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IMPLANTAÇÃO DE TRILHA E MIRANTE NO MORRO DO CAETÉ, PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PRAINHA, RIO DE JANEIRO – RJ. Luiz Octavio de Lima Pedreira, Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro, [email protected] / 21 92775784 Sérgio Mares Viñas, Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro, [email protected] / 21 22943096 Eixo temático: A Trilha (Técnicas de construção e manutenção) RESUMO O presente trabalho apresenta a experiência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro - RJ no planejamento e implantação de uma trilha e mirante nos contrafortes do Morro do Caeté, no Parque Natural Municipal da Prainha. No ano de A partir de uma antiga e íngreme trilha pré-existente, foi definido um traçado mais adequado visando facilitar o acesso e reduzir os impactos erosivos do uso intensivo desta trilha, bem como selecionado um local adequado à construção de um mirante que permitisse a visualização das praias da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, da Macumba e da Prainha, além da área verde do parque. Ao mesmo tempo foi iniciado um trabalho de recuperação ambiental deste contraforte, que encontrava-se coberto por capim colonião, iniciando-se um trabalho de reflorestamento e paisagismo no entorno imediato do mirante. O resultado foi a implantação de uma trilha com aproximadamente 800 metros de comprimento, cujos trechos pré-existentes mais íngremes foram substituídos por outros com menor declividade, acarretando em uma trilha de maior comprimento e menor inclinação, cujos trechos mais suscetíveis a erosão receberam intervenções físicas visando garantir a segurança dos usuários, a estabilidade e a redução dos impactos à trilha, além de terem sido transplantadas bromélias que estavam obstruindo a trilha, para reduzir os danos à vegetação. No final dessa trilha, a 130 metros de altitude, foi construído um mirante com madeira de ipê e maçaranduba, com banco e proteção lateral, com aproximadamente 30 metros quadrados. Ao redor desse mirante foi iniciado um trabalho de reflorestamento, por uma equipe do Projeto Mutirão Reflorestamento, constituída por moradores de Grumari, na última grande área do Parque Natural Municipal da Prainha coberta por capim colonião, ponto onde freqüentemente ocorre a entrada de fogo no parque. Este conjunto de trilha e mirante se constituiu no principal atrativo do parque, recebendo um grande número de visitantes nos feriados e finais de semana.

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IMPLANTAÇÃO DE TRILHA E MIRANTE NO MORRO DO CAETÉ, PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PRAINHA, RIO DE JANEIRO – RJ.

Luiz Octavio de Lima Pedreira, Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro, [email protected] / 21 92775784

Sérgio Mares Viñas, Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro, [email protected] / 21 22943096

Eixo temático: A Trilha (Técnicas de construção e manutenção)

RESUMO O presente trabalho apresenta a experiência da Secretaria Municipal de Meio

Ambiente do Rio de Janeiro - RJ no planejamento e implantação de uma trilha e

mirante nos contrafortes do Morro do Caeté, no Parque Natural Municipal da Prainha.

No ano de A partir de uma antiga e íngreme trilha pré-existente, foi definido um

traçado mais adequado visando facilitar o acesso e reduzir os impactos erosivos do

uso intensivo desta trilha, bem como selecionado um local adequado à construção de

um mirante que permitisse a visualização das praias da Barra da Tijuca, Recreio dos

Bandeirantes, da Macumba e da Prainha, além da área verde do parque. Ao mesmo

tempo foi iniciado um trabalho de recuperação ambiental deste contraforte, que

encontrava-se coberto por capim colonião, iniciando-se um trabalho de

reflorestamento e paisagismo no entorno imediato do mirante. O resultado foi a

implantação de uma trilha com aproximadamente 800 metros de comprimento, cujos

trechos pré-existentes mais íngremes foram substituídos por outros com menor

declividade, acarretando em uma trilha de maior comprimento e menor inclinação,

cujos trechos mais suscetíveis a erosão receberam intervenções físicas visando

garantir a segurança dos usuários, a estabilidade e a redução dos impactos à trilha,

além de terem sido transplantadas bromélias que estavam obstruindo a trilha, para

reduzir os danos à vegetação. No final dessa trilha, a 130 metros de altitude, foi

construído um mirante com madeira de ipê e maçaranduba, com banco e proteção

lateral, com aproximadamente 30 metros quadrados. Ao redor desse mirante foi

iniciado um trabalho de reflorestamento, por uma equipe do Projeto Mutirão

Reflorestamento, constituída por moradores de Grumari, na última grande área do

Parque Natural Municipal da Prainha coberta por capim colonião, ponto onde

freqüentemente ocorre a entrada de fogo no parque. Este conjunto de trilha e mirante

se constituiu no principal atrativo do parque, recebendo um grande número de

visitantes nos feriados e finais de semana.

