda e entrega de

    chaves, atendendo a populao que reside em reas de risco ou mediante inscries dos inte-

    ressados8.

    As faixas 2 e 3 correspondem s famlias com renda mensal de at R$3.275 e R$5.000,

    respectivamente. Os imveis so financiados pela CEF com recursos do FGTS. Os riscos so

    moderados, pois cabe ao ofertante usar o prprio terreno como lastro econmico para a aquisi-

    o de servios de projetos e aprovaes legais, assumir as despesas com a estrutura de comer-

    cializao e publicidade e comprovar a venda de 30% das unidades habitacionais para que o

    empreendimento seja includo no programa pelo financiamento com recursos do FGTS. A con-corrncia tambm se mostra mais acirrada na incorporao para famlias de renda mdia, grande

    parte das vendas acontece no Feiro da Caixa, evento itinerante em que construtoras e incor-

    poradoras oferecem as unidades habitacionais aos clientes beneficiados pela CEF9.

    O Regime Especial Tributrio incentivou as vendas de materiais e insumos da constru-

    o civil, reduzindo em seis pontos percentuais os tributos federais (PIS, COFINS, CSLL e

    IRPJ) das unidades habitacionais direcionadas s famlias de baixa renda (ABRAMAT, 2010).

    A segunda fase do programa foi anunciada em junho de 2011, oferecendo subsdios da ordemde R$72,6 bilhes alm dos R$53,1 bilhes reservados para o financiamento de mais dois mi-

    lhes de unidades habitacionais contratadas at 2014. O programa passou por diversos ajustes

    nesta fase, destacam-se os aumentos da renda mxima atendida em cada faixa e da rea mnima

    da unidade habitacional para 39,60m2 10.

    O programa Minha Casa Melhor (MCM) foi lanado em junho de 2013, autorizando a

    CEF a financiar mveis e eletrodomsticos para participantes do MCMV. Cada beneficirio

    tem direito a at R$5.000 para consumir quatorze produtos com especificaes determinadaspelo governo, podendo pagar em at 48 meses e com taxa de juros de 5% ao ano11. Esse pro-

    grama foi suspenso no incio de 2015, em um momento em que o governo federal promoveu

    diversos cortes de gastos relacionados ao ajuste fiscal. Um dos motivos alegados foi o ndice

    7E. Bavarelli, Trabalho e tecnologia no programa Minha Casa Minha Vida.8Dados obtidos no stio da Caixa Econmica Federal: . Acesso: 23 de ju-lho de 2015.9E. Bavarelli, op. cit.10C. Araujo, Programa Minha Casa Minha Vida: antigos e novos dilemas da habitao de interesse social e ocaso de Marlia-SP.11Dados obtidos no stio da Caixa Econmica Federal: < https://minhacasamelhor.com.br/cartilha_minhaCasa-Melhor.pdf />. Acesso: 23 de julho de 2015.

    http://caixa.gov.br/Downloads/habitacao-minha-casa-minha-vida/checklist_beneficiario.pdfhttp://caixa.gov.br/Downloads/habitacao-minha-casa-minha-vida/checklist_beneficiario.pdf
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    de inadimplncia superior a cinquenta por cento no final de 2014. Os cartes referentes a con-

    tratos realizados continuam operando normalmente e esto sendo discutidas novas contrataes

    do MCM para a terceira fase do MCMV12.

    A terceira fase do programa est prevista para ser lanada no segundo semestre de 2015,

    com meta de entregar mais trs milhes de moradias at 2018. O governo federal anunciou em

    julho a suspenso de novas contrataes destinadas ao Faixa 1 enquanto no forem realizados

    os pagamentos atrasados. Est prevista a criao de uma nova faixa chamada Faixa 1-FGTS,

    que disponibilizar subsdios de at 45 mil reais para famlias com renda entre R$1.200 e

    R$2.400 que possam comprometer at 27,5% da renda familiar com o financiamento habitaci-

    onal13.

    Materiais e Mtodos

    Este projeto est inserido em um programa de pesquisa do Centro de Estudos de Desen-

    volvimento Econmico (CEDE), de avaliao dos impactos econmicos do programa Minha

    Casa Minha Vida, Processo n 550717/2012-9, referente Chamada MCTI/CNPq/MCIDADES

    N 11/2012. O projeto foi beneficiado por um conjunto de dados e informaes reunidos pelo

    CEDE, estudados em conjunto com uma bibliografia especfica relativa ao estudo da habitao,

    do dficit habitacional brasileiro, das polticas pblicas de moradia e da cadeia produtiva da

    construo civil.

