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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA: ENFOQUE FONOAUDIOLÓGICO ANA LÚCIA RIOS RIBEIRÃO PRETO 2007

IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

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Page 1: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO

IMPLANTACcedilAtildeO DE UM PROGRAMA DE CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA

ENFOQUE FONOAUDIOLOacuteGICO

ANA LUacuteCIA RIOS

RIBEIRAtildeO PRETO 2007

ANA LUacuteCIA RIOS

IMPLANTACcedilAtildeO DE UM PROGRAMA DE CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA

ENFOQUE FONOAUDIOLOacuteGICO

Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica Orientadora Profordf Dra Geruza Alves da Silva

Ribeiratildeo Preto 2007

AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR

QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Rios Ana Luacutecia Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque

fonoaudioloacutegico Ribeiratildeo Preto 2007 133p il 30cm

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica

Orientadora Silva Geruza Alves da

1 Prevenccedilatildeo amp controle 2 Sauacutede do trabalhador 3 Perda auditiva provocada por ruiacutedo 4 Programa de sauacutede ocupacional 5 Ruiacutedo ocupacional

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico

Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica

Aprovado em _____ _____ _____

BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________

DEDICATOacuteRIA

A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo

para um ambiente de trabalho mais humano

EM ESPECIAL

A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada

pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo

Meu respeito sempre Sou muito grata

AGRADECIMENTOS

AGRADECcedilO

a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos

aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora

e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um

aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia

ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da

paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida

aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos

a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes

do SESMT da empresa pela confianccedila depositada

pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado

a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa

que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo

a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes

A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 2: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

ANA LUacuteCIA RIOS

IMPLANTACcedilAtildeO DE UM PROGRAMA DE CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA

ENFOQUE FONOAUDIOLOacuteGICO

Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica Orientadora Profordf Dra Geruza Alves da Silva

Ribeiratildeo Preto 2007

AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR

QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Rios Ana Luacutecia Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque

fonoaudioloacutegico Ribeiratildeo Preto 2007 133p il 30cm

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica

Orientadora Silva Geruza Alves da

1 Prevenccedilatildeo amp controle 2 Sauacutede do trabalhador 3 Perda auditiva provocada por ruiacutedo 4 Programa de sauacutede ocupacional 5 Ruiacutedo ocupacional

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico

Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica

Aprovado em _____ _____ _____

BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________

DEDICATOacuteRIA

A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo

para um ambiente de trabalho mais humano

EM ESPECIAL

A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada

pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo

Meu respeito sempre Sou muito grata

AGRADECIMENTOS

AGRADECcedilO

a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos

aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora

e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um

aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia

ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da

paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida

aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos

a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes

do SESMT da empresa pela confianccedila depositada

pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado

a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa

que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo

a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes

A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 3: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO POR

QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Rios Ana Luacutecia Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque

fonoaudioloacutegico Ribeiratildeo Preto 2007 133p il 30cm

Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica

Orientadora Silva Geruza Alves da

1 Prevenccedilatildeo amp controle 2 Sauacutede do trabalhador 3 Perda auditiva provocada por ruiacutedo 4 Programa de sauacutede ocupacional 5 Ruiacutedo ocupacional

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico

Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica

Aprovado em _____ _____ _____

BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________

DEDICATOacuteRIA

A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo

para um ambiente de trabalho mais humano

EM ESPECIAL

A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada

pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo

Meu respeito sempre Sou muito grata

AGRADECIMENTOS

AGRADECcedilO

a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos

aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora

e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um

aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia

ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da

paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida

aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos

a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes

do SESMT da empresa pela confianccedila depositada

pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado

a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa

que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo

a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes

A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 4: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

FOLHA DE APROVACcedilAtildeO Ana Luacutecia Rios Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico

Tese apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor em Ciecircncias Meacutedicas Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cliacutenica Meacutedica ndash Investigaccedilatildeo Biomeacutedica

Aprovado em _____ _____ _____

BANCA EXAMINADORA Profa Dra Geruza Alves da Silva Professora Doutora do Departamento de Cliacutenica Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Orientadora Assinatura _____________________________ Profa Dra Andreacutea Cintra Lopes Professora Doutora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Everardo Andrade da Costa Professor Doutor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia Cabeccedila e Pescoccedilo e da Poacutes-Graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva Faculdade de Ciecircncias Meacutedicas Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Joseacute Antocircnio Apparecido de Oliveira Professor Titular do Departamento de Oftalmologia Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeccedila e Pescoccedilo da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________ Prof Dr Milton Roberto Laprega Professor Doutor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo (USP) Assinatura _____________________________

DEDICATOacuteRIA

A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo

para um ambiente de trabalho mais humano

EM ESPECIAL

A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada

pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo

Meu respeito sempre Sou muito grata

AGRADECIMENTOS

AGRADECcedilO

a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos

aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora

e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um

aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia

ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da

paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida

aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos

a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes

do SESMT da empresa pela confianccedila depositada

pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado

a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa

que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo

a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes

A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 5: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

DEDICATOacuteRIA

A todos aqueles que fazem ou que fizeram algo

para um ambiente de trabalho mais humano

EM ESPECIAL

A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada

pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo

Meu respeito sempre Sou muito grata

AGRADECIMENTOS

AGRADECcedilO

a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos

aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora

e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um

aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia

ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da

paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida

aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos

a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes

do SESMT da empresa pela confianccedila depositada

pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado

a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa

que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo

a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes

A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 6: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

EM ESPECIAL

A Profa Dra Geruza Alves da Silva pelo exemplo pela coragem e orientaccedilatildeo Obrigada

pelo creacutedito prontidatildeo paciecircncia e atenccedilatildeo em todo o processo de construccedilatildeo desde estudo

Meu respeito sempre Sou muito grata

AGRADECIMENTOS

AGRADECcedilO

a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos

aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora

e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um

aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia

ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da

paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida

aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos

a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes

do SESMT da empresa pela confianccedila depositada

pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado

a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa

que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo

a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes

A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 7: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

AGRADECIMENTOS

AGRADECcedilO

a DEUS por iluminar sempre os meus caminhos

aos meus pais Rubens e Aparecida por mostrarem que na vida tudo tem a sua hora

e que natildeo podemos nos esquecer dos limites de liberdade de cada um

aos meus irmatildeos Gilsa Elena e Joseacute Alberto pelos exemplos de persistecircncia

ao meu querido Gustavo por ter me proporcionado uma nova visatildeo de mundo aleacutem da

paciecircncia e apoio a mim dedicados durante essa etapa da minha vida

aos professores e funcionaacuterios do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

em Cliacutenica Meacutedica pelo conviacutevio e ensinamentos transmitidos

a pessoa do Dr Cleacutesio de Sousa Soares representando todos os integrantes

do SESMT da empresa pela confianccedila depositada

pela acolhida e pelo acesso aos dados e ambiente estudado

a chefia e aos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa

que humildemente atenderam agraves solicitaccedilotildees e permitiram a execuccedilatildeo do estudo

a amiga Danielle pela amizade e disposiccedilatildeo sempre constantes

A todos que contribuiacuteram para a construccedilatildeo deste estudo MUITO OBRIGADA

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 8: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

ldquoA coragem de arriscar eacute a metade do sucessordquo

IRMAtildeOS GRIMM

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
Page 9: IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO …...A maioria dos funcionários faz uso do protetor auricular com freqüência e participam das capacitações que a empresa proporciona,

RESUMO

RIOS A L Implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva enfoque fonoaudioloacutegico 2007 133f Tese (Doutorado) ndash Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 A tecnologia e a modernidade proporcionam em alguns casos a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora causada muitas vezes pelo aumento dos niacuteveis de ruiacutedo nas induacutestrias Com isso a Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entre as doenccedilas ocupacionais A implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) eacute necessaacuteria em locais de trabalho onde os niacuteveis de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo estejam acima dos limites de toleracircncia O objetivo do estudo foi propor para a direccedilatildeo de uma empresa a implantaccedilatildeo de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora elevado verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fonoaudioacutelogo Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo de 2006 Por meio de um questionaacuterio os dados pessoais e referentes agrave histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores foram colhidos Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-cursos aos funcionaacuterios da Divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos aleacutem de esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional Participaram do estudo 174 funcionaacuterios da DND com idade variando de 23 a 61 anos (meacutedia de 43 anos) e predomiacutenio do gecircnero feminino (9368) No ambiente de produccedilatildeo da DND o ruiacutedo variou entre menos de 60dB(A) a 887dB(A) e as aacutereas mais ruidosas respectivamente satildeo Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e Restaurante I A maioria dos funcionaacuterios faz uso do protetor auricular com frequumlecircncia e participam das capacitaccedilotildees que a empresa proporciona poreacutem em 2004 3529 apresentaram algum tipo da alteraccedilatildeo na acuidade auditiva sendo que na sua maioria a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica eacute sugestiva de PAIR e quando os exames de 2004 foram comparados com os de 2005 o agravamento da perda auditiva foi de 32 demonstrando que as medidas de prevenccedilatildeo adotadas estatildeo pouco eficazes Com esses dados concluiacutemos que a implantaccedilatildeo de um programa de conservaccedilatildeo auditiva com accedilotildees sincronizadas entre os que realizam as atividades preventivas na empresa se faz urgente Palavras-chave Prevenccedilatildeo amp controle Sauacutede do trabalhador Perda auditiva provocada por ruiacutedo Programa de sauacutede ocupacional Ruiacutedo ocupacional

ABSTRACT

RIOS A L Implementation of Hearing Conservation Program focus audiologyst 2007 133f Tese (Doutorado) ndash University of Medicine at Ribeiratildeo Preto University of Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2007 The technology and the modernity provide in some cases the occurrence of occupational diseases and consequently a decrease in the health quality of live of the workers due to increase in the level of noise in the industries Hence the Noise-Induced Hearing Loss (NIHL) plays a critical role among the occupational diseases The implementation of a Hearing Conservation Program (HCP) is necessary in work places where the levels of noise are above the tolerance limits The aim of this study was to propose to the manage department of an enterprise a Hearing Conservation Program to be applied in the Department of Nutrition and Dietary (DND) This department presents high levels of sound pressure and the HCP implementation had the objective of reaching the work efficiency of the workers involved in this section focusing on the role of the audiologyst The hearing tests described on the medical records of all workers of the DND during the period of 2004 (year-base) december to 2006 march were analyzed Personal data related to the clinical and occupational history of the workers were collected using a questionary Simultaneously to the procedures already mentioned talks and small courses were implemented involving the workers about hearing cares and medical examinations the individual protection equipment importance and health laws and normatization One hundred seventy four (174) DND workers answered the quiz with ages varying between 23 and 61 years old (an average of 43 years old) and almost all women (9368) In the DND installations the noise varied between less than 60dB(A) and 887dB(A) and the noisiest areas are respectively preparing and cooking kitchen and dietary washing and sterilization and restaurant I Usually all workers use an protector headphone and also attend the technical courses provided by the enterprise However in 2004 3229 presented some kind of hearing alteration and mostly the audiologic configuration is suggestive of NIHL Besides when the exams of the year of 2004 were compared to the exams of 2005 it was possible to note an increase of 32 in the hearing losses of the workers showing that the adopted prevention actions are not efficient Using these data one can conclude that to implement a hearing conservation program and synchronized actions among the ones who develop prevention activities is urgent

Keywords Prevention amp control Occupational health Hearing loss noise-induced Occupational health program Noise occupational

LISTA DE GRAacuteFICOS

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

58

GRAacuteFICO 3 ndash Representaccedilatildeo dos sintomas natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em percentagem de ocorrecircncia

61

GRAacuteFICO 4 ndash Representaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

62

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

64

GRAacuteFICO 6 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de ocorrecircncia

68

GRAacuteFICO 7 ndash Representaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

69

GRAacuteFICO 8 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

71

GRAacuteFICO 10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

73

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

55

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

56

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

57

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

57

TABELA 5 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por seccedilatildeo em 2004

59

TABELA 6 ndash Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

60

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

63

TABELA 8 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios relacionada ao uso de protetor auricular individual

65

TABELA 9 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do protetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

66

TABELA 10 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada agrave informaccedilatildeo

66

TABELA 11 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

67

TABELA 12 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular individual na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

67

TABELA 13 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004

70

TABELA 14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2005

72

TABELA 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

75

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAOHNS American Academy of Otolaryngology

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AC Antes de Cristo

ANSI American National Standard Institute

CA Certificado de Aprovaccedilatildeo

CIPA Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes

CLT Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho

dB DeciBel

dB(A) DeciBel na escala de atenuaccedilatildeo A

dB(NA) Niacutevel de audiccedilatildeo em deciBel

DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

DP Desvio Padratildeo

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

GHE Grupo Homogecircneo de Exposiccedilatildeo

HCFMRP Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto

Hz Hertz

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

ISO International Standardization Organization

Leq Niacutevel Equivalente de Ruiacutedo

LTCAT Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

MPL Mudanccedila Permanente de Limiar

MTb Ministeacuterio do Trabalho

MTL Mudanccedila Temporaacuteria de Limiar

n Nuacutemero de indiviacuteduos

NHO Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health

NPS Niacutevel de Pressatildeo Sonora

NR Norma Regulamentadora

NRR Noise Reduction Rating

NRRsf Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit)

OS Ordem de Serviccedilo

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PA Perda Auditiva

PAINPSE Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

PAIR Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo

PCA Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

PCMSO Programa de Controle Meacutedico em Sauacutede Ocupacional

PPRA Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais

PUC Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica

SESMT Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

SSST Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho

USP Universidade de Satildeo Paulo

WHO World Health Organization

SUMAacuteRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE GRAacuteFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APRESENTACcedilAtildeO

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

19

2 OBJETIVOS

42

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

43

4 RESULTADOS

54

5 DISCUSSAtildeO

76

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

REFEREcircNCIAS1

95

ANEXOS

107

1 De acordo com a ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR 6023 informaccedilatildeo e documentaccedilatildeoreferecircncias e elaboraccedilatildeo Rio de Janeiro 2002

APRESENTACcedilAtildeO

APRESENTACcedilAtildeO

16

Atualmente podemos encontrar vaacuterios modelos de ambientes laborais que podem ser

desde uma linha de produccedilatildeo moderna tecnoloacutegica e globalizada ateacute aquela empresa

rudimentar sem muitos recursos investidos Mesmo com a evoluccedilatildeo das relaccedilotildees do

trabalhador com o local de trabalho natildeo houve mudanccedila significante nesse elo quanto ao

ruiacutedo que continua sendo um agente fiacutesico muito encontrado nos ambientes de inuacutemeros

processos produtivos

A tecnologia e a modernidade trouxeram em muitos casos o aumento das doenccedilas

ocupacionais e consequentemente a queda na qualidade de vida da classe trabalhadora Dentre

todos os fatores ou agentes que se caracterizam como risco para a sauacutede do homem no

ambiente ocupacional o ruiacutedo aparece como o mais constante e o mais universalmente

distribuiacutedo

A empresa em que foi realizado esse estudo possui serviccedilos isolados de

administraccedilatildeo de medicina de engenharia do trabalho e de fonoaudiologia que visam agrave

qualidade de vida do trabalhador mas essas medidas natildeo satildeo unificadas e ordenadas no

sentido de cumprir um programa com proposta de prevenir acidentes auditivos dentro das

normas trabalhistas e com isso os efeitos desejados acabam ocorrendo a muito longo prazo

O Serviccedilo Especializado em Engenharia de Seguranccedila e Medicina do Trabalho

(SESMT) da empresa eacute composto por engenheiros e teacutecnicos de seguranccedila assistente social

educador fiacutesico meacutedicos enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem do trabalho Os profissionais

de seguranccedila satildeo os responsaacuteveis pelo levantamento do mapa de risco e confecccedilatildeo do

Programa de Prevenccedilatildeo de Riscos Ambientais (PPRA) um programa obrigatoacuterio por lei O

PPRA eacute um documento constituiacutedo pelos resultados obtidos em todo o processo de

levantamento que identifica por setorfunccedilatildeo o agente encontrado sua causafonte seus

efeitos agrave sauacutede e as medidas de controle propostas Por meio da avaliaccedilatildeo ambiental pode-se

APRESENTACcedilAtildeO

17

constatar que o ruiacutedo eacute o agente de risco muito incidente na Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) e dessa forma o controle do ruiacutedo torna-se prioridade

Na empresa antes da deacutecada de 90 natildeo havia muita preocupaccedilatildeo com a sauacutede do

trabalhador e se havia natildeo era manifestada No aspecto meacutedico de sauacutede do trabalhador havia

uma dinacircmica de atendimentos aos funcionaacuterios poreacutem quanto agrave realizaccedilatildeo de exames

audiomeacutetricos natildeo havia uma rotina para funcionaacuterios nem para o serviccedilo de fonoaudiologia

da empresa Em 1998 o Setor de Fonoaudiologia da entidade junto com o SESMT e as

chefias de cada seccedilatildeo de trabalho se mobilizaram no sentido de promover a realizaccedilatildeo dos

exames auditivos

Atualmente haacute uma enfermeira do trabalho e um teacutecnico de enfermagem responsaacutevel

pela convocaccedilatildeo dos funcionaacuterios indicados de todas as aacutereas da empresa para a realizaccedilatildeo

dos exames auditivos perioacutedicos aleacutem dos admissionais e demissionais poreacutem ainda haacute

problemas para a sistematizaccedilatildeo e realizaccedilatildeo desses exames devido a grande demanda e da

ausecircncia de um serviccedilo estruturado para tal finalidade

Apoacutes a realizaccedilatildeo do exame tambeacutem natildeo haacute uma sistematizaccedilatildeo por parte das

fonoaudioacutelogas em relatar ao funcionaacuterio o resultado do mesmo o que fica a cargo do meacutedico

do trabalho mas muitas vezes o funcionaacuterio comparece agrave consulta meacutedica e natildeo fica sabendo

se possui ou natildeo alguma alteraccedilatildeo auditiva O exame eacute anexado ao prontuaacuterio do trabalhador

e na maioria das vezes a audiometria eacute realizada sem a posse do exame anterior (nos casos

de perioacutedico e demissionais) dificultando uma anaacutelise do caso

Como ainda natildeo haacute um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA) instituiacutedo na

empresa o monitoramento audiomeacutetrico tambeacutem natildeo eacute realizado apesar de as atividades

relacionadas agrave mediccedilatildeo e controle do ruiacutedo e proteccedilatildeo auditiva individual serem executadas

Para esse monitoramento os funcionaacuterios deveratildeo ter um exame admissional (de referecircncia) e

APRESENTACcedilAtildeO

18

exames sequumlenciais (perioacutedicos) realizados semestralmente ou anualmente dependendo de

cada caso possibilitando um acompanhamento efetivo da acuidade auditiva e da evoluccedilatildeo da

alteraccedilatildeo auditiva

Desde 2004 o SESMT comeccedilou a utilizar para organizar padronizar e gerenciar seus

dados um sistema computadorizado que abrange gestotildees integradas de sauacutede e seguranccedila do

trabalho Segundo as especificaccedilotildees desse sistema a programaccedilatildeo possui vaacuterios dados

padronizados de forma preacute-definida o que proporciona um alto niacutevel de flexibilidade e

adequaccedilatildeo ao ambiente do cliente Eacute utilizado para a informatizaccedilatildeo do ambulatoacuterio meacutedico e

da aacuterea de seguranccedila do trabalho poreacutem natildeo o utilizam para arquivo dos exames nem para o

gerenciamento audiomeacutetrico ateacute o iniacutecio desse estudo

A implantaccedilatildeo de uma rotina de prevenccedilatildeo de alteraccedilotildees auditivas e de conservaccedilatildeo da

audiccedilatildeo de forma permanente e continuada eacute necessaacuteria uma vez que as condiccedilotildees ambientais

de trabalho e os processos produtivos estatildeo em constante mutaccedilatildeo Eacute um trabalho dinacircmico e

contiacutenuo a ser realizado dentro da empresa

1 INTRODUCcedilAtildeO

INTRODUCcedilAtildeO 19

Na maioria dos paiacuteses industrializados o ruiacutedo eacute muitas vezes o agente nocivo mais

presente nos ambientes de trabalho Sua presenccedila nas atividades de trabalho soma-se agrave sua

intensa disseminaccedilatildeo nos ambientes urbanos e sociais especialmente nas atividades de lazer

(ALBERTI 1998)

No Brasil o ruiacutedo ocupa a terceira posiccedilatildeo entre os agentes causadores de doenccedilas

ocupacionais (GOMES 1989) e embora dados histoacutericos apontem a preocupaccedilatildeo com seus

efeitos desde 47 AC nas uacuteltimas deacutecadas ele se transformou numa das formas de poluiccedilatildeo

que mais atinge a humanidade trazendo consequumlecircncias muitas vezes irreversiacuteveis (MENDES

1995)

A poluiccedilatildeo sonora considerada pela World Health Organization como uma das trecircs

prioridades ecoloacutegicas para a proacutexima deacutecada natildeo eacute visiacutevel e a percepccedilatildeo desse problema eacute

muitas vezes demorada O agravante eacute que os indiviacuteduos que estatildeo expostos a essas

intensidades sonoras elevadas satildeo jovens na maioria que mesmo antes de iniciarem as fases

produtivas de suas vidas jaacute podem apresentar uma lesatildeo auditiva (FRANCO RUSSO 2001)

A exposiccedilatildeo frequumlente a ruiacutedo de alta intensidade pode levar o indiviacuteduo a diversos

problemas de sauacutede entre eles a perda auditiva conhecida como Perda Auditiva Induzida por

Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) ou popularmente PAIR1 (Perda Auditiva

Induzida por Ruiacutedo) que tambeacutem eacute por vezes denominada de Mudanccedila Permanente de

Limiar Disacusia Neurossensorial Disacusia Neurossensorial Ocupacional por Ruiacutedo Surdez

Ocupacional ou Profissional Perda Auditiva Profissional ou Ocupacional Disacusia Auditiva

Crocircnica Induzida pelo Ruiacutedo entre outras

1 Embora a Portaria no 19 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL 1998b) utiliza a denominaccedilatildeo Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis Elevados de Pressatildeo Sonora (PAINPSE) nesse estudo optamos em usar Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo (PAIR) devido agrave maior popularidade do termo

INTRODUCcedilAtildeO 20

Essa patologia tem ocupado lugar de destaque no rol das doenccedilas ocupacionais

suplantada apenas pelas dermatoses de contato Estaacute tambeacutem em segundo lugar entre as

doenccedilas mais frequumlentes do aparelho auditivo sendo superada apenas pela presbiacusia

(RABINOWITZ 2000)

No Homem ao longo dos anos de exposiccedilatildeo os sinais de distuacuterbios fiacutesicos e

psicoloacutegicos vatildeo se instalando mansamente principalmente naquele exposto a niacuteveis

moderados de ruiacutedo Melnick (1985) descreve os efeitos do ruiacutedo sobre a audiccedilatildeo dividindo-

os em trecircs categorias como trauma acuacutestico mudanccedila temporaacuteria de limiar (MTL) e mudanccedila

permanente de limiar (MPL) tambeacutem denominada perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

O termo trauma acuacutestico eacute utilizado para descrever o efeito provocado por uma uacutenica e

suacutebita exposiccedilatildeo a ruiacutedo com um pico de energia sonora muito elevada Nesse caso o niacutevel de

pressatildeo sonora que atinge as estruturas da orelha interna excede os seus limites fisioloacutegicos

frequumlentemente produzindo rompimento das estruturas do oacutergatildeo de Corti (OLIVEIRA 1997

HUNGRIA 2000)

A MTL eacute um desvio do limiar auditivo apoacutes uma exposiccedilatildeo de algumas horas a niacuteveis

elevados de pressatildeo sonora e eacute tambeacutem dependente do niacutevel de pressatildeo sonora e da duraccedilatildeo

da exposiccedilatildeo Essa queda do limiar tende a retornar gradualmente ao normal depois de

cessada a exposiccedilatildeo Kryter (1985) refere que a ocorrecircncia de MTL representa um primeiro

indiacutecio de potencial risco para a audiccedilatildeo Quanto maior eacute a MTL de um indiviacuteduo exposto a

ruiacutedo maior a sua predisposiccedilatildeo em adquirir uma perda auditiva (BURNS STEAD PENNY