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APRESENTAÇÃO O presente trabalho apresenta a experiência da Coordenadoria de

Conservação e Recuperação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da

Cidade do Rio de Janeiro - RJ na implantação de uma trilha, um mirante e na

recuperação ambiental de uma área degradada no Parque Natural Municipal da

Prainha.

A Prainha permaneceu praticamente intocada até poucas décadas atrás. A

partir de 1970, com abertura da Avenida Estado da Guanabara, que interligou as

Estradas do Pontal e de Grumari, o local tornou-se acessível. Posteriormente, no início

dos anos 90 a região foi beneficiada pelo projeto da Prefeitura Municipal conhecido

como Rio Orla, passando a oferecer melhores condições de infra-estrutura àqueles

que a visitam. A criação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Prainha, através da

Lei Municipal nº 1.534/90, segundo IBAM (1998) foi motivada pela iminência de

descaracterização da área, devido a um projeto para edificação de hotel no local e

implantação de um condomínio residencial.

O Parque Natural Municipal (PNM) da Prainha foi criado em 25/03/99, através

do Decreto Municipal n0 17.445/99, como Parque Municipal Ecológico da Prainha,

tendo sido posteriormente renomeado pelo Decreto Municipal n0 22262/03 como

Parque Natural Municipal, visando adequá-lo ao Sistema Nacional de Unidades de

Conservação – SNUC, Lei Federal nº 9985/2000.

O Parque é uma categoria de unidade de conservação que tem como objetivo

básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e

cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de

atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a

natureza e de turismo ecológico, conforme previsto no SNUC.

Inserido na APA da Prainha, está localizado no bairro de Grumari. Limita-se a

oeste com o Parque Natural Municipal do Grumari e ao norte com o Parque Estadual

da Pedra Branca, formando um amplo e importante conjunto de áreas naturais

protegidas.

Abrangendo uma área de 126,30 ha, caracteriza-se pelo relevo peculiar, com

as encostas circundantes, delimitadas pelos Morros do Caeté, Boa Vista e Pedra dos

Cabritos, integrantes da Serra das Piabas, em forma de anfiteatro, com altitudes

variando desde o nível do mar até mais de 400 metros acima do nível do mar.

A cobertura vegetal caracteriza-se pelas diferentes formações típicas da Mata

Atlântica, com predominância da floresta ombrófila densa submontana, em estágio

médio e avançado de sucessão natural, com predominância de espécies de figueiras

(Ficus spp.) e carrapeteiras (Guarea guidonia), além da presença de espécies

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exóticas, como jaqueiras e casuarinas nas partes mais próximas à antiga ocupação

humana. Em algumas áreas a presença de gramíneas introduzidas como o capim

colonião, (Panicum maximum) vem sendo combatida com o reflorestamento com

espécies de ocorrência natural na Mata Atlântica.

Apresenta ainda remanescentes de floresta ombrófila densa das terras baixas,

vegetação de restinga em particular na faixa compreendida entre a Avenida Estrada

da Guanabara e a areia da Prainha. Nas encostas rochosas desses morros são

encontradas comunidades de vegetação rupícola, característica dos costões rochosos,

com predominância de bromélias, orquídeas e velósias, em particular na Pedra dos

Cabritos, abrigando uma fauna e flora muito diversificada, incluindo espécies

endêmicas e ameaçadas de extinção.

Figura 1 – Vista frontal do PNM da Prainha

Após a criação do parque foram feitas obras de implantação de infra-estrutura

física, sendo sua gestão feita através da contratação de empresas para prestação de

serviços de conservação, limpeza e manutenção de áreas verdes. A partir de 2003

essa gestão ocorre de acordo com o Manual de Gestão dos Parques Naturais

Municipais da Cidade do Rio de Janeiro, instituído pela Resolução SMAC 307/03, sob

a supervisão de um gestor nomeado pela prefeitura.

Entre suas principais atrações encontram-se um Centro de Visitantes com deck

arborizado, brinquedos infantis, área ajardinada, sanitários e chuveiros, além de uma

trilha circular na meia encosta.

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Figura 2 – Vista aérea da infra-estrutura implantada no PNM da Prainha

Além dessa trilha, outras antigas levam aos pontos culminantes da Serra das

Piabas, não oferecendo condições de uso intensivo, sendo muito íngremes,

atravessando partes onde a vegetação encontra-se mais preservada, sendo

destinadas à vigilância e preservação dos recursos florestais do parque.