    Ao longo do perodo de bolsa o grupo de pesquisa, composto por quatro bolsistas PIBIC

    e a orientadora, se reuniu para discutir assuntos de interesse geral ao grupo e particulares as

    pesquisas individuais; algumas reunies contaram com a participao de alunos de ps-gradu-

    ao e de outros professores. Os textos estudados em grupo tratam da produo do ambiente

    construdo do espao urbano e intra-urbano; da questo fundiria e da renda da terra urbana;dos conflitos entre o direito de habitao e sua produo nos moldes capitalistas; das polticas

    pblicas de habitao; das particularidades do dficit habitacional brasileiro e do mercado imo-

    bilirio formal.

    12L. Bruno,Revista Exame, Caixa suspende de novos contratos do Minha Casa Melhor27/02/2015. Dispon-vel em: . Acesso: 21/07/201513Estado Contedo. Governo federal suspende verbas do Minha Casa das famlias mais pobres,17/07/2015. Disponvel em . Acesso: 25 de julho de 2015.

    http://exame.abril.com.br/economia/noticias/caixa-suspende-de-novos-contratos-do-minha-casa-melhorhttp://exame.abril.com.br/economia/noticias/caixa-suspende-de-novos-contratos-do-minha-casa-melhorhttps://br.financas.yahoo.com/noticias/governo-federal-suspende-verbas-casa-103000552.htmlhttps://br.financas.yahoo.com/noticias/governo-federal-suspende-verbas-casa-103000552.htmlhttps://br.financas.yahoo.com/noticias/governo-federal-suspende-verbas-casa-103000552.htmlhttps://br.financas.yahoo.com/noticias/governo-federal-suspende-verbas-casa-103000552.htmlhttp://exame.abril.com.br/economia/noticias/caixa-suspende-de-novos-contratos-do-minha-casa-melhorhttp://exame.abril.com.br/economia/noticias/caixa-suspende-de-novos-contratos-do-minha-casa-melhor
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    O programa Minha Casa Minha Vida foi acompanhado desde o incio da pesquisa por

    meio de peridicos nacionais e estrangeiros. O grupo trabalhou com estudos realizados pelo

    IPEA, Observatrio das Metrpoles, Fundao Joo Pinheiro e LabCidade, alm de teses de

    mestrado e doutorado disponveis no banco de teses da USP, UNESP e UNICAMP. Informa-

    es de onze empresas atuantes no programa na regio metropolitana de Campinas foram co-

    letadas e organizadas, atravs de contatos estabelecidos com as companhias, complementados

    com dados acessveis nos sites das firmas e em peridicos. Foram programadas visitas em-

    preendimentos de trs empresas diferentes para aprofundar os dados coletados, entretanto todas

    as firmas consultadas se mostraram resistentes a atender o pedido de visita, dificultando o an-

    damento da pesquisa de campo.

    A cadeia produtiva da construo civil foi estudada a partir de publicaes e documen-tos disponibilizados pela Associao Brasileira da Indstria de Materiais de Construo, C-

    mara Brasileira da Indstria da Construo, Sindicato da Indstria da Construo Civil e Fede-

    rao das Indstrias do Estado de So Paulo. O desempenho do setor tambm foi acompanhado

    em jornais, revistas e bases de dados, que complementaram as leituras das teses, disponveis

    nos bancos digitais das universidades estaduais paulistas, sobre a indstria da construo civil

    e polticas habitacionais.

    A pesquisa bibliogrfica e o levantamento de dados secundrios foram organizados como propsito de cobrir os diversos assuntos relacionados a habitao, urbanismo e a indstria da

    construo civil. Atravs das leituras de artigos e publicaes estudados durante o perodo de

    bolsa, foi possvel realizar a pesquisa proposta tendo em vista os problemas que a Habitao de

    Interesse Social enfrenta no Brasil, bem como avaliar os possveis impactos econmicos de um

    programa habitacional lanado com o papel de reduzir os efeitos internos da crise.

    Resultados

    O Minha Casa Minha Vida composto por uma srie de medidas destinadas a estimular

    a produo habitacional e manter o desenvolvimento dos setores imobilirios e da construo

    civil. O programa se apoia em uma poltica de ampliao do acesso ao crdito associada a di-

    ferentes formas de desonerao da indstria da construo, sem se atrelar a qualquer estratgia

    urbanstica ou fundiria, confundindo poltica habitacional com poltica de gerao de empre-

    gos na indstria da construo14

    .