1970 CHERMAK DENGERINK DENGERINK 1984 WARD 1995)

A PAIR ou MPL eacute uma doenccedila decorrente do acuacutemulo de exposiccedilotildees a ruiacutedo que satildeo

repetidas por um periacuteodo de muitos anos Essa patologia eacute considerada uma perda auditiva

permanente muitas vezes superior a 20 deciBels (dB) sobre pelo menos uma frequumlecircncia

INTRODUCcedilAtildeO 21

criacutetica desde que passadas vaacuterias horas diaacuterias em ambientes de mais de 85dB sem proteccedilatildeo

(TAY 1996)

Seligman et al (1999) consideram a PAIR a enfermidade profissional de maior

prevalecircncia em todo o mundo e Almeida et al (2000) como uma doenccedila ocupacional de alta

prevalecircncia nos paiacuteses industrializados destacando-se como um dos agravos agrave sauacutede do

trabalhador mais prevalentes nas induacutestrias brasileiras embora Ferreira Junior (1998) defenda

que os dados de incidecircncia e prevalecircncia disponiacuteveis em publicaccedilotildees natildeo satildeo fidedignos por

conta do desconhecimento do total de trabalhadores expostos ao risco e da falta de criteacuterios

adequados ao diagnoacutestico da alteraccedilatildeo auditiva Por outro lado a ausecircncia de paracircmetros para

a definiccedilatildeo legal de incapacidade laborativa e a sub-notificaccedilatildeo impedem que se tenha uma

noccedilatildeo precisa da dimensatildeo social do problema suscitando a suspeita de que esses nuacutemeros

possam ser ainda maiores

Guerra et al (2005) destacam que embora a PAIR tenha atingido proporccedilotildees

praticamente endecircmicas no meio industrial estudos cientiacuteficos sobre a sua histoacuteria natural nos

trabalhadores brasileiros ainda satildeo escassos aleacutem da grande imprecisatildeo na quantificaccedilatildeo do

niacutevel de exposiccedilatildeo individual ao ruiacutedo observada nas induacutestrias brasileiras

O National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH 1998) estimou que

em 1992 aproximadamente 30 milhotildees de trabalhadores americanos estavam expostos a ruiacutedo

ocupacional em niacuteveis prejudiciais e que esse nuacutemero aumentou aproximadamente em 30

desde 1983 (MELNICK 1985) Na Europa a situaccedilatildeo natildeo eacute diferente e se mantivermos essa

base para caacutelculos talvez mais de 600 milhotildees de pessoas em todo o mundo estejam sob o

risco da perda auditiva por exposiccedilatildeo a uma intensidade elevada de pressatildeo sonora Portanto

a populaccedilatildeo mundial sob o risco de PAIR eacute de aproximadamente 12 (ALBERTI 1998

PRASHER 1998)

INTRODUCcedilAtildeO 22

O ruiacutedo atualmente faz parte do cotidiano dos indiviacuteduos (ruiacutedo de traacutefego e lazer em

alguns trabalhos entre outros) e assim a PAIR poderaacute ser uma das principais doenccedilas

crocircnicas no futuro da humanidade (FIORINI 2000)

Para o Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) Hungria (2000)

Morata e Lemasters (1995) Ferreira Juacutenior (1998) Handar (1998) Brasil (1998b) Jerger e

Jerger (1998) e Rabinowitz (2000) perda auditiva induzida pelo ruiacutedo satildeo as alteraccedilotildees dos

limiares auditivos do tipo sensorioneural decorrentes da exposiccedilatildeo ocupacional sistemaacutetica a

niacuteveis de pressatildeo sonora elevada Essa perda auditiva decorre de lesatildeo das ceacutelulas sensoriais

do oacutergatildeo de Corti na orelha interna Em geral eacute bilateral tendo evoluccedilatildeo lenta insidiosa

irreversiacutevel diretamente relacionada ao tempo de exposiccedilatildeo aos niacuteveis de pressatildeo sonora e a

suscetibilidade individual O seu portador geralmente soacute percebe a dificuldade auditiva

quando a lesatildeo jaacute estaacute em estaacutegio avanccedilado (SAVA 2005)

De acordo com Melnick (1985) a perda auditiva induzida por ruiacutedo de forma geral eacute

primeiramente mensuraacutevel na faixa de frequumlecircncia de 3000Hz (Hertz) a 6000Hz e a perda

auditiva em 4000Hz tornou-se a caracteriacutestica principal que estabelece viacutenculo entre uma

lesatildeo auditiva do tipo sensorioneural e o ruiacutedo como provaacutevel etiologia O fato de a PAIR

apresentar configuraccedilatildeo semelhante na maioria dos casos tendo um aspecto de entalhe nas

frequumlecircncias de 3000Hz a 6000Hz despertou o interesse de muitos pesquisadores ao longo dos

anos Jerger e Jerger (1998) comentam que achados histopatoloacutegicos de ossos temporais

humanos mostram lesotildees situadas a aproximadamente 5 a 15 miliacutemetros da janela oval o que

coincide com a regiatildeo receptora dos estiacutemulos de 4000Hz a 6000Hz e que a maior

vulnerabilidade dessa regiatildeo pode estar relacionada a caracteriacutesticas de ressonacircncia das

orelhas externa e meacutedia caracteriacutesticas mecacircnicas e anatocircmicas da coacuteclea ou ao seu

suprimento sanguumliacuteneo Henderson e Hamernik (1995) explicam tal vulnerabilidade

INTRODUCcedilAtildeO 23

demonstrando que o ruiacutedo industrial possui um amplo espectro de frequumlecircncias Como a

frequumlecircncia de ressonacircncia do conduto auditivo externo situa-se ao redor de 3000Hz entatildeo haacute

uma transformaccedilatildeo do ruiacutedo que entra gerando um reforccedilo nessa frequumlecircncia Como a perda eacute

o resultado de frac12 oitava acima da frequumlecircncia de maior estimulaccedilatildeo da coacuteclea segundo os

autores essa seria uma explicaccedilatildeo mais loacutegica do que assumir uma fragilidade inerente da

regiatildeo de 4000Hz Com a evoluccedilatildeo da lesatildeo auditiva o entalhe em 4000Hz tende a

aprofundar-se e alagar-se em direccedilatildeo agraves frequumlecircncias de 2000Hz e 8000Hz quando comeccedila a

afetar seriamente a discriminaccedilatildeo de fala (COMITEcirc NACIONAL DE RUIacuteDO E

CONSERVACcedilAtildeO AUDITIVA 1999a MAY 2000)

Segundo Luxon (1998) essa alteraccedilatildeo auditiva manifesta-se primeira e

predominantemente nas frequumlecircncias de 4000Hz 6000Hz e 3000Hz nessa mesma ordem de

progressatildeo e com o agravamento da lesatildeo estende-se agraves frequumlecircncias de 8000Hz 2000Hz

1000Hz 500Hz e 250Hz Raramente o ruiacutedo leva a perda auditiva profunda em geral natildeo

ultrapassando os 75dB nas frequumlecircncias altas e 40dB nas frequumlecircncias baixas atingindo seu

niacutevel maacuteximo nos primeiros dez a quinze anos de exposiccedilatildeo

As caracteriacutesticas fiacutesicas do agente causal (tipo de espectro de frequumlecircncia niacutevel de

pressatildeo sonora) tempodose de exposiccedilatildeo e susceptibilidade individual tambeacutem interferem na

perda poreacutem uma vez cessada a exposiccedilatildeo ao niacutevel elevado de pressatildeo sonora natildeo haacute

progressatildeo da perda (MAYRINK et al1993 ABNT 1996)

Os ruiacutedos de baixa frequumlecircncia produzem menos nocividade que ruiacutedos de alta

frequumlecircncia e as alteraccedilotildees observadas na coacuteclea decorrentes da exposiccedilatildeo a ruiacutedo satildeo

provavelmente resultado de lesatildeo mecacircnica estresses metaboacutelicos ou da combinaccedilatildeo desses

dois fatores aleacutem de alteraccedilotildees vasculares e iocircnicas que podem lesar as ceacutelulas sensoriais

(WARD 1973 DUNN 1987)

INTRODUCcedilAtildeO 24

Os danos agrave sauacutede dos trabalhadores extrapolam as funccedilotildees auditivas atingindo

tambeacutem os sistemas circulatoacuterio endoacutecrino nervoso digestivo e outras atividades fiacutesicas

mentais e sociais prejudicando o processo de comunicaccedilatildeo como um todo e contribuindo para

o aumento do nuacutemero de acidentes de trabalho (COSTA 19941995 SANTOS 1999

HUNGRIA 2000)

A exposiccedilatildeo simultacircnea a vaacuterios agentes eacute situaccedilatildeo mais comum de ser encontrada nos

ambientes de trabalho Morata e Lemasters (1995) afirmam que a meacutedia de agentes

simultacircneos gira em torno de 27 e que as alteraccedilotildees auditivas encontradas nos ambientes

ocupacionais satildeo muitas vezes atribuiacutedas ao ruiacutedo sem maior cuidado na investigaccedilatildeo de

outros fatores

A Ordem de Serviccedilo (OS) no 608 (BRASIL 1998a) destaca os principais fatores de

risco para perda auditiva relacionada ao trabalho como sendo os ambientais os metaboacutelicos e

bioquiacutemicos medicamentosos e geneacuteticos Dentre os fatores ambientais estatildeo os ruiacutedos com

niacutevel de pressatildeo sonora acima dos limites de toleracircncia previstos nos anexos I e II da Norma

Regulamentadora (NR) no 15 da Portaria no 321478 Nos agentes bioquiacutemicos satildeo

destacados os solventes (tolueno dissulfeto de carbono) fumos metaacutelicos gases asfixiantes

(monoacutexido de carbono) outros agentes fiacutesicos (vibraccedilotildees radiaccedilatildeo e calor) e agentes

bioloacutegicos (viacuterus e bacteacuterias) Nas alteraccedilotildees do metabolismo estatildeo as alteraccedilotildees renais

dentre elas a Siacutendrome de Alport o Diabetes Mellitus e outras como Siacutendrome de Alstrom

insuficiecircncia adreno-cortical dislipidemias hiperlipoproteinemias doenccedilas que impliquem

distuacuterbios no metabolismo do caacutelcio e do foacutesforo distuacuterbios no metabolismo das proteiacutenas

hipercoagulaccedilatildeo mucopolissacaridose e disfunccedilotildees tireoideanas (hiper e hipotireoidismo)

Nos fatores medicamentosos a OS refere-se ao uso constante de salicilatos aminoglicosideos

derivados de quinino e outros que podem causar alteraccedilotildees auditivas por ototoxidade jaacute as

INTRODUCcedilAtildeO 25

causas geneacuteticas estatildeo associadas a histoacuteria familiar de surdez

O ruiacutedo e suas repercussotildees na sauacutede do homem tecircm sido objetos de muitos estudos

(KRYTER 1985 SANTANA BARBERINO 1995 GERGES 1997 SANTOS 1999

CORREcircA FILHO et al 2002 RIOS SILVA 2005) e como esse agente fiacutesico eacute um problema

sentido tanto nos locais de trabalho quanto nas comunidades necessita-se de uma correta

avaliaccedilatildeo e da adoccedilatildeo de programas de controle com medidas eficazes na sua identificaccedilatildeo e

no seu controle

Oliveira (1996) afirma que devemos pensar a sauacutede como um processo dinacircmico de

relaccedilatildeo do ser humano com o meio social capaz de permitir uma integraccedilatildeo satisfatoacuteria entre

os indiviacuteduos aleacutem da simples ausecircncia de doenccedilas ou enfermidades A autora relata ainda

que como ldquofenocircmeno socialrdquo sauacutede eacute o reflexo direto das condiccedilotildees de vida de uma

sociedade Para a promoccedilatildeo e manutenccedilatildeo da sauacutede assim entendida estatildeo envolvidas as

estruturas poliacutetico-sociais determinantes desse modo de vida

Ferreira (2005) em seu estudo mostra que a relaccedilatildeo estabelecida entre o meio e a sauacutede

do trabalhador vem merecendo destaque das mais variadas comunidades cientiacuteficas Esse fato

pode ser percebido por meio da interseccedilatildeo entre as aacutereas da fonoaudiologia e do direito

promovida pela ocorrecircncia da perda auditiva induzida por ruiacutedo em trabalhadores associada

agraves condiccedilotildees insalubres dos ambientes laborais Apoacutes a deacutecada de 1940 a perda auditiva e o

trauma acuacutestico causados por ruiacutedo ocupacional passaram a ser conhecidos como doenccedilas

adquiridas no ambiente ou por um meacutetodo especiacutefico de trabalho caracteriacutesticas de certas

categorias profissionais portanto passiacuteveis de compensaccedilotildees pelo dano sofrido O acidente de

trabalho passou a ser reconhecido a partir da Revoluccedilatildeo Industrial por conta do aumento da

produccedilatildeo do surgimento da maacutequina e da concentraccedilatildeo dos trabalhadores nas faacutebricas

Salaacuterios jornadas condiccedilotildees e ritmo de trabalho foram aumentando por causa da imposiccedilatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 26

patronal Com o desenvolvimento das induacutestrias aumentou tambeacutem os serviccedilos os acidentes

o nuacutemero de pessoas com sequumlelas viuacutevas e oacuterfatildeos Quando o trabalhador era lesionado no

trabalho ou em outra atividade perdendo ou reduzindo sua capacidade de produccedilatildeo ficava

excluiacutedo da sociedade produtiva sem remuneraccedilatildeo pois natildeo havia proteccedilatildeo do Estado ou

mutuaacuteria que garantisse sua sobrevivecircncia

Ainda segundo Ferreira (2005) moleacutestias ocupacionais satildeo doenccedilas de evoluccedilatildeo lenta e

progressiva relacionadas ao trabalho dividindo-se em tecnopatias e mesopatias As

tecnopatias (tambeacutem chamadas de doenccedilas profissionais) satildeo inerentes a determinados tipos

de atividades estando o seu nexo causal diretamente relacionado agraves profissotildees exercidas e

previstas em lei As mesopatias (doenccedilas profissionais atiacutepicas) satildeo causadas pelas condiccedilotildees

agressivas do ambiente de trabalho que contribuiacuteram para acelerar deflagrar ou agravar o seu

estado

A Divisatildeo de Prevenccedilatildeo da Surdez e Deficiecircncia Auditiva da World Health

Organization (1980) indica que a perda auditiva ocupacional decorrente da exposiccedilatildeo ao

ruiacutedo excessivo eacute o maior problema passiacutevel de prevenccedilatildeo da sauacutede puacuteblica do mundo e

recomenda a execuccedilatildeo de programas governamentais de prevenccedilatildeo da perda auditiva induzida

pelo ruiacutedo

Ateacute a deacutecada de 90 no Brasil a sauacutede era um benefiacutecio previdenciaacuterio ou um bem de

serviccedilo comprado na forma de assistecircncia meacutedica ou por fim uma accedilatildeo de misericoacuterdia

oferecida aos que natildeo tinha acesso agrave previdecircncia e nem recursos para pagar assistecircncia

privada prestada por hospitais filantroacutepicos As accedilotildees de caraacuteter coletivo as entatildeo chamadas

ldquoaccedilotildees de sauacutede puacuteblicardquo eram executadas pelo Ministeacuterio da Sauacutede e completamente

dissociadas da atenccedilatildeo individual accedilotildees essas resumidas a campanhas e programas de caraacuteter

INTRODUCcedilAtildeO 27

predominantemente preventivos tais como as campanhas de vacinaccedilatildeo e os programas sobre

doenccedilas especiacuteficas (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Nesse contexto em que as accedilotildees individuais de atenccedilatildeo agrave sauacutede eram totalmente

dissociadas das accedilotildees coletivas o modelo de atenccedilatildeo integral agrave sauacutede do trabalhador inexistia

como poliacutetica puacuteblica de sauacutede e a uacutenica forma de controle que o Estado exercia sobre as

empresas era por meio do Ministeacuterio do Trabalho e suas Delegacias Regionais cuja funccedilatildeo era

de fiscalizaccedilatildeo agraves empresas

A sauacutede do trabalhador no Brasil tomou novo rumo pois para a compreensatildeo do

processo sauacutede-doenccedila de um indiviacuteduo que anteriormente era incluiacutedo nos programas de

atenccedilatildeo agrave sauacutede com uma visatildeo limitada daquele indiviacuteduo passa a ser necessaacuteria uma visatildeo

mais ampla e integral desse processo considerando-se as questotildees incidentes sobre o trabalho

Paralelamente a reformulaccedilatildeo de algumas legislaccedilotildees trabalhistas e previdenciaacuterias

geraram a necessidade das empresas investirem mais fortemente no setor sauacutede e seguranccedila a

partir da segunda metade da deacutecada de 1990 A entrada da Fonoaudiologia nas empresas e no

setor puacuteblico de sauacutede nesse momento histoacuterico deu-se pela necessidade que a lei preconizava

de se testar a audiccedilatildeo de todos os trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora acima dos

limites de toleracircncia e de novas experiecircncias do setor de sauacutede na vigilacircncia sanitaacuteria e

epidemioloacutegica agraves empresas

Ateacute os anos 1980 a atuaccedilatildeo de fonoaudioacutelogos na aacuterea de sauacutede no trabalho era muito

limitada Seu trabalho era caracterizado exclusivamente pela execuccedilatildeo de audiometrias

(admissionais perioacutedicas e demissionais) solicitadas pelo meacutedico do trabalho nas induacutestrias

Os fonoaudioacutelogos natildeo tinham nenhum tipo de viacutenculo com as induacutestrias simplesmente

transferiam sua vivecircncia em audiologia cliacutenica adquirida em seus locais de trabalho para o

desenvolvimento dessa nova atividade A partir de 1986 com a Pontifiacutecia Universidade

INTRODUCcedilAtildeO 28

Catoacutelica (PUC) e o Programa de Sauacutede do Trabalhador da Zona Norte de Satildeo Paulo

(SANTOS et al 1989) comeccedilou a inserccedilatildeo da Fonoaudiologia em empresas e associaccedilotildees de

classe Foram o pioneirismo e a determinaccedilatildeo de alguns profissionais no momento poliacutetico

propiacutecio que possibilitaram a atuaccedilatildeo dos fonoaudioacutelogos na aacuterea da sauacutede do trabalhador

bem como o estabelecimento e a consolidaccedilatildeo desse mercado de trabalho (MORATA

CARNICELLI 1988)

Eacute de especial interesse do direito previdenciaacuterio e da Fonoaudiologia buscar meios

para estabelecer uma accedilatildeo preventiva que garante condiccedilotildees favoraacuteveis de trabalho A

promoccedilatildeo da sauacutede nos locais de trabalho evitaraacute ocircnus para empresas para a Previdecircncia

Social e para a sociedade em geral Faz-se necessaacuterio que o fonoaudioacutelogo atue como

profissional preventivo indo aleacutem da mera administraccedilatildeo dos casos de perda auditiva

execuccedilatildeo de audiometrias e indicaccedilatildeo de aparelhos de amplificaccedilatildeo sonora individual Ele

deve alargar seus horizontes por meio do conhecimento das leis ampliando sua direccedilatildeo e sua

base de atuaccedilatildeo para um maior e melhor desempenho profissional (FERREIRA 2005)

Com a regulamentaccedilatildeo da Portaria no 19 houve uma contextualizaccedilatildeo dos exames

audiomeacutetricos Esses passaram a servir como indicadores de sauacutede para medidas preventivas

Dessa forma a demanda do trabalho fonoaudioloacutegico nas empresas cresceu e assumiu grande

importacircncia pois natildeo bastava mais a realizaccedilatildeo pura e simples dos exames A partir de 1998

passou a ser necessaacuteria a anaacutelise individual e coletiva da situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores

elencando os setores de maior risco para o desenvolvimento de accedilotildees que visem agrave reduccedilatildeo dos

riscos

Por ser um profissional com conhecimentos especiacuteficos na aacuterea de audiologia fiacutesica

acuacutestica fisiologia da audiccedilatildeo e educaccedilatildeo em sauacutede o fonoaudioacutelogo eacute um profissional que

tem competecircncia teacutecnica para coordenar um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva (PCA)

INTRODUCcedilAtildeO 29

Nesse sentido haacute que se abandonar a cultura imposta pela antiga NR-7 de execuccedilatildeo de

exames desvinculada de qualquer outro objetivo para um trabalho de consultoria onde as

accedilotildees satildeo articuladas entre si (BERNARDI SALDANHA JUNIOR 2003)

Os audiologistas satildeo profissionais altamente qualificados para assumir posiccedilotildees de

responsabilidade nos programas de prevenccedilatildeo de perda auditiva ocupacional A supervisatildeo

profissional dos programas de avaliaccedilatildeo audioloacutegica eacute necessaacuteria para garantir dados

confiaacuteveis e vaacutelidos para a identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo precoces Os programas de avaliaccedilatildeo

auditiva executados indiferentemente com frequumlecircncia natildeo fazem mais do que documentar a

progressatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo (SIMPSON 2001)

No mundo da sauacutede e do trabalho as coisas satildeo mais complexas Apesar da crescente

demanda e necessidade por parte das empresas de possuiacuterem consultoria especializada de

fonoaudioacutelogos para o desenvolvimento de accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede auditiva de seus

trabalhadores na praacutetica o quadro natildeo eacute muito satisfatoacuterio

Nos dias de hoje natildeo haacute razatildeo teacutecnica para que a perda auditiva seja o resultado do

trabalho em ambiente ruidoso tendo em vista que os programas de prevenccedilatildeo da perda

auditiva satildeo exigidos por lei

Existe uma enorme variedade de alternativas teacutecnicas eou cientiacuteficas que podem ser

adotadas a fim de reduzir o ruiacutedo Tecnicamente a primeira medida de controle definitivo eacute o

controle na fonte Natildeo sendo possiacutevel a segunda eacute o controle na trajetoacuteria que implica em

fazer adaptaccedilotildees eou modificaccedilotildees no ambiente de trabalho eou maquinaacuterio e como terceira

opccedilatildeo tecircm o uso do protetor auricular Esse deve ser usado quando natildeo existem soluccedilotildees

teacutecnicas viaacuteveis para o controle do ruiacutedo na fonte ou na trajetoacuteria situaccedilatildeo na qual o

equipamento de proteccedilatildeo individual (EPI) do tipo auricular eacute aceito como soluccedilatildeo definitiva

de acordo com Giampaoli (2000)

INTRODUCcedilAtildeO 30

O processo de execuccedilatildeo de qualquer programa parte da realidade de cada empresa que

leva em consideraccedilatildeo a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica disponiacutevel e o

recurso financeiro a ser disponibilizado Enquanto existirem riscos para a audiccedilatildeo presentes

nos processos produtivos haacute a necessidade de se buscar sua reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo

No Brasil o trabalho de prevenccedilatildeo das doenccedilas ocupacionais e dos acidentes de

trabalho teve iniacutecio em 1943 com a Consolidaccedilatildeo das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL

1943) e desde entatildeo os cuidados com a audiccedilatildeo do trabalhador que atua em ambientes

ruidosos eacute intensificado por meio das Normas Regulamentadoras editadas pelo Ministeacuterio do

Trabalho

Com a promulgaccedilatildeo da Portaria no 321478 houve um importante avanccedilo no acircmbito

da conservaccedilatildeo auditiva ocupacional Essa portaria por meio da NR-7 torna obrigatoacuteria a

realizaccedilatildeo de exames auditivos vinculados aos exames meacutedicos em trabalhadores cujo

ambiente de trabalho apresente niacuteveis de pressatildeo sonora superiores a 85dB por oito horas de

exposiccedilatildeo Nessa mesma portaria a NR-15 nos anexos I e II estabelece os limites de

toleracircncia para o ruiacutedo no paiacutes definindo criteacuterios para caracterizaccedilatildeo da insalubridade por

exposiccedilatildeo a esse agente (BRASIL 1978a)

Em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publicou a Portaria no 24 que aprova

a nova NR-7 que determina a obrigatoriedade de implantaccedilatildeo de um Programa de Controle

Meacutedico em Sauacutede Ocupacional (PCMSO) Os objetivos desse programa satildeo prevenir rastrear

e diagnosticar precocemente os agravos agrave sauacutede relacionados ao trabalho baseando-se nos

riscos existentes no ambiente A nova NR-7 natildeo mais menciona os limites de toleracircncia

previstos pela NR-15 em seus anexos I e II exclui a tabela de Fowler mas natildeo estabelece

nenhum outro criteacuterio para interpretaccedilatildeo das audiometrias (BRASIL 1994a)