Nos contrafortes do Morro dos Caetés, vertente sudoeste, a uma altitude de

aproximadamente 150 metros acima do nível do mar, existiu uma antiga habitação,

abandonada há muitos anos, com antigas trilhas de acesso já abandonadas. No

entorno dessa área, a cobertura florestal foi substituída pelo capim colonião, com

algumas casuarinas destacando-se nessa encosta.

Visando oferecer um novo atrativo aos visitantes do parque, em 2004 foi

implantado um novo traçado, com base nas trilhas existentes, construído um mirante e

iniciado um projeto de recuperação ambiental através do reflorestamento ecológico

desta vertente.

Atualmente operadoras de ecoturismo e turismo de aventuras oferecem

programação para visitação ao Mirante do Morro do Caeté. Esse passeio é oferecido

para crianças a partir de 4 anos, demonstrando a facilidade de uso da trilha.

OBJETIVO GERAL

Criar um novo atrativo para o PNM da Prainha, estimulando a visitação e

permanência no parque, contribuindo para o conhecimento da vegetação e topografia

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do parque, oferecer ao visitante uma vista privilegiada da orla marítima da Barra da

Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, bem como recuperar a cobertura vegetal

original do mesmo, eliminando e combatendo a proliferação de espécies invasoras.

OBJETIVO ESPECÍFICO Implantar um novo traçado para a trilha de acesso à vertente sul do Morro do

Caeté, mais suave e de menor impacto, construir um mirante para repouso e

contemplação da paisagem da Baixada de Jacarepaguá e da Prainha, e iniciar projeto

de reflorestamento ecológico na área degradada por fogo e colonização de capim

colonião nessa encosta.

REVISÃO DE LITERATURA Segundo SALVATI (2006) boa parte das trilhas hoje utilizadas em ecoturismo

são caminhos tradicionalmente utilizados por determinadas comunidades para se

locomoverem. Este autor define que trilhas são caminhos existentes ou estabelecidos,

com diferentes formas, comprimentos e larguras, que possuam o objetivo de

aproximar o visitante ao ambiente natural, ou conduzi-lo a um atrativo específico.

CARVALHO e BÓÇON (2004) consideram que a busca de sítios protegidos

como prática de recreação levou à implementação de trilhas e caminhos para serem

utilizados como instrumento de sensibilização e conscientização. Para eles a prática

de caminhar em ambientes naturais possibilita uma melhor compreensão do meio

ambiente e suas inter-relações, aguçando ainda, uma dinâmica de observação, de

reflexão e de sensibilização para com as questões relativas ao meio ambiente.

Segundo FILLETTO et al. (2003) de uma maneira geral, o grande estímulo para

que os visitantes realizem uma caminhada é o destino final da mesma, representado

por cachoeiras, grutas ou cumes de montanhas. Afirmam que para os habitantes dos

centros urbanos, as trilhas ecoturísticas, podem ter a função de recuperação psíquica

e de diversificação de atividade, proporcionando atividades completamente diferentes

da rotina.

FILLETTO et al. (2003), citando NEGREIROS et al., consideram que devem ser

oferecidos meios para as pessoas que queiram excursionar para os lugares mais

remotos de um parque, propondo um sistema de trilhas. Afirmam que pode-se

enriquecer a experiência perceptiva do visitante conduzindo-o a áreas mais bonitas do

parque ou instalando trilhas onde ele possa contemplar as paisagens mais

interessantes.

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FILLETTO et al. (2003), citando SCHELHAS, consideram que trilhas bem

construídas e devidamente mantidas protegem o meio ambiente do impacto do uso e

ainda asseguram aos visitantes maior conforto e segurança.

Segundo ANDRADE, citado por FILLETTO et al. (2003), os passos para definir

o planejamento e implantação de trilhas devem prever a reavaliação dos traçados

propostos para cada trilha, a caracterização e o dimensionamento de eventuais

intervenções, tais como o fechamento de trechos e abertura de novas trilhas,

clareamento da trilha, orientação da drenagem, contenção de encostas, degraus,

estrados e sinalização.

ANDRADE E ROCHA (1990) consideram que dentro de um programa de uso

público para determinadas unidades de conservação, um sistema de trilhas é de

grande importância para se atingir os objetivos de manejo propostos. Salientam que

esse sistema deve propiciar ao visitante, de forma orientada, a possibilidade de

interação com parte dos recursos da unidade, aumentando sua satisfação e

segurança, bem como limitando e monitorando eventuais impactos.