    14R. Rolnik, K. Nakano. As armadilhas do pacote habitacional

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    O programa amplamente divulgado como uma poltica anticclica, entretanto ainda

    no existem pesquisas que comprovem essa caracterstica. Em uma concepo keynesiana, o

    pacote se assemelha mais a uma poltica imobiliria com efeitos de mdio prazo sobre o mer-

    cado de trabalho15. Uma poltica que planeja a manuteno do ciclo econmico deve promover

    um rpido aumento da demanda efetiva, expandindo os nveis de consumo e investimento16,

    desconsiderando a rentabilidade do negcio. So necessrios estudos que avaliem o carter do

    programa e compararem seus resultados frente outras polticas, como obras de infraestrutura,

    transporte e saneamento.

    O efeito multiplicador associado indstria da construo muito mais significativo

    em produtos industrializados e de ciclo longo, como acabamentos, decorao e mobilirio. Con-

    tudo as unidades costumam ser entregues sem acabamento e para famlias de baixa renda, compouca capacidade de poupana e de aquisio de bens de consumo durveis17. O governo fede-

    ral lanou o MCM para estimular o consumo de mveis, eletrnicos e eletrodomsticos. O pro-

    grama no obteve os resultados esperados, uma vez que foi lanado em um momento de incer-

    teza quanto aos nveis de emprego e a demanda por crdito permaneceu baixa desde o incio.

    A suspenso do programa em 2015 provocou queda das aes das principais redes varejistas

    brasileiras, embora representassem apenas 0,5% e 1% das vendas dos grupos Magazine Luiza

    e Via Varejo respectivamente18

    .Uma caracterstica marcante do MCMV o predomnio da lgica de produo de novas

    unidades, com raros estmulos ocupao de imveis vagos. A CEF reconhece que o uso de

    edificaes centrais para moradia fundamental para a revitalizao dos centros urbanos19,

    alm de favorecer a incluso social e o ingresso no mercado de trabalho formal20, entretanto

    muitos dos empreendimentos se encontram em reas perifricas, carentes de infraestrutura,

    transportes e servios. A mdia nacional metropolitana de 1023 unidades por empreendimento

    agrupado na Faixa 1

    21

    ,

    mais que o dobro do limite de 500 unidades habitacionais. A subdiviso

    15P. Arantes e M. Fix, op. cit.16J. Keynes. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda.17P. Arantes e M. Fix, op. cit.18R. Carro,Brasil Econmico, Cortes no programa Minha Casa Melhor chegam ao varejo, 02/03/2015. Dispo-nvel em: < http://brasileconomico.ig.com.br/negocios/2015-03-02/cortes-no-programa-minha-casa-melhor-che-gam-ao-varejo.html>. Acesso: 13 de julho de 2015.19Agncia Caixa, Minha Casa Minha Vida Entidades tem mais de 50 mil moradias contratadas, 24/06/2015.Disponvel em: . Acesso: 25de julho de 2015.20Agncia Caixa, Morar no centro do Rio ajuda at a conquistar a carteira assinada, 25/06/2015. Disponvelem: . Acesso: 25 de julho de2015.21A. Cardoso, O programa Minha Casa Minha Vida e seus efeitos territoriais.

    http://www20.caixa.gov.br/Paginas/Noticias/Noticia/Default.aspx?newsID=2258http://www20.caixa.gov.br/Paginas/Noticias/Noticia/Default.aspx?newsID=2262http://www20.caixa.gov.br/Paginas/Noticias/Noticia/Default.aspx?newsID=2262http://www20.caixa.gov.br/Paginas/Noticias/Noticia/Default.aspx?newsID=2258
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    de grandes empreendimentos a principal forma para burlar o limite legal, assim foram apro-

    vados projetos em terrenos vizinhos com as mesmas tipologias arquitetnicas e solues cons-

    trutivas.

    O programa utiliza como controle de governo o sistema de gesto de qualidade, com

    baixa adeso entre as empresas brasileiras, o que faz com que apenas 3,78%22das 79.408 em-

    presas ativasno setor da construo23participem do MCMV. O sistema de gesto de qualidade

    representa a seletividade de clientes governamentais com imenso poder de compra, desta forma

    o programa possibilita que firmas obtenham maior controle sobre sua produo e sobre o mer-

    cado da construo habitacional24. O sistema de gesto promoveu uma industrializao do pro-

    cesso produtivo, mas no de seu produto final, alm de substituir o controle que era exercido

    pela fora de trabalho, antes responsvel por grande parte das decises que importam para aqualidade do produto25.