INTRODUCcedilAtildeO 31

Ainda em dezembro de 1994 o Ministeacuterio do Trabalho publica a Portaria no 25 da

Secretaria de Sauacutede e Seguranccedila do Trabalho do Ministeacuterio do Trabalho (SSSTMTb) que

aprova a NR-9 Essa NR trata das atividades voltadas ao controle de agentes agressivos e da

obrigatoriedade de implantaccedilatildeo do Programa de Prevenccedilatildeo para Riscos Ambientais (PPRA)

nas empresas O objetivo do PPRA eacute a preservaccedilatildeo da sauacutede e da integridade dos

trabalhadores por meio da antecipaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e controles dos riscos ambientais (agentes

fiacutesicos quiacutemicos e bioloacutegicos) existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho

(BRASIL 1994b)

Em abril de 1998 eacute instituiacuteda a Portaria no 19 que altera o Quadro II da NR-7 com a

inclusatildeo do Anexo I e determina os paracircmetros miacutenimos para a avaliaccedilatildeo e o

acompanhamento da audiccedilatildeo de trabalhadores expostos a niacuteveis elevados de ruiacutedo atraveacutes de

exame audiomeacutetrico Esses paracircmetros foram regulamentados somente para a exposiccedilatildeo

ocupacional ao ruiacutedo natildeo havendo ainda legislaccedilatildeo proacutepria para a monitoraccedilatildeo da audiccedilatildeo de

trabalhadores expostos a ruiacutedo e outros agentes agressivos simultaneamente nem mesmo para

a exposiccedilatildeo isolada aos demais agentes Aleacutem de definir e caracterizar a PAIR a portaria

define tambeacutem os procedimentos baacutesicos para a realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e

determina que as audiometrias devem estar atreladas ao exame meacutedico e ser realizadas em

cabina acuacutestica e audiocircmetro calibrado pela ISO 825311989 mediante a realizaccedilatildeo de

meatoscopia e do repouso acuacutestico (do trabalhador) superior a 14 horas Orienta tambeacutem

quanto agrave interpretaccedilatildeo dos resultados dos exames audiomeacutetricos define criteacuterios para anaacutelise

de mudanccedila significativa dos limiares auditivos fornece subsiacutedios que auxiliam no

diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo e finalmente orienta condutas preventivas no

manejo dos trabalhadores expostos (BRASIL 1998b)

INTRODUCcedilAtildeO 32

A Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) do Instituto Nacional de Seguridade

Social (INSS) fortaleceu a exigecircncia legal das empresas conduzirem um programa de

conservaccedilatildeo auditiva agrave parte integrado como outros programas de gestatildeo de riscos Essa OS eacute

composta por duas partes a Seccedilatildeo I que apresenta conteuacutedo relacionado agrave atualizaccedilatildeo cliacutenica

da Perda Auditiva Induzida por Ruiacutedo Ocupacional (PAIR Ocupacional) e conta com mais

dois anexos o primeiro apresenta o texto do boletim nuacutemero um do Comitecirc Nacional de

Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva e o anexo II traz as diretrizes baacutesicas para elaboraccedilatildeo de um

PCA A Seccedilatildeo II constitui-se da Norma Teacutecnica propriamente dita refere-se aos

procedimentos metodologia e atribuiccedilotildees para fins de avaliaccedilatildeo pericial e concessatildeo de

benefiacutecios previdenciaacuterios por incapacidade o que compreende as repercussotildees da doenccedila na

capacidade laborativa (BRASIL 1998a)

Ibantildeez (1997) e Ferreira Junior (1998) referem que PCA eacute um programa

interdisciplinar de caraacuteter estritamente de prevenccedilatildeo e caracteriza-se como um conjunto de

medidas coordenadas que tem por objetivo impedir que determinadas condiccedilotildees de trabalho

provoquem a deterioraccedilatildeo dos limiares auditivos de um grupo de trabalhadores ou estabilize

as perdas auditivas daqueles trabalhadores que jaacute as possuem

Esse programa eacute legalmente exigido em todos os locais de trabalho onde os niacuteveis de

pressatildeo sonora excedam os limites de toleracircncia previstos pela NR-15 (BRASIL 1978b) Eacute de

responsabilidade da empresa e dos profissionais das aacutereas de sauacutede e seguranccedila executar e

gerenciar programas que visem natildeo soacute prevenir como tambeacutem evitar a progressatildeo da perda

auditiva do trabalhador exposto a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora conforme preconizam as

normas do Ministeacuterio do Trabalho

Melnick (1999) observa que a necessidade de um Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

pode ser determinada pela simples observaccedilatildeo do meio ambiente onde os trabalhadores estatildeo

INTRODUCcedilAtildeO 33

inseridos O autor cita o Guide for Conservation of Hearing in Noise uma revisatildeo americana

realizada em 1988 pelo Subcommittee on Medical Aspects of Noise of the Committee on

Hearing and Equilibrium of the American Academy of Otolaryngology - Head and Neck

Surgery que orienta para as trecircs condiccedilotildees que indicam a necessidade da instituiccedilatildeo do PCA

em um ambiente

- Ruiacutedo em intensidade que dificulte a comunicaccedilatildeo oral

- Presenccedila de efeitos auditivos como barulho na cabeccedila ou nas orelhas apoacutes a jornada de

trabalho

- Presenccedila de perda auditiva temporaacuteria manifestada pela sensaccedilatildeo plenitude auricular

apoacutes diversas horas de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

Para Kwitko (1997) Bernardi e Saldanha Junior (2003) os objetivos do PCA satildeo

- Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e reduzindo os efeitos

extra-auditivos causados pela exposiccedilatildeo a niacuteveis elevados de pressatildeo sonora e outros

agentes de risco para a audiccedilatildeo Esse objetivo resume todo o caraacuteter preventivo que um

PCA eficaz deve conter As avaliaccedilotildees audioloacutegicas da populaccedilatildeo satildeo indicadores

importantes de sauacutede auditiva mas soacute fazem sentido quando satildeo direcionadas para accedilotildees

preventivas

- Identificar empregados com patologias de orelhas e audiccedilatildeo natildeo relacionadas ao trabalho

encaminhando-os para tratamento adequado

- Diagnosticar precocemente os casos de perda auditiva ocupacional estabelecendo

medidas eficazes preservando a sauacutede dos trabalhadores

- Adequar a empresa agraves exigecircncias legais

- Reduccedilatildeo do custo de insalubridade com comprovaccedilatildeo cientiacutefica

INTRODUCcedilAtildeO 34

- Reduccedilatildeo do custo com reclamatoacuterias trabalhistas impetradas por empregados devido a

perda auditiva

- Reduzir o absenteiacutesmo elevar a moral do empregado e reduzir os efeitos extra-auditivos

relacionados agrave exposiccedilatildeo a elevados niacuteveis de ruiacutedo ocupacional

As principais atividades desse programa incluem medidas de monitoraccedilatildeo do agente e

da audiccedilatildeo Atividades de apoio medidas administrativas de educaccedilatildeo e de informaccedilatildeo e de

avaliaccedilatildeo de eficaacutecia do programa Deve ser desenvolvido dentro da empresa por profissionais

que estejam capacitados e envolvidos com a prevenccedilatildeo e a reduccedilatildeo dos acidentes de trabalho

O apoio agrave conservaccedilatildeo auditiva ajuda na manutenccedilatildeo do estado auditivo do sujeito seja

ele normal ou portador de uma deficiecircncia dessa funccedilatildeo fisioloacutegica que possa ter se iniciado a

partir da primeira exposiccedilatildeo do indiviacuteduo a agentes ocupacionais de risco

O NIOSH (1996 1998) trabalha com a definiccedilatildeo de Programa de Prevenccedilatildeo da Perda

Auditiva Ocupacional diferenciando os conceitos de conservaccedilatildeo e prevenccedilatildeo Conservaccedilatildeo

indicaria a ideacuteia de manutenccedilatildeo do padratildeo auditivo a partir da primeira exposiccedilatildeo ocupacional

ao agente agressivo enquanto prevenccedilatildeo implica na adoccedilatildeo de medidas anteriores agrave primeira

exposiccedilatildeo

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999c) oacutergatildeo interdisciplinar

constituiacutedo pela Associaccedilatildeo Nacional de Medicina do Trabalho bem como as Sociedades

Brasileiras de Acuacutestica de Fonoaudiologia de Otologia e de Otorrinolaringologia elaborou

seu boletim nuacutemero seis que sugere as seguintes diretrizes baacutesicas para a elaboraccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

1 Reconhecimento e avaliaccedilatildeo de riscos para a audiccedilatildeo

2 Gerenciamento audiomeacutetrico

3 Medidas de proteccedilatildeo coletiva (de engenharia administrativas)

INTRODUCcedilAtildeO 35

4 Medidas de proteccedilatildeo individual

5 Educaccedilatildeo e motivaccedilatildeo

6 Gerenciamento dos dados

7 Avaliaccedilatildeo do programa

Fiorini e Nascimento (2001) afirmam que apesar da existecircncia de vasta literatura

acerca das principais etapas a serem adotadas e instituiacutedas o PCA deve ser desenvolvido de

acordo com as caracteriacutesticas de cada empresa considerando-se prioritariamente a situaccedilatildeo

auditiva dos trabalhadores a equipe teacutecnica e recurso financeiro disponiacuteveis

A implantaccedilatildeo de um PCA exige accedilotildees interligadas e dependendo da medida a ser

implantada uma maior complexidade da atividade eacute exigida por parte da equipe um

cronograma a curto meacutedio e longo prazo Os ajustes e melhorias fazem parte de um processo

contiacutenuo ao longo do tempo

Num PCA o fluxo de informaccedilotildees deve ser multidirecional entre os profissionais da

aacuterea meacutedica e os da aacuterea de engenharia A interdependecircncia das atividades implantadas eacute real

e sua correta valorizaccedilatildeo determina o sucesso ou o fracasso do programa (IBANtildeEZ 1997)

As medidas devem ser coordenadas pois isoladamente natildeo apresentam efetividade Eacute

um programa que previne natildeo soacute problemas auditivos mas tambeacutem aqueles de outra natureza

Envolve a atuaccedilatildeo de uma equipe multidisciplinar (medicina engenharia do trabalho

fonoaudiologia teacutecnicos e administraccedilatildeo)

Segundo Bernardi e Saldanha Junior (2003) o trabalho do fonoaudioacutelogo dentro da

equipe de sauacutede da empresa eacute

- Organizar os exames para subsidiar o diagnoacutestico meacutedico

- Analisar o panorama epidemioloacutegico de perdas auditivas e estabelecer prioridades para

projetos de melhorias ambientais

INTRODUCcedilAtildeO 36

- Elaborar tabelas de indicaccedilatildeo de protetores e controlar o seu uso por parte dos

trabalhadores

- Elaborar campanha de sauacutede auditiva palestras e treinamentos perioacutedicos para a correta

utilizaccedilatildeo dos protetores e sensibilizaccedilatildeo dos trabalhadores para a prevenccedilatildeo dos riscos

para a audiccedilatildeo

- Veicular constantemente a informaccedilatildeo relacionada agraves accedilotildees de prevenccedilatildeo das perdas

auditivas por meio de todos os recursos de miacutedia disponiacuteveis na empresa

- Participar juntamente em conjunto com a equipe de engenharia de seguranccedila da

elaboraccedilatildeo de propostas e desenvolvimento de projetos de melhorias ambientais e medidas

administrativas para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo

- Adequar o PCA da empresa a todas as exigecircncias legais por meio da documentaccedilatildeo e

registro adequado de todas as accedilotildees realizadas

A equipe multidisciplinar deveraacute identificar e avaliar os locais de riscos atraveacutes do

mapeamento do ruiacutedo da vibraccedilatildeo dos agentes quiacutemicos e de outros Observar a interaccedilatildeo

desses vaacuterios agentes no mesmo local de trabalho

A partir do momento em que os agentes de riscos ocupacionais (ruiacutedos produtos

quiacutemicos radiaccedilotildees ionizantes acidentes como traumatismo cranioencefaacutelico barotraumas e

outros) forem avaliados e identificados os profissionais deveratildeo realizar um estudo de

medidas para o controle dos mesmos e propiciar proteccedilatildeo coletiva ou individual oferecendo

acompanhamento e treinamento da utilizaccedilatildeo dos equipamentos de seguranccedila (RIBEIRO et

al 2002)

A proteccedilatildeo coletiva eacute a melhor forma de prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo

(FERREIRA JUacuteNIOR 1998) Poreacutem segundo o autor a adequaccedilatildeo das doses de exposiccedilatildeo

ao ruiacutedo para niacuteveis ideais requer elaboraccedilatildeo de projetos de engenharia acuacutestica na maioria

INTRODUCcedilAtildeO 37

das vezes dispendiosa com impacto evidente na economia da empresa aleacutem do que podem

ser complexos e demorados Sendo assim o autor desvincula as medidas de proteccedilatildeo coletiva

do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que define como uma seacuterie de medidas intermediaacuterias

que visam prevenir a perda auditiva induzida por ruiacutedo e que satildeo aplicadas enquanto as

medidas de engenharia estatildeo em curso Ainda segundo o autor Programa de Conservaccedilatildeo

Auditiva e proteccedilatildeo coletiva devem seguir paralelamente ateacute que uma soluccedilatildeo definitiva seja

adotada A partir de entatildeo alguns dos procedimentos abaixo descritos podem ser suspensos

ou flexibilizados

- Reconhecimento do ambiente e descriccedilatildeo da atividade

- Quantificaccedilatildeo da exposiccedilatildeo ao ruiacutedo

- Adoccedilatildeo de medidas corretivas simples teacutecnicas e organizacionais

- Seleccedilatildeo de equipamentos de proteccedilatildeo individual protetor auditivo

- Formaccedilatildeo e informaccedilatildeo dos trabalhadores

- Rastreamento audiomeacutetrico perioacutedico

- Realocaccedilatildeo interna de portadores de PAIR

O Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999b) em seu boletim nuacutemero

dois traz os requisitos baacutesicos para a padronizaccedilatildeo da avaliaccedilatildeo audioloacutegica do trabalhador

exposto ao ruiacutedo

- Repouso auditivo pelo menos de 14 horas

- O exame seraacute realizado por profissional habilitado fonoaudioacutelogo ou meacutedico

- Para a identificaccedilatildeo eacute necessaacuterio um documento com foto do trabalhador

- Realizaccedilatildeo do histoacuterico cliacutenico-ocupacional

- Inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo antes de se iniciar o exame

- Ambiente para a realizaccedilatildeo do exame de acordo com a norma ISO 8253-1

INTRODUCcedilAtildeO 38

- Calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro anual

- Verificaccedilatildeo subjetiva do audiocircmetro antes da realizaccedilatildeo do exame audiomeacutetrico

- Instruccedilatildeo do trabalhador acerca dos meacutetodos adotados e dos objetivos a serem alcanccedilados

com o exame

- Pesquisa dos limiares auditivos nas frequumlecircncias de 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz

3000Hz 4000Hz 6000Hz e 8000Hz (via aeacuterea) e de via oacutessea as frequumlecircncias de 500Hz

1000Hz 2000Hz 3000Hz e 4000Hz quando necessaacuterio

- Pesquisa do limiar de reconhecimento de fala e imitanciometria conforme o julgamento

do examinador

- A periodicidade dos exames deve ser no miacutenimo preacute-admissional seis meses apoacutes a

partir de entatildeo anual e no exame demissional

- A ficha de registro deve conter no miacutenimo nome idade registro geral a data em que foi

realizado o exame nome assinatura e registro profissional equipamento utilizado data da

uacuteltima calibraccedilatildeo acuacutestica do audiocircmetro o traccedilado audiomeacutetrico o tempo de repouso

auditivo e achados da inspeccedilatildeo visual dos meatos acuacutesticos externos

Para o Melnick (1985) NIOSH (1996) Ordem de Serviccedilo no 608 (BRASIL 1998a) e

Kwitko (1998) a audiometria eacute o uacutenico meio de identificar a evoluccedilatildeo na audiccedilatildeo dos

trabalhadores expostos ao ruiacutedo Sendo assim eacute instrumento de fundamental importacircncia para

a avaliaccedilatildeo da eficaacutecia do PCA

De acordo com Merluzzi (1981) a recuperaccedilatildeo dos limiares auditivos depois de

cessada a exposiccedilatildeo eacute mais raacutepida nas primeiras horas subsequumlentes seguindo um andamento

proporcional ao logaritmo do tempo Cerca de 50 da recuperaccedilatildeo ocorre nas primeiras duas

horas A partir de entatildeo a recuperaccedilatildeo segue um padratildeo linear e a melhora de todo o limiar

perdido pode ocorrer em um tempo tatildeo longo quanto catorze horas Daiacute a importacircncia de que

INTRODUCcedilAtildeO 39

a determinaccedilatildeo dos limiares audiomeacutetricos de trabalhadores expostos a ruiacutedo seja feita no

miacutenimo apoacutes catorze horas de repouso auditivo para impedir que tal efeito interfira no

resultado do exame

O acompanhamento da audiccedilatildeo dos trabalhadores expostos ao ruiacutedo por meio de

exames audiomeacutetricos eacute um procedimento essencial dentro do PCA A realizaccedilatildeo do teste

audiomeacutetrico poreacutem soacute assume razatildeo de ser se for feita a anaacutelise sequumlencial desses exames

ano a ano Um uacutenico teste isolado restringe sua eficiecircncia agravequele momento especiacutefico

Somente o acompanhamento sequumlencial fornece indicadores precoces de perdas auditivas e

torna possiacutevel determinar se um trabalhador manteacutem audiccedilatildeo normal ou se desenvolve ou

agrava uma perda auditiva Para Alves (2004) o monitoramento da audiccedilatildeo eacute instrumento

fundamental na anaacutelise da eficaacutecia das accedilotildees realizadas dentro do PCA

De acordo com Fiorini (1994b) eacute necessaacuterio o estabelecimento de criteacuterios com

absoluto rigor cientiacutefico para garantir a fidedignidade das avaliaccedilotildees audiomeacutetricas e o

controle audiomeacutetrico do trabalhador tem o objetivo de acompanhar a evoluccedilatildeo dos limiares

auditivos partindo de uma avaliaccedilatildeo audioloacutegica de referecircncia Os propoacutesitos do

monitoramento auditivo satildeo

- Estabelecer o audiograma de referecircncia de todos os trabalhadores servindo de base para a

comparaccedilatildeo com exames perioacutedicos

- Identificar o quadro audioloacutegico de todos os trabalhadores fazendo acompanhamento

perioacutedico

- Identificar os trabalhadores que necessitam de encaminhamento para o meacutedico

otorrinolaringologista a fim de se realizar o diagnoacutestico diferencial ou tratamento de

problemas de orelha meacutedia

- Conscientizar e alertar os trabalhadores sobre os efeitos do ruiacutedo

INTRODUCcedilAtildeO 40

- Fornecer o resultado de cada exame ao trabalhador

- Contribuir para a implantaccedilatildeo e efetividade do PCA

Simpson (2001) descreve as condutas a serem adotadas para realizaccedilatildeo do

monitoramento audiomeacutetrico de trabalhadores expostos a ruiacutedo ocupacional principalmente

na mudanccedila significativa persistente no exame audiomeacutetrico de reteste em 30 dias como

- Notificaccedilatildeo por escrito ao empregado em 21 dias

- O empregado que natildeo utiliza protetor auditivo deve ser adaptado e treinado quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento

- O empregado que jaacute utiliza protetor auditivo deve ser treinado novamente quanto a

utilizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo desse equipamento e se necessaacuterio deve ser readaptado a outro

protetor que lhe ofereccedila maior atenuaccedilatildeo

- No caso em que se verifique persistecircncia da mudanccedila significativa dos limiares auditivos

no reteste esse audiograma passa a ser considerado de Referecircncia com o qual os testes

futuros seratildeo comparados

- Os empregados com suspeita de patologia auditiva causada ou agravada pelo uso do

protetor auditivo devem ser encaminhados para avaliaccedilatildeo meacutedica agrave custa do empregador

aqueles com suspeita de patologia auditiva natildeo relacionada com o uso de protetor auditivo

devem ser informados da necessidade do encaminhamento mas o empregador natildeo seraacute

responsaacutevel pelo custeio desse procedimento

Apoacutes todos os levantamentos dos dados devem ser iniciadas as atividades educativas

que forneccedilam informaccedilotildees sobre o funcionamento da audiccedilatildeo e as suas patologias visando

dar ecircnfase para as perdas auditivas induzidas pelo ruiacutedo ocupacional e a importacircncia do uso

dos equipamentos de seguranccedila para todos os trabalhadores que estatildeo expostos a ruiacutedos

intensos Essas informaccedilotildees poderatildeo ser feitas por meio de publicaccedilotildees (folhetos revistas

INTRODUCcedilAtildeO 41

etc) e palestras sempre com uma linguagem simples e objetiva visando propiciar uma

melhor conscientizaccedilatildeo e educaccedilatildeo do trabalhador

Inuacutemeros autores concordam que para prevenccedilatildeo de perdas auditivas no trabalho o

controle da exposiccedilatildeo deve ser sempre a primeira alternativa a ser considerada (NIOSH

1996) Entretanto por dificuldades teacutecnicas e econocircmicas o uso de protetores auriculares

tornou-se uma medida mundialmente adotada e difundida por ser pouco dispendiosa e de faacutecil

acesso (GERGES 1997 CORREIA 2000) Muita ecircnfase tem sido dada agrave atenuaccedilatildeo que o

protetor oferece Contudo outras qualidades necessaacuterias agrave sua efetividade tecircm sido

negligenciadas Deve-se considerar o tipo de ruiacutedo existente a compatibilidade entre o tipo de

protetor auricular e demais equipamentos de proteccedilatildeo conforto e as condiccedilotildees do local de

trabalho como temperatura umidade e pressatildeo atmosfeacuterica como reforccedila Fernandes (2005)

Os profissionais envolvidos deveratildeo avaliar a eficaacutecia do programa desenvolvido a

partir dos resultados obtidos e da opiniatildeo dos trabalhadores Eacute importante ressaltar a grande

responsabilidade dos profissionais que trabalham com sauacutede e seguranccedila do trabalho na

implantaccedilatildeo de medidas que diminuam as perdas auditivas e que auxiliem as empresas a

alcanccedilarem esses objetivos implantando a cultura da prevenccedilatildeo e da conservaccedilatildeo

Este estudo visa a propor para a direccedilatildeo de uma empresa o iniacutecio da praacutetica efetiva da

conservaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios da Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (DND) de um

hospital universitaacuterio de Ribeiratildeo PretoSP aacuterea que apresenta niacutevel de pressatildeo sonora

elevada verificando a eficaacutecia do trabalho dos profissionais atualmente envolvidos e

enfocando o papel do fonoaudioacutelogo por meio de um trabalho sintonizado com os recursos

teacutecnico e humano disponiacuteveis a fim de produzir conhecimentos interdisciplinares e subsiacutedios

para reorganizaccedilatildeo da assistecircncia rumo agrave melhoria da qualidade e humanizaccedilatildeo do cuidado

com a sauacutede do trabalhador na empresa

2 OBJETIVOS

OBJETIVOS

42

- Levantar por meio da mediccedilatildeo das intensidades em dB os locais e os momentos de maior

geraccedilatildeo de ruiacutedo elevado dentro da DND

- Identificar por meio do levantamento dos exames audiomeacutetricos realizados nos

funcionaacuterios os locais de trabalho dentro da DND de maior incidecircncia de alteraccedilatildeo

auditiva

- Caracterizar o perfil audioloacutegico de funcionaacuterios em funccedilatildeo do nuacutemero de horas de

exposiccedilatildeo e da intensidade do ruiacutedo atividade exercida e uso de equipamento de proteccedilatildeo

individual do tipo auricular

- Diagnosticar as accedilotildees hoje executadas pela administraccedilatildeo serviccedilo especializado em

engenharia de seguranccedila e medicina do trabalho e fonoaudiologia no local estudado