METODOLOGIA A implantação da nova trilha de acesso aos contrafortes do Morro do Caeté e

mirante ao final da mesma, surgiu de uma idéia apresentada pela bióloga contratada

para prestar serviços de conservação no PNM da Prainha, Valéria Ferber, que

mostrou-nos uma trilha pré-existente, parcialmente abandonada, que dava acesso à

antiga ocupação existente no local. No dia 26 de novembro de 2003, foi feita a

primeira vistoria no local, tendo constatado que o aceso a essa trilha, que se iniciava

na trilha circular do parque, era feito por um talvegue de curso d’água intermitente,

muito íngreme e inadequado.

Figura 3 – Acesso original da trilha pelo talvegue íngreme

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Após subirmos pela primeira vez essa trilha, observamos que se chegava em

área coberta por capim colonião, com diversas casuarinas, que possibilitava visão

parcial da Prainha e das Ilhas das Peças e das Palmas, na APA de Grumari.

Foi feita uma vistoria exploratória no contraforte desse morro, acima desse

ponto, sendo identificado um matacão rochoso situado em local que possibilitava uma

vista muito bonita da orla das praias da Barra da Tijuca, do Recreio dos Bandeirantes,

da Macumba e da Prainha, local esse logo escolhido para construção do mirante.

Figura 4 – Matacão ao lado do qual foi construído o mirante, com a bióloga Valéria

Ferber, quando da definição do local de construção do mirante.

Definido o local de construção do mirante, foram iniciados os trabalhos de

adequação da trilha. Primeiramente buscou-se definir um novo traçado para o trecho

inicial e diagnosticar os trechos da trilha que necessitavam de intervenções mais

urgentes visando reduzir os processos erosivos e os riscos aos visitantes.

Foi realizada nova vistoria com apoio do veterinário Flávio Mello, da geógrafa

Vivian Castilho da Costa e do engenheiro florestal Delson Queiroz, os quais nos

auxiliaram na definição de uma via alternativa ao trecho do talvegue íngreme, aberta

em meio a vegetação existente, a qual posteriormente foi fechada e substituída pelo

traçado definitivo, que utiliza trilhas já pré-existentes, num caminho mais longo porém

menos íngreme e impactante,

Após essa decisão foram fechados e sinalizados os antigos acessos e

sinalizado o correto, tendo sido implantada sinalização direcional no novo traçado da

trilha. Nesta fase a acadêmica de biologia Paula Goskes, teve atuação fundamental.

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Figura 5 – Fechamento de acesso inadequado da trilha de acesso ao mirante.

Figura 6 – Acesso definitivo da nova trilha de acesso ao mirante.

Esse novo traçado sofreu obras de adequação, com a instalação de degraus

nos trechos mais íngremes, colocação de proteção nos lugares mais perigosos e

transplante de bromélias que estavam no caminho e seriam danificadas pelo uso mais

intensivo da trilha, tendo o apoio da engenheira florestal Simony Stachera.

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Figura 7 – Instalação de degraus em trecho íngreme.

Figura 8 – Proteção em trecho perigoso.

Figura 9 – Bromélias no meio da trilha que foram transplantadas.

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Em paralelo à consolidação da trilha, foi iniciado o transporte das madeiras

para construção do mirante, o qual foi concluído no ano de 2004. O mirante possui

uma área de aproximadamente 30 metros quadrados, com estrutura em maçaranduba

e piso, guarda-corpo e banco em madeira de ipê.

Figura 10 – Mirante do Morro do Caeté.

Nesse mesmo período foi iniciado o trabalho de reflorestamento na vertente sul

/ sudoeste dos contrafortes do Morro do Caeté, em área ocupada por capim colonião,

e suprimidas algumas casuarinas (Casuarina sp.) existentes no mesmo local,

objetivando o manejo da vegetação invasora no parque. Este plantio foi protegido por

aceiros para evitar a propagação de incêndios provenientes da área limítrofe ao

parque, também coberta por capim colonião e sujeita a freqüentes incêndios.

Esse plantio foi realizado por moradores da comunidade existente no Parque

Natural Municipal de Grumari, integrantes do Projeto Mutirão Reflorestamento da

Secretaria de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro, com uso de espécies de

ocorrência natural na Mata Atlântica, como aroeira, maricá, paineira e ipês, entre

outras.

Figura 11 – Início da roçada para reflorestamento nos contrafortes do Morro do Caeté.

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Figura 12 – Início do plantio no reflorestamento nos contrafortes do Morro do Caeté.