    A subempreitada global dominante no MCMV, na qual todos os servios so execu-

    tados por subempreiteiras sob especificaes de projeto definidas em contrato. A subcontrata-

    o permanece como recurso para burlar a legislao trabalhista, sendo comum a participao

    de verdadeiros empreiteiros de mo de obra, formadoras de uma espcie de exrcito industrial

    de reserva, como afirma Jos Eduardo Bavarelli em sua tese Trabalho e tecnologia no pro-

    grama MCMV:Nos empreendimentos do programa MCMV em So Paulo, a alternativa de uma empresa construtora

    executar a obra sem utilizar subempreiteiros apenas imaginria: enquanto no houver pelo menos a

    pr-contratao das principais etapas da obra, o empreendimento no sequer levado para aprovao

    junto CEF. Do ponto de vista da fora de trabalho, nenhum trabalhador vai ser utilizado na execuo

    de obras nos empreendimentos do programa MCMV se no estiver empregado numasubempreiteira.

    Em 2011, o Procurador de Justia do Trabalho lisson Miessa dos Santos relatou Fo-

    lha de So Paulo:

    Uma mesma obra tem s vezes pedreiros de dezenas de pequenas empreiteiras. O operrio nem sabemais quem o patro (...) H casos como o da construtora MRV, em Franca, onde se achou at operrios

    sem registro em carteira, uma situao mais comum com pequenas empreiteiras26

    .

    O programa MCMV apresenta duas novidades em relao ao BNH: d uma importncia

    maior para a populao de baixa renda, que compe a maior parte do dficit habitacional, e

    22Estimativa sobre o PBQP-H disponvel em www.cidades.gov.br/pbqp-h/resultados.php.23Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Pesquisa Anual da Indstria da Construo - 201024E. Bavarelli, op. cit.25E. Bavarelli, op. cit.26J. Coissi,Folha de So Paulo, Dossi da Procuradoria detalha irregularidades de 89 construtoras, 2011.

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    estende a poltica de oferta privada para todas as faixas27. O risco corrido pelas construtoras

    que atendem a Faixa 1 so consideravelmente menores, pois o terreno adquirido pelo FAR e

    a demanda das unidades construdas garantida pela CEF. Estas medidas reduzem o risco no

    ciclo de formatao do investimento, pois a nica despesa significativa a produo dos pro-

    jetos conforme a padronizao mnima, alm de exclurem os ciclos de lanamento e ps-im-

    plantao. O risco que as firmas deixam de correr com a eliminao do ciclo de lanamento,

    com gastos em promoo e marketing, o prmio que deixam de incorporar com a venda de

    localizao urbana na ps-implantao28.

    A Faixa 1, devido ao baixo risco enfrentado pelos empreendedores, favorece a implan-

    tao da tecnologia organizacional dos sistemas de gesto de qualidade, de custo elevado e

    carter obrigatrio a todas as empresas que operam com recursos federais. Estas tecnologiaspodem ser facilmente transferidas para a produo de empreendimentos das outras faixas, uma

    vez que apresentam poucas diferenas construtivas, mas grandes diferenas de localizao ur-

    bana, de rentabilidade e de risco. A continuidade tecnolgica entre diferentes faixas de renda

    consolida o mercado de localizaes, reforando a caracterstica do programa de agente da se-

    gregao urbana da populao de baixa renda29.

    A cadeia produtiva da construo (anexo) formada pelos elos da indstria da constru-

    o, da indstria de materiais, do comrcio, dos servios e da indstria de equipamentos. Aindstria da construo civil o destino da produo dos demais segmentos envolvidos. A in-

    dstria de materiais e equipamentos contm oito cadeias principais: madeiras; argilas e silica-

    tos; calcrios; materiais qumicos e petroqumicos; siderurgia de aos longos; metalurgia de

    no-ferrosos; materiais eltricos; mquinas e equipamentos para a construo.