- Informar orientar e alertar a populaccedilatildeo estudada por meio de trabalhos educativos

quanto aos malefiacutecios do trabalho sob ruiacutedo excessivo e elevado quanto aos cuidados

auditivos necessaacuterios e quanto ao uso de equipamento de proteccedilatildeo individual do tipo

auricular

3 MATERIAL E MEacuteTODOS

MATERIAL E MEacuteTODOS

43

31 TIPO DE ESTUDO

A partir de levantamento documental retrospectivo baseado em prontuaacuterios meacutedicos

dos funcionaacuterios localizados no arquivo da empresa estudada foi realizado um estudo de

natureza exploratoacuteria e descritiva com o intuito de evidenciar os aspectos de sauacutede

audioloacutegica da populaccedilatildeo alvo constituindo portanto um estudo de reconhecimento

preliminar da situaccedilatildeo sobre a qual se faraacute a proposta de implantaccedilatildeo do Programa de

Conservaccedilatildeo Auditiva

32 CARACTERIZACcedilAtildeO DO AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A empresa estudada eacute uma entidade autaacuterquica com personalidade juriacutedica e

patrimocircnios proacuteprios sede e foro na cidade de Ribeiratildeo PretoSP com autonomia

administrativa e financeira Estaacute vinculada agrave Secretaria do Governo para fins administrativos

e associa-se agrave Universidade de Satildeo Paulo (USP) para fins de ensino pesquisa e assistecircncia ou

seja prestaccedilatildeo de serviccedilos meacutedico-hospitalares agrave comunidade

Dentre tantos setores de produccedilatildeo e manutenccedilatildeo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

(DND) foi escolhida por sugestatildeo da diretoria do SESMT da empresa e por ser uma aacuterea que

possui trabalhadores expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora elevada (maior ou igual a 80dB(A)

8 horas diaacuterias)

A DND em questatildeo eacute uma aacuterea teacutecnica cientiacutefica administrativa e que tem como

atividade a produccedilatildeo ininterrupta de refeiccedilotildees para os pacientes internados nos leitos dos

doze andares da entidade docentes e meacutedicos residentes da Faculdade de Medicina

profissionais de sauacutede funcionaacuterios de aacutereas especiacuteficas aleacutem das refeiccedilotildees para os filhos de

funcionaacuterios que ficam na creche

MATERIAL E MEacuteTODOS

44

Dados oficiais registram que satildeo confeccionadas diariamente cerca de 8000 refeiccedilotildees

1000 mamadeiras e 400 dietas enterais e dessas 30 satildeo diferenciadas modificadas e

individualizadas para cada caso A seccedilatildeo ainda distribui cafeacute chaacute e patildees para os funcionaacuterios

em todos os setores nos periacuteodos da manhatilde e da tarde em 155 pontos diferentes Aos

pacientes as refeiccedilotildees satildeo divididas em cafeacute da manhatilde almoccedilo complemento da tarde jantar

e complemento da noite e aos demais em cafeacute da manhatilde almoccedilo jantar e ceia noturna

Os funcionaacuterios exercem funccedilotildees e atividades de acordo com sua locaccedilatildeo nas diversas

seccedilotildees e subseccedilotildees que compotildeem o setor conforme representadas abaixo

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Serviccedilo de Dieteacutetica

Cozinha e Dieteacutetica Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica

Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-infantil

Lactaacuterio Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica

Armazenagem Expediente

Preparo e Cocccedilatildeo Porcionamento

Distribuiccedilatildeo e Coleta Lavagem e Esterilizaccedilatildeo

Desjejum e Lanches Restaurantes I e II

33 AVALIACcedilAtildeO DO RUIacuteDO DO AMBIENTE DE TRABALHO

No periacuteodo de abril a agosto de 2004 uma equipe especializada realizou avaliaccedilotildees dos

riscos ambientais da empresa Os resultados foram elaborados segundo a legislaccedilatildeo vigente

atual recomendada e agrupados no Laudo Teacutecnico das Condiccedilotildees Ambientais de Trabalho

(LTCAT) organizado por Jesus (2004)

Foram avaliados os niacuteveis de pressatildeo sonora dos ambientes de trabalho e determinados

os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo (Leq) aos quais os funcionaacuterios ficam expostos no

desenvolvimento de suas atividades Para tal foram utilizados aparelhos devidamente aferidos

por calibradores dos mesmos fabricantes como o medidor de pressatildeo sonora da marca

Entelbra modelo ETB-130 operando nos circuitos de resposta lenta e de compensaccedilatildeo ldquoArdquo e

MATERIAL E MEacuteTODOS

45

os dosimetros de ruiacutedo das marcas Simpson modelo 897 e Instrutherm modelo DOS450

sendo as leituras efetuadas junto ao pavilhatildeo auricular dos trabalhadores

Os niacuteveis equivalentes de ruiacutedo para um periacuteodo de 8 horas foram calculados atraveacutes

da foacutermula obtida a partir dos padrotildees da norma da American National Standards Institute

(ANSI) Ѕ125 As avaliaccedilotildees levaram em consideraccedilatildeo os criteacuterios de referecircncia para

incremento de dose (q)1 igual a ldquo3rdquo e ldquo5rdquo com niacutevel limiar de integraccedilatildeo igual a 80dB(A)

O ruiacutedo de impacto natildeo foi avaliado pois na empresa natildeo satildeo desenvolvidas

atividades ou operaccedilotildees que exponham os trabalhadores a esse tipo de ruiacutedo

Os dados da avaliaccedilatildeo do ruiacutedo assim como os niacuteveis de ruiacutedo de cada seccedilatildeo e a dose

observada nos funcionaacuterios podem ser observados no (ANEXO C)

34 CRITEacuteRIOS DE INCLUSAtildeO E EXCLUSAtildeO DE INDIVIacuteDUOS NO ESTUDO

A partir de uma planilha fornecida pelo SESMT e utilizada pelo departamento de

pessoal (recursos humanos) da empresa contendo nome data de nascimento data de

admissatildeo funccedilatildeosetor de todo o efetivo da aacuterea a ser estudada procedeu-se a estratificaccedilatildeo

da amostra

Primeiramente foi considerada inclusa no estudo toda a populaccedilatildeo da DND e a

amostra foi constituiacuteda de 218 funcionaacuterios que trabalham expostos a ruiacutedo nocivo ou natildeo em

qualquer jornada de trabalho sem distinccedilatildeo de gecircnero e idade

Ao longo do estudo foram excluiacutedos os funcionaacuterios que natildeo quiseram participar pois

natildeo devolveram o questionaacuterio avaliativo que lhes foi entregue os que estavam com

problemas de sauacutede (licenccedilaafastados) os que se aposentaram durante o periacuteodo de

1 O q eacute uma grandeza acuacutestica relacionando as somas em dB no tempo portanto natildeo depende de variaccedilotildees de caacutelculos devido aos diferentes criteacuterios das legislaccedilotildees Eacute representativo para uma determinada funccedilatildeo avaliada durante a jornada de trabalho No Brasil segundo a NR-15 esse valor eacute igual a 5dB (ARAUacuteJO REGAZZI 2002)

MATERIAL E MEacuteTODOS

46

realizaccedilatildeo do trabalho e os que foram transferidos ou demitidos da Divisatildeo ao longo do

estudo totalizando 174 trabalhadores estudados

35 ASPECTO EacuteTICO

O projeto foi aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do HCFMRPUSP em 06 de

dezembro de 2004 sob processo no 125022004 (ANEXO A) Em questionaacuterio que foi entregue

ao funcionaacuterio estava em anexo um esclarecimento sobre a realizaccedilatildeo da pesquisa na DND

(ANEXO B) (BRASIL 1996)

36 PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Foram analisadas as avaliaccedilotildees auditivas contidas nos prontuaacuterios meacutedicos de todos os

funcionaacuterios da DND realizadas durante o periacuteodo de dezembro de 2004 (ano base) a marccedilo

de 2006 Essa anaacutelise visou ao levantamento do perfil auditivo ocupacional obtido no ato da

admissatildeo no perioacutedico anual e nos casos de demissatildeo Quando constatado que algum

funcionaacuterio natildeo possuiacutea algum exame auditivo o mesmo foi encaminhado para a realizaccedilatildeo

do exame para que esse se tornasse o de referecircncia

361 CARACTERIacuteSTICAS DA ROTINA DE EXECUCcedilAtildeO DOS EXAMES AUDITIVOS

A empresa tem ambulatoacuterio meacutedico proacuteprio para atendimento ao trabalhador mas os

exames auditivos ocupacionais satildeo contratados por uma fundaccedilatildeo vinculada a empresa e

agendados no Setor de Fonoaudiologia da entidade e realizados pelos profissionais do serviccedilo

Todos os trabalhadores que ficam expostos a niacuteveis de pressatildeo sonora (NPS) acima do

niacutevel de accedilatildeo proposto pela NR-9 da Portaria no 25 do Ministeacuterio do Trabalho (BRASIL

1994b) que satildeo 80dB(A) 8horas ou dose equivalente devem ser submetidos a audiometria

MATERIAL E MEacuteTODOS

47

pelo menos uma vez a cada ano Na empresa foi instituiacutedo a cerca de dois anos um niacutevel de

accedilatildeo mais seguro e abrangente sendo esse 75dB(A) 8horas de trabalho Segundo a Norma

de Higiene Ocupacional nordm 01 (NHO ndash 01) (FUNDACENTRO 2001) o niacutevel de accedilatildeo eacute um

valor acima do qual devem ser iniciadas accedilotildees preventivas de forma a minimizar a

probabilidade de que as exposiccedilotildees ao ruiacutedo causem prejuiacutezos agrave audiccedilatildeo e evitar que o limite

de exposiccedilatildeo seja ultrapassado

Para os exames auditivos os trabalhadores geralmente natildeo estatildeo sob repouso acuacutestico

de catorze horas no miacutenimo (mesmo tendo a obrigatoriedade nos admissionais e serem

desejaacuteveis nos perioacutedicos e demissionais) devido agrave incompatibilidade dos horaacuterios de

funcionamento do serviccedilo de fonoaudiologia e os disponiacuteveis pelos funcionaacuterios mesmo

assim nenhum trabalhador precisa faltar ao serviccedilo ou mudar sua rotina no local de trabalho

para submeter-se a avaliaccedilatildeo Esses exames satildeo agendados muitas vezes pelo proacuteprio

funcionaacuterio para facilitar o dia e horaacuterio do agendamento

Normalmente previamente ao momento do exame natildeo eacute feita a inspeccedilatildeo de meato

auditivo externo para a verificaccedilatildeo de excesso de cera ou presenccedila de corpo estranho apesar

de ser obrigatoacuteria Caso haja alguma alteraccedilatildeo no exame o funcionaacuterio eacute orientado a procurar

o meacutedico do trabalho eou otorrinolaringologista

3611 EXAMES AUDIOMEacuteTRICOS MATERIAIS UTILIZADOS E MEacuteTODOS APLICADOS

As audiometrias tonais limiares foram realizadas por via aeacuterea nas frequumlecircncias de

250Hz a 8000Hz em cabina acusticamente tratada segundo padratildeo International Organization

for Standardization (ISO) 825311989 para evitar o ruiacutedo de fundo e com a utilizaccedilatildeo dos

audiocircmetros devidamente calibrados anualmente das marcas Midimate 622 da Madson MA-

MATERIAL E MEacuteTODOS

48

41 da Maicon e AD-28 da Interacoustics com fones TDH 39 e coxim MX 41 Nos casos em

que os limiares tonais aeacutereos eram maiores que 25dB(NA) nas frequumlecircncias de 500Hz a

4000Hz a via oacutessea foi pesquisada A imitanciometria nesse estudo natildeo foi abordada

No gerenciamento audiomeacutetrico do programa computadorizado utilizado pelo SESMT

desde 2004 ainda natildeo havia nenhum dado no aspecto audioloacutegico e para facilitar e

padronizar a anaacutelise dos exames os dados das audiometrias foram inseridos Apesar de o

programa possuir vaacuterias classificaccedilotildees para os resultados dos exames auditivos nesse estudo

foi utilizado apenas o criteacuterio da Portaria no 19 do anexo A da NR-7 (BRASIL 1998b) por

ser a legislaccedilatildeo brasileira utilizada no acircmbito ocupacional Esse criteacuterio baseia-se nos valores

das mediccedilotildees nas frequumlecircncias 500Hz 1000Hz 2000Hz 3000Hz 4000Hz e 6000Hz e o

resultado considerou as seguintes interpretaccedilotildees

- Limites Aceitaacuteveis Os limiares auditivos deveratildeo ser menores que ou iguais a 25dB(NA)

em todas as frequumlecircncias examinadas

- Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Os

limiares auditivos nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem

valores acima de 25dB(NA) e mais elevados que nas outras frequumlecircncias testadas estando

essas comprometidas ou natildeo tanto no teste da via aeacuterea quanto da via oacutessea em um ou em

ambos os lados

- Natildeo Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados Satildeo

os audiogramas que natildeo se enquadram nas descriccedilotildees contidas em Limites Aceitaacuteveis e

Sugestivo de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora Elevados

MATERIAL E MEacuteTODOS

49

- Sugestivo de Desencadeamento de Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo

Sonora Elevados Os limiares auditivos em todas as frequumlecircncias testadas deveratildeo ser

menores que ou iguais a 25dB(NA) e juntamente com um dos criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares no grupo de frequumlecircncia de 3000Hz

4000Hz e 6000Hz se iguala ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz ou 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

- Sugestivo de Agravamento da Perda Auditiva Induzida por Niacuteveis de Pressatildeo Sonora

Elevados Nas frequumlecircncias de 3000Hz eou 4000Hz eou 6000Hz que apresentarem valores

acima de 25dB(NA) e dentre essas frequumlecircncias selecionar o de maior valor e esse deveraacute ser

maior que os valores das frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz juntamente com um dos

criteacuterios

1) Diferenccedila entre as meacutedias aritmeacuteticas dos limiares auditivos no grupo de frequumlecircncia de

500Hz 1000Hz e 2000Hz ou no grupo de frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala

ou ultrapassa a 10dB(NA)

2) A piora em pelo menos uma das frequumlecircncias de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz iguala ou

ultrapassa 15dB(NA)

As perdas auditivas natildeo induzidas por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados podem ser

classificadas segundo Lopes-Filho (2005) como

- Condutiva ndash Trecircs condiccedilotildees satildeo essenciais para classificar uma alteraccedilatildeo auditiva como de

natureza condutiva limiares tonais por via oacutessea preservados gap entre limiares de via aeacuterea

e de via oacutessea maior que 10dB e nunca maior que 60dB e discriminaccedilatildeo auditiva para a fala

com resultados em torno de 100

MATERIAL E MEacuteTODOS

50

- Sensorioneural ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva eacute encontrado via oacutessea igual agrave da via

aeacuterea natildeo havendo gap aeacutereo-oacutesseo A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute quase sempre

proporcional agrave perda de audiccedilatildeo especialmente na zona da palavra falada

- Mista ndash Nesse tipo de alteraccedilatildeo auditiva haacute um componente condutivo associado a um

sensorioneural Assim pode-se encontrar um gap entre via aeacuterea e via oacutessea em todas as

frequumlecircncias ou somente em algumas delas A discriminaccedilatildeo auditiva para a fala eacute boa poreacutem

prejudicada em relaccedilatildeo ao indiviacuteduo com audiccedilatildeo normal ou com alteraccedilatildeo condutiva pela

presenccedila do componente sensorioneural

362 APLICACcedilAtildeO DE QUESTIONAacuteRIO INVESTIGATIVO

Os funcionaacuterios que aceitaram participar do estudo responderam (sem a presenccedila da

pesquisadora) a um questionaacuterio que foi baseado em Santos et al (1989) e Rios (2003)

(ANEXO D)

Com 40 questotildees de muacuteltipla escolha foram levantados dados pessoais e referentes agrave

histoacuteria cliacutenica e ocupacional dos trabalhadores como estado de sauacutede geral doenccedilas

anteriores histoacuterico familiar de deficiecircncia auditiva queixas relacionadas agrave audiccedilatildeo e ao

equiliacutebrio haacutebito de fumar ingestatildeo de aacutelcool funccedilatildeo e rotina no trabalho tempo de

exposiccedilatildeo atual e pregressa a ruiacutedo produtos quiacutemicos eou outros agentes nocivos uso de

protetor auricular atitudes frente ao ruiacutedo exposiccedilatildeo extra-laboral a ruiacutedo entre outros

Cada chefe de seccedilatildeo da DND se responsabilizou pela distribuiccedilatildeo dos roteiros de

investigaccedilatildeo aos trabalhadores pela devoluccedilatildeo dos mesmos agrave pesquisadora e pelo controle de

participantes realizado por meio de uma lista de assinaturas

MATERIAL E MEacuteTODOS

51

363 ACcedilOtildeES PREVENTIVAS E EDUCATIVAS

Segundo a NR-9 as accedilotildees preventivas devem ser iniciadas quando as exposiccedilotildees

forem maiores ou iguais ao niacutevel de accedilatildeo Para os funcionaacuterios da empresa expostos ao ruiacutedo

acima do limite de toleracircncia segundo a legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (85dB(A)) contiacutenuo eou

intermitente a empresa fornece e torna obrigatoacuterio o uso de protetores auditivos de acordo

com as seguintes especificaccedilotildees

1) Protetor auditivo do tipo concha da marca Agena modelo ATR com certificado de

aprovaccedilatildeo (CA) nordm 269 com Niacutevel de Reduccedilatildeo de Ruiacutedo (subject fit) (NRRsf)2 de 13dB

2) Protetor auditivo do tipo plugue de inserccedilatildeo fabricado em borracha da marca

Carbografite modelo GG 38 CA nordm 6573 com NRRsf de 9dB

3) Protetor auditivo do tipo plugue fabricado em silicone da marca Safetyland modelo 1319

CA nordm 11509 com NRRsf de 15dB

Todos os locais da empresa onde o ruiacutedo estaacute acima dos limites de toleracircncia satildeo

sinalizados e mesmo os trabalhadores que natildeo se enquadram na descriccedilatildeo anterior mas que

circulam ou mesmo trabalham eventualmente nesses locais satildeo obrigados a usar o protetor

auditivo durante sua permanecircncia nesses ambientes

As orientaccedilotildees quanto ao uso e manutenccedilatildeo dos protetores satildeo realizadas pelos teacutecnicos

de seguranccedila e pelas chefias de cada seccedilatildeo e esses fiscalizam o uso durante a jornada de

2 Trata-se da Norma ANSI S12697 ndash meacutetodo B que tem o objetivo de fornecer uma aproximaccedilatildeo dos limites maacuteximos de atenuaccedilatildeo no mundo real que podem ser esperados para grupos de usuaacuterios expostos a ruiacutedo ocupacional Isso porque o NRR (Noise Reduction Rating) eacute obtido em laboratoacuterio e que diferem dramaticamente da realidade de campo Esse meacutetodo eacute chamado de subjetivo ou de orelha real pois utiliza nos ensaios indiviacuteduos que desconhecem o uso de protetores auriculares e apenas seguem as orientaccedilotildees de uso das embalagens dos protetores A sigla que define esse meacutetodo eacute ldquosfrdquo e os desvios padrotildees encontrados nas atenuaccedilotildees satildeo muito maiores Eacute um meacutetodo conservador e que oferece maior proteccedilatildeo ao trabalhador e apoacutes a instruccedilatildeo normativa do INSS no 78 em julho de 2002 o Ministeacuterio do Trabalho instituiu que ateacute dezembro de 2002 todos os protetores auditivos deveriam apresentar resultado NRRsf (ARAUacuteJO REGAZZI 2002 FANTAZZINI 2003)

MATERIAL E MEacuteTODOS

52

trabalho A reposiccedilatildeo desse equipamento tambeacutem eacute controlada e documentada pelos

profissionais do SESMT da empresa

Paralelamente aos procedimentos jaacute citados foram realizadas palestras eou mini-

cursos aos funcionaacuterios da divisatildeo sobre os cuidados com a audiccedilatildeo a necessidade e

importacircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo individual principalmente do tipo auricular

a importacircncia da realizaccedilatildeo dos exames auditivos e o porquecirc de periodicidade aleacutem de

esclarecimentos relativos agraves portarias e normas de sauacutede ocupacional

O material didaacutetico utilizado foi variado Foram elaborados panfletos cartazes

informativos e palestras (ANEXO E) com auxiacutelio audiovisual rico em figuras e sons para

motivar a participaccedilatildeo e melhorar o aproveitamento

Primeiramente foi realizada uma palestra piloto para os funcionaacuterios da Divisatildeo de

Lavanderia com o objetivo de reduzir possiacuteveis falhas na ocasiatildeo foram tambeacutem distribuiacutedos

os panfletos informativos (ANEXO F) Uma vez realizadas as correccedilotildees no material educativo

de abril a maio de 2005 foram promovidas sete palestras na DND com duraccedilatildeo meacutedia de uma

hora respeitando a rotina de trabalho do local e o nuacutemero de funcionaacuterios

Durante a palestra (ANEXO G) houve significativa participaccedilatildeo de todos com

perguntas e sugestotildees para o uso de equipamento de proteccedilatildeo individual Apoacutes a palestra os

funcionaacuterios assinaram uma lista de confirmaccedilatildeo de presenccedila e receberam o panfleto

informativo com os mesmos temas abordados na mesma (ANEXO H)

Apesar de ter havido um horaacuterio flexiacutevel para a participaccedilatildeo nas palestras muitos

funcionaacuterios natildeo conseguiram se ajustar aos horaacuterios e perderam as explanaccedilotildees ao vivo para

esses providenciamos a distribuiccedilatildeo de panfletos explicativos e a fixaccedilatildeo de cartazes

informativos por toda a DND (ANEXOS I e J) e a leitura desse material foi a uacutenica fonte de

informaccedilatildeo para o grupo

MATERIAL E MEacuteTODOS

53

4 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Com o objetivo de manter a anaacutelise fidedigna agrave situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios os

dados foram estudados e comparados de acordo com o nuacutemero de indiviacuteduos e natildeo de orelhas

A anaacutelise por orelhas foi realizada apenas em determinadas situaccedilotildees em que a comparaccedilatildeo de

respostas entre os lados foi importante

Os dados foram sumarizados em frequumlecircncias absolutas e percentagem de ocorrecircncia

admitindo as linhas ou as colunas como subtotais

4 RESULTADOS

RESULTADOS

54

Os resultados foram organizados em tabelas e graacuteficos dos valores de todos os

paracircmetros analisados e seratildeo apresentados na seguinte sequumlecircncia com o objetivo de melhor

ilustrar as anaacutelises

Caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo estudada

o Caracteriacutesticas etaacuterias e de escolaridade

o Ambiente de produccedilatildeo

Dados de Anamnese

o Aspectos pessoais

o Aspectos referentes ao ambiente de trabalho

o Aspectos gerais

Exames audioloacutegicos ocupacionais analisados

o Por anos em que os exames auditivos foram realizados

Comparaccedilatildeo entre exames de 2004 e 2005

41 CARACTERIZACcedilAtildeO DA POPULACcedilAtildeO ESTUDADA

411 CARACTERIacuteSTICAS ETAacuteRIAS E DE ESCOLARIDADE

Em 2004 apesar de a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica possuir 218 funcionaacuterios neste

estudo apenas 174 indiviacuteduos participaram Os demais (n = 20) deixaram o trabalho na seccedilatildeo

por problemas de sauacutede (licenccedilasafastamentos) ou foram aposentadostransferidosdemitidos

da seccedilatildeo ao longo do estudo e houve aqueles que natildeo entregaram os questionaacuterios (n = 24)

A amostra desse estudo eacute predominantemente do gecircnero feminino (9368) e a idade

do grupo variou de 23 a 61 anos com meacutedia de 43 anos com desvio padratildeo de (DP plusmn 9) A

idade meacutedia dos homens foi de 42 anos (DP plusmn 762) e a das mulheres foi de 43 anos (DP plusmn

860)

RESULTADOS

55

IDADES DIVIDIDAS POR FAIXA ETAacuteRIA

NAtildeO ZARAM

E AUDITIVO

LABILA

ALTERACcedilAUDITIVAS (UOU BILATE

Quando analisamos as alteraccedilotildees auditivas podemos ver que elas estiveram mais

presentes na faixa etaacuteria de 50 a 61 anos Os dados por completo podem ser observados na

TABELA 1

TABELA 1 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva e idade em levantamento dos dados em 2004