RESULTADOS

Junto com a implantação da trilha e construção do mirante nos contrafortes do

Morro do Caeté, foi iniciado o reflorestamento da última grande área ocupada por

capim colonião dentro do PNM da Prainha.

A visitação ao parque ganhou um novo atrativo, que permite uma visão

deslumbrante do conjunto das praias da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e

da Macumba, da Pedra do Roncador e Ilhas das Peças e das Palmas, essas últimas,

partes integrantes das APAS da Prainha e de Grumari, bem como do anfiteatro natural

da Prainha.

Ao longo da trilha, tem contato com a vegetação natural dessas encostas,

compostas por florestas secundárias em estágio médio de sucessão natural, bromélias

e orquídeas, além de poder observar o trabalho de proteção e recuperação ambiental

que vem sendo desenvolvido no PNM da Prainha, com a implantação de aceiros e

reflorestamento ecológico.

Apesar de não constarem na placa informativa existente na entrada do PNM da

Prainha, a procura pela trilha e mirante tem sido grande, com empresas de ecoturismo

e turismo de aventuras programando passeios ao local.

Atualmente a trilha ganhou mais placas informativas e direcionais, além de ter

sido mantida em condições satisfatórias após dois anos de sua implantação, com

degraus e proteção em trechos perigosos.

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Figura 13 – Placa informativa na entrada do parque, onde não constam a trilha e o

mirante do Morro do Caeté.

Figura 14 – Placa informativa na entrada da trilha do Morro do Caeté.

Figura 15 – Degraus e proteção em trechos perigosos.

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Ao longo da trilha é possível se avistar a Prainha do alto, de num ângulo

diferente, possibilitando uma visão inusitada do parque.

Figura 16 – Vistas da Prainha ao longo da trilha do Morro do Caeté.

O mirante encontra-se em boas condições de conservação, tendo sido

implantado um paisagismo em seu entorno.

Figura 17 – Mirante do Morro do Caeté.

Figura 18 – Paisagismo no entorno do mirante do Morro do Caeté.

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CONCLUSÃO A implantação da trilha e do mirante em contraforte do Morro do Caeté foi um

sucesso, tendo se transformado em um dos principais atrativos do PNM da Prainha.

A recuperação ambiental da área degradada existente na encosta desse morro

foi viabilizada após a implantação dessa trilha, estando o reflorestamento ecológico

em franco desenvolvimento, tendo a área sido protegida de recentes incêndios

originários do terreno vizinho pelos aceiros do reflorestamento.

A implantação de uma sinalização interpretativa, facilitaria a compreensão do

ambiente pelo visitante, valorizando a experiência, tendo em vista que a trilha tem sido

utilizada mais frequentemente sem a companhia de guias.

BIBLIOGRAFIA

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manutenção de trilhas. VI Congresso Florestal Brasileiro. Anais. 1990. 786-

793p.

CARVALHO, J. & BÓÇON, R. Planejamento do traçado de uma trilha

interpretativa através da caracterização florística. FUPEF. Revista Floresta,

34(1). 2004. 23-32p.

FILETTO, F.; MACEDO, R. L. G.; MACEDO, I. E. B.; VENTURIN, N; SOARES,

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http://www.sobrade.com,br/eventos/2003/trabalhos/013.pdf. Capturado em 01

de outubro de 2006.

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SALVATI, S. S. Trilhas conceitos, técnicas de implantação e impactos. (on line)

http://ecosfera.sites.uol.com,br/trilhas. Capturado em 01 de outubro de 2006.

AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de agradecer a todas as pessoas acima mencionadas,

que auxiliaram no planejamento, implantação e manutenção da trilha, do mirante e do

reflorestamento no contraforte do Morro do Caeté, em particular aos funcionários da

empresa Gravel, aos trabalhadores do projeto Mutirão reflorestamento e aos membros

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do Grupamento de Defesa Ambiental da Guarda Municipal da Cidade do Rio de

Janeiro, sem os quais teria sido impossível a realização desse trabalho.

Um agradecimento deve ser feito aos gestores do PNM da Prainha neste

período, Alex Cordeiro e Rosana Junqueira, pelo apoio prestado, bem como ao

Coordenador de Conservação e Recuperação Ambiental, engenheiro agrônomo Júlio

Barros, pelo incentivo a implantação desses atrativos e recuperação da área do

parque.

ANEXO

Croqui de localização da trilha, mirante e área de reflorestamento no contraforte do

Morro do Caeté – Parque Natural Municipal da Prainha - Rio de Janeiro - RJ

Trilha do miranteMirante

Área de Reflorestamento

Sede