    A indstria da construo civil manteve-se em crescimento desde o anncio do pro-

    grama. Em 2013, foi responsvel por quase 14 milhes de ocupaes e gerou um valor adicio-

    nado de R$349,2 bilhes, representando 8,5% do PIB brasileiro (ABRAMAT, 2009). O setor daconstruo correspondeu a mais de 60% do valor adicionado da cadeia em todo o perodo ana-

    lisado, com exceo a 2008, em que houve uma leve queda e uma participao mais significa-

    tiva da indstria de materiais (ABRAMAT, 2014). Os grficos 1 e 2 demonstram o comporta-

    mento da indstria da construo civil e dos outros segmentos da cadeia produtiva, so eles a

    indstria e comrcio de materiais, mquinas e equipamentos, servios e outros fornecedores. O

    perodo analisado abrange o segundo mandato do governo Lula e os trs primeiros anos do

    27P. Arantes e M. Fix, op. cit.28E. Bavarelli, op. cit.29E. Bavarelli, op. cit.

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    governo Dilma. O PIB da cadeia apresentou queda apenas em 2009, relacionado com o baixo

    desempenho dos setores da indstria de materiais e outros fornecedores, acompanhados por um

    crescimento pfio do setor da construo.

    *Valores presentes deflacionados de acordo com o ndice INCC-M da FGV.

    Fonte: elaborao prpria com dados disponibilizados pela Fundao Getlio Vargas.

    *Valores presentes deflacionados de acordo com o ndice INCC-M da FGV.

    Fonte: elaborao prpria com dados disponibilizados pela Fundao Getlio Vargas.

    A recuperao do setor partir de 2010 notvel, o valor adicionado da cadeia cresceu

    15,3% em termos reais, atingindo R$297,6 bilhes, sendo o setor da construo responsvel

    por 65% do PIB setorial e 5,3% do PIB do pas (ABRAMAT, 2011). A expanso ocorreu prin-

    cipalmente nos elos mais afetados aps 2008, os segmentos de mquinas e equipamentos e a

    106,750120,588

    132,982

    178,958188,599

    197,922 203,888

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

    Grfico 1: Valor adicionado* da construo civil em milhes de reais.

    -

    10,000

    20,000

    30,000

    40,000

    50,000

    60,000

    2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

    Grfico 2: Valor adicionado* dos demais elos da cadeia da construo emmilhes de reais.

    Indstria de materias Comrcio de materias Servios

    Mquinas e equipamentos Outros fornecedores

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    as importaes de vidro e produtos de vidro recuaram 14%, j as importaes de produtos el-

    tricos cresceram 1,2%, mantendo-se no patamar de US$1,6 bilho32. Os desempenhos dos prin-

    cipais segmentos responsveis pelo dficit comercial esto no grfico 5.

    O desequilbrio comercial da cadeia avanou em 2012 e 2013. No segmento de vidro e

    produtos de vidro, deficitrio desde 2007, houve um recuo de 14,7% em 2012 e de 26,5% no

    comeo de 2013. Em 2012, o segmento de produtos de ao para a construo voltou a se des-

    tacar devido ao forte crescimento das importaes e do dficit comercial. Na comparao com

    2011, o valor das importaes cresceu 39,6%, superando 470 milhes de dlares, equivalente

    a 10% do total da indstria de materiais33.

    Fonte: elaborao prpria com dados disponibilizados pela Fundao Getlio Vargas.

    O uso crescente de estruturas de ao pode estar relacionado escala proporcionada pelo

    programa MCMV e necessidade de elevar a produtividade da mo de obra. Como os pilares

    de ao j vm com a altura total da edificao possvel montar quatro pavimentos ao mesmo

    tempo, com equipes trabalhando em todos os pavimentos simultaneamente, o que reduz em

    mais de 30% o tempo total da obra em relao ao mtodo de alvenaria tradicional34. Alm disso,

    como as peas so fabricadas na indstria e montadas com parafusos, a ocorrncia de chuvas

    no afeta o ritmo da obra.

    32ABRAMAT, op. cit.33ABRAMAT, op. cit.34ABRAMAT. Tributao, industrializao e inovao tecnolgica na construo civil. Fundao Getlio Var-gas. So Paulo, 2013.

    -1,200,000-1,000,000

    -800,000

    -600,000

    -400,000

    -200,000

    -

    200,000

    400,000

    600,000

    800,000

    2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

    Grfico 5: Saldo do comrcio exterior brasileiro dos principais segmentos

    responsveis pelo dficit comercial, em milhes de dlares.