REALIXAME

IMITE CEITAacuteVEL

TERAL

OtildeES NI

RAL) n n n

23 ndash 30 ANOS (n = 14) 4285 8 14 - - 6 5731 ndash 40 ANOS (n = 55) 4000 25 4545 8 41 ndash 50 ANOS (n = 65) 14 2153 31 4769 20 3076 51 ndash 61 ANOS (n = 40) 13 3250 13 3250 14 3500

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413

22 1454

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A escolaridade dos indiviacuteduos variou do ensino fundamental completo (3621 deles)

ateacute o ensino superior (1437 deles) sendo o ensino fundamental completo o de maior

prevalecircncia entre os trabalhadores (4943) tanto no gecircnero feminino quanto no masculino

412 AMBIENTE DE PRODUCcedilAtildeO

A maioria (6954) dos participantes que respondeu os questionaacuterios afirmou que

sempre trabalhou na DND e dos 3046 que trabalhou em outras seccedilotildees na empresa 4528

relatou que esses outros locais eram ruidosos embora natildeo conseguisse especificar o quanto

Esses dados podem ser observados na TABELA 2

Quando os funcionaacuterios foram questionados se trabalharam em ambientes ruidosos

antes do trabalho atual 8851 referiram que natildeo e os 1149 que tiveram empregos

ruidosos anteriormente trabalharam em meacutedia cinco anos e meio e natildeo usaram o equipamento

RESULTADOS

56

de proteccedilatildeo individual (EPI) na orelha poreacutem estes funcionaacuterios trabalham em aacutereas natildeo

ruidosas dentro da DND

Quanto agrave exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo ocupacional 6150 referiram natildeo possuir contato

Do restante 3160 referiram que o ruiacutedo em casa eacute elevado e 7 utilizam motocicletas

como meio de transporte dentre outras opccedilotildees no questionaacuterio

TABELA 2 ndash Dados referentes as diferentes situaccedilotildees de contato com ruiacutedo ocupacional ou natildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim 6954 SEMPRE TRABALHOU NA

SECcedilAtildeO ATUAL Natildeo 3046 Sim 1150 TRABALHO RUIDOSO ANTES

DO EMPREGO ATUAL Natildeo 8850 Sim 632 OUTRO EMPREGO CONCOMITANTE

COM O TRABALHO ATUAL Natildeo 9368 Em casa 3160

Uso de moto 7

CONTATO COM RUIacuteDO NAtildeO OCUPACIONAL Natildeo 6150

Sem uso de protetor auricular Ambiente silencioso

Os integrantes do estudo trabalharam no serviccedilo atual em meacutedia por 13 anos e seis

meses (DP plusmn 8) e o menor tempo de serviccedilo encontrado foi de um ano e o maacuteximo foi de 28

anos Grande parte dos indiviacuteduos (93) trabalha na mesma funccedilatildeo num tempo maior ou

igual a cinco anos e cerca de 30 dos funcionaacuterios alterna o turno de trabalho entre manhatilde e

tarde (vespertino) No estudo natildeo houve participantes que trabalham no turno noturno

Segundo dados fornecidos pelos funcionaacuterios 64 trabalham numa jornada semanal

de 30 horas 20 numa jornada de 40 horas semanais incluindo uma hora de almoccedilo diaacuteria e

16 trabalham mais que oito horas diaacuterias por vontade proacutepria pois trabalham na mesma

funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa Na TABELA 3 esses dados podem ser

observados

RESULTADOS

57

TABELA 3 ndash Dados referentes ao emprego atual dos indiviacuteduos estudados e a percentagem de ocorrecircncia

TEMPO NO EMPREGO ATUAL (DND)

MEacuteDIA DOS ANOS DE SERVICcedilO NO EMPREGO ATUAL

13 anos e meio

30 horas semanais 6379 40 horas semanais 2011

JORNADA DE TRABALHO NO EMPREGO ATUAL gt 40 horas semanais 1609

9360 dos indiviacuteduos na mesma funccedilatildeo A DND possui 28 funcionaacuterios que trabalham na mesma funccedilatildeo para dois empregadores diferentes na empresa e desses 3928 (n = 11) ficaram na Seccedilatildeo de Desjejum e Lanches sob um ruiacutedo meacutedio de 68dB(A)

Quando se avaliou os resultados dos exames auditivos em face ao tempo de exposiccedilatildeo

verificamos que apoacutes 16 anos de exposiccedilatildeo agraves alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais tornam-se

mais frequumlentes principalmente depois dos 20 anos Podemos melhor observar esses dados na

TABELA 4

TABELA 4 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios por tempo de serviccedilo relacionado ao ano de 2004

TEMPO DE SERVICcedilO (DND)

NAtildeO REALIZARAM EXAME AUDITIVO

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS (UNI OU BILATERAL)

n n n 01 ndash 05 ANOS (n = 33) 12 3636 15 4545 6 1818 06 ndash 10 ANOS (n = 45) 16 3555 25 5555 4 888 11 ndash 15 ANOS (n = 17) 5 2941 9 5294 3 1764 16 ndash 20 ANOS (n = 37) 12 3243 14 3783 11 2972 21 ndash 25 ANOS (n = 16) 1 625 6 3750 9 5625 26 ndash 28 ANOS (n = 26) 9 3461 8 3076 9 3461

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413 OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais

A DND possui vaacuterias subseccedilotildees com diferentes nuacutemeros de funcionaacuterios e nesse

estudo os funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Copa e Andares foram os que mais participaram No

RESULTADOS

58

GRAacuteFICO 1 estatildeo representadas as subseccedilotildees com a percentagem respectivamente dos

funcionaacuterios que participaram no estudo

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

20

1210

15

20

25

tage

m (

)

14 14

64

8 8

2 21

5

10

ubseccedilotildees

Perc

en

0S

Copa e AndaresDieteacutetica em Cliacutenica MeacutedicaPreparo e CocccedilatildeoDesjejum e LanchesLactaacuterioLavagem e EsterilizaccedilatildeoRestauranteCozinha e DieteacuteticaExpedienteChefiasArmazenagemOrientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo

GRAacuteFICO 1 ndash Representaccedilatildeo graacutefica da percentagem de participantes relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Nas seccedilotildees cada funcionaacuterio executa uma tarefa que depende da sua funccedilatildeo e no

GRAacuteFICO 2 podemos observar que os atendentes de nutriccedilatildeo por serem a maioria na DND

tambeacutem foram os que mais participaram no estudo

Diferentes funccedilotildees nas seccedilotildees da DND

22

8 2

4612

10

Atendente de Nutriccedilatildeo

Auxiliar de Serviccedilo - Servente

Chefias

Oficial de Serviccedilo de Manutenccedilatildeo(cozinheira)Agente de Sauacutede

OficialAgente Administrativo

RAacuteFICO 2 ndash dos indiviacuteduos por funccedilatildeo relacionados agraves seccedilotildees em que trabalham

Representaccedilatildeo graacutefica da percentagemG

RESULTADOS

59

Das seccedilotildees articipam estu variaccedilotildees no

nuacutemero de fun etera exam realizado em

2004 (ano adotado como referecircncia) como podemos obs ABE

TABELA 5 ndash s absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos ccedilatildeo em 2004

NUTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

que compotildeem a DND doze p desse do e houve

cionaacuterios de cada seccedilatildeo que se subm m ao e auditivo

ervar na T LA 5

Distribuiccedilatildeo em nuacutemerofuncionaacuterios por se

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NAtildeO REALIZARAM

EXAME

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL

ALTERACcedilOtildeES (UNI OU

BILATERAL) n n n

CHEFIAS (n = 3) - - 3 100 - - ARMAZENAGEM (n = 3) 2 6670 1 3330 - -

COPA E ANDARES (n = 34) 20 5882 8 2352 6 1764 COZINHA E DIETEacuteTICA (n = 11) - - 9 8180 2 1820 DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 2 909 15 6818 5 2272

DIETEacuteTICA EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 16 6670 5 2083 3 1250 EXPEDIENTE (n = 7) 1 1428 2 2857 4 5714 LACTAacuteRIO (n = 17) 12 7058 3 1765 2 1176

LAVAGEM E ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) - - 9 6428 5 3571 ORIENTACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) - - 1 100 - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) - - 13 5416 11 4583 RESTAURANTE (n = 14) 2 1428 8 5414 4 2857

TOTAL (n = 174) 55 3160 77 4425 42 2413Percentagens referentes a cada seccedilatildeo

() feita admitindo as linhas como subtotais

No ambiente de prod enos de 60dB(A)

a 887dB sas respectivam Preparo e Cocccedilatildeo

Seccedilatildeo de C em e staurant os os dados

podem ser observados no ( )

ambiente de trabalho atual entre intensidade elevada (5341) e meacutedia (2931) e 17

preferiram natildeo opinar Quanto agrave frequumlecircncia desse ruiacutedo 4770 referiram ser constante

OBS Percentagem

4121 CARACTERIZACcedilAtildeO DO RUIacuteDO NO AMBIENTE DE TRABALHO

uccedilatildeo da DND o ruiacutedo verificado variou entre m

(A) (q = 5) e as aacutereas mais ruido ente satildeo Seccedilatildeo de

ozinha e Dieteacutetica Lavag Esterilizaccedilatildeo e Re e I Tod

ANEXO C

Os integrantes do estudo dividiram suas sensaccedilotildees quanto agrave percepccedilatildeo do ruiacutedo no

RESULTADOS

60

1782

ser observados na TABELA 6

ABELA ndash Dados referentes aos diferentes tipos

R OtildeES DO RUIacuteDO NA DIVISAtildeO DE NU RICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

flutuante e ningueacutem fez menccedilatildeo ao ruiacutedo de impacto Referiram ainda que no

trabalho o ruiacutedo incomoda (4655) prejudica a audiccedilatildeo (4598) irrita (2816) jaacute se

acostumaram ao agente fiacutesico (1337) e 1034 disseram que natildeo trabalham no ruiacutedo Esses

dados podem

T 6 e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia

EPERCUSS T

Alto 5345 Meacutedio 2931

PERCEP OS INDIVINTENSIDADE DO RUIacuteD AL

Natildeo o 1724 Constante 4770

CcedilAtildeO D IacuteDUOS SOBRE A O AMBIENT

pinaram

Flutuante 1782 Impacto -

PERCEP AtildeO DOS INDIVIacute RE A FREQUuml RUIacuteDO A IENTAL

Natildeo opinaram 3448 Incomoda 4655

CcedilEcircNCIA DO

DUOS SOBMB

Prejudica a audiccedilatildeo 4598 Irrita 2816

Jaacute acostumou 1337

PERCE AtildeO DOS INDIVIacuteDUOS SOBRE O NFORTO AUDITIVO

Natildeo trabalha no ruiacutedo 1034

PCcedilDESCO

42 DADOS DE MNESE

421 ASPECTOS PESSOAIS

A anaacutelise do interrogatoacuterio referente as condiccedilotildees auditivas atuais ou pregressas

revelou que 793 da populaccedilatildeo referem audiccedilatildeo normal bilateral e os 207 restantes

relatam que a reduccedilatildeo da audiccedilatildeo ocorreu de maneira lenta e progressiva e desses 201

atribuem essa reduccedilatildeo de audiccedilatildeo ao fato de trabalharem na DND Cerca de 20 dos

funcionaacuterios queixam-se de ter problemas de entendimento de fala unilateral eou

bilateralmente e 149 queixam-se de problemas na percepccedilatildeo de sons

Dos indiviacuteduos que apresentam queixas de reduccedilatildeo auditiva apenas 550 natildeo usam o

protetor auricular enquanto dentre os demais 3560 referem sentir estiacutemulo em utilizar o

ANA

RESULTADOS

61

equipamento de proteccedilatildeo Entre algumas justificativas dos indiviacuteduos para natildeo utilizarem o

protetor estatildeo o fato de considerarem que o mesmo incomoda (3530) eacute desnecessaacuterio

(2350) eacute irritante (1764) natildeo protege (1180) e 588 sentem dor ou desconforto no

meato acuacutestico externo ao usaacute-lo

Todos os funcionaacuterios referiram tambeacutem natildeo terem sido submetidos a cirurgias eou

tratamentos otoloacutegicos e quando questionados da ocorrecircncia de algum sintoma natildeo auditivo

apenas 34 natildeo apresentaram reclamaccedilotildees Vide GRAacuteFICO 3

Queixas natildeo auditivas

39

46

2016 16

12

230

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

em (

)

Prurido

Zumbido

Plenitude auricular

Vertigem

Cera excessiva

Otalgia

Inflamaccedilatildeo

GRAacuteFICO 3 ndash as natildeo auditivos relatados pelos indiviacuteduos em rcentagem de ocorrecircncia

Os funcionaacuterios foram questionados quanto agrave frequumlecircncia de sintomas comportamentais

apoacutes a jornada de trabalho e a minoria (1720) natildeo apresentou reclamaccedilotildees As queixas

apresentadas assim como as percentagens de ocorrecircncia podem ser observadas no GRAacuteFICO 4

Representaccedilatildeo dos sintompe

RESULTADOS

62

Queixas e frequumlecircncia de comportamento

42

21

129

117

95

3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Cansaccedilo (agraves vezes)

Cansaccedilo (sempre)

Sono (agraves vezes)

Sono (sempre)

Irritaccedilatildeo (agraves vezes)

Irritaccedilatildeo (sempre)

Desmotivado (agraves vezes)

Desmotivado (sempre)

Desatento (agraves vezes)

GRAacuteFICO 4 ndash epresentaccedilatildeo das queixas relatadas pelos indiviacuteduos e a percentagem de orrecircncia

Quando questionados da ocorrecircncia de problemas de sauacutede em geral cerca de 20

referiam alteraccedilotildees de sauacutede e todos alegaram tratamento meacutedico adequado As patologias

mais relatadas foram hipertensatildeo arterial (6250) cefaleacuteia (2708) e cardiopatias (15)

seguidas por diabetes (10) hipotireoidismo (750) fibromialgia (250) e problemas nos

rins eou pulm s (5) Ainda uma pequena parcela (1551) dos indiviacuteduos apresentou

resposta positiva para exposiccedilatildeo bilateral proacutexima a explosotildees de bombas sem sequumlelas

auditivas perceptiacuteveis

A minoria faz uso de bebidas alcooacutelicas relatadas como socialmente (3735) e

6264 referem er uso Quanto a haacutebito de fumar 8965 negam 287 referem que

ocasionalmente e 747 afirmam fumar frequentemente

Cerca de 80 dos funcionaacuterios foram submetidos agrave bateria audioloacutegica e os que natildeo

realizaram o exame satildeo de aacutereas com intensidade de ruiacutedo menor a 60dB(A) Dos que fizeram

o exame de acuidade auditiva 6774 natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apenas 3225

conhecem com opinaram

Roc

otildee

natildeo faz

o estaacute a sua audiccedilatildeo e 1225 natildeo

RESULTADOS

63

A maioria (9080) dos funcionaacuterios gosta de realizar os exames perioacutedicos e 9137

acha satisfatoacuterio o seu conhecimento sobre a sua sauacutede

422 ASPECTOS REFERENTES AO AMBIENTE DE TRABALHO

No ambiente de produccedilatildeo 3218 dos funcionaacuterios referem ter contato embora com

uso de avental luvas touca e oacuteculos com produtos quiacutemicos (detergentes de uso geral) para a

limpeza dos utensiacutelios de cozinha e (1436) com vibraccedilatildeo indireta da esteira de rolamento

das bandejas com os alimentos

Na DND satildeo poucos os interessados aos assuntos natildeo diretamente relacionados ao

trabalho pois 9137 natildeo participam da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes (CIPA)

que a empresa possui Uma pequena parcela (3850) comparece aos cursos de capacitaccedilatildeo

que a instituiccedilatildeo proporciona 2758 participam quando satildeo obrigados e 3390 relatam que

natildeo participam

Apesar disso a maioria (8793) refere ter recebido alguma orientaccedilatildeo quanto a uso

de equipamento de proteccedilatildeo individual entre eles o auricular por algum profissional do

SESMT da em esa 632 pela chefia da seccedilatildeo e 574 relata que nunca foram orientados

Esses dados podem ser observados na TABELA 7

TABELA 7 ndash Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia

Sim Natildeo

pr

3218 6718 Sim Natildeo

OUTROS AGENTES NOCIVOS

Vibraccedilatildeo 1436 8563

Produtos Quiacutemicos CONTATO COM

Sim Natildeo

CIPA

Sim Natildeo

Capacitaccedilotildees

PARTICIPACcedilAtildeO EM ATIVIDADES

862 9138

6010 3990 Sim Natildeo INFORMATIVAS

Orientaccedilotildees de protetor auricular 9426 574

RESULTADOS

64

8 relatam utilizaacute-lo sempre Daqueles que fazem

uso do protetor 9220 preferem o tipo plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo

perten

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

precisa usaacute-lo e 402 refere que natildeo consegue fazer uso desse protetor Aqueles que fazem

uso do equipamento apresentaram vaacuterias queixas que podem ser observadas no GRAacuteFICO 5

Apenas 1149 referem natildeo usar o protetor auricular 5862 utilizam quando

frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 298

389 utilizam o tipo conchaabafador ou circum auricular 714 dependendo da intensidade

do ruiacutedo faz uso do plugue e abafador e 862 natildeo utilizam nenhuma proteccedilatildeo na orelha pois

cem as seccedilotildees com intensidade de ruiacutedo sem nocividade

Quanto ao conforto ao utilizar o protetor 7272 refere o plugue mas o abafador eacute da

preferecircncia de 1753 entretanto 2272 acha que nenhum tipo eacute confortaacutevel

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acha que natildeo

Queixas durante o uso do protetor auricular

4550 Incomodo

42

35

85 3

0

5

1015

20

25

30

35

40

45

Perc

enta

gem

()

Dificulta a conservaccedilatildeo

Coceira excessiva

Excesso de cera

Aumento da temperaturaauricular

Inseguranccedila

GRAacuteFICO 5 ndash Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia

RESULTADOS

65

ossuem limiares

uditivos dentro dos limites aceitaacuteveis estatildeo com valores proacuteximos (em percentagem) entre as

usar sempre a proteccedilatildeo aud como podemos observar na TABELA 8

TABELA 8 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e perc da situaccedilatildeo audiuncionaacuterios relacionada ao uso de protetor aur individual

USO DO PROTETOR AURICULAR

Ao analisar as alteraccedilotildees auditivas e a frequumlecircncia do uso do protetor auricular natildeo

consideramos as variaacuteveis idade tempo de exposiccedilatildeo e intensidade do ruiacutedo ambiental

Verificamos que independentemente do uso do protetor auricular os que p

a

frequumlecircncias do uso do protetor e as alteraccedilotildees auditivas foram mais reveladoras naqueles que

referem itiva

Df

entuais icular

tiva dos

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

R ULTADOS DOS EXAMES n n n

ES

NAtildeO REALIZARAM E AME AUDITIVO (n = 55)

11 2115 37 3627 7 35 X

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL (n = 77)

23 4423 45 4411 9 45

LTERACcedilAtildeO AUDITIVA U OU BILATERAL (n = 42)

18 3461 20 1960 4 20

TOTAL (n = 174) 52 100 102 100 20 100

ANI

OBS rcentagem () feita admitindo as colunas como subtotais

O protetor auricular eacute usado com maior frequumlecircncia nas seccedilotildees de Lavagem e

Esterilizaccedilatildeo e na Preparo e Cocccedilatildeo onde haacute um ruiacutedo elevado Apesar do ruiacutedo na seccedilatildeo de

Copa e Andares ser menor que 60dB(A) a frequumlecircncia no uso da proteccedilatildeo auditiva foi de

1730 e 1862 quando os funcionaacuterios frequumlentam as aacutereas ruidosas O uso do

equipamento de proteccedilatildeo individual de todas as aacutereas pode ser observado na TABELA 9

Pe

RESULTADOS

66

TABELA 9 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da frequumlecircncia do uso do rotetor auricular por seccedilatildeo de trabalho

USO DO PROTETOR AURICULAR

Dp

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

ECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE UTRICcedilAtildeO E DIETEacuteTICA

n n n

SN

CHEFIAS (n = 3) - - 2 196 1 5 A

COZIN

CA

RMAZENAGEM (n = 3) - - 3 294 - - PA E ANDARES (n = 34) 9 1730 19 1862 6 30

CO HA E DIETEacuteTICA (n = 11) 5 961 6 588 - - DESJEJUM E LANCHES (n = 22) 4 769 14 1372 4 20

DIETEacuteTI EM CLIacuteNICA MEacuteDICA (n = 24) 6 1153 17 1666 1 5 EXPEDIENTE (n = 7) 2 384 5 490 - - LACTAacuteRIO (n = 17) 3 576 9 882 5 25

LAVA ESTERILIZACcedilAtildeO (n = 14) 10 1923 4 392 - - ORIEN ACcedilOtildeES E AVALIACcedilOtildeES (n = 1) 1 192 - - - -

PREPARO E COCCcedilAtildeO (n = 24) 10 1923 13 1274 1 5 ESTAURANTE (n = 14) 2 384 10 980 2 10

TOTAL (n = 174) 52 102 20

GEM E T

R

OBS Perce gem () feita admitindo as colunas como subtotais

Podem observar nas TABELAS 10 e 11 que o contato com a informaccedilatildeo independente

da forma (palestra eou folheto) estaacute diretamente relacionado ao uso do EPI pois a maioria

dos que receberam alguma orientaccedilatildeo sobre os equipamentos de proteccedilatildeo faz uso sempre ou

pelo menos agraves vezes

TABELA 10 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada agrave informaccedilatildeo

USO DE EPI

nta

os

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

INFORMACcedilAtildeO n n n

SIM (n = 130) 44 3384 73 5615 13 10 NAtildeO (n = 44) 8 1818 29 6590 7 1590OTAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149T

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = E ipamento de proteccedilatildeo individual

qu

RESULTADOS

67

TABELA 11 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular dividual relacionada ao meacutetodo de informaccedilatildeo

USO DE EPI

Din

SEMPRE AgraveS VEZES NAtildeO USA

EacuteTODO DE FORMACcedilAtildeO

n n n

MIN

PRESENCcedil A PALESTRA (n = 91) 31 3406 56 6153 4 439 A NF HETO (n = 76) 21 2763 44 5789 11 1447

NAtildeO F INFORMADO (n = 7) - - 2 2857 5 7142 T TAL (n = 174) 52 2988 102 5862 20 1149

OLOI

OOBS Perce gem () feita admitindo as linhas como subtotais EPI = Equip proteccedilatildeo individual

Quando analisamos os resultados auditivos dos exames de 2004 comparados com os

de 2005 e a frequumlecircncia do uso do equipamento de proteccedilatildeo verificamos que houve um grande

nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e que usam o protetor

auricular sempreagraves vezes colaborando para a diminuiccedilatildeo dos casos de perda auditiva o que

tambeacutem eacute verdade os casos de alteraccedilatildeo auditiva e o agravamento da alteraccedilatildeo da acuidade

auditiva naqueles que se descuidam ao uso do protetor Podemos melhor observar os dados na

TABELA 12

TABELA 12 ndash istribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais do uso de protetor auricular al na comparaccedilatildeo dos exames de 2004 e 2005

LIMITE

ACEITAacuteVEL ESTAacuteVEL

PA ESTAacuteVEL

AGRAVOU

MELHOROU

ntaamento de

Dindividu

USO D

PROTETOR AURICUL

n n n n

E

AR

SEMPRE (n 28) 12 4285 6 2142 6 2142 4 1428 = AgraveS VEZES (n 37) 18 4864 4 1081 14 3783 1 270

NAtildeO (n = ) 2 3333 1 1666 3 5000 - - TOTAL (n 1) 32 45 11 1549 23 3239 5 704

= 6= 7

OBS Percentag ta admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

em () fei

RESULTADOS

68

423 ASPECTOS GERAIS

A populaccedilatildeo estudada (7988) conhece de alguma maneira as atividades da

Fonoaudiologia entretanto 1494 desse conhecimento foi oriundo do trabalho do serviccedilo de

fonoaudiologia da empresa e 517 de outros meios

Quanto ao formato do questionaacuterio o conteuacutedo das questotildees e a forma como essas

questotildees foram respondidas pelos indiviacuteduos as opiniotildees foram diferentes que podem ser

observadas no RAacuteFICO 6

G

Opiniotildees dos funcionaacuterios sobre o questionaacuterio aplicado

42

26

16

88

Importante

Bom

Faacutecil

Confuso

Longo

GRAacuteFICO 6 ndash epresentaccedilatildeo graacutefica das opiniotildees sobre o questionaacuterio e a percentagem de correcircncia

43 EXAMES A DIOLOacuteGICOS OCUPACIONAIS

Com o estudo a rotina dos exames foi praticamente regularizada e os funcionaacuterios que

natildeo possuiacuteam avaliaccedilotildees auditivas foram indicados para serem submetidos Dos 174

funcionaacuterios 2068 (n = 36) natildeo passou por avaliaccedilatildeo audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 e

esses funcionaacuterios trabalham em seccedilotildees com ruiacutedos entre lt 60dB(A) a 62dB(A) como a seccedilatildeo

Ro

U

RESULTADOS

69

de Copa-andares (1206) Lactaacuterio (690) Armazenagem (115) e Expediente (058)

Esses exames natildeo realizados satildeo justificados pela natildeo convocaccedilatildeo pois natildeo fazem parte de

aacutereas indicadas para as avaliaccedilotildees audioloacutegicas

A periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND era pequena aleatoacuteria

e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada

entretanto progrediu com a realizaccedilatildeo do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Periodicidade das avaliaccedilotildees auditivas nos uacuteltimos anos

2 0

18 22 24

514

3

84

115

0

20

40

60

80

100

120

140

No

de

exam

es

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 20051996

GRAacuteFICO 7 ndash presentaccedilatildeo graacutefica do nuacutemero anual de exames realizados nos uacuteltimos anos

431 ANAacuteLIS OR ANOS

Baseado nas descriccedilotildees dos resultados segundo os criteacuterios da Portaria no 19

fornecidos pelo programa computadorizado e com o intuito de facilitar a anaacutelise dos dados os

exames foram divididos entre os anos de 2004 e 2005

Re

E P

RESULTADOS

70

4311 ANAacuteL E DOS DADOS EM 2004

Dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame auditivo A maioria

dos indiviacuteduos (6471) (n = 77) estaacute com a audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

bilateralmente e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou

bilateral Esses dados podem ser observados na TABELA 13

TABELA 13 ndash ibuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos uncionaacuterios quando analisados os exames de 2004

DND (n = 174) n

IS

Distrf

NAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2004 55 3160 REALIZARAM EXAME 119 6840

LIMITE ACEITAacuteVEL BILATERAL 77 6471 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS UNILATERAIS 24 2016 ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAS BILATERAIS 18 1512

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais DND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2004 3109 (n = 37) dos funcionaacuterios apresentaram alteraccedilotildees auditivas

sugestivas de PAIR sendo 3783 (n = 14) bilaterais 3243 (n = 12) apenas na orelha

esquerda e 2972 (n = 11) apenas na orelha direita

Quando as alteraccedilotildees auditivas foram analisadas verifica-se que 2016 (n = 24) dos

funcionaacuterios da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses

4583 (n = 11) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e

limiares aceitaacuteveis na orelha esquerda e 5417 (n = 13) apresentam alteraccedilatildeo auditiva

sugestiva de PAIR apenas na orelha esquerda A alteraccedilatildeo auditiva na orelha esquerda eacute na

maioria 9230 (n = 12) sugestiva de PAIR com limiares aceitaacuteveis na orelha direita e apenas

770 (n = 1) apresenta alteraccedilatildeo auditiva por etiologia que natildeo o ruiacutedo na orelha esquerda e

limiares aceitaacuteveis na orelha direita Vide GRAacuteFICO 8

RESULTADOS

71

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2004

4583

0

50

416

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Percentagem ( )

Orelha Direita Orelha Esquerda

Natildeo Sugest de PAIR

Sugestivo PAIR

(n = 24)

GRAacuteFICO 8 ndash stribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em 2004

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado Na orelha co ralateral aos dados apresentados no graacutefico os limiares auditivos estatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis

encontradas 1512 (n = 18) satildeo bilaterais A maioria dos

ncionaacuterios (7780) (n = 14) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de perda auditiva induzida

por outras etiologias que

natildeo o r

ivo

de

Di

nt

Das alteraccedilotildees auditivas

fu

por ruiacutedo (PAIR) e 2220 (n = 4) satildeo portadores de perda auditiva

uiacutedo Esses dados podem ser observados no GRAacuteFICO 9

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2004

222Natildeo Sugestivo de PAIR

778

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

de PAIR

(n = 18)

GRAacuteFICO 9 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2004

Percentagem ()

Sugestivo

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

RESULTADOS

72

zaram o exame auditivo em 2005 diminuiu para

15 (6609) Destes avaliados 60 (n = 69) tiveram resultados de audiccedilatildeo dentro dos

ites ac i

TABELA lutos da situ itiva dos funcionaacuterio quando analisados os ex

4312 ANAacuteLISE DOS DADOS EM 2005

O nuacutemero de funcionaacuterios que reali

1

lim e taacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral

Esses dados podem ser observados na TABELA 14

14 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros abso e percentuais am

accedilatildeo auds es de 2005

DND (n = 174) nNAtildeO REALIZARAM EXAME EM 2 3390005 59

REALIZARAM EXAME 6609AT 000

115 LIMITE ACEITAacuteVEL BIL ERAL 69 6

ALTERACcedilOtildeES AUDITIVAA S A

S NILATERA 25 2173LTERACcedilOtildeE UDITIVAS BILAT 1826

U IS ERAIS 21

OBS Percentagem () feita admitindDND Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Em 2005 3739 (n = 43) dos funcionaacuterios da amostra apresentaram alteraccedilotildees

auditivas sugestivas de PAIR sendo 4186 (n = 18) bilaterais 3488 (n = 15) apenas na

orelha esquerda e 2325 (n = 10) apenas na orelha direita

Na anaacutelise das alteraccedilotildees auditivas verifica-se que 2173 (n = 25) dos funcionaacuterios

da amostra apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR unilateral e desses 40 (n = 10)

apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na orelha direita e limiares aceitaacuteveis

na orelha esquerda e 60 (n = 15) apresentam alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR apenas na

orelha esquerda Nas alteraccedilotildees auditivas bilaterais 1826 (n = 21) a maioria dos

funcionaacuterios (8571) (n = 18) possui alteraccedilatildeo auditiva sugestiva de PAIR e 1428 (n = 3)

satildeo portadores de perda auditiva por outras etiologias que natildeo o ruiacutedo Esses dados podem ser

observados nos GRAacuteFICOS 10 e 11

o as linhas como subtotais

RESULTADOS

73

Alteraccedilotildees Auditivas Unilaterais - 2005

40

0 10 20 30 40 50 60 70

Percentagem ()

Sugestivo de

SuPA

(n = 25)

GRAacuteFICO

Situaccedilatilde do

60

PAIR na OD

gestivo de IR na OE

10 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva unilateral dos funcionaacuterios em2005

o auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadoriza

Alteraccedilotildees Auditivas Bilaterais - 2005

8571de PAI

1429

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Percentagem ( )

Sugestivo R

Natildeo Sugestivo de

(n =

GRAacuteFICO 11 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da situaccedilatildeo auditiva bilateral dos funcionaacuterios em 2005

Todos os exames (de 2004 e 2005) com configuraccedilatildeo audiomeacutetrica sugestiva de PAIR

alteraccedilotildees nas altas frequumlecircncias (de 3000Hz a 6000Hz) sem prevalecircncia de

alguma frequumlecircncia Nos exames natildeo sugestivos de PAIR os limiares auditivos tanto de via

aacuterea quanto de via oacutessea configuraram perda auditiva dos tipos condutiva e sensorioneural

plana de grau variando de leve a moderado segundo Davis e Silverman (1970)

21)

Situaccedilatildeo auditiva de acordo com a configuraccedilatildeo audiomeacutetrica fornecida pelo programa computadorizado

apresentaram

RESULTADOS

74

4313

a com

referecircnc

em

- Estaacutevel

- Agravado

Comparando os 71 exames realizados em 2005 com os de 2004 6056 (n = 43)

dentro dos limites aceitaacuteveis e consequumlentemente 2558 (n = 11) dentro da perda auditiva

sugestivo de PAIR (estaacuteveis)

Dos 3239 (n = 23) exames que agravaram a maioria 5217 (n = 12) foi apenas na

orelha esquerda e 2608 (n = 6) piorou bilateralmente Apesar da Portaria no 19 natildeo

contemplar melhoras nos limiares auditivos houve ainda os casos uni ou bilateral mesmo que

minoria (704) (n = 5) ou seja em 2004 estavam com resultados de exames sugestivos de

PAIR e em 2005 os limiares auditivos estavam dentro dos limites aceitaacuteveis

Quando verificamos a situaccedilatildeo auditiva de um ano para o outro e as seccedilotildees da DND

observamos que na seccedilatildeo de Desjejum e Lanches houve a maior variaccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva

pois haacute casos de agravamento e tambeacutem de melhora apesar de possuir o maior nuacutemero de

funcionaacuterios com limites aceitaacuteveis e de perda auditiva sugestiva de PAIR estaacutevel como

podemos observar na TABELA 15

COMPARACcedilAtildeO DOS DADOS DE 2004 E 2005

Dos 174 funcionaacuterios 71 realizaram exames auditivos em 2004 e 2005 possibilitando

paraccedilatildeo entre os dados Houve algumas variaccedilotildees de resultados utilizando ainda como

ia os criteacuterios da Portaria no 19 e para facilitar a anaacutelise os exames foram divididos

exames normais ou alterados que permaneceram com o mesmo resultado

exames em que houve piora nos resultados

permaneceram estaacuteveis Desses exames 7441 (n = 32) permaneceram com a audiccedilatildeo

RESULTADOS

75

TABELfuncionaacuterios quando analisados os exames de 2004 e 2005

LIMITE ACEITAacuteVEL

PA AGRAVOU

MELHOROU

A 15 ndash Distribuiccedilatildeo em nuacutemeros absolutos e percentuais da situaccedilatildeo auditiva dos

ESTAacuteVEL ESTAacuteVEL

SECcedilOtildeES DA DIVISAtildeO DE NUTRICcedilAtildeO E

DIETEacuteTICA n n n n

CHEFIA DA DND (n = 1) 1 100 - - - - - -COPA E ANDARES (n = 4) 1 2500 2 5000 1 2500 - - ZINHA E DIETEacuteTICA (n = 10) 7 7000 1 1000 2 2000 - - SJEJUM E LANCHE (n = 13) 6 4615 2 1538 3 2307 2 153TEacuteTICA EM CLIacuteNICA (n = 4) 1 2500 1 2500 2 5000 - -

EXPEDIENTE (n = 4) AGEM E ESTERILIZ (n = 10)

CODE 8

DIE - - 1 2500 3 7500 - -

LAV 5 5000 2 2000 3 3000 - - PREPARO 5

RESTA 0 SE

E COCCcedilAtildeO (n = 16) 7 4375 2 1250 6 3750 1 62URANTE (n = 8) 3 3750 - - 3 3750 2 250

RVICcedilO DE NUTRICcedilAtildeO (n = 1) 1 100 - - - - - -TOTAL (n = 71) 32 4507 11 1549 23 3239 5 704

OBS Percentagem () feita admitindo as linhas como subtotais PA = Perda auditiva

5 DISCUSSAtildeO

DISCUSSAtildeO

76

As atividades desenvolvidas em cozinhas industriais apresentam um conjunto de

caracteriacutesticas que podem desencadear doenccedilas ocupacionais principalmente as de cunho

auditivo pois diariamente os funcionaacuterios operam em caraacuteter contiacutenuo maacutequinas que agraves

vezes produzem niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites toleraacuteveis e essa accedilatildeo deleteacuteria do ruiacutedo

interfere na qualidade de vida do ser humano merecendo maior atenccedilatildeo por parte dos

profissionais da equipe de sauacutede

A Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica da empresa estudada eacute constituiacuteda de vaacuterias seccedilotildees e

subseccedilotildees como podemos observar no GRAacuteFICO 1 Nesse estudo participaram funcionaacuterios

de doze seccedilotildees e a seccedilatildeo de Copa e Andares teve uma maior representaccedilatildeo Entre as funccedilotildees

desempenhadas a atendente de nutriccedilatildeo que tem o papel diversificado dependendo da seccedilatildeo

que trabalha foi a de maior destaque

No Brasil talvez por questotildees soacutecias e culturais geralmente a populaccedilatildeo de uma aacuterea

de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica eacute composta por mulheres e nesse estudo tambeacutem encontramos um

nuacutemero elevado de funcionaacuterios do gecircnero feminino (9368)

Por muitos anos as mulheres representaram uma pequena parcela da forccedila de trabalho

em induacutestrias e Pinto (2005) refere que esse quadro vem se modificando como o passar dos

anos estando hoje um grande nuacutemero de mulheres expostas ao ruiacutedo em suas atividades

laborativas Entretanto ainda satildeo escassas as publicaccedilotildees sobre a audiccedilatildeo e os agentes

nocivos agrave sauacutede de trabalhadoras tornando-se evidente a necessidade de desenvolver estudos

direcionados a essa populaccedilatildeo

Haacute controveacutersias sobre a diferenccedila da suscetibilidade entre os sexos em relaccedilatildeo agrave

ocorrecircncia de danos auditivos quando expostos ao ruiacutedo Welleschik e Korpert (1980)

afirmam que a proporccedilatildeo de casos de progressatildeo da perda auditiva provocada por ruiacutedo em

relaccedilatildeo aos anos de exposiccedilatildeo eacute a mesma em trabalhadores masculinos e femininos Para

DISCUSSAtildeO

77

alguns autores a sensibilidade auditiva eacute mais niacutetida nas altas frequumlecircncias e eacute mais incidente

no sexo masculino e na fase adulta pois na sociedade atual tanto no trabalho quanto no lazer

os homens satildeo mais expostos a ruiacutedos intensos que as mulheres (MOLLER 1981 KRYTER

1985 GATES et al 1990 JERGER JERGER 1998) Glorig (1980) observou por nove anos

num grupo exposto a um ruiacutedo de 97dB e constatou uma diferenccedila de 20dB nos limiares

auditivos entre homens e mulheres verificou tambeacutem que os primeiros apresentaram

alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo de perda auditiva provocada por ruiacutedo pior que as alteraccedilotildees das

mulheres Ward (1995) afirma que apesar de ter sido considerado por meio seacuteculo que as

mulheres tinham melhores limiares audiomeacutetricos que os homens a mais recente evidecircncia eacute

de que isso pode ocorrer porque as mulheres estatildeo menos expostas ao ruiacutedo e natildeo em funccedilatildeo

delas serem menos suscetiacuteveis

A sensibilidade auditiva humana para tons puros cai progressivamente com a idade e a

perda auditiva eacute mais raacutepida para as altas frequumlecircncias poreacutem a magnitude do efeito varia

consideravelmente entre os indiviacuteduos Haacute um consenso entre os autores que jaacute estudaram

essa relaccedilatildeo pois referem que o decliacutenio dessa sensibilidade eacute mais precoce em homens que

em mulheres ocorrendo aproximadamente entre 20 e os 30 anos em homens e entre os 40 e

os 50 anos nas mulheres (PEARSON et al 1995 ARANA 1997)

A accedilatildeo do ruiacutedo na audiccedilatildeo eacute cumulativa ou seja quanto mais idade o indiviacuteduo

apresenta maior eacute o tempo de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo somado portanto maior eacute a chance de

perder a audiccedilatildeo ou mesmo agravaacute-la (ABEL HAYTHORNTHWAITE 1984 CUBAS DE

ALMEIDA 1992 FIORINI 1994b)

Ao analisar a idade e a situaccedilatildeo auditiva dos funcionaacuterios natildeo consideramos outras

variaacuteveis como gecircnero raccedila e suscetibilidade individual que podem influenciar na nosologia

Nos dados da TABELA 1 observa-se que quanto maior a idade menor o nuacutemero de

DISCUSSAtildeO

78

trabalhadoras apresentam audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e maior o nuacutemero de

funcionaacuterias que passam a apresentar alteraccedilotildees auditivas principalmente apoacutes os 50 anos A

perda auditiva decorrente da proacutepria idade apoacutes a quinta deacutecada de vida ou presbiacusia eacute

caracterizada por um maior comprometimento das frequumlecircncias altas principalmente a de

8000Hz embora todo o audiograma apresente-se comprometido

O processo de envelhecimento das estruturas da orelha natildeo tem relaccedilatildeo especiacutefica com

a exposiccedilatildeo a ruiacutedo ocupacional poreacutem a evoluccedilatildeo seraacute mais acentuada se estiver associada

ao ruiacutedo (MOMENSOHN-SANTOS RUSSO 2005) Jaacute May (2000) afirma que a distinccedilatildeo

entre perda auditiva induzida por ruiacutedo e presbiacusia pode ser impossiacutevel quando

combinadas exposiccedilatildeo ao ruiacutedo ocupacional e idade avanccedilada pois ambas afetam as altas

frequumlecircncias poreacutem Gates et al (2000) afirmam que a orelha afetada pelo ruiacutedo natildeo envelhece

no mesmo padratildeo que a orelha natildeo afetada pelo ruiacutedo e observaram que o ruiacutedo provoca uma

tiacutepica queda dos limiares auditivos na regiatildeo do audiograma que corresponde agraves frequumlecircncias

(3000Hz a 6000Hz) enquanto que o envelhecimento afeta primeiro as altas frequumlecircncias

Eacute necessaacuteria muita habilidade por parte do meacutedico para distinguir a PAIR da

presbiacusia no entanto em muitos casos eacute possiacutevel se chegar ao diagnoacutestico O fator mais

importante no diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute a exposiccedilatildeo por tempo e

niacuteveis de ruiacutedo suficientes para causar a lesatildeo auditiva no niacutevel e configuraccedilatildeo observados nos

testes audioloacutegicos (SATALOFF SATALOFF 2001) Apesar de natildeo ter sido feito

diagnoacutestico meacutedico e sim um ldquodiagnoacutestico por definiccedilatildeordquo a presbiacusia natildeo foi encontrada

na configuraccedilatildeo dos graacuteficos audiomeacutetricos que apresentaram um predomiacutenio de queda nas

altas frequumlecircncias nem na classificaccedilatildeo fornecida pelo programa computadorizado que foi de

sugestivo de ou de desencadeamentoagravamento de PAIR ou ainda natildeo sugestivo de PAIR

para as perdas auditivas encontradas

DISCUSSAtildeO

79

A lesatildeo auditiva verificada na perda auditiva induzida por ruiacutedo vai depender natildeo soacute

dos niacuteveis de pressatildeo sonora como tambeacutem do tempo em que o indiviacuteduo fica exposto ao

ruiacutedo (CORDEIRO LIMA FILHO NASCIMENTO 1994 COSTA KITAMURA 1995)

Nesse estudo como podemos observar na TABELA 4 as alteraccedilotildees auditivas uni ou bilaterais

foram mais frequumlentes naqueles que estatildeo com um tempo maior que 16 anos de exposiccedilatildeo e

com idades variando entre 38 e 60 anos Glorig (1980) afirma que a PAIR atinge sua maior

proporccedilatildeo dos cinco aos sete anos de exposiccedilatildeo e Bosch (1992) relata que nos primeiros cinco

anos de exposiccedilatildeo ao ruiacutedo o limiar auditivo eacute muito sensiacutevel e a perda auditiva anual eacute

elevada Ainda segundo o mesmo autor apoacutes cerca de seisdez anos de trabalho a evoluccedilatildeo

da perda auditiva eacute trecircs vezes menos importante em dBano ateacute a idade entre 50 e 55 anos A

partir dessa faixa etaacuteria verifica-se uma aceleraccedilatildeo da perda auditiva pela fragilidade da

orelha na preacute-senilitude bem como uma diminuiccedilatildeo da eficaacutecia dos fatores de recuperaccedilatildeo

funcional agrave accedilatildeo nociva do ruiacutedo Jaacute Celik Yalccedilin e Oumlztuumlrz (1998) verificaram uma maior

mudanccedila nos limiares auditivos em 126 trabalhadores com ateacute 10 anos de exposiccedilatildeo e

naqueles expostos num tempo acima de 11 anos observaram uma desaceleraccedilatildeo na mudanccedila

dos limiares e uma tendecircncia a estabilizaccedilatildeo da perda auditiva induzida por ruiacutedo

A amostra desse estudo trabalha em meacutedia 13 anos e meio num ambiente com niacuteveis

de intensidade sonora variando entre menos que 60dB a 887dB e a maioria estaacute na mesma

funccedilatildeo haacute pelo menos cinco anos num periacuteodo menor que oito horas diaacuterias Hungria (2000)

afirma que a exposiccedilatildeo continuada a niacuteveis de pressatildeo sonora igual ou superior a 85dB

durante seis a oito horas por dia vai acarretar aos indiviacuteduos predispostos lesotildees

irreversiacuteveis do oacutergatildeo auditivo sensorioneural em geral bilaterais e simeacutetricas atingindo

inicialmente a frequumlecircncia de 4000Hz que eacute a zona de hipersensibilidade do oacutergatildeo espiral da

coacuteclea humana Supotildee-se que a reduccedilatildeo nas exposiccedilotildees a ruiacutedo a fim de proteger a audiccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

80

resultaria secundariamente em benefiacutecios para esses e outros efeitos potencialmente deleteacuterios

para a sauacutede (MELNICK 1985)

Apesar de estudiosos referirem que a exposiccedilatildeo concomitante a ruiacutedo e produtos

quiacutemicos (MORATA 1986 MELLO WAISMANN 2004) e vibraccedilotildees (CARNICELLI

1994) pode agravar a perda auditiva induzida por niacuteveis de pressatildeo sonora elevados na

amostra estudada segundo o levantamento realizado por meio do questionaacuterio aplicado natildeo

foram encontrados dados relevantes para tais combinaccedilotildees nocivas

A PAIR eacute um problema complexo e por vezes controverso Seu diagnoacutestico requer o

conhecimento das condiccedilotildees de exposiccedilatildeo a ruiacutedo em uma determinada populaccedilatildeo meticulosa

avaliaccedilatildeo cliacutenica bem como conhecimento atualizado de sua fisiopatologia O Comitecirc

Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva (1999a) reitera que o diagnoacutestico nosoloacutegico da

perda auditiva relacionada ao trabalho soacute deveraacute ser estabelecido por meio de um conjunto de

procedimentos que incluem anamnese cliacutenico-ocupacional exame fiacutesico avaliaccedilatildeo

audioloacutegica e quando necessaacuterio exames complementares Segundo Cubas de Almeida

(1997) no diagnoacutestico diferencial da PAIR devem ser consideradas as alteraccedilotildees proacuteprias do

sistema auditivo que atingem os componentes de conduccedilatildeo eou de percepccedilatildeo do som as

doenccedilas sistecircmicas que tambeacutem podem afetar a orelha interna e finalmente a forma de

instalaccedilatildeo da lesatildeo auditiva aguda ou crocircnica

O diagnoacutestico da perda auditiva induzida por ruiacutedo tem como finalidade identificar e

qualificar a lesatildeo auditiva tendo em vista o planejamento de accedilotildees que objetivam a prevenccedilatildeo

da doenccedila (GALAFASSI 1998 BRASIL 1998a) Esse diagnoacutestico eacute um processo que

envolve atuaccedilatildeo multidisciplinar entre fonoaudioacutelogo otorrinolaringologista e engenheiro de

seguranccedila poreacutem o diagnoacutestico eacute sempre de responsabilidade do meacutedico do trabalho

(PIZARRO PIZARRO 2000)

DISCUSSAtildeO

81

Para confirmar a relaccedilatildeo da alteraccedilatildeo auditiva apresentada pelo indiviacuteduo com o

agente ruiacutedo deve ser feito um interrogatoacuterio que abrange tanto a histoacuteria de sauacutede em geral

como a histoacuteria ocupacional pregressa (LASMAR 1997 FERREIRA JUacuteNIOR 2000 MAY

2000)