    Siderurgia

    Equipamentos para distribuio e controle de energia

    Vidro e produtos de vidro

    Produtos cermicos

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    A taxa de cmbio passou para R$ 2,08 em dezembro de 2012, tendo se elevado cerca

    de 33% em relao a julho de 2011. No mesmo perodo, os preos dos materiais de construo,

    avaliados pelo INCC-M Materiais subiu apenas 6,2%, enquanto os preos internacionais regis-

    traram baixa prxima a 1%36. A correo da taxa de cmbio, em conjunto com medidas de

    defesa comercial adotadas a partir de 2011, fez com que o ritmo de crescimento das importaes

    se tornasse mais compatvel com a dinmica mundial e com a expanso do mercado brasileiro,

    criando condies mais favorveis ao aumento da competitividade.

    Concluses

    O programa Minha Casa Minha Vida constitui a mais efetiva poltica habitacional desde

    o fim do BNH. O aumento no volume de recursos oramentrios em habitao possibilitou a

    contratao de 3,857 milhes de moradias entre abril de 2009 e maro de 2015. O governo

    reconhece a importncia da habitao como problema social, mas o responde atendendo inte-

    resses do capital imobilirio e da poltica eleitoral. Consequentemente foi produzido um n-

    mero expressivo de moradias precrias, em localizaes inadequadas e com baixa aderncia ao

    dficit habitacional.

    O desempenho do programa como poltica anticclica questionvel, apesar de ser ex-

    posto desta forma. importante a realizao de estudos sobre as caractersticas do programa e

    seus efeitos na economia brasileira, bem como a comparao de seus resultados com outras

    polticas que poderiam ter sido implantadas em seu lugar. O setor respondeu bem aos estmulos

    do programa nos primeiros anos, mantendo nveis elevados de emprego e de produo nos di-

    versos segmentos da indstria. A indstria da construo desacelerou a partir de 2011, a pro-

    duo recuou em quase todos os ramos e teve uma leve recuperao nos anos seguintes.

    O saldo da balana comercial de materiais de construo foi revertido em 2010. O go-verno promoveu um processo de ajuste cambial e medidas de defesa comercial para aumentar

    a competitividade da indstria domstica. Como consequncia o dficit desacelerou a partir de

    2012, mas se manteve crescente em todo o perodo. As polticas de incentivo a construo civil

    podem ter contribudo para o avano do dficit na balana comercial, pois provocaram um au-

    mento na demanda por trabalho em um momento de valorizao do Real. O uso de processos

    36ABRAMAT, op. cit.

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    produtivos poupadores de mo de obra foi intensificado, aumentando a importao de determi-

    nados materiais, como aos longos, ao mesmo tempo que a demanda por insumos e bens utili-

    zados na construo se expandiu.

    O pacote habitacional sempre teve como foco a produo e no o produto final. A mo-

    radia de baixa renda foi tratada como uma externalidade - e como uma mercadoria - em todas

    as fases do programa. O MCMV no atende de forma satisfatria o dficit habitacional, mas

    proporciona o alargamento do mercado imobilirio formal ao mesmo tempo que legitima a

    articulao entre os interesses do Estado e da empresa privada da construo.

    Perspectivas de continuidade

    Este projeto ser continuado em uma monografia a ser apresentada graduao do Ins-

    tituto de Economia da Unicamp em 2017 para obteno do ttulo de bacharel em cincias eco-

    nmicas. A pesquisa abranger os estudos sobre a questo fundiria, as cidades e a produo

    de moradia; a evoluo histrica das polticas habitacionais no Brasil; os resultados e desdo-

    bramentos do programa Minha Casa Minha Vida; e outras formas de produo e reduo do

    dficit habitacional. A pesquisa pode ser estendida na ps-graduao, aprofundando a anlise

    da indstria da construo civil e de materiais, das relaes de trabalho e tecnologia utilizada

    na produo de moradias e os efeitos econmicos e urbanos das polticas habitacionais mais

    recentes.

    Agradecimentos

    professora Mariana de Azevedo Barretto Fix, com admirao, pelo suporte e orienta-

    o em meu primeiro projeto de pesquisa e pela introduo ao estudo da sociologia, do urba-

    nismo e das polticas sociais. Aos professores Claudio Schuller Maciel e Humberto Miranda do

    Nascimento, membros do CEDE; aos alunos de graduao Letcia Sousa, Lvia Toni e William

    Loures, membros do grupo de pesquisa; aos alunos de ps-graduao Mariana Ferreira, Caro-

    lina Laiate e Raul Ventura Neto; aos funcionrios do CEDE e ao Conselho Nacional de Desen-

    volvimento Cientfico e Tecnolgico.

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    Anexos

    Diagrama da cadeia produtiva da construo civil. ABRAMAT.Perfil da Cadeia Produtiva da

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