Nem sempre eacute possiacutevel se chegar a uma conclusatildeo precisa sobre o diagnoacutestico poreacutem

em todo caso eacute necessaacuterio que a busca tenha sido exaustiva e a fundamentaccedilatildeo das

conclusotildees a melhor possiacutevel Com os objetivos de caracterizar a amostra de relacionar os

dados audiomeacutetricos com dados que podem reforccedilar ou modificar as conclusotildees dos achados e

de colher informaccedilotildees para a criaccedilatildeo de um banco de dados a anaacutelise do questionaacuterio

aplicado revelou que a maioria possui ensino fundamental completo e eacute portadora de uma boa

sauacutede A ocorrecircncia do consumo de bebidas alcooacutelicas e de cigarros foi irrelevante assim

como outras variaacuteveis cliacutenicas e ocupacionais que pudessem interferir nos achados

audioloacutegicos como contato com explosotildees traumatismos cranianos cirurgias otoloacutegicas

doenccedilas infecto-contagiosas metaboacutelicas ou toacutexico-medicamentosas e infantis com sequumlela

na acuidade auditiva hereditariedade emprego anterior ruidoso exposiccedilatildeo ao ruiacutedo natildeo

ocupacional contato com outros agentes (produtos quiacutemicos vibraccedilatildeo) entre outras A

realizaccedilatildeo da histoacuteria cliacutenica e ocupacional como parte de um estudo da condiccedilatildeo auditiva de

indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo assim como a criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de um banco de dados

sistematizado eacute essencial As informaccedilotildees oriundas desses bancos de dados possibilitaratildeo

adotar medidas preventivas no campo da sauacutede auditiva bem como avaliar a eficaacutecia dessa

atuaccedilatildeo (SAVA 2005)

O ruiacutedo eacute um inimigo traiccediloeiro e a percepccedilatildeo da intensidade e da frequumlecircncia pelo

Homem eacute subjetiva e variaacutevel A metade dos indiviacuteduos referiu que o ruiacutedo no ambiente

laboral da DND incomoda prejudica a audiccedilatildeo eacute de alta intensidade e constante As seccedilotildees

DISCUSSAtildeO

82

mais ruidosas nesse estudo segundo as dosimetrias satildeo a de Preparo e Cocccedilatildeo (887dB) e

Cozinha e Dieteacutetica (862dB) Cerca de 80 da amostra referiu cansaccedilo apoacutes a jornada de

trabalho seguido de sono irritaccedilatildeo e falta de motivaccedilatildeo Fiorini Silva e Bevilacqua (1991)

chamam a atenccedilatildeo para o fato de que o ruiacutedo pode perturbar o trabalho o descanso o sono e a

comunicaccedilatildeo entre os seres humanos pode prejudicar a audiccedilatildeo e provocar reaccedilotildees

psicoloacutegicas e fisioloacutegicas Relatam ainda sensaccedilatildeo de perda auditiva dificuldade para se

comunicar e insocircnia aleacutem de intoleracircncia a sons intensos nervosismo irritaccedilatildeo e zumbido

frente a esse agente fiacutesico

Quanto aos sintomas auditivos uma minoria (20) da amostra refere alteraccedilatildeo

auditiva principalmente no entendimento de fala e com relaccedilatildeo agraves queixas natildeo relacionadas a

acuidade auditiva 66 queixam-se de algum sintoma Nesse trabalho o mais relevante foi o

prurido seguido por zumbido o que eacute frequumlentemente citado em literatura especiacutefica assim

como no estudo de Marchiori e Melo (2001) O prurido em meato acuacutestico externo nessa

populaccedilatildeo estaacute muitas vezes relacionado ao uso inadequado e constante e a maacute manutenccedilatildeo

do protetor auricular do tipo plugue de inserccedilatildeo o que leva a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias no local

e consequumlentemente agrave coceira O zumbido pode ser considerado uma sensaccedilatildeo sonora

percebida na ausecircncia de fonte externa geradora de som e apresenta uma fisiologia ainda

pouco conhecida (SELIGMAN 1997) Satildeo frequumlentes e desagradaacuteveis acompanhantes das

perdas auditivas ocupacionais em diferentes percentuais Entre as pessoas com PAIR o

nuacutemero de afetados por zumbido eacute elevado e a prevalecircncia de zumbido aumenta com o grau

da perda auditiva (COLES 1995) Quanto agraves queixas de plenitude auricular vertigem

excesso de cera otalgia e inflamaccedilatildeo foram encontradas poreacutem em menor percentagem

assim como no estudo de Ribeiro e Cacircmara (2006)

DISCUSSAtildeO

83

Nos uacuteltimos anos a Fonoaudiologia vem ultrapassando os limites de atuaccedilatildeo cliacutenica e

terapecircutica e direcionando seus trabalhos agraves accedilotildees preventivas em busca da eficiente

comunicaccedilatildeo humana Nesse sentido o papel do fonoaudioacutelogo numa empresa inclui a

realizaccedilatildeo dos exames audiomeacutetricos e o seu monitoramento bem como a orientaccedilatildeo e

educaccedilatildeo desses trabalhadores no que se refere agrave prevenccedilatildeo da audiccedilatildeo Na empresa as

atividades da Fonoaudiologia satildeo conhecidas por cerca de 80 da amostra estudada mas esse

conhecimento eacute restrito no aspecto de realizaccedilatildeo de exames O trabalho do fonoaudioacutelogo na

educaccedilatildeo e na informaccedilatildeo ainda eacute pouco conhecido dentro da sauacutede ocupacional como

tambeacutem encontrado no estudo de Azevedo et al (2002)

Atualmente audiometria tonal eacute o uacutenico instrumento disponiacutevel que oferece a

estimativa direta do dano auditivo causado pela exposiccedilatildeo ao ruiacutedo (KWITKO 1998) apesar

de ser subjetivo e de possuir algumas limitaccedilotildees pois natildeo permite a determinaccedilatildeo da etiologia

ou do topodiagnoacutestico de determinada alteraccedilatildeo auditiva (MORATA DUNN SIEBER

1997) Esse exame possui o meacuterito de ser o uacutenico teste da avaliaccedilatildeo auditiva exigido por lei

no Brasil para todos os trabalhadores expostos a ruiacutedo (FIORINI NASCIMENTO 2001)

Segundo os autores acima por meio dessas avaliaccedilotildees auditivas eacute possiacutevel caracterizar a

situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores aleacutem de representar o ponto inicial para decidir as

necessidades e adotar estrateacutegias dentro do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva

A audiometria por ser um teste subjetivo eacute sujeita a algumas variaacuteveis que segundo

Kwitko (1998) satildeo

- Fiacutesicas calibraccedilatildeo improacutepria do audiocircmetro colocaccedilatildeo inadequada dos fones niacutevel de

ruiacutedo excessivo no interior da cabina

DISCUSSAtildeO

84

- Fisioloacutegicas idade e sexo condiccedilotildees patoloacutegicas dos oacutergatildeos auditivos estado geral de

sauacutede perda auditiva temporaacuteria zumbidos colabamento dos meatos acuacutesticos externos

durante a colocaccedilatildeo dos fones

- Psicoloacutegicas motivaccedilatildeo do empregado desvio na atenccedilatildeo comportamento diante do

teste atributos de personalidade fatores intelectuais compreensatildeo das orientaccedilotildees

experiecircncia em testes anteriores

- Metodoloacutegicas competecircncia do testando teacutecnicas utilizadas no teste tempo de intervalo

entre testes sucessivos instruccedilotildees ao empregado ordem de apresentaccedilatildeo das frequumlecircncias

condiccedilotildees das respostas (tipo de resposta requisitada ao empregado - resposta verbal

resposta motora)

Essas inuacutemeras variaacuteveis podem reduzir a confiabilidade do exame audiomeacutetrico e

comprometer a comparaccedilatildeo entre os exames inviabilizando a anaacutelise sequumlencial Por isso

esse exame deve ser realizado sempre sob condiccedilotildees controladas para que possam ser

garantidos os paracircmetros de comparaccedilatildeo entre os dados audioloacutegicos e para que esses dados

possam ser utilizados no conhecimento da real tendecircncia da audiccedilatildeo dos trabalhadores e

apoiar as poliacuteticas decisoacuterias quanto ao planejamento das medidas de conservaccedilatildeo auditiva

Os exames na empresa satildeo realizados por fonoaudioacutelogos em ambiente acusticamente

tratado e em audiocircmetros aferidos e calibrados anualmente poreacutem natildeo eacute utilizado sempre o

mesmo aparelho e a mesma cabina acuacutestica e a rotina da realizaccedilatildeo dos exames assim como o

tempo de repouso auditivo de catorze horas no miacutenimo natildeo satildeo controlados efetivamente

principalmente nos exames admissionais que eacute obrigatoacuterio

De todas as seccedilotildees que compotildeem a DND houve variaccedilotildees de nuacutemero de funcionaacuterios

de cada seccedilatildeo que se submeteram ao exame auditivo realizado em 2004 (ano adotado como

referecircncia) Proporcionalmente quando verificado o nuacutemero de funcionaacuterios de cada seccedilatildeo

DISCUSSAtildeO

85

que realizou o exame a seccedilatildeo de Desjejum e Lanches revelou ser a que possui o maior

nuacutemero de funcionaacuterios com audiometria sendo o Lactaacuterio com o menor nuacutemero Analisando

a DND no geral no aspecto de comparecimento para a realizaccedilatildeo dos exames auditivos haacute

uma despreocupaccedilatildeo por parte dos funcionaacuterios quando convocados para tal

A logiacutestica na periodicidade na realizaccedilatildeo dos exames audioloacutegicos da DND ateacute a

realizaccedilatildeo desse estudo era iacutenfima aleatoacuteria e natildeo seguia uma rotina de execuccedilatildeo aleacutem de

oscilar muito durante a uacuteltima deacutecada Progrediu poreacutem essa progressatildeo se deve a realizaccedilatildeo

do estudo como podemos observar no GRAacuteFICO 7

Mesmo com a regularizaccedilatildeo da rotina dos exames 2068 natildeo passaram por avaliaccedilatildeo

audioloacutegica ateacute dezembro de 2005 pois natildeo foram convocados porque trabalham em seccedilotildees

com ruiacutedo menor que 62dB(A) Dentre os que fizeram o exame de acuidade auditiva 6774

referiram que natildeo sabem o resultado da avaliaccedilatildeo apesar de normalmente retornarem ao

meacutedico para saber o resultado e caso o fonoaudioacutelogo relate o resultado muitas vezes o

funcionaacuterio natildeo entende o parecer ou ateacute mesmo natildeo se preocupa com a sua audiccedilatildeo Apenas

estaacute acatando uma ordem de comparecer para realizar o exame

Para o acompanhamento da evoluccedilatildeo da situaccedilatildeo auditiva de uma populaccedilatildeo exposta a

elevados niacuteveis de pressatildeo sonora a anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo torna-

se fundamental Existe poreacutem grande diversidade de criteacuterios adotados para a comparaccedilatildeo

entre o exame de referecircncia e os exames sequumlenciais Occupational Safety and Health

Administration (OSHA 1983) American Academy of Otolaryngology Head and Neck

Surgery Foundation (AAOHNS1988) Comitecirc Nacional de Ruiacutedo e Conservaccedilatildeo Auditiva

(1999b) BRASIL (1998b) e NIOSH (1998)

Nenhum dos criteacuterios isoladamente eacute suficiente pois natildeo responde a todos os efeitos

de todas as variaacuteveis envolvidas envelhecimento sexo raccedila histoacuteria de exposiccedilatildeo preacutevia ao

DISCUSSAtildeO

86

ruiacutedo poreacutem existe consenso entre os estudiosos no que diz respeito agrave importacircncia da anaacutelise

das mudanccedilas dos limiares auditivos para monitorar tendecircncias na audiccedilatildeo da populaccedilatildeo

(MELNICK1985 FIORINI1994a NIOSH 1996)

A escolha de um criteacuterio para anaacutelise da mudanccedila significativa do limiar auditivo eacute

extremamente importante para a eficaacutecia do Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva somente

dessa forma o monitoramento audiomeacutetrico teraacute aplicabilidade (FIORINI 1994b)

Na anaacutelise da incidecircncia da perda auditiva sugestiva de PAIR dos funcionaacuterios da

amostra estudada utilizamos como criteacuterio para anaacutelise de mudanccedila significativa de limiares

auditivos aquele definido pela Portaria no 19 que considera uma diferenccedila maior ou igual a

10dB(NA) entre as meacutedias aritmeacuteticas no grupo de frequumlecircncias de 500Hz 1000Hz e 2000Hz

ou no grupo de 3000Hz 4000Hz e 6000Hz ou piora igual ou maior que 15dB(NA) em

frequumlecircncia isolada O NIOSH (1998) recomenda na ocorrecircncia de mudanccedila significativa de

limiar que a audiometria seja repetida dentro de 30 dias

No ano de 2004 dos 174 funcionaacuterios da DND 119 (6840) realizaram o exame

auditivo e 3528 (n = 42) apresentam algum tipo de alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral Das

alteraccedilotildees auditivas 2222 (n = 4) satildeo provenientes de outras causas que natildeo o ruiacutedo

Apesar de natildeo ser possiacutevel estabelecer uma causa ocupacional esses indiviacuteduos devem ter sua

situaccedilatildeo auditiva acompanhada sistematicamente pelo fonoaudioacutelogo por meio dos exames

audioloacutegicos e devem ser encaminhados ao meacutedico otorrinolaringologista que definiraacute a

conduta com relaccedilatildeo a cada caso (ALVES 2004 MONTIEL-LOacutePEZ et al 2006)

Em 2005 o nuacutemero de funcionaacuterios que realizaram o exame auditivo diminuiu para

115 (6609) mas as percentagens tanto para limiares auditivos aceitaacuteveis quanto para as

alteraccedilotildees auditivas foram proacuteximas as de 2004 Dos avaliados 60 (n = 69) tiveram

resultados de audiccedilatildeo dentro dos limites aceitaacuteveis e 40 (n = 46) apresentaram alguma

DISCUSSAtildeO

87

alteraccedilatildeo auditiva uni ou bilateral e dessas 1428 (n = 3) satildeo alteraccedilotildees com configuraccedilatildeo

audiomeacutetrica diferente da configuraccedilatildeo sugestiva de PAIR

Quando os dados das audiometrias de 2004 e 2005 foram comparados observa-se que

45 dos funcionaacuterios apresentaram limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis mas as

mudanccedilas significativas nos limiares auditivos caracterizando desencadeamento ou

agravamento de perda auditiva sugestiva de PAIR mostram-se em 32 ou seja percentagem

alta e permanente

Os resultados audioloacutegicos desse estudo satildeo condizentes com os verificados por outros

autores Fiorini (1994b) encontrou prevalecircncia de PAIR em 40 da populaccedilatildeo de

metaluacutergicos Ruiz et al (1996) constatou uma prevalecircncia de 576 para a PAIR em

trabalhadores do segmento de papel e papelatildeo e no estudo de Landen et al (2004) a

prevalecircncia para perda auditiva induzida por ruiacutedo foi de 37 numa amostra de 275

mineradores

A perda auditiva induzida por ruiacutedo eacute caracterizada pelo acometimento auditivo

bilateral poreacutem encontramos casos de alteraccedilotildees unilaterais sugestivas de PAIR Essas

alteraccedilotildees tambeacutem foram verificadas por Siviero et al (2005) mas no seu estudo havia uma

maior predominacircncia de alteraccedilotildees auditivas na orelha direita enquanto que nesse estudo os

casos de alteraccedilatildeo foram predominantemente agrave esquerda (5417 em 2004 e 60 em 2005)

Alguns estudos tambeacutem encontraram maior prevalecircncia de PAIR inicialmente

unilateral passando a ser bilateral com a evoluccedilatildeo do quadro (MARTINS et al 2001

CORREcircA FILHO et al 2002) O fato desse estudo natildeo ser prospectivo limita essa anaacutelise

uma vez que as perdas auditivas unilaterais encontradas foram iniciais nas altas frequumlecircncias

havendo possibilidade ou natildeo de se observar um quadro evolutivo dessas perdas unilaterais

para bilaterais num acompanhamento futuro da audiccedilatildeo dos funcionaacuterios com as alteraccedilotildees

DISCUSSAtildeO

88

Nesse estudo tambeacutem foram encontrados alguns exames (704) com melhora nos

limiares audiomeacutetricos apesar da PAIR ser caracterizada como irreversiacutevel No Brasil essa

melhora natildeo eacute contemplada pela legislaccedilatildeo e nos programas de conservaccedilatildeo auditiva

normalmente natildeo eacute considerada Natildeo haacute explicaccedilatildeo anatomofisioloacutegica para a melhora dos

limiares tonais nem em ouvintes normais nem em portadores da PAIR onde a lesatildeo eacute

irreversiacutevel e progressiva a natildeo ser pela aprendizagem (GOBBATO et al 2004) O efeito

aprendizagem (learning effect) tem sido observado nos primeiros exames perioacutedicos e tende a

diminuir apoacutes a terceira ou quarta audiometrias realizadas (DOBIE1 1983 apud GOBBATO

et al 2004) O trabalhador ao se submeter a repetidas audiometrias toma conhecimentos da

dinacircmica de realizaccedilatildeo do exame torna-se mais atento menos ansioso e assim mas sensiacutevel

ao mesmo aprendendo a responder com mais precisatildeo agrave proposta do teste (ROYSTER

ROYSTER 1986) Em funccedilatildeo do efeito aprendizagem postula-se a necessidade de se mudar

o referencial do exame admissional para outro subsequumlente de resultados mais confiaacuteveis

Isto resultaraacute em antecipaccedilatildeo dos cuidados preventivos para os casos em que as perdas

auditivas possam ocorrer (GOBBATO et al 2004)

Na TABELA 5 que analisa a situaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores por seccedilatildeo observamos

que a prevalecircncia de alteraccedilotildees auditivas eacute maior na seccedilatildeo de Expediente seguida pela seccedilatildeo

de Preparo e Cocccedilatildeo O que chama a atenccedilatildeo eacute que no Expediente o ruiacutedo eacute menor que

60dB(A) jaacute na seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo a intensidade do ruiacutedo eacute elevada fato esse que

pode ser preponderante para uma maior prevalecircncia nessa seccedilatildeo Esse fator deve ser

considerado pelos profissionais que compotildeem a equipe do SESMT da empresa no que diz

respeito agraves medidas e controle do ruiacutedo a serem adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva da

populaccedilatildeo exposta ao ruiacutedo principalmente nesse setor

1 DOBIE R A Reliability and validity of industrial audiometry implications of hearing conservation program design Laryngoscope Philadelphia n 93 p 906-27 1983

DISCUSSAtildeO

89

Um ruiacutedo intenso durante um tempo de exposiccedilatildeo suficiente para causar um dano

auditivo natildeo provocaraacute perda auditiva se a orelha estiver adequadamente protegida Todo

protetor de qualquer modelo atenua o ruiacutedo criando uma barreira para reduzir o som que

chega por via aeacuterea agrave membrana timpacircnica poreacutem o niacutevel de proteccedilatildeo obtido depende do grau

de vedaccedilatildeo do protetor de forma que qualquer vazamento permite que o som passe pelo

protetor (RODRIGUES DEZAN MARCHIORI 2006) Um protetor que atenua 30dB(A) em

oito horas de exposiccedilatildeo atenuaraacute apenas 15dB(A) se o trabalhador deixar de usaacute-lo por um

periacuteodo cumulativo de trinta minutos durante um dia de oito horas de trabalho (NIOSH

1998)

O protetor auditivo eacute indicado e utilizado em todo o mundo como um meio

complementar importante para a reduccedilatildeo da exposiccedilatildeo prolongada a niacuteveis elevados de

pressatildeo sonora (FERREIRA JUNIOR 1998) Entretanto natildeo eacute segredo para ningueacutem a

dificuldade que envolve a sua real utilizaccedilatildeo Por mais informado aconselhado pressionado

ou fiscalizado que seja o trabalhador as mais variadas razotildees podem levar ao natildeo uso do

protetor Isso deve ser visto na verdade como uma limitaccedilatildeo do equipamento de proteccedilatildeo

individual no contexto geral do trabalho e natildeo necessariamente como um problema inerente

ao trabalhador (SARTORI 2005)

Alguns aspectos devem nortear a definiccedilatildeo do protetor como o fato dos protetores

auditivos possuiacuterem caracteriacutesticas que devem ser consideradas no momento da sua seleccedilatildeo e

escolha sendo elas a atenuaccedilatildeo oferecida o conforto o tamanho do protetor a facilidade de

colocaccedilatildeo a compatibilidade com o usuaacuterio e com outros equipamentos e a preferecircncia

pessoal do usuaacuterio (AVAGLIANO ALMEIDA 2001)

O uso do EPI eacute uma medida profilaacutetica com o objetivo de atenuar a energia sonora que

atinge a coacuteclea caso natildeo seja possiacutevel remover na fonte o ruiacutedo nocivo apesar de durante a

DISCUSSAtildeO

90

execuccedilatildeo do estudo a Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica passou por uma reforma em seu

ambiente fiacutesico e no seu maquinaacuterio com o objetivo de atenuar a accedilatildeo do ruiacutedo

Na DND foi constatado que o uso de EPI pelos funcionaacuterios eacute frequumlente apesar de

apenas 35 se sentir estimulado em usar o equipamento de proteccedilatildeo Os que natildeo usam

(1149) afirmam que trabalham em aacutereas natildeo ruidosas 5862 referem que fazem uso

quando frequumlentam as aacutereas de maior ruiacutedo e 2988 relatam utilizaacute-lo sempre

Os funcionaacuterios da seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo e de Preparo e Cocccedilatildeo (aacutereas de

intensidade de ruiacutedo intensa) satildeo os que fazem uso com maior frequumlecircncia do EPI O modelo

mais utilizado (9220) e tambeacutem o preferido (7272) pelos funcionaacuterios da DND eacute o tipo

plugue de inserccedilatildeo em meato acuacutestico externo talvez pelo fato da maioria ter usado soacute esse

modelo poreacutem 2272 acham que o tipo conchaabafador ou circum auricular e mesmo o

plugue satildeo desconfortaacuteveis

Mesmo que 7528 dos funcionaacuterios acham que a intensidade do ruiacutedo diminui com o

uso do protetor auricular 2643 utilizam-no soacute de forma obrigatoacuteria 1091 acham que natildeo

precisam usaacute-lo e 402 referem que natildeo consegue fazer uso do protetor auricular Os que

usam referem que estatildeo conscientizados dos efeitos do protetor e a maioria desses usuaacuterios

revelaram natildeo querem adquirir ou aumentar a perda auditiva que possuem Esse puacuteblico

tambeacutem eacute o mais presente nas atividades de capacitaccedilatildeo proporcionadas pela empresa

As justificativas daqueles que natildeo usam o protetor estatildeo relacionadas agrave natildeo adaptaccedilatildeo

e a falta de conscientizaccedilatildeo por meio de informaccedilotildees mais objetivas e claras pois 235

referem que o uso do EPI eacute desnecessaacuterio e 118 acha que o protetor auditivo natildeo protege o

pavilhatildeo auricular e a audiccedilatildeo mesmo apoacutes a constataccedilatildeo de que a minoria 574 referir que

nunca foi orientada quanto ao uso desse tipo de proteccedilatildeo no trabalho

DISCUSSAtildeO

91

No GRAacuteFICO 5 observamos que aqueles que fazem uso do equipamento de proteccedilatildeo

auricular apresentaram vaacuterias queixas natildeo relacionadas a acuidade auditiva e as mais

relevantes foram incomodo na orelha (45) dificuldade de conversaccedilatildeo (42) e coceira

excessiva em meato acuacutestico externo (35) Suter (2002) em seu estudo com trabalhadores da

construccedilatildeo civil encontrou as mesmas queixas verificadas nesse trabalho Constatou tambeacutem

inseguranccedila principalmente frente aos sinais de advertecircncia e de seguranccedila citado tambeacutem

nesse estudo poreacutem em percentagem natildeo relevante (287)

A proteccedilatildeo da audiccedilatildeo estaacute diretamente relacionada ao uso do protetor auricular Na

anaacutelise dos dados constata-se um grande nuacutemero de funcionaacuterios com a audiccedilatildeo dentro dos

limites aceitaacuteveis e que fazem uso frequumlente do EPI e que as alteraccedilotildees auditivas aumentam

quando haacute um aumento no descuido do uso poreacutem notamos que 3461 dos que referiram

usar sempre o protetor tem alteraccedilatildeo auditiva e a maioria dos que natildeo usam apresentam

limiares auditivos dentro dos limites aceitaacuteveis Vale ressaltar que esses funcionaacuterios que natildeo

usam os protetores satildeo de seccedilotildees silenciosas e os que fazem uso sempre satildeo de aacutereas ruidosas

As atividades de educaccedilatildeo motivaccedilatildeo e informaccedilatildeo permeiam todas as accedilotildees

preventivas devendo ser cuidadosamente planejadas pois como foi observado por Heacutetu

Getty e Quoc (1995) a perda auditiva de origem ocupacional eacute percebida pelos trabalhadores

como um problema de baixo risco e de pequeno impacto em suas vidas Nesse estudo eacute

evidenciado esse aspecto pois 385 comparecem aos cursos de capacitaccedilatildeo que a empresa

proporciona e 2758 participam se obrigados Quando abordados sobre os assuntos natildeo

diretamente relacionados agraves questotildees do trabalho da seccedilatildeo os funcionaacuterios da DND tambeacutem

demonstram pouco interesse pois apenas 836 fazem parte de associaccedilotildeescomissotildees como

por exemplo da Comissatildeo Interna de Prevenccedilatildeo de Acidentes que a empresa possui

DISCUSSAtildeO

92

Os cuidados em relaccedilatildeo agrave audiccedilatildeo certamente serviratildeo para evitar as frustraccedilotildees pela

diminuiccedilatildeo da capacidade de compreender a linguagem oral ocasionadas pela diminuiccedilatildeo da

acuidade auditiva passiacutevel de ser instalada em indiviacuteduos expostos ao ruiacutedo ocupacional

(TAMBS 2004 COX ALEXANDER GRAY 2005)

Os dados de alteraccedilatildeo auditiva encontrados nesse estudo nos permitem considerar que

as medidas adotadas para a conservaccedilatildeo auditiva dos trabalhadores expostos a elevada pressatildeo

sonora na aacuterea estudada da empresa em questatildeo e no periacuteodo analisado mostraram-se pouco

eficazes

Nota-se que um conjunto de fatores contribui para o alto iacutendice de perda auditiva

encontrada nos funcionaacuterios do estudo Confirma-se que a exposiccedilatildeo a alta intensidade de

ruiacutedo em conjunto com um jornada de trabalho de 8 horasdia sem muito cuidado com a

proteccedilatildeo auditiva eacute um agravante para a acuidade auditiva As medidas adotadas pela empresa

estudada restringem-se agrave oferta de protetores auditivos com um controle sobre o uso apenas

com orientaccedilotildees e fiscalizaccedilotildees realizadas pelas chefias de cada seccedilatildeo A periodicidade dos

exames audiomeacutetricos acontece de forma aleatoacuteria e natildeo existe um programa de prevenccedilatildeo de

perdas auditivas estruturado para essa populaccedilatildeo nem uma poliacutetica de gerenciamento

audiomeacutetrico apesar de a necessidade ser evidente

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

93

Os resultados encontrados no estudo nos permitem formular as seguintes

consideraccedilotildees

- A prevenccedilatildeo da PAIR eacute imprescindiacutevel e torna-se possiacutevel com a implantaccedilatildeo de um

Programa de Conservaccedilatildeo Auditiva que seja eficiente

- A permanecircncia prolongada sob ruiacutedo ambiental superior aos niacuteveis considerados seguros

com desatenccedilatildeo aos cuidados com o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual foi

suficiente para produzir danos auditivos sugestivos de perda auditiva induzida pelo ruiacutedo

detectaacuteveis laboratorialmente atraveacutes dos testes usuais de avaliaccedilatildeo audiomeacutetrica

- A empresa possui um esboccedilo do que deve ser realizado para implantaccedilatildeo de um Programa

de Conservaccedilatildeo Auditiva poreacutem natildeo haacute integraccedilatildeo entre o pessoal envolvido

(administraccedilatildeo serviccedilo de fonoaudiologia e SESMT) nas accedilotildees de promoccedilatildeo da sauacutede

auditiva e prevenccedilatildeo de doenccedilas dificultando a eficaacutecia dessas accedilotildees

- A realizaccedilatildeo do teste audiomeacutetrico com o objetivo de acompanhamento da sauacutede auditiva

do funcionaacuterio exposto ao ruiacutedo excessivo soacute apresenta relevacircncia se for cumprido um

monitoramento anual Um exame isolado fornece uma visatildeo estaacutetica do problema natildeo

permitindo avaliaccedilatildeo do desenvolvimento ou do agravamento da perda auditiva

- Os exames auditivos devem ser realizados apoacutes a inspeccedilatildeo do meato acuacutestico externo para

prevenir falsos resultados e com os exames anteriores em matildeos para acelerar o processo

de condutas preventivas nos casos alterados

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

94

- Deve haver um investimento em contrataccedilatildeo de profissional habilitado (fonoaudioacutelogo)

para a execuccedilatildeo dos exames gerenciamento audiomeacutetrico orientaccedilotildees e informaccedilotildees aos

outros agentes envolvidos no programa das accedilotildees do ano

- Estabelecer um local e equipamentos proacuteprios para essa finalidade visando a diminuiccedilatildeo

das variaacuteveis de interferecircncia nos resultados e uma padronizaccedilatildeo das accedilotildees

- O diagnoacutestico de PAIR deve ser mais bem fundamentado pelos profissionais competentes

por meio da verificaccedilatildeo da presenccedila ou natildeo do nexo causal visando medidas preventivas

mais contundentes

- Deve existir um esforccedilo no sentido de melhor orientar e informar o funcionaacuterio em

consulta meacutedica visando um maior comprometimento do funcionaacuterio e do profissional

meacutedico no processo preventivo

- As estrateacutegias de treinamento e informaccedilotildees devem ser mais arrojadas objetivas

integrativas e mais convincentes de forma a produzir resultados opostos aos obtidos com

as medidas atuais

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ANEXOS

ANEXOS

107

ANEXO A ndash Aprovaccedilatildeo do Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa do Hospital das Cliacutenicas da

Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto ndash HCFMRP-USP

ANEXOS

108

ANEXO B ndash Esclarecimento da Pesquisa ao Indiviacuteduo

E S C L A R E C I M E N T O

Ribeiratildeo Preto ___ ____ _______

Aos funcionaacuterios da Seccedilatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica

Eu ANA LUacuteCIA RIOS fonoaudioacuteloga doutoranda pelo Departamento de Cliacutenica

Meacutedica da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo ndash

FMRPUSP estou desenvolvendo junto ao Serviccedilo Especializado em Engenharia de

Seguranccedila e Medicina do Trabalho (SESMTHC) deste hospital uma pesquisa que pretende

analisar as condiccedilotildees de trabalho na presenccedila de ruiacutedo elevado o uso de protetor auricular a

realizaccedilatildeo de exames de audiccedilatildeo e o conhecimento por parte dos funcionaacuterios sobre os

cuidados com a audiccedilatildeo e com a sauacutede em geral

Comeccedilamos o trabalho pela Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica e para que ele tenha

sucesso precisamos e muito da colaboraccedilatildeo do funcionaacuterio ou seja vocecirc

Para colaborar eacute soacute responder com cuidado ao questionaacuterio que estaacute junto com este

esclarecimento e depois devolver para a chefia da sua aacuterea

Colabore Precisamos de informaccedilotildees sobre vocecirc e sobre o seu ambiente de trabalho

para encontrarmos os problemas e pensarmos juntos nas soluccedilotildees

Natildeo deixe de participar Eacute soacute preencher ao questionaacuterio Vocecirc natildeo tem nada a perder

Lembre-se o nosso objetivo eacute de melhorar o seu ambiente de trabalho e a sua

qualidade de vida

Atenciosamente

Ana Luacutecia Rios

ANEXOS

109

ANEXO C ndash Niacuteveis de pressatildeo sonora e de exposiccedilatildeo de cada funcionaacuterio (dosimetria)

detectados em cada seccedilatildeo segundo o LTCAT (2004)

NIacuteVEIS DE PRESSAtildeO SONORA

DAT ndash Departamento de Apoio teacutecnico dB (A)

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Salas de escritoacuterios lt 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Lactaacuterio (ligado) 62

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha Preparo de Cocccedilatildeo 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cozinha dieteacutetica 70

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (vazio) 60

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Restaurante (almoccedilo) 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Friaanticacircmara 68

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de carne 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de verdura 83

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Cacircmara Fria de leite 81

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Accedilougue 80

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica ndash Seccedilatildeo de desjejum e lanches 68 NIacuteVEIS DE EXPOSICcedilAtildeO ndash DOSIMETRIAS

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo ndash Esteira) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 14042004 14042004 Tempo de amostragem 0554 0554 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 861 816

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0541 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 911 (A)

ANEXOS

110

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Preparo e Cocccedilatildeo) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 3 Aparelho Medidor Simpson modelo 897

DADOS Q = 5 Data da amostragem 16042004 Tempo de amostragem 0603 Niacutevel de Exposiccedilatildeo - dB (A) 887

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Lavagem e Esterilizaccedilatildeo) Funccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos GHE Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0524 0523 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 881 839

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Restaurante I) Funccedilatildeo Atendente de Nutriccedilatildeo GHE 4 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 15042004 15042004 Tempo de amostragem 0501 0500 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 869 822

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica (Cozinha dieteacutetica) Funccedilatildeo Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo (Cozinheira) GHE 5 Aparelho Medidor Instrutherm modelo DOS450

DADOS Q = 3 Q = 5 Data da amostragem 16042004 16042004 Tempo de amostragem 0548 0548 Niacutevel de Exposiccedilatildeo ndash dB (A) 915 862

ANEXOS

111

RESUMO GERAL DAS AVALIACcedilOtildeES DE RUIacuteDO

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

NPS dB (A)

DOS Q = 5 dB

(A)

DOS Q = 3 dB

(A)

GHE

Divisatildeo de Nutriccedilatildeo e Dieteacutetica Diretor Teacutecnico Divisatildeo Sauacutede 1 lt 60 Nutricionista 1 lt 60 Secretaacuterio 1 lt 60

Serviccedilo de Nutriccedilatildeo Nutricionista Chefe 1 60 Auxiliar de Serviccedilos 1 60 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 2 60 Encarregado de Turno 1 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 60 Nutricionista 1 60

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 816 861 Auxiliar de Serviccedilos 6 887 911 3 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 911 3

Seccedilatildeo de Porcionamento Distribuiccedilatildeo e Coleta Agente de Sauacutede 1 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 60

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 839 881

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 822 869 4 Auxiliar de Serviccedilos 1 822 869 4 Atendente Nutriccedilatildeo 13 822 869 4

Setor de Desjejum e Lanches Atendente Nutriccedilatildeo 15 68 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 68 Auxiliar de Serviccedilos 9 68

Seccedilatildeo de Restaurante II Auxiliar de Serviccedilos 1 80

Seccedilatildeo de Copa-Andares Atendente Nutriccedilatildeo 36 60 Auxiliar de Serviccedilos 2 60

ANEXOS

112

Serviccedilo de Dieteacutetica Chefe de Seccedilatildeo 2 70 Diretor Teacutecnico Serviccedilo Sauacutede 1 70 Nutricionista 1 70 Nutricionista Chefe 3 70

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 62 62 5 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 915 5 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 915 5

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Meacutedica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 1 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Ciruacutergica Agente de Sauacutede 8 lt 60 Nutricionista 2 lt 60

Seccedilatildeo de Dieteacutetica em Cliacutenica Materno-Infantil Agente de Sauacutede 3 lt 60

Seccedilatildeo de Lactaacuterio Chefe de Seccedilatildeo 1 62 Atendente Nutriccedilatildeo 14 62 Auxiliar de Serviccedilos 3 62

Seccedilatildeo de Orientaccedilatildeo e Avaliaccedilatildeo Dieteacutetica Nutricionista Chefe 1 lt 60

Seccedilatildeo de Armazenagem Atendente Nutriccedilatildeo 5 lt 60

Seccedilatildeo de Expediente Oficial Administrativo 2 lt 60 Agente Administrativo 1 lt 60 Atendente Nutriccedilatildeo 1 lt 60 Auxiliar de Serviccedilos 3 lt 60 Chefe de Seccedilatildeo 1 lt 60

ANEXOS

113

Analisando-se os resultados das avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que

ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima

dos limites de toleracircncia previstos na legislaccedilatildeo trabalhista

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 5 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 6 887 757 797 737 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 887 757 797 737

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 862 732 772 712 Atendente Nutriccedilatildeo 7 862 732 772 712 Auxiliar de Serviccedilos 2 862 732 772 712

Com relaccedilatildeo agrave legislaccedilatildeo previdenciaacuteria (IN 99) analisando-se os resultados das

avaliaccedilotildees verifica-se que os profissionais que ocupam as funccedilotildees relacionadas nas tabelas a

seguir ficam expostos a niacuteveis de ruiacutedo acima dos limites de toleracircncia

DEPTO SETOR FUNCcedilOtildeES

Nordm de funcio-naacuterios

DOSQ = 3 dB(A)

NPSc dB (A)Prot 1

NPSc dB (A) Prot 2

NPSc dB (A)Prot 3

Seccedilatildeo de Preparo e Cocccedilatildeo Atendente Nutriccedilatildeo 9 861 731 771 711 Auxiliar de Serviccedilos 6 911 771 821 761 Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 10 911 771 821 761

Seccedilatildeo de Lavagem e Esterilizaccedilatildeo Auxiliar de Serviccedilos 16 881 751 791 731

Seccedilatildeo de Restaurante I Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 1 869 739 779 719 Auxiliar de Serviccedilos 1 869 739 779 719 Atendente Nutriccedilatildeo 13 869 739 779 719

Seccedilatildeo de Cozinha e Dieteacutetica Oficial de Serviccedilos e Manutenccedilatildeo 5 915 785 825 765 Atendente Nutriccedilatildeo 7 915 785 825 765 Auxiliar de Serviccedilos 2 915 785 825 765

ANEXOS

114

ANEXO D ndash Questionaacuterio

NOME __________________________________

- Natildeo esqueccedila de colocar seu nome

- Entregar o mais raacutepido possiacutevel

- Leia as questotildees com calma e atenccedilatildeo

- Marque um (X) nas alternativas

- Tem questotildees que pode marcar mais de um (X)

- OD = orelha direita OE = orelha esquerda

- Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

- Data de Nascimento ____ ____ ____

- Escolaridade 1ordm Grau Completo ( )

2ordm Grau Completo ( )

Superior ( )

- Haacute quanto tempo trabalha no HC _______anos

- Seccedilatildeo ________________________________

1) Quantas horas trabalha por dia na seccedilatildeo

( ) menos que oito horas diaacuterias

( ) oito horas diaacuterias

( ) mais que oito horas diaacuterias

2) Tem outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

Eacute barulhento ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usa protetor de orelha neste outro emprego

( ) SIM ( ) NAtildeO

3) Vocecirc acha que o barulho na NUTRICcedilAtildeO eacute

( ) Baixo ( ) Meacutedio ( ) Alto

( ) Constante ( ) Flutuante ( ) Impacto

4) Estaacute exposto ao ruiacutedo fora do horaacuterio de trabalho ( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) em casa ( ) oficina caseira

( ) wallkman ( ) banda de muacutesica

( ) discoteca ( ) esportes ruidosos

( ) uso de moto ( ) muacutesica alta constante

5) Jaacute trabalhou em algum serviccedilo barulhento antes

do HC ( ) SIM ( ) NAtildeO

Usava protetor de orelha neste serviccedilo

( ) SIM ( ) NAtildeO

Trabalhou por quanto tempo ____________

6) Jaacute trabalhou em outro setor no HC

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual ____________________________

Esse outro setor era barulhento

( ) SIM ( ) NAtildeO

7) Vocecirc acha que o ruiacutedo no trabalho

( ) irrita

( ) incomoda

( ) prejudica a audiccedilatildeo

( ) natildeo trabalho no ruiacutedo

( ) jaacute acostumei

( ) natildeo atrapalha

8) Trabalha em turnos alternados

( ) SIM ( ) NAtildeO

9) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

10) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Entende ( ) Natildeo Entende

11) Acha que da orelha direita vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

ANEXOS

115

12) Acha que da orelha esquerda vocecirc

( ) Escuta ( ) Natildeo Escuta

13) Para vocecirc a sua audiccedilatildeo eacute

( ) Normal ( ) OD ( ) OE

( ) Reduzida ( ) OD ( ) OE

( ) Muito reduzida ( ) OD ( ) OE

14) Caso vocecirc tenha alteraccedilatildeo na audiccedilatildeo a alteraccedilatildeo iniciou

( ) lentamente

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

( ) bruscamente (muito raacutepido)

( ) dos dois lados ( ) agrave direita ( ) agrave

esquerda

15) Vocecirc acha que a sua audiccedilatildeo piorou do tempo que trabalhada na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

16) Caso a sua audiccedilatildeo tenha piorado vocecirc acha que foi por trabalhar na nutriccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

17) Mesmo percebendo que sua audiccedilatildeo possa estar piorando vocecirc se sente estimulado a usar o EPI auricular

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quecirc _____________________________

____________________________________

18) Quanto a orelha vocecirc reclama de

( ) inflamaccedilatildeo ( ) ter muita cera

( ) coceira ( ) secreccedilotildees (vazar)

( ) tontura ( ) barulho (zumbido)

( ) dor ( ) sensaccedilatildeo de tampado

( ) Natildeo reclamo

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo reclama

19) Apoacutes o trabalho ou mesmo trabalhando vocecirc

sente

( ) cansaccedilo ( ) irritaccedilatildeo

( ) dor de cabeccedila ( ) desatenccedilatildeo

( ) sono ( ) desmotivado

( ) Sempre ( ) Aacutes vezes ( ) Natildeo sente

20) Vocecirc jaacute teve

( ) caxumba ( ) sarampo

( ) rubeacuteola ( ) catapora

( ) tuberculose ( ) meningite

21) Jaacute fez alguma operaccedilatildeo na orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) As duas orelhas

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

22) Jaacute teve alguma explosatildeo perto da orelha (bomba tiro)

( ) SIM ( ) NAtildeO

Qual orelha

( ) Orelha Direita ( ) Orelha Esquerda

( ) As duas orelhas

( ) Teve que procurar um meacutedico

( ) SIM ( ) NAtildeO

23) Tem contato com produtos quiacutemicos

( ) SIM ( ) NAtildeO Qual ________

24) Tem contato com vibraccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

25) Vocecirc tem algum problema de sauacutede

( ) pressatildeo alta ( ) diabetes

( ) coraccedilatildeo ( ) rim

( ) pulmatildeo ( ) natildeo tenho

Faz tratamento ( ) SIM ( ) NAtildeO

ANEXOS

116

26) Faz uso prolongado de

( ) Antibioacutetico ( ) Diureacutetico ( ) Aspirina

( ) Analgeacutesico ( ) Antinflamatoacuterio

Foi receitado pelo meacutedico ( ) SIM ( ) NAtildeO

27) Faz uso de bebidas alcooacutelicas

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

28) Faz uso de fumo

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

29) Na famiacutelia tem algueacutem que NAtildeO escuta bem

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) nasceu com o problema

( ) ficou com o problema quando crianccedila

( ) ficou com o problema quando adulto

( ) ficou com o problema quando idoso

30) Faz parte de algum sindicato eou CIPA

( ) SIM ( ) NAtildeO

31) Participa dos treinamentos e de palestras

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de informaccedilotildees

( ) Natildeo participo

32) Jaacute recebeu alguma indicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

quanto ao uso de protetor de orelha

( ) SIM ( ) NAtildeO

Por quem

( ) SESMT ( ) amigos ( ) curso

( ) jornal ( ) chefe ( ) outros

33) Usa o protetor de orelha

( ) Sempre ( ) Agraves vezes ( ) Natildeo usa

34) Qual o tipo de protetor de orelha que usa

( ) tipo concha (abafador)

( ) tipo plug (o de enfiar na orelha)

( ) tipo concha + tipo plug (os dois)

( ) Natildeo uso

Para vocecirc qual eacute o protetor mais confortaacutevel

( ) abafador ( ) plug de borracha

( ) outro ( ) nenhum

35) Com o uso do protetor de orelha

( ) o ruiacutedo diminui no trabalho

( ) fica ruim para conversar

( ) o protetor incomoda

( ) a orelha coccedila muito

( ) junta sempre cera e entope

( ) a orelha fica muito quente

( ) se sente inseguro

( ) natildeo faz diferenccedila

( ) natildeo preciso usar protetor

( ) natildeo consigo usar o protetor

( ) uso soacute porque eacute obrigado

36) Jaacute realizou algum exame de audiccedilatildeo

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Quando crianccedila

( ) Por causa do trabalho

Ficou sabendo do resultado

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Gostaria de ser informado do resultado

37) Vocecirc vai agrave consulta meacutedica nos exames perioacutedicos

( ) SIM quando sou obrigado

( ) SIM porque gosto de verificar as condiccedilotildees

da minha sauacutede

( ) SIM mas acho que natildeo preciso

ANEXOS

117

38) Vocecirc acha que eacute bem informado quanto agraves condiccedilotildees de trabalho e de sauacutede

( ) SIM ( ) NAtildeO

( ) Natildeo me interesso

39) Jaacute ouviu falar em FONOAUDIOLOGIA

( ) SIM ( ) NAtildeO

Conhece o trabalho fonoaudioloacutegico

( ) SIM conheccedilo ( ) NAtildeO conheccedilo

( ) Fiquei sabendo atraveacutes de um amigo

( ) Atraveacutes de informaccedilotildees pelo HC

( ) Outro meio informaccedilatildeo

40) O que achou do questionaacuterio

( ) muito longo ( ) confuso

( ) faacutecil ( ) difiacutecil

( ) importante ( ) bom

OBRIGADA PELA SUA COLABORACcedilAtildeO

OBS Questionaacuterio adaptado de

RIOS AL Efeito tardio do ruiacutedo na audiccedilatildeo e

na qualidade do sono em indiviacuteduos expostos a

niacuteveis elevados 2003 155f Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Biociecircncias Aplicadas agrave Cliacutenica Meacutedica) ndash

FMRP - USP 2003

SANTOS UP et al Programa de conservaccedilatildeo

auditiva em trabalhadores expostos a ruiacutedo In

COSTA D F CARMO J C SETTIMI M M

SANTOS U P Programa de sauacutede dos

trabalhadores A experiecircncia da zona norte

uma alternativa em sauacutede puacuteblica Satildeo Paulo

Hucitec 1989 p125-155

ANEXOS

117

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras

ANEXOS

118

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

119

ANEXO E ndash Material didaacutetico utilizado nas palestras (continuaccedilatildeo)

ANEXOS

120

ANEXO F ndash Palestra piloto na Seccedilatildeo de Lavanderia da empresa

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

121

ANEXO G ndash Palestra informativa na DND

Fonoaudioacuteloga durante a palestra Funcionaacuterios

Funcionaacuterios Funcionaacuterios

ANEXOS

122

ANEXO H ndash Panfleto informativo com os temas abordados nas palestras

Capa do panfleto

Interior do panfleto

ANEXOS

123

ANEXO I ndash Cartazes informativos

ANEXOS

124

ANEXO J ndash Cartazes informativos fixados pela DND

Porta de entrada da DND Mural de avisos da seccedilatildeo

Dentro da seccedilatildeo Funcionaacuterios usando o EPI (plugue) no detalhe

  • Capa Tese_1_acrobatpdf
  • Iniacutecio_2_acrobatpdf
    • Ribeiratildeo Preto
    • Representaccedilatildeo graacutefica das queixas manifestadas pelos indiviacuteduos durante o uso do protetor auricular e a percentagem de ocorrecircncia
    • 55
    • Dados referentes aos diferentes tipos e graus de percepccedilotildees do ruiacutedo pelos indiviacuteduos e a percentagem de ocorrecircncia
    • Dados referentes ao ambiente de produccedilatildeo e a percentagem de ocorrecircncia
      • Apresentaccedilatildeo_3_acrobatpdf
      • Introduccedilatildeo_4_acrobatpdf
      • Objetivos_5_acrobatpdf
      • Material e Meacutetodos_6_acrobatpdf
      • Resultados_7_acrobatpdf
      • Discussatildeo_8_acrobatpdf
      • Consideraccedilotildees Finais_9_acrobatpdf
      • Referecircncias_10_acrobatpdf
      • Anexos_11_acrobatpdf
        • Ana Luacutecia Rios
        • Q = 3
        • Q = 3
        • Q = 3
          • Anexos - continuaccedilatildeo_acrobatpdf
          • Anexos - continuaccedilatildeo1_acrobatpdf